quarta-feira, 25 de outubro de 2023

REFORMA MONETÁRIO PODE SER APROVADA ESSE ANO DEPOIS DE 40 ANOS

 

História por Amanda Pupo e Fernanda Trisotto  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – Com o novo valor do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) acordado com o Ministério da Fazenda, o ministro da pasta, Fernando Haddad, disse acreditar que o relatório da reforma tributária virá com a “robustez necessária” para ser aprovado daqui a 15 dias pelo Senado.

Haddad preferiu não antecipar qual será a ampliação do FDR, mas avaliou que os governadores terão uma “boa surpresa” com o ajuste. Para Haddad, o relator da reforma, senador Eduardo Braga (MDB-AM), ficou “positivamente surpreso” com a disposição da Fazenda em negociar a expansão do valor do fundo.

“Acredito que eles terão boa surpresa, já fechamos com Eduardo Braga. Ele já recebeu a proposta da Fazenda, já incorporou, e na minha opinião ficou positivamente surpreso com a disposição da Fazenda em negociar. Falei com presidente, sobretudo, de maneira que acredito que o relatório vai vir com a robustez necessária para ser aprovado daqui a 15 dias, e quem sabe a Câmara pode sacramentar a reforma, e o presidente Pacheco possa promulgar finalmente depois de 40 anos”, disse Haddad a jornalistas.

Segundo Haddad, medidas irão ajudar os governos estaduais a terminar o ano em uma situação mais ‘confortável’ do ponto de vista fiscal Foto: Adriano Machado/Reuters© Fornecido por Estadão

Ele reforçou que deixará a cargo de Braga anunciar o novo valor do fundo, que na Câmara foi aprovado com R$ 40 bilhões. “Não fica bem eu antecipar decisões que ele tomou de comum acordo conosco. Ele foi muito aberto, compreendeu nossas razões”, disse.

O ministro também comentou que, durante a reunião realizada nesta terça com governadores do Nordeste, pode tratar com os executivos locais sobre a recomposição dos fundos de participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Na avaliação do ministro, essa e outras medidas irão ajudar os governos estaduais a terminar o ano em uma situação mais “confortável” do ponto de vista fiscal.

“Em relação a desonerações dos combustíveis feita na eleição para fins eleitores, (estamos) repondo parte dos recursos perdidos pelos governadores, e também a lei complementar que foi sancionada hoje que consta a reposição de partes das perdas do FPE e da integralidade das perdas do FPM. Tudo isso somado penso que os governadores vão poder terminar o ano numa situação mais confortável. Foi calote muito expressivo nos governadores, mas estamos pretendendo passar a régua nisso”, concluiu.

A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL NO TRABALHO

 

Vanessa Lamego – Gerente de Recursos Humanos da Vetor Editora

O tema saúde mental já foi tabu em muitos contextos, na roda de amigos, na escola e principalmente no trabalho. Apesar dos avanços no oferecimento de apoio psicológico e emocional dentro das empresas e da ampliação dessa discussão nesse espaço, ainda existe muito o que se desmistificar sobre o tema.

No conteúdo abaixo, a Gerente de Recursos Humanos da Vetor Editora, Vanessa Lamego, aponta os três mitos mais comuns sobre saúde mental nos ambientes profissionais.

Especialista revela que apesar das empresas avançarem no apoio psicológico de colaboradores, ainda existem aspectos vistos como tabus.

Apesar dos avanços no oferecimento de apoio psicológico e emocional aos colaboradores, é importante que estes também enxerguem o cuidado como benéfico para a vida profissional e pessoal. Com foco em facilitar esse zelo e o bem-estar dos trabalhadores, a Vetor Editora, que já é referência em avaliação psicológica e saúde mental com seus testes e instrumentos psicológicos, oferece o mesma expertise para companhias que focam na saúde dos profissionais.

Diante do propósito de ampliar as discussões sobre segurança psicológica e reforçar a importância do cuidado emocional dos trabalhadores, a Gerente de Recursos Humanos da Vetor Editora, Vanessa Lamego, aponta os três mitos mais comuns sobre saúde mental nos ambientes profissionais. Veja a seguir:

1.Trabalho não é o lugar para falar de sentimentos

Uma das barreiras que impediram as pessoas e as empresas de tratarem a saúde mental com o seu devido valor foi a ideia de que o trabalho não é o lugar adequado para falar ou expor sentimentos. A escuta ativa e o prestar atenção no que está sendo dito tem ampliado o conhecimento dos gestores a respeito dos seus times, enxergando suas fragilidades e fortalezas. “Mais do que incentivar essa abertura e transpor segurança, é preciso que as lideranças de fato exercitem essa escuta ativa e demonstrem que estão atentos ao que está sendo dito”, explica. Essa troca, não melhora apenas o bem-estar do time como um todo como estimula a troca de ideias, sugestões e melhorias contínuas.

2. A saúde mental é responsabilidade só do funcionário

Apesar de todo impacto que o aspecto emocional tem na produtividade e também na motivação das pessoas com seu trabalho, durante muito tempo esse era um problema apenas do funcionário, muitas vezes nem sendo de conhecimento do gestor.

A ansiedade, o estresse, entre outros fatores influenciam muito no desenvolvimento e nas entregas de cada profissional. Um estudo divulgado pela Gympass neste ano, revela que 100% das companhias ouvidas apontam que os programas de bem-estar são importantes para a satisfação dos funcionários.

Mas, como as organizações podem oferecer apoio nesse sentido? Para Vanessa, existem diversas formas de evitar problemas de saúde mental e casos mais graves como burnout: “Oferecer feedbacks de desempenho, bonificar os trabalhadores com day off, benefícios para utilização de academias ou promover ginástica laboral, estes são exemplos simples que podem ser um bom começo. A partir daí cada empresa pode estudar que outras ferramentas são necessárias para um apoio psicológico como instrumentos de avaliação, consultorias e treinamentos”.

