O que parece estar acontecendo é que as forças israelenses estão se
concentrando no norte da Faixa de Gaza, em Beit Hanoun, e a partir dali
avançando um pouco mais ao sul.
O exército de Israel não acrescenta nada ao que disse na noite de
sexta-feira (27/10). Eles só afirmam que estão acelerando o ritmo de
suas operações.
A partir de vídeos que surgiram de Gaza nesta manhã, e pelo que
pudemos ver ontem à noite ao longo da zona de fronteira, temos
evidências de um bombardeio muito, muito grande.
Mas, com o apagão das comunicações em Gaza, é muito difícil descobrir o que exatamente está acontecendo.
Por exemplo, eu conversei com a ONU, que conseguiu se comunicar com
seu escritório principal na região sul por meio de um telefone via
satélite.
Mas, como não há comunicação internamente, eles não conseguem falar
com os escritórios locais que cuidam das operações de ajuda humanitária –
atualmente completamente suspensas – para saber como estão.
Embora o bombardeio esteja muito concentrado no norte, a Faixa de
Gaza só tem cerca de 45 quilômetros de comprimento, o que faz com que as
explosões possam ser ouvidas a quilômetros de distância e certamente
por toda a área.
O exército israelense ainda está na área nesta manhã, provavelmente
tentando neutralizar túneis e identificando alvos para ataques da força
aérea. Mas tanques podem ficar mais vulneráveis à luz do dia, então eles
podem trazer alguns de volta ao lado israelense da fronteira.
Ao que parece até o momento, isso ainda está acontecendo.
Trata-se de uma ofensiva terrestre? Não creio que devamos ficar muito presos a esse tipo de definição.
Quando vimos o contingente militar aumentar e a mobilização de mais
de 300.000 reservistas, pensamos que assistiríamos a uma invasão de Gaza
por todas as frentes.
Mas eu acho que o que eles podem estar fazendo é “limpar” áreas de Gaza, fatia por fatia.
Pelo tom dos comentários do exército israelense na noite passada,
senti que a ênfase era de que continuariam a pressionar e que se tratava
de “dar o troco” ao Hamas.
Acho que é possível chamar o que está acontecendo de ataque muito
prolongado ou ofensiva terrestre. Certamente é uma operação militar
muito grande.
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Mauricio
Macri, que comandou a Argentina entre 2015 e 2019, quebrou o silêncio e
tentou conter a crise que se instalou na sua coalizão de oposição Juntos
pela Mudança, de direita e centro-direita, desde que o peronista Sergio
Massa triunfou no primeiro turno e que sua candidata Patricia Bullrich
decidiu apoiar o ultraliberal no segundo turno.
“É preciso mudar, e hoje quem lidera a mudança é Milei. Temos que ter
a humildade de reconhecer que as pessoas optaram por Milei. Temos que
apoiar sem [pedir] nada em troca. O eixo da mudança é o mais importante.
As diferenças já foram dadas, se seguirá discutindo no Congresso”,
afirmou ele à rádio local Mitre nesta sexta (17).
“É o único caminho que a Argentina tem hoje, continuar com os mesmos é
nos resignar à pobreza, ao que temos vivido”, continuou, saindo em
defesa de sua aliança: “Juntos por el Cambio não se desfez, pelo menos
não o que eu fundei. É o mesmo, com seus problemas, com seus conflitos
internos. Segue estando aí e está diante de uma nova encruzilhada”.
Bullrich, que ficou em terceiro nas eleições do último domingo (22)
com 23,8% dos votos, declarou apoio a Milei dois dias depois, após um
encontro na noite de terça com o candidato rival e com Macri. A
expectativa é que ela impulsione a candidatura do ultraliberal numa
tentativa de derrotar o kirchnerismo, representado por Massa.
“Ela, com sua visão e realidade, confirmou algo que eu concordo:
somos a mudança ou não somos nada. Acreditamos que continuar com essa
cultura de poder obscura na Argentina nos levará a mais pobreza,
exclusão e continuará fazendo com que nossos jovens vão embora”, afirmou
Macri nesta sexta.
Segundo o especialista e Country Manager da Labelium, Gustavo Franco, é essencial que as empresas enxerguem a área como negócio
As mídias pagas têm um impacto significativo na maneira como as
pessoas se comunicam e interagem, além de prover formas de conexão,
consumo, percepção e interação com marcas, celebridades e conceitos.
