No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência
de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos
bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição
política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da
ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com
questões que violentam os fatos e o bom senso.
É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma
prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente
enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve
ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de
ideias e de perspectivas.
Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a
ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam
indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação
não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se
tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso
aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em
descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.
Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do
Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação
nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a
capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se
avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento
sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a
opção ideológica de quem elaborou a prova.
O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.
Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta
escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres
públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a
medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O
problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela
ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos
determinada orientação política.
Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é
admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação
do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico
sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O
estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto
ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.
Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova
dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o
estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o
Brasil precisa?
Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e
sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de
uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e
adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes.
Educar é outra coisa, tem outra amplitude.
A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e
ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo
resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm
sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de
direita.
O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária.
Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que
deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa
sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada
criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser
manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a
desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a
política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e
de cidadania.
QUE A APROVAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NO SENADO FOI DEVIDO O BRASIL
História por THAÍSA OLIVEIRA E IDIANA TOMAZELLI • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira (8) que a Reforma Tributária se
impôs porque o Brasil não podia mais conviver com o atraso.
Sem poder votar a favor do texto, Pacheco fez um discurso no plenário do Senado logo após a aprovação por 53 votos a 24.
“A reforma hoje aprovada por esse plenário se impôs porque não havia
mais como adiá-la. A reforma se impôs porque o Brasil não podia mais
conviver com o atraso”, disse.
“A aprovação da Reforma Tributária mostra que o diálogo, o consenso e
o trabalho conjunto são o caminho para construir o Brasil do futuro. E o
futuro do Brasil está aqui, diante de nós. Estamos abrindo as portas
para que ele possa entrar.”
O presidente do Senado cumprimentou o relator do texto, senador
Eduardo Braga (MDB-AM), o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça), Davi Alcolumbre (União-AP), o presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), o relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), além de técnicos e
assessores.
“Não foi tarefa simples construir a confiança necessária para essa
mudança no sistema tributário brasileiro. Mas fomos capazes de superar
as incertezas”, afirmou Pacheco no plenário.
“Fomos capazes de superar as dificuldades do processo, de fazer valer
os princípios democráticos, de dialogar com o governo, com os agentes
públicos, com os agentes privados, enfim, com toda a sociedade.”
Depois de encampar a agenda da oposição e defender projetos como o
que proíbe o porte de drogas independentemente da quantidade, o
presidente do Senado passou a afirmar, nos últimos dias, que a
prioridade do Senado deve ser a pauta econômica.
Durante evento promovido pelo banco BTG Pactual, na segunda-feira
(6), Pacheco disse que a Reforma Tributária não era “totalmente
perfeita”, mas havia chegado ao ponto máximo de diálogo, amadurecimento,
e participação.
Pacheco também destacou que a Reforma Tributária era a mais complexa
de todas já feitas no Brasil –como a da Previdência e a Trabalhista.
“Ela é essencialmente de divergência. Começa a divergência entre o
Estado, e o contribuinte”, disse.
Pacheco foi reeleito presidente do Senado em fevereiro com o
compromisso de ajudar o governo Lula (PT) a destravar a Reforma
Tributária e as propostas prioritárias para os ministros da Fazenda,
Fernando Haddad (PT), e do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
Como presidente do Congresso, caberá ao senador mineiro promulgar o
texto final da Reforma Tributária após nova votação na Câmara dos
Deputados. A expectativa dele e do presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), é de que isso seja feito até o final do ano.
A Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), que pertence à Petrobras,
conseguiu processar 100% de óleo de soja em uma unidade de refino
industrial pela primeira vez. Quem está por trás da tecnologia é o
Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da estatal. A
partir de matérias-primas renováveis vai ser possível gerar produtos
petroquímicos totalmente renováveis.
A expectativa é que a refinaria, que fica na cidade de Rio Grande
(RS), produza insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP,
combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos (BTX – benzeno, tolueno e
xileno), usados nas indústrias da borracha sintética, nylon e PVC. Os
teores de concentração de BTX identificados também atendem aos níveis
exigidos para formular gasolinas de desempenho alto, praticamente
isentas de enxofre.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reforçou que a companhia tem como uma de suas prioridades a transição energética.
“Estamos fazendo derivados típicos de petróleo a partir de óleo
vegetal. É inovação e transição energética combinadas em benefício do
Brasil. É a Petrobras voltando a liderar grandes processos de
transformação técnica, econômica e social, com repercussão global”,
disse Prates.
O diretor-superintendente da RPR, Felipe Jorge, destacou que a
estratégia é planejar o futuro, sem prejudicar o abastecimento atual.
“O primeiro passo foi dado. A tecnologia da Petrobras licenciada para
a Riograndense vai nos permitir, já no próximo ano, produzir renováveis
sem deixarmos de atender nosso atual mercado de produtos e
combustíveis”, disse Felipe Jorge.
Tecnologia do biorrefino
Os testes na área do biorrefino começaram a partir do acordo de
cooperação entre as empresas que têm participação acionária na RPR:
Petrobras, Braskem e Ultra, assinado em maio de 2023. Por meio do
documento, ficou acertado o uso das unidades da refinaria para realizar
os testes de tecnologias desenvolvidas pelo centro de pesquisas da
estatal.
