SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), rejeitou a pecha de bolsonarista nesta segunda-feira (6) e
negou mal-estar com o STF (Supremo Tribunal Federal) e o governo. Apesar
disso, tem capitaneado uma série de iniciativas contra a corte na Casa,
na qual o Planalto já sofreu derrotas simbólicas.
Em relação ao tribunal, tem feito declarações em favor de mandato aos
ministros e sinaliza pautar a votação de uma PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) limitando os pedidos de vista e as decisões monocráticas.
Já o governo viu no Senado a rejeição do nome do defensor público
Igor Roque para o comando da DPU (Defensoria Pública da União) por 38
votos contra e 35 a favor placar surpreendente até mesmo para a
oposição.
Pacheco tenta acenar aos conservadores e bolsonaristas para um
sucessor na presidência do Senado em 2025, e também para pleito de 2026,
onde é cogitado na disputa ao Governo de Minas Gerais.
Veja contradições entre discurso de Pacheco e a realidade na disputa entre Congresso Nacional e STF:
AGENDA ANTI-STF
Após a ministra aposentada Rosa Weber pautar ações consideradas
polêmicas no Supremo, Pacheco passou a apoiar pautas contra a corte que
são identificadas com senadores ligados a Bolsonaro.
O presidente do Senado protocolou uma PEC proibindo o porte e a posse
de qualquer droga em resposta ao julgamento da descriminalização de
substâncias para uso pessoal. Depois, passou a defender que os ministros
do Supremo tenham mandato.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado ainda aprovou, a
toque de caixa, PEC limitando as decisões monocráticas e pedidos de
vista em tribunais superiores. Agora o texto vai ao plenário, e Pacheco
tem sinalizado que o levará à votação.
Ele afirmou nesta segunda que as críticas à proposta que limita
decisões monocráticas vêm de pessoas que não conhecem o texto e afirmou
ver como “muito pobre” a ideia de que as discussões são um aceno à
extrema direita afirmação feita pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
ELOGIOS DE BOLSONARO E CRÍTICAS DE GILMAR
Em meio à ofensiva contra a atuação do STF, o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) elogiou Pacheco ao discursar para parlamentares da
bancada ruralista pelas declarações e propostas em trâmite no Senado.
“A questão do desequilíbrio entre os Poderes. Tive a notícia, agora
há pouco, que uma certa proposta vai à frente no Senado, parabéns ao
presidente do Senado”, afirmou o ex-presidente no último dia 24.
Já Gilmar Mendes reagiu à declaração do presidente da Casa sobre a
criação de mandato para membros do Supremo e afirmou que “pelo que se
fala, a proposta se fará acompanhar do loteamento das vagas, em proveito
de certos órgãos”.
Em debate com participação de Pacheco, no último dia 14, Gilmar fez
novas críticas e afirmou que a corte foi uma das responsáveis pela
efetivar a eleição de Lula (PT) no ano passado.
Ressaltou a necessidade de reformas entre os Poderes pensadas em
termos globais, com discussão até de sistema de governos e emendas
parlamentares. Também disse, brincando, que Pacheco seria “um grande
candidato ao Supremo”.
Nesta segunda-feira, Pacheco se esquivou do rótulo de bolsonarista ao
ser questionado sobre projetos em discussão na Casa que podem reverter
decisões do STF como o marco temporal e a descriminalização da maconha
ou mudar a própria composição da corte.
DERROTAS DO GOVERNO
Nesta segunda, Pacheco disse que os senadores não seriam
irresponsáveis de rejeitar uma indicação de Lula só para mandar recados.
Ele se referiu ao defensor público Igor Roque, barrado para o comando
da DPU por 38 votos contra e 35 a favor. A votação ocorreu há duas
semanas.
A rejeição de Igor Roque é lida como um alerta para o governo em um
processo de baixo interesse. As reclamações vão de falta de articulação
política às demandas dos membros do Senado, que vão da liberação de
emendas à nomeação de aliados no governo.
A Casa virou um campo minado para o Planalto, confirmando a dificuldade da administração petista em construir uma base sólida.