Essa realidade não é diferente para o marketing digital: de acordo com
dados levantados pela Sprout Social, o usuário médio passa cerca de 151
minutos por dia ativo nas plataformas, fato que só reforça que hoje
vivemos na era onde a atenção se tornou moeda e ativo indispensável para
o crescimento dos negócios.
É imprescindível utilizar as plataformas de mídia para potencializar
as estratégias de marketing, como também é importante que as empresas
estejam cada vez mais atentas às tendências e às novidades pois as
plataformas digitais são muito mais ágeis em lançar novas
funcionalidades e produtos do que os meios tradicionais.
“Hoje em dia, as mídias possuem papel fundamental na geração de
inteligência, conhecimento estratégico e crescimento das organizações. O
profissional de mídia precisa possuir conhecimento de negócios e dos
canais, combinando o objetivo de negócio com a tática de entrega do
canal.”, afirma o especialista Gustavo Franco, Country Manager da
Labelium, empresa que desenvolve soluções para a otimização de
performance digital para companhias de luxo, moda, beleza e turismo.
O novo papel da mídia: influência, inteligência e crescimento
O profissional da Labelium acredita que as mídias – embora não sejam o
único meio de aquisição possível – possuem papel fundamental na
construção dos negócios, tanto no meio externo quanto no interno, desde
que estejam alinhadas a estratégias sólidas e a processos de governança
que garantam uma correta visibilidade dos resultados dos planos
“As organizações que utilizam mídia paga para impulsionar seus
negócios provavelmente estão em busca de vantagem competitiva por meio
de comunicação. Já aquelas que enxergam a mídia como um custo, correm o
risco de ficar para trás no jogo competitivo – que hoje é mais acirrado
do que nunca.”, completa.
Hoje, a mídia possui um papel fundamental de mediadora de
conhecimento, servindo como impulsionadora de influência na sociedade de
consumo. Com toda a inteligência que carrega – seja de IA ou de outras
ferramentas – a mídia paga é um ponto focal perante decisões de mercado e
competitividade.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 100.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
O STF (Supremo
Tribunal Federal) decidiu nesta 5ª feira (26.out.2023), por 8 votos a
2, validar o procedimento que permite que instituições financeiras tomem
imóveis financiados que estão inadimplentes sem a necessidade de uma
ação judicial.
A Corte começou a julgar na 4ª feira (25.out.2023) um recurso em uma
disputa judicial entre um devedor e uma instituição bancária. O TRF-3
(Tribunal Regional Federal da 3ª Região) decidiu que a execução
extrajudicial não é considerada uma violação e o Judiciário só é
acionado pelo credor quando achar necessário.
O caso foi levado ao STF pelo devedor, que indica que a permissão
para que o banco retome o imóvel viola princípios constitucionais. O
caso tem repercussão geral e a tese estabelecida pela Corte será
aplicada a processos semelhantes.
A regra abordada na ação trata de uma lei relacionada ao SFI (Sistema
de Financiamento Imobiliário), sancionada em 1997. A norma estabelece a
alienação fiduciária do imóvel –forma de negociação em que o devedor
passa o bem ao credor como forma de garantia.
Em seu voto, o relator, ministro Luiz Fux,
elogiou o surgimento da norma e afirmou que a lei garante a melhoria no
sistema de financiamento e possibilita a oferta de crédito imobiliário.
Segundo Fux, a derrubada do dispositivo poderia retomar o cenário de
insegurança jurídica e crise imobiliária existente antes da lei.
O ministro diz que não há violação de princípios constitucionais e
observou que a lei estabelece medidas indutivas ao cumprimento do
contrato. Ele ressalta que a judicialização desses procedimentos poderia
sobrecarregar ainda mais os tribunais do país.
O voto do relator foi acompanhado pelos ministros Cristiano Zanin,
André Mendonça, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Nunes Marques, Gilmar
Mendes e Roberto Barroso, presidente da Corte.
Já o ministro Edson Fachin abriu uma divergência e afirmou que a ação
trata de uma questão de relevância social e econômica. Disse que a
aquisição de um imóvel é um direito “mínimo” e que garante a dignidade da população.
Para Fachin, as condições para financiar um imóvel devem ser
asseguradas para garantir a proteção da dignidade. Ele considerou que o
dispositivo atual limita o avanço de uma “sociedade justa” e não traz soluções econômicas para o problema da falta de moradia. O entendimento foi acompanhado pela ministra Cármen Lúcia.