O primeiro teste industrial começou na última semana de outubro.
Nessa etapa, a PRP recebeu duas mil toneladas de óleo de soja e fez uma
manutenção na unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC), de acordo
com as orientações do CENPES. Na etapa seguinte, em 1º de novembro,
teve início o processamento da carga 100% renovável, e foi comprovada a
viabilidade da operação.
Um segundo teste está programado para junho de 2024, quando vai ser
coprocessada uma carga mineral com bio-óleo (matéria-prima avançada de
biomassa não alimentar), e produzido propeno, gasolina e diesel, todos
com conteúdo renovável. A Petrobras está investindo cerca de R$ 45
milhões para desenvolver o processamento de carga renovável.
“Isso, se passar, obviamente que nós interpretaríamos como
inconstitucional. É bom lembrar que essa ideia não tem boa origem. Isto é
da ditadura Vargas, da Constituição de 1937, que chamavam de polaca.
Cassava-se decisão do Supremo por decreto e foi cassado. É bom ter essa
lembrança quando alguém for pensar nisso, pois tem uma má história no
constitucionalismo brasileiro”, disse Gilmar.
A declaração do ministro foi feita após visita à Frente Parlamentar
do Comércio e Serviço, que é presidida pelo deputado Domingos Sávio
(PL-MG). O parlamentar é um dos autores da PEC que busca conferir poder
ao Congresso para reverter qualquer tipo de decisão do STF que
“extrapole os limites constitucionais” na interpretação da maioria dos
deputados e senadores. Gilmar se sentou ao lado de Sávio, com quem
trocou elogios por causa do convite para palestrar ao grupo.
A PEC foi apresentado por Sávio na esteira da crise entre o Congresso e o STF provocada pela invalidação da tese de marco temporal para
demarcação das terras indígenas pelos ministros. O texto contra a
atuação dos ministros foi uma das medidas que se somou à paralisação da
pauta de votações da Câmara e do Senado em resposta às decisões recentes
da Suprema Corte.
Ministro sinaliza contra proposta de Lira para limitar quem pode acionar o STF
O ministro, por sua vez, argumentou que a judicialização dos temas
discutidos no Congresso é um “problema político” provocado pelos
próprios parlamentares, mas que não tem efeitos necessariamente
negativos. Ele citou que a maioria das ações analisadas pelo STF sobre a
pandemia de covid-19 foi apresentada por partidos como PSOL e Rede
Sustentabilidade, que ainda lutam para cumprir a cláusula de barreiras.
“É preciso olhar com muito cuidado como isso reflete no papel das
minorias”, disse.
Durante a conversa com os parlamentares, Gilmar citou que o modelo de
provocação ao STF adotado pela ditadura militar, quando somente o
procurador-geral da República podia acionar os ministros, gerou
concentração de poder excessiva. “Isso levou a abusos e por isso se
optou por um modelo mais aberto”, afirmou.
RIO DE JANEIRO (Reuters) -A agência de espionagem israelense Mossad
trabalhou com os serviços de segurança brasileiros e outras agências
internacionais para frustrar um ataque a judeus no Brasil, planejado
pelo grupo militante Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, disse o gabinete
do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta
quarta-feira.
A Polícia Federal disse em um comunicado que prendeu duas pessoas,
cujos nomes não foram divulgados, sob acusações de terrorismo em São
Paulo. Eles também cumpriram mandados de busca e apreensão nos Estados
de São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.
O Mossad agradeceu aos serviços de segurança brasileiros pelo seu papel em ajudar a impedir o ataque.
“Os serviços de segurança do Brasil, juntamente com o Mossad e…
outras agências internacionais de segurança e fiscalização, frustraram
um ataque terrorista no Brasil, que foi planejado pela organização
terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo regime iraniano”,
afirmou.
O Mossad disse que a “célula terrorista… era operada pelo Hezbollah
para realizar um ataque contra alvos israelenses e judeus no Brasil”.
O Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irã no Líbano, não pôde ser
contatado de imediato para comentar o assunto, nem o governo iraniano.
O Brasil tem relativamente pouca história de extremismo doméstico.
Em 2017, oito homens brasileiros com ligações ao Estado Islâmico
foram condenados por planejarem ataques durante as Olimpíadas do Rio de
2016, após uma denúncia do FBI norte-americano.
Em 2021, o Departamento do Tesouro dos EUA designou três homens no
Brasil como membros de uma rede afiliada à Al Qaeda. As autoridades dos
EUA também acompanham de perto a região da Tríplice Fronteira entre
Brasil, Argentina e Paraguai, que abriga uma grande comunidade da
diáspora libanesa e uma base para grupos de contrabando e outros grupos
do crime organizado.
A operação da Polícia Federal ocorre em meio a crescentes
preocupações com a segurança global, após o ataque de 7 de outubro do
Hamas ao sul de Israel e o subsequente bombardeio da Faixa de Gaza pelos
militares israelenses.
Líderes judaicos disseram à Reuters no mês passado que notaram um
aumento no discurso antissemita na internet em meio a um aumento global
mais amplo de antissemitismo desde que o conflito começou.