Outra derrota significativa ocorreu no fim de setembro com a
aprovação, por 43 a 21, de um projeto que regulamenta o marco temporal
para demarcação de terras indígenas. A tese havia sido declarada
inconstitucional pelo STF e foi pautada no Congresso em reação ao
Judiciário.
FUTURO POLÍTICO
O aumento da temperatura entre Pacheco e os outros Poderes tem a ver
com o futuro político do atual senador. Parlamentares observam um
esforço do presidente da Casa de se aproximar da oposição ao governo
Lula visando pavimentar o caminho para a eleição de seu sucessor em
2025.
Correligionários ainda avaliam que, embutido no cálculo de Pacheco,
está a necessidade de protagonismo mirando o seu próprio futuro político
em 2026, quando termina seu mandato no Senado. Dirigentes do PSD citam
desde já o nome do senador como uma opção forte para disputar o Governo
de Minas.
Em seu terceiro mandato, bafejado pela boa vontade que o destino lhe concede, o presidente Lulase mostra cada vez mais parecido com o bom (?) e velho Lula.
Como de costume, não demora um segundo antes de se desfazer de
promessas (não nomear um amigo para o STF), de abandonar plataformas
eleitorais (privilegiar mulheres em seu governo), de quebrar
expectativas (unir o País) e de insistir nos erros do passado (política
econômica de curtíssimo prazo).
Mantendo a tradição de politiqueiro titubeante e pouco confiável, o
chefão do PT abraça – sem pudor algum! – Arthur Lira, o todo-poderoso
Presidente da Câmara dos Deputados, concedendo-lhe verbas, cargos e
salários indiscriminados, em troca de votos, numa espécie de mensalão
oficial.
Rasga compromissos ideológicos que não lhe interessam, ainda que
custe resmungos dentro do partido, ao mesmo tempo em que mantém os mais
deploráveis conceitos históricos, como o fascínio por ditadores e
ditaduras e grupos terroristas como o Hamas, em detrimento de Israel e
Estados Unidos.
Mesmo com idade avançada, ainda se deixa seduzir por luxos e
mordomias (como um emergente deslumbrado), e até mesmo a busca por uma
aparência mais jovem entrou na pauta do velho Lula, que já não garante a
aposentadoria anunciada em 2022.
Sua assunção tácita pelo rombo fiscal não surpreende, e é apenas mais
uma amostra de que não esqueceu nada nem aprendeu nada. Inclusive,
corrobora a prática contumaz de traição, desta vez com Fernando Haddad,
de quem já fez poste e, agora, um bobo da corte.
O futuro a Deus pertence e ninguém tem bola de cristal, mas uma coisa
é certa, pois realmente imutável: o Pai do Ronaldinho dos Negócios
nasceu para encantador de serpentes e morrerá assim. Até porque,
convenhamos, é craque no assunto. Pra que mexer em time que está
ganhando, não é mesmo? Azar o nosso.
António Costa é alvo de investigação sobre concessões de minas de
lítio e projeto de usina de hidrogênio verde. Polícia prendeu seu chefe
de gabinete e realizou busca e apreensão em sua residência e em prédios
públicos.O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, pediu nesta
terça-feira (07/11) demissão do cargo, após ter seu nome envolvido em
uma investigação de corrupção relacionada a concessões de minas de lítio
e um projeto para uma usina de hidrogênio verde no país.
“Nestas circunstâncias, obviamente, apresentei minha renúncia à Vossa
Excelência, o presidente da República”, declarou o socialista em
discurso televisionado, no qual destacou que o cargo de
primeiro-ministro não é compatível com a “suspeita de qualquer ato
criminal”.
O anúncio de Costa foi feito horas após a polícia portuguesa ter
prendido seu chefe de gabinete e cumprido mandados de busca e apreensão
em prédios públicos e outras propriedades como parte da investigação,
inclusive na residência oficial do primeiro-ministro.
O Ministério Público informou que o Supremo Tribunal de Justiça
estava examinando o “uso do nome do primeiro-ministro e o seu
envolvimento para destravar” as práticas sob investigação.
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou o pedido de
demissão de Costa. Ele convocou os partidos representados na Assembleia
da República para um encontro nesta quarta-feira, e reunirá o conselho
de Estado na quinta-feira.