3.As empresas valorizam profissionais workaholics

Os workaholics são aqueles profissionais que pensam no trabalho o tempo todo e acreditam que trabalhar mais é trabalhar melhor. É um ciclo vicioso que leva a problemas de ansiedade, insônia, podendo resultar em casos de burnout. Esse cenário tem mudado gradativamente com discussões envolvendo quiet quitting, a semana de trabalho de quatro dias e o reflexo dessas rotinas de trabalho exaustivas.

Todos esses “mitos” reforçam que investir em saúde mental é essencial para promover um ambiente saudável e seguro psicologicamente. Além de contribuir para reter talentos, diminuir custos associados a problemas emocionais não tratados, reduzir absenteísmo também melhora questões envolvendo a capacidade de lidar com o estresse e a pressão do trabalho.

“Atualmente existem empresas com programas totalmente dedicados à saúde corporativa e ao combate de doenças mentais. O mercado está cheio de bons exemplos e organizações parceiras nesse suporte. Com esse foco fazendo parte da estratégia de um negócio certamente ele irá crescer junto dos seus colaboradores”, completa ela.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

terça-feira, 24 de outubro de 2023

MORTE DE MILICIANO PROVOCA INCÊNDIOS E DESTRUIÇÃO NO RIO DE JANEIRO

História por Fabio Grellet  • Jornal Estadão

A tarde de pânico na zona oeste do Rio nesta segunda-feira, 23, quando ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados, foi uma reação do principal grupo miliciano carioca à morte de Matheus da Silva Resende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteus, segundo a polícia.

Ele morreu durante confronto com policiais civis ocorrido pela manhã em uma favela dominada por essa milícia na zona oeste do Rio. Resende era sobrinho do chefe da quadrilha e segundo na hierarquia do grupo criminoso.

Aos 24 anos, Resende era o “senhor da guerra” da milícia liderada por seu tio, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, segundo afirmou nesta segunda-feira o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). “(Resende) Era o responsável pela união entre tráfico e milícia, fazendo as narcomilícias”, disse.

Matheus da Silva Resende, conhecido como Teteu ou Faustão, foi morto nesta segunda-feira pela polícia Foto: Polícia Civil/Reprodução© Fornecido por Estadão

Castro declarou também que a polícia “não vai sossegar” enquanto não prender os três maiores milicianos do Rio, conhecidos pelos apelidos de Zinho, Tandera e Abelha.

A milícia de Zinho atua em três bairros da zona oeste (Santa Cruz, Campo Grande e Paciência) e, segundo estimativa da polícia, arrecada de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões por mês, com cobrança por oferecer suposta segurança privada a moradores e comerciantes e vender botijões de gás, sinal de internet e até galões de água.

A Polícia Civil considera que o miliciano estava sendo preparado para substituir o líder da quadrilha, seu tio Zinho – que, por sua vez, assumiu o comando do grupo criminoso em função da morte do irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021. Resende era o responsável pelas ações armadas da milícia. Foragido, era um dos criminosos elencados no Portal dos Procurados, do Disque Denúncia.

Em setembro, Resende foi um dos seis denunciados à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) como responsáveis pelo assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ocorrido em agosto de 2022 na zona oeste do Rio. Ex-policial civil, Jerominho foi preso em 2007 acusado de fundar a Liga da Justiça, a quadrilha de milicianos hoje comandada por Zinho. Condenado, passou 11 anos detido.

Segundo o Ministério Público do Estado do Rio, Jerominho tinha planos de retomar o comando da milícia e, por isso, foi morto pelos comparsas de Zinho, entre eles o sobrinho morto neste segunda-feira.

Pânico na zona oeste

Ônibus queimado na região do Recreio; ao menos 35 coletivos foram incendiados na zona oeste do Rio Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO© Fornecido por Estadão

Depois da morte de Resende, ônibus começaram a ser atacados e incendiados. Segundo o sindicado das empresas de ônibus, esse já é o maior ataque a ônibus da história do Rio. São 20 de linhas municipais, cinco do BRT e dez avulsos, de fretamento.

Pneus também foram incendiados e veículos atravessados em vias expressas da cidade. Pelo menos 32 escolas interromperam as aulas em função dos ataques.

Os 12 homens detidos por suspeita de participação nos ataques aos ônibus na cidade serão mandados para outros Estados, em presídios federais, por praticarem “ações terroristas”, segundo o governador.

 

IMPOSTO DOS SUPER-RICOS SERÁ VOTADO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

História por CdB  • Correio do Brasil – Redação, com BdF – de Brasília

O relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), tenta fechar um acordo com a bancada ruralista sobre o aumento no número de cotistas nos Fiagros, fundos de investimento em cadeias agroindustriais.

A taxação dos investimentos da parcela mais rica da população deverá ser votada nesta terça-feira na Câmara, segundo parlamentares que integram a Mesa Diretora. Desde o último dia 14, o projeto de lei em regime de urgência tranca a pauta na Casa.

Arthur Lira voltou de uma viagem à Índia e China e retomou o ritmo das votações© Fornecido por Correio do Brasil

O relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), tenta fechar um acordo com a bancada ruralista sobre o aumento no número de cotistas nos Fiagros, fundos de investimento em cadeias agroindustriais. O parlamentar estava ainda definindo como ocorrerá o parcelamento do Imposto de Renda sobre fundos exclusivos e uma eventual equiparação de alíquotas entre esses fundos e as offshores (investimentos em empresas no exterior).

Pedro Paulo também tentou incluir uma solução intermediária para o fim dos juros sobre capital próprio (JCP), proposto por outra medida provisória. No entanto, a proposta não prosperou por falta de acordo no Parlamento.

