História por Amanda Pupo e Fernanda Trisotto • Jornal Estadão
BRASÍLIA – Com o novo valor do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) acordado com o Ministério da Fazenda, o ministro da pasta, Fernando Haddad, disse acreditar que o relatório da reforma tributária virá com a “robustez necessária” para ser aprovado daqui a 15 dias pelo Senado.
Haddad preferiu não antecipar qual será a ampliação do FDR, mas
avaliou que os governadores terão uma “boa surpresa” com o ajuste. Para
Haddad, o relator da reforma, senador Eduardo Braga (MDB-AM), ficou “positivamente surpreso” com a disposição da Fazenda em negociar a expansão do valor do fundo.
“Acredito que eles terão boa surpresa, já fechamos com Eduardo Braga.
Ele já recebeu a proposta da Fazenda, já incorporou, e na minha opinião
ficou positivamente surpreso com a disposição da Fazenda em negociar.
Falei com presidente, sobretudo, de maneira que acredito que o relatório
vai vir com a robustez necessária para ser aprovado daqui a 15 dias, e
quem sabe a Câmara pode sacramentar a reforma, e o presidente Pacheco
possa promulgar finalmente depois de 40 anos”, disse Haddad a
jornalistas.
Ele reforçou que deixará a cargo de Braga anunciar o novo valor do
fundo, que na Câmara foi aprovado com R$ 40 bilhões. “Não fica bem eu
antecipar decisões que ele tomou de comum acordo conosco. Ele foi muito
aberto, compreendeu nossas razões”, disse.
O ministro também comentou que, durante a reunião realizada nesta
terça com governadores do Nordeste, pode tratar com os executivos locais
sobre a recomposição dos fundos de participação dos Estados (FPE) e dos
Municípios (FPM). Na avaliação do ministro, essa e outras medidas irão
ajudar os governos estaduais a terminar o ano em uma situação mais
“confortável” do ponto de vista fiscal.
“Em relação a desonerações dos combustíveis feita na eleição para fins eleitores, (estamos) repondo
parte dos recursos perdidos pelos governadores, e também a lei
complementar que foi sancionada hoje que consta a reposição de partes
das perdas do FPE e da integralidade das perdas do FPM. Tudo isso somado
penso que os governadores vão poder terminar o ano numa situação mais
confortável. Foi calote muito expressivo nos governadores, mas estamos
pretendendo passar a régua nisso”, concluiu.
Vanessa Lamego – Gerente de Recursos Humanos da Vetor Editora
O tema saúde mental já foi tabu em muitos contextos, na roda de
amigos, na escola e principalmente no trabalho. Apesar dos avanços no
oferecimento de apoio psicológico e emocional dentro das empresas e da
ampliação dessa discussão nesse espaço, ainda existe muito o que se
desmistificar sobre o tema.
No conteúdo abaixo, a Gerente de Recursos Humanos da Vetor Editora,
Vanessa Lamego, aponta os três mitos mais comuns sobre saúde mental nos
ambientes profissionais.
Especialista revela que apesar das empresas avançarem no apoio
psicológico de colaboradores, ainda existem aspectos vistos como tabus.
Apesar dos avanços no oferecimento de apoio psicológico e emocional
aos colaboradores, é importante que estes também enxerguem o cuidado
como benéfico para a vida profissional e pessoal. Com foco em facilitar
esse zelo e o bem-estar dos trabalhadores, a Vetor Editora, que já é
referência em avaliação psicológica e saúde mental com seus testes e
instrumentos psicológicos, oferece o mesma expertise para companhias que
focam na saúde dos profissionais.
Diante do propósito de ampliar as discussões sobre segurança
psicológica e reforçar a importância do cuidado emocional dos
trabalhadores, a Gerente de Recursos Humanos da Vetor Editora, Vanessa
Lamego, aponta os três mitos mais comuns sobre saúde mental nos
ambientes profissionais. Veja a seguir:
1.Trabalho não é o lugar para falar de sentimentos
Uma das barreiras que impediram as pessoas e as empresas de tratarem a
saúde mental com o seu devido valor foi a ideia de que o trabalho não é
o lugar adequado para falar ou expor sentimentos. A escuta ativa e o
prestar atenção no que está sendo dito tem ampliado o conhecimento dos
gestores a respeito dos seus times, enxergando suas fragilidades e
fortalezas. “Mais do que incentivar essa abertura e transpor segurança, é
preciso que as lideranças de fato exercitem essa escuta ativa e
demonstrem que estão atentos ao que está sendo dito”, explica. Essa
troca, não melhora apenas o bem-estar do time como um todo como estimula
a troca de ideias, sugestões e melhorias contínuas.
2. A saúde mental é responsabilidade só do funcionário
Apesar de todo impacto que o aspecto emocional tem na produtividade e
também na motivação das pessoas com seu trabalho, durante muito tempo
esse era um problema apenas do funcionário, muitas vezes nem sendo de
conhecimento do gestor.
A ansiedade, o estresse, entre outros fatores influenciam muito no
desenvolvimento e nas entregas de cada profissional. Um estudo divulgado
pela Gympass neste ano, revela que 100% das companhias ouvidas apontam
que os programas de bem-estar são importantes para a satisfação dos
funcionários.