Premiê afirma ser inocente
Costa, que tem 62 anos e lidera Portugal desde 2015, defendeu sua
inocência e chorou ao agradecer à sua família pelo apoio ao longo dos
anos.
“Confio totalmente no sistema judiciário”, disse. “Quero dizer, olhos
nos olhos aos portugueses, que não me pesa na consciência a prática de
qualquer ato ilícito, ou sequer de qualquer ato censurável”.
Ele afirmou ainda que está “totalmente disponível para colaborar com a
Justiça em tudo o que entenda necessário para apurar toda a verdade,
seja sobre que matéria for”.
Chefe de gabinete detido
A polícia cumpriu mandados de prisão contra Vítor Escária, chefe de
gabinete de Costa, o presidente da Câmara de Sines e três outras
pessoas, com o objetivo de evitar fugas e preservar as provas, informou o
Ministério Público.
A Promotoria disse que o ministro da Infraestrutura, João Galamba, e o
chefe da agência ambiental do país também estavam entre os
investigados.
Os mandados de busca e apreensão envolveram prédios do Ministério do
Meio Ambiente, do Ministério da Infraestrutura, da Câmara de Sines,
casas e escritórios particulares.
A operação apura supostos atos ilícitos, corrupção de autoridades
eleitas e tráfico de influência relacionados a concessões de minas de
lítio perto da fronteira norte de Portugal com a Espanha e planos para
uma usina de hidrogênio verde e um centro de dados em Sines, na costa
sul.
O Ministério Público disse que a investigação concluiu que os
“investigados invocaram o nome do primeiro-ministro” para realizar suas
atividades supostamente ilícitas.
As minas de lítio e os projetos de hidrogênio verde de Portugal fazem parte do Acordo Verde promovido pela União Europeia.
Costa disse que não tinha nenhuma indicação prévia de que estava
sendo investigado pelas autoridades. “É uma etapa da vida que encerro de
cabeça erguida e com consciência tranquila”, afirmou.
Não se passaram nem três dias depois de o presidente Lula anunciar
que “enquanto eu for presidente não tem GLO [Garantia da Lei e Ordem]”, e
o governo promulgou… uma GLO.
Segundo o decreto presidencial, 3.700 militares do Exército, Marinha e
Aeronáutica vão ter poder de polícia nos aeroportos de Guarulhos e do
Galeão, nos portos do Rio de Janeiro, Itaguaí e Santos e nas vias de
acesso, além de uma faixa de 2.300 quilômetros nas fronteiras. A GLO vai
durar até maio de 2024.
O decreto foi uma resposta à ação de milicianos no Rio de Janeiro,
que incendiaram 35 ônibus, um trem e veículos de passeio em retaliação
pela morte de Faustão, Matheus da Silva Rezende, da milícia “Bonde do
Z”, a maior da zona oeste do Rio.
Há uma certa diferença, claro, entre as “GLOs” às quais se referia
Lula – ocupações de favelas durante meses a fio, nas quais o Exército
passa a controlar a segurança pública – e a atual, que limita a atuação
dos militares a fronteiras de entrada no país, posição mais fiel à
atribuição de “defesa”. E é louvável que Lula tenha decidido tirar de
vez os militares das favelas (“Não quero as Forças Armadas na favela
brigando com bandido”, disse). Este foi a marca do seu governo antes da
Copa e da Olimpíada, aprofundado por Dilma e Temer, como apontei no meu
livro Dano Colateral.
Afinal, foi por conta dessa ilusão de que os militares são os únicos
que conseguem conter situações de crise dentro do nosso território e
efetivamente garantir a lei e a ordem que muitos amalucados seguidores
de Jair Bolsonaro clamaram por um golpe de Estado em 8 de janeiro deste
ano.
Porém, a contradição entre o que disse o presidente e o que fez
apenas 72 horas depois demonstra que nosso ordenamento jurídico não
responde às nuances atuais do emprego das Forças Armadas, permitindo
apenas a GLO e ponto final. O artigo 142, amarrado pela Constituição de
1988, no qual pesou a mão do general Leônidas Pires, apenas mascarou a
“segurança interna” como “lei e ordem”. E discussões sobre sua reforma
pelo Congresso estacionaram devido ao inegável fato de que este governo –
assim como todos desde a redemocratização – não sabe o que fazer com
umas Forças Armadas cuja principal marca continua sendo a mácula do
golpismo histórico. Bolsonaro talvez tenha sido o presidente que mais
soube usar isso, para seu proveito próprio.
