sexta-feira, 20 de outubro de 2023

O ECONOMISTA JAVIER MILEI É A IMAGEM DE DESTAQUE NAS ELEIÇÕES

 

História por Por Anna-Catherine Brigida • Reuters

Candidato presidencial argentino Javier Milei em ato de campanha em Buenos Aires 25/09/2023 REUTERS/Cristina Sill© Thomson Reuters

Por Anna-Catherine Brigida

BUENOS AIRES (Reuters) – Com cabelos bagunçados e costeletas impetuosas — e às vezes portando uma serra elétrica — o economista libertário Javier Milei se tornou a imagem de destaque nas eleições presidenciais da Argentina e se tornou o candidato a ser derrotado.

Um estranho azarão até poucos meses atrás, o ex-roqueiro e comentarista polêmico de programas de rádio, de 52 anos, enviou ondas de choque pela arena política ao chegar ao topo nas primárias de agosto, e agora está em primeiro lugar nas pesquisas antes da votação do próximo domingo.

Uma campanha agressiva e colorida, que vai desde a promessa de “incendiar” o Banco Central até o uso de uma serra elétrica em comícios para simbolizar seus planos de cortar gastos, incitou multidões de eleitores irritados com a inflação de 138% e com uma dolorosa crise de custo de vida. 

“Ele conseguiu recuperar algo que se perdeu na política argentina, que é oferecer esperança”, disse Juan Luis González, jornalista argentino que escreveu um livro sobre Milei intitulado “El Loco”.

González, um crítico de Milei em geral, disse que ele conseguiu se apresentar como algo novo para desenraizar a elite política, que os eleitores culpam pelas décadas de mal-estar econômico, que se agravou de forma acentuada nos últimos anos.

“Ele é um líder instável para um país instável”, diz o jornalista.

Milei, cujo carisma ousado lembra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ou o italiano Beppe Grillo, propõe dolarizar a economia, acabar com os controles cambiais, fechar o banco central e cortar drasticamente os gastos do Estado. Ele também defende controles mais flexíveis sobre armas e regras mais rígidas sobre o aborto.

“Ele é a mudança que a Argentina precisa”, disse Ayrton Ortiz, de 28 anos, em um recente comício de Milei na província de Buenos Aires em apoio ao candidato. Milei atraiu os eleitores jovens do país, especialmente os homens.

Milei, que entrou na política há apenas alguns anos citando um chamado de Deus, enfrentará o atual ministro peronista da Economia, Sérgio Massa, e a ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, do bloco conservador Juntos pela Mudança.

Seus apoiadores costumam usar a etiqueta “Forças do Céu” em bonés e memes da Internet, enquanto Milei fala em fazer “jornadas espirituais”. No entanto, ele também criticou o papa como “socialista” e “representante do mal”.

Representando a coligação libertária Libertad Avanza, ele está no topo de uma onda de sentimento anti-establishment que varre a região.

“Em termos de lógica política, sou um erro, porque o que vim fazer é, na verdade, acabar com os privilégios dos políticos”, disse Milei à Reuters numa entrevista no ano passado, quando começava a subir nas pesquisas. “Não me importa quem sejam meus rivais nas urnas, vou vencer todos eles.”

MURRAY, MILTON, ROBERT E LUCAS

Milei tem um pequeno círculo de confidentes, incluindo sua irmã Karina, que agora é sua gerente de campanha e que ele brincou no início deste ano que poderia se tornar sua “primeira-dama”.

Seu outro companheiro mais próximo era seu cachorro Conan, que ele pagou 50 mil dólares para clonar após sua morte em 2017, disse o biógrafo González. Ele agora tem quatro cães: Murray, Milton, Robert e Lucas, batizados em homenagem a economistas liberais, entre eles Milton Friedman.

Milei passou a maior parte de sua carreira como economista em negócios e na mídia. Ele trabalhou para um dos líderes empresariais mais ricos da Argentina, Eduardo Eurnekian, que se tornou um dos primeiros apoiadores de sua campanha, mas que recentemente o criticou como um potencial ditador.

O estilo impetuoso de Milei de atacar os críticos que ele denuncia como “comunistas” e “a casta política” lhe rendeu milhões de seguidores nas redes sociais, mas deu aos críticos motivos para dizer que ele não é adequado para o cargo.

Aqueles que trabalham com a sua campanha dizem que foi a sua autenticidade que o tornou tão bem sucedido, especialmente com dois quintos da população na pobreza e à procura de uma nova voz.

“Você pode gostar dele ou não, mas ele é ele mesmo”, disse Fernando Cerimedo, consultor político que trabalha na campanha de Milei.

ESPERANÇA OU FANTASIA?

Os críticos dizem que Milei é um populista que promete soluções irreais para problemas complexos, e que não será capaz de implementar os seus planos, especialmente porque a sua coligação terá poucos líderes governamentais locais e enfrentará um Congresso fragmentado.

Fernando Morra, ex-vice-ministro da Economia peronista durante o atual governo, admitiu que Milei energizou os eleitores, mas alertou que muitas de suas propostas eram difíceis de implementar ou poderiam piorar as coisas, alimentando a raiva dos eleitores.

“Os eleitores de Milei estão entusiasmados, alguns dos poucos vão para as eleições com esperança, mas o problema é o que vai acontecer se houver decepção?”, disse. 

Muitos eleitores de Milei dizem que estão dispostos a correr o risco.

“Durante toda a minha infância, vi como o dinheiro não chegava. No final do mês, você vê como eles contam centavos e choram”, disse a eleitora de Milei Valentina Brites, de 18 anos.

“Javier chegou e você pôde ver: isso é algo diferente. Nada do que eles fizeram antes mudou alguma coisa.”

(Reportagem de Anna-Catherine Brigida; reportagem adicional de Eliana Raszewksi e Candelaria Grimberg)

EMBRAER VENDE AVIÃO MILITAR PARA PAÍSES DA OTAN

 

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo da República Tcheca anunciou nesta terça (17) que selecionou o KC-390, da brasileira Embraer, como seu novo avião de transporte militar. É o quinto país a fazer isso na Europa e o terceiro da Otan, a aliança militar ocidental, consolidando a entrada da fabricante brasileira neste mercado.