Mas, como as organizações podem oferecer apoio nesse sentido? Para
Vanessa, existem diversas formas de evitar problemas de saúde mental e
casos mais graves como burnout: “Oferecer feedbacks de desempenho,
bonificar os trabalhadores com day off, benefícios para utilização de
academias ou promover ginástica laboral, estes são exemplos simples que
podem ser um bom começo. A partir daí cada empresa pode estudar que
outras ferramentas são necessárias para um apoio psicológico como
instrumentos de avaliação, consultorias e treinamentos”.
3.As empresas valorizam profissionais workaholics
Os workaholics são aqueles profissionais que pensam no trabalho o
tempo todo e acreditam que trabalhar mais é trabalhar melhor. É um ciclo
vicioso que leva a problemas de ansiedade, insônia, podendo resultar em
casos de burnout. Esse cenário tem mudado gradativamente com discussões
envolvendo quiet quitting, a semana de trabalho de quatro dias e o
reflexo dessas rotinas de trabalho exaustivas.
Todos esses “mitos” reforçam que investir em saúde mental é essencial
para promover um ambiente saudável e seguro psicologicamente. Além de
contribuir para reter talentos, diminuir custos associados a problemas
emocionais não tratados, reduzir absenteísmo também melhora questões
envolvendo a capacidade de lidar com o estresse e a pressão do trabalho.
“Atualmente existem empresas com programas totalmente dedicados à
saúde corporativa e ao combate de doenças mentais. O mercado está cheio
de bons exemplos e organizações parceiras nesse suporte. Com esse foco
fazendo parte da estratégia de um negócio certamente ele irá crescer
junto dos seus colaboradores”, completa ela.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
A tarde de pânico na zona oeste do Rio nesta segunda-feira, 23, quando ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados, foi uma reação do principal grupo miliciano carioca à morte de Matheus da Silva Resende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteus, segundo a polícia.
Ele morreu durante confronto com policiais civis ocorrido pela manhã
em uma favela dominada por essa milícia na zona oeste do Rio. Resende
era sobrinho do chefe da quadrilha e segundo na hierarquia do grupo
criminoso.
Aos 24 anos, Resende era o “senhor da guerra” da milícia liderada por
seu tio, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, segundo afirmou nesta
segunda-feira o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). “(Resende) Era o responsável pela união entre tráfico e milícia, fazendo as narcomilícias”, disse.
Castro declarou também que a polícia “não vai sossegar” enquanto não
prender os três maiores milicianos do Rio, conhecidos pelos apelidos de
Zinho, Tandera e Abelha.
A milícia de Zinho atua em três bairros da zona oeste (Santa Cruz,
Campo Grande e Paciência) e, segundo estimativa da polícia, arrecada de
R$ 5 milhões a R$ 10 milhões por mês, com cobrança por oferecer suposta
segurança privada a moradores e comerciantes e vender botijões de gás,
sinal de internet e até galões de água.
A Polícia Civil considera que o miliciano estava sendo preparado para
substituir o líder da quadrilha, seu tio Zinho – que, por sua vez,
assumiu o comando do grupo criminoso em função da morte do irmão,
Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021. Resende era o responsável
pelas ações armadas da milícia. Foragido, era um dos criminosos
elencados no Portal dos Procurados, do Disque Denúncia.
Em setembro, Resende foi um dos seis denunciados à Justiça pelo
Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) como responsáveis pelo
assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho,
ocorrido em agosto de 2022 na zona oeste do Rio. Ex-policial civil,
Jerominho foi preso em 2007 acusado de fundar a Liga da Justiça, a
quadrilha de milicianos hoje comandada por Zinho. Condenado, passou 11
anos detido.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio, Jerominho tinha planos
de retomar o comando da milícia e, por isso, foi morto pelos comparsas
de Zinho, entre eles o sobrinho morto neste segunda-feira.
Depois da morte de Resende, ônibus começaram a ser atacados e
incendiados. Segundo o sindicado das empresas de ônibus, esse já é o
maior ataque a ônibus da história do Rio. São 20 de linhas municipais,
cinco do BRT e dez avulsos, de fretamento.
Pneus também foram incendiados e veículos atravessados em vias
expressas da cidade. Pelo menos 32 escolas interromperam as aulas em
função dos ataques.
Os 12 homens detidos por suspeita de participação nos ataques aos
ônibus na cidade serão mandados para outros Estados, em presídios
federais, por praticarem “ações terroristas”, segundo o governador.
História por CdB • Correio do Brasil – Redação, com BdF – de Brasília
O relator da proposta, deputado
Pedro Paulo (PSD-RJ), tenta fechar um acordo com a bancada ruralista
sobre o aumento no número de cotistas nos Fiagros, fundos de
investimento em cadeias agroindustriais.
A taxação dos investimentos da parcela mais rica da população deverá
ser votada nesta terça-feira na Câmara, segundo parlamentares que
integram a Mesa Diretora. Desde o último dia 14, o projeto de lei em
regime de urgência tranca a pauta na Casa.
O relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), tenta fechar um
acordo com a bancada ruralista sobre o aumento no número de cotistas
nos Fiagros, fundos de investimento em cadeias agroindustriais. O
parlamentar estava ainda definindo como ocorrerá o parcelamento do
Imposto de Renda sobre fundos exclusivos e uma eventual equiparação de
alíquotas entre esses fundos e as offshores (investimentos em empresas no exterior).
Pedro Paulo também tentou incluir uma solução intermediária para o
fim dos juros sobre capital próprio (JCP), proposto por outra medida
provisória. No entanto, a proposta não prosperou por falta de acordo no
Parlamento.