BRASÍLIA – Quase um terço dos projetos de lei que tiveram urgência aprovada pelo Congresso Nacional entre fevereiro e setembro de 2023 estão parados e ainda não foram votados. Os textos “furaram” a fila no Senado e na Câmara, mas, em vez serem apreciados nos plenários, estão nas gavetas. Especialistas ouvidos pelo Estadão acreditam
que a falta de consenso entre os parlamentares e o uso político das
propostas são os motivos para o “esquecimento” de propostas consideradas
urgentes.
O regime de urgência é usado para apressar a tramitação e a votação
de projetos. A partir do momento que o requerimento para dar celeridade a
uma matéria é aprovado, a proposta legislativa não precisa passar por
prazos e formalidades regimentais. Na prática, porém, quem decide o que
será colocado em pauta ou não nos plenários são os presidentes da Câmara
e do Senado.
Doutora em Ciência Política pela Fundação Getulio Vargas (FGV),
Graziella Testa afirma que uma das razões para o grande número de
projetos estacionados no Congresso é centralidade da elaboração das
pautas de votação na figura dos presidentes das Casas. Para ela, líderes
partidários, que são figuras centrais na aprovação das urgências,
deveriam ter maior participação no norteamento das deliberações diárias.
“Não vale a pena para o presidente pautar algum projeto que não tenha
uma certa receptividade e que sabe que vai ser aprovado. A escolha de
não pautar esses temas que estão sob urgência é do presidente com
diferentes graus de influência do colégio de líderes. Deveria haver
instrumentos para que os líderes partidários tivessem uma influência
mais efetiva no apontamento de itens para a pauta do plenário”, disse.
Na Câmara, 34 das 102 propostas consideradas urgentes entre fevereiro
– mês em que teve início a nova legislatura no Congresso – e setembro
aguardam para serem postas em discussão pelos parlamentares. No Senado,
duas de 17 propostas ainda seguem em espera.
Dois textos estão estão na fila da Câmara há sete meses e não têm
previsão para serem colocados em pauta. Um deles, de autoria do
deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ),
propõe a implantação um botão de pedido de socorro em aparelhos
celulares. Outro, protocolado pelo deputado Bruno Ganem (Podemos-SP),
estabelece que pessoas presas e condenadas por crimes não violentos
devem prestar serviços em abrigos de proteção a animais.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, algumas
urgências são aprovadas pelos parlamentares em momentos onde assuntos
estão sendo amplamente discutidos pela sociedade civil. Porém, por não
serem votados, esses projetos acabam “esfriando” e perdem o potencial de
serem discutidos. Um exemplo é um projeto de lei do deputado Rodrigo Gambale (Podemos-SP)
que, diante da alta da violência dentro de escolas, propôs a criação de
uma semana cultural para os estudantes. O texto teve o requerimento de
urgência aprovado em agosto, mas ainda não foi colocado em discussão.
No Senado, os dois projetos na gaveta são de autoria do senador Dr. Hiran Gonçalves (PP-RR) e da deputada Maria do Rosário (PT-RS).
A proposta de Hiran busca reverter uma medida provisória assinada por
Lula no primeiro dia de mandato, que extinguia a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Após a pressão sofrida pelo governo após a aprovação da urgência, o governo negociou com o senador e publicou três decretos que recriaram o órgão – a promessa é que seja entregue ao Centrão. Apesar do movimento do Executivo, a proposta do parlamentar não foi arquivada e ainda pode ser votada.
Segundo o cientista político Tiago Valenciano, da Universidade Federal do Paraná (UFPR),
o engavetamento do projeto mostra a dinâmica no Congresso. Especialista
no sistema legislativo, ele observa que textos como o de Hiran podem
servir como uma moeda de troca em negociações como indicação de emendas
parlamentares ou negociação de cargos.
“Os regimes de urgência são um artifício do legislativo para acelerar
a complexa, porém necessária, burocracia do processo legislativo. Eles
podem surgir para levantar pautas quentes e para forçar a barra em
algumas negociações com o governo ou contra o governo”, disse.
Todos os projetos são de autoria do Legislativo
Todos os 34 projetos considerados urgentes que estão paralisados no
Congresso são de autoria de parlamentares. As propostas elaborados pelo
Poder Executivo, com requerimento de urgência aprovado, foram apreciados
pelas Casas. O último foi o projeto de lei complementar 136/2023, que
prevê a compensação a Estados por perda com ICMS de combustíveis. Ele
teve a urgência aprovada em 4 de outubro e foi votado no mesmo dia.
