sexta-feira, 27 de outubro de 2023

EXPOSIÇÃO ARTÍSTICA PATROCINADA PELA CEF COLOCOU O PRESIDENTE DA CÂMARA NA LATA DO LIXO

 

História por Gabriel de Sousa  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – A tensão entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira (PP-AL), pelo comando da Caixa Econômica Federal ganhou novos contornos com a demissão de Rita Serrano da presidência do banco nesta quarta-feira, 25. A chefia da Caixa foi prometida ao PP na mudança ministerial realizada em setembro, mas ainda não havia sido entregue. Uma exposição artística patrocinada pela estatal, que colocou o presidente da Câmara em uma lata de lixo, foi a gota d’água para acelerar o processo.

Tensão entre Lula e Lira pela presidência da Caixa foi agravada após exposição patrocinada pela estatal que mostrou o presidente da Câmara em uma lata de lixo Foto: WILTON JUNIOR© Fornecido por Estadão

Servidora de carreira nomeada por Lula para assumir a presidência da Caixa em janeiro, Rita Serrano foi substituída pelo economista Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado por Lira. A demissão de Serrano ocorreu em uma conversa nesta quarta no Palácio do Planalto. Ela era da “cota pessoal” de Lula, mas deputados e senadores reclamavam do seu perfil técnico. Segundo eles, a então presidente do banco não atendia aos pedidos feitos por parlamentares.

Rita Serrano é a terceira mulher do governo Lula a perder o cargo para o Centrão. Pelo mesmo motivo, Lula exonerou Daniela Carneiro do Turismo, que foi substituída por Celso Sabino, e Ana Moser do Esporte, que deu lugar a André Fufuca, apadrinhado de Arthur Lira.

A demissão de Rita Serrano e a entrega do comando do banco a um aliado de Lira ocorreu após a Caixa suspender uma exposição que mostrava o presidente da Câmara dos Deputados em uma lata de lixo junto com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. A mostra era patrocinada pelo banco e estava disponível para o público no espaço da Caixa Cultural, em Brasília, desde o último dia 17.

A exposição era chamada de “O Grito!” e reunia o trabalho de seis artistas que, segundo o banco, “refletiam sobre os 200 anos da independência do Brasil”. A obra causadora da polêmica é de autoria da artista plástica Marília Scarabello e apresenta um painel de diversas bandeiras do Brasil representadas com críticas políticas relacionadas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Arthur Lira, Paulo Guedes e Damares Alves foram representados em uma lata de lixo em obra que estava em exposição patrocinada pela Caixa Econômica Federal Foto: Reprodução/X© Fornecido por Estadão

Lira anunciou ‘obstrução’ na Câmara por demora em nomeação

Antes da exposição, Lula ganhava tempo em ceder os cargos de comando da Caixa ao Centrão. A troca de Rita Serrano por uma indicação de Lira já era certa, mas as negociações chegaram a um impasse porque o Palácio do Planalto não aceitava ceder as 12 vice-presidências do banco. O PP deseja ter todos os cargos e quer, em especial, a vice-presidência de Habitação, que cuida do programa Minha Casa, Minha Vida.

No final do mês passado, aliados de Lira disseram que ele ficou incomodado com declarações de Lula sobre a troca na liderança da Caixa. No dia 25 de setembro, o petista afirmou que só ele “coloca ou tira” alguém da presidência do banco. Uma semana antes, no dia 17, o presidente da Câmara disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que as nomeações para a estatal teriam que passar por ele.

Em resposta ao petista, Lira anunciou no dia 27 uma “obstrução” na Câmara dos Deputados, não pautando projetos para serem votados pelo plenário da Casa. Após se reunir com líderes partidários, incluindo o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), o alagoano recuou da decisão.

INDICADO REJEITADO DO GOVERNO GANHOU RESISTÊNCIA NO SENADO POR ASSOCIAR O ABORTO NA DEFENSORIA PÚBLICA

 

História por Rayanderson Guerra  • Jornal Estadão

RIO – O Senado rejeitou nesta quarta-feira, 25, a indicação de Igor Roque para o comando da Defensoria Pública da União (DPU), em uma derrota para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso. O nome de Roque ganhou resistência da ala conservadora do Senado após ser associado à organização de um seminário sobre o aborto na Defensoria.

Foram 35 votos favoráveis à indicação de Igor Roque e 38 votos contrários. Com isso, a indicação foi rejeitada e será arquivada. Como a votação para indicações é secreta, não é possível saber como cada um dos senadores votou. É a primeira indicação de Lula que foi rejeitada pelo plenário do Senado.

Defensor público Igor Roque teve o nome para comandar a Defensoria Pública da União (DPU) rejeitado pelo plenário do Senado Foto: Roque de Sá© Fornecido por Estadão

Até o fim de 2022, a DPU era comandada por Daniel Macedo, que chegou a ser indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para mais dois anos à frente do órgão. Ao tomar posse, porém, Lula desfez a indicação e decidiu enviar uma nova sugestão para o posto. Macedo era visto no Palácio do Planalto como bolsonarista e, por isso, teve seu nome retirado pelo governo.

Em um café com jornalistas no Palácio do Planalto, em janeiro deste ano, Lula afirmou que “não pode ficar ninguém que seja suspeito de ser bolsonarista raiz aqui dentro (no governo)”. Em carta aos pares, o chefe da DPU chegou a alegar que estava sofrendo uma campanha difamatória “sem precedentes” e diz não ser ligado a “grupos populares.

SE NÃO PODEMOS CONTROLAR A BIOLOGIA E O AMBIENTE NÃO TEMOS LIVRE ARBÍTRIO

História por admin3  • Revista Planeta

Em seu mais novo livro, Robert Sapolsky defende que as decisões do ser humano são resultado de coisas que não pode controlar: “biologia, ambiente e suas interações”.Robert Sapolsky é amplamente reconhecido como um dos cientistas mais influentes em sua área. Este distinto biólogo e neurocientista de 66 anos, que atua como professor na Universidade de Stanford, nos EUA, inicialmente ganhou destaque como primatologista, pesquisando babuínos selvagens no Quênia. O seu trabalho revelou como as complexas interações sociais destes primatas geram estresse e como esse estresse afeta a saúde deles.

No entanto, Sapolsky mudou seu foco para a neurociência e se dedicou à pesquisa do comportamento em diversas espécies animais, incluindo os humanos. E ele está firmemente convencido de que o conceito de “livre arbítrio” é inexistente, sem exceções.