Retorno
O governo queria ter votado o texto na semana passada. No entanto,
três partidos – PL, PP e União Brasil – pediram a manutenção do acordo
para votação no dia 24, após o retorno do presidente da Câmara, Arthur
Lira, de uma viagem oficial à China e à Índia.
Originalmente, o projeto de lei tratava apenas da taxação das offshores.
No entanto, Lira incorporou ao texto uma Medida Provisória (MP) editada
no fim de agosto, e ainda em validade, que muda a tributação de Imposto
de Renda em fundos exclusivos. O procedimento é semelhante ao que
ocorreu com a medida provisória do Programa Desenrola, apensada ao projeto de lei que regulamenta a taxa do rotativo do cartão de crédito, aprovado no início do mês.
O governo precisa, com certeza, reforçar o caixa para compensar o
aumento do limite de isenção da tabela do Imposto de Renda, sancionada
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O dinheiro também é
importante para cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024,
conforme estipulado pelo novo arcabouço fiscal, aprovado no fim de
agosto pelo Congresso.
Patrimônio
Instrumentos personalizados de investimentos, com um único cotista,
os fundos exclusivos exigem pelo menos R$ 10 milhões de entrada e taxa
de manutenção de R$ 150 mil por ano. Hoje apenas 2,5 mil brasileiros
aplicam nesses fundos, que acumulam patrimônio de R$ 756,8 bilhões e
respondem por 12,3% da indústria de fundos no país.
Atualmente, os fundos exclusivos pagam Imposto de Renda (IR), mas
apenas no momento do resgate e com tabela regressiva – quanto mais tempo
de aplicação, menor o imposto. O governo quer igualar os fundos
exclusivos aos demais fundos de investimento, com cobrança semestral de
IR, conhecida como come-cotas. Além disso, quem antecipar o pagamento do
imposto pegará alíquotas mais baixas.
Quanto à taxação das offshores, o governo quer instituir a tributação de trusts,
instrumentos pelos quais os investidores entregam os bens para
terceiros administrarem. Atualmente, os recursos no exterior são
tributados apenas e se o capital retorna ao Brasil. O governo estima em
pouco mais de R$ 1 trilhão (pouco mais de US$ 200 bilhões) o valor
aplicado por pessoas físicas no exterior.
História por Eduardo Laguna e Francisco Carlos de Assis • Jornal Estadão
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto,
disse nesta segunda-feira, 23, que a inflação voltou a cair no mundo
após o impacto nos preços de energia, mas não de forma linear. “Em
grande parte, a inflação cai, mas a linearidade não é igual”, disse o
presidente do BC.
As declarações foram dadas durante o evento “Reflexão sobre o cenário econômico brasileiro”, organizado pelo Estadão, com apoio do Broadcast, em parceria com o B3 Bora Investir, site de notícias e conteúdo educacional produzido pela Bolsa.
Ele observou que os preços de energia parecem ter se estabilizado
depois do primeiro choque da guerra entre Israel e os terroristas do
Hamas. Campos Neto ponderou, contudo, que ainda existe incerteza sobre a
escalada do conflito, com potencial efeito na cotação do petróleo.
O presidente do BC lembrou da discussão sobre desinflação adicional
durante a última reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas
destacou que ainda não está claro de onde está vindo a desinflação
adicional do mundo desenvolvido.
Nesse ponto, ele descartou a possibilidade de a desinflação vir da
cena fiscal nos Estados Unidos, que segue “solta”, e tampouco do
petróleo, dada a guerra na Ucrânia e o conflito em Israel. Do lado dos
alimentos, continuou, os preços devem ficar voláteis em função das
alterações climáticas causadas pelo El Niño.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje
que o governo acertou ao manter a meta de inflação em 3%, destacando que
as expectativas no mercado sobre o comportamento dos preços melhoraram
após a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Manutenção da meta
Após citar que as metas de inflação no mundo estão ao redor de 2% a
3%, Campos Neto considerou que o Brasil “fez bem” em manter o seu
objetivo em 3% nos próximos anos. “Importante destacar que a expectativa
de inflação caiu depois da manutenção da meta”, assinalou o presidente
do BC.
Ele frisou ainda que os países emergentes estão com maior viés de
queda dos juros, pois, no ciclo de aperto, começaram a subir suas taxas
antes. Ele salientou que os juros altos por mais tempo frearam o
crédito, pressionando assim os preços para baixo.
Mas expôs também a preocupação em relação a uma saída do ciclo de
aperto monetário “não tão organizada” em mercados emergentes, na qual a
inflação não responde à perda de tração nas economias. “Podemos ter uma
saída organizada, mas uma saída também não tão organizada”, alertou.
O projeto de lei (PL) que autoriza Minas Gerais a aderir ao Regime de
Recuperação Fiscal (RRF) vai começar a tramitar na Assembleia
Legislativa na quarta-feira (25). A data vai marcar o recebimento formal
do texto por parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O
comitê é responsável por fazer a análise inicial de todas as propostas
enviadas ao Legislativo.
O RRF é o caminho defendido pelo governador Romeu Zema (Novo) para renegociar uma dívida de cerca de R$ 160 bilhões contraída junto à União.
A chegada do texto à CCJ não significa a votação automática do projeto
no colegiado. A expectativa é que, antes de emitirem opiniões a respeito
do pacote de ajuste econômico, os deputados estaduais da comissão
debatam o assunto.