“A gente pode notar que o Legislativo teve uma pauta mais prioritária
aos projetos do Executivo, deixando esses outros textos de lado. A
gente está no início de um governo e, conforme o tempo vai passando,
algumas outras pautas que não são do Executivo podem ser apreciadas”,
afirmou.
Câmara e Senado dizem que projetos não estão parados
Em uma nota enviada ao Estadão, a Câmara dos
Deputados afirmou que os 34 projetos de lei com urgência aprovada na
Casa “não estão parados”, mas dependem de um acordo prévio dos líderes
partidários para serem votados. “Antes de serem pautados, são debatidos
entre as lideranças e os demais deputados para obtenção de consenso
mínimo para votação”, disse. O Senado, por sua vez, informou que os dois
textos que tiveram a tramitação acelerada estão prontos para serem
deliberados, mas sem um prazo definido.
Servidora de carreira nomeada por Lula para assumir a presidência da Caixa em janeiro, Rita Serrano foi substituída pelo economista Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado por Lira. A
demissão de Serrano ocorreu em uma conversa nesta quarta no Palácio do
Planalto. Ela era da “cota pessoal” de Lula, mas deputados e senadores
reclamavam do seu perfil técnico. Segundo eles, a então presidente do
banco não atendia aos pedidos feitos por parlamentares.
Rita Serrano é a terceira mulher do governo Lula a perder o cargo para o Centrão. Pelo mesmo motivo, Lula exonerou Daniela Carneiro do Turismo, que foi substituída por Celso Sabino, e Ana Moser do Esporte, que deu lugar a André Fufuca, apadrinhado de Arthur Lira.
A exposição era chamada de “O Grito!” e reunia o trabalho de seis
artistas que, segundo o banco, “refletiam sobre os 200 anos da
independência do Brasil”. A obra causadora da polêmica é de autoria da
artista plástica Marília Scarabello e apresenta um painel de diversas
bandeiras do Brasil representadas com críticas políticas relacionadas ao
governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lira anunciou ‘obstrução’ na Câmara por demora em nomeação
Antes da exposição, Lula ganhava tempo em ceder os cargos de comando
da Caixa ao Centrão. A troca de Rita Serrano por uma indicação de Lira
já era certa, mas as negociações chegaram a um impasse porque o Palácio do Planalto não
aceitava ceder as 12 vice-presidências do banco. O PP deseja ter todos
os cargos e quer, em especial, a vice-presidência de Habitação, que
cuida do programa Minha Casa, Minha Vida.
Foram 35 votos favoráveis à indicação de Igor Roque e 38 votos
contrários. Com isso, a indicação foi rejeitada e será arquivada. Como a
votação para indicações é secreta, não é possível saber como cada um
dos senadores votou. É a primeira indicação de Lula que foi rejeitada
pelo plenário do Senado.
Até o fim de 2022, a DPU era comandada por Daniel Macedo, que chegou a ser indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para mais dois anos à frente do órgão. Ao tomar posse, porém, Lula desfez a indicação e decidiu enviar uma nova sugestão para o posto. Macedo era visto no Palácio do Planalto como bolsonarista e, por isso, teve seu nome retirado pelo governo.
Em um café com jornalistas no Palácio do Planalto, em janeiro deste
ano, Lula afirmou que “não pode ficar ninguém que seja suspeito de ser
bolsonarista raiz aqui dentro (no governo)”. Em carta aos
pares, o chefe da DPU chegou a alegar que estava sofrendo uma campanha
difamatória “sem precedentes” e diz não ser ligado a “grupos populares.
Em seu mais novo livro, Robert Sapolsky defende que as decisões do
ser humano são resultado de coisas que não pode controlar: “biologia,
ambiente e suas interações”.Robert Sapolsky é amplamente reconhecido
como um dos cientistas mais influentes em sua área. Este distinto
biólogo e neurocientista de 66 anos, que atua como professor na
Universidade de Stanford, nos EUA, inicialmente ganhou destaque como
primatologista, pesquisando babuínos selvagens no Quênia. O seu trabalho
revelou como as complexas interações sociais destes primatas geram
estresse e como esse estresse afeta a saúde deles.
