quinta-feira, 26 de outubro de 2023

LIRA MANDA E DESMANDA NO GOVERNO ATUAL

História por Heitor Pires  • IstoÉ

Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Como não tenho nenhum, cá estou eu a tretar com o todo-poderoso presidente do Brasil, digo da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Não satisfeito em nomear quem quiser para o governo federal, ser o verdadeiro dono do orçamento da União, comandar com mãos de ferro seu partido, o PP, e ter uma romaria de apaniguados puxando-lhe o saco 7 dias por semana, 30 dias por mês, 365 dias por ano, inclusive sábados, domingos e feriados, o coroné Lira agora também manda demitir.

Insatisfeito com a presidente da CaixaRita Serrano, que aprovou uma exposição de arte (de muito mau gosto por sinal) onde um retrato seu “ornava” uma lata de lixo (arte é arte, ora bolas), o manda-chuva do País chamou o suposto presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na xinxa, e deu o comando: rua!

Como o chefão petista não é bobo nem nada, tratou de defenestrar a antiga auxiliar (mais uma mulher que vai embora do governo mais inclusivo “deff paíff”) e irá nomear, em seu lugar, quem o Seu Lira mandar, afinal, repito, manda quem pode, obedece quem tem juízo, e Lula pode padecer de muita coisa, mas juízo (político) nunca lhe faltou.

O novo presidente da Caixa – mais um desses patrimônios do povo como a Petrobras e o Banco do Brasil – será Carlos Antônio Fernandes. Funcionário de carreira, é bastante próximo dos figurões do centrão e, claro, do próprio Arthur Lira, que não apenas se livrou de quem lhe atirou na lata do lixo (já que os eleitores assim não o fazem) como poderá nadar de braçada também nos bilhões do banco estatal.

 

CRISE ENTRE ISRAEL E A ONU SE AGRAVOU

BBC News Brasil

Secretário-geral da ONU disse que “as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horríveis do Hamas” e que “ataques horrendos não podem justificar a punição coletiva do povo palestino”.© EPA

Um racha eclodiu em Nova York na noite de terça-feira (24/10), quando o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir a guerra entre Israel e o Hamas.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que os ataques do Hamas em 7 de outubro, que deixaram 1.400 mortos, não aconteceram “no vácuo”, fazendo referência aos “56 anos de ocupação” dos palestinos por Israel.

Na terça-feira, o Ministério da Saúde de Gaza informou que quase 5.800 pessoas foram mortas desde 7 de outubro.

Os comentários de Guterres foram alvo de uma resposta irada do ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, que disse que “não pode haver motivo para tal massacre”.

“Em que mundo você vive?”, perguntou o diplomata a Guterres.

Mais tarde, Cohen disse que cancelaria sua reunião com o chefe da ONU

Gilad Erdan, embaixador de Israel nas Nações Unidas, pediu a demissão de Guterres, dizendo que ele “não está apto para liderar a ONU”.

Pelo X, antigo Twitter, Guterres destacou outros trechos do seu discurso.

Ele tambem havia dito que “as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horríveis do Hamas” e que “ataques horrendos não podem justificar a punição coletiva do povo palestino”.

Israel diz agora que vai negar vistos a funcionários da ONU.

Erdan disse a um programa de rádio israelense que Martin Griffiths, subsecretário-geral para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, já teve visto o visto negado.

“Chegou a hora de ensinar uma lição a eles”, disse Erdan.

Israel cortou a eletricidade de Gaza após os ataques do Hamas em 7 de outubro – o que significa que, desde então, o território depende de geradores de reserva que funcionam a base de combustível.

Na terça-feira à noite, a ONU disse que um terço dos hospitais e quase dois terços das clínicas de cuidados primários de saúde em Gaza já tinham fechado devido a danos causados pela guerra e a falta de combustível.

O correspondente da BBC em Gaza, Rushdi Abualouf, confirma que hospitais estão parando todos os serviços, exceto os de emergência, porque combustível acabando.

A UNRWA, a agência da ONU criada para os refugiados palestinianos, diz que seus abrigos estão tão sobrecarregados que atingiram quatro vezes a sua capacidade.

A agência afirma que quase 600 mil pessoas estão abrigadas em 150 instalações. Isso inclui escolas e locais de saúde. A UNRWA diz ainda muitas pessoas estão dormindo nas ruas.

Israel está impedindo que combustível chegue a Gaza. O país acusa o Hamas de armazenar centenas de milhares de litros.

Oito caminhões de ajuda transportando alimentos, água e medicamentos cruzaram do Egito para Gaza de terça para quarta-feira (25/10).

Mas agências dizem que são necessários pelo menos 100 caminhões – por dia.

O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que 80 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses na última noite.

Israel diz que teve como alvo a infra-estrutura do Hamas – incluindo bloqueios de estradas supostamente criados para impedir a evacuação de civis do norte da Faixa de Gaza.

 

A INCOERÊNCIA DA POLÍTICA FISCAL BRASILEIRA

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

Cumprir a meta fiscal e resgatar o equilíbrio estrutural das contas públicas será um objetivo bem mais desafiador do que se espera. Sem alterar a dinâmica do gasto público ou reduzir a rigidez das despesas obrigatórias, o buraco no Orçamento não apenas não será coberto, como tende a crescer.

A edição mais recente do Relatório de Acompanhamento Fiscal da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado traz uma reflexão importante sobre a diferença entre o objetivo e a direção na análise da evolução das despesas primárias no curto prazo. As metas expressas pelo novo arcabouço fiscal simplesmente não se coadunam com o comportamento do gasto público.

Em setembro, segundo a IFI, a despesa primária do governo central alcançou a marca de R$ 157,5 bilhões, um aumento real de 10,7% em relação ao mesmo mês de 2022. Os gastos previdenciários tiveram alta de 7,1%, um crescimento relacionado tanto ao crescimento no número de benefícios quanto ao aumento do salário mínimo. Desembolsos com pessoal e encargos sociais subiram 2,1%, em razão do reajuste dos servidores. Dispêndios obrigatórios com controle de fluxo, como o Bolsa Família, avançaram 49,7%, em parte porque o antigo Auxílio Brasil, em vigor até o ano passado, havia sido pago com crédito extraordinário.

Não foi um comportamento pontual. De janeiro a setembro, a despesa primária somou R$ 1,487 trilhão, alta real de 5,1% em relação aos nove primeiros meses do ano passado. Gastos com abono salarial e seguro-desemprego cresceram 7,3%; a complementação da União ao Fundeb, para bancar o piso dos professores da rede pública, avançou 10,6%; e o Bolsa Família aumentou 20,5%.

De janeiro a setembro, a maior redução nos gastos se deu nas despesas discricionárias, de 17,39%. Mas essa queda não significa cortes definitivos, mas apenas bloqueios orçamentários temporários e o cronograma de desembolsos dessa despesa, concentrada no fim do ano. Não é uma manobra nova. Diante da impossibilidade de mexer nos gastos obrigatórios, as despesas discricionárias costumam pagar o preço imediato da política fiscal – ao menos nos primeiros meses do ano.