Retorno

O governo queria ter votado o texto na semana passada. No entanto, três partidos – PL, PP e União Brasil – pediram a manutenção do acordo para votação no dia 24, após o retorno do presidente da Câmara, Arthur Lira, de uma viagem oficial à China e à Índia.

Originalmente, o projeto de lei tratava apenas da taxação das offshores. No entanto, Lira incorporou ao texto uma Medida Provisória (MP) editada no fim de agosto, e ainda em validade, que muda a tributação de Imposto de Renda em fundos exclusivos. O procedimento é semelhante ao que ocorreu com a medida provisória do Programa Desenrola, apensada ao projeto de lei que regulamenta a taxa do rotativo do cartão de crédito, aprovado no início do mês.

O governo precisa, com certeza, reforçar o caixa para compensar o aumento do limite de isenção da tabela do Imposto de Renda, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O dinheiro também é importante para cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024, conforme estipulado pelo novo arcabouço fiscal, aprovado no fim de agosto pelo Congresso.

Patrimônio

Instrumentos personalizados de investimentos, com um único cotista, os fundos exclusivos exigem pelo menos R$ 10 milhões de entrada e taxa de manutenção de R$ 150 mil por ano. Hoje apenas 2,5 mil brasileiros aplicam nesses fundos, que acumulam patrimônio de R$ 756,8 bilhões e respondem por 12,3% da indústria de fundos no país.

Atualmente, os fundos exclusivos pagam Imposto de Renda (IR), mas apenas no momento do resgate e com tabela regressiva – quanto mais tempo de aplicação, menor o imposto. O governo quer igualar os fundos exclusivos aos demais fundos de investimento, com cobrança semestral de IR, conhecida como come-cotas. Além disso, quem antecipar o pagamento do imposto pegará alíquotas mais baixas.

Quanto à taxação das offshores, o governo quer instituir a tributação de trusts, instrumentos pelos quais os investidores entregam os bens para terceiros administrarem. Atualmente, os recursos no exterior são tributados apenas e se o capital retorna ao Brasil. O governo estima em pouco mais de R$ 1 trilhão (pouco mais de US$ 200 bilhões) o valor aplicado por pessoas físicas no exterior.

CAMPOS NETO CONFIRMA QUE A INFLAÇÃO ESTÁ CAINDO NO MUNDO NÃO DE FORMA LINEAR

 

História por Eduardo Laguna e Francisco Carlos de Assis  • Jornal Estadão

O presidente do Banco Central (BC)Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira, 23, que a inflação voltou a cair no mundo após o impacto nos preços de energia, mas não de forma linear. “Em grande parte, a inflação cai, mas a linearidade não é igual”, disse o presidente do BC.

As declarações foram dadas durante o evento “Reflexão sobre o cenário econômico brasileiro”, organizado pelo Estadão, com apoio do Broadcast, em parceria com o B3 Bora Investir, site de notícias e conteúdo educacional produzido pela Bolsa.

Ele observou que os preços de energia parecem ter se estabilizado depois do primeiro choque da guerra entre Israel e os terroristas do Hamas. Campos Neto ponderou, contudo, que ainda existe incerteza sobre a escalada do conflito, com potencial efeito na cotação do petróleo.

O presidente do BC lembrou da discussão sobre desinflação adicional durante a última reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas destacou que ainda não está claro de onde está vindo a desinflação adicional do mundo desenvolvido.

Segundo Campos Neto, do lado dos alimentos, preços devem ficar voláteis em função das alterações climáticas causadas pelo El Niño Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Nesse ponto, ele descartou a possibilidade de a desinflação vir da cena fiscal nos Estados Unidos, que segue “solta”, e tampouco do petróleo, dada a guerra na Ucrânia e o conflito em Israel. Do lado dos alimentos, continuou, os preços devem ficar voláteis em função das alterações climáticas causadas pelo El Niño.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje que o governo acertou ao manter a meta de inflação em 3%, destacando que as expectativas no mercado sobre o comportamento dos preços melhoraram após a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Manutenção da meta

Após citar que as metas de inflação no mundo estão ao redor de 2% a 3%, Campos Neto considerou que o Brasil “fez bem” em manter o seu objetivo em 3% nos próximos anos. “Importante destacar que a expectativa de inflação caiu depois da manutenção da meta”, assinalou o presidente do BC.

Ele frisou ainda que os países emergentes estão com maior viés de queda dos juros, pois, no ciclo de aperto, começaram a subir suas taxas antes. Ele salientou que os juros altos por mais tempo frearam o crédito, pressionando assim os preços para baixo.

Mas expôs também a preocupação em relação a uma saída do ciclo de aperto monetário “não tão organizada” em mercados emergentes, na qual a inflação não responde à perda de tração nas economias. “Podemos ter uma saída organizada, mas uma saída também não tão organizada”, alertou.

ADESÃO DE MINAS À RECUPERAÇÃO FISCAL DEPENDE DA ASSEMBLEIA

História por Redação Itatiaia  

O projeto de lei (PL) que autoriza Minas Gerais a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) vai começar a tramitar na Assembleia Legislativa na quarta-feira (25). A data vai marcar o recebimento formal do texto por parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O comitê é responsável por fazer a análise inicial de todas as propostas enviadas ao Legislativo.

O RRF é o caminho defendido pelo governador Romeu Zema (Novo) para renegociar uma dívida de cerca de R$ 160 bilhões contraída junto à União. A chegada do texto à CCJ não significa a votação automática do projeto no colegiado. A expectativa é que, antes de emitirem opiniões a respeito do pacote de ajuste econômico, os deputados estaduais da comissão debatam o assunto. 

Parlamentares de oposição, inclusive, devem lançar mão de instrumentos legais que postergam a votação, uma vez que são contrários a parte das bases da Recuperação Fiscal.