“Não somos nem mais nem menos do que a soma daquilo que não podemos controlar: a nossa biologia, o nosso ambiente e as suas interações”, diz Sapolsky, segundo a revista especializada New Scientist.

Mas como isso pode ser verdade? Não tomamos decisões livremente em todos os momentos de nossas vidas, escolhendo fazer certas coisas em detrimento de outras, sem qualquer influência externa direta?

A posição de Sapolsky levanta questões éticas complexas ao desafiar a noção de responsabilidade individual e de culpa por ações prejudiciais. A partir dessa perspectiva, as pessoas não teriam controle real sobre as suas ações e, portanto, não poderiam ser consideradas culpadas pelos seus maus atos. Contudo, Sapolsky oferece uma resposta diferente para este suposto “problema”.

“Máquinas biológicas”

Em seu livro mais recente, Determined: A Science of Life Without Free Will (Determinado: uma ciência da vida sem livre arbítrio, em tradução livre), Sapolsky se aprofundou em suas reflexões e observações sobre esse conceito controverso. Nele, o neurocientista refuta os argumentos biológicos e filosóficos a favor do livre arbítrio, sustentando que eventos cerebrais anteriores, em interação com um ambiente específico, determinam o comportamento.

Especificamente, o cientista enfatiza que tudo o que fazemos é determinado pela nossa biologia, genes, hormônios, educação, infância e pelas diversas circunstâncias da vida que se estendem muito além de nós. Essa interminável cadeia de causas, que remonta aos nossos pais e além, cria uma rede quase infinita de fatores que acabam se traduzindo em nossas ações.

Assim, nesta perspectiva, segundo Sapolsky, não somos seres autônomos como acreditamos ser, mas sim um amálgama dessas influências que se manifestam em nossas ações. Em essência, considera-nos simplesmente “máquinas biológicas”, tal como qualquer outro organismo vivo.

“O mundo é realmente louco e muito, muito mais injusto pelo fato de recompensarmos e punirmos as pessoas por coisas sobre as quais elas não têm controle”, disse Sapolsky ao jornal Los Angeles Times. “Não temos livre arbítrio. Parem de nos atribuir coisas que não existem”, acrescentou.

Questionamento de crença

Para Sapolsky, mesmo que, ao ler estas palavras, o leitor não esteja convencido, essa suposta decisão estaria predeterminada. Como Sapolsky admitiu em entrevista ao jornal The New York Times, as suas afirmações são provocativas, mas ele diz que já ficaria feliz se aqueles que leem o seu livro começassem a questionar esta crença profundamente enraizada na nossa cultura.

Eliminar a noção de livre arbítrio, segundo Sapolsky, mina completamente a nossa identidade e autonomia, assim como a fonte de sentido das nossas vidas. Portanto, esta ideia, segundo ele, é especialmente difícil de rejeitar devido à complexidade que acarreta.

Além disso, Sapolsky argumenta que a ideia de livre arbítrio como a capacidade de sermos senhores das nossas ações é, em última análise, uma “definição completamente inútil”, dada a interligação de fatores que influenciam as nossas escolhas e comportamentos.

“Para que esse tipo de livre arbítrio exista, ele teria que funcionar num nível biológico de forma completamente independente da história desse organismo”, disse ele ao jornal. “Você seria capaz de identificar os neurônios que causavam um determinado comportamento, e não importaria o que qualquer outro neurônio no cérebro estivesse fazendo, qual era o ambiente, quais eram os níveis hormonais da pessoa, em que cultura ela foi criada. Mostre-me que esses neurônios fariam exatamente a mesma coisa com todas essas outras coisas alteradas, e você me provará que existe o livre arbítrio”, acrescentou.

Mas Sapolsky argumenta que isto é relevante, insistindo que tudo tem uma origem e que as nossas mentes não funcionam independentemente desses fatores. Ele ilustra isso apontando como somos condicionados a responder a vários estímulos ao longo da vida, como o mau cheiro. A nossa reação a esse cheiro é determinada pela nossa genética, especificamente pelos receptores olfativos que herdamos, e também pela forma como fomos condicionados durante a nossa educação para responder a essa percepção.

Perdão e compreensão

Em debates desta magnitude, as questões assumem sempre uma profundidade considerável. E num tema tão especialmente emaranhado como este, com tantas arestas, surgem inevitavelmente inúmeras contradições. Apesar disso, Sapolsky não parece preocupado em defender detalhadamente cada ponto de sua ideia; mas está interessado em esboçar uma imagem ampla de como seria um mundo em que entendêssemos que as nossas ações diárias são muito mais condicionadas do que tendemos a acreditar, tanto individual como socialmente.

Neste contexto, enquanto alguns argumentam que aceitar a nossa falta de liberdade poderia transformar-nos em monstros morais, Sapolsky, como destaca o diário britânico The Guardian, argumenta veementemente que é na verdade uma razão para viver com profundo perdão e compreensão, para ver “o absurdo de odiar uma pessoa por qualquer coisa que ela tenha feito”.

“Em algum momento, não faz diferença se seus sentimentos são reais ou se a sensação de que seus sentimentos são reais é que é o caso. Ainda achamos coisas aversivas o suficiente enquanto máquinas biológicas, que é útil chamar coisas de dor ou tristeza ou infelicidade. E mesmo que seja completamente absurdo pensar que algo de bom pode acontecer a uma máquina, é bom quando a sensação de sentir dor é diminuída”, disse Sapolsky ao The New York Times.

Embora a proposta de Sapolsky seja intrigante, vários dos seus colegas opõem-se à sua afirmação controversa. Por exemplo, Peter U. Tse, neurocientista do Dartmouth College, descreveu Sapolsky como “brilhante, mas completamente errado”.

“Aqueles que defendem a ideia de que não somos nada mais do que fantoches bioquímicos deterministas são responsáveis ​​pelo aumento do sofrimento psicológico e da desesperança neste mundo”, disse Tse ao Los Angeles Times.

Independentemente de se aceitar ou rejeitar esta crítica, em última análise, o objetivo subjacente de Sapolsky é promover a felicidade nas pessoas, e não o seu sofrimento, embora ele reconheça que isto pode parecer incompatível com o seu argumento principal. Nesse sentido, Sapolsky sustenta que esta abordagem é “libertadora” para a maioria das pessoas, especialmente aquelas cujas vidas foram marcadas pela culpa, punição, privação e desprezo devido a circunstâncias sobre as quais não têm controle.

O post “Livre arbítrio não existe”, afirma neurocientista apareceu primeiro em Planeta.