No entanto, Sapolsky mudou seu foco para a neurociência e se dedicou à
pesquisa do comportamento em diversas espécies animais, incluindo os
humanos. E ele está firmemente convencido de que o conceito de “livre
arbítrio” é inexistente, sem exceções.
“Não somos nem mais nem menos do que a soma daquilo que não podemos
controlar: a nossa biologia, o nosso ambiente e as suas interações”, diz
Sapolsky, segundo a revista especializada New Scientist.
Mas como isso pode ser verdade? Não tomamos decisões livremente em
todos os momentos de nossas vidas, escolhendo fazer certas coisas em
detrimento de outras, sem qualquer influência externa direta?
A posição de Sapolsky levanta questões éticas complexas ao desafiar a
noção de responsabilidade individual e de culpa por ações prejudiciais.
A partir dessa perspectiva, as pessoas não teriam controle real sobre
as suas ações e, portanto, não poderiam ser consideradas culpadas pelos
seus maus atos. Contudo, Sapolsky oferece uma resposta diferente para
este suposto “problema”.
“Máquinas biológicas”
Em seu livro mais recente, Determined: A Science of Life Without Free
Will (Determinado: uma ciência da vida sem livre arbítrio, em tradução
livre), Sapolsky se aprofundou em suas reflexões e observações sobre
esse conceito controverso. Nele, o neurocientista refuta os argumentos
biológicos e filosóficos a favor do livre arbítrio, sustentando que
eventos cerebrais anteriores, em interação com um ambiente específico,
determinam o comportamento.
Especificamente, o cientista enfatiza que tudo o que fazemos é
determinado pela nossa biologia, genes, hormônios, educação, infância e
pelas diversas circunstâncias da vida que se estendem muito além de nós.
Essa interminável cadeia de causas, que remonta aos nossos pais e além,
cria uma rede quase infinita de fatores que acabam se traduzindo em
nossas ações.
Assim, nesta perspectiva, segundo Sapolsky, não somos seres autônomos
como acreditamos ser, mas sim um amálgama dessas influências que se
manifestam em nossas ações. Em essência, considera-nos simplesmente
“máquinas biológicas”, tal como qualquer outro organismo vivo.
“O mundo é realmente louco e muito, muito mais injusto pelo fato de
recompensarmos e punirmos as pessoas por coisas sobre as quais elas não
têm controle”, disse Sapolsky ao jornal Los Angeles Times. “Não temos
livre arbítrio. Parem de nos atribuir coisas que não existem”,
acrescentou.
Questionamento de crença
Para Sapolsky, mesmo que, ao ler estas palavras, o leitor não esteja
convencido, essa suposta decisão estaria predeterminada. Como Sapolsky
admitiu em entrevista ao jornal The New York Times, as suas afirmações
são provocativas, mas ele diz que já ficaria feliz se aqueles que leem o
seu livro começassem a questionar esta crença profundamente enraizada
na nossa cultura.
Eliminar a noção de livre arbítrio, segundo Sapolsky, mina
completamente a nossa identidade e autonomia, assim como a fonte de
sentido das nossas vidas. Portanto, esta ideia, segundo ele, é
especialmente difícil de rejeitar devido à complexidade que acarreta.
Além disso, Sapolsky argumenta que a ideia de livre arbítrio como a
capacidade de sermos senhores das nossas ações é, em última análise, uma
“definição completamente inútil”, dada a interligação de fatores que
influenciam as nossas escolhas e comportamentos.
“Para que esse tipo de livre arbítrio exista, ele teria que funcionar
num nível biológico de forma completamente independente da história
desse organismo”, disse ele ao jornal. “Você seria capaz de identificar
os neurônios que causavam um determinado comportamento, e não importaria
o que qualquer outro neurônio no cérebro estivesse fazendo, qual era o
ambiente, quais eram os níveis hormonais da pessoa, em que cultura ela
foi criada. Mostre-me que esses neurônios fariam exatamente a mesma
coisa com todas essas outras coisas alteradas, e você me provará que
existe o livre arbítrio”, acrescentou.
Mas Sapolsky argumenta que isto é relevante, insistindo que tudo tem
uma origem e que as nossas mentes não funcionam independentemente desses
fatores. Ele ilustra isso apontando como somos condicionados a
responder a vários estímulos ao longo da vida, como o mau cheiro. A
nossa reação a esse cheiro é determinada pela nossa genética,
especificamente pelos receptores olfativos que herdamos, e também pela
forma como fomos condicionados durante a nossa educação para responder a
essa percepção.