Isso explica muito sobre o movimento que os parlamentares têm feito para segurar a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. Entre os artifícios que o relator, Danilo Forte (União-CE), cogita adotar estão limites para o contingenciamento de emendas, um calendário para o pagamento dessas indicações e até a criação de um novo tipo de emenda impositiva – a emenda de liderança.

Para o ano que vem, o governo pressupõe que as despesas primárias serão mantidas praticamente estáveis, em 19,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 19,1% neste ano. Tal projeção parte de premissas no mínimo questionáveis, como uma redução de 8% nos gastos previdenciários motivada por um pente-fino nos cadastros, operação cujo sucesso, segundo a IFI, é “crucial” para a materialização do cenário esperado pelo governo.

Não é apenas no comportamento das despesas que é possível perceber a diferença entre objetivo e direção da política fiscal. Há, na verdade, uma incoerência entre o discurso e a prática do Executivo e do Legislativo nesse tema. Quando as principais despesas da União crescem acima da inflação, não há maneira de dourar a pílula: é preciso aumentar a arrecadação para bancá-las e propor reformas para reduzi-las.

O governo fala em recuperar receitas, o que dá na mesma, mas suas medidas para taxar fundos exclusivos e offshore e para acabar com a dedutibilidade dos juros sobre capital próprio (JCP) repousam no mesmo Congresso que deu aval ao arcabouço fiscal. Até agora, o plano de caça dos jabutis tributários do ministro Haddad não saiu do papel, mas o Legislativo trabalha intensamente para mantê-los e até ampliá-los na reforma tributária.

Assim, resta ao governo recorrer aos tradicionais contingenciamentos, que retroalimentam o desgaste na relação com o Legislativo, e torcer para que o Congresso não cumpra a ameaça de engessar ainda mais o Orçamento por meio das emendas parlamentares. Até quando?

 

STARTUP QUE REVOLUCIONOU AS COMPRAS A CRÉDITO DE BRASILEIROS NOS ESTADOS UNIDOS

 

Rogério Teixeira – Empresário Brasileiro

Quem é o empresário brasileiro que revolucionou o mercado de parcelamento nos Estados Unidos, e em 2 anos movimentou mais de 340 milhões de reais?

Do Senai ao Amro, Grupo Pão de Açúcar e Mercado Livre, Rogério Teixeira passou por grandes empresas brasileiras até criar sua Startup de Sucesso

Rogério Teixeira, é de Diadema – SP, veio de uma família simples, se formou em Caldeiraria pelo Senai e em Tecnologia da Informação pela PUC de Campinas, saiu do Brasil em 2015, após passar por empresas como Amro Bank, IBM, Grupo Pão de Açucar e Mercado Livre e firmou residência em Orlando, na Flórida.

Enfrentou algumas tentativas malsucedidas antes de finalmente ter o insight que deu origem à Parcelow. Uma ideia relativamente simples, mas brilhante, que ele transformou em um negócio de muito sucesso.  

“A Parcelow surgiu enquanto eu e minha ex-esposa esperávamos na fila de uma loja de cosméticos nos Estados Unidos. Uma brasileira questionava a caixa se seria possível parcelar suas compras. A funcionária da loja sequer entendeu qual era a dúvida, já que essa modalidade não é comum no país. Eu pensei: dá pra fazer!”, conta Rogério Teixeira, CEO e fundador da startup.

Esta é uma história inspiradora e demonstra como um empreendedor determinado pode encontrar oportunidades em desafios aparentemente insuperáveis.

Desde 2019, a Parcelow aparece como a primeira modalidade de pagamento que oferece a opção de parcelamento para brasileiros nos Estados Unidos, sem a necessidade de um cartão internacional. Isso significa que o consumidor pode usar seu cartão de crédito brasileiro habitual para fazer compras de forma ápida e responsável.

Quando se trata de compras dos brasileiros no exterior, os setores mais destacados durante suas viagens aos EUA são os eletrônicos, as lojas de departamento e os supermercados. Além disso, muitos turistas aproveitam a ocasião para adquirir roupas de marcas famosas e celulares a preços bem mais acessíveis do que os praticados no Brasil.

“Como profissional, meu diferencial é o de resolver problemas. E foi o que fiz com a Parcelow, resolvi um problema real que os brasileiros tinham, de só poderem comprar seus objetos de desejo só a vista, e que os comerciantes americanos também tinham, mas nem sabiam, e que é o responsável por trazer receita para suas lojas” – enfatiza Rogério.

O empresário conta que chega a aumentar as vendas em até 60%, sem que o comerciante passe por riscos.

A abordagem, num mercado completamente diferente do brasileiro (segundo pesquisa do SPC – Serviço de Proteção ao Crédito, 79% dos brasileiros costumam parcelar suas compras), é relativamente simples. Ele mostra ao lojista que ele tem o produto, no entanto não detém a forma de pagamento que o consumidor deseja.

Isso significa mexer em um mercado que movimenta 11 bilhões de dólares, que é quanto, anualmente, o brasileiro consome na terra do Tio Sam.

Os números são impressionantes:

De setembro de 2021 a agosto de 2023 foram negociados mais de US$50.000.000 através da Parcelow.

Num total de cerca de 145.000 transações.

O que significa dizer que cada compra de brasileiro nos EUA nesse período, girou em torno de US$345.

Esses números representam um feito notável para uma startup que, em cerca de dois anos, soma mais de 1/4 de bilhão de reais em negociações. Em termos de volume financeiro, isso corresponde a aproximadamente R$345.000.000 (observando a variação cambial).

À medida que a Parcelow continua a expandir sua presença e aprimorar serviços, seu impacto no mercado de financiamento e nas compras internacionais está apenas começando.

O que realmente diferencia a Parcelow é sua notável flexibilidade. Além da opção de parcelamento em até 12 vezes (é a única operadora de crédito que atua com essa quantidade de parcelas em mercado internacional), também disponibiliza alternativas de pagamento, abrangendo desde cartões de crédito nacionais até transferências bancárias (TED) e PIX, que também podem ser parcelados.

Para aqueles que residem nos Estados Unidos ou estão apenas fazendo uma breve visita, os benefícios são evidentemente notáveis. Com uma rede de mais de 1000 lojas parceiras, o brasileiro pode desfrutar de compras com total segurança e transparência, otimizando essa experiência ao máximo.

Nas palavras de Rogério Teixeira, “A Parcelow é a solução internacional, segura e transparente para fazer pagamentos online ou nas lojas físicas. Já que o dólar utilizado é o da data da compra e não do fechamento da fatura”

E para quem deseja fazer compras nos Estados Unidos sem estar fisicamente presente, a Parcelow também oferece a assessoria de personal shoppers parceiros. Isso significa que qualquer pessoa pode ter uma experiência de compra totalmente personalizada e eficiente, mesmo quando estiver a milhares de quilômetros de distância.

Conheça:

Site: https://parcelow.com/.

Intagram: Parcelow | Compras parceladas nos EUA (@parcelow) • Fotos e vídeos do Instagram – @parcelow

COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS

“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.

Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.

Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as empresas”.

É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem resultados nessa aliança.

Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso, mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro, nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas. É por isso, que normalmente, os parceiros   são empresas formadas por pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É como um casamento mesmo!

É importante também que os parceiros tenham know how e competências complementares, que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs Steve Wozniak. Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970. Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:

“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs) pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.

Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.

As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.

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Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

ELEIÇÕES NA ARGENTINA ESTÃO REAVIVANDO O PERONISMO

 

História por admin3  • Revista Planeta

Vitória do ministro da Economia traz apenas breve alívio a argentinos. Sergio Massa vencerá ultradireitista Javier Milei no segundo turno? E como presidente, será capaz de resolver os problemas argentinos?Já pelas 21h do domingo (22/10) começaram a ser divulgados os primeiros resultados de boca de urna das eleições gerais da Argentina, cercadas por temor e preocupação pelo futuro. A vitória de Sergio Massa, candidato da peronista União pela Pátria (UP), contrariava todos os prognósticos, já que, enquanto ministro da Economia, ele é corresponsável pela atual derrocada econômica.

No segundo turno, em 19 de novembro, Massa enfrentará Javier Milei, libertário de ultradireita do A Liberdade Avança (LLA), já que nenhum dos dois obteve 40% dos votos. “Justamente por ser um triunfo inesperado, Massa sai fortalecido desse resultado, que o favorece amplamente”, comenta Pablo Semán, do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) e docente da Universidade de San Martín.

Paradoxalmente, a maioria do eleitorado argentino, que sofre com a crise econômica, elegeu o ministro da Economia que fracassou em geri-la. Semán tenta explicar o fenômeno: “Massa encarna, ao mesmo tempo, mudança e continuidade, além de moderação diante da desmesura de Milei. O povo não o vê como um candidato da União pela Pátria, nem necessariamente como um kirchnerista, nem vê Cristina Kirchner nele.”

Por sua vez, Milei alega ter derrotado “a máfia” no poder; e a terceira colocada do pleito, Patricia Bullrich, do Juntos pela Mudança (JxC), rejeita qualquer colaboração com o kirchnerismo.

“Com um governo complicado, uma economia totalmente desfalcada, uma inflação galopante e o dólar nas nuvens, é realmente um milagre Sergio Massa ter conseguido não só entrar para o segundo turno, mas ser o mais bem posicionado, com a possibilidade de somar os votos da esquerda e do centro”, assinala Jaime Rosenberg, jornalista político credenciado na Casa Rosada do jornal La Nación. Porém não é possível fazer prognósticos certeiros sobre quem sairá vencedor em novembro, já que “não se trata de matemática pura”.

De “mudança ou continuidade” a “medida ou desmedida”

A aparição de Javier Milei no cenário político suscitou temores em muitos argentinos, não só por suas propostas extremas – como fechar o Banco Central e converter a educação num sistema de vouchers – mas também por anunciar que cortaria relações com a China e o Brasil, os dois principais parceiros comerciais da Argentina. Muitos receavam que sua eventual vitória resultasse numa corrida cambial e outra crise como a de 2001, agravada pelo isolamento internacional do país.

Em seu discurso após os resultados de segunda-feira, “Massa deixou claro que presidentes de diversas partes do mundo lhe ligaram, e que ele lhes assegurou que a Argentina seguirá um caminho previsível”. “É um dirigente muito próximo aos Estados Unidos e ao mundo empresarial, onde o vêm como de centro-direita”, explica Rosenberg.

O antropólogo e sociólogo Semán consultou 420 seguidores de A Liberdade Avança sobre quais eram seus medos no nível político: 12% disseram temer o próprio Milei e suas propostas extremas. “Creio que nos argentinos há uma vontade de mudança muito forte que, em parte, se expressou através de Milei, mas ele era um mau instrumento para essa vontade.”

Ainda assim, o cenário político se alterou na Argentina: a partir de dezembro a ultradireita se tornará a terceira maior força, com 39 assentos na Câmara dos Deputados e oito no Senado. De todo modo, se as cifras do escrutínio se confirmarem, o peronismo continuará detendo a maioria dos deputados e senadores.

Embora também considere impossível predizer quem vencerá o segundo turno, Semán crê que, “para Massa, será fácil somar o que necessita a fim de ganhar, mesmo que seja muito”. “Já para Milei, é o contrário: apostava ganhar no primeiro turno, e chegará ao segundo após uma derrota. As primárias foram uma discussão sobre mudança ou continuidade, mas como Milei se transformou no protagonista do primeiro turno, a discussão passou a ser ‘medida ou desmedida’.”

Massa precisa agradar a gregos e troianos

Na qualidade de “candidato anfíbio”, Massa tem um perfil apto tanto para os peronistas quanto os não peronistas, comenta Semán. E em seu discurso pós-resultados dirigiu-se aos votantes de esquerda, da candidata Myriam Bregman, e de centro, de Juan Schiaretti, estendendo pontes, prometendo “tranquilidade” e “segurança” e, naturalmente, apelando por seus votos no segundo turno. Até mesmo os eleitores de Bullrich menos contentes com Milei poderão contribuir para uma vitória do adversário.

Se o ministro vencer o segundo turno, poderia ser o fim do cisma, da profunda polarização política da Argentina? “Creio que Massa está tentando que o conflito deixe de ser ‘peronismo versus antiperonismo’”, avalia Semán. “E Milei facilita a tarefa para ele, porque é um candidato extremista, que divide, e isso afasta muitos.”

Rosenberg frisa que Massa tem um histórico de relações com os EUA, com o Ocidente, o qual colocaria em prática na qualidade de presidente. Portanto seu governo não seria como o de Alberto Fernández, mais próximo à Venezuela, Nicarágua e Cuba. Pablo Semán complementa: “Massa tem mais experiência no diálogo com as elites – que são, afinal, quem tem interesses muito concretos depositados nas relações internacionais.”

Nesse ínterim, o dólar paralelo (“blue”) está cotado em 1.300 pesos argentinos. O jornalista Jaime Rosenberg prevê: “Creio que o dólar do mercado negro baixará um pouco, sobretudo porque desaparece, de certo modo, a incerteza financeira que representava uma vitória de Milei no primeiro turno – embora vão vir ajustes importantes.” De qualquer modo, “seguirão as ajudas aos setores mais necessitados, como até agora”.

Contudo, que medidas concretas Sergio Massa deveria tomar, chegando à presidência, para que se acalmem os mercados e a inflação baixe? “Essa é uma grande pergunta. É necessário pôr em marcha um plano de estabilização, de saneamento da economia, fundamental para se sair do espiral inflacionário e retomar uma trilha mais previsível. As medidas de fundo serão um desafio para o próximo governo, a partir de 10 de dezembro.”

O post Medo do anarcocapitalismo reaviva o peronismo na Argentina apareceu primeiro em Planeta.