 

CRIANÇAS E ADOLESCENTES CONDENADOS AO FRACASSO

 

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

O Brasil estará fadado ao mais rotundo fracasso se não investir pesadamente na eliminação das privações de direitos fundamentais de suas crianças e adolescentes pobres. Repetida há décadas, essa óbvia constatação ainda não encontra resposta adequada e prioritária do poder público – uma omissão que condena milhões de brasileiros a viverem na pobreza durante seus anos de formação e sem perspectivas para a vida adulta. O relatório Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência – 2022, elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com base em dados do IBGE, não deixa margem para tergiversações. O quadro é grave e exige reação urgente.

A lenta queda na maioria das privações de meninos e meninas de zero a 17 anos no País entre 2019 e 2022 não traz suficiente alento. De fato, houve recuo de 62,9% para 60,3% no período. No entanto, a dura realidade a que seis entre cada dez crianças e adolescentes continuam expostos é inegável. São 31,9 milhões de brasileiros com suas potencialidades ceifadas pela raiz. É preciso priorizá-los nas agendas e nos orçamentos públicos da União, dos Estados e dos municípios, recomenda o Unicef. Não se pode condenar essa geração ao fracasso e à pobreza.

Há de considerar que o cômputo médio de 60,3% de crianças e adolescentes submetidos a privações de seus direitos básicos no País oculta realidades regionais muito mais graves. No Amapá, esse porcentual alcançou 91,6% em 2022 – ou seja, quase a totalidade de meninos e meninas. São Paulo, a unidade mais rica da Federação, registrou a melhor marca estadual, de 35,7%, que não deixa de ser vergonhosa.

Dentre as dimensões analisadas pelo Unicef, nenhuma privação se aprofundou tão escandalosamente quanto o direito à alfabetização. O porcentual de crianças de 7 anos sem condições de ler e escrever dobrou de 20,5%, em 2019, para 40,3%, em 2022. No grupo de meninos e meninas de dez anos, o analfabetismo avançou de 2,4% para 3,5% no período. O atraso escolar, acentuado pela pandemia de covid 19, não foi recuperado e mostra-se mais acentuado entre crianças e adolescentes negros de 7 a 17 anos.

Embora tenha havido ligeira melhora nos demais indicadores avaliados, todos se mantêm em níveis alarmantes. O País não pode fechar os olhos ao fato de que, somente no ano passado, 9,4% dos brasileiros de zero a 17 anos viviam em moradias precárias, 5,4% não tiveram acesso à água e 37% não contavam com saneamento básico. Na faixa de 4 a 17 anos, 8,3% estiveram longe da escola. A privação de renda atingiu 38% das crianças e adolescentes, o que se traduziu em insegurança alimentar. Para 20% delas, a renda familiar esteve abaixo da necessária para a compra de comida apropriada.

Há dúvidas de que esse cenário tenha sido substancialmente alterado ao longo de 2023, apesar das corretas mudanças nas políticas sociais do governo federal. Fato é que os dados colhidos pelo Unicef põem em evidência outras conhecidas omissões do poder público, como o combate à violência a que milhões de crianças e jovens estão expostos dentro e fora de suas casas. As mortes de 11 deles a tiros no Estado do Rio de Janeiro neste ano indicam a suscetibilidade de todos a uma política de segurança pública incapaz de lhes proporcionar a mínima proteção. Na outra ponta, o baixo acesso a direitos básicos atua como alavanca para a cooptação de jovens desalentados pelas múltiplas organizações criminosas concentradas nos bolsões de pobreza.

O estudo do Unicef retrata uma tragédia humana e social que, inevitavelmente, afetará o futuro do Brasil como um todo. Os esforços do Estado e da sociedade brasileira precisam ser multiplicados, com máxima eficácia e rapidez, a bem da qualidade de vida e do potencial de seus cidadãos e de seu desenvolvimento econômico e social. Trata-se aqui, nem mais, nem menos, de corresponder integralmente às determinações da Constituição de 1988. Está tudo lá, para quem quiser ler.

GOVERNO QUER FAZER ASSENTAMENTOS COM TERRAS DE MAUS PAGADORES

História por Vitória Queiroz  • Poder360

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), disse que o governo quer destinar propriedades rurais de “maus pagadores” para criar assentamentos. Segundo o ministro, a prática denominada por ele de programa de “adjudicação” já existia antes do 3º governo Lula.

“O que nós estamos tentando inovar é que esses bens sejam destinados para o assentamento de famílias quando se trata de assentamentos rurais”, disse Teixeira ao Poder360“É um programa que o Estado brasileiro sempre fez. O que a gente quer é a destinação desses bens para o assentamento de tantas famílias que estão vivendo em acampamentos, em beira de estrada”.

A declaração foi feita depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicar um vídeo de Teixeira no qual o ministro questiona se o Banco do Brasil pode dar “terras de maus pagadores para assentar mais gente na reforma agrária”. O ex-presidente escreveu a seguinte mensagem ao compartilhar as imagens: “Vem aí a expropriação de terras”.

Os bancos usam imóveis de clientes como garantia de um empréstimo. Em caso de descumprimento das parcelas, a instituição passa a ter o direito de tomar aquele imóvel para si como forma de quitar a dívida.

Nesse processo, pessoas físicas e jurídicas e o governo federal podem adquirir imóveis de propriedade dos bancos. São essas propriedades que o ministério pretende usar para criar assentamentos.

Assista ao vídeo em que Teixeira fala do programa (41s):

O vídeo compartilhado por Bolsonaro foi gravado durante uma visita de Teixeira ao assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas (PR), em 9 de outubro de 2023. Nas imagens, o ministro conversa com José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, sobre o processo de alienação de imóveis no Brasil, chamado por Teixeira de “programa de adjudicação” –ato que transfere a propriedade de um devedor ao seu credor.

“Eu queria, Sasseron, ver se o Banco do Brasil dá as terras de maus pagadores para assentar mais gente na reforma agrária como aconteceu aqui no Dorcelina Folador”, disse o ministro.

A Fazenda São Carlos, onde está o assentamento, foi comprada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 1998 por meio de processo de compra e venda (via decreto nº 433/1992). A propriedade foi vendida pelo Banco do Brasil depois de ter sido dada como garantia por um cliente.

Em nota, o Incra disse que a fazenda foi transformada em assentamento em 2000. A propriedade tem 757 hectares, com capacidade para 90 famílias de trabalhadores rurais.