Parlamentares de oposição, inclusive, devem lançar mão de
instrumentos legais que postergam a votação, uma vez que são contrários a
parte das bases da Recuperação Fiscal.
Como contrapartida ao refinanciamento do débito, a equipe econômica
de Zema propõe, por exemplo, a venda da Companhia de Desenvolvimento
Econômico (Codemig). A estatal é responsável por explorar as jazidas de
nióbio localizadas em Araxá, no Alto Paranaíba.
“O plano de Recuperação Fiscal é para que a parcela cheia, em torno
de R$ 16 ou R$ 17 bilhões, que, porventura o estado voltaria a pagar,
caiba no orçamento durante os próximos nove anos. O plano sugere que
percentuais dessas parcelas cheias cresçam em torno de 11% ao ano, ao
ponto de o governo, se reorganizando, ao fim do nono ano, consiga
aportar no orçamento a parcela cheia. Mas, o que deixamos de pagar
nesses nove anos, jogam para a parcela principal — inclusive com juros”,
disse.
Em nota, o líder de Zema na Assembleia, João Magalhães (MDB),
defendeu a proposta do governo. Magalhães afirmou que a adesão ao RRF é
“imprescindível para a saúde econômica de Minas Gerais e para que o
Estado continue fazendo os investimentos necessários para melhorar a
vida do povo mineiro”.
“É certo que a contribuição dos parlamentares ao longo da tramitação
será fundamental na construção do texto a ser votado na ALMG”, completou
o deputado.
A retomada das hostilidades acontece 50 anos depois da chamada Crise
do Petróleo, uma convulsão na oferta da matéria-prima que lançou as
bases para a prosperidade das monarquias petrolíferas da região e
ameaçou levar os Estados Unidos ao colapso
O gatilho para o episódio foi uma das muitas guerras que opuseram Israel aos seus vizinhos árabes desde a fundação do Estado judeu em 1948.
Depois de os Estados Unidos decidirem apoiar Israel com armas na Guerra do Yom Kippur,
que opôs Israel ao Egito e Síria, os países árabes exportadores de
petróleo, liderados pela Arábia Saudita, decidiram impor um embargo
petrolífero a Washington e seus aliados, que levou os preços do petróleo
bruto a dispararem, abalando as economias dos EUA e do mundo.
Mas como a coisa chegou a esse ponto?
Como era o mundo em 1973
Em 1973, o mundo estava no meio da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética e os blocos que ambos lideravam.
Embora ambas as potências nunca tenham se enfrentado num confronto
militar direto, elas entravam em choque através de terceiros em
conflitos locais nos quais apoiavam lados diferentes.
Era um mundo que ainda temia o fantasma de uma guerra nuclear entre
as duas superpotências e era absolutamente dependente do petróleo, o
ouro negro que movia uma sociedade de consumo cada vez mais voraz, que
tinha na universalização do automóvel o seu símbolo.
Até então, o petróleo era relativamente barato e acessível aos
países. As empresas obtinham o petróleo a preços vantajosos nos países
produtores, principalmente no Oriente Médio.
Seu papel como grande fornecedora de energia para o mundo tinha dado
uma importância crescente à região e ali se desenrolaram os primeiros
capítulos do conflito árabe-israelense que surgiu após a criação do
Estado de Israel em 1948.
Por que a crise do petróleo começou
Em outubro de 1973, diversos movimentos naquela parte do mundo iriam
exigir a atenção de um diplomata americano judeu chamado Henry
Kissinger.
Nixon acabara de nomear Kissinger como seu novo Secretário de Estado,
com a tarefa principal de acabar com a sangria dos EUA na guerra do
Vietnã.
Mas outra guerra recém-declarada captou subitamente a atenção do mundo.
Em 6 de outubro de 1973, uma coalizão árabe liderada pelo Egito e
pela Síria lançou um ataque combinado contra Israel, coincidindo com o
feriado do Yom Kippur, um dia sagrado para os judeus.
O então presidente egípcio, Mohamed Anwar el-Sadat, e o mandatário
sírio, Hafez al-Assad, queriam recuperar territórios ocupados por Israel
na Guerra dos Seis Dias de 1967.
Enquanto aparatos militares começavam a chegar de Moscou para seus
aliados sírios e egípcios, Nixon anunciou um generoso pacote de ajuda e
Washington começou a enviar material militar para Israel, o que irritou o
mundo árabe.
Onze dias depois, os países árabes exportadores de petróleo
anunciaram um corte na sua produção e um embargo aos EUA e a outros
países acusados de apoiar Israel, como Holanda, Portugal e África do
Sul.
A Arábia Saudita, que exercia um papel de liderança na Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderou um movimento que
teria consequências econômicas e geopolíticas duradouras e mostrou que
os EUA não podiam considerar seu abastecimento de petróleo como algo
garantido.
O rei saudita, Faisal Bin Abdulaziz, foi o grande promotor da medida,
embora alguns autores destaquem o papel do presidente egípcio Anwar
el-Sadat, que o teria convencido meses antes de lançar o embargo se os
Estados Unidos apoiassem militarmente Israel na guerra planejada contra o
Estado judeu.
“O embargo nunca teria ocorrido se Sadat e Faisal não tivessem
concordado com ele”, diz Graeme Bannerman, que trabalhou durante anos
como analista de Oriente Médio no Departamento de Estado dos EUA.
