História por Eduardo Laguna e Francisco Carlos de Assis • Jornal Estadão
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto,
disse nesta segunda-feira, 23, que a inflação voltou a cair no mundo
após o impacto nos preços de energia, mas não de forma linear. “Em
grande parte, a inflação cai, mas a linearidade não é igual”, disse o
presidente do BC.
As declarações foram dadas durante o evento “Reflexão sobre o cenário econômico brasileiro”, organizado pelo Estadão, com apoio do Broadcast, em parceria com o B3 Bora Investir, site de notícias e conteúdo educacional produzido pela Bolsa.
Ele observou que os preços de energia parecem ter se estabilizado
depois do primeiro choque da guerra entre Israel e os terroristas do
Hamas. Campos Neto ponderou, contudo, que ainda existe incerteza sobre a
escalada do conflito, com potencial efeito na cotação do petróleo.
O presidente do BC lembrou da discussão sobre desinflação adicional
durante a última reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas
destacou que ainda não está claro de onde está vindo a desinflação
adicional do mundo desenvolvido.
Nesse ponto, ele descartou a possibilidade de a desinflação vir da
cena fiscal nos Estados Unidos, que segue “solta”, e tampouco do
petróleo, dada a guerra na Ucrânia e o conflito em Israel. Do lado dos
alimentos, continuou, os preços devem ficar voláteis em função das
alterações climáticas causadas pelo El Niño.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje
que o governo acertou ao manter a meta de inflação em 3%, destacando que
as expectativas no mercado sobre o comportamento dos preços melhoraram
após a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Manutenção da meta
Após citar que as metas de inflação no mundo estão ao redor de 2% a
3%, Campos Neto considerou que o Brasil “fez bem” em manter o seu
objetivo em 3% nos próximos anos. “Importante destacar que a expectativa
de inflação caiu depois da manutenção da meta”, assinalou o presidente
do BC.
Ele frisou ainda que os países emergentes estão com maior viés de
queda dos juros, pois, no ciclo de aperto, começaram a subir suas taxas
antes. Ele salientou que os juros altos por mais tempo frearam o
crédito, pressionando assim os preços para baixo.
Mas expôs também a preocupação em relação a uma saída do ciclo de
aperto monetário “não tão organizada” em mercados emergentes, na qual a
inflação não responde à perda de tração nas economias. “Podemos ter uma
saída organizada, mas uma saída também não tão organizada”, alertou.
O projeto de lei (PL) que autoriza Minas Gerais a aderir ao Regime de
Recuperação Fiscal (RRF) vai começar a tramitar na Assembleia
Legislativa na quarta-feira (25). A data vai marcar o recebimento formal
do texto por parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O
comitê é responsável por fazer a análise inicial de todas as propostas
enviadas ao Legislativo.
O RRF é o caminho defendido pelo governador Romeu Zema (Novo) para renegociar uma dívida de cerca de R$ 160 bilhões contraída junto à União.
A chegada do texto à CCJ não significa a votação automática do projeto
no colegiado. A expectativa é que, antes de emitirem opiniões a respeito
do pacote de ajuste econômico, os deputados estaduais da comissão
debatam o assunto.
Parlamentares de oposição, inclusive, devem lançar mão de
instrumentos legais que postergam a votação, uma vez que são contrários a
parte das bases da Recuperação Fiscal.
Como contrapartida ao refinanciamento do débito, a equipe econômica
de Zema propõe, por exemplo, a venda da Companhia de Desenvolvimento
Econômico (Codemig). A estatal é responsável por explorar as jazidas de
nióbio localizadas em Araxá, no Alto Paranaíba.
“O plano de Recuperação Fiscal é para que a parcela cheia, em torno
de R$ 16 ou R$ 17 bilhões, que, porventura o estado voltaria a pagar,
caiba no orçamento durante os próximos nove anos. O plano sugere que
percentuais dessas parcelas cheias cresçam em torno de 11% ao ano, ao
ponto de o governo, se reorganizando, ao fim do nono ano, consiga
aportar no orçamento a parcela cheia. Mas, o que deixamos de pagar
nesses nove anos, jogam para a parcela principal — inclusive com juros”,
disse.
Em nota, o líder de Zema na Assembleia, João Magalhães (MDB),
defendeu a proposta do governo. Magalhães afirmou que a adesão ao RRF é
“imprescindível para a saúde econômica de Minas Gerais e para que o
Estado continue fazendo os investimentos necessários para melhorar a
vida do povo mineiro”.
“É certo que a contribuição dos parlamentares ao longo da tramitação
será fundamental na construção do texto a ser votado na ALMG”, completou
o deputado.
A retomada das hostilidades acontece 50 anos depois da chamada Crise
do Petróleo, uma convulsão na oferta da matéria-prima que lançou as
bases para a prosperidade das monarquias petrolíferas da região e
ameaçou levar os Estados Unidos ao colapso
O gatilho para o episódio foi uma das muitas guerras que opuseram Israel aos seus vizinhos árabes desde a fundação do Estado judeu em 1948.
Depois de os Estados Unidos decidirem apoiar Israel com armas na Guerra do Yom Kippur,
que opôs Israel ao Egito e Síria, os países árabes exportadores de
petróleo, liderados pela Arábia Saudita, decidiram impor um embargo
petrolífero a Washington e seus aliados, que levou os preços do petróleo
bruto a dispararem, abalando as economias dos EUA e do mundo.