Perdão e compreensão
Em debates desta magnitude, as questões assumem sempre uma
profundidade considerável. E num tema tão especialmente emaranhado como
este, com tantas arestas, surgem inevitavelmente inúmeras contradições.
Apesar disso, Sapolsky não parece preocupado em defender detalhadamente
cada ponto de sua ideia; mas está interessado em esboçar uma imagem
ampla de como seria um mundo em que entendêssemos que as nossas ações
diárias são muito mais condicionadas do que tendemos a acreditar, tanto
individual como socialmente.
Neste contexto, enquanto alguns argumentam que aceitar a nossa falta
de liberdade poderia transformar-nos em monstros morais, Sapolsky, como
destaca o diário britânico The Guardian, argumenta veementemente que é
na verdade uma razão para viver com profundo perdão e compreensão, para
ver “o absurdo de odiar uma pessoa por qualquer coisa que ela tenha
feito”.
“Em algum momento, não faz diferença se seus sentimentos são reais ou
se a sensação de que seus sentimentos são reais é que é o caso. Ainda
achamos coisas aversivas o suficiente enquanto máquinas biológicas, que é
útil chamar coisas de dor ou tristeza ou infelicidade. E mesmo que seja
completamente absurdo pensar que algo de bom pode acontecer a uma
máquina, é bom quando a sensação de sentir dor é diminuída”, disse
Sapolsky ao The New York Times.
Embora a proposta de Sapolsky seja intrigante, vários dos seus
colegas opõem-se à sua afirmação controversa. Por exemplo, Peter U. Tse,
neurocientista do Dartmouth College, descreveu Sapolsky como
“brilhante, mas completamente errado”.
“Aqueles que defendem a ideia de que não somos nada mais do que
fantoches bioquímicos deterministas são responsáveis pelo aumento do
sofrimento psicológico e da desesperança neste mundo”, disse Tse ao Los
Angeles Times.
Independentemente de se aceitar ou rejeitar esta crítica, em última
análise, o objetivo subjacente de Sapolsky é promover a felicidade nas
pessoas, e não o seu sofrimento, embora ele reconheça que isto pode
parecer incompatível com o seu argumento principal. Nesse sentido,
Sapolsky sustenta que esta abordagem é “libertadora” para a maioria das
pessoas, especialmente aquelas cujas vidas foram marcadas pela culpa,
punição, privação e desprezo devido a circunstâncias sobre as quais não
têm controle.
O Brasil estará fadado ao mais rotundo fracasso se não investir
pesadamente na eliminação das privações de direitos fundamentais de suas
crianças e adolescentes pobres. Repetida há décadas, essa óbvia
constatação ainda não encontra resposta adequada e prioritária do poder
público – uma omissão que condena milhões de brasileiros a viverem na
pobreza durante seus anos de formação e sem perspectivas para a vida
adulta. O relatório Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência – 2022,
elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com
base em dados do IBGE, não deixa margem para tergiversações. O quadro é
grave e exige reação urgente.
A lenta queda na maioria das privações de meninos e meninas de zero a
17 anos no País entre 2019 e 2022 não traz suficiente alento. De fato,
houve recuo de 62,9% para 60,3% no período. No entanto, a dura realidade
a que seis entre cada dez crianças e adolescentes continuam expostos é
inegável. São 31,9 milhões de brasileiros com suas potencialidades
ceifadas pela raiz. É preciso priorizá-los nas agendas e nos orçamentos
públicos da União, dos Estados e dos municípios, recomenda o Unicef. Não
se pode condenar essa geração ao fracasso e à pobreza.
Há de considerar que o cômputo médio de 60,3% de crianças e
adolescentes submetidos a privações de seus direitos básicos no País
oculta realidades regionais muito mais graves. No Amapá, esse porcentual
alcançou 91,6% em 2022 – ou seja, quase a totalidade de meninos e
meninas. São Paulo, a unidade mais rica da Federação, registrou a melhor
marca estadual, de 35,7%, que não deixa de ser vergonhosa.
Dentre as dimensões analisadas pelo Unicef, nenhuma privação se
aprofundou tão escandalosamente quanto o direito à alfabetização. O
porcentual de crianças de 7 anos sem condições de ler e escrever dobrou
de 20,5%, em 2019, para 40,3%, em 2022. No grupo de meninos e meninas de
dez anos, o analfabetismo avançou de 2,4% para 3,5% no período. O
atraso escolar, acentuado pela pandemia de covid 19, não foi recuperado e
mostra-se mais acentuado entre crianças e adolescentes negros de 7 a 17
anos.