“Acompanhamos com apreensão e preocupação esta operação da Polícia
Federal no dia de hoje. O Brasil não tem histórico de terrorismo e
esperamos que o conflito no Oriente Médio não seja importado para cá”,
disse Ricardo Berkiensztat, presidente-executivo da Federação Israelita
de São Paulo.
O Hezbollah foi criado pela Guarda Revolucionária do Irã em 1982 para
combater as forças israelenses que invadiram o Líbano. O poderoso grupo
fortemente armado tem assentos no Parlamento e no governo e atua como
ponta de lança do Irã no Líbano e na região.
Desde o ataque de 7 de outubro, o Hezbollah tem enfrentado as forças
israelenses ao longo da fronteira, na escalada mais mortal desde que
travou uma guerra com Israel em 2006.
O Hezbollah foi designado como organização terrorista pela Argentina,
Reino Unido, Canadá, Alemanha, Honduras e Estados Unidos, bem como pela
maioria dos Estados do Golfo aliados dos EUA. O ex-presidente Jair
Bolsonaro disse em 2019 que planejava rotular o Hezbollah também como
organização terrorista, mas isso não se concretizou.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Stargardter; reportagem
adicional de Steven Grattan em São Paulo, Lisandra Paraguassu em
Brasília e James Mackenzie em Jerusalém)
O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Manuel Palácios, disse nesta 4ª feira (8.nov.2023) que os candidatos do Enem não precisam concordar com os temas abordados na prova, apenas “compreender um determinado texto“. A declaração foi feita depois de a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) pedir a anulação de duas questões do exame deste ano que continham críticas ao agronegócio.
“Ninguém precisa concordar com o suporte do item, nem o item está
perguntando se o estudante concorda. A questão quer saber se o
estudante é capaz de compreender um determinado texto”, afirmou Palácios em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
O presidente do órgão responsável pela elaboração do exame afirmou,
ainda, que a prova deste ano foi elaborada por professores
universitários selecionados em edital de 2020, durante o governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Os professores selecionados por critérios públicos abordam
textos que têm circulação na vida brasileira, na universidade, nas
escolas, na vida científica. Ninguém precisa concordar”, declarou.
A polêmica gira em torno de duas questões da 1ª etapa do Enem 2023,
realizado no último domingo (5.out.2023). No item 89 da prova, o
enunciado abordava a territorialização do agronegócio. A questão dizia
que o fenômeno “subordina homens e mulheres à lógica do mercado”, além de colaborar para a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
Já um texto no item 70 da mesma prova diz que a relação entre o crescimento do desmatamento com a expansão da soja é “evidente”, além de afirmar que a “lógica que gera o desmatamento está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas”.
“A vinculação de crimes a atividades legais no Brasil é um
critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no
desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a
ilegalidades”, afirmou a Frente Parlamentar da Agropecuária em nota que pedia a anulação das questões.
Palácios, no entanto, afirmou que as questões só podem ser anuladas caso prejudiquem os candidatos em algum sentido.
“O que justifica a anulação é o caso de um item não ter uma
resposta correta bem construída, ou se ele não produz informação
relacionada efetivamente com a habilidade avaliada, que é parte do
currículo”, disse o presidente do Inep.
Palácios deve ir nesta 4ª feira (8.nov) à Comissão de Educação da
Câmara dos Deputados para responder aos questionamentos. A FPA informou
que também pedirá a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana (PT).
O Brasil com sua rica cultura de café e paixão pela bebida, pode
parecer um terreno fértil para qualquer marca de café, especialmente uma
gigante global como a Starbucks. No entanto, a realidade é que o
mercado brasileiro provou ser um ambiente notoriamente desafiador para
os negócios, mesmo para uma marca de renome internacional. O pedido de
recuperação judicial da SouthRock Capital, empresa que administra a
Starbucks no Brasil, lança luz sobre os obstáculos que a marca enfrentou
no país e nos leva a questionar: como o Brasil conseguiu “quebrar” a
Starbucks?
Crise Econômica Brasileira: Uma Xícara Amarga
A crise econômica que abalou o Brasil nos últimos anos desempenhou um
papel crucial no declínio da Starbucks no país. Com a recessão
econômica, muitos brasileiros se viram forçados a apertar o cinto
financeiro. Isso incluiu cortar gastos supérfluos, como um café de uma
marca internacional. Além disso, a desvalorização do real em relação ao
dólar tornou os produtos da Starbucks ainda mais caros para os
consumidores locais, criando um sabor amargo em cada xícara.
Concorrência Acirrada: A Dança das Cafeterias
O Brasil é um país que abraça sua paixão pelo café, e isso se traduz
em um mercado altamente competitivo. Nos últimos anos, diversas marcas
de café locais emergiram, oferecendo produtos de alta qualidade a preços
mais acessíveis. Muitas dessas marcas conseguiram conquistar a
confiança dos consumidores, criando uma dança agitada no cenário das
cafeterias. O tradicional “cafezinho” ganhou novos ritmos e sabores.
Marcas como Kopenhagen, Nespresso, Havana e The Coffee se expandiram e
conquistaram a preferência dos consumidores em busca de experiências
premium.