“Naquela época, havia um sentimento de unidade árabe muito mais forte
do que o atual e os países que procuravam libertar os palestinos com
opções diferentes da militar promovida pelo Egito perceberam que o
petróleo lhes dava uma vantagem poderosa”, completa Bessma Momani,
especialista em Oriente Médio da Universidade de Waterloo, no Canadá, em
entrevista à BBC Mundo (serviços da BBC em espanhol).
Na realidade, os países árabes tiveram motivos para se sentirem desconfortáveis com os EUA durante algum tempo.
Num movimento muito discutido, Nixon decidiu em 1971 romper com o chamado padrão-ouro, a
convertibilidade do dólar por uma onça de ouro que tinha sido um dos
alicerces do sistema financeiro mundial concebido no final da Segunda
Guerra Mundial, nos Acordos de Bretton Woods.
A medida prejudicou os exportadores de petróleo, que vendiam o
produto principalmente em dólares e agora não viam seu valor garantido,
dependendo de um fator mais difícil de prever: a taxa de câmbio livre da
moeda norte-americana frente a outras moedas.
Neste contexto, vários países árabes vinham apelando há anos pela
utilização da “arma do petróleo” para fazerem ouvir suas exigências no
cenário global.
Mas outros, como a própria Arábia Saudita, se mostravam até então
relutantes, presumivelmente por receio de que os EUA encontrassem
fornecedores alternativos.
Ignacio Álvarez-Ossorio, professor de Estudos Árabes e Islâmicos da
Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, diz que “na realidade, o
rei Faisal tomou a decisão do embargo com um pouco de relutância,
forçado pelos acontecimentos. Outros países mais próximos da União
Soviética, como a Argélia, exigiram medidas mais agressivas”.
Seja como for, quando Nixon decidiu enviar ajuda militar ao governo
de Golda Meir em Israel para enfrentar seus inimigos árabes, a opção de
usar a “arma do petróleo” foi definitivamente imposta.
Os Estados Unidos seriam punidos.
Que efeitos teve a crise do petróleo?
A entrada em vigor do embargo teve efeitos imediatos e causou choque nos Estados Unidos.
O preço do barril, que era então de US$ 2,90 em julho daquele ano, subiu para US$ 11,65 em dezembro.
Nos Estados Unidos, os postos ficaram sem gasolina e as filas de
carros à espera para reabastecer tornaram-se uma visão comum durante
meses. O racionamento de combustível foi imposto em vários Estados.
Num país apaixonado pelos motores e onde o automóvel era o símbolo da
liberdade e dos valores do chamado “sonho americano”, a escassez de
gasolina foi um choque com poucos precedentes e um doloroso golpe
econômico.
O PIB (Produto Interno Bruto) do país caiu 6% até 1975 e o desemprego
dobrou, chegando a 9%. Milhões de cidadãos americanos sentiram as
consequências da recessão.
Segundo Bruce Riedel, analista e ex-agente da CIA (Agência Central de
Inteligência dos Estados Unidos), com o embargo, a Arábia Saudita
“causou mais danos econômicos aos EUA do que qualquer outro país desde
que os britânicos incendiaram Washington em 1815”.
A partir desse momento, Kissinger viajou repetidas vezes às capitais
árabes envolvidas na tentativa de iniciar o levantamento do embargo, que
só ocorreria em março de 1974, quando a Guerra do Yom Kippur já havia
terminado.
Muitas famílias e empresas norte-americanas e de outros países que
dependiam da importação do petróleo respiraram aliviadas e regressaram a
uma certa normalidade.
Os promotores do embargo não conseguiram romper o compromisso dos
Estados Unidos com Israel, que continuou a apoiar o Estado judeu ao
longo dos anos. Mas as ações causaram transformações profundas na ordem
mundial e no comportamento das pessoas que perduram até hoje.
Como terminou a crise do petróleo e seus protagonistas
Embora Sadat não tenha alcançado os objetivos que tinha estabelecido
ao atacar Israel, ele mostrou que poderia representar uma ameaça militar
real.
Isso incentivou um processo de negociação patrocinado por Washington
que se cristalizou nos históricos acordos de Camp David de 1978, através
dos quais Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito.
Bannerman acredita que “os Acordos de Camp David nunca teriam sido
possíveis sem a mudança na política dos EUA” forçada pela experiência do
embargo.
Em troca da devolução do Sinai, o Egito tornou-se o primeiro país
árabe a reconhecer o Estado de Israel, uma decisão que fez de Sadat uma
figura impopular em grande parte do mundo árabe.
A decisão, no entanto, fez o presidente egípcio ser visto pelo
Ocidente como um pacifista e favoreceu sua aproximação com Washington,
em detrimento da União Soviética.
Nixon renunciou apenas cinco meses após o levantamento do embargo, em
meio ao escândalo de Watergate, tornando-se o único presidente dos
Estados Unidos na história a renunciar ao cargo.
E o Rei Faisal foi assassinado por seu sobrinho que atirou contra ele numa recepção real em Riad, a capital saudita.
O assassino viveu durante algum tempo nos Estados Unidos, o que
alimentou suspeitas nunca confirmadas de um possível envolvimento da
CIA.
Que consequências a crise do petróleo teve a longo prazo?
A era do petróleo barato acabou para sempre e o preço do barril
tornou-se desde então um dos indicadores mais fiáveis de estabilidade no
Oriente Médio.
Sempre que a região sofreu convulsões, como a Revolução Iraniana de
1979 ou a Guerra do Golfo de 1991, o petróleo bruto disparou e a
economia mundial sofreu.