  • 1 hectare – equivale a um terreno de 10.000 metros quadrados, algo como 2 campos de futebol; ou seja, 756 hectares são o equivalente a 1.504 campos de futebol.

Banco do Brasil informou em nota que a alienação de bens é uma prática comum no Sistema Financeiro Nacional e que segue rigorosamente a legislação e normativos em vigor. Segundo a instituição financeira, foram vendidos mais de 6.000 imóveis neste processo, sendo 234 imóveis rurais e 5.814 urbanos nos últimos 5 anos.

STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta 5ª feira (26.out.2023) que os bancos e outras instituições financeiras podem tomar, sem decisão judicial, imóveis financiados quando houver atraso no pagamento. Foram 8 votos a favor e 2 contra.

Grupo Atalla

No vídeo compartilhado por Bolsonaro, Teixeira também diz que quer implementar o programa de adjudicação em propriedades do Grupo Atalla, no Paraná. “A 1ª ação que vamos fazer vai ser aqui no Paraná de adjudicação dessas terras dos Atallas”, afirma.

Os bancos não podem divulgar informações de seus clientes por uma questão de sigilo bancário.

Uma fazenda do Grupo Atalla localizada em Florestópolis (PR) foi ocupada por integrantes do MST em 2014. Na ocasião, cerca de 500 famílias de agricultores invadiram o imóvel.

Em 2016, outra propriedade do grupo, esta, por sua vez, localizada em Jaú (SP), foi ocupada por cerca de 1.000 pessoas ligadas ao MST. Na época, o movimento justificou o ato porque a fazenda estava “abandonada”.

Poder360 entrou em contato com o Grupo Atalla por meio da Usina Central do Paraná, uma das empresas do grupo, mas não conseguiu obter um posicionamento até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Eis a íntegra de Paulo Teixeira:

“O Estado brasileiro normalmente tem crédito em relação a grandes devedores de impostos e tem crédito também em relação a grandes devedores de empréstimos. O que o Estado faz? Dá inúmeras chances para o devedor pagar a sua dívida junto ao Estado, quando ele não paga suas dívidas o Estado penhora bens.

O programa de adjudicação de terras de grandes devedores é isso. O que nós estamos tentando inovar é que esses bens sejam destinados para o assentamento de famílias quando se trata de assentamentos rurais. É um programa que o Estado brasileiro sempre fez. O que a gente quer é a destinação desses bens para o assentamento de tantas famílias que estão vivendo em acampamentos, em beira de estrada, cujos filhos nascem nesses acampamentos sem nenhuma qualidade de vida.

O programa de adjudicação de grandes devedores está previsto na legislação brasileira, legítimo que a gente está querendo. O que a gente está querendo fazer é destinar esses bens para assentamentos de famílias que querem ser lavradores, mas não tem terra para essa finalidade.”

Eis a íntegra da nota do Banco do Brasil:

“O Banco do Brasil atua com as melhores práticas bancárias no processo de cobrança e regularização de créditos, priorizando o recebimento de parcelas em atraso no menor prazo possível, atuando preventivamente, de modo a evitar a inadimplência e a ocorrência de perdas, sempre na busca das melhores soluções financeiras para seus clientes. No entanto, quando o rito de cobrança não surte efeito, faz-se necessária a execução de garantias. A partir do desembaraço dos bens, é realizada a alienação, prática comum no Sistema Financeiro Nacional, seguindo rigorosamente a legislação e normativos em vigor. Neste processo, pessoas físicas, jurídicas, Governo Federal, Estaduais ou Municipais e demais entidades públicas podem adquirir estes imóveis de propriedade do BB, por valores de mercado. Nos últimos 5 anos, por exemplo, foram vendidos mais de 6 mil imóveis neste processo, sendo 234 imóveis rurais e 5,814 mil urbanos”.

Eis a íntegra da nota do Incra:

“A Fazenda São Carlos, no município de Arapongas (PR), foi adquirida em 1998 pelo Incra, por meio de processo de compra e venda (vide Decreto nº 433/1992). O assentamento Dorcelina Folador, implantado na área – que tem 756,7855 hectares –, conta com capacidade para 90 famílias de trabalhadores rurais. A criação do assentamento ocorreu no ano 2000.”

 

ASSIM COMO O MAR A CARREIRA ESTÁ REPLETA DE DESAFIOS E TURBULÊNCIAS E ÀS VEZES DE CALMARIA

 

Virgilio Marques do Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

Red ocean and Blue ocean Business strategy. Vector Illustration

Navegando por mares desconhecidos: a Teoria do Oceano Azul e a carreira de um analista

Muitas vezes, ao observar o oceano caminhando pela praia, refleti sobre a vida e as inúmeras oportunidades que ela nos oferece. Uma dessas reflexões me levou ao universo corporativo, ao imaginário do jovem analista de uma grande empresa, e a uma ideia poderosa: a Teoria do Oceano Azul. Assim como o mar, a carreira desse profissional está repleta de desafios e, às vezes, turbulências, mas, em outras ocasiões, de calmaria e claridade.

Para aqueles menos familiarizados, a Teoria do Oceano Azul propõe aproveitar espaços de mercado inexplorados, em vez de competir em espaços saturados – estes últimos são os chamados “Oceanos Vermelhos”, onde a competição é acirrada e frequentemente sanguinária. O Oceano Azul, em contraste, é vasto, profundo e sem concorrência. Mas como essa teoria pode ser aplicada à carreira de um analista?

Comecemos pela natureza do trabalho desse jovem profissional. O analista é frequentemente envolvido em uma miríade de tarefas, mergulhado em dados, relatórios e reuniões. Está em uma posição que exige precisão, agilidade e capacidade analítica. No entanto, em empresas maiores, pode-se sentir como apenas mais um peixe em um vasto oceano, competindo por reconhecimento, promoções e oportunidades.

Aqui, imagino esse jovem se perguntando: “Como posso fazer diferente? Como posso me destacar e criar um caminho único para mim?”. A resposta, meus caros, pode estar em olhar para a carreira por meio das lentes da estratégia do Oceano Azul.

Oceano Azul na carreira

Ao invés de competir pelos mesmos cargos e projetos que todos os outros, por que não criar novos espaços, novas abordagens?

Por exemplo, um analista pode identificar uma área em sua empresa que está sendo negligenciada, mas que tem potencial para gerar valor. Em vez de esperar que alguém o designe para esse projeto, ele poderia tomar a iniciativa de elaborar um plano, apresentar aos superiores e liderar essa nova empreitada. Assim, ele não estaria apenas fazendo o que é esperado, mas também se diferenciando, navegando por águas até então desconhecidas.