Mas como a coisa chegou a esse ponto?
Como era o mundo em 1973
Em 1973, o mundo estava no meio da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética e os blocos que ambos lideravam.
Embora ambas as potências nunca tenham se enfrentado num confronto
militar direto, elas entravam em choque através de terceiros em
conflitos locais nos quais apoiavam lados diferentes.
Era um mundo que ainda temia o fantasma de uma guerra nuclear entre
as duas superpotências e era absolutamente dependente do petróleo, o
ouro negro que movia uma sociedade de consumo cada vez mais voraz, que
tinha na universalização do automóvel o seu símbolo.
Até então, o petróleo era relativamente barato e acessível aos
países. As empresas obtinham o petróleo a preços vantajosos nos países
produtores, principalmente no Oriente Médio.
Seu papel como grande fornecedora de energia para o mundo tinha dado
uma importância crescente à região e ali se desenrolaram os primeiros
capítulos do conflito árabe-israelense que surgiu após a criação do
Estado de Israel em 1948.
Por que a crise do petróleo começou
Em outubro de 1973, diversos movimentos naquela parte do mundo iriam
exigir a atenção de um diplomata americano judeu chamado Henry
Kissinger.
Nixon acabara de nomear Kissinger como seu novo Secretário de Estado,
com a tarefa principal de acabar com a sangria dos EUA na guerra do
Vietnã.
Mas outra guerra recém-declarada captou subitamente a atenção do mundo.
Em 6 de outubro de 1973, uma coalizão árabe liderada pelo Egito e
pela Síria lançou um ataque combinado contra Israel, coincidindo com o
feriado do Yom Kippur, um dia sagrado para os judeus.
O então presidente egípcio, Mohamed Anwar el-Sadat, e o mandatário
sírio, Hafez al-Assad, queriam recuperar territórios ocupados por Israel
na Guerra dos Seis Dias de 1967.
Enquanto aparatos militares começavam a chegar de Moscou para seus
aliados sírios e egípcios, Nixon anunciou um generoso pacote de ajuda e
Washington começou a enviar material militar para Israel, o que irritou o
mundo árabe.
Onze dias depois, os países árabes exportadores de petróleo
anunciaram um corte na sua produção e um embargo aos EUA e a outros
países acusados de apoiar Israel, como Holanda, Portugal e África do
Sul.
A Arábia Saudita, que exercia um papel de liderança na Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderou um movimento que
teria consequências econômicas e geopolíticas duradouras e mostrou que
os EUA não podiam considerar seu abastecimento de petróleo como algo
garantido.
O rei saudita, Faisal Bin Abdulaziz, foi o grande promotor da medida,
embora alguns autores destaquem o papel do presidente egípcio Anwar
el-Sadat, que o teria convencido meses antes de lançar o embargo se os
Estados Unidos apoiassem militarmente Israel na guerra planejada contra o
Estado judeu.
“O embargo nunca teria ocorrido se Sadat e Faisal não tivessem
concordado com ele”, diz Graeme Bannerman, que trabalhou durante anos
como analista de Oriente Médio no Departamento de Estado dos EUA.
“Naquela época, havia um sentimento de unidade árabe muito mais forte
do que o atual e os países que procuravam libertar os palestinos com
opções diferentes da militar promovida pelo Egito perceberam que o
petróleo lhes dava uma vantagem poderosa”, completa Bessma Momani,
especialista em Oriente Médio da Universidade de Waterloo, no Canadá, em
entrevista à BBC Mundo (serviços da BBC em espanhol).
Na realidade, os países árabes tiveram motivos para se sentirem desconfortáveis com os EUA durante algum tempo.
Num movimento muito discutido, Nixon decidiu em 1971 romper com o chamado padrão-ouro, a
convertibilidade do dólar por uma onça de ouro que tinha sido um dos
alicerces do sistema financeiro mundial concebido no final da Segunda
Guerra Mundial, nos Acordos de Bretton Woods.
A medida prejudicou os exportadores de petróleo, que vendiam o
produto principalmente em dólares e agora não viam seu valor garantido,
dependendo de um fator mais difícil de prever: a taxa de câmbio livre da
moeda norte-americana frente a outras moedas.
Neste contexto, vários países árabes vinham apelando há anos pela
utilização da “arma do petróleo” para fazerem ouvir suas exigências no
cenário global.
Mas outros, como a própria Arábia Saudita, se mostravam até então
relutantes, presumivelmente por receio de que os EUA encontrassem
fornecedores alternativos.
Ignacio Álvarez-Ossorio, professor de Estudos Árabes e Islâmicos da
Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, diz que “na realidade, o
rei Faisal tomou a decisão do embargo com um pouco de relutância,
forçado pelos acontecimentos. Outros países mais próximos da União
Soviética, como a Argélia, exigiram medidas mais agressivas”.
Seja como for, quando Nixon decidiu enviar ajuda militar ao governo
de Golda Meir em Israel para enfrentar seus inimigos árabes, a opção de
usar a “arma do petróleo” foi definitivamente imposta.
Os Estados Unidos seriam punidos.
Que efeitos teve a crise do petróleo?
A entrada em vigor do embargo teve efeitos imediatos e causou choque nos Estados Unidos.
O preço do barril, que era então de US$ 2,90 em julho daquele ano, subiu para US$ 11,65 em dezembro.
Nos Estados Unidos, os postos ficaram sem gasolina e as filas de
carros à espera para reabastecer tornaram-se uma visão comum durante
meses. O racionamento de combustível foi imposto em vários Estados.