Embora tenha havido ligeira melhora nos demais indicadores avaliados,
todos se mantêm em níveis alarmantes. O País não pode fechar os olhos
ao fato de que, somente no ano passado, 9,4% dos brasileiros de zero a
17 anos viviam em moradias precárias, 5,4% não tiveram acesso à água e
37% não contavam com saneamento básico. Na faixa de 4 a 17 anos, 8,3%
estiveram longe da escola. A privação de renda atingiu 38% das crianças e
adolescentes, o que se traduziu em insegurança alimentar. Para 20%
delas, a renda familiar esteve abaixo da necessária para a compra de
comida apropriada.
Há dúvidas de que esse cenário tenha sido substancialmente alterado
ao longo de 2023, apesar das corretas mudanças nas políticas sociais do
governo federal. Fato é que os dados colhidos pelo Unicef põem em
evidência outras conhecidas omissões do poder público, como o combate à
violência a que milhões de crianças e jovens estão expostos dentro e
fora de suas casas. As mortes de 11 deles a tiros no Estado do Rio de
Janeiro neste ano indicam a suscetibilidade de todos a uma política de
segurança pública incapaz de lhes proporcionar a mínima proteção. Na
outra ponta, o baixo acesso a direitos básicos atua como alavanca para a
cooptação de jovens desalentados pelas múltiplas organizações
criminosas concentradas nos bolsões de pobreza.
O estudo do Unicef retrata uma tragédia humana e social que,
inevitavelmente, afetará o futuro do Brasil como um todo. Os esforços do
Estado e da sociedade brasileira precisam ser multiplicados, com máxima
eficácia e rapidez, a bem da qualidade de vida e do potencial de seus
cidadãos e de seu desenvolvimento econômico e social. Trata-se aqui, nem
mais, nem menos, de corresponder integralmente às determinações da
Constituição de 1988. Está tudo lá, para quem quiser ler.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), disse que o governo quer destinar propriedades rurais de “maus pagadores” para criar assentamentos. Segundo o ministro, a prática denominada por ele de programa de “adjudicação” já existia antes do 3º governo Lula.
“O que nós estamos tentando inovar é que esses bens sejam
destinados para o assentamento de famílias quando se trata de
assentamentos rurais”, disse Teixeira ao Poder360. “É
um programa que o Estado brasileiro sempre fez. O que a gente quer é a
destinação desses bens para o assentamento de tantas famílias que estão
vivendo em acampamentos, em beira de estrada”.
A declaração foi feita depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicar um vídeo de Teixeira no qual o ministro questiona se o Banco do Brasil pode dar “terras de maus pagadores para assentar mais gente na reforma agrária”. O ex-presidente escreveu a seguinte mensagem ao compartilhar as imagens: “Vem aí a expropriação de terras”.
Os bancos usam imóveis de clientes como garantia de um empréstimo. Em
caso de descumprimento das parcelas, a instituição passa a ter o
direito de tomar aquele imóvel para si como forma de quitar a dívida.
Nesse processo, pessoas físicas e jurídicas e o governo federal podem
adquirir imóveis de propriedade dos bancos. São essas propriedades que o
ministério pretende usar para criar assentamentos.
Assista ao vídeo em que Teixeira fala do programa (41s):
O vídeo compartilhado por Bolsonaro foi gravado durante uma visita de
Teixeira ao assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas (PR), em 9 de
outubro de 2023. Nas imagens, o ministro conversa com José Ricardo
Sasseron, vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade
Empresarial do Banco do Brasil, sobre o processo de alienação de imóveis
no Brasil, chamado por Teixeira de “programa de adjudicação” –ato que transfere a propriedade de um devedor ao seu credor.
“Eu queria, Sasseron, ver se o Banco do Brasil dá as terras de
maus pagadores para assentar mais gente na reforma agrária como
aconteceu aqui no Dorcelina Folador”, disse o ministro.
A Fazenda São Carlos, onde está o assentamento, foi comprada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 1998 por meio de processo de compra e venda (via decreto nº 433/1992). A propriedade foi vendida pelo Banco do Brasil depois de ter sido dada como garantia por um cliente.
Em nota, o Incra disse que a fazenda foi transformada em assentamento
em 2000. A propriedade tem 757 hectares, com capacidade para 90
famílias de trabalhadores rurais.