Após o embargo, a OPEP, que até então desempenhava um papel modesto
no mercado energético mundial, agregou novos membros e passou a atuar
como um cartel agressivo e poderoso cujas reuniões, nas quais são
definidos os volumes de produção de petróleo dos seus membros, foram
seguidas com a maior atenção pelos países.
E muitos países em desenvolvimento, incluindo alguns
latino-americanos, decidiram apostar nas exportações de petróleo e nos
seus rendimentos como forma de compensar seu atraso histórico.
Nos EUA, onde a indústria automobilística se acostumou a produzir
carros pesados e com uso intensivo de combustível, o público com o tempo
começou a exigir modelos mais eficientes, uma tendência que se espalhou
pela Europa e outras partes do mundo. O planeta se encheu de carros
menores e mais baratos.
A constatação dos perigos da dependência excessiva nos países árabes
também incentivou o investimento e a investigação na procura de fontes
de energia alternativas ao petróleo.
O desenvolvimento da tecnologia de faturamento hidráulico (fracking)
permitiu aos Estados Unidos reduzir constantemente as suas importações
de petróleo bruto desde 2005. Em 2020, os EUA já exportavam mais
petróleo do que importavam.
Mas talvez a região do mundo que se transformou mais profundamente tenha sido o Oriente Médio.
Especialmente o Golfo Pérsico, onde a subida dos preços do petróleo e
as nacionalizações levadas a cabo nas décadas de 1960 e 1970
transformaram as monarquias petrolíferas da região (Kuwait, Arábia
Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos) em receptoras de enormes
receitas que aumentaram a sua vasta riqueza e cimentaram a prosperidade
de que desfrutam hoje.
Desde então, os EUA mantiveram uma política cordial em relação à
Arábia Saudita que, até muito recentemente, funcionou como um freio aos
planos da Opep de cortar a produção, o que teria tornado o petróleo
bruto mais caro.
A amizade Washington-Riad também é fruto do embargo de 1973.
“Todos os presidentes americanos cortejaram os sauditas, principalmente para garantir o fluxo contínuo de petróleo”, diz Riedel.
Riad consolidou um papel de grande potência islâmica que até então
não tinha e com o tempo tornou-se a grande rival do Irã dos aiatolás.
Com o dinheiro do petróleo melhorou as condições de vida da sua
população, desenvolveu suas infraestruturas, fortaleceu seu exército e
promoveu em outros países o wahabismo, visão conservadora do Islã que predomina na Arábia Saudita.
Cinquenta anos depois, embora as alterações climáticas levem o mundo a
gradualmente abandonar a dependência do petróleo, não há previsão de
fim para a bonança daqueles que o produzem.
As bases dessa bonança foram assentadas na década de 1970 e
acontecimentos como a guerra da Ucrânia reafirmam sua vigência,
empurrando os preços do petróleo bruto novamente para cima.
Hoje, a petrolífera saudita Aramco é a segunda empresa mais valiosa
do mundo, atrás apenas da Apple e este ano anunciou um lucro recorde de
US$ 161 bilhões (R$ 812 bilhões).
Seu nome é “Hamal” – abreviatura de ‘sala da guerra’, em hebraico.
Ela fica no alto das montanhas, na fronteira entre Israel e o Líbano, no
centro de um complexo protegido por paredes de segurança.
Aliás, tudo por aqui gira em torno da segurança.
A sala não tem janelas. Para poder passar pela sólida porta de
entrada, você precisa deixar para trás telefones celulares e relógios
inteligentes – tudo o que puder revelar a localização deste local
secreto.
Dentro da sala, há uma série de monitores. Uma equipe acompanha as imagens atentamente, 24 horas por dia.
As telas mostram imagens em preto e branco granuladas, captadas por
câmeras permanentemente instaladas ao longo de mais de 100 km, na
fronteira entre Israel e o Líbano.
Os turnos costumam ter quatro horas de duração. Militares acompanham o
ciclo das imagens, uma após a outra, em busca de qualquer anormalidade.
Quase todos os dias, militantes libaneses do Hezbollah lançam mísseis
antitanques contra Israel. E as forças israelenses respondem com
artilharia, jatos e helicópteros de combate.
Os dois lados registraram mortes de civis na última semana. E cada
enfrentamento levanta o temor de que a violência na fronteira possa sair
de controle.
A capitã “S” lidera a companhia que monitora as câmeras. O trabalho de vigilância é realizado exclusivamente por mulheres.
“Somos os olhos dos soldados, os olhos das forças no campo — de toda a fronteira e o nosso papel é muito importante”, diz ela.
Em uma das paredes da sala, fotos de infância das oficiais estão
penduradas como se fossem bandeirinhas. Suas datas de nascimento foram
escritas embaixo das fotos, usando uma grossa caneta preta.
Todas elas são jovens. A maioria ainda está cumprindo seu período de
serviço militar obrigatório nas Forças de Defesa de Israel (IDF, na
sigla em inglês).
“Somos mulheres fortes, soldadas que conhecem seu trabalho e sua
missão. Sabemos que desempenhamos um papel muito importante nesta
guerra”, prossegue a capitã.
“Nosso primeiro objetivo é a defesa e as meninas sabem disso. Todas
elas vêm para o seu turno de vigilância e sabem o que têm que fazer.”
Em diversas ocasiões na última semana, militantes tentaram atravessar o muro para o outro lado da fronteira.