Como contrapartida ao refinanciamento do débito, a equipe econômica de Zema propõe, por exemplo, a venda da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codemig). A estatal é responsável por explorar as jazidas de nióbio localizadas em Araxá, no Alto Paranaíba.

Nesta segunda-feira (23), durante entrevista coletiva, o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), disse que o plano de Recuperação Fiscal “não resolve” os problemas financeiros do estado. Segundo o emedebista, o pacote serve para postergar, por nove anos, os pagamentos de parte do passivo bilionário. 

“O plano de Recuperação Fiscal é para que a parcela cheia, em torno de R$ 16 ou R$ 17 bilhões, que, porventura o estado voltaria a pagar, caiba no orçamento durante os próximos nove anos. O plano sugere que percentuais dessas parcelas cheias cresçam em torno de 11% ao ano, ao ponto de o governo, se reorganizando, ao fim do nono ano, consiga aportar no orçamento a parcela cheia. Mas, o que deixamos de pagar nesses nove anos, jogam para a parcela principal — inclusive com juros”, disse.

Em nota, o líder de Zema na Assembleia, João Magalhães (MDB), defendeu a proposta do governo. Magalhães afirmou que a adesão ao RRF é “imprescindível para a saúde econômica de Minas Gerais e para que o Estado continue fazendo os investimentos necessários para melhorar a vida do povo mineiro”.

“É certo que a contribuição dos parlamentares ao longo da tramitação será fundamental na construção do texto a ser votado na ALMG”, completou o deputado.

 

ÁRABES DESENVOLVERAM A ARMA DO PETRÓLEO HÁ 50 ANOS NA GUERRA CONTRA ISRAEL

 

História por Guillermo D. Olmo – Correspondente da BBC News Mundo no Peru  

Em outubro de 1973, o rei Faisal Bin Abdulaziz da Arábia Saudita decidiu impor um embargo de petróleo contra os Estados Unidos© Getty Images

O longo conflito entre israelenses e palestinos foi reativado após os ataques perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro e o mundo teme um possível contágio para o resto do Oriente Médio.

A retomada das hostilidades acontece 50 anos depois da chamada Crise do Petróleo, uma convulsão na oferta da matéria-prima que lançou as bases para a prosperidade das monarquias petrolíferas da região e ameaçou levar os Estados Unidos ao colapso

O gatilho para o episódio foi uma das muitas guerras que opuseram Israel aos seus vizinhos árabes desde a fundação do Estado judeu em 1948.

Depois de os Estados Unidos decidirem apoiar Israel com armas na Guerra do Yom Kippur, que opôs Israel ao Egito e Síria, os países árabes exportadores de petróleo, liderados pela Arábia Saudita, decidiram impor um embargo petrolífero a Washington e seus aliados, que levou os preços do petróleo bruto a dispararem, abalando as economias dos EUA e do mundo.

Mas como a coisa chegou a esse ponto?

Como era o mundo em 1973

Em 1973, o mundo estava no meio da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética e os blocos que ambos lideravam.

Embora ambas as potências nunca tenham se enfrentado num confronto militar direto, elas entravam em choque através de terceiros em conflitos locais nos quais apoiavam lados diferentes.

Era um mundo que ainda temia o fantasma de uma guerra nuclear entre as duas superpotências e era absolutamente dependente do petróleo, o ouro negro que movia uma sociedade de consumo cada vez mais voraz, que tinha na universalização do automóvel o seu símbolo.

Até então, o petróleo era relativamente barato e acessível aos países. As empresas obtinham o petróleo a preços vantajosos nos países produtores, principalmente no Oriente Médio.

Seu papel como grande fornecedora de energia para o mundo tinha dado uma importância crescente à região e ali se desenrolaram os primeiros capítulos do conflito árabe-israelense que surgiu após a criação do Estado de Israel em 1948.

Por que a crise do petróleo começou

Em outubro de 1973, diversos movimentos naquela parte do mundo iriam exigir a atenção de um diplomata americano judeu chamado Henry Kissinger.

Nixon acabara de nomear Kissinger como seu novo Secretário de Estado, com a tarefa principal de acabar com a sangria dos EUA na guerra do Vietnã.

Mas outra guerra recém-declarada captou subitamente a atenção do mundo.

Em 6 de outubro de 1973, uma coalizão árabe liderada pelo Egito e pela Síria lançou um ataque combinado contra Israel, coincidindo com o feriado do Yom Kippur, um dia sagrado para os judeus.

Nixon, ao centro, e Kissinger, seu secretário de Estado, garantiram o apoio de Washington ao governo israelense de Golda Meir na Guerra do Yom Kippur© Getty

O então presidente egípcio, Mohamed Anwar el-Sadat, e o mandatário sírio, Hafez al-Assad, queriam recuperar territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967.

Enquanto aparatos militares começavam a chegar de Moscou para seus aliados sírios e egípcios, Nixon anunciou um generoso pacote de ajuda e Washington começou a enviar material militar para Israel, o que irritou o mundo árabe.

Onze dias depois, os países árabes exportadores de petróleo anunciaram um corte na sua produção e um embargo aos EUA e a outros países acusados de apoiar Israel, como Holanda, Portugal e África do Sul.

A Arábia Saudita, que exercia um papel de liderança na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderou um movimento que teria consequências econômicas e geopolíticas duradouras e mostrou que os EUA não podiam considerar seu abastecimento de petróleo como algo garantido.

Egito e Síria lançaram um ataque combinado em 1973 que colocou o exército israelense em sérios apuros e deu início à Guerra do Yom Kippur© Getty Images

O rei saudita, Faisal Bin Abdulaziz, foi o grande promotor da medida, embora alguns autores destaquem o papel do presidente egípcio Anwar el-Sadat, que o teria convencido meses antes de lançar o embargo se os Estados Unidos apoiassem militarmente Israel na guerra planejada contra o Estado judeu.