O país do Leste Europeu quer adquirir duas aeronaves. Hoje, o país não tem um cargueiro médio como o KC-390, e depende de uma frota de 15 aviões de pequeno porte. A aeronave brasileira leva até 26 toneladas. Os valores ainda serão negociados.

“Estamos honrados pela seleção do Ministério da Defesa e das Forças Armadas para iniciar as negociações desta aquisição significativa. Estamos prontos para fornecer à República Tcheca a mais avançada aeronave de transporte tático disponível no mercado”, disse em nota Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

“O C-390 Millennium está atraindo a atenção de várias nações ao redor do mundo, devido à sua combinação imbatível de alta produtividade e flexibilidade operacional com baixos custos operacionais”, disse, referindo-se ao nome que a Embraer prefere para vender o avião, que sem o “K” na sigla significa que não tem a capacidade de reabastecer outras aeronaves em voo.

No mês passado, a empresa brasileira havia fechado um acordo para fornecer até cinco unidades para a Áustria, país que não é da Otan mas opera de forma muito próxima ao clube militar. Os outros clientes, todos da aliança, são Portugal (5 aviões), Hungria (2) e Holanda (5).

No ano passado, quando a Holanda anunciou a intenção da compra, o governo informou ao Parlamento que ela sairia por algo entre € 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões hoje) e € 2,5 bilhões (R$ 13,3 bilhões). No caso húngaro, cada avião saiu por US$ 150 milhões (cerca de R$ 756 milhões). Tudo depende do pacote de suporte entregue e do pós-venda.

A República Tcheca era um alvo óbvio da Embraer pela sua lacuna na aviação de transporte e pelo fato de ter uma empresa, a Aero Vodochody, como fornecedora de partes da fuselagem, portas e rampa de carga do KC-390.

O projeto começou em 2008 e o avião teve como seu primeiro cliente o Brasil, que reduziu de 28 para 19 unidades sua encomenda em 2021. Já há seis unidades do cargueiro voando no país, e elas estão em uso na operação para a repatriação de brasileiros que querem fugir da guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas.

Os tchecos também operam hoje 14 caças Gripen C/D, a geração anterior da comprada pelo Brasil da sueca Saab, mas já escolheram outro modelo para substituí-lo, o americano F-35. No mês passado, Praga anunciou que compraria 24 desses aviões.

Tudo isso é reflexo da mudança no cenário de segurança europeia devido à invasão russa da Ucrânia, em 2022. A República Tcheca anunciou que irá elevar seu gasto militar dos atuais 1,3% do Produto Interno Bruto para 2%, que é a marca considerada desejável pela Otan e que apenas 7 dos então 30 membros do clube em 2022 cumpriam —a Finlândia entrou em abril, e a Suécia está na fila, tudo cortesia da guerra de Vladimir Putin.

O principal objetivo da Embraer é o nicho do C-130 Hércules, mais famoso avião de transporte do mundo, que voa desde os anos 1950. O quadrimotor americano domina o mercado na Europa, com 140 de 160 aeronaves.

Apesar de fortemente modernizado, não é um projeto do século 21 como o do KC-390, principal ponto de venda do brasileiro. Segundo a Embraer, a partir de dados operacionais da FAB (Força Aérea Brasileira), a aeronave tem cerca de 80% de disponibilidade, índice considerado alto, e 99% de aproveitamento de missões.

O próximo país que deve adquiri-lo na Europa é a Suécia, numa negociação que envolve um aditivo ao contrato de compra de 36 Gripen E/F pelo Brasil. No arranjo, Estocolmo deveria comprar até quatro aeronaves, e a FAB expandiria sua frota para 50 aeronaves sem precisar fazer uma negociação do zero.

O ministro José Múcio (Defesa) estava a caminho da Suécia para discutir o negócio na semana passada, mas teve de voltar ao país para coordenar a operação de resgate dos brasileiros em Israel e Gaza. Há sondagens para vendas potenciais também à Eslováquia, membro da Otan, Egito, África do Sul e Ruanda.

A divisão de defesa da Embraer respondeu em 2022 por 10% do resultado da empresa, que é a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo e teve uma receita global de R$ 23 bilhões.

REFORMA TRIBUTÁRIA VAI AUMENTAR ACOBRANÇA DE IMPOSTOS SOBRE HERANÇA

 

Confira os pontos que estão em discussão no projeto e se vale a pena antecipar a doação de bens em vida

LUÍZA LANZA – Jornal Estadão

Famílias antecipam herança com medo de impostos da Reforma Tributária
Especialistas explicam as vantagens tributárias da doação de bens em vida. (Foto: Envato)
  • O medo de que a reforma tributária em discussão em Brasília aumente a cobrança de impostos sobre herança no País está levando muitos brasileiros aos cartórios
  • Desde que o texto foi aprovado na Câmara de Deputados, em julho, o número de doações em vida de bens a herdeiros aumentou 22%
  • Especialistas explicam o que pode mudar com a PEC 45; e quais as vantagens de se antecipar e fazer a doação de bens em vida

O medo de que a reforma tributária em discussão em Brasília aumente a cobrança de impostos sobre herança no País está levando brasileiros aos cartórios. Desde que o texto foi aprovado na Câmara de Deputados, em julho, o número de doações em vida de bens a herdeiros aumentou 22%, mostram dados do Colégio Notarial do Brasil, do Conselho Federal (CNB/CF), entidade que reúne os 8.344 Cartórios de Notas em território nacional.

A melhor forma de se organizar e evitar brigas por herança

Em agosto deste ano, o número de doações de bens passou para mais de 14,2 mil. A média mensal em 2022 era de 11,6 mil.

A doação em vida de bens consiste em antecipar a transferência do patrimônio aos herdeiros, para que, após a morte, não seja necessário a abertura de um inventário para realizar a partilha. Na prática, o doador mantém a posse e o usufruto dos bens enquanto permanecer vivo, apenas já deixa registrado a destinação da herança no futuro.

De qualquer maneira, incidirá sobre o patrimônio o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), que deve ser pago por quem recebe bens ou direitos, seja por herança seja por doação em vida. Por se tratar de um tributo estadual, cada um dos 27 Estados brasileiros têm liberdade para estabelecer a sua própria alíquota, que pode ser fixa ou progressiva, desde que não ultrapasse a faixa de 8%.