Problemas Internos de Adaptação: Um Cardápio Desafinado
Além dos desafios externos, a Starbucks enfrentou problemas internos
que a impediram de se encaixar perfeitamente no mercado brasileiro. A
empresa falhou em sintonizar seu cardápio com o gosto local. Manteve o
mesmo cardápio e estratégia de marketing usados em outros países, o que
resultou em uma experiência desconexa para os consumidores brasileiros,
que muitas vezes preferem sabores e opções diferentes.
Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?
A Pandemia do Coronavírus: Quando a Tormenta Chegou
A pandemia do coronavírus, que afetou o globo, também lançou sua
sombra sobre a Starbucks no Brasil. As medidas de isolamento social
reduziram drasticamente o tráfego de clientes nas lojas físicas,
forçando a empresa a uma rápida adaptação a novos formatos de
atendimento, como o delivery. No entanto, essas mudanças, embora
corajosas, não conseguiram compensar as perdas de receita.
Endividamento Elevado: Uma Sombra Antes da Tempestade
Um desafio adicional que a Starbucks no Brasil enfrentou foi o
endividamento elevado. Antes mesmo da pandemia, o grupo já estava em uma
situação financeira delicada devido à expansão da marca no país. O
crescimento rápido demandou grandes investimentos, e o endividamento se
acumulou, lançando uma sombra sobre a empresa. Com a falta de
crescimento de receita, a tempestade perfeita estava se formando.
Uma Lição de Café Amargo
A história da Starbucks no Brasil serve como um lembrete de que mesmo
as marcas globais podem encontrar obstáculos inesperados em mercados
altamente competitivos e em constante mudança. A paixão do Brasil pelo
café é uma tradição que requer respeito, inovação e adaptação para
sobreviver e prosperar.
Para a Starbucks se recuperar e reconquistar seu lugar no coração dos
brasileiros, será fundamental uma adaptação estratégica ao mercado
local, a oferta de produtos mais alinhados às preferências dos
consumidores, investimentos em tecnologia e inovação, além da busca por
eficiência operacional. O mercado de café no Brasil continua a ser
robusto e apaixonado, e, com a estratégia certa, a Starbucks ainda pode
encontrar seu lugar entre os amantes do café no país. No entanto, esse
processo exigirá uma abordagem cuidadosa e sensível às nuances do
mercado brasileiro, onde até mesmo uma xícara de café é carregada de
história e tradição.
Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?
Guilherme Dias – Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG)
Eu vejo todos os dias o anunciante separando seus R$ 10.000,00 pra
fazer uma campanha no rádio, R$ 3.000,00 para sair em uma revista local,
pelo menos R$ 9.000,00 para fazer uns 3 pontos de mídia exterior, mas
na hora de tirar o escorpião do bolso pra comprar mídia online, qualquer
“milão” é “caro demais”.
Eu sinceramente não sei de onde veio este mito de que fazer anúncios
na internet merece menos atenção financeira do que outros meios. A
lógica deveria ser justamente a inversa.
Nenhum outro tipo de mídia retém tanta atenção do público comprador como na internet.
O Brasil é o terceiro país do mundo onde as pessoas mais ficam
conectadas, passando mais de 10 horas por dia online (DEZ HORAS POR
DIA!).
Ficamos atrás apenas de África do Sul e Filipinas.
Qual outra mídia prende a atenção das pessoas por DEZ HORAS?
Qual outra mídia pode colocar sua marca literalmente na mão do seu cliente ideal?
Qual outra mídia pode colocar sua marca na mão do seu cliente no EXATO momento que ele está propenso a fazer uma compra?
Qual outra mídia pode rastrear, seguir o seu cliente de acordo com os hábitos de consumo dele?
Qual outra mídia pode segmentar um anúncio de acordo com os interesses, medos, desejos, ações, intenções…
Qual outra mídia pode oferecer um contato com seu cliente ideal 24 horas por dia, 7 dias por semana?
Absolutamente nenhuma além da internet.
E agora, me conta…qual o motivo da internet receber menos investimento comparado à mídia tradicional?
Marketing Digital é barato, mas não é de graça.
Vamos fazer uma conta de padaria:
Quanto custa imprimir 1.000 flyers (folhetos) e distribuir no sinal?
Papel couchè brilho 90g 4×4 cores, em gráfica de internet (qualidade bem meia boca), com frete sai em torno de R$ 250,00.
Para a distribuição, você não vai encontrar quem faça por menos de R$ 70 a diária.
Você não tem a garantia de entrega. Já ví muito “panfleteiro” jogando
metade do material no bueiro, ou entregando 2 de uma vez só em cada
carro. Mas vamos tirar essa margem da conta.
Estamos falando de R$ 320 para 1 mil impactos.
Hoje estava otimizando uma campanha de Instagram, da minha conta
pessoal, e o meu CPM (custo por mil impressões) estava girando em torno
de R$ 5,51.
Ou seja cerca de 1,72% do valor de uma ação de rua com flyer.
Essa lógica pode ser aplicada a qualquer meio de comunicação tradicional, seja rádio, tv, outdoor, busdoor…
E a conta também deve ser levada em consideração além dos anúncios de Google, LinekedIN, Facebook, Instagram e TikTok.