“O embargo nunca teria ocorrido se Sadat e Faisal não tivessem concordado com ele”, diz Graeme Bannerman, que trabalhou durante anos como analista de Oriente Médio no Departamento de Estado dos EUA.

“Naquela época, havia um sentimento de unidade árabe muito mais forte do que o atual e os países que procuravam libertar os palestinos com opções diferentes da militar promovida pelo Egito perceberam que o petróleo lhes dava uma vantagem poderosa”, completa Bessma Momani, especialista em Oriente Médio da Universidade de Waterloo, no Canadá, em entrevista à BBC Mundo (serviços da BBC em espanhol).

Historiadores acreditam que o rei Faisal da Arábia Saudita e o presidente egípcio Anwar el-Sadat concordaram com o embargo contra os EUA pelo apoio a Israel© Getty Images

Na realidade, os países árabes tiveram motivos para se sentirem desconfortáveis com os EUA durante algum tempo.

Num movimento muito discutido, Nixon decidiu em 1971 romper com o chamado padrão-ouro, a convertibilidade do dólar por uma onça de ouro que tinha sido um dos alicerces do sistema financeiro mundial concebido no final da Segunda Guerra Mundial, nos Acordos de Bretton Woods.

A medida prejudicou os exportadores de petróleo, que vendiam o produto principalmente em dólares e agora não viam seu valor garantido, dependendo de um fator mais difícil de prever: a taxa de câmbio livre da moeda norte-americana frente a outras moedas.

Neste contexto, vários países árabes vinham apelando há anos pela utilização da “arma do petróleo” para fazerem ouvir suas exigências no cenário global.

Mas outros, como a própria Arábia Saudita, se mostravam até então relutantes, presumivelmente por receio de que os EUA encontrassem fornecedores alternativos.

Ignacio Álvarez-Ossorio, professor de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, diz que “na realidade, o rei Faisal tomou a decisão do embargo com um pouco de relutância, forçado pelos acontecimentos. Outros países mais próximos da União Soviética, como a Argélia, exigiram medidas mais agressivas”.

Seja como for, quando Nixon decidiu enviar ajuda militar ao governo de Golda Meir em Israel para enfrentar seus inimigos árabes, a opção de usar a “arma do petróleo” foi definitivamente imposta.

Os Estados Unidos seriam punidos.

Que efeitos teve a crise do petróleo?

A entrada em vigor do embargo teve efeitos imediatos e causou choque nos Estados Unidos.

O preço do barril, que era então de US$ 2,90 em julho daquele ano, subiu para US$ 11,65 em dezembro.

Nos Estados Unidos, os postos ficaram sem gasolina e as filas de carros à espera para reabastecer tornaram-se uma visão comum durante meses. O racionamento de combustível foi imposto em vários Estados.

Num país apaixonado pelos motores e onde o automóvel era o símbolo da liberdade e dos valores do chamado “sonho americano”, a escassez de gasolina foi um choque com poucos precedentes e um doloroso golpe econômico.

Os americanos tiveram de conviver com uma escassez de combustível sem precedentes até então© Getty Images

O PIB (Produto Interno Bruto) do país caiu 6% até 1975 e o desemprego dobrou, chegando a 9%. Milhões de cidadãos americanos sentiram as consequências da recessão.

Segundo Bruce Riedel, analista e ex-agente da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos), com o embargo, a Arábia Saudita “causou mais danos econômicos aos EUA do que qualquer outro país desde que os britânicos incendiaram Washington em 1815”.

A partir desse momento, Kissinger viajou repetidas vezes às capitais árabes envolvidas na tentativa de iniciar o levantamento do embargo, que só ocorreria em março de 1974, quando a Guerra do Yom Kippur já havia terminado.

Muitas famílias e empresas norte-americanas e de outros países que dependiam da importação do petróleo respiraram aliviadas e regressaram a uma certa normalidade.

Os promotores do embargo não conseguiram romper o compromisso dos Estados Unidos com Israel, que continuou a apoiar o Estado judeu ao longo dos anos. Mas as ações causaram transformações profundas na ordem mundial e no comportamento das pessoas que perduram até hoje.

Como terminou a crise do petróleo e seus protagonistas

Embora Sadat não tenha alcançado os objetivos que tinha estabelecido ao atacar Israel, ele mostrou que poderia representar uma ameaça militar real.

Isso incentivou um processo de negociação patrocinado por Washington que se cristalizou nos históricos acordos de Camp David de 1978, através dos quais Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito.

Bannerman acredita que “os Acordos de Camp David nunca teriam sido possíveis sem a mudança na política dos EUA” forçada pela experiência do embargo.

Em troca da devolução do Sinai, o Egito tornou-se o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel, uma decisão que fez de Sadat uma figura impopular em grande parte do mundo árabe.

A decisão, no entanto, fez o presidente egípcio ser visto pelo Ocidente como um pacifista e favoreceu sua aproximação com Washington, em detrimento da União Soviética.

A assinatura dos Acordos de Camp David em 1978 devolveu a península do Sinai ao Egito© Getty Images

Nixon renunciou apenas cinco meses após o levantamento do embargo, em meio ao escândalo de Watergate, tornando-se o único presidente dos Estados Unidos na história a renunciar ao cargo.

E o Rei Faisal foi assassinado por seu sobrinho que atirou contra ele numa recepção real em Riad, a capital saudita.

O assassino viveu durante algum tempo nos Estados Unidos, o que alimentou suspeitas nunca confirmadas de um possível envolvimento da CIA.

Que consequências a crise do petróleo teve a longo prazo?

A era do petróleo barato acabou para sempre e o preço do barril tornou-se desde então um dos indicadores mais fiáveis de estabilidade no Oriente Médio.