Num país apaixonado pelos motores e onde o automóvel era o símbolo da
liberdade e dos valores do chamado “sonho americano”, a escassez de
gasolina foi um choque com poucos precedentes e um doloroso golpe
econômico.
O PIB (Produto Interno Bruto) do país caiu 6% até 1975 e o desemprego
dobrou, chegando a 9%. Milhões de cidadãos americanos sentiram as
consequências da recessão.
Segundo Bruce Riedel, analista e ex-agente da CIA (Agência Central de
Inteligência dos Estados Unidos), com o embargo, a Arábia Saudita
“causou mais danos econômicos aos EUA do que qualquer outro país desde
que os britânicos incendiaram Washington em 1815”.
A partir desse momento, Kissinger viajou repetidas vezes às capitais
árabes envolvidas na tentativa de iniciar o levantamento do embargo, que
só ocorreria em março de 1974, quando a Guerra do Yom Kippur já havia
terminado.
Muitas famílias e empresas norte-americanas e de outros países que
dependiam da importação do petróleo respiraram aliviadas e regressaram a
uma certa normalidade.
Os promotores do embargo não conseguiram romper o compromisso dos
Estados Unidos com Israel, que continuou a apoiar o Estado judeu ao
longo dos anos. Mas as ações causaram transformações profundas na ordem
mundial e no comportamento das pessoas que perduram até hoje.
Como terminou a crise do petróleo e seus protagonistas
Embora Sadat não tenha alcançado os objetivos que tinha estabelecido
ao atacar Israel, ele mostrou que poderia representar uma ameaça militar
real.
Isso incentivou um processo de negociação patrocinado por Washington
que se cristalizou nos históricos acordos de Camp David de 1978, através
dos quais Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito.
Bannerman acredita que “os Acordos de Camp David nunca teriam sido
possíveis sem a mudança na política dos EUA” forçada pela experiência do
embargo.
Em troca da devolução do Sinai, o Egito tornou-se o primeiro país
árabe a reconhecer o Estado de Israel, uma decisão que fez de Sadat uma
figura impopular em grande parte do mundo árabe.
A decisão, no entanto, fez o presidente egípcio ser visto pelo
Ocidente como um pacifista e favoreceu sua aproximação com Washington,
em detrimento da União Soviética.
Nixon renunciou apenas cinco meses após o levantamento do embargo, em
meio ao escândalo de Watergate, tornando-se o único presidente dos
Estados Unidos na história a renunciar ao cargo.
E o Rei Faisal foi assassinado por seu sobrinho que atirou contra ele numa recepção real em Riad, a capital saudita.
O assassino viveu durante algum tempo nos Estados Unidos, o que
alimentou suspeitas nunca confirmadas de um possível envolvimento da
CIA.
Que consequências a crise do petróleo teve a longo prazo?
A era do petróleo barato acabou para sempre e o preço do barril
tornou-se desde então um dos indicadores mais fiáveis de estabilidade no
Oriente Médio.
Sempre que a região sofreu convulsões, como a Revolução Iraniana de
1979 ou a Guerra do Golfo de 1991, o petróleo bruto disparou e a
economia mundial sofreu.
Após o embargo, a OPEP, que até então desempenhava um papel modesto
no mercado energético mundial, agregou novos membros e passou a atuar
como um cartel agressivo e poderoso cujas reuniões, nas quais são
definidos os volumes de produção de petróleo dos seus membros, foram
seguidas com a maior atenção pelos países.
E muitos países em desenvolvimento, incluindo alguns
latino-americanos, decidiram apostar nas exportações de petróleo e nos
seus rendimentos como forma de compensar seu atraso histórico.
Nos EUA, onde a indústria automobilística se acostumou a produzir
carros pesados e com uso intensivo de combustível, o público com o tempo
começou a exigir modelos mais eficientes, uma tendência que se espalhou
pela Europa e outras partes do mundo. O planeta se encheu de carros
menores e mais baratos.
A constatação dos perigos da dependência excessiva nos países árabes
também incentivou o investimento e a investigação na procura de fontes
de energia alternativas ao petróleo.
O desenvolvimento da tecnologia de faturamento hidráulico (fracking)
permitiu aos Estados Unidos reduzir constantemente as suas importações
de petróleo bruto desde 2005. Em 2020, os EUA já exportavam mais
petróleo do que importavam.
Mas talvez a região do mundo que se transformou mais profundamente tenha sido o Oriente Médio.
Especialmente o Golfo Pérsico, onde a subida dos preços do petróleo e
as nacionalizações levadas a cabo nas décadas de 1960 e 1970
transformaram as monarquias petrolíferas da região (Kuwait, Arábia
Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos) em receptoras de enormes
receitas que aumentaram a sua vasta riqueza e cimentaram a prosperidade
de que desfrutam hoje.
Desde então, os EUA mantiveram uma política cordial em relação à
Arábia Saudita que, até muito recentemente, funcionou como um freio aos
planos da Opep de cortar a produção, o que teria tornado o petróleo
bruto mais caro.
A amizade Washington-Riad também é fruto do embargo de 1973.
“Todos os presidentes americanos cortejaram os sauditas, principalmente para garantir o fluxo contínuo de petróleo”, diz Riedel.
Riad consolidou um papel de grande potência islâmica que até então
não tinha e com o tempo tornou-se a grande rival do Irã dos aiatolás.