Por outro lado, a nova GLO demonstra que os militares seguem sendo
empregados em situações em que não existe plano algum. A coisa está
feia, chamem-se os militares.
Lula anunciou que haverá “um comitê de acompanhamento integrado” dos
ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio. Ficou a
promessa de que eles apresentarão um plano de modernização de atuação da
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Exército,
Aeronáutica e Marinha. Ou seja: os militares voltaram a entrar no foco
das discussões sobre segurança pública.
Para entender se a medida sobre portos e aeroportos é efetiva,
conversei com três especialistas em segurança pública do Rio de Janeiro,
que foram unânimes em dizer: isso não tem a menor chance de dar certo.
“É uma GLO envergonhada só nas ‘partes federais’ do Rio. No fim, é
uma medida apenas cosmética”, diz Cecília Olliveira, diretora do
Instituto Fogo Cruzado e jornalista com vasta experiência em cobertura
do crime organizado fluminense. “Mais um plano sem plano”, conclui.
Para Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e
Cidadania (CESeC), é “estranho” retirar o papel da PF nos portos e
aeroportos para colocar as Forças Armadas. “Ainda não está claro o que
soldados, sargentos e oficiais poderiam fazer, além de uma figuração
cenográfica, em portos e aeroportos. É exatamente nessas áreas que mais
se depende de investigação, inteligência e monitoramento de longo prazo,
e não de presença de força física.”
Ela avalia que o problema não é a entrada de armas longas, que não
são fabricadas no Brasil, mas que “no Rio de Janeiro já circulam
quantidades enormes de fuzis”. Experiências anteriores demonstram que
apreensões de armamentos dependem de investigação: escutas,
acompanhamentos de remessas financeiras, monitoramento de cargas. “Nunca
vi apreensões relevantes ao acaso, abrindo malas ou contêineres
aleatoriamente”, diz.
Pablo Nunes, pesquisador do CESeC, lembra que na verdade um dos
maiores problemas é justamente as armas provenientes do Exército que
acabam indo parar nas mãos de criminosos.
“Boa parte das armas em posse do crime são armas legais, vindas do
paiol das Forças Armadas, das polícias ou de empresas de segurança
privada. Então, é claro que dar atenção para a entrada ilegal de armas
por meio de portos e aeroportos é importante, mas dar atenção às armas
que já estão em território nacional parece ser uma medida urgente.”
Para os três especialistas, a GLO passa longe de atacar o “x” da
questão: os esquemas que alimentam há décadas a corrupção e a
incompetência da polícia fluminense, em especial, as inúmeras alianças
com o crime organizado, seja pelos “arregos” e extorsão, seja pelos
assassinatos encomendados e a formação de milícias por policiais e
ex-policiais.
“Não vi até agora nenhum sinal de que o governo federal fará alguma
coisa para estancar esse movimento – que é exatamente o que tornou o Rio
um problema insolúvel”, diz Silvia Ramos.
Finalmente, a GLO tira o foco da ineficiência do governador Cláudio
Castro, que demonstrou ser mais um governador que não manda nas
polícias. E agora, com Flávio Dino às vésperas de ser indicado para o
STF, parece que, mais uma vez, os ventos políticos empurraram os
militares para um problema de segurança interna e para o centro da
estratégia do governo.
Algo que já vimos no passado, com resultados desastrosos.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) disse em nota nesta 3ª feira (7.nov.2023) que defende uma reforma tributária “sem cumulatividade”, ou seja, sem excesso de impostos. Mais cedo, o texto da proposta (PEC 45 de 2019) foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. “Quem paga essa conta é sempre o consumidor”, afirmou a entidade.
Segundo a confederação, as exceções incluídas nas últimas negociações do relator na Casa Alta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), com os congressistas resultarão em um imposto mais alto para todos. A organização ainda defende que “esse excesso pesará, sobretudo, no bolso do brasileiro de menor renda”. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 148 kB).