Sempre que a região sofreu convulsões, como a Revolução Iraniana de 1979 ou a Guerra do Golfo de 1991, o petróleo bruto disparou e a economia mundial sofreu.

Após o embargo, a OPEP, que até então desempenhava um papel modesto no mercado energético mundial, agregou novos membros e passou a atuar como um cartel agressivo e poderoso cujas reuniões, nas quais são definidos os volumes de produção de petróleo dos seus membros, foram seguidas com a maior atenção pelos países.

E muitos países em desenvolvimento, incluindo alguns latino-americanos, decidiram apostar nas exportações de petróleo e nos seus rendimentos como forma de compensar seu atraso histórico.

A OPEP tornou-se um poderoso cartel cujas decisões tiveram um grande impacto na economia mundial© Getty Images

Nos EUA, onde a indústria automobilística se acostumou a produzir carros pesados e com uso intensivo de combustível, o público com o tempo começou a exigir modelos mais eficientes, uma tendência que se espalhou pela Europa e outras partes do mundo. O planeta se encheu de carros menores e mais baratos.

A constatação dos perigos da dependência excessiva nos países árabes também incentivou o investimento e a investigação na procura de fontes de energia alternativas ao petróleo.

O desenvolvimento da tecnologia de faturamento hidráulico (fracking) permitiu aos Estados Unidos reduzir constantemente as suas importações de petróleo bruto desde 2005. Em 2020, os EUA já exportavam mais petróleo do que importavam.

Mas talvez a região do mundo que se transformou mais profundamente tenha sido o Oriente Médio.

Especialmente o Golfo Pérsico, onde a subida dos preços do petróleo e as nacionalizações levadas a cabo nas décadas de 1960 e 1970 transformaram as monarquias petrolíferas da região (Kuwait, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos) em receptoras de enormes receitas que aumentaram a sua vasta riqueza e cimentaram a prosperidade de que desfrutam hoje.

Desde então, os EUA mantiveram uma política cordial em relação à Arábia Saudita que, até muito recentemente, funcionou como um freio aos planos da Opep de cortar a produção, o que teria tornado o petróleo bruto mais caro.

A amizade Washington-Riad também é fruto do embargo de 1973.

“Todos os presidentes americanos cortejaram os sauditas, principalmente para garantir o fluxo contínuo de petróleo”, diz Riedel.

Riad consolidou um papel de grande potência islâmica que até então não tinha e com o tempo tornou-se a grande rival do Irã dos aiatolás.

Com o dinheiro do petróleo melhorou as condições de vida da sua população, desenvolveu suas infraestruturas, fortaleceu seu exército e promoveu em outros países o wahabismo, visão conservadora do Islã que predomina na Arábia Saudita.

Cinquenta anos depois, embora as alterações climáticas levem o mundo a gradualmente abandonar a dependência do petróleo, não há previsão de fim para a bonança daqueles que o produzem.

As bases dessa bonança foram assentadas na década de 1970 e acontecimentos como a guerra da Ucrânia reafirmam sua vigência, empurrando os preços do petróleo bruto novamente para cima.

Hoje, a petrolífera saudita Aramco é a segunda empresa mais valiosa do mundo, atrás apenas da Apple e este ano anunciou um lucro recorde de US$ 161 bilhões (R$ 812 bilhões).

SALA DE GUERRA DE ISRAEL NA FRONTEIRA COM O LÍBANO

História por Anna Foster – Do norte de Israel para a BBC News  

A ‘sala da guerra’ monitora permanentemente as câmeras instaladas ao longo de mais de 100 km, na fronteira entre Israel e o Líbano© Divulgação/IDF

Seu nome é “Hamal” – abreviatura de ‘sala da guerra’, em hebraico. Ela fica no alto das montanhas, na fronteira entre Israel e o Líbano, no centro de um complexo protegido por paredes de segurança.

Aliás, tudo por aqui gira em torno da segurança.

A sala não tem janelas. Para poder passar pela sólida porta de entrada, você precisa deixar para trás telefones celulares e relógios inteligentes – tudo o que puder revelar a localização deste local secreto.

Dentro da sala, há uma série de monitores. Uma equipe acompanha as imagens atentamente, 24 horas por dia.

As telas mostram imagens em preto e branco granuladas, captadas por câmeras permanentemente instaladas ao longo de mais de 100 km, na fronteira entre Israel e o Líbano.

Os turnos costumam ter quatro horas de duração. Militares acompanham o ciclo das imagens, uma após a outra, em busca de qualquer anormalidade.

Desde o dia 7 de outubro, quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel a partir da Faixa de Gaza, matando 1,4 mil pessoas e capturando mais de 200 reféns, o aumento da tensão nesta fronteira também é constante.

Quase todos os dias, militantes libaneses do Hezbollah lançam mísseis antitanques contra Israel. E as forças israelenses respondem com artilharia, jatos e helicópteros de combate.

Os dois lados registraram mortes de civis na última semana. E cada enfrentamento levanta o temor de que a violência na fronteira possa sair de controle.

Fumaça no alto de um morro no sul do Líbano na última terça-feira (17/10), vista de uma comunidade fronteiriça no norte de Israel© Reuters

A capitã “S” lidera a companhia que monitora as câmeras. O trabalho de vigilância é realizado exclusivamente por mulheres.

“Somos os olhos dos soldados, os olhos das forças no campo — de toda a fronteira e o nosso papel é muito importante”, diz ela.

Em uma das paredes da sala, fotos de infância das oficiais estão penduradas como se fossem bandeirinhas. Suas datas de nascimento foram escritas embaixo das fotos, usando uma grossa caneta preta.

Todas elas são jovens. A maioria ainda está cumprindo seu período de serviço militar obrigatório nas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

“Somos mulheres fortes, soldadas que conhecem seu trabalho e sua missão. Sabemos que desempenhamos um papel muito importante nesta guerra”, prossegue a capitã.