Também é permitido que o inventário seja processado em outro Estado que não seja aquele em que o dono do patrimônio morreu – uma estratégia que costuma ser utilizada para direcionar o processo para onde há a menor alíquota.

A proposta presente na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019 coloca algumas alterações importantes. Se aprovado, o texto determina que o ITCMD se torne obrigatoriamente uma alíquota progressiva até 8%. Ou seja, que seja maior para valores de herança mais elevados. A reforma também diz que o ITCMD deverá ser recolhido no Estado de domicílio do falecido, além de determinar a cobrança do imposto em doações e heranças no exterior, que atualmente são isentas de tributos.

Francisco Nogueira de Lima Neto, sócio-fundador do escritório Gasparini, Nogueira de Lima e Barbosa Advogados, explica que as novas alíquotas do ITCMD ainda não foram estabelecidas. Esta é uma informação que deve estar presente apenas no texto final da PEC. Ainda assim, é de se esperar por um aumento nessa carga tributária.

“Muito provavelmente haverá um aumento de carga tributária, principalmente para aqueles Estados que atualmente não aplicam uma alíquota progressiva”, diz o advogado. “Usando como exemplo São Paulo, que hoje cobra 4% para todo mundo. A maioria dos contribuintes que tiver um patrimônio um pouco maior vai cair na alíquota de 8%.”

Por conta da expectativa de aumento na tributação o número de doação de bens em vida cresceu. São cidadãos tentando garantir, ainda em vida, um imposto menor sobre a partilha do patrimônio. Um movimento que, segundo Francisco Nogueira de Lima Neto, é até compreensível.

“Qualquer família que tenha algum patrimônio e que possua herdeiros vai estar sujeito a inventário se não fizer a doação em vida. E essas regras de inventário, com a PEC 45, provavelmente serão piores”, afirma Neto. “É uma janela de oportunidade, especialmente para esses contribuintes que atualmente estão nos Estados com as alíquotas mais baixas.”

Vale a pena se antecipar?

A PEC 45/2019 não é a primeira discussão sobre a tributação de heranças a acontecer. Tramita no Senado há algum tempo um outro texto que propõe aumentar a faixa limite do ITCMD para 16%. Nesse caso, Estados teriam liberdade para estabelecer suas alíquotas – fixas ou progressivas – até o dobro do teto atual de 8%.

“Comparado a diversos outros países, a carga tributária no Brasil de doação e sucessão, que são objetos do ITCMD, são baixas. Existem aqueles que tributam 10%, 15%, ou até 40%”, destaca Rogério Fedele, advogado do escritório Abe Advogados. Isso mostra como a possibilidade de aumentar os impostos sobre herança já vem sendo discutida antes mesmo da reforma tributária. Um sinal de alerta e que corrobora com a doação antecipada dos bens.

E não é somente pela questão tributária, defende Fedele: o planejamento sucessório em vida pode facilitar os trâmites em um momento de luto para os ficam, simplificando as dinâmicas familiares e até evitando intrigas. Afinal, já estará estebelecido e acordado quem receberá qual parte do patrimônio.

O advogado levanta ainda um outro ponto, a possibilidade do aumento do valor do imóvel com o passar do tempo. “Uma doação de um bem que vale 100 paga 4% hoje em São Paulo. Esperar é correr o risco de doar o mesmo bem numa sucessão, daqui a 20 anos, mas com o bem valendo 500 e com uma alíquota de 16%”, diz Fedele. “Tudo isso atrai as famílias a anteciparem em vida, por trazer uma paz e até uma eficiência tributária, dado que a perspectiva é realmente que a alíquota eventualmente aumente.”

Planejamento sucessório

Essa discussão traz a tona a importância de um outro tema, que especialistas chamam de planejamento sucessório. Trata-se da organização da transferência de patrimônio para herdeiros, com uma série de medidas tributárias, jurídicas e financeiras que não só facilite o recebimento da herança, mas ajude a evitar qualquer conflito.

Luciana Pantaroto, sócia da consultoria Dian & Pantaroto e planejadora financeira CFP pela Planejar, define esta etapa como uma tentativa de tornar a transmissão do patrimônio entre as gerações mais eficiente, reduzindo custos, burocracia e conflitos familiares. É possível utilizar diferentes instrumentos, como a própria doação em vida, mas também testamento, seguros de vida e até holdings familiares. Tudo a depender da complexidade do patrimônio e da estrutura familiar.

E não é preciso ter muito dinheiro para pensar em um planejamento sucessório, diz a especialista. “Algumas medidas podem ser adotadas em benefício de indivíduos cuja situação patrimonial e familiar sejam mais simples”, destaca Pantaroto. “Considerando que a morte é imprevisível, vale pensar em sucessão. No entanto, pela complexidade do tema, é fundamental contar com assessoria especializada para a melhor tomada de decisão.”

GOVERNADORES FORMALIZAM OFICIALMENTE O CONSÓRIO SUL-SUDESTE

Governadores se reuniram em São Paulo pela primeira vez após aprovação da proposta pelos Estados participantes e enfatizaram que objetivo não é dividir o país

Por Pedro Augusto Figueiredo e Samuel Lima – Jornal Estadão

Os governadores do Sul e do Sudeste se reuniram nesta quinta-feira, 19, pela primeira vez após a aprovação em cada Estado das leis que autorizam a criação do Consórcio de Integração das duas regiões, o Cosud. O consórcio entre as duas regiões causou polêmica após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defender maior protagonismo do grupo em relação ao Norte e ao Nordeste em debates nacionais, como a reforma tributária. Apenas o Rio de Janeiro ainda não aprovou o protocolo.

Na abertura do evento em São Paulo, no entanto, os governadores negaram que o Cosud tenha como objetivo colocar estados contra estados e que a intenção é estimular a cooperação e melhorar as políticas públicas.