GEÓLOGO ESCORRAÇADO DA PETROBRAS POR SER AMERICANO PREVIU ACHAR PETRÓLEO NO MAR

 

História por Vinícius Mendes – De São Paulo para a BBC News Brasil  

Contratado para achar o recurso nas bacias do país, Walter K. Link apontou para o potencial da exploração marítima de petróleo — forma que corresponde hoje a quase toda a produção brasileira© Reprodução/Arquivo Nacional

“Há tanto petróleo no fundo do mar – e tão forte é a sua pressão – que o melhor técnico da Petrobras ainda não conseguiu dominar inteiramente o jorro”.

Foi assim que o então repórter do jornal O Estado de S. Paulo Paulo Barbosa de Araújo descreveu a cena que testemunhara no dia anterior, rodeado de técnicos da empresa norte-americana Zapata Drilling Company no alto da plataforma de exploração Vinegaroon, não muito longe da arrebentação das ondas da orla de Aracaju (SE).

Era começo de outubro de 1968 e, na semana anterior, a Petrobras havia anunciado ao mundo o que se esperava há quase quatro décadas: o Brasil tinha petróleo no mar.

Já aposentado, sentado no escritório de casa, no Estado de Indiana, nos EUA, o geólogo norte-americano Walter Karl Link não se surpreendeu com a notícia. Tampouco se orgulhou.

Havia nele apenas um senso de justiça: sete anos antes, ele havia deixado o Brasil escorraçado pela imprensa, por autoridades e por diretores da própria Petrobras por sugerir que a empresa mudasse a estratégia de perfurar poços em bacias terrestres (onshore) e fosse atrás dele, justamente, no oceano (offshore).

“Link era um cientista muito sério. Imagino que ele tenha ficado mais satisfeito com a comprovação científica do seu trabalho do que com qualquer questão pessoal”, acredita a pesquisadora Drielli Peyerl, da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos, que passou anos estudando a vida do geólogo durante seu pós-doutorado, nos EUA.

“Hoje, fica evidente que ele sofreu com o contexto da época: a Petrobras era seguida por todo mundo e ele havia chegado ao Rio de Janeiro como o responsável por fazê-la encontrar petróleo no território do Brasil. Quando ele notou que, em terra, não havia tantas bacias, foi uma frustração não só política e econômica para o país, mas também social – e até da ordem da identidade nacional”, completa ela, que também é pesquisadora do Instituto de Energia e Meio Ambiente e do Researcher Centre for Greenhouse Gas Innovation da Universidade de São Paulo (USP).

Peyerl conheceu a história de Walter Link na década passada, quando estudava os investimentos pesados que a Petrobras fez desde o início para formar técnicos brasileiros que fossem capazes de achar e explorar petróleo. Era uma fixação que atravessara todos os governos desde os tempos de Getúlio Vargas até o regime militar.

Enquanto fazia entrevistas na empresa, não raro ela ouvia alguém contar, com diferenças sutis, uma mesma história: a do geólogo “mais famoso do mundo” em sua época que, contratado pela Petrobras para transformar o Brasil em autossuficiente na produção de petróleo, jamais foi ouvido na única certeza que carregava: que a exploração brasileira deveria ser offshore – porque, em terra, o esforço seria menos promissor.

Entreguistas e nacionalistas

Quase 15 anos após descobrir sua primeira jazida de petróleo, em um bairro do subúrbio de Salvador (BA), o Brasil estava dividido. O palco era o Congresso, onde bancadas e setores empresariais defendiam que empresas petrolíferas estrangeiras que já atuavam no país – principalmente subsidiárias da Standard Oil Co. e a Anglo-Mexican Petroleum Co. –, mantivessem o status. Ao mesmo tempo, havia a defesa da presença mais intensa do Estado no mercado de energia, que se expressava sob o famoso slogan “O Petróleo É Nosso”.

Esse conflito entrou nos anos 1950 como principal dilema político do Brasil, conhecido como “problema do petróleo”: de um lado, os “entreguistas”, a favor das empresas estrangeiras e, do outro, os “nacionalistas”, exigindo um papel mais intervencionista do Estado.

A fundação da Petrobras, no início de outubro de 1953, foi a consequência final dessa divisão: uma empresa financiada com investimentos públicos e privados, mas gerida pelo governo – o que garantia o monopólio público sobre qualquer lugar onde houvesse petróleo no território nacional. Parte dessa estrutura legal se mantém há exatos 70 anos.

Pouquíssimo tempo depois, sem saber por onde começar a procurar novos poços, a novíssima estatal foi atrás de Walter Link nos Estados Unidos. Em 1954 ele era, de fato, um dos geólogos mais famosos do mundo, cuja carreira começara na fase final da Standard Oil Company, gigante norte-americana que se desintegrou a partir de 1911, mas se consolidara ao longo do século colaborando com países como Venezuela, Equador, Suriname e Indonésia a encontrar suas próprias jazidas do “ouro negro”.

Petrobras foi criada pelo presidente Getúlio Vargas (ao centro, mostrando mão com petróleo) em 1953© RENATO PINHEIROS/BANCO DE IMAGENS PETROBRAS

Já esperando pelas críticas dos “nacionalistas”, a empresa correu a argumentar que a contratação de Link era temporária, e que seu trabalho seria mais treinar profissionais brasileiros para o futuro próximo do que ditar os passos produtivos da companhia.

Não era mentira: seu contrato tinha, de fato, duração até o final de 1960. Das portas para dentro, porém, todo mundo sabia que o plano era outro: entregar a ele o cobiçado cargo de diretor do Departamento de Exploração e, em troca, saber o mais rápido possível sobre as “possibilidades petrolíferas do Brasil”, como o próprio geólogo contou em um relatório que escreveu antes de voltar ao seu país.

“Era uma posição mais importante do que a da própria presidência da Petrobras, porque enquanto uma era essencialmente política, a outra dava sentido à existência da empresa – que, naquela época, era achar petróleo no território brasileiro. O fato dele ser estrangeiro também colaborou para colocá-lo diante nos holofotes”, explica Peyerl.

O jornalista Norman Gall, correspondente de diversos veículos da imprensa norte-americana no Brasil desde os anos 1950, foi uma das poucas pessoas que conseguiram conversar com Link para além das pressões políticas que ele sofria dentro e fora da Petrobras. Gall, que aos 90 anos ainda vive em São Paulo, o entrevistou várias vezes.

“Ele veio sabendo que ocuparia um posto importante e que, por causa disso, teria que lidar com as críticas da imprensa e dos políticos”, conta Gall.

“Lembro, sobretudo, que ele ainda falava com certa excitação sobre a possibilidade de tirar petróleo do Rio Madeira, na Amazônia, que confirmava um mapeamento feito antes mesmo da fundação da Petrobras”, continua ele, citando um poço explorado por pouco tempo na cidade de Nova Olinda do Norte, hoje no Amazonas.

Relatório Link

Walter Link arregaçou as mangas, de fato, em 1955, viajando pelas áreas onshore que a Petrobras e o Conselho Nacional de Petróleo (CNP), entidade que a antecedera, haviam mapeado no território brasileiro desde a década de 1930.