Com o dinheiro do petróleo melhorou as condições de vida da sua
população, desenvolveu suas infraestruturas, fortaleceu seu exército e
promoveu em outros países o wahabismo, visão conservadora do Islã que predomina na Arábia Saudita.
Cinquenta anos depois, embora as alterações climáticas levem o mundo a
gradualmente abandonar a dependência do petróleo, não há previsão de
fim para a bonança daqueles que o produzem.
As bases dessa bonança foram assentadas na década de 1970 e
acontecimentos como a guerra da Ucrânia reafirmam sua vigência,
empurrando os preços do petróleo bruto novamente para cima.
Hoje, a petrolífera saudita Aramco é a segunda empresa mais valiosa
do mundo, atrás apenas da Apple e este ano anunciou um lucro recorde de
US$ 161 bilhões (R$ 812 bilhões).
Seu nome é “Hamal” – abreviatura de ‘sala da guerra’, em hebraico.
Ela fica no alto das montanhas, na fronteira entre Israel e o Líbano, no
centro de um complexo protegido por paredes de segurança.
Aliás, tudo por aqui gira em torno da segurança.
A sala não tem janelas. Para poder passar pela sólida porta de
entrada, você precisa deixar para trás telefones celulares e relógios
inteligentes – tudo o que puder revelar a localização deste local
secreto.
Dentro da sala, há uma série de monitores. Uma equipe acompanha as imagens atentamente, 24 horas por dia.
As telas mostram imagens em preto e branco granuladas, captadas por
câmeras permanentemente instaladas ao longo de mais de 100 km, na
fronteira entre Israel e o Líbano.
Os turnos costumam ter quatro horas de duração. Militares acompanham o
ciclo das imagens, uma após a outra, em busca de qualquer anormalidade.
Quase todos os dias, militantes libaneses do Hezbollah lançam mísseis
antitanques contra Israel. E as forças israelenses respondem com
artilharia, jatos e helicópteros de combate.
Os dois lados registraram mortes de civis na última semana. E cada
enfrentamento levanta o temor de que a violência na fronteira possa sair
de controle.
A capitã “S” lidera a companhia que monitora as câmeras. O trabalho de vigilância é realizado exclusivamente por mulheres.
“Somos os olhos dos soldados, os olhos das forças no campo — de toda a fronteira e o nosso papel é muito importante”, diz ela.
Em uma das paredes da sala, fotos de infância das oficiais estão
penduradas como se fossem bandeirinhas. Suas datas de nascimento foram
escritas embaixo das fotos, usando uma grossa caneta preta.
Todas elas são jovens. A maioria ainda está cumprindo seu período de
serviço militar obrigatório nas Forças de Defesa de Israel (IDF, na
sigla em inglês).
“Somos mulheres fortes, soldadas que conhecem seu trabalho e sua
missão. Sabemos que desempenhamos um papel muito importante nesta
guerra”, prossegue a capitã.
“Nosso primeiro objetivo é a defesa e as meninas sabem disso. Todas
elas vêm para o seu turno de vigilância e sabem o que têm que fazer.”
Em diversas ocasiões na última semana, militantes tentaram atravessar o muro para o outro lado da fronteira.
Internacionalmente, existem preocupações de que qualquer erro de
cálculo possa levar à abertura de uma nova frente nesta guerra, no norte
de Israel.
Um evento significativo — como a explosão do hospital Al-Ahli Arab ou
o possível início de uma ofensiva terrestre israelense na Faixa de Gaza
— também poderá levar o Hezbollah a tomar ações mais contundentes
contra Israel.
E, em alguns momentos, esta possibilidade parece estar muito perto. A
sargenta “I” estava no seu turno, observando o monitor, quando as
imagens subitamente mudaram.
Figuras obscuras se aproximavam do muro da fronteira. Ela sabia o que precisava fazer e convocou rapidamente um ataque aéreo.
“Reconheci um grupo de terroristas na tela e compreendi que algo
estava errado”, ela conta. “Este é o meu trabalho, proteger a fronteira
norte para que ninguém a invada e nenhum civil fique ferido,
especialmente os que moram aqui, perto da fronteira.”
“É assustador e estressante, mas preciso manter a calma”, explica a
militar. “Não vou mentir, é muito assustador ficar aqui, perto da
fronteira. Com tudo o que está acontecendo agora no nosso país, é muito
difícil processar tudo o que já ocorreu.”
Para a sargenta “I”, tudo isso é especialmente difícil, porque jovens
soldadas que faziam exatamente o mesmo trabalho no sul de Israel foram
atacadas pelo Hamas.
“Penso em todas as militares e nas observadoras de câmeras que sofreram o ataque”, ela conta.
“Meu coração está com elas. Conheço pessoalmente muitas pessoas que foram raptadas ou assassinadas.”
A popularidade das fritadeiras de ar disparou nos últimos anos, com muitas pessoas elogiando-as por serem baratas e rápidas para cozinhar os alimentos.
E como também usam pouco ou nenhum óleo em comparação com outros métodos tradicionais de cozimento, também são vistos como uma alternativa saudável.
Mas agora, os consumidores estão trocando suas fritadeiras por um
aparelho diferente que é considerado ainda mais barato – e ainda mais
saudável – quando se trata de preparar refeições.
O Irish Mirror relata que os fornos halógenos estão caindo no gosto dos irlandeses.
O que são os fornos halógenos?