Governadores estiveram reunidos em São Paulo nesta quinta-feira, 19, para encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste
Governadores estiveram reunidos em São Paulo nesta quinta-feira, 19, para encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

“O que a gente menos quer do Cosud é que ele seja um consórcio político, no sentido eleitoral. Queremos que seja um consórcio que, na medida em que vai amadurecendo, seja em cima de questões técnicas, de temáticas para ajudar a modernizar a máquina pública”, disse o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), atual coordenador do grupo. Segundo ele, os consórcios das demais regiões, como Nordeste e Norte, serviram de inspiração.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o próprio Zema rebateram indiretamente a polêmica. “O objetivo do Cosud não é fazer contraponto. É construir políticas públicas e cooperar”, disse o chefe do Executivo paulista, que também negou que a frente de estados represente distanciamento do governo federal. “Obviamente, o resultado vai ser melhor se a gente conseguir a cooperação do governo federal”, continuou.

“Tenho certeza que o Cosud está aqui é para unir e somar, e nunca para dividir”, declarou o governador mineiro. Zema, no entanto, preferiu dar enfoque a medidas ambientais tomadas pela sua gestão no discurso de abertura do evento.

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Em coletiva após a abertura do evento, Eduardo Leite e outros governadores enfatizaram o caráter de união em torno da criação do Consórcio de Integração Sul e Sudeste.
Em coletiva após a abertura do evento, Eduardo Leite e outros governadores enfatizaram o caráter de união em torno da criação do Consórcio de Integração Sul e Sudeste. Foto: ALEX SILVA/Estadão

Também estiveram presentes o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e a vice-governadora de Santa Catarina, Marilisa Boehm (PL). Os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), não participaram da abertura do encontro, que termina no sábado, 21.

Orçamento do Cosud ainda é incógnita

Apesar da formalização nas assembleias e de promessas que envolvem até a criação de um banco de fomento regional, não se sabe quando e como os recursos serão levantados pelos governos estaduais.

O consórcio terá pelo menos dez cargos, todos comissionados. Os salários já foram estabelecidos pelos governadores: o secretário-executivo ganhará R$ 19,5 mil, e os assessores, R$ 16,5 mil. O secretário precisará ter dedicação exclusiva, já os assessores podem ser servidores “emprestados” pelos governos dos Estados.

Os governadores disseram que o orçamento do Cosud e a contribuição de cada estado ainda serão discutidos após a formalização do grupo e que a previsão é que o tema seja definido antes do próximo encontro. Os projetos de lei não especificam de onde sairá o dinheiro para custear o consórcio, apenas que as despesas de manutenção serão divididas entre os estados. A Casa Civil de São Paulo disse que não haverá “orçamento de execução centralizada”, ou seja, um caixa comum da autarquia.

“O que a gente superou foi a aprovação das assembleias. Agora temos a parte de formalização, registro, CNPJ, todas essas burocracias precisam ser atendidas, e a partir disso vai se convencionar a contribuição dos estados para arcar com uma estrutura comum que deve ser enxuta”, disse Eduardo Leite.

 

JON FOSSE GANHA NOBEL DE LITERATURA COM O LIVRO BRANCURA

 

Em ‘Brancura’, um homem decide entrar em uma mata escura, sob neve pesada, e encontra um ser reluzente; livro será publicado pela Editora Fósforo ainda em outubro

Por Redação – Jornal Estadão

O norueguês Jon Fosse, 64, venceu o Prêmio Nobel de Literatura 2023 por “suas peças e prosas inovadoras que dão voz ao indizível”, segundo a Academia Sueca, que fez o anúncio nesta quinta-feira, 5. Fosse é dramaturgo, poeta e romancista.

Após se consagrar com a obra Septologia, o norueguês lançou Brancura, um breve romance em que um homem começa a dirigir sem rumo e, desconhecendo as próprias motivações, conduz seu carro até uma floresta. Na escuridão e sob neve pesada, ele decide não procurar ajuda, mas entrar pela mata escura – onde encontra um ser de brancura reluzente.

Conheça os livros do vencedor do Nobel Jon Fosse publicados no Brasil e veja os lançamentos futuros

Brancura, de Jon Fosse, será lançado pela Editora Fósforo
Brancura, de Jon Fosse, será lançado pela Editora Fósforo Foto: Divulgação/Editora Fósforo

O livro, considerado uma ótima porta de entrada para a literatura de Fosse, já está em pré-venda e será publicado pela Editora Fósforo no dia 26 de outubro. A versão em e-book já estará disponível a partir deste sábado, 7.

Leia um trecho de Brancura:

“Eu dirigia sem parar. Era bom. Era boa a sensação de estar em movimento. Sem saber para onde estava indo. Apenas dirigia. O tédio havia se apoderado de mim, logo de mim, que nunca me deixei afetar por ele. Nada que me passasse pela cabeça me animava. Por isso decidi fazer alguma coisa. Entrei no carro e fui para onde ele me levasse, se no caminho houvesse uma curva à esquerda ou à direita, eu virava à direita, e se, no cruzamento seguinte, pudesse virar à direita ou à esquerda, eu virava à esquerda. E continuei dirigindo assim. Acabei enveredando por uma estrada no meio da floresta, e os sulcos no chão foram se aprofundando até que senti o carro patinar. Segui em frente, até o carro finalmente empacar. Ensaiei dar uma ré mas não consegui, então estanquei de vez. Desliguei o motor. Fiquei sentado no carro. Pois bem, cá estou eu agora, cá estou eu agora sentado, pensei, e me senti vazio, como se o tédio tivesse se transformado num vazio. Ou, melhor dizendo, numa espécie de agonia, porque senti um medo em mim enquanto estava ali com o olhar fixo adiante, fitando o vazio, como estivesse diante do vácuo. Do nada. Que conversa é essa, pensei. Diante de mim está a floresta, só a floresta, pensei. Então foi até a floresta que esse ímpeto de dirigir me trouxe. Poderia dizer de outra maneira, que alguma coisa, não sei bem o quê, me conduziu a alguma outra coisa, fosse lá o que fosse, a uma coisa distinta. Contemplei a floresta à minha frente. A floresta. Sim, árvores próximas umas das outras, pinheiros, um pinhal. E entre as árvores o solo marrom, ressequido. Eu me senti vazio. E também com essa agonia. Do que eu sentia medo. Por que estava com medo. O medo era tamanho que não consegui nem sair do carro. Não me atrevi. Quer dizer, eu estava aqui, nessa estrada, no meio da mata, para onde dirigi e fiquei preso, quase onde a estrada termina. Vai ver por isso senti essa agonia, porque deixei o carro empacar no fim de uma estrada no meio da floresta, e bem aqui, no fim dessa estrada, não havia espaço para manobrar. Não lembrava, depois que peguei essa estrada, ter passado por algum trecho em que pudesse retornar. É bem possível. Sim, porque se eu tivesse avistado um retorno decerto teria parado o carro e dado meia-volta, pois dirigir por uma estrada tão estreita cortando essa paisagem de colinas onduladas não diminuía minha agonia, pelo contrário, só a aumentava. Mas não passei por nenhum retorno, provavelmente era isso que eu esperava acontecer o tempo todo, sim, avistar um lugar adiante para encostar o carro, engatar ré, avançar um pouco, talvez repetir esse movimento algumas vezes, sim, até conseguir manobrar e voltar para a rodovia, e então prosseguir para algum lugar, mas para qual, para um lugar em que tivesse gente, e lá eu pudesse comprar alguma coisa para comer, quem sabe um cachorro-quente, ou talvez, podia muito bem ser, chegar a uma lanchonete no acostamento da rodovia para fazer uma parada e comer. Era bem possível. De repente me dei conta de que já haviam se passado dias, não lembro quantos, desde a última vez que tinha feito uma refeição decente. Se bem que provavelmente é sempre assim com quem mora sozinho. Cozinhar é um estorvo, sim, é bem mais fácil recorrer ao que está à mão, uma fatia de pão, se houver pão em casa, com o que estiver na geladeira, na maioria das vezes maionese pura e simples e umas fatias de salame. Mas isso lá é coisa para ficar remoendo, como se eu não tivesse coisas mais importantes com que me preocupar. Mas com o que então. Que estupidez me perguntar, até mesmo pensar sobre isso. Estou com o carro preso numa estrada na floresta, não tem ninguém por perto, e não consigo tirá-lo daqui, então suponho que isso já seja o bastante para me ocupar, sim, ocupar a cabeça, como se diz, me ocupar imaginando como tirar o carro daqui. Pois o carro não pode ficar preso aqui como está agora. Óbvio que não. Tão óbvio que chega a ser uma bobagem pensar isso. Cá estou eu olhando para o carro e ele apenas me devolve o olhar, estúpido. Ou será que esse olhar estúpido é o meu. Repare como ele parece estúpido ali, enganchado num montinho, como se diz, no meio da estrada, que se prolonga mais alguns metros até se transformar numa trilha pelo coração da floresta. Que diabos eu vim fazer nesse lugar. Por que vim dirigindo até aqui. Por que eu tinha que inventar isso. Por que motivo agi assim. Nenhum motivo. Nenhum. E por que dirigi até essa estrada no meio da floresta. Por puro acaso, talvez. Sim, não há outro nome para isso. Mas o acaso, o que é mesmo. Não, não vou começar a pensar essas baboseiras. Nunca leva a nada. O que preciso agora é fazer meu carro andar. E depois manobrá-lo. Mas há outra coisa. Sim, porque não passei por nenhum retorno, se tivesse passado já teria feito esse retorno há muito tempo, porque dificilmente haveria lugar mais entediante para dirigir do que essa estrada no meio da floresta. Nada além de colinas suaves e de uma fazenda abandonada, sim, só podia estar abandonada, porque havia tábuas pregadas nas janelas da casa. A pintura, aliás, estava em péssimo estado, em alguns lugares já nem havia tinta. E metade do telhado do celeiro tinha desabado. É triste ver uma casa caindo aos pedaços. Lugares com os quais ninguém se importa. Mas por que alguém haveria de se importar. Antes de estar em ruínas era, sim, uma bela casa. Eu teria gostado de morar numa casa daquelas, gostaria de ter vivido naquela casa pela qual passei, mas mais cedo na vida, quando eu era jovem, não agora. Evidente que eu não moraria numa casa naquelas condições. No estado em que estava, é óbvio que ninguém moraria nela, nem pessoas nem sei lá o quê. Animais, talvez. Sim, talvez algum animal tenha se abrigado ali dentro. A casa deve estar tomada por ratos. Até ratazanas devem ter se mudado para lá”.

ARROZ CATARINENSE É PRODUZIDO COM MUITA TECNOLOGIA

 

SindArroz-SC – Texto: Catarina Bortolotto

Desde o momento em que é semeado até seu empacotamento, cadeia produtiva do grão conta com equipamentos para oferecer um produto de excelência aos consumidores de todo país

Mesmo sendo considerado um commodity, o arroz não está isento da alta exigência dos consumidores espalhados por todo o país. Por isso, seja nas lavouras ou dentro das indústrias que beneficiam o grão, o uso de tecnologias que agregam eficiência e qualidade ao produto é indispensável. Em Santa Catarina, desde o momento em que é semeado até o seu empacotamento, a cadeia produtiva conta com equipamentos e técnicas que contribuem para a excelência final e o sabor inigualável do cereal.

Com registros de plantio em solo brasileiro ainda no século XVI, o cultivo de arroz ganhou importância social, econômica e política. Ingrediente básico, é também considerado pela Organização Mundial de Alimentação e Agricultura (FAO) um dos alimentos mais importantes para a nutrição humana. No entanto, para que os melhores grãos cheguem às prateleiras dos supermercados, é necessário um trabalho e cuidado minucioso de todo setor arrozeiro.

Nos últimos 10 anos, a evolução tecnológica revolucionou o cultivo e beneficiamento do arroz. Enquanto equipamentos altamente avançados, como drones e niveladoras a laser, passaram a integrar o maquinário dos agricultores, o uso de fungicidas à base d’água, que aumentam a qualidade do cereal e não deixam resíduos no alimento, também se tornou mais comum.

Já nas empresas orizícolas, além de todos os equipamentos voltados para o beneficiamento, ainda ocorrem práticas sustentáveis, como a aposta em refrigeradores nos silos, que reduzem o consumo de produtos químicos na prevenção contra insetos que se alimentam do grão.