Lembro quando decidi comercializar a Certificação Lean Seis Sigma com 40 horas para pessoas com menos recursos e tempo para se dedicarem ao estudo. Todos, na época, procuravam alongar as formações em busca de tickets mais altos. Fui à outra ponta, com cursos menores e mais baratos. Foi um oceano azul que, depois, tornou-se vermelho. No início, naveguei sozinho e consegui estabelecer a empresa.

Mas, é claro, navegar pelo Oceano Azul não é uma tarefa simples. Assim como o mar, ele é incerto e, às vezes, assustador. Requer coragem, visão e perseverança. O analista terá que estar disposto a assumir riscos, a defender suas ideias, a aprender com seus erros e, acima de tudo, a persistir.

Ao olhar para o horizonte, é fácil ficar intimidado pela vastidão do desconhecido. No entanto, se tivermos a coragem de mergulhar, de explorar e de inovar, as possibilidades são infinitas. A Teoria do Oceano Azul não é apenas uma estratégia de negócios; é uma filosofia de vida, uma forma de abordar desafios com uma mentalidade aberta e criativa.

Então, jovem analista, ao planejar sua carreira, lembre-se de que os mares já navegados podem ser confortáveis, mas é no desconhecido que as verdadeiras oportunidades se escondem. Não tenha medo de se lançar, de buscar novas perspectivas, de desafiar o status quo. Em um mundo em constante mudança, aqueles que têm a coragem de inovar, de buscar o Oceano Azul, serão os que realmente farão a diferença.

Quem sabe, ao olhar para trás, após anos de uma carreira bem-sucedida, esse analista poderá dizer que não apenas navegou pelos oceanos da vida, mas que também descobriu e criou seus próprios mares azuis. E, ao fazer isso, pode ter se tornado não apenas um profissional de sucesso, mas também um verdadeiro pioneiro em sua área.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

CRIAM E AUMENTAM OS IMPOSTOS E DEPOIS SÃO OBRIGADOS A DESONERAR A FOLHA DE PAGAMENTOS

História por THIAGO RESENDE  • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia foi aprovado nesta quarta-feira (25) pelo plenário do Senado. A proposta estende o benefício fiscal para 31 de dezembro de 2027.

Agora, o texto segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na sessão desta quarta, o relator do projeto, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), apenas fez ajustes pontuais no parecer que havia sido apresentado na semana passada e aprovado nesta terça na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) da Casa.

A desoneração da folha começou no governo Dilma Rousseff (PT), em 2011, e teve sucessivas prorrogações. A medida permite que os setores desonerados paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% de contribuição sobre a folha de salários para a Previdência Social e outras.

Para compensar a prorrogação da desoneração, o projeto também estende, pelo mesmo período, o aumento de 1% na alíquota da Cofins-Importação -pela lei atual, vale até dezembro.

Os 17 segmentos contemplados pelo projeto da desoneração da folha são calçados, call center, comunicação, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carrocerias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação, tecnologia de comunicação, projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

A prorrogação da desoneração da folha para os 17 setores econômicos representa uma redução de R$ 9,4 bilhões no pagamento de tributos dessas empresas.

O projeto também prevê benefícios para municípios brasileiros.

Apesar de o governo rejeitar essas benesses, o relator do projeto manteve esse trecho.

Coronel retomou a versão que reduz de 20% para 8% a contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) das prefeituras que não têm regimes próprios de Previdência. A regra vale para cidades com até 142,6 mil habitantes.

Ele rejeitou as mudanças feitas pela Câmara para ampliar essa medida. A Câmara havia estendido o benefício para outras prefeituras, e reduzido a alíquota para valores entre 8% e 18%, a depender da renda per capita do município. Quanto menor for o indicador, menor seria a cobrança.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o governo discute um possível veto integral ao projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos.

Técnicos do governo têm afirmado que, desde a Reforma da Previdência, ficou vedado adotar medidas que possam reduzir a arrecadação de recursos do fundo que banca as aposentadorias. Por isso, a prorrogação da desoneração seria inconstitucional.

Portanto, haveria um risco de o presidente cometer crime de responsabilidade se sancionar o texto.

Por isso, integrantes do governo tentam concluir estudos técnicos para tentar afastar essa tese.

Além disso, articuladores do governo fizeram uma investida contra o trecho de benefícios a prefeituras. E ameaçaram vetar integralmente o projeto se essa medida não fosse retirada. Mesmo assim, o Senado manteve a versão do relator.

A aprovação do projeto representa uma derrota ao ministro Fernando Haddad (Fazenda).

Haddad defendia que o tema fosse discutido em conjunto com outras iniciativas ligadas à tributação e com outro desenho. Além disso, o benefício a municípios é um revés extra à área econômica do governo.

 

NO CONFLITO ENTRE ISRAEL E HAMAS AS CRIANÇAS SÃO AS MAIS PREJUDICADAS

BBC News Brasil

Crianças são quase 40% de todos os mortos na Faixa de Gaza, cerca de 6.500, segundo autoridades palestinas© Reuters

ALERTA: As imagens que ilustram esta reportagem podem ser perturbadoras

Crianças da Faixa de Gaza têm sido as principais vítimas do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas.

Segundo a ONU, desde o início dos bombardeios de retaliação de Israel após os ataques brutais perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro, 2.360 crianças morreram e 5.364 ficaram feridas na Faixa de Gaza, ou seja, 400 mortas ou feridas por dia.

As crianças são quase 40% de todos os mortos no território, cerca de 6.500, segundo autoridades palestinas.

Além disso, mais de 30 crianças israelenses foram mortas pelo Hamas, e dezenas permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.

É a escalada mais mortífera na Faixa de Gaza e em Israel que a ONU testemunhou desde 2006.

“Quase todas as crianças na Faixa de Gaza foram expostas a acontecimentos e traumas profundamente angustiantes, marcados por destruição generalizada, ataques implacáveis, deslocamentos e grave escassez de bens de primeira necessidade, como alimentos, água e medicamentos”, disse em comunicado o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Para Adele Khodr, diretora regional da Unicef para o Oriente Médio e Norte de África, “o assassinato e a mutilação de crianças, o sequestro de crianças, os ataques a hospitais e escolas e a negação do acesso humanitário constituem graves violações dos direitos das crianças”.