“Nosso primeiro objetivo é a defesa e as meninas sabem disso. Todas elas vêm para o seu turno de vigilância e sabem o que têm que fazer.”

Em diversas ocasiões na última semana, militantes tentaram atravessar o muro para o outro lado da fronteira.

O Hezbollah é um grupo político e militar libanês poderoso, apoiado pelo Irã. Pouco a pouco, ele vem aumentando suas tentativas de se infiltrar em Israel.

Os Estados Unidos, o Reino Unido e outros países consideram que o Hezbollah e o seu fiel aliado, o Hamas, são organizações terroristas.

Para a sargenta ‘I’ (esq.), seu trabalho pode ser ‘assustador e estressante’ quando aumentam as tensões na fronteira© BBC

Internacionalmente, existem preocupações de que qualquer erro de cálculo possa levar à abertura de uma nova frente nesta guerra, no norte de Israel.

Um evento significativo — como a explosão do hospital Al-Ahli Arab ou o possível início de uma ofensiva terrestre israelense na Faixa de Gaza — também poderá levar o Hezbollah a tomar ações mais contundentes contra Israel.

E, em alguns momentos, esta possibilidade parece estar muito perto. A sargenta “I” estava no seu turno, observando o monitor, quando as imagens subitamente mudaram.

Figuras obscuras se aproximavam do muro da fronteira. Ela sabia o que precisava fazer e convocou rapidamente um ataque aéreo.

“Reconheci um grupo de terroristas na tela e compreendi que algo estava errado”, ela conta. “Este é o meu trabalho, proteger a fronteira norte para que ninguém a invada e nenhum civil fique ferido, especialmente os que moram aqui, perto da fronteira.”

“É assustador e estressante, mas preciso manter a calma”, explica a militar. “Não vou mentir, é muito assustador ficar aqui, perto da fronteira. Com tudo o que está acontecendo agora no nosso país, é muito difícil processar tudo o que já ocorreu.”

Para a sargenta “I”, tudo isso é especialmente difícil, porque jovens soldadas que faziam exatamente o mesmo trabalho no sul de Israel foram atacadas pelo Hamas.

“Penso em todas as militares e nas observadoras de câmeras que sofreram o ataque”, ela conta.

“Meu coração está com elas. Conheço pessoalmente muitas pessoas que foram raptadas ou assassinadas.”

 

TROQUE SUA FRITADEIRA AIR-FRYER PELO FORNO HALÓGENO

 

História por Redação  • Catraca Livre

Air-fryer© Marcio Binow Da Silva/istock

A popularidade das fritadeiras de ar disparou nos últimos anos, com muitas pessoas elogiando-as por serem baratas e rápidas para cozinhar os alimentos.

E como também usam pouco ou nenhum óleo em comparação com outros métodos tradicionais de cozimento, também são vistos como uma alternativa saudável.

Mas agora, os consumidores estão trocando suas fritadeiras por um aparelho diferente que é considerado ainda mais barato – e ainda mais saudável – quando se trata de preparar refeições.

forno© Fornecido por Catraca Livre

Créditos: Marcio Binow Da Silva/istock

Irish Mirror relata que os fornos halógenos estão caindo no gosto dos irlandeses.

O que são os fornos halógenos?

Os aparelhos são compostos por uma tigela de vidro com tampa contendo lâmpadas halógenas e um ventilador e, quando ligados, feixes de radiação infravermelha são emitidos para gerar calor.

Este é então distribuído por toda a comida pelo ventilador, cozinhando-a no processo.

Créditos: reprodução/ebay

O que os consumidores dizem?

O modelo da Amazon recebeu boas críticas, com uma avaliação média de 4,4 estrelas em cinco.

Um consumidor escreveu: “Estou com isso há pouco menos de uma semana e honestamente não sei como consegui sobreviver sem ele. Aquece mais rápido e cozinha com mais eficiência (e barato) do que meu forno, preparei várias refeições por um família de 3 pessoas, incluindo lasanhas, batatas assadas, frango, etc., tudo saiu perfeito, exceto a pizza, cuja base era macia, mas acho que uma bandeja de pizza decente resolverá isso.

Outra pessoa explicou: “Não há nada que não goste. Muito fácil de usar. Rápido, muito econômico. A tigela de vidro é fácil de manter limpa. Também faz ótimas torradas.”

No Brasil, o aparelho ainda não é conhecido. Em uma busca rápida no Google, é possível encontrar o forno halógeno à venda no AliExpress por R$ 157,27, um valor bem mais interessante do que o de uma Air Fryer.

GOVERNO FAZ O RETORNO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO PARA CARROS ELÉTRICOS

 

João Otávio Dias Fernandes – Analista Jurídico no setor de Auditoria de Prazos e Procedimentos no Vigna Advogados e Associados.

Cada vez mais em alta, a eletrificação dos automóveis deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade. A necessidade de promover meios de locomoção limpos e sustentáveis foi uma grande colaboradora neste processo, embora o carro elétrico não seja exatamente uma novidade, visto que, desde a invenção do automóvel, já havia modelos movidos a energia elétrica, que não prosperaram devido à escassez de energia, que também era relativamente uma novidade à época, além dos preços elevados frente aos modelos à combustão.

Mas agora a realidade é outra, com a ofensiva chinesa, carros elétricos têm se tornado cada vez mais baratos e competitivos frente aos convencionais, tendência que tem ganhado espaço no Brasil, de modo que, desde 2016, os elétricos são isentos do imposto de importação, o que deve mudar em breve, pois o Governo Federal estuda a volta do imposto. A questão é polêmica e vai na contramão das tendências de globalização, especialmente em um segmento que ainda engatinha em território nacional, cujas vendas, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), representam 2% do acumulado total no mercado, sendo que nenhum modelo é produzido em território nacional.