O empenho de toda a cadeia produtiva na busca por um produto de excelência, na visão do presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, é o que faz o arroz catarinense ser reconhecido de forma positiva em âmbito nacional e internacional. “Em um mundo cada vez mais conectado e competitivo, precisamos sempre procurar diferenciais e, com certeza, nossa qualidade é um deles. A tecnologia é uma aliada poderosa nesse esforço, mas esse trabalho e investimento precisam acontecer de ponta a ponta”, salienta.

Nas grandes plantações, um olhar atento

Com olhar atento dos agricultores, um dos primeiros pontos é o preparo da terra que receberá o arroz entre os meses de agosto e setembro. Cultivando o grão em 120 hectares na cidade de Nova Veneza (SC), Claudionir Roman tem sua trajetória ligada à agricultura e, ano após ano, busca o equilíbrio nutricional do solo.

“Contamos com o auxílio de uma equipe técnica para fazer as análises, pois existem níveis corretos dos indicadores de fertilidade e outros componentes, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre, magnésio e outros micronutrientes. Temos que ter em mente que tudo pode influenciar no resultado da safra”, explica.

Nesse cenário, a pesquisa genética desenvolvida por empresas especializadas caminha lado a lado com a busca pela alta produtividade. “Usamos sementes certificadas, pois elas apresentam uma melhor adaptabilidade à região catarinense. Além disso, cada novo cultivar lançado no mercado traz mais resistência a doenças e pragas, fazendo com que a colheita seja mais estável”, destaca o agricultor.

Enquanto as grandes máquinas ceifam e colhem, os drones sobrevoam as extensas plantações para mapear locais que necessitam de algum cuidado, como por exemplo mais adubo. Além disso, os produtores também o utilizam para aplicar – de maneira responsável e consciente –  fertilizantes e pesticidas.

Há algumas safras, Roman contrata uma empresa terceirizada para realizar essa parte do processo e, desde então, já notou uma maior agilidade e precisão. A troca otimiza o tempo em aproximadamente 50%, elimina o contato direto das pessoas com os produtos, bem como apresenta economia da quantidade necessária e evita o desperdício.

Além do beneficiamento, o cuidado com a sustentabilidade

Outro ponto que merece destaque é o compromisso das indústrias em garantir a excelência na produção do cereal. O maquinário moderno de beneficiamento e processamento garantem que os grãos sejam selecionados e tratados com o máximo de cuidado, para que as propriedades e características do arroz que saem das lavouras cheguem à mesa dos consumidores.

Conforme evidencia Gustavo Olivo, diretor da Realengo Alimentos – empresa associada do SindArroz-SC – com a evolução tecnológica, as empresas tiveram acesso a equipamentos que buscam preservar os nutrientes e, também, o sabor do cereal que está na rotina de milhares de brasileiros.

“A tecnologia está presente em todos os processos dentro da indústria, sempre para corroborar com a qualidade final. Ainda nos silos, temos um sistema de secagem com ar limpo para tirar a umidade do arroz em casca que é descarregado. Depois, por exemplo, conseguimos selecionar os melhores grãos de acordo com critérios preestabelecidos, como cor e tamanho, e destinar somente aqueles que se encaixam para os pacotes”, frisa Olivo.

Além das máquinas de seleção eletrônica, as indústrias catarinenses já utilizam, até mesmo, robôs para facilitar o processo de empacotamento e transporte do arroz produzido.

E preocupação com a sustentabilidade ambiental é uma característica marcante em Santa Catarina. Nesse cenário, práticas foram adotadas a fim de reduzir o impacto ambiental e promover a preservação dos recursos naturais. Entre elas, a geração de energia por meio da queima da casca do arroz. “Devemos buscar métodos mais eficientes e sustentáveis, como a adoção de tecnologias de baixo consumo de água e energia, a reciclagem de resíduos, e a redução das emissões de poluentes”, argumenta.

Sobre o SindArroz-SC

Fundado no ano de 1975, o Sindicato das Indústrias do Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) atua como representante das empresas cerealistas do estado. Com 25 indústrias associadas, a entidade tem como um dos principais objetivos conquistar melhorias para toda a cadeia produtiva do alimento, bem como servir como ponte para beneficiadoras do grão. A rizicultura catarinense é responsável por 15% do abastecimento nacional e geram milhares de empregos no solo catarinense, além de em outras regiões do país.

PESQUISAS INDICAM QUE O VAREJO É UM DOS SETORES MAIS VISADOS POR HACKERS

 

Por Guilherme Araújo, Diretor de Serviços da Blockbit

A crescente digitalização do mundo moderno trouxe consigo uma série de benefícios para diversos setores, incluindo o varejo. No entanto, ela também é responsável por elevar a necessidade de proteção para mitigar ataques cibernéticos que podem ter consequências devastadoras para as empresas do segmento. Ao mesmo tempo em que os varejos, sejam físicos ou online, digitalizam cada vez mais suas operações, integram sistemas complexos e coletam uma infinidade de dados de seus clientes, cresce o dever de adotar medidas para proteger essa infraestrutura e manter a privacidade dos dados de clientes e do negócio.

Pesquisas indicam que o varejo é um dos setores mais visados por hackers. Informações de cartões de crédito e outros dados bancários, por exemplo, são de alta valia para os cibercriminosos. Por isso, ataques de phishing, que buscam enganar os funcionários para ter acesso a informações sensíveis como essas são tão comuns. Sequestros de sistemas das companhias, criptografando dados e exigindo um resgate para a sua liberação, em ataques ransomware, também estão no topo dos riscos que podem paralisar as operações. Sistemas de ponto de venda (POS) são alvos frequentes de hackers, que aproveitam brechas nos leitores de cartão para acessar informações confidenciais.

Nesse contexto, é possível adotar diversas iniciativas para reduzir as chances de ataques. A implementação de práticas de segurança robustas, como a criptografia, ajuda a garantir que informações valiosas não caiam nas mãos erradas. Soluções de segurança, como firewalls de última geração, protegem os dados ao realizar controles que impedem invasões na rede do varejo, além de criar políticas de acesso para as aplicações e usuários. A segmentação de rede, o monitoramento de tráfego suspeito e a atualização regular de sistemas também são iniciativas necessárias para proteger esses pontos críticos. 