Internacionalmente, existem preocupações de que qualquer erro de
cálculo possa levar à abertura de uma nova frente nesta guerra, no norte
de Israel.
Um evento significativo — como a explosão do hospital Al-Ahli Arab ou
o possível início de uma ofensiva terrestre israelense na Faixa de Gaza
— também poderá levar o Hezbollah a tomar ações mais contundentes
contra Israel.
E, em alguns momentos, esta possibilidade parece estar muito perto. A
sargenta “I” estava no seu turno, observando o monitor, quando as
imagens subitamente mudaram.
Figuras obscuras se aproximavam do muro da fronteira. Ela sabia o que precisava fazer e convocou rapidamente um ataque aéreo.
“Reconheci um grupo de terroristas na tela e compreendi que algo
estava errado”, ela conta. “Este é o meu trabalho, proteger a fronteira
norte para que ninguém a invada e nenhum civil fique ferido,
especialmente os que moram aqui, perto da fronteira.”
“É assustador e estressante, mas preciso manter a calma”, explica a
militar. “Não vou mentir, é muito assustador ficar aqui, perto da
fronteira. Com tudo o que está acontecendo agora no nosso país, é muito
difícil processar tudo o que já ocorreu.”
Para a sargenta “I”, tudo isso é especialmente difícil, porque jovens
soldadas que faziam exatamente o mesmo trabalho no sul de Israel foram
atacadas pelo Hamas.
“Penso em todas as militares e nas observadoras de câmeras que sofreram o ataque”, ela conta.
“Meu coração está com elas. Conheço pessoalmente muitas pessoas que foram raptadas ou assassinadas.”
A popularidade das fritadeiras de ar disparou nos últimos anos, com muitas pessoas elogiando-as por serem baratas e rápidas para cozinhar os alimentos.
E como também usam pouco ou nenhum óleo em comparação com outros métodos tradicionais de cozimento, também são vistos como uma alternativa saudável.
Mas agora, os consumidores estão trocando suas fritadeiras por um
aparelho diferente que é considerado ainda mais barato – e ainda mais
saudável – quando se trata de preparar refeições.
O Irish Mirror relata que os fornos halógenos estão caindo no gosto dos irlandeses.
O que são os fornos halógenos?
Os aparelhos são compostos por uma tigela de vidro com tampa contendo
lâmpadas halógenas e um ventilador e, quando ligados, feixes de
radiação infravermelha são emitidos para gerar calor.
Este é então distribuído por toda a comida pelo ventilador, cozinhando-a no processo.
Créditos: reprodução/ebay
O que os consumidores dizem?
O modelo da Amazon recebeu boas críticas, com uma avaliação média de 4,4 estrelas em cinco.
Um consumidor escreveu: “Estou com isso há pouco menos de uma semana e
honestamente não sei como consegui sobreviver sem ele. Aquece mais
rápido e cozinha com mais eficiência (e barato) do que meu forno,
preparei várias refeições por um família de 3 pessoas, incluindo
lasanhas, batatas assadas, frango, etc., tudo saiu perfeito, exceto a
pizza, cuja base era macia, mas acho que uma bandeja de pizza decente
resolverá isso.
Outra pessoa explicou: “Não há nada que não goste. Muito fácil de
usar. Rápido, muito econômico. A tigela de vidro é fácil de manter
limpa. Também faz ótimas torradas.”
No Brasil, o aparelho ainda não é conhecido. Em uma busca rápida no Google,
é possível encontrar o forno halógeno à venda no AliExpress por R$
157,27, um valor bem mais interessante do que o de uma Air Fryer.
João Otávio Dias Fernandes – Analista Jurídico no setor de Auditoria de Prazos e Procedimentos no Vigna Advogados e Associados.
Cada vez mais em alta, a eletrificação dos automóveis deixou de ser
uma tendência para se tornar uma realidade. A necessidade de promover
meios de locomoção limpos e sustentáveis foi uma grande colaboradora
neste processo, embora o carro elétrico não seja exatamente uma
novidade, visto que, desde a invenção do automóvel, já havia modelos
movidos a energia elétrica, que não prosperaram devido à escassez de
energia, que também era relativamente uma novidade à época, além dos
preços elevados frente aos modelos à combustão.
Mas agora a realidade é outra, com a ofensiva chinesa, carros
elétricos têm se tornado cada vez mais baratos e competitivos frente aos
convencionais, tendência que tem ganhado espaço no Brasil, de modo que,
desde 2016, os elétricos são isentos do imposto de importação, o que
deve mudar em breve, pois o Governo Federal estuda a volta do imposto. A
questão é polêmica e vai na contramão das tendências de globalização,
especialmente em um segmento que ainda engatinha em território nacional,
cujas vendas, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo
Elétrico (ABVE), representam 2% do acumulado total no mercado, sendo que
nenhum modelo é produzido em território nacional.
De início, cabe frisar que a medida é completamente protecionista,
sendo apoiada principalmente pelas marcas filiadas à Associação das
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que possuem fábrica em
território nacional e se sentem pressionadas pela chegada de novos
concorrentes, ainda em fase de importação, com produtos mais avançados
em termos tecnológicos e eletrificados, sendo beneficiados pela isenção.