Banners em portais e publieditoriais, este último ainda pouco
explorado por pequenos e médios anunciantes, também apresentam números
disparados na frente do marketing tradicional.
Então, quando você se perguntar se está tendo ou não resultados com mídia online, pense nessa continha.
Marketing digital, em comparação, é barato sim, mas será que você
deveria deixar a menor faixa de verba do seu orçamento de marketing para
o meio de vendas MAIS PODEROSO QUE EXISTE?
Deixo a reflexão.
Preferências de Publicidade e Propaganda
Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago
Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para
divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais
veículos de propaganda você tem preferência?
Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das
empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros
meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.
Vantagens da Propaganda no Rádio Offline
Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio
funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa
ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.
É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda
existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou
produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio
funciona bem demais!
De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas
vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender
que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará
entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim,
concretizar suas vendas.
Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline
Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que
costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no
rádio. Frequentemente, os rádios também são usados como ruído de
fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles
também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o
ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo
quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao
usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,
A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade
para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de
marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por
mês.
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Juntamente com Altair Vilar, presidente do Cartão de TODOS, o
empresário residente em Ipatinga (MG), lançou em São Paulo, no dia
07/11, Allp Home, que pretende ser a maior plataforma para exercícios em
casa do Brasil, com assinaturas a partir de R$ 0,99
Anderson Franco, CEO da Allp Fit, rede de academias de sucesso no
Sudeste, e Altair Vilar, presidente do Cartão de TODOS, estão unindo
forças para lançar a mais completa solução fitness do mercado. O
aplicativo Allp Home tem como objetivo levar a cultura de exercícios
para o conforto das casas brasileiras e torná-la acessível a todos os
públicos, com assinaturas a partir de R$0,99.
O evento de lançamento da mais completa solução “all in one”
fitness do país ocorreu nesta terça-feira, 07 de novembro, na sede do
hub de comunicação Gotcha, na Vila Olímpia. A programação do evento
conta com a participação dos empresários e Roberth Rezende, professor de
educação física e personal trainer responsável pela metodologia
aplicada ao app e que, também, fará a apresentação do projeto no dia 08,
de forma online, junto aos professores da plataforma.
O aplicativo Allp Home oferece uma experiência abrangente e inovadora
para aprimorar a saúde e o bem-estar, inaugurando o conceito de
academia em casa. Com seu Programa de Gamificação, os usuários são
incentivados a se envolverem ativamente em exercícios físicos, sendo
recompensados com pontos que podem ser trocados por cashback, cupons de
desconto e ingressos em empresas parceiras.
No campo dos treinos, a plataforma oferta uma ampla gama de opções,
desde treinos em casa, com aparelhos, exercícios localizados, até
módulos especializados para ganho de massa e queima prolongada de
gordura. O aplicativo também fornece suporte especializado e acesso à
comunidade. Além disso, o plano premium de R$ 4,99 mensais amplia as
possibilidades, oferecendo um protocolo anti-flacidez, treinos ao vivo,
segmentos específicos como Allp Dance e Allp Fight, planejamento
alimentar personalizado, um e-book de receitas saudáveis e saborosas,
assim como contato direto com especialistas.
Com objetivo central de promover a inclusão social e oferecer
serviços de excelência em saúde e fitness a preços extremamente
acessíveis, a Allp Home busca elevar a autoestima e melhorar a qualidade
de vida de pessoas de todas as classes sociais. Os idealizadores
acreditam que o bem-estar físico e mental são direitos de todos e estão
comprometidos em tornar isso uma realidade por meio de soluções que se
encaixam no orçamento de qualquer pessoa.
Investimento e projeções
Até o momento, o investimento na Allp Home já ultrapassa os R$
300.000,00, com previsão de investir mais R$ 2 milhões até o final de
2024. As projeções da empresa são igualmente ousadas, com uma
expectativa de 2,5 milhões de usuários até o final do ano que vem e um
faturamento médio de 6 milhões de reais por mês.
Diante do ambicioso cenário, Anderson Franco destaca a importância do
conceito de Administração Solidária (filosofia por trás do Cartão de
TODOS) no mundo fitness e do bem-estar. “A mensalidade de menos de um
real é a nossa contribuição social para todas as pessoas que encontram
empecilhos e contratempos na hora de conquistar uma vida saudável. A
Allp Home foi desenhada para todo tipo de realidade e rotina, por meio
de um app de excelência a um preço muito competitivo. Queremos
chacoalhar as bases, o acesso e mercado fitness no Brasil com nossa
iniciativa”, destaca o CEO.
Atualmente, Anderson Franco é o maior multifranqueado da TODOS
Empreendimentos, grupo com diversas unidades de negócios e mais de mil
franquias em todo o Brasil. O empresário é fundador da rede de academias
Allp Fit. A franquia segue o conceito “top to all”, criado por ele para
definir a proposta do negócio: uma estrutura de alto padrão mas com
preços acessíveis para todos os públicos. Ao todo, são vinte unidades
abertas e mais de sessenta mil alunos atendidos, até o momento.