“A Unicef apela urgentemente a todas as partes para que concordem com um cessar-fogo, permitam o acesso humanitário e libertem todos os reféns. Até as guerras têm regras. Os civis devem ser protegidos — especialmente as crianças — e todos os esforços devem ser feitos para poupá-las em todas as circunstâncias”, acrescentou.

Nesta terça-feira (24/10), os médicos de um hospital de Gaza conseguiram salvar um feto mediante uma cesariana de emergência — depois da sua mãe ter sido morta durante um ataque aéreo israelense.

Segundo o correspondente da BBC em Gaza, Rushdi Abualouf, a mãe ficou gravemente ferida durante um bombardeio à cidade de Khan Younis, no sul do território, área para onde, há dez dias, as autoridades israelenses aconselharam os palestinos a se deslocarem “por segurança”.

O pai do bebê foi morto durante os ataques, enquanto a mãe grávida foi levada ao hospital, segundo Abualouf.

Naquela altura, a mãe ainda estava viva — “lutando pela sua vida e pela do seu filho”, acrescentou o jornalista.

Em entrevista à emissora americana CNN, Abdul Rahman Al Masri, chefe do departamento de emergência do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Gaza, afirmou que “recebemos alguns casos em que os pais escreveram os nomes dos filhos nas pernas e no abdômen”.

Ele disse que os pais estavam preocupados que “tudo pudesse acontecer” e ninguém seria capaz de identificar seus filhos.

Segundo a Unicef, a Cisjordânia também tem registrado um aumento alarmante no número de vítimas, com quase 100 palestinos mortos, incluindo 28 crianças — e pelo menos 160 menores supostamente feridas.

“Mesmo antes dos trágicos acontecimentos de 7 de outubro de 2023, as crianças na Cisjordânia já enfrentavam os níveis mais elevados de violência relacionada com o conflito em duas décadas, resultando na morte de 41 crianças palestinas e de seis crianças israelenses até agora este ano”, informou o comunicado da Unicef.

Segundo Khodr, “a situação na Faixa de Gaza é uma mancha crescente na nossa consciência coletiva. A taxa de mortalidade e ferimentos de crianças é simplesmente impressionante”.

“Ainda mais assustador é o fato de que, a menos que as tensões sejam aliviadas, e a menos que a ajuda humanitária seja permitida, incluindo alimentos, água, suprimentos médicos e combustível, o número diário de mortes continuará a aumentar.”

O combustível é de suma importância para o funcionamento de instalações essenciais, como hospitais, usinas de dessalinização e estações de bombeamento de água.

As unidades de terapia intensiva (UTI) neonatal abrigam mais de 100 recém-nascidos, alguns dos quais estão em incubadoras e dependem de ventilação mecânica, tornando o fornecimento ininterrupto de energia uma questão de vida ou morte.

Segundo a ONU, toda a população da Faixa de Gaza, composta por quase 2,3 milhões de pessoas, enfrenta uma terrível e premente falta de água, que acarreta graves consequências para as crianças, cerca de 50% da população.

A maioria dos sistemas de água foi gravemente afetada ou tornou-se inoperacional devido a uma combinação de fatores, incluindo escassez de combustível e danos em infraestruturas vitais de produção, tratamento e distribuição.

“As imagens de crianças a serem resgatadas dos escombros, feridas e em perigo, enquanto tremem nos hospitais à espera de tratamento, retratam o imenso horror que estas crianças estão suportando. Mas sem acesso humanitário, as mortes causadas por ataques podem ser a ponta do iceberg”, disse Khodr.

Segundo ela, “o número de mortes aumentará exponencialmente se as incubadoras começarem a falhar, se os hospitais fecharem, se as crianças continuarem a beber água imprópria e não tiverem acesso a medicamentos quando ficarem doentes”.

‘Violência de décadas’

Num relatório apresentado à Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira, Francesca Albanese, relatora especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados desde 1967 (Cisjordânia e Faixa de Gaza), afirmou que “as forças de ocupação israelenses matam, mutilam, deixam órfãs e detêm centenas de crianças no território palestino ocupado todos os anos”.

Segundo ela, essa situação se agravou nas últimas semanas.

“A opressão e o trauma sofridos pelas crianças palestinas, metade da população palestina sob o domínio israelense, são uma mancha única na comunidade internacional”, disse Albanese.

O relatório não cobre os acontecimentos de 7 de outubro e as suas consequências.

Albanese concluiu que Israel, apesar das suas obrigações “como potência ocupante”, priva os palestinos e os seus filhos “dos seus direitos humanos básicos” como parte dos seus esforços para “impedir o desenvolvimento da sociedade palestina e para frustrar permanentemente o direito dos palestinianos à autodeterminação”.

Segundo a ONU, de 2008 até 6 de outubro de 2023, 1.434 crianças palestinas foram mortas, e mais de 32.175 ficaram feridas, devido sobretudo à ocupação israelense.

Desse total, 1.025 foram mortas só em Gaza, desde que o bloqueio ilegal começou em 2007.

Segundo a ONU, de 2008 até 6 de outubro de 2023, 1.434 crianças palestinas foram mortas, e mais de 32.175 ficaram feridas, devido sobretudo à ocupação israelense© Reuters

Durante o mesmo período, 25 crianças israelenses foram mortas, a maioria por agressores palestinos, e 524 ficaram feridas.

Entre 2019 e 2022, 1.679 crianças palestinas e 15 crianças israelenses sofreram lesões físicas duradouras, o que deixou muitas delas permanentemente incapacitadas.

Segundo a ONU, uma média de 500 a 700 crianças palestinas são detidas pelas forças de ocupação israelenses todos os anos — estima-se que 13 mil, na sua maioria, tenham sido detidas arbitrariamente, interrogadas, julgadas em tribunais militares e presas desde 2000.

“O enquadramento de Israel das crianças palestinas como ‘escudos humanos’ ou ‘terroristas’ para justificar a violência contra elas e os seus pais é profundamente desumanizante”, disse Albanese.

“O inferno de hoje não pode obscurecer a violência das últimas décadas”, acrescentou.

“Para enfrentar a crise, é fundamental compreender o que levou a ela. Isto não significa justificar ou minimizar os crimes hediondos cometidos contra civis israelenses em 7 de outubro; pelo contrário, obriga-nos a enfrentar esse horror no contexto daquilo que o precedeu.”

“Devemos compreender o impacto devastador da ocupação de Israel e da presença colonial em constante expansão sobre gerações de crianças palestinas”, acrescentou.