Para a construção de um sistema tributário eficaz, de acordo com a CNI, “é
preciso que o imposto seletivo não incida sobre insumos e que seja
eliminado o novo tributo sobre bens primários e semielaborados, que vão
onerar toda a cadeia produtiva”.
TEXTO SEGUE PARA O PLENÁRIO
A intenção é votar a PEC no plenário na 4ª (8.nov) e na 5ª (9.nov). O
texto precisa ser analisado em 2 turnos para ser aprovado. São
necessários ao menos 49 votos (três quintos da composição da Casa). Em 2
de novembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar mais de 60 votos na aprovação da reforma. A urgência da proposta deve ser votada ainda nesta 3ª (7.nov).
O parecer de Braga aumentou de R$ 40 bilhões para R$ 60 bilhões o
valor do FDR (Fundo de Desenvolvimento Regional). A mudança contou com o
aval do Ministério da Fazenda e era defendida pelos Estados. Os R$ 20
bilhões excedentes serão distribuídos por 10 anos a partir de 2034.
A 1ª versão do relatório foi apresentada em 25 de outubro. Nesta 3ª
(7.nov), dia da votação na CCJ, Braga apresentou um complemento ao
parecer com ajustes acordados com a Fazenda. O relator acatou mais de
250 emendas das 802 apresentadas pelos senadores. Nos últimos dias,
negociou junto ao governo as alterações para aumentar a aceitação da
proposta entre os senadores.
Leia abaixo outras mudanças em relação ao texto aprovado na Câmara feitas pelo relator no Senado:
comitê gestor – colegiado entra no lugar do
Conselho Federativo. Retira a possibilidade de iniciativa de lei pelo
órgão. Discussão no comitê será feita por maioria absoluta, mais
representantes de Estados que correspondam a 50% da população, além de
maioria absoluta dos municípios;
seguro-receita – sobe dos 3% previstos na Câmara para 5%;
imposto seletivo – armas e munições poderão ser taxadas pelo chamado “imposto do pecado”;
os setores de energia elétrica e telecomunicações ficaram de fora do imposto seletivo;
regime específico para setores – alíquotas de combustíveis serão definidas por Resolução do Senado Federal;
alíquotas diferenciadas (redução de 60%) –
transporte coletivo rodoviário e metroviário, produções artísticas,
culturais, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades esportivas
e comunicação institucional; alimentos destinados ao consumo humano,
produtos de higiene pessoal e limpeza consumidos por famílias de baixa
renda;
alíquota intermediária(30%) – para prestação de serviços de profissões regulamentadas;
mantém fundos estaduais até 31 de dezembro de 2032;
prorroga benefícios para setor automotivo até o fim de 2032;
profissionais liberais – terão uma alíquota menor de imposto;
ITCMD – o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doação, que incide sobre heranças, terá alíquota progressiva e definida
em lei complementar.
Virgilio Marques do Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e
Consultoria, empresa-filha da Unicamp, e Doutor em Engenharia Mecânica
pela mesma instituição
A evolução da carreira em grandes empresas não está apenas nas
técnicas e ferramentas que se domina, mas também nas filosofias e
perspectivas que adotamos em nosso dia a dia. A interação entre
“rolelessness” e “rolefulness” apresenta uma dialética interessante, que
pode ser aplicada ao contexto corporativo. Antes de entendermos sua
aplicação, permita-me apresentar os conceitos.
Rolelessness refere-se à capacidade de um indivíduo de operar sem um
papel ou uma identidade fixa. É a habilidade de permanecer fluido,
adaptável e não restrito por um conjunto definido de expectativas ou
responsabilidades. Essa abordagem é uma manifestação do pensamento
aberto, que desafia constantemente suas próprias crenças e suposições,
permanecendo flexível a novas ideias e perspectivas.
Em contraste, rolefulness diz respeito à profundidade com que alguém
se dedica a um papel específico. É a habilidade de abraçar completamente
as responsabilidades, expectativas e normas associadas a uma função. No
pensamento analítico, isso pode ser comparado ao rigor e à disciplina
aplicados ao teste e à verificação de teorias e conceitos.
A dança entre rolelessness e rolefulness na carreira
Estes conceitos podem parecer diametralmente opostos, mas há uma
interação simbiótica entre eles, especialmente no ambiente corporativo.