História por IDIANA TOMAZELLI E THAÍSA OLIVEIRA • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Reforma Tributária avançou mais uma
etapa no Senado Federal com a aprovação da PEC (proposta de emenda à
Constituição) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nesta
terça-feira (7).
O placar do texto-base foi de 20 votos a 6, em uma demonstração de
apoio expressivo ao parecer do relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM).
Nas últimas semanas, ele ampliou as exceções e elevou de R$ 40 bilhões
para R$ 60 bilhões o repasse anual que a União precisará fazer aos
estados para que eles consigam financiar a atração de investimentos
locais após a reforma.
A comissão rejeitou outras seis mudanças adicionais solicitadas por
meio de destaque. Agora, proposta precisa ser votada em dois turnos no
plenário do Senado, o que está previsto para ocorrer nesta quarta (8).
Se aprovada, a PEC deve passar novamente pelo crivo dos deputados, já
que sofreu alterações.
Para angariar apoio político, o relator aceitou novas emendas
parlamentares horas antes da votação. As alterações têm impacto para
famílias de baixa renda, para setores econômicos e para estados e
municípios, mas mantêm a espinha dorsal da reforma.
Braga ressaltou que as mudanças foram acordadas com o Executivo.
“Isso tudo foi discutido com o ministro da Fazenda [Fernando Haddad],
com o governo e com os senadores que compõem a CCJ”, disse.
“O relatório não é uma obra de arte perfeita, mas, na democracia é a
construção possível, principalmente na correlação de forças da
democracia. Esta é a primeira Reforma Tributária que o Brasil constrói
em regime democrático, o que é muito difícil.”
Além dos ajustes no texto, o governo também deflagrou uma estratégia
de articulação. Após derrotas importantes sofridas na Casa, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em campo na véspera da votação e
conversou com lideranças do Senado no Palácio do Planalto.
Apesar do risco remoto de rejeição a uma proposta tão relevante
quanto a Reforma Tributária, o chefe do Executivo recebeu o alerta de
aliados sobre a necessidade de fazer um gesto de aproximação aos
senadores, que vinham relatando incômodo com a falta de envolvimento do
Planalto nas negociações.
No encontro, segundo relatos, o presidente pediu votos e reforçou a
mensagem de que a reforma é uma agenda estratégica para o governo. Já
Haddad defendeu a pauta econômica de forma mais abrangente, ressaltando a
importância de aprovar também as medidas que podem incrementar a
arrecadação em 2024.
Além da atuação direta do presidente, o secretário extraordinário da
Reforma Tributária, Bernard Appy, chegou pouco antes das 9h ao Senado.
Appy acompanhou toda a sessão da CCJ junto com assessores e dialogou com
parlamentares sobre as alterações de última hora, repetindo o ritual
adotado desde a apreciação da PEC na Câmara.
Um dos principais ajustes de texto foi feito na chamada transição
federativa, que vai durar 50 anos e compreende a redistribuição de
receitas entre estados e municípios para evitar oscilações abruptas após
a migração da cobrança dos tributos da origem (onde bens e serviços são
produzidos) para o destino (onde ocorre o consumo).
Essa transição é invisível ao contribuinte, mas tem bastante peso e
relevância para o planejamento fiscal dos governos regionais.
Na versão inicial do texto, estados e municípios poderiam manter
patamar de receitas semelhante ao atual independentemente de esforço
para fiscalizar o cumprimento da nova legislação ou do seu desempenho
econômico permitindo que alguns pegassem “carona” na eficiência dos
demais.
Por isso, o relator incluiu um fator de ajuste para premiar os entes
que forem mais eficientes e conseguirem ampliar sua fatia no bolo total
de receitas, como antecipou a Folha de S.Paulo.
Braga também incluiu um cashback (devolução de tributo pago)
obrigatório para famílias de baixa renda na aquisição do gás de botijão.
Na primeira versão, o reembolso já era compulsório para a conta de luz.
O relator ainda ampliou o escopo da prorrogação de benefícios fiscais
a montadoras do Nordeste, Norte e Centro-Oeste para contemplar também
automóveis flex (movidos a etanol e gasolina) e manteve a isenção para
compra de veículos por pessoas com deficiência, transtorno do espectro
autista ou por taxistas.
Braga também fez um aceno aos estados do Centro-Oeste, permitindo que
eles mantenham a taxação de produtos primários e semielaborados (como
commodities agrícolas e minerais) até 31 de dezembro de 2043. Essa
mudança é uma forma de compensá-los pela fatia menor no FNDR (Fundo
Nacional de Desenvolvimento Regional).
Desde o início da atual gestão, Haddad elegeu a Reforma Tributária como uma das prioridades da agenda econômica.
A proposta aprovada na CCJ prevê a fusão de PIS, Cofins e IPI
(tributos federais), ICMS (estadual) e ISS (municipal) em um IVA
(Imposto sobre Valor Agregado).
O sistema será dual: uma parcela da alíquota será administrada pelo
governo federal por meio da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e a
outra, por estados e municípios pelo IBS (Imposto sobre Bens e
Serviços).
Também será criado um Imposto Seletivo sobre bens e serviços
considerados prejudiciais à saúde (como cigarros e bebidas alcoólicas)
ou ao ambiente, à exceção dos produzidos na Zona Franca de Manaus.