Segundo relatórios da época analisados pela BBC News Brasil, ele passou por estados como Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Amazonas – que voltou a ser um dilema para a companhia neste ano por causa da bacia na Foz do Rio Amazonas, onde a empresa pretende investir, mas esbarra na resistência do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente.

Desde os seus primeiros relatórios, Link já expressava certa desilusão.

“Ele viu como muitos documentos produzidos sobre o tema no início da República já eram pessimistas. Geólogos estrangeiros diziam que não havia petróleo no país desde a década de 1900, por exemplo. Conforme ele ia a campo, os diagnósticos iam se confirmando”, explica Drielli Peyerl.

Ainda assim, empolgado com o projeto da Petrobras, o geólogo voltou aos Estados Unidos no ano seguinte com a missão de formar um time de técnicos que o ajudasse no desafio. Em paralelo, conseguiu que a estatal investisse em uma estrutura ampla, que incluía desde laboratórios de paleontologia até técnicos em palinologia – ramo da ciência que estuda palinoformos, como grãos de pólen, por exemplo.

Em 1956, com os primeiros resultados em mãos, ele tomou duas decisões importantes: avançar no recém-criado programa baiano, onde havia chances sólidas de tirar o fóssil da abundante bacia do Recôncavo e, ao mesmo tempo, focar nas duas principais bacias sedimentares que conseguira mapear melhor — a do Solimões, no Amazonas, e a do Paraná, no Sul do país.

Link já colecionava alguns insucessos, como uma perfuração no Sergipe que não tinha achado nenhum resquício de petróleo, como contou um ex-funcionário da equipe dele à Folha de S. Paulo em 2003. Foi puro azar, porque, anos depois, muito perto dali se estabeleceria o maior campo terrestre da Petrobras no Brasil: o de Carmópolis, vendido à espanhola Carmo Energy em 2021.

Norman Gall lembra que o petróleo brasileiro recebia atenção mundial em meados dos anos 1950, muito por conta do imaginário de que o país possuía grandes bacias repletas de petróleo intocado.

“Os jornais norte-americanos me pediam constantemente para acompanhar o que ele estava fazendo na Petrobras e, principalmente, se ele tinha achado alguma coisa”, relembra aos risos.

Nos anos seguintes, porém, os problemas foram tomando conta da mesa de Link. O diagnóstico era que as bacias estavam em regiões de difícil acesso, sobretudo na Amazônia, o que dificultaria o escoamento da produção e a logística dos equipamentos. Ele chegou a destinar 60% dos recursos do seu departamento para a exploração do Solimões, mas havia outro entrave ainda mais grave para seus planos: a falta de tecnologias e, principalmente, de técnicos qualificados para avançar no projeto – o que o geólogo procurou resolver criando centros de pesquisa e treinamento dentro da própria Petrobras.

Interlocutores da empresa ouvidos pela BBC News Brasil se repetem em dizer que esse é o legado mais evidente de Link, conclusão que aparece também nas memórias de Carlos Walter Marinho Campos, ex-diretor de Exploração da companhia – que o homenageou dando seu sobrenome à bacia que hoje se estende do Rio de Janeiro ao Espírito Santo.

“Ele deixou em nós a mentalidade, mas também os procedimentos necessários de uma indústria petrolífera”, escreveu.

Os ânimos mudaram em junho de 1959, quando Link apresentou um artigo técnico em um congresso global de energia, em Nova York, nos EUA, contando ao mundo que o Brasil só possuía uma única bacia de onde se podia tirar petróleo para vender e consumir: a do Recôncavo baiano, com capacidade de mais de 1 bilhão de barris. No debate com os especialistas presentes, ele também reclamou da falta de instrumentos, tecnologia e de mão de obra.

“Eu não sei de onde o petróleo vem, mas nós acreditamos, ou desejamos, que o que temos chamado de xisto de Ponta Grossa, acima de Furnas e abaixo de Itararé, seria o lugar mais provável para encontrá-lo. (…) Se nós tivéssemos estrutura acho que também acharíamos algo na bacia do Paraná. Devo admitir que estamos absolutamente perplexos sobre o que fazer”, afirmou Link, segundo os autos do encontro.

Assim que o leram, os outros diretores da Petrobras ficaram estarrecidos.

“Imagina você dizer à comunidade internacional, em um momento de corrida intensa, que o Brasil não tinha quase petróleo nenhum? O impacto político foi imediato – e o econômico era questão de tempo”, observa Drielli Peyerl.

Walter Link, no entanto, já não vislumbrava sua permanência na Petrobras. A imprensa seguia questionando seus vencimentos altos – de cerca de 125 mil cruzeiros mensais (aproximadamente R$ 45 mil em valores atualizados) –, enquanto a empresa sofria pressões políticas por manter um quadro estrangeiro com poder significativo de decisão.

A acusação mais contumaz era que Link era um infiltrado das petrolíferas norte-americanas que haviam herdado a estrutura da Standard Oil – a Exxon e a Mobil. Estava no rol dos “entreguistas”, mas disfarçado.

O que definiria a passagem do geólogo no Brasil, porém, viria a seguir: um documento de cerca de dez páginas que Walter Link entregou, em meados de 1960, nas mãos do então presidente da Petrobras, o coronel do Exército Idálio Sardenberg.

Conhecido imediatamente pelo símbolo inequívoco do seu sobrenome, o Relatório Link era uma análise técnica assinada por ele e outros 14 técnicos da companhia em que se dizia objetivamente que o Brasil deveria parar de procurar petróleo em bacias sedimentares (onshore), onde não encontraria muita coisa, porque elas eram geologicamente muito antigas, e “investir em plataformas continentais” ou, em outras palavras, no mar.

Link e seu time ainda sugeriam que a empresa investisse na exploração e produção de petróleo em outros países do continente sul-americano. À época, Equador e Venezuela já eram potenciais nomes regionais do setor.

“O documento teve impacto também porque Link escreveu de forma direta: ‘as bacias sedimentares brasileiras não apresentam indícios de produção em larga escala de petróleo e as pesquisas precisam ser redirecionadas para o mar”, revela Drielli Peyerl.

“Na verdade, ele não aguentou tanto descontentamento e pressão: mesmo com gente de dentro da Petrobras pedindo para ele ficar, ele resolveu partir. Não teria clima ainda que quisesse. No dia do embarque, muita gente foi ao aeroporto fotografá-lo indo embora.”

“Como o conheci, imagino que ele estava aliviado. Apesar da pressão que recebeu, ele era muito honesto. O relatório é uma prova disso, já que ele foi contratado para apresentar justamente uma conclusão contrária” completa Norman Gall, que escreveu reportagens sobre a crise envolvendo o geólogo e o Brasil ao longo dos anos 1960.

A primeira crise da Petrobras

O Relatório Link foi publicado pelos jornais brasileiros e repercutiu na imprensa internacional dias após surgir na mesa de Sardenberg, não sem endossarem as críticas que o geólogo e a Petrobras recebiam pela presença dele na estatal.

Mais do que isso, o documento trouxe à tona novamente o velho “problema do petróleo”. Sardenberg precisou ir à Câmara, semanas depois da partida, explicar a um grupo de deputados que o relatório era “sumamente pessimista” e que continha um erro estrutural: olhava para a produção petrolífera brasileira “de um ponto de vista comercial”.