O profissional em uma grande empresa frequentemente se depara com
situações ambíguas, problemas complexos e a necessidade de cooperar com
equipes multidisciplinares. Rolelessness, neste contexto, permite que
este colaborador aborde problemas sem preconceitos, livre de restrições
tradicionais e aberto a soluções inovadoras. É a capacidade de ver além
das descrições de cargo, operando de forma holística e interdisciplinar.
Por outro lado, rolefulness é o que permite ao profissional executar
com precisão e eficácia. É a dedicação ao seu papel, o entendimento
profundo das ferramentas à disposição e o compromisso em entregar
resultados excepcionais. Esse foco e especialização são cruciais,
especialmente em grandes corporações, onde a expectativa é de alto
desempenho.
A carreira é pontuada por desafios e oportunidades. Para navegar com
sucesso neste ambiente, é fundamental equilibrar as características
destes dois conceitos:
Rolelessness:
● Inovação: ao abordar problemas sem o confinamento de um papel fixo, é possível encontrar soluções inovadoras;
● Colaboração: sem barreiras definidas, a pessoa pode cooperar
efetivamente com diferentes equipes, cultivando relações
interdisciplinares;
● Adaptabilidade: em um ambiente corporativo em constante mudança, a capacidade de se adaptar rapidamente é inestimável.
Rolefulness:
● Eficiência: a dedicação a um papel permite uma execução precisa;
● Credibilidade: o profundo conhecimento de seu papel consolida sua confiança e credibilidade entre os stakeholders;
● Profundidade: o domínio das ferramentas e técnicas importantes para
determinado cargo conduz a análises robustas e insights valiosos.
A dualidade entre rolelessness e rolefulness não é uma questão de
escolher um em detrimento do outro. Em vez disso, é uma dança contínua,
um equilíbrio que a pessoa deve manter para evoluir e prosperar.
Em empresas como as que são nossas clientes, onde a excelência é
esperada, adotar essa dialética pode ser a chave para avançar na
carreira, contribuir significativamente para a organização e, acima de
tudo, manter-se relevante em um ambiente empresarial em constante
evolução.
Em última análise, pode-se argumentar: é a interação e o desafio
contínuo entre conceitos que levam ao crescimento e à evolução. E, para o
colaborador em uma grande empresa, essa dança entre rolelessness e
rolefulness pode ser a coreografia que conduz à maestria profissional.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara dos Deputados,
Arthur Lira (PP-AL), evitou responder nesta segunda (6) qual será o
encaminhamento dado por ele caso projetos que modifiquem o funcionamento
do STF (Supremo Tribunal Federal) sejam aprovados pelos senadores.
Lira defendeu, no entanto, uma proposta que possa limitar as chamadas
ADIs (ações diretas de inconstitucionalidade). Segundo ele, é preciso
aumentar “o sarrafo” de quem pode acionar o Supremo por meio de uma ADI,
e em quais condições.
Lira tem sinalizado a interlocutores que pretende enterrar na Câmara
as propostas em debate no Senado. Uma deles, já aprovada pela CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça), limita decisões monocráticas e
pedidos de vista (quando o magistrado pede mais tempo para votar um
tema).
“Não me cabe, eu nunca fiz, nem vou fazer agora julgamento do que o
Senado está fazendo, se a Câmara vai fazer. Não sou o dono nem o chefe
da Câmara. Eu apenas reúno o pensamento médio de todos os líderes de
todos os partidos”, disse durante evento do banco BTG Pactual.
Em mais um sinal de que pode deixar o assunto de lado, o presidente
da Câmara também afirmou nesta segunda que a independência entre os
Poderes -citada recorrentemente pelo presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG)- deve ser acompanhada de “harmonia”.
“Se o Senado está na vibe da independência do Poder Legislativo, do
aumento de suas prerrogativas ou da recuperação das prerrogativas
perdidas ao longo do tempo, é salutar. Sempre observando que nós
precisamos ter harmonia com o Poder Judiciário, harmonia com o Poder
Executivo.”