Os aparelhos são compostos por uma tigela de vidro com tampa contendo
lâmpadas halógenas e um ventilador e, quando ligados, feixes de
radiação infravermelha são emitidos para gerar calor.
Este é então distribuído por toda a comida pelo ventilador, cozinhando-a no processo.
Créditos: reprodução/ebay
O que os consumidores dizem?
O modelo da Amazon recebeu boas críticas, com uma avaliação média de 4,4 estrelas em cinco.
Um consumidor escreveu: “Estou com isso há pouco menos de uma semana e
honestamente não sei como consegui sobreviver sem ele. Aquece mais
rápido e cozinha com mais eficiência (e barato) do que meu forno,
preparei várias refeições por um família de 3 pessoas, incluindo
lasanhas, batatas assadas, frango, etc., tudo saiu perfeito, exceto a
pizza, cuja base era macia, mas acho que uma bandeja de pizza decente
resolverá isso.
Outra pessoa explicou: “Não há nada que não goste. Muito fácil de
usar. Rápido, muito econômico. A tigela de vidro é fácil de manter
limpa. Também faz ótimas torradas.”
No Brasil, o aparelho ainda não é conhecido. Em uma busca rápida no Google,
é possível encontrar o forno halógeno à venda no AliExpress por R$
157,27, um valor bem mais interessante do que o de uma Air Fryer.
João Otávio Dias Fernandes – Analista Jurídico no setor de Auditoria de Prazos e Procedimentos no Vigna Advogados e Associados.
Cada vez mais em alta, a eletrificação dos automóveis deixou de ser
uma tendência para se tornar uma realidade. A necessidade de promover
meios de locomoção limpos e sustentáveis foi uma grande colaboradora
neste processo, embora o carro elétrico não seja exatamente uma
novidade, visto que, desde a invenção do automóvel, já havia modelos
movidos a energia elétrica, que não prosperaram devido à escassez de
energia, que também era relativamente uma novidade à época, além dos
preços elevados frente aos modelos à combustão.
Mas agora a realidade é outra, com a ofensiva chinesa, carros
elétricos têm se tornado cada vez mais baratos e competitivos frente aos
convencionais, tendência que tem ganhado espaço no Brasil, de modo que,
desde 2016, os elétricos são isentos do imposto de importação, o que
deve mudar em breve, pois o Governo Federal estuda a volta do imposto. A
questão é polêmica e vai na contramão das tendências de globalização,
especialmente em um segmento que ainda engatinha em território nacional,
cujas vendas, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo
Elétrico (ABVE), representam 2% do acumulado total no mercado, sendo que
nenhum modelo é produzido em território nacional.
De início, cabe frisar que a medida é completamente protecionista,
sendo apoiada principalmente pelas marcas filiadas à Associação das
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que possuem fábrica em
território nacional e se sentem pressionadas pela chegada de novos
concorrentes, ainda em fase de importação, com produtos mais avançados
em termos tecnológicos e eletrificados, sendo beneficiados pela isenção.
Não há que se falar em concorrência desleal, pois, até o momento,
nenhuma fabricante nacional havia demonstrado interesse em produzir
carros elétricos por aqui, tanto é que, com exceção de dois modelos
híbridos (combustão e eletricidade), Corolla e Corolla Cross, produzidos
pela Toyota em Sorocaba-SP, nenhum modelo elétrico é fabricado no
Brasil, sendo todos importados, inclusive os comercializados pelas
montadoras filiadas à Anfavea. A medida encontra contradição em vários
campos, inclusive na fala do secretário de Desenvolvimento Industrial do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC),
Uallace Moreira, que, em entrevista à Reuters, confirmou que o imposto
irá voltar, sob a justificativa da necessidade de estimular a produção
local de carros com tecnologia e energia limpa, alegando ainda que
diversos países vêm adotando políticas protecionistas nesse campo. No
entanto, a medida ainda não passou pelo crivo do ministro da pasta e
vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. À época em que foi
concedida a isenção, o objetivo era incentivar a vinda de novas
tecnologias ao território nacional, não havia prazo estipulado para o
final do benefício, nem tampouco restrições quanto a marcas ou modelos,
sendo certo que todos os players do mercado poderiam importar veículos
elétricos com isenção total da alíquota de importação, até então de 35%,
ou modelos híbridos com a alíquota de 4%.
Após a concessão, apenas algumas marcas, principalmente as de luxo,
trouxeram veículos eletrificados ao país, a exemplo da Volvo, enquanto
montadoras generalistas pouco aproveitaram, o que mudou recentemente com
a vinda de marcas chinesas, como GWM e BYD, que passaram a
comercializar veículos elétricos a preços acessíveis quando comparados
aos modelos à combustão de grande volume das montadoras nacionais,
trazendo uma tendência de aceleração da popularização dos carros
elétricos. Para efeito de comparação, o Volkswagen Nivus, um crossover
compacto, fabricado em São Bernardo do Campo e, portanto, isento de
qualquer imposto de importação, movido à combustão (gasolina e etanol), é
comercializado por R$ 143.690. Ao mesmo tempo, um Dolphin, fabricado na
China, pela newcomer chinesa BYD, movido 100% a eletricidade, é vendido
em pacote equivalente ao Volkswagen por R$ 149.800, um valor
inimaginável até poucos anos atrás para um carro elétrico, comprovando
que, aos poucos, a eletrificação deixa de integrar o futuro para se
tornar a realidade.