“Mas a Petrobras não concorda com essa opinião, pois para o Brasil o problema do petróleo é de interesse nacional e não comercial”, disse ele à época.

Ainda assim, o “problema do petróleo” escalou tanto que, em meados do ano seguinte, se metamorfoseou em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados.

“Talvez tenha sido a primeira crise da história da Petrobras”, sugere Peyerl.

De fato, em fevereiro de 1961, ainda antes da CPI, Sardenberg foi preso acusado de ato de indisciplina contra Jânio Quadros, depois de criticar publicamente o então presidente do país em meio a uma discussão sobre a situação financeira da companhia.

Ele passara os meses anteriores se explicando sobre a quantidade de barris que o Brasil produzia e o quanto essa margem podia aumentar.

Foi seu substituto, Geonísio Barroso quem expressou de forma mais inequívoca o tamanho do impacto do Relatório Link sobre a Petrobras. Chamado para depor na CPI em maio de 1961, ele disse que o documento criou um “clima emocional” pesado dentro e fora da empresa e que, para aplacá-lo, havia ordenado a realização de novos estudos que provassem as previsões “excessivamente pessimistas” de Walter Link.

No final, as pesquisas contratadas reforçaram a tese do geólogo.

O próprio Link foi perguntado, na ocasião, sobre a crise – e respondeu enfático.

“Não é o petróleo o grande problema do Brasil. É a política”, disse ao jornal carioca Última Hora.

“Na verdade, ele nunca ficou muito amargurado com essa história. Amava muito o Brasil, assim como muitos outros norte-americanos daquele tempo”, relembra Gall.

Lágrimas por nada

Piloto observa plataforma na costa de Itaguaí (RJ); segundo dados da ANP, 98% dos barris de petróleo produzidos pelo Brasil vêm do mar© MAURO PIMENTEL/AFP via Getty Images

Drielli Peyerl encontrou recentemente cartas que Link trocou com colegas brasileiros depois de voltar para os Estados Unidos. Em uma delas, enviada em março de 1962 para o paleontólogo Frederico W. Lange, ainda lotado na Petrobras, ele questionava a si mesmo se o esforço que havia feito durante a década anterior surtira algum efeito.

“Eu sempre senti que você teria problemas quando eu fosse embora, mas nunca imaginei que, em tão pouco tempo, a empresa completaria seu ciclo e retornaria para o velho regime da CNP”, escreveu, citando a instituição que dera origem à companhia e que insistia em procurar petróleo onshore.

“O sangue, o suor e, sim, até algumas lágrimas, foram derramados por nada”.

A desilusão tinha sentido e objeto: naquele mesmo mês, a Petrobras usara a descoberta de novas áreas de exploração na Bahia para criticar nomeadamente as previsões do geólogo, dizendo que os achados as contrapunham.

Na entrevista coletiva de anúncio da novidade, o então presidente da empresa, Francisco Mangabeira, disse que as bacias baianas superavam o que estava no Relatório Link e, mais do que isso, que, “se a Petrobras tivesse seguido as recomendações daquele relatório, já teria abandonado os trabalhos de exploração em outros Estados”.

Em outra correspondência, de maio de 1963, também remetida a Frederico Lange, Link ainda se mostrava preocupado com a crise que seu prognóstico causou no Brasil.

“Você não sabe o quanto eu lamento que tudo tenha acontecido do jeito que aconteceu. Eu esperava, para o seu bem e para o bem do seu país, que algo muito construtivo e duradouro pudesse ser criado a partir da coisa toda”.

Naquele ano, em paralelo às investidas no território (com a descoberta de Carmópolis em 1963, no Sergipe, que ajudou a acalmar os ânimos políticos), a Petrobras já admitia internamente seguir o conselho de relatório de Walter Link e começar a procurar petróleo offshore. Em 1968, quando finalmente o encontrou no litoral do Sergipe, usava uma plataforma arrendada da Zapata Drilling Company. O poço estava a 28 metros de profundidade.

Demoraria mais quase duas décadas para a previsão se concretizar totalmente: em setembro de 1984, a estatal anunciou a descoberta do primeiro poço de petróleo brasileiro em águas profundas (mais de 300 metros), no campo de Albacora, na bacia de Campos (RJ). O pré-sal, símbolo da autossuficiência brasileira no fóssil, é de 2008.

Mas Link não pôde usufruir do reconhecimento: em 1982, ano em que receberia a maior honraria da profissão, o Sidney Powers Memorial Award, medalha concedida pela Associação Americana de Geólogos de Petróleo (AAPG, na sigla em inglês), ele morreu em sua casa, em Indiana.

O Brasil, por sua vez, se consolidou como um explorador offshore. Hoje é o nono maior produtor de petróleo do mundo, com 3,2 milhões de barris de petróleo por dia. Segundo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), quase a totalidade (98%) deles saem do mar.

GOVERNO MUDA A REFORMA DO ENSINO MÉDIO DE TEMER

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

O Palácio do Planalto divulgou nesta terça-feira, 24, sua proposta com alterações para o Ensino Médio, logo após o ministro da Educação, Camilo Santana, mostrar o projeto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto revoga alguns dos principais pontos da reforma do Ensino Médio feita no governo de Michel Temer, em 2017. O governo pretende retomar disciplinas obrigatórias e a carga horária mínima de 2.400 horas para a Formação Geral Básica, em vez do limite atual de 1.800 horas para essa etapa.

Além disso, a proposta restringe os itinerários formativos, que hoje permite a oferta de quase qualquer disciplina. O dispositivo vinha sendo alvo de críticas por permitir a organização de aulas sem objetivo claro. A nova redação cria quatro possíveis eixos para disciplinas optativas, além do ensino profissionalizante, e aumenta a participação do Ministério da Educação na construção desses conteúdos.

Outras mudanças presentes no texto em relação à reforma do Ensino Médio feito por Temer é eliminar a possibilidade de convênios com instituições de educação à distância para a formação geral básica e o reconhecimento de pessoas com “notório saber”, sem formação específica, como competentes para dar aulas.

O texto, divulgado pelo Palácio do Planalto, será enviado ao Congresso Nacional em forma de projeto de lei (PL), após pressão de entidades educacionais e sindicatos pela revogação da reforma de Temer. A mudança criou uma carga horária flexível na grade curricular dos alunos e a possibilidade de itinerários formativos, em que o aluno pode escolher entre aprofundamento de estudos em uma área ou formação profissional. Último ciclo da educação básica, o Ensino Médio tem baixos índices de aprendizagem e evasão elevada.

A proposta apresentada nesta tarde a Lula determina a retomada de todas as disciplinas obrigatórias do Ensino Médio, incluindo a língua espanhola. O prazo estabelecido é de três anos para que haja uma retomada total. Atualmente, vigora a medida de Temer que permite a eliminação ou diminuição da carga horária das disciplinas que faziam parte do Ensino Médio, como Sociologia, Filosofia, Artes e Educação Física.