Pacheco tem afirmado que pretende colocar o projeto que limita
decisões monocráticas em votação no plenário do Senado nos próximos
dias. Nesta segunda, no mesmo evento, o senador afirmou que as críticas
vêm de pessoas que não conhecem o texto.
O presidente do Senado também defende mandatos para ministros do STF e
magistrados de tribunais superiores. Hoje, os ministros do Supremo não
têm mandato, mas são obrigados a se aposentar aos 75 anos de idade.
Congressistas de oposição preparam um Projeto de Decreto Legislativo
(PDL) para invalidar ou ao menos modificar a operação de Garantia da Lei
e da Ordem (GLO) determinada pelo governo Lula em portos e aeroportos
dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A afirmação é do deputado
federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), atual presidente da Comissão de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CCSPO) da Casa. “Com
certeza faremos um PDL para sustar ou modificar os termos do decreto”,
disse ele ao Estadão.
Na última quarta-feira, 1º, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assinou um decreto instaurando a GLO em portos e aeroportos do Rio e de
São Paulo. A medida deve durar até maio de 2024 e abrange os portos de
Itaguaí (RJ), do Rio de Janeiro (RJ) e de Santos, em São Paulo, assim
como os aeroportos de Guarulhos (SP) e do Galeão, no Rio. De acordo com o
decreto, as Forças Armadas passarão a trabalhar nestes locais para
combater o tráfico de armas e de drogas. Lula disse ainda que o governo
criará um comitê para acompanhar as ações, sob o comando dos ministros
Flávio Dino (Justiça) e José Múcio Monteiro (Defesa).
O “Projeto de Decreto Legislativo”, ou PDL, é um tipo de proposição
legislativa usada por deputados e senadores para regular assuntos que
são da alçada exclusiva do Congresso, ou para suspender atos do Poder
Executivo, como o decreto da GLO editado por Lula. A operação de GLO
está programada para começar nesta segunda-feira, 6, mobilizando 3.700
militares das três Forças – Marinha, Aeronáutica e Exército.
“A GLO decretada pelo governo federal trará pouco resultado prático
na queda dos índices de violência, porque já anunciada com prazo
determinado de validade e com proibição de incursões e operações em
áreas conflagradas e tomadas pelo narcotráfico e por milícias
criminosas”, diz Sanderson, que é integrante da Frente Parlamentar da
Segurança Pública, grupo apelidado por adversários de “bancada da bala”.
Uma das polêmicas da GLO é que não houve requisição do governo de São
Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governo
federal alega que o policiamento de portos e aeroportos já é de
responsabilidade da União, sendo feito normalmente pela Polícia Federal
(PF). Por isso, não haveria necessidade de autorização dos governadores.
“O que já estamos fazendo é ter presença em áreas federais. Não vamos
suprimir a área de competência das polícias do estado ou do município”,
disse o ministro da Justiça, Flávio Dino.
Sanderson diz ainda que é “muito suspeito (…) incluir na GLO o estado
de São Paulo (que não precisa de ajuda e o governador não pediu) e
deixar fora o estado da Bahia, cujos índices de violência urbana são os
piores do país”, diz ele. “Ficou a impressão de que há um componente
político-partidário no processo”, conclui. A Bahia é governada por
políticos do PT há quase 17 anos, desde janeiro de 2007. No ano passado,
o Estado liderou o ranking de assassinatos no Brasil, com quase 7 mil
homicídios, segundo informações compiladas pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública.
“Não dá pra aceitar a inclusão do estado de São Paulo e a não
inclusão do estado da Bahia, bem como também não dá pra aceitar uma GLO
restrita a aeroportos e portos. Se há algum lugar onde as forças de
segurança precisam de ajuda é nas ruas, nas comunidades, no centro da
capital carioca, nas periferias, não nos aeroportos, cujo controle já
está a cargo do governo federal”, diz o político gaúcho, que é policial
federal e está no segundo mandato na Câmara.
Ao Estadão, o governador Tarcísio de Freitas defendeu a operação de
GLO no Porto de Santos e no Aeroporto de Guarulhos. Segundo ele, “o
Porto de Santos virou o principal entreposto do comércio internacional
de drogas no Brasil”. “Entendo que é um esforço para melhorar a
segurança pública. A conquista da segurança vai demandar cooperação
entre os entes federados. Enxerguei a medida como oportuna e transmiti
isso ao governo federal”, disse o governador.