1hectare– equivale a um
terreno de 10.000 metros quadrados, algo como 2 campos de futebol; ou
seja, 756 hectares são o equivalente a 1.504 campos de futebol.
O Banco do Brasil informou
em nota que a alienação de bens é uma prática comum no Sistema
Financeiro Nacional e que segue rigorosamente a legislação e normativos
em vigor. Segundo a instituição financeira, foram vendidos mais de 6.000
imóveis neste processo, sendo 234 imóveis rurais e 5.814 urbanos nos
últimos 5 anos.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta
5ª feira (26.out.2023) que os bancos e outras instituições financeiras
podem tomar, sem decisão judicial, imóveis financiados quando houver
atraso no pagamento. Foram 8 votos a favor e 2 contra.
Grupo Atalla
No vídeo compartilhado por Bolsonaro, Teixeira também diz que quer
implementar o programa de adjudicação em propriedades do Grupo Atalla,
no Paraná. “A 1ª ação que vamos fazer vai ser aqui no Paraná de adjudicação dessas terras dos Atallas”, afirma.
Os bancos não podem divulgar informações de seus clientes por uma questão de sigilo bancário.
Uma fazenda do Grupo Atalla localizada em Florestópolis (PR) foi ocupada por integrantes do MST em 2014. Na ocasião, cerca de 500 famílias de agricultores invadiram o imóvel.
Em 2016, outra propriedade do grupo, esta, por sua vez, localizada em Jaú (SP), foi ocupada por cerca de 1.000 pessoas ligadas ao MST. Na época, o movimento justificou o ato porque a fazenda estava “abandonada”.
O Poder360 entrou em contato com o Grupo Atalla por
meio da Usina Central do Paraná, uma das empresas do grupo, mas não
conseguiu obter um posicionamento até a publicação deste texto. O espaço
segue aberto.
Eis a íntegra de Paulo Teixeira:
“O Estado brasileiro normalmente tem crédito em relação a grandes
devedores de impostos e tem crédito também em relação a grandes
devedores de empréstimos. O que o Estado faz? Dá inúmeras chances para o
devedor pagar a sua dívida junto ao Estado, quando ele não paga suas
dívidas o Estado penhora bens.
O programa de adjudicação de terras de grandes devedores é isso. O
que nós estamos tentando inovar é que esses bens sejam destinados para o
assentamento de famílias quando se trata de assentamentos rurais. É um
programa que o Estado brasileiro sempre fez. O que a gente quer é a
destinação desses bens para o assentamento de tantas famílias que estão
vivendo em acampamentos, em beira de estrada, cujos filhos nascem nesses
acampamentos sem nenhuma qualidade de vida.
O programa de adjudicação de grandes devedores está previsto na
legislação brasileira, legítimo que a gente está querendo. O que a gente
está querendo fazer é destinar esses bens para assentamentos de
famílias que querem ser lavradores, mas não tem terra para essa
finalidade.”
Eis a íntegra da nota do Banco do Brasil:
“O Banco do Brasil atua com as melhores práticas bancárias no
processo de cobrança e regularização de créditos, priorizando o
recebimento de parcelas em atraso no menor prazo possível, atuando
preventivamente, de modo a evitar a inadimplência e a ocorrência de
perdas, sempre na busca das melhores soluções financeiras para seus
clientes. No entanto, quando o rito de cobrança não surte efeito, faz-se
necessária a execução de garantias. A partir do desembaraço dos bens, é
realizada a alienação, prática comum no Sistema Financeiro Nacional,
seguindo rigorosamente a legislação e normativos em vigor. Neste
processo, pessoas físicas, jurídicas, Governo Federal, Estaduais ou
Municipais e demais entidades públicas podem adquirir estes imóveis de
propriedade do BB, por valores de mercado. Nos últimos 5 anos, por
exemplo, foram vendidos mais de 6 mil imóveis neste processo, sendo 234
imóveis rurais e 5,814 mil urbanos”.
Eis a íntegra da nota do Incra:
“A Fazenda São Carlos, no município de Arapongas (PR), foi
adquirida em 1998 pelo Incra, por meio de processo de compra e venda
(vide Decreto nº 433/1992). O assentamento Dorcelina Folador, implantado
na área – que tem 756,7855 hectares –, conta com capacidade para 90
famílias de trabalhadores rurais. A criação do assentamento ocorreu no
ano 2000.”