Neste cenário, retomar a cobrança de impostos de importação para
veículos movidos a energia limpa segue na contramão das tendências de
mercado e até mesmo da pauta ambiental propriamente dita, pois tende a
elevar o valor dos modelos e, por consequência, diminuir as vendas que
vinham crescendo gradualmente. Não se trata de defender produtos
importados em detrimento à indústria nacional, até mesmo em respeito ao
princípio da isonomia tributária, previsto no artigo 150 da Constituição
Federal, pois não se tratam em contribuintes na mesma situação, mas sim
em defender a modernização, a geração de empregos e até mesmo o aumento
na arrecadação que viria em decorrência da fabricação de elétricos em
solo nacional. Apesar do retorno do imposto de importação se dar sob a
alegação de estímulo à produção local, a curto prazo pode gerar o efeito
oposto, pois marcas chinesas estudam a viabilidade a médio prazo da
produção nacional de veículos sustentáveis, a exemplo da BYD, que
comprou a fábrica da Ford (que deixou de fabricar no Brasil em 2021) em
Camaçari-BA, ou da GWM, que adquiriu as instalações da Mercedes-Benz em
Iracemápolis-SP, além de outras marcas que já possuem produção ou
montagem nacional e se preparam para deixar de importar modelos
elétricos e fabricá-los por aqui, o que, por óbvio, inclui investimentos
vultuosos em modernização e mão de obra qualificada, que podem ser
obstruídos pela elevada alíquota de 35% a título de imposto de
importação. Deste modo, a tributação pode e deve ser discutida, mas com
parcimônia, visando a aplicação quando a produção nacional de EVs se
tornar realidade e a tecnologia estiver melhor difundida e acessível à
população em geral, o que ainda deve demorar no mínimo uma década.
Por fim, a retomada do imposto de importação pode interferir
diretamente no segmento de veículos comerciais e, consequentemente, no
ESG (Environmental, Social and Governance), um conjunto de metas de
gestão e desenvolvimento sustentável cada vez mais valorizado pelas
grandes empresas e corporações, não naquelas em que a atividade se
concentra na fabricação de veículos elétricos/híbridos, mas sim nas que
enxergaram na energia limpa um modo de aplicabilidade e otimização do
ESG, a exemplo de transportadoras e distribuidoras em geral, que
eletrificaram a frota para poluir menos e elevar a lucratividade com o
uso da energia limpa.
Como demonstrado, a isenção do imposto de importação para carros
elétricos foi um importantíssimo avanço, cuja retomada será um imenso
retrocesso, que nem mesmo a sanha arrecadatória do Estado poderá
justificar. A medida não prejudicará apenas as montadoras, mas também o
consumidor, que verá o carro elétrico se afastar novamente da
“realidade”, a geração de empregos que viria com a fabricação nacional, a
capacitação de mão de obra especializada que tende a se tornar mais
difícil pela baixa demanda, o estímulo à produção, ampliação e
desenvolvimento de fontes de energia sustentável, e, por fim, o próprio
Estado, que perderá arrecadação pela produção local e gastará ainda mais
com programas sociais e desenvolvimentistas para suprir o desemprego e
acesso a serviços básicos.
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A Plataforma Comercial da ValeOn é um site moderno,
responsivo, profissional, projetado para atender às necessidades dos
serviços da região onde existem várias formas de busca: por cidades, por
empresas, por produtos, por atividades, por município e por procura.
Para acessar a plataforma da ValeOn poderá ser feita por:
Aplicativo App: Digitar valeOn no Playstore do Google
Detalhe interessante dessa inovação da ValeOn é que os
lojistas/prestadores de serviços/profissionais autônomos inscritos na
Plataforma não precisarão fazer nenhuma publicidade ou propaganda, quem o
fará é a equipe da ValeOn responsável pela plataforma.
Sobre a publicidade de divulgação dos nossos clientes será
feita em todas as redes sociais: facebook, instagran, whatsApp, google,
linkedin, rádios locais, jornais locais e onde for possível fazê-la.
Vamos tornar a nossa marca ValeOn conhecida em toda a região
como um forma de ser desenvolvedora do comércio da região e também de
alavancar as vendas do comércio local.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá apresentar um rombo de até R$ 28,6 bilhões no resultado primário em 2024 para cumprir a meta fiscal. A IFI (Instituição Fiscal Independente do Senado) calculou a margem de manobra possível no Orçamento do próximo ano em razão da nova regra fiscal.
A estimativa está em um relatório da entidade sobre a evolução do quadro fiscal brasileiro. Eis a íntegra do documento (PDF – 2MB).
O mecanismo que substitui o teto de gastos define um intervalo de
tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto) para o
saldo primário anualmente. Para 2024, o governo estabeleceu meta de deficit zero.
O saldo primário é formado pela subtração de receitas contra
despesas, sem contar com os gastos com juros da dívida. Com a sanção da Lei Complementar 200/2023, que instituiu o novo marco fiscal, houve uma alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal.
A mudança estabelece que o anexo de metas fiscais do projeto da
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) deve conter os intervalos de
tolerância de 0,25 p.p. Para o próximo ano, o texto estima que o PIB
será de R$ 11,5 trilhões em termos nominais.
A diretora da IFI, Vilma Pinto, menciona que a situação se assemelha à
meta de inflação definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), com
banda de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A cada ano, o BC (Banco Central) precisa cumpri-la.