Para acompanhar a ampliação dos negócios e a criação de filiais, o setor também deve investir em uma comunicação segura entre a matriz e as lojas, por meio de redes definidas por software (SD-WAN). Ao utilizar esse tipo de rede em sua infraestrutura, o varejo conta com a integração de diversos recursos de segurança avançada em uma única solução, incluindo filtro de conteúdo web, proteção avançada contra ameaças e sistema de prevenção de intrusão. 

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) trouxe uma mudança muito importante na maneira como os varejistas coletam, armazenam e utilizam os dados pessoais de seus clientes, em um avanço sem precedentes e que não pode ser ignorado. Para ser capaz de atender à legislação e não ficar sujeito as suas penalidades, é extremamente necessário que o varejo adote políticas de segurança sólidas, indo além, inclusive, dos investimentos em soluções de cibersegurança. O setor precisa se dedicar a conscientizar e a treinar colaboradores sobre como lidar com o assunto. Funcionários treinados são capazes de reconhecer variados tipos de ataques, aplicar práticas mais seguras em suas atividades e, também, iniciar protocolos pré-definidos caso notem que os sistemas parecem terem sido invadidos.

Com ameaças cada vez maiores, ter um plano de resposta a incidentes cibernéticos bem definido é crucial. Este plano deve trazer um conjunto estruturado de procedimentos e diretrizes que a empresa deverá seguir para identificar e gerenciar as ocorrências para minimizar os danos causados por elas. A partir dele, inciativas podem ser colocadas em prática para recuperar os sistemas e dados afetados com rapidez, permitindo que as operações logo voltem à normalidade.

Além de se preparar para o hoje, é muito importante que as organizações estejam atentas ao que virá no futuro. O campo da cibersegurança está em constante evolução, e o varejo deve estar atento às tendências emergentes de ataques. A evolução dos recursos segurança tem sido uma resposta direta à crescente complexidade e amplitude das ameaças cibernéticas, bem como ao rápido crescimento dos negócios. Esse cenário não mostra indícios de parar.

Em um mundo cada vez mais conectado, a segurança cibernética não é apenas uma preocupação técnica, mas uma estratégia fundamental para proteger a reputação da empresa e a confiança dos clientes. A implementação de medidas eficazes, além de proteger dos dados, também fortalece a resiliência da organização diante das ameaças em constante expansão e cada vez mais sofisticadas.

Casos recentes de graves ataques cibernéticos a redes varejistas resultaram em milhões de reais em prejuízos e ensinam o setor a não negligenciar a cibersegurança. Ao adotar as melhores abordagens e tecnologias, e manter políticas e sistemas atualizados, o varejo investe não apenas em um presente mais seguro, mas no futuro do seu negócio.

Marketplaces em alta: o sucesso no mercado

Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP

Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato

Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores. Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo, independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada pelo atendimento.

O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?

Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line. Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais ativos em ambientes como esses.

Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.

Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021, de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente, indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”, explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.

Um destaque em meio à concorrência é fundamental

Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.

Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção especial à otimização das operações.

Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de fidelizar”, comenta o especialista.

Dicas para se sair bem no mercado

Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações, é fácil identificar qual a busca e como agradar.

No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica. Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as abordagens utilizadas para lidar com esses interessados? Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.

A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em 13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.

Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76% desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva, elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os nossos usuários.

Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs, responsáveis por atender chamadas e responder mensagens automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os resultados e promover atualização constante.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

TEBET DIZ QUE O BRASIL ARRECADA MUITO E GASTA MAL

 

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reforçou nesta quarta-feira, 18, sua avaliação de que o Brasil “arrecada muito” e “arrecada mal”, além de gastar “muito” e de forma equivocada, enfatizando sua defesa da reforma tributária sobre consumo. Ela também repetiu a orientação da pasta de rever a qualidade do gasto, como prioridade ante eventuais cortes, e disse que as políticas sociais serão feitas de maneira responsável, vide o objetivo do governo de alcançar a meta de déficit zero no próximo ano.

“É isso que significa equilíbrio fiscal. Muitas vezes não é falar em cortes de gastos públicos no momento de um déficit social tamanho (…) Mas talvez começar num primeiro passo, nesse ano de 2023, como fizemos, e arrastando provavelmente para 2024, falarmos na qualidade dos gastos públicos. Vamos fazer o social com responsabilidade, mas dentro daquele limite, por isso o objetivo desse governo de tentar alcançar a meta zero do déficit em 2024”, disse Tebet durante participação no 26º Congresso Internacional de Direito Constitucional.

Sobre o aspecto da arrecadação, a ministra destacou que a reforma tributária discutida no Congresso é a “única bala de prata” para fazer o Brasil crescer de forma que não ocorre há 40 anos. Na avaliação de Tebet, os dois maiores problemas que rondavam a proposta durante as discussões das últimas décadas estão sendo solucionados. Segundo ela, com o texto atual, nenhum Estado ou município perderá receitas no novo sistema, além de garantir que o setor de serviços não tenha aumento da carga tributária, disse.

“Dois maiores problemas da reforma tributária estão sendo solucionados: nenhum Estado, nenhum município vai perder com a reforma, vai haver seguro receita para garantir de forma gradual, para que nos próximos 30 anos, talvez 50 anos – há uma dúvida entre os dois – esse acréscimo da receita que virá sem aumento de imposto seja distribuído de forma harmônica”, afirmou.

A ministra ainda ressaltou a expectativa de que a aprovação da reforma incremente o crescimento do PIB brasileiro. “Podemos dizer que podemos ter uma reforma tributária que, sozinha, pode ter capacidade de aumentar em quase 1% o PIB brasileiro, fora o crescimento normal do Brasil. Pode vir a garantir nos próximos 15 anos um crescimento do PIB do Brasil que pode variar entre 12% e 15%”, disse.

“O Brasil arrecada muito e arrecada mal (..) tão grave quanto isso, o Brasil gasta muito e gasta pior ainda. Dentro dessa equação, é difícil garantir equilíbrio fiscal, mas é mais grave ainda, é impossível garantir justiça social”, declarou no início de sua fala, acrescentando que, diferente do setor privado, o Estado brasileiro não faz um planejamento correto de seus gastos, por atender “muitas vezes” interesses político-partidários ou eleitorais. “O Brasil não tem cultura de planejar, não planeja suas ações”, afirmou.