De início, cabe frisar que a medida é completamente protecionista, sendo apoiada principalmente pelas marcas filiadas à Associação das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que possuem fábrica em território nacional e se sentem pressionadas pela chegada de novos concorrentes, ainda em fase de importação, com produtos mais avançados em termos tecnológicos e eletrificados, sendo beneficiados pela isenção. Não há que se falar em concorrência desleal, pois, até o momento, nenhuma fabricante nacional havia demonstrado interesse em produzir carros elétricos por aqui, tanto é que, com exceção de dois modelos híbridos (combustão e eletricidade), Corolla e Corolla Cross, produzidos pela Toyota em Sorocaba-SP, nenhum modelo elétrico é fabricado no Brasil, sendo todos importados, inclusive os comercializados pelas montadoras filiadas à Anfavea. A medida encontra contradição em vários campos, inclusive na fala do secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira, que, em entrevista à Reuters, confirmou que o imposto irá voltar, sob a justificativa da necessidade de estimular a produção local de carros com tecnologia e energia limpa, alegando ainda que diversos países vêm adotando políticas protecionistas nesse campo. No entanto, a medida ainda não passou pelo crivo do ministro da pasta e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. À época em que foi concedida a isenção, o objetivo era incentivar a vinda de novas tecnologias ao território nacional, não havia prazo estipulado para o final do benefício, nem tampouco restrições quanto a marcas ou modelos, sendo certo que todos os players do mercado poderiam importar veículos elétricos com isenção total da alíquota de importação, até então de 35%, ou modelos híbridos com a alíquota de 4%.

Após a concessão, apenas algumas marcas, principalmente as de luxo, trouxeram veículos eletrificados ao país, a exemplo da Volvo, enquanto montadoras generalistas pouco aproveitaram, o que mudou recentemente com a vinda de marcas chinesas, como GWM e BYD, que passaram a comercializar veículos elétricos a preços acessíveis quando comparados aos modelos à combustão de grande volume das montadoras nacionais, trazendo uma tendência de aceleração da popularização dos carros elétricos. Para efeito de comparação, o Volkswagen Nivus, um crossover compacto, fabricado em São Bernardo do Campo e, portanto, isento de qualquer imposto de importação, movido à combustão (gasolina e etanol), é comercializado por R$ 143.690. Ao mesmo tempo, um Dolphin, fabricado na China, pela newcomer chinesa BYD, movido 100% a eletricidade, é vendido em pacote equivalente ao Volkswagen por R$ 149.800, um valor inimaginável até poucos anos atrás para um carro elétrico, comprovando que, aos poucos, a eletrificação deixa de integrar o futuro para se tornar a realidade.

Neste cenário, retomar a cobrança de impostos de importação para veículos movidos a energia limpa segue na contramão das tendências de mercado e até mesmo da pauta ambiental propriamente dita, pois tende a elevar o valor dos modelos e, por consequência, diminuir as vendas que vinham crescendo gradualmente. Não se trata de defender produtos importados em detrimento à indústria nacional, até mesmo em respeito ao princípio da isonomia tributária, previsto no artigo 150 da Constituição Federal, pois não se tratam em contribuintes na mesma situação, mas sim em defender a modernização, a geração de empregos e até mesmo o aumento na arrecadação que viria em decorrência da fabricação de elétricos em solo nacional. Apesar do retorno do imposto de importação se dar sob a alegação de estímulo à produção local, a curto prazo pode gerar o efeito oposto, pois marcas chinesas estudam a viabilidade a médio prazo da produção nacional de veículos sustentáveis, a exemplo da BYD, que comprou a fábrica da Ford (que deixou de fabricar no Brasil em 2021) em Camaçari-BA, ou da GWM, que adquiriu as instalações da Mercedes-Benz em Iracemápolis-SP, além de outras marcas que já possuem produção ou montagem nacional e se preparam para deixar de importar modelos elétricos e fabricá-los por aqui, o que, por óbvio, inclui investimentos vultuosos em modernização e mão de obra qualificada, que podem ser obstruídos pela elevada alíquota de 35% a título de imposto de importação. Deste modo, a tributação pode e deve ser discutida, mas com parcimônia, visando a aplicação quando a produção nacional de EVs se tornar realidade e a tecnologia estiver melhor difundida e acessível à população em geral, o que ainda deve demorar no mínimo uma década.

Por fim, a retomada do imposto de importação pode interferir diretamente no segmento de veículos comerciais e, consequentemente, no ESG (Environmental, Social and Governance), um conjunto de metas de gestão e desenvolvimento sustentável cada vez mais valorizado pelas grandes empresas e corporações, não naquelas em que a atividade se concentra na fabricação de veículos elétricos/híbridos, mas sim nas que enxergaram na energia limpa um modo de aplicabilidade e otimização do ESG, a exemplo de transportadoras e distribuidoras em geral, que eletrificaram a frota para poluir menos e elevar a lucratividade com o uso da energia limpa.

Como demonstrado, a isenção do imposto de importação para carros elétricos foi um importantíssimo avanço, cuja retomada será um imenso retrocesso, que nem mesmo a sanha arrecadatória do Estado poderá justificar. A medida não prejudicará apenas as montadoras, mas também o consumidor, que verá o carro elétrico se afastar novamente da “realidade”, a geração de empregos que viria com a fabricação nacional, a capacitação de mão de obra especializada que tende a se tornar mais difícil pela baixa demanda, o estímulo à produção, ampliação e desenvolvimento de fontes de energia sustentável, e, por fim, o próprio Estado, que perderá arrecadação pela produção local e gastará ainda mais com programas sociais e desenvolvimentistas para suprir o desemprego e acesso a serviços básicos.

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