O relatório detalha as experiências diárias de violência das crianças por meio do confisco de terras familiares e expropriação de recursos, separação de comunidades, destruição de casas e meios de subsistência e ataques à sua educação.

“Gerações de crianças palestinas, quer na sitiada Faixa de Gaza, nos enclaves da Cisjordânia ou na Jerusalém Oriental anexada, viram as suas vidas reduzidas ao mínimo e, com demasiada frequência, interrompidas como dispensáveis”, disse Albanese.

“Isso é profundamente “não-infantil”: tira a leveza da infância e rouba o futuro das crianças”, completou.

A relatora especial instou a comunidade internacional “a pôr fim imediatamente à ocupação ilegal de Israel, sancionar os seus atos internacionalmente ilícitos, processar todos os crimes internacionais cometidos por todos os envolvidos no território palestiniano ocupado e criar um grupo de trabalho para desmantelar a ocupação colonial como condição prévia para a paz na região”.

Estudos realizados após conflitos anteriores entre o Hamas e Israel mostraram que a maioria das crianças em Gaza apresentava sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)© Reuters

Saúde Mental

Estudos realizados após conflitos anteriores entre o Hamas e Israel mostraram que a maioria das crianças em Gaza apresentava sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

Após a Operação Pilar de Defesa em 2012, um relatório da Unicef mostrou que 82% das crianças tinham medo contínuo ou habitual da morte iminente.

Além disso, 91% das crianças relataram distúrbios do sono durante o conflito; 94% disseram que dormiram com os pais; 85% relataram alterações no apetite; 82% sentiram raiva; 97% sentiram-se inseguras; 38% sentiram-se culpadas; 47% roíam as unhas; 76% relataram coceira ou mal-estar.

Após a Operação Chumbo Fundido, a guerra de três semanas em 2008-09, um estudo realizado pelo programa comunitário de saúde mental de Gaza (GCMHP) constatou que 75% das crianças com mais de seis anos sofriam de um ou mais sintomas de stress pós-traumático: com uma em cada dez apresentando todos os sintomas.

Na ocasião, Hasan Zeyada, psicólogo do GCMHP, disse ao jornal britânico Guardian : “”A maioria das crianças sofre muitas consequências psicológicas e sociais. A insegurança e os sentimentos de desamparo e impotência são avassaladores”.

“Observamos crianças ficando mais ansiosas — distúrbios do sono, pesadelos, terror noturno, comportamentos regressivos como agarrar-se aos pais, fazer xixi na cama, ficar mais inquietas e hiperativas, recusar-se a dormir sozinhas, querer estar o tempo todo com os pais, oprimidas por medos e preocupações. Algumas começam a ser mais agressivas.”

Os especialistas também notaram um aumento nos sintomas psicossomáticos, como febre alta sem razão biológica ou erupção na pele pelo corpo.

Um relatório do ano passado da ONG Save the Children sobre o impacto do bloqueio de 15 anos de Israel e os repetidos conflitos na saúde mental das crianças em Gaza concluiu que o seu bem-estar psicossocial tinha “diminuído dramaticamente para níveis alarmantes”.

As crianças ouvidas pela agência humanitária “falaram de medo, nervosismo, ansiedade, stress e raiva, e listaram problemas familiares, violência, morte, pesadelos, pobreza, guerra e a ocupação, incluindo o bloqueio, como as coisas de que menos gostaram nas suas vidas”.

 

A CONSERVADORA PATRÍCIA BULLRICH APOIA MILEI PARA LIVRAR A PÁTRIA ARGENTINA DO KIRCHNERISMO

História por admin3  • Revista Planeta

Terceira colocada no primeiro turno, Patricia Bullrich anuncia que vai apoiar Javier Milei – de quem foi alvo de ataques na campanha – na disputa contra Sergio Massa. “Quando a pátria está em perigo, tudo é permitido.”A candidata derrotada Patricia Bullrich anunciou nesta quarta-feira (25/10) que apoiará Javier Milei no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, que será disputado entre o ultradireitista e o ministro peronista Sergio Massa. Bullrich, uma conservadora “tradicional”, terminou a disputa do primeiro turno com 23,8% dos votos, abaixo dos 30% de Milei e dos 36,7% de Massa.

Ao anunciar sua decisão, Bullrich disse que pretende apoiar o que ela chamou de “a mudança” representada por Milei, um economista novato na política argentina que se notabilizou por uma campanha populista e agressiva e por propostas como a dolarização total da economia argentina.

“A urgência do momento obriga-nos a não sermos neutros”, disse Bullrich em coletiva de imprensa. “A Argentina não pode iniciar um novo ciclo kirchnerista liderado por Sergio Massa”, disse, em referência ao atual ministro da Economia, que é aliado do kirchnerismo. “Quando a pátria está em perigo, tudo é permitido”, continuou, usando uma frase atribuída a José de San Martín, militar e estadista argentino do século 19.

“Temos diferenças com Milei, por isso competimos. No entanto, enfrentamos o dilema da mudança, ou da continuidade mafiosa. A maioria escolheu a mudança, nós a representamos”, finalizou Bullrich, que é do mesmo grupo político do ex-presidente liberal Mauricio Macri (2015-2019) e que liderou uma campanha focada na segurança pública.

Ataques

Durante a disputa do primeiro turno, o ultraliberal Milei fez pesados ataques pessoais contra Bullrich, explorando e distorcendo o passado da atual política conservadora durante a ditadura. Nascida em uma família rica, Bullrich foi inicialmente membro da juventude peronista de extrema esquerda nos anos 1970. Durante a ditadura argentina, ela foi presa e chegou a se exilar no Brasil. Posteriormente, morou na Espanha.

Esse passado foi usado por Javier Milei na campanha, que acusou, sem provas, a rival de “terrorismo” e de colocar “bombas em jardim de infância”. Bullrich sempre negou ter participado em ações de guerrilha.

Após a apuração indicar sua passagem para o segundo turno, Milei já havia feito acenos para o grupo político de Bullrich, argumentando que ambos têm um adversário em comum: o peronismo kirchnerista, o grupo político da ex-presidente e atual vice-presidente Cristina Kirchner, de quem Massa atualmente é aliado, apesar de não ser exatamente membro do kirchnerismo.

“Todos nós que queremos mudanças temos que trabalhar juntos”, disse Milei no domingo. Com o tom habitual da sua campanha, Milei afirmou que “o kirchnerismo foi a pior coisa que aconteceu à Argentina”. “Há dois anos viemos disputar o poder contra a coisa mais desastrosa da história da democracia moderna. Durante todos esses meses, a campanha fez com que muitos de nós, que queremos mudanças, nos encontrássemos em conflito. Estou disposto a virar a página com o objetivo de acabar com o kirchnerismo”, afirmou Milei.