O post Tebet reforça avaliação de que País gasta mal, defende tributária e fiscal com meta zero apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

PROPOSTA BRASILEIRA NA ONU SORE O CONFLITO ISRAEL E HAMAS FOI REJEITADA

 

História por Letícia Pille • Poder360

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta 4ª feira (18.out.2023) que “a divisão de opiniões ficou clara” depois que o texto apresentado pelo Brasil com propostas para o conflito entre Israel e o Hamas foi vetado no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

A proposta foi votada nesta 4ª (18.out) e recebeu 12 votos favoráveis, 1 voto contrário e 2 abstenções. O documento não foi aprovado porque o único voto contra foi dado pelos Estados Unidos, integrante permanente do órgão e com direito a veto. Leia a resolução apresentada pela delegação brasileira (íntegra – PDF – 208 kB).

“Infelizmente não foi possível se aprovar essa resolução. Ficou clara uma divisão de opiniões, mas acho que do nosso ponto de vista, da nossa Presidência e do governo brasileiro, fizemos todo o esforço possível para que cessassem as hostilidades”, afirmou o ministro. “A nossa preocupação foi sempre humanitária.”

O chanceler deu a declaração em entrevista concedida no Itamaraty a jornalistas sobre a operação Voltando em Paz, para repatriar brasileiros em Israel e na Faixa de Gaza. Também participaram o ministro da Defesa, José Múcio, e do tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno.

Depois do veto no Conselho, o embaixador brasileiro na ONU, Sérgio Danese, criticou o órgão por ser “mais uma vez incapaz de adotar” uma resolução sobre o conflito. “O silêncio e a inação prevaleceram”, disse. A reunião foi a 4ª realizada pelo Conselho de Segurança para discutir sobre a guerra.

Durante a leitura do voto, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, classificou as resoluções vetadas como “importantes”, mas afirmou que o país estava “desapontado” porque o texto brasileiro não mencionava os direitos de autodefesa de Israel.

Eis como votou cada país integrante do conselho:

  • a favor (12): Brasil, China, França, Albânia, Emirados Árabes, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça;
  • contra (1): Estados Unidos;
  • abstenções (2): Reino Unido e Rússia.

O conflito entre Israel e o Hamas completa seu 12º dia nesta 4ª (18). O presidente dos EUA, Joe Biden, está em Israel.

Vieira também disse que o Brasil, por meio da operação, planeja resgatar 15 estrangeiros interessados em voltar de Israel ao seu país natal. O grupo contém bolivianos, argentinos, paraguaios e uruguaios. Eles devem ser trazidos ao Brasil para depois se deslocarem aos seus respectivos países. 

BNDES CHIA COM A POSSIBILIDADE DE FINANCIAR A PREVIDÊNCIA

História por Juliana Garçon • Jornal Estadão

RIO – O uso do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para financiar a Previdência é uma “disfuncionalidade”, defendeu nesta quarta-feira, 18, o presidente do BNDESAloizio Mercadante. “Colocaram uma granada no bolso do banco: o FAT para financiar a Previdência.

Os recursos do FAT são destinados ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico através do BNDES, na proporção de pelo menos 28%, conforme a Constituição, informa o banco de fomento. A parcela restante custeia o programa de seguro-desemprego e o abono salarial. O saldo de recursos do FAT no Sistema BNDES era de R$ 389,2 bilhões em 30 de junho, de acordo com o banco.

O uso do recurso não tem impacto imediato sobre o banco, mas no médio e longo prazos, sim, disse o presidente do BNDES. “O Brasil está envelhecendo muito rápido. Até 2050, vamos praticamente dobrar o número de pessoas com mais de 60 anos. Então, vai ter demanda sobre a economia de cuidados, o sistema previdenciário e as despesas com saúde. Não se pode pegar um fundo que foi feito para gerar emprego, investimento.”

Mercadante ressaltou que, se o país não gerar empregos, não terá receita para financiar a Previdência. “O banco é para gerar investimento, crescimento e emprego. Por isso foi criado o FAT. Por isso, as centrais sindicais que estão no conselho do FAT são totalmente contra essa concepção.”

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES Foto: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO© Fornecido por Estadão

Porém, ponderou o executivo, há tempo para tratar o assunto com calma. “Temos de encontrar uma fonte de financiamento para a Previdência e preservar o FAT para que ele financie o seguro-desemprego e o emprego, através do BNDES.”

Mercadante ressaltou ainda que com a queda dos juros, a melhora no ambiente macroeconômico vai acelerar a demanda por crédito. “Não estamos pegando recursos do Orçamento. Precisamos criar funding com recursos que são do banco”, disse, citando o parcelamento das devoluções ao Tesouro Nacional.

De acordo com o presidente do banco de fomento, a negociação para o parcelamento das devoluções “está bem encaminhada” com o TCU. “O TCU tem tido um posicionamento colaborativo com o banco, extraordinário, preventivo e de orientação”, disse o executivo. “A transparência que mencionei aqui foi uma evolução que veio por recomendação do TCU.”

Mercadante disse ainda que há muito interesse, de entidades internacionais, de financiar o Brasil por meio do BNDES. “Há muito interesse em financiar o Brasil, o BNDES. Temos aporte de bancos multilaterais, de bancos da União Europeia, de bancos da China, o banco dos Brics, o BID, Banco Mundial. Tudo isso também permite melhorar o financiamento sem pressionar o Tesouro. Tudo que nós estamos fazendo é para não pressionar o Orçamento e o esforço de superávit primário.”

Os recursos internacionais, somados ao parcelamento da devolução ao Tesouro e o retorno dos dividendos à casa de 25%, vão permitir que o banco continue a crescer, afirmou Mercadante, destacando que há muita demanda por crédito.

“Por último, ainda tem a ideia dos ‘green bonds’ que a Fazenda está emitindo. São US$ 2 bilhões, R$ 10 bilhões do Fundo Clima”, disse, lembrando que neste ano a cifra foi de R$ 1 bilhão. “É mais um funding que nós estamos buscando no mercado. O importante é que a taxa de juros vai permitir a transição ambiental e ecológica, e vai permitir que a gente faça muito mais.”

 

GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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