A implementação dos novos tributos começará em 2026, com uma alíquota teste de 0,9% para a CBS e de 0,1% para o IBS.
Em 2027, PIS e Cofins serão completamente extintos e substituídos
pela nova alíquota de referência da CBS. As alíquotas do IPI também
seriam zeradas para a entrada em vigor do Imposto Seletivo.
A migração dos impostos estaduais e municipais para o novo IBS será
mais gradual. Até 2028, a cobrança se manterá em 0,1% dividida em duas
alíquotas de 0,05%, uma estadual e outra municipal.
Em 2029, a cobrança de ICMS e ISS passa a ser reduzida em 1/10 por
ano até 2032. Em 2033, os impostos atuais serão totalmente extintos.
As alíquotas definitivas de cada tributo serão detalhadas depois, em
lei complementar, mas estimativas do governo indicam que a cobrança
total do novo IVA deve ficar entre 26,9% e 27,5% já contando com o
efeito das exceções adicionais incorporadas por Braga em seu parecer.
A alíquota padrão vai incidir sobre a maior parte do consumo de bens e
serviços no país. Se confirmados os cálculos do governo, ela tende a
ser uma das mais elevadas entre os 174 países que adotam o modelo IVA
para tributar o consumo.
A reforma ainda prevê alíquota zero para itens da chamada Cesta
Básica Nacional, uma relação mais restrita de itens essenciais
consumidos pelas famílias brasileiras.
Há outras duas categorias de alíquotas. A primeira é a reduzida,
equivalente a 40% do valor cheio, aplicável a bens e serviços como
saúde, educação, medicamentos, transporte coletivo urbano, semiurbano e
metropolitano, além da cesta básica estendida (que inclui outros
produtos alimentícios e de higiene não contemplados pela isenção).
A segunda é a intermediária, equivalente a 70% da cobrança integral,
válida para profissionais liberais de categorias regulamentadas, como
advogados, engenheiros e contadores, que estejam fora do Simples
Nacional na prática, profissionais que faturam mais de R$ 4,8 milhões
ao ano.
Algumas das exceções, como saúde e educação, são também comuns em
outros países que adotam o modelo IVA. Outras, no entanto, foram vistas
pelo próprio governo como problemáticas. O tratamento diferenciado para
profissionais liberais, por exemplo, não tem paralelo no mundo, segundo
técnicos do Executivo e especialistas.
O texto aprovado ainda manteve regimes específicos aprovados pela
Câmara, como combustíveis e serviços financeiros, e incluiu no rol de
atividades agências de viagens e turismo, serviços de saneamento e de
concessão de rodovias, além de operações que envolvam a disponibilização
de estrutura compartilhada em telecomunicações.
A parcela dos serviços de transporte intermunicipal e interestadual
também ficará num regime específico, o que acabará sendo mais vantajoso
para o governo do que o tratamento anterior, com alíquota reduzida que
poderia acabar gerando uma carga negativa, dada a quantidade elevada de
créditos acumulados por essas companhias.
O texto ainda prevê uma reavaliação da conveniência de todos esses regimes a cada cinco anos.
Apesar das flexibilizações no texto, grande parte dos economistas
defende a aprovação da reforma. Uma das vantagens do novo modelo é a
redução significativa da tributação em cascata.
Com a PEC, as empresas poderão fazer uso mais amplo dos tributos
pagos na aquisição de insumos como créditos para abater do valor a ser
recolhido na comercialização de seus produtos ou serviços. Hoje, esse
processo tem um alcance bem mais limitado, o que acaba fazendo com que
as companhias paguem imposto sobre imposto.
Durante a tramitação no Senado, Braga ainda inseriu uma trava: a
carga sobre o consumo não poderá ser maior do que a média observada
entre 2012 e 2021 um patamar próximo a 12,5% do PIB (Produto Interno
Bruto).
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o relator defendeu o mecanismo como
uma forma de evitar aumento da carga para financiar expansão de
despesas do governo, sobretudo em momentos de menor dinamismo da
atividade econômica. “Se o [crescimento do] PIB for zero, amigo, vai ter
que cortar gasto, porque não vai poder esticar a corda em cima do
contribuinte”, disse Braga no início do mês.
ENTENDA A REFORMA TRIBUTÁRIA SOBRE O CONSUMO
Tributos extintos
– IPI (federal)
– PIS (federal)
– Cofins (federal)
– ICMS (estadual)
– ISS (municipal)
TRIBUTOS CRIADOS
– CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), na esfera federal
– IBS (o Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal
– Imposto Seletivo (sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente)
– A Cide, já existente, passa a poder incidir sobre importação,
produção ou comercialização de bens que também tenham industrialização
incentivada na Zona Franca de Manaus
OPERAÇÕES TRIBUTADAS PELA CBS E PELO IBS
– Serviços, bens (materiais ou imateriais) e direitos, inclusive nas importações
– Não incidem sobre exportações, com previsão de devolução do tributo pago pelo exportador sobre insumos
ALÍQUOTAS
– Padrão: deve ficar entre 26,9% e 27,5%, segundo cálculos da Fazenda
– Intermediária: 70% da padrão, concedida a profissionais liberais de
categorias regulamentadas (ex: advogados, engenheiros, contadores).