Outra medida proposta por Camilo Santana é o aumento da carga horária mínima na última etapa na educação básica, de 800 para 1.000 horas. Também estabelece o mínimo de 2.400 horas para todos os estudantes que cursarem o ensino médio sem a integração com um curso técnico.

“A carga horária destinada à formação geral básica dos estudantes do ensino médio será ofertada de forma presencial, ressalvadas as exceções previstas em regulamento”, diz o PL. As instituições também deverão garantir a oferta de, no mínimo, dois percursos de aprofundamento e integração de estudos com ênfases diferentes até o início do ano letivo de 2025. A proposta também tem regras gerais para o ensino médio em tempo integral.

O post Governo propõe reverter reforma do Ensino Médio de Temer e retomar disciplinas obrigatórias apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL SUSPENDE EXPOSIÇÃO QUE CRITICA BOLSONARO E SEUS MINISTROS

 

História por admin3  • Isto É

A Caixa Econômica Federal suspendeu a exposição “o Grito!”, que estava disponível para o público desde o último dia 17 de outubro na Caixa Cultural de Brasília. A decisão ocorreu após a repercussão negativa de uma coleção que mostrava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defecando em uma bandeira do Brasil e que colocava a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) em um uma lata de lixo.

O planejamento inicial era de que a exposição estivesse disponível para o público da Caixa Cultural até 17 de dezembro. A mostra faz parte de um conjunto de 132 apresentações artísticas que recebem investimento do governo federal e do banco público.

A coleção que gerou a polêmica é de autoria da artista plástica Marilia Scarabello e apresenta um painel de diversas bandeiras do Brasil representadas com críticas políticas relacionadas ao governo do ex-presidente. Parlamentares aliados a Bolsonaro repudiaram o patrocínio da Caixa e do governo federal.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, protocolou um requerimento para convocar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ter esclarecimentos sobre o financiamento da exposição.

Uma das bandeiras da coleção suspensa pela Caixa representou o ex-presidente Jair Bolsonaro defecando em bandeira do Brasil

Uma das bandeiras da coleção suspensa pela Caixa representou o ex-presidente Jair Bolsonaro defecando em bandeira do Brasil Foto: Reprodução:/@colecaobandeiras no Instagram

A Caixa informou também que a exposição tinha o intuito de “refletir sobre os 200 anos de Independência do Brasil” e, além da coleção de Scarabello, trazia também obras de sete artistas diferentes.

A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) afirmou em suas redes sociais que o governo federal não teria “vergonha e nem respeito pelo dinheiro público”, e afirmou que entrará com uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo uma investigação sobre o investimento da exposição.

Em uma nota enviada ao Estadão, a Caixa Econômica confirmou o patrocínio do banco para a instalação da exposição e disse que a obra de Marília Scarabello seria “uma coleção de imagens do público com releituras da bandeira brasileira que retratam os mais diversos imaginários acerca do Brasil, com variadas manifestações de pensamento”,

Segundo a Caixa, a decisão de cancelar a exposição se deu após a identificação de uma “manifestação com viés político-partidário”. Segundo o banco, foi determinado também a apuração de responsabilidades por órgãos internos.

Estadão tentou entrar em contato com a artista plástica Marília Scarabello, mas não obteve retorno.

Leia a íntegra da nota oficial:

“A CAIXA informa que a exposição “O grito!” foi selecionada no âmbito do Programa de Ocupação dos espaços da CAIXA Cultural 2023/2024, modelo de seleção pública para projetos culturais que são patrocinados para ocupação dos espaços do banco.

A obra “Bandeiras” compõe a exposição e apresenta uma coleção de imagens do público em geral recebidas pela artista Marília Scarabello, desde 2016, com releituras da bandeira brasileira que retratam os mais diversos imaginários acerca do Brasil, com variadas manifestações de pensamento.Considerando que foi identificada na obra em questão manifestação com viés político-partidário, o que fere as diretrizes do programa, a CAIXA decidiu cancelar a referida exposição. A direção do banco informa ainda que determinou apuração de responsabilidades pelos órgãos internos”

FLÁVIO DINO NÃO RESPEITA NEM O CONGRESSO

História por Gabriel de Sousa  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O não comparecimento do ministro da Justiça e Segurança PúblicaFlávio Dino, a uma comissão na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 24, é apenas mais um capítulo dos embates que o ministro trava com parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde o início da gestão petista, Dino se tornou um alvo de críticas de oposicionistas. Ao mesmo tempo, o ministro fortaleceu a sua presença nas redes sociais ao provocar os congressistas em debates no Congresso Nacional e em postagens nas redes sociais.

Aparições de Dino em audiências no Congresso Nacional foram marcados por embates Foto:© Fornecido por Estadão

No total, ele já compareceu a três audiências no Congresso — duas na Câmara e uma no Senado. Em todas elas, o ministro teve confrontos com os adversários do governo petista.

Na primeira vez em que esteve em uma audiência foi no final de março, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Naquele dia, Dino debochou dos oposicionistas. Em um momento da sessão, o deputado André Fernandes (PL-CE) disse que, na plataforma JusBrasil, Dino responderia a mais de 200 processos. O ministro respondeu com risos e provocações:“ Eu sou professor de Direito. Vou contar para os meus alunos como anedota, como piada”.

Em abril, um depoimento de Dino foi interrompida depois da sucessiva troca de ataques e provocações entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em maio, Dino compareceu a uma audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, onde protagonizou um embate irônico com os oposicionistas. Quando era acusado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) de omissão nos ataques aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, Dino disse que seria membro dos Vingadores, grupo de super-heróis da Marvel Comics. A declaração fez referência à SWAT, grupo da polícia altamente especializada nos Estados Unidos que Do Val diz ter promovido treinamentos especializados para agentes. .“Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece? Capitão América, Homem-Aranha?”, disse.

Dino faltou às últimas duas audiências convocadas pela Câmara

No final da audiência realizada em abril, Dino afirmou que “retornaria quantas vezes fosse necessário” ao Congresso Nacional para debater com os parlamentares. Mas, nas últimas duas convocações aprovadas pelos parlamentares, Dino faltou às convocações, o que fez os oposicionistas o apelidarem de “fujão”.

No dia 10 de outubro, Dino se ausentou em uma audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, justificando que a sua ausência foi motivada por “providências administrativas inadiáveis” realizadas com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

A agenda na Câmara então foi reconvocada para esta terça-feira, 24, mas Dino novamente não compareceu à comissão, afirmando que o Ministério da Justiça apontou um elevado risco de agressões físicas e morais, inclusive com ameaças de uso de arma de fogo, pelos congressistas. “É verossímil pensar que eles andam armados, o que se configura uma grave ameaça à minha integridade física, se eu comparecesse à audiência. Lembro, a propósito, que os parlamentares não se submetem aos detectores de metais, o que reforça a percepção de risco, inclusive em razão dos reiterados desatinos por parte de alguns”, argumentou.

No X (antigo Twitter), Dino disse que recebeu mais de 100 convites para comparecer á Câmara neste ano e que pretende, em breve, comparecer em uma comissão geral feita no Plenário da Câmara dos Deputados. A agenda, porém, não tem data marcada.