“No caso da meta de resultado primário, se tiver abaixo desse limite inferior [0,25 p.p.],
considera-se como não cumprida e a sanção que se aplica para o ano
seguinte corresponde a algumas vedações previstas na lei do novo
arcabouço fiscal em termos de despesas”, declara ao Poder360.
A economista ressalta que a meta fiscal não é impositiva, mas há travas fiscais em caso de descumprimento. “O
governo pode não cumpri-la. Se isso acontecer, serão acionados os
gatilhos para o ano seguinte e o teto de gastos também será menor do que
em um cenário em que tenha cumprido a meta”, diz.
No caso de superavit primário acima de 0,25%, o governo poderá usar até 70% do excedente para investimentos no ano seguinte.
Eis as estimativas da IFI para as contas públicas:
2023 – deficit de R$ 103,6 bilhões (1,0% do PIB);
2024 – deficit de R$ 140,2 bilhões (1,2% do PIB).
RECEITAS EXTRAS
A estimativa do governo é atingir R$ 168,5 bilhões em receitas extras em 2024 para zerar o deficit primário. Economistas consultados pelo Poder360 afirmam que a meta é praticamente inexequível.
Em relatório publicado em setembro (íntegra – PDF – 3 MB), a Instituição Fiscal Independente do Senado afirma que a proposta de deficit zero é “irrealista” e que as receitas projetadas pelo governo são “incertas”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (22.out.2023) que o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “trai os brasileiros e fica de cócoras para as exigências dos mais ricos”.
Deu a declaração em publicação nas redes sociais ao comentar sobre a
preservação ambiental no Brasil e os interesses das nações mais ricas.
“O atual Brasil abre mão de sua soberania e se sujeita ainda mais aos interesses das nações mais ricas e poderosas […] Os
únicos interesses desses é impor e saber o quanto podem sugar e impedir
os outros de crescerem. Lula trai os Brasileiros e fica de cócoras para
as exigências dos mais ricos”, disse no X (antigo Twitter).
O ex-chefe do Executivo também fez referência às queimadas na Amazônia e
às críticas recebidos sobre o tema durante seu governo. Segundo ele, o
debate sobre a política ambiental nunca foi pautado na preservação do
meio ambiente, mas na imposição de uma “agenda” de interesses de outros países.
“A histeria da mídia e de ativistas de outrora e que hoje se
calam enquanto a Amazônia torra em chamas escancara que nunca foi por
meio ambiente. Tudo sempre foi para imposição de uma agenda global que
destruirá os mais pobres e enriquecerá ainda mais os monopólios”, afirmou.
De janeiro a setembro deste ano, o Programa Queimadas registrou
56.903 focos de queimadas na Amazônia. Atualmente, rios do Amazonas
também enfrentam uma seca severa. A crise hídrica na Amazônia já é
considerada a pior dos últimos 43 anos na região, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Apesar das medidas anunciadas, integrantes do governo estimam que os
atuais incêndios florestais se prolonguem até novembro. O ministro Waldez Góes (Integração
e Desenvolvimento Regional) responsabiliza a gestão de Bolsonaro pela
situação e pelo abandono de políticas de prevenção ao desmatamento nos
últimos anos.
Na publicação feita neste domingo, o ex-presidente afirmou que a
sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa defendida
por outros países não implica interesse real no desenvolvimento da
população que vive próxima a áreas de preservação.
“Países já mostraram que o ESG [ambiental, social e governança, na tradução em português] puro
acaba com nações e os gigantes sabem disso. Pouco se importam com o
bem-estar dos mais humildades ou preservação do meio ambiente. Impõem
agendas identitárias na mente do povo enquanto infiltram seus reais
interesses pelo outro lado”, declarou Bolsonaro.
O governo federal brasileiro divulgou oficialmente o salário mínimo para o ano de 2024, trazendo boas notícias para os trabalhadores do país.
Após a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o próximo ano, o
valor do piso salarial foi reajustado, resultando em um aumento de
R$101 em comparação ao ano anterior. A ministra de planejamento e
orçamento, Simone Tebet (MDB), apresentou a medida, que busca cumprir a
promessa feita pelo presidente Lula (PT) de aumentar o salário mínimo
anualmente até o final de seu mandato em dezembro de 2026.
O novo salário mínimo, fixado
em R$ 1.421, representa um esforço do governo para beneficiar os
trabalhadores e melhorar seu poder de compra. Essa medida é crucial,
especialmente em um cenário econômico onde os preços dos produtos e
serviços estão em constante elevação.
Implicações do Aumento do Salário Mínimo
1. PIS/PASEP: O aumento do salário mínimo terá um
impacto direto no pagamento do Programa de Integração Social (PIS) para
trabalhadores do setor privado e do Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público (PASEP) para servidores públicos. Ambos os programas
utilizam o piso salarial nacional como base de pagamento.
2. Outros Benefícios: Além do PIS/PASEP, diversos
outros benefícios serão afetados pelo aumento do salário mínimo,
incluindo aposentadorias, auxílio-acidente, auxílio-doença e o Benefício
de Prestação Continuada (BPC). Até mesmo o seguro-desemprego será
ajustado para refletir o novo piso salarial.
Quando as mudanças entrarão em vigor?
Caso o valor seja aprovado, as mudanças terão efeito a partir de 1º
de janeiro de 2024. Assim, os brasileiros iniciarão o novo ano com uma
quantia mensal mais substancial, proporcionando maior poder de compra e
ajudando a mitigar os efeitos da inflação.