Não há que se falar em concorrência desleal, pois, até o momento,
nenhuma fabricante nacional havia demonstrado interesse em produzir
carros elétricos por aqui, tanto é que, com exceção de dois modelos
híbridos (combustão e eletricidade), Corolla e Corolla Cross, produzidos
pela Toyota em Sorocaba-SP, nenhum modelo elétrico é fabricado no
Brasil, sendo todos importados, inclusive os comercializados pelas
montadoras filiadas à Anfavea. A medida encontra contradição em vários
campos, inclusive na fala do secretário de Desenvolvimento Industrial do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC),
Uallace Moreira, que, em entrevista à Reuters, confirmou que o imposto
irá voltar, sob a justificativa da necessidade de estimular a produção
local de carros com tecnologia e energia limpa, alegando ainda que
diversos países vêm adotando políticas protecionistas nesse campo. No
entanto, a medida ainda não passou pelo crivo do ministro da pasta e
vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. À época em que foi
concedida a isenção, o objetivo era incentivar a vinda de novas
tecnologias ao território nacional, não havia prazo estipulado para o
final do benefício, nem tampouco restrições quanto a marcas ou modelos,
sendo certo que todos os players do mercado poderiam importar veículos
elétricos com isenção total da alíquota de importação, até então de 35%,
ou modelos híbridos com a alíquota de 4%.
Após a concessão, apenas algumas marcas, principalmente as de luxo,
trouxeram veículos eletrificados ao país, a exemplo da Volvo, enquanto
montadoras generalistas pouco aproveitaram, o que mudou recentemente com
a vinda de marcas chinesas, como GWM e BYD, que passaram a
comercializar veículos elétricos a preços acessíveis quando comparados
aos modelos à combustão de grande volume das montadoras nacionais,
trazendo uma tendência de aceleração da popularização dos carros
elétricos. Para efeito de comparação, o Volkswagen Nivus, um crossover
compacto, fabricado em São Bernardo do Campo e, portanto, isento de
qualquer imposto de importação, movido à combustão (gasolina e etanol), é
comercializado por R$ 143.690. Ao mesmo tempo, um Dolphin, fabricado na
China, pela newcomer chinesa BYD, movido 100% a eletricidade, é vendido
em pacote equivalente ao Volkswagen por R$ 149.800, um valor
inimaginável até poucos anos atrás para um carro elétrico, comprovando
que, aos poucos, a eletrificação deixa de integrar o futuro para se
tornar a realidade.
Neste cenário, retomar a cobrança de impostos de importação para
veículos movidos a energia limpa segue na contramão das tendências de
mercado e até mesmo da pauta ambiental propriamente dita, pois tende a
elevar o valor dos modelos e, por consequência, diminuir as vendas que
vinham crescendo gradualmente. Não se trata de defender produtos
importados em detrimento à indústria nacional, até mesmo em respeito ao
princípio da isonomia tributária, previsto no artigo 150 da Constituição
Federal, pois não se tratam em contribuintes na mesma situação, mas sim
em defender a modernização, a geração de empregos e até mesmo o aumento
na arrecadação que viria em decorrência da fabricação de elétricos em
solo nacional. Apesar do retorno do imposto de importação se dar sob a
alegação de estímulo à produção local, a curto prazo pode gerar o efeito
oposto, pois marcas chinesas estudam a viabilidade a médio prazo da
produção nacional de veículos sustentáveis, a exemplo da BYD, que
comprou a fábrica da Ford (que deixou de fabricar no Brasil em 2021) em
Camaçari-BA, ou da GWM, que adquiriu as instalações da Mercedes-Benz em
Iracemápolis-SP, além de outras marcas que já possuem produção ou
montagem nacional e se preparam para deixar de importar modelos
elétricos e fabricá-los por aqui, o que, por óbvio, inclui investimentos
vultuosos em modernização e mão de obra qualificada, que podem ser
obstruídos pela elevada alíquota de 35% a título de imposto de
importação. Deste modo, a tributação pode e deve ser discutida, mas com
parcimônia, visando a aplicação quando a produção nacional de EVs se
tornar realidade e a tecnologia estiver melhor difundida e acessível à
população em geral, o que ainda deve demorar no mínimo uma década.
Por fim, a retomada do imposto de importação pode interferir
diretamente no segmento de veículos comerciais e, consequentemente, no
ESG (Environmental, Social and Governance), um conjunto de metas de
gestão e desenvolvimento sustentável cada vez mais valorizado pelas
grandes empresas e corporações, não naquelas em que a atividade se
concentra na fabricação de veículos elétricos/híbridos, mas sim nas que
enxergaram na energia limpa um modo de aplicabilidade e otimização do
ESG, a exemplo de transportadoras e distribuidoras em geral, que
eletrificaram a frota para poluir menos e elevar a lucratividade com o
uso da energia limpa.
Como demonstrado, a isenção do imposto de importação para carros
elétricos foi um importantíssimo avanço, cuja retomada será um imenso
retrocesso, que nem mesmo a sanha arrecadatória do Estado poderá
justificar. A medida não prejudicará apenas as montadoras, mas também o
consumidor, que verá o carro elétrico se afastar novamente da
“realidade”, a geração de empregos que viria com a fabricação nacional, a
capacitação de mão de obra especializada que tende a se tornar mais
difícil pela baixa demanda, o estímulo à produção, ampliação e
desenvolvimento de fontes de energia sustentável, e, por fim, o próprio
Estado, que perderá arrecadação pela produção local e gastará ainda mais
com programas sociais e desenvolvimentistas para suprir o desemprego e
acesso a serviços básicos.
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