Operações de Garantia da Lei e da Ordem como as assinadas por Lula
são previstas pela Constituição e dão às Forças Armadas autorização para
agir com poder de polícia, desde que por tempo determinado e em um
lugar específico. Em 2001, o assunto foi regulamentado por um decreto do
então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Pelas regras, as
GLOs só podem ser feitas por determinação do Presidente da República em
“em graves situações de perturbação da ordem” e se os Estado tiverem
“esgotado” os meios normais para garantir a segurança. Podem ser feitas
inclusive por decisão do próprio Executivo, mas o usual é que haja
pedido dos governadores.
O post Oposição quer mudar Glo de Lula no Congresso, diz presidente
da Comissão de Segurança da Câmara apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.
BRASÍLIA – A bancada do agronegócio do Congresso Nacional desaprovou
questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que, segundo os
parlamentares, apresentam críticas ao setor com “cunho ideológico e sem
critério científico e acadêmico”. A Frente Parlamentar da Agropecuária
(FPA), que possui 347 congressistas, quer que os itens sejam anulados e
que o ministro da Educação, Camilo Santana, preste esclarecimentos em
audiências na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Frente Parlamentar da Agropecuária quer a convocação de Camilo
Santana para prestar esclarecimentos sobre três questões do Enem 2023
Foto: Wilton Junior
Frente Parlamentar da Agropecuária quer a convocação de Camilo
Santana para prestar esclarecimentos sobre três questões do Enem 2023
Foto: Wilton Junior
A bancada também pede a anulação de três questões do Enem, que foi
aplicado em todo o País neste domingo, 5. Um item tratou sobre fatores
negativos do agronegócio no Cerrado, citando a “superexploração dos
trabalhadores” e os efeitos de agrotóxicos.
As outras duas questões trataram sobre a nova corrida espacial
financiada por bilionários e o avanço da produção de soja e a sua
consequência para o desmatamento da Floresta Amazônica.
“É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em
prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam
uma vaga nas universidades do Brasil. A anulação das questões é
indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade
agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica
brasileira”, afirma a FPA em nota.
A FPA afirmou também que irá pedir informações sobre a atuação do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep), que é a banca organizadora do Enem e pede que sejam “detalhadas
as referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame”.
“A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. A vinculação de
crimes a atividades legais no Brasil é um critério de retórica política
para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas
públicas eficientes e de combate a ilegalidades. Não permitiremos que a
desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade,
como foi feito durante os anos anteriores do governo atual”, complementa
a bancada do agro.
A prova do 1º dia do Enem 2023, aplicada no domingo (5.nov.2023),
trouxe 90 questões de múltipla escolha, além da redação. Uma das
perguntas a criticou a “lógica do agronegócio” no Cerrado e tratou de forma negativa à “propriedade privada”. Segundo o texto da questão, “o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado”.
No caderno de questões com a capa branca a pergunta sobre o
agronegócio era a de número 89. Os itens são os mesmos para todos os
candidatos, porém, a ordem é alterada conforme a cor da prova. Eis a
transcrição da pergunta:
No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais
subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os
conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de
práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo
capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as
águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se
propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a
mecanização pesada, a “pragatização” dos seres humanos e não humanos, a
violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a
violência contra a pessoa.
Os elementos descritos no texto, a respeito territorialização da produção, demonstram que há um
a) cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida.
b) descaso aos latifundiários, impactando a plantação de alimentos para a exportação.
c) desprezo ao assalariado, afetando o engajamento dos sindicatos para com o trabalhador.
d) desrespeito aos governantes, comprometendo a criação de empregos para o lavrador.
e) assédio ao empresariado, dificultando o investimento de maquinários para a produção.
Segundo o gabarito extraoficial divulgado por veículos de mídia, como o G1, a resposta correta seria a alternativa “A”.
O Poder360 entrou em contato com a assessoria de
imprensa do Inep, órgão vinculado ao Ministério da Educação responsável
pelo Enem, e solicitou um posicionamento do governo sobre a questão, mas
não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço
permanece aberto para manifestação.