O aumento do salário mínimo para 2024 é um passo positivo em direção
ao fortalecimento econômico dos trabalhadores brasileiros. O governo
está comprometido em proteger o poder de compra da população e criar
condições mais justas para todos os cidadãos, garantindo um futuro mais
promissor para o país.
Há três anos, em setembro de 2020, o Banco Central (BC) anunciou a
criação da cédula de R$ 200. À época, a autoridade monetária afirmou que
a nota de 200 reais teria o objetivo de facilitar o
pagamento do auxílio emergencial. Além disso, poderia evitar a falta de
papel-moeda com as reservas em dinheiro na pandemia.
No entanto, passado esse período, a nota ainda está longe de estar no
dia a dia dos brasileiros, como mostram os próprios dados do BC. De
acordo com as estatísticas da autoridade monetária, apenas 132 milhões de cédulas de R$ 200 circulam hoje. Isso representa menos que a própria nota de R$ 1, aposentada em 2005.
Para efeito de comparação, esse total é o equivalente a cerca de 14 vezes menos que as notas de R$ 50 e de R$ 100.
Essas são as cédulas que mais circulam hoje. Ao todo, são 1,74 bilhão
de notas de R$ 50 e 1,81 bilhão de notas de R$ 100 na praça.
Nota de 200 reais ainda existe?
Sim, existe. Mas onde ela está? A resposta para essa pergunta é que a maior parte está… guardada. O Banco Central informa que encomendou 450 milhões de cédulas em 2020, quando lançou a nova nota com a estampa do lobo-guará.
Portanto, temos cerca de 318 milhões de cédulas (ou pouco mais de 70%
do total) aguardando para entrar em circulação. Procurado pela Inteligência Financeira, o Banco Central afirma que a distribuição “vem evoluindo em linha com o esperado”.
O Banco Central também diz que mais notas serão liberadas conforme
demanda do mercado. “Esse ritmo é definido pela demanda dos bancos, que
reflete a da população pelo uso da cédula”, diz a autoridade monetária.
Mas e as cédulas que estão no mercado, cadê?
Paula Sauer, professora da FIA Business School, cita três motivos para que se perceba pouco a presença da nota no dia a dia.
O fenômeno do “entesouramento”
A criação do Pix
A inadequação da nota de 200 reais às pessoas com deficiência visual
O fenômeno do entesouramento
De acordo com a especialista, há na economia um fenômeno que faz com
que as pessoas em geral deem maior importância a uma nota de valor maior
do que a várias notas de menor valor que representam a mesma quantia.
Por exemplo, uma nota de R$ 200 e dez notas de R$ 20. Apesar de
estarmos falando do mesmo valor, há a tendência de que os brasileiros
armazenem a cédula de numeral mais alto, enquanto gastam mais facilmente
as de valor nominal mais baixo.
“É como se esse mesmo dinheiro tivesse funções diferentes, um é pra
guardar, o ‘outro é pra gastar’. Não parece fazer muito sentido, ou ser
mesmo uma atitude muito racional, mas se pararmos para pensar, talvez
até nos lembremos de exemplos onde nós mesmos agimos assim”, explica a
professora da FIA.
Mais Pix e menos notas de 200 reais
Paula Sauer cita que, do momento do anúncio da cédula de R$ 200 até hoje, tivemos uma grande mudança, que foi o surgimento do Pix ,
em 2021. A ferramenta de transferências permitiu que os brasileiros
façam mais pagamentos sem a necessidade de papel-moeda, explica.
“O advento de outros meios de pagamento como o Pix, a ‘uberização’ da
economia, que nos disponibilizaram outras formas de efetuar pagamentos,
enviar e receber recursos mais práticas, tão rápidas quanto e em muitas
ocasiões mais seguras do que andar por aí com dinheiro no bolso.
Defensoria contestou tamanho da nota de 200 reais na Justiça
A professora cita ainda uma controvérsia que começou em 2020 e segue
até hoje. A nota de R$ 200 tem o mesmo tamanho que a nota de R$ 20. Em
ação aberta na Justiça e ainda não julgada, a Organização Nacional de
Cegos do Brasil (ONCB) em conjunto com a Defensoria Pública pede que o
Banco Central altere o padrão da nota.
“Para os que não enxergam, ou tem deficiência visual grave, o tamanho
idêntico da cédula é um problema, a solicitação da Organização para
mudança do tamanho da nota geraria retrabalho e custo, menos um ponto a
favor da nota do Lobo Guará”, explica Paula Sauer.
À época, o Banco Central argumentou que não haveria tempo hábil para
modificar o tamanho da cédula nem acionar um fornecedor estrangeiro. O
Bacen afirmou ainda que ter um tamanho semelhante ao de outra nota já
existente facilitaria a adoção da cédula pelo sistema financeiro.
Como o Banco Central coloca novas notas no mercado
A professora Paula Sauer explica que há duas situações que levam o
Banco Central a colocar novas notas no mercado. Uma delas é o
crescimento da circulação de dinheiro vivo no país e a outra é quando é
preciso substituir cédulas e moedas desgastadas ou avariadas.
“Após a fabricação, as notas e moedas as notas e moedas seguem para o
Banco Central de onde são encaminhadas ao Banco do Brasil, que é
contratado para distribuir o dinheiro entre os demais bancos. Por esse
trabalho, fiscalizado pelo Banco Central, o distribuidor é chamado de
custodiante”, explica a professora.