O presidente da colegiado, deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), afirmou que irá entrar com uma representação contra Dino na Procuradoria-Geral da República (PGR) por crime de responsabilidade. A lei do impeachment assegura que ministro que não comparecer a alguma convocação da Câmara ou do Senado sem justificativa pode ser alvo de uma cassação de mandato. “Perdoe-me o termo chulo, mas ele c* para a comissão de Segurança Pública”, afirmou Sanderson.

Em resposta à ausência desta terça-feira, políticos da oposição alfinetaram o ministro no X. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) disse que a decisão de Dino havia sido uma “grande covardia’.

Já a deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) disse que Dino “fugiu” da comissão por ter medo “de tomar um tiro dos deputados”.

A deputada catarinense Júlia Zanatta (PL) disse que Dino “acha que está acima da lei” e afirmou que o ministro deve “muitas explicações’ aos parlamentares”.

Dino é acusado de omissão por não entregar documentos e foi comparado a ministro de Hitler

Ao longo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro, o ministro da Justiça foi acusado de omissão e de obstrução de Justiça por não ter entregue as gravações do Palácio da Justiça no dia dos ataques. Em julho, Dino negou o pedido e disse que não enviaria as gravações por não querer ‘prejudicar as investigações em andamento”.

Em 7 de agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes, determinou que Dino compartilhasse as imagens com a CPMI. No final daquele mês, o Estadão mostrou que o ministro enviou ao colegiado gravações de apenas quatro câmeras do Ministério da Justiça, a despeito de a estrutura contar com 185. Na ocasião, ele justificou a falta de registros alegando que o sistema do Palácio da Justiça tem capacidade de armazenamento limitada a menos de 30 dias. Dessa forma, o que foi gravado foi apagado à medida em que imagens mais recentes foram armazenadas.

Na semana passada, quando a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou o seu relatório final, que não citou uma ilegalidade por parte de Dino e pediu o indiciamento de Bolsonaro e mais 60, os parlamentares da oposição apresentaram um texto paralelo, onde pediu a abertura de investigações da conduta do ministro. O chefe da Justiça foi comparado com um membro do governo nazista de Adolf Hitler.

“O repórter do The Times (jornal britânico) não encontrou bombeiros ao chegar ao Reichstag (parlamento alemão), do mesmo modo que não havia policiamento no entorno da Praça dos Três Poderes e a Força Nacional ficou estacionada a serviço do nosso Göring, comunista declarado e orgulhoso. Ademais, assim como Göring teria dito que só ele sabia (do incêndio no parlamento), Flávio Dino afirmou que as imagens não continham nada, ‘nem extraterrestres, nem ovnis’, portanto presenciou ao vivo ou as viu na íntegra”, afirmou a oposição.

O relatório da oposição não chegou a ser votado pelo colegiado, já que o texto oficial de Eliziane Gama foi aprovado por 20 votos a 11 na última quarta-feira, 18.

 

TEMAS QUE PODEM CAIR NO PRÓXIMO ENEM

 

História por admin3  • Dinheiro Rural

Fórmulas, regras gramaticais e datas históricas são conteúdos importantes para saber antes de fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mas, além das matérias aprendidas em sala de aula, as questões do Enem costumam trazer temas atuais, que muitas vezes são abordados de forma integrada em mais de uma disciplina. 

Tanto para a redação quanto para as questões objetivas que envolvem temas da atualidade, os alunos devem estar bem informados sobre os acontecimentos do Brasil e do mundo. 

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As atualidades no Enem são cobradas de forma interdisciplinar, e podem estar inseridas em questões de língua portuguesa, matemática, biologia, geografia e história, por exemplo. 

Um dos assuntos que pode ser abordado são os impactos ambientais e o aumento dos casos extremos, na avaliação do professor de geografia e atualidades e gerente de marketing de conteúdo da plataforma Descomplica, Cláudio Hansen. 

O especialista cita a relação do desmatamento da Amazônia e o aumento das emissões de gases do efeito estufa com a intensificação do aquecimento global e o fortalecimento de eventos extremos como as ondas de calor e os ciclones. Os casos de tragédias causadas por chuvas e deslizamentos, como os de Petrópolis (RJ) em 2022 e Bertioga (SP), em 2023, também ganham força na prova do Enem. 

Outro tema que pode cair na prova é a questão dos povos originários no Brasil, segundo o professor. “As disputas pelas demarcações de terras para povos originários gera grande debate e ao longo de 2023. Vimos a intensificação da luta dos povos yanomami contra o avanço do garimpo ilegal e da violência que esse processo imprimiu”, explica. 

O conhecimento do conceito de democracia, bem como as recentes ameaças que Estados estão combatendo, também podem ser tema de questões do Enem. O professor cita casos como as derrubadas de governo na região africana do Sahel. que desde 2021 vem acumulando crises profundas.

guerra da Ucrânia e seus desdobramentos, apesar de já ter aparecido no Enem, ainda pode ser abordada. Outros temas citados pelo professor Cláudio Hansen são o racismo e os casos de violência relacionados a ele e o avanço tecnológico e o redesenho do mundo do trabalho com o avanço da inteligência artificial. 

Nomes da arte

Grandes nomes da arte que faleceram recentemente também podem ser temas abordados nas provas, segundo a professora Carol Mendonça, do canal Português para Desesperados. Ela cita como exemplo as cantoras Rita Lee, que morreu em maio deste ano, e Gal Costa, falecida em novembro do ano passado. 

“Rita Lee já caiu na parte de linguagens com relação aos Mutantes. Gal Costa também tem muitas obras que podem ser trabalhadas, porque o Enem gosta de trabalhar músicas. Até mesmo a participação histórica delas com relação ao papel da mulher no cenário artístico brasileiro pode ser abordada”, sugere. 

Carol Mendonça separou uma lista de 10 principais eixos temáticos que merecem atenção dos alunos: educação, meio ambiente e sustentabilidade, saúde, segurança, economia e desenvolvimento, cultura e comportamento, tecnologia e informação, comunicação e linguagem, preconceito e acessibilidade. 

Segundo ela, apesar de as questões do Enem serem bem explicativas nos enunciados, a resolução será mais fácil para os alunos que já têm conhecimento sobre os temas de atualidade que forem abordados. “Vale a pena dar uma olhada nesses temas, porque se cair na prova não vai ser um susto tão grande”. 

Veículos de Comunicação

Temas como vacinaçãomeio ambiente, saúde e educação estão na lista de atenção do professor Noslen. Ele orienta os alunos a prestar atenção nos assuntos que foram tema do noticiário nos últimos meses, com a leitura de notícias de vários veículos diferentes. 

“É bom investir na leitura de notícias de vários veículos diferentes, para ver como cada veículo aborda aquele assunto”, diz o professor Noslen, alertando que a fonte de informação deve ser veículos que têm referência e validação. 

O post Confira temas de atualidades e reportagens que podem cair no Enem apareceu primeiro em Dinheiro Rural.