Após o anúncio de Bullrich nesta quarta-feira, Milei publicou em sua conta na rede X (ex-Twitter) um desenho que mostra um leão e um pato abraçados – uma referência ao apelido de Patricia “Pato” Bullrich e o felino usado como símbolo pelos apoiadores de Milei.

Bullrich apoia, mas sua coligação é outra história

No segundo turno, os eleitores da conservadora Bullrich devem ser decisivos para a escolha do novo presidente. Somado, o eleitorado de Milei e Bullrich, dois candidatos de direita, somou mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, o que sinaliza uma segunda rodada desafiadora para Massa.

No entanto, o apoio de Bullrich não significa que Milei pode garantir todos os votos da conservadora. A própria Bullrich esclareceu nesta quarta-feira que não falava em nome do seu partido, o Proposta Republicana (PRO), nem da sua coligação, a Juntos pela Mudança (JxC), que não é exatamente um bloco homogêneo.

Setores do PRO, especialmente aqueles ligados ao ex-presidente Macri, já vinham mostrando uma tendência de apoio a Milei. Mas o apoio não é monolítico. O atual prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, outra figura importante do PRO, já disse que não pretende apoiar Milei.

A situação também se repete dentro de outro membro importante da coligação, a União Cívica Radical (UCR), uma legenda de centro-esquerda não peronista, que, embora seja oponente do kirchnerismo, não é radicalmente contra no mesmo nível do PRO de Bullrich e Macri. Durante a campanha, Milei direcionou vários ataques à UCR, a quem chamou de “traidores”.

A posição de Bullrich também não reflete a da Coalizão Cívica, outro membro da JxC. Após o anúncio do apoio da candidata derrotada a Milei, a presidente da Coalizão Cívica, Elisa Carrió, rechaçou apoiar o ultradireitista. “Não vamos dar um salto no vácuo. Patricia [Bullrich] está cometendo um erro histórico”, disse, acusando ainda o ex-presidente Macri de “destruir” a JxC por causa da aproximação com Milei. “Macri sempre jogou por Milei e pela destruição da JxC”, disse a política, que defende o voto nulo no segundo turno.

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TODOS OS ANOS MUDAM A GRADE PEDAGÓGICA MAS O ENSINO NÃO MUDA

 

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

O Ministério da Educação (MEC) enviou ao Congresso um projeto de lei (PL) que reformula a Política Nacional do Ensino Médio. O PL revoga dispositivos da Lei 13.415/2017, que instituiu o chamado Novo Ensino Médio, e estabelece outras diretrizes para essa fase da aprendizagem. Vem aí, portanto, o “novíssimo” ensino médio, pouco depois daquele que era o “novo” ter começado a ser implementado no País, em 2022, até ser suspenso pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em abril deste ano

Espera-se que a partir de agora o País possa, enfim, ter um currículo definitivo para o ensino médio ou ao menos um que seja mais duradouro, sem ficar ao sabor da ideologia do governo de turno. É uma enorme insensibilidade submeter milhões de jovens já aflitos pela premência de ter de escolher uma carreira à insegurança de não saber nem sequer qual é a grade pedagógica que deverão seguir até prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ingressar numa faculdade.

As mudanças propostas pelo MEC para a grade curricular do ensino médio, que decerto ainda refletirá as contribuições feitas pelos parlamentares, devem ser objeto de um debate iluminado pela técnica, não pela ideologia. Devem dar azo a uma concertação suprapartidária que leve em conta, em primeiríssimo lugar, o melhor interesse dos jovens estudantes, não as convicções ideológicas de parlamentares e membros do governo, sejam quais forem as suas afiliações políticas

O ministro da Educação enfatizou que a proposta da pasta para o ensino médio “é fruto de ampla consulta e debate público, como devem ser os processos democráticos”. Camilo Santana acrescentou que, “na busca pelo consenso, o que nos une é a certeza de que nossa juventude merece mais oportunidades, com ensino médio atrativo e de qualidade”. Merece mesmo. Daí por que a grade curricular que se pretende mais moderna deve ser construída com muita cautela e não menos espírito público. Estará fadado ao fracasso o currículo que não privilegiar a técnica e as melhores práticas na área de educação.

Para o bem do País e dos cerca de 8 milhões de jovens matriculados no ensino médio, não há sinal, ao menos por ora, de que isso vai acontecer. O projeto de lei gestado no MEC, após a realização de audiências públicas que contaram com especialistas em educação e organizações da sociedade civil, traz melhorias ao projeto do Novo Ensino Médio aprovado em 2017, malgrado contribuir para a perpetuação do estigma negativo que marca o ensino técnico no Brasil, tratando essa modalidade, na prática, como menos importante do que a acadêmica. De toda forma, esse é um dos pontos que podem ser melhorados no Congresso.

Entre as mudanças positivas contidas no PL, a principal, não resta dúvida, é a retomada da carga horária de 2.400 horas para Formação Geral Básica, isto é, para as disciplinas comuns do ensino médio, como língua portuguesa e matemática. Não é incomum que jovens cheguem ao ensino superior, sabe-se lá como, sem serem capazes de acompanhar os estudos propostos pelos professores porque carecem de formação sólida em disciplinas elementares.

Outra boa medida é a retomada do ensino de disciplinas antes obrigatórias para todos os alunos do ensino médio, como sociologia, filosofia, artes e educação física, entre outras. De acordo com o texto, o ensino de espanhol também passará a ser obrigatório, o que faz sentido à luz da relação do Brasil com outras nações da América Latina. Além dessas mudanças, haverá uma reorganização dos “itinerários formativos”, que são chamados de Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos Propedêuticos, a fim de evitar o que o ministro Camilo Santana classificou como “dispersão”. Hoje são cinco e passarão a ser quatro, sendo obrigatória a oferta de ao menos dois deles por escola.

Essas mudanças no ensino médio são promissoras. Mas é importante ter em mente que, por melhor que seja, só uma reforma curricular não resolve os problemas crônicos da educação brasileira. Ainda é preciso ir muito além para superar o atraso de décadas que separa os estudantes brasileiros dos jovens das nações desenvolvidas.

GOVERNO LULA ESCOLHEU SEU INIMIGO NÚMERO UM AS BIG TECHS

  Big Techs ...