– Reduzida: 40% da padrão, válida para as seguintes atividades:
– serviços de educação
– serviços de saúde
– dispositivos médicos
– dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência
– medicamentos
– produtos de cuidados básicos à saúde menstrual
– serviços de transporte coletivo rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano
– produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura
– insumos agropecuários e aquícolas
– alimentos destinados ao consumo humano
– produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda
– produções artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunicação institucional
– bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética
OUTRAS REDUÇÕES AUTORIZADAS EM LEI COMPLEMENTAR:
– Isenção para transporte coletivo
– Redução de 100% da alíquota total para medicamentos, dispositivos
médicos e de acessibilidade para pessoas com deficiência, produtos de
cuidados básicos à – saúde menstrual, além de produtos hortícolas,
frutas e ovos (Cesta Básica Nacional)
– Redução de 100% da alíquota total para automóveis de passageiros
adquiridos por pessoas com deficiência, pessoas com transtorno do
espectro autista ou por motoristas profissionais que destinem o
automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi)
– Isenção ou redução em até 100% das alíquotas dos tributos para
atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas
críticas de recuperação e reconversão urbanística
– Redução em 100% da alíquota da CBS incidente sobre o Prouni e sobre
serviços prestados por entidades de inovação, ciência e tecnologia sem
fins lucrativos.
– Limite de receita anual de R$ 3,6 milhões para que o produtor rural pessoa física ou jurídica possa não pagar IBS e CBS
REGIMES ESPECÍFICOS
– combustíveis e lubrificantes
– serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de
assistência à saúde e concursos de prognósticos (loterias e apostas)
SOCIEDADES COOPERATIVAS
– serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos,
agências de viagens e turismo, bares e restaurantes, atividade esportiva
desenvolvida por Sociedade Anônima do Futebol e aviação regional
– operações alcançadas por tratado ou convenção internacional
– serviços de saneamento e de concessão de rodovias
– serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário intermunicipal e interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo
– operações que envolvam a disponibilização da estrutura compartilhada dos serviços de telecomunicações
CASHBACK
Possibilidade de devolução de tributos a pessoas físicas, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda
Mecanismo será obrigatório para conta de luz e gás de botijão, focado em famílias de baixa renda
FUNDOS
– Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, com recursos da União
para estados, para financiar instrumentos de incentivo à atividade local
(valor inicial de R$ 8 bilhões em 2029, chegando a R$ 60 bilhões anuais
a partir de 2043)
– Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do
Amazonas, com recursos da União (a ser detalhado em lei complementar)
– Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiros-fiscais
do ICMS, destinado a compensar benefícios já concedidos a empresas e
convalidados até 2032. Receberá R$ 160 bilhões da União entre 2025 e
2032.
GESTÃO DO IBS
– Texto cria Comitê Gestor do IBS, estrutura semelhante à que já existe no Simples Nacional
– Membros: 27 representantes dos estados e do Distrito Federal, mais
27 membros representando o conjunto dos municípios e do DF (sendo 14
deles eleitos por maioria de votos e 13 deles por votos de municípios
ponderados pelas respectivas populações)
Eduardo Zeferino Englert, de 42 anos, foi acusado de ser um dos integrantes do acampamento do Quartel-General do Exército em Brasília,
mas após a sua defesa argumentar que ele não estava lá, o seu
julgamento foi zerado e marcado para ser realizado novamente no próximo
dia 17 de novembro.
Englert é um dos réus acusados de participar dos ataques aos Três
Poderes. Em sua sentença, Moraes propôs que ele fosse condenado a 17
anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição
violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano
qualificado.
No seu voto, Moraes pontuou que “está comprovado” a participação do
réu “como participante e integrante das caravanas que estavam no
acampamento do QG do Exército naquele fim de semana”.
Porém, o advogado de Eduardo, Marcos Vinicius Rodrigues de Azevedo,
entrou com uma petição no último dia 31 de outubro afirmando que o
acusado tinha chegado na capital federal no início da tarde do 8 de
janeiro e, portanto, não poderia ter sido um integrante do acampamento
nos dias anteriores.
“O laudo pericial, neste ponto, confirma o que foi relatado pelo réu
em audiência, de modo a ratificar a saída do réu de Santa Maria, RS em
6/1/2023 e a chegada em Brasília em 8/1/2023, às 13h45min no CTG [
Centro de Tradições Gaúchas] Jayme Caetano Braun, onde ficou por uma
hora, sem qualquer passagem pelo Quartel General do Exército”, afirmou a
defesa na petição.
Julgamento será refeito do zero no STF
Por conta da divergência, Moraes decidiu pedir destaque do processo e
anulou as votações que já haviam sido feitas pelos outros ministros.
Havia dois votos a favor de condenar Englert por participar dos atos de 8
de janeiro. O placar foi zerado, e o julgamento agora será feito
presencialmente no plenário do STF.
Com a suspensão, Moraes terá que apresentar um novo voto sobre o caso. O ministro Cristiano Zanin, que havia acompanhado o voto do ministro, também terá que externar novamente seu posicionamento sobre a ação.