SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Joe
Biden, afirmou que a eventual ocupação da Faixa de Gaza por Israel
seria um “grande erro” e defendeu a criação de um Estado Palestino. Ele
também afirmou que o Hamas, autor dos ataques a Israel, deve ser
extinto. O embaixador de Israel na ONU respondeu a Biden.
O QUE BIDEN DISSE
Biden disse estar confiante de que Israel agirá conforme as “regras
de guerra” e que não privará os palestinos de mantimentos essenciais à
vida, como água e medicamentos. As declarações foram em entrevista ao
programa 60 Minutes, da TV CBS.
Estou confiante de que os inocentes de Gaza poderão ter acesso a medicamentos, alimentos e água.
O democrata culpou o Hamas pela situação crítica de Gaza e afirmou
que o grupo extremista precisa ser “totalmente eliminado” pelo exército
de Israel. Entretanto, ponderou que a ocupação de Gaza pelas forças
israelenses seria um “erro”.
“Veja, o que aconteceu em Gaza, na minha opinião, é de
responsabilidade do Hamas. Os elementos extremistas não representam a
totalidade do povo palestino. E penso que seria um erro que Israel
ocupasse Gaza novamente.”
Joe Biden também defendeu a necessidade de “haver um caminho para a formação de um Estado Palestino”.
O presidente norte-americano acusou o governo do Irã de financiar
grupos extremistas como o Hamas e o Hezbollah, mas ressaltou que ainda
não tem “nenhuma evidência” de que o regime iraniano “tinha conhecimento
dos ataques” perpetrados pelo Hamas em Israel no último dia 7.
Desde a deflagração da guerra na semana passada, os Estados Unidos se
posicionaram em defesa do Estado israelense e prometeram dar suporte ao
governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Além de enviar dois porta-aviões de guerra para a costa israelense,
os EUA também enviaram armas e munições para Israel, além de reforçarem
sua presença militar naquele país, embora a Casa Branca tenha afirmado
que não pretende enviar seus soldados para o combate.
EMBAIXADOR DE ISRAEL NA ONU RESPONDE EUA
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, respondeu ao aviso do
presidente dos EUA, Joe Biden, de que ocupar Gaza depois de destruir o
Hamas seria um “grande erro”, dizendo que Israel “não tem interesse” em
governar os palestinos.
Erdan também agradeceu a Biden por compreender a necessidade de Israel de destruir o grupo extremista Hamas.
Obrigado, presidente Biden, por reconhecer o que Israel tem dito
desde que ocorreu o bárbaro massacre do Hamas: o objetivo de Israel é a
eliminação total das capacidades do Hamas”, disse Gilad Erdan,
embaixador de Israel na ONU.
MORTOS NA GUERRA ENTRE ISRAEL E HAMAS
O conflito entre Israel e Hamas já deixou mais de 4 mil mortos,
segundo as informações oficiais divulgadas por autoridades dos dois
lados.
O número de mortos em Gaza não para de subir com os bombardeios
israelenses. O Ministério da Saúde da Palestina fala em 2.670 mortos até
a manhã deste domingo.
Israel contabiliza mais de 1.400 mortos nos ataques terroristas do
Hamas da semana passada. Pelo menos 126 pessoas foram feitas reféns pelo
Hamas, mas este número pode ser maior.
Além desses mortos, Israel afirmou ter encontrado 1.500 corpos de membros do Hamas em seu território na última terça-feira (10).
História por THAÍSA OLIVEIRA E CÉZAR FEITOZA • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A proposta de reformulação da lei do
impeachment apresentada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), tem mobilizado a oposição de militares por prever, entre
outros pontos, crime de responsabilidade para comandantes das Forças
Armadas.
A reclamação dos militares também ocorre por receio de brecha que
permita os comandantes serem julgados em duas instâncias: a civil e a
militar.
O projeto de lei está em fase inicial de discussão, mas a entrega da
relatoria ao senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo Lula
(PT), foi vista como um sinal de que Pacheco quer dar andamento ao
tema.
Desde então, militares já procuraram o gabinete do relator e apresentaram emendas para tentar alterar o texto.
Um dos pontos mais criticados é o que prevê impeachment do comandante de Força em caso de manifestação político-partidária.
O trecho chegou a ser apelidado de “artigo Villas Bôas”, em
referência ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. Foi dele a
autoria de um tuíte em 2018 às vésperas de julgamento no STF (Supremo
Tribunal Federal) de um recurso que poderia livrar Lula (PT) da prisão.
A manifestação nas redes sociais foi entendida como uma ameaça ao
Supremo. Em biografia, Villas Bôas disse que os tuítes foram “um
alerta”.
O projeto regulamenta o artigo da Constituição que trata de crimes de
responsabilidade. O dispositivo constitucional prevê que compete ao
Senado “processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República
nos crimes de responsabilidade, bem como os ministros de Estado e os
comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles”.
A proposta visa preencher o vácuo deixado por essa redação, uma vez
que não há detalhamento sobre em quais hipóteses o impeachment dos
militares pode ocorrer bem como os ritos que precisam ser observados.
A possibilidade de destituição de altos cargos públicos pelo
Legislativo varia de país para país. O portal mantido e atualizado pela
Livraria do Congresso dos EUA, por exemplo, explica que naquele país
existe a interpretação de que oficiais militares não estão sujeitos à
possibilidade de impeachment.
O general da reserva e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) é um
dos autores de emendas que se opõem à previsão do impeachment de
comandante em caso de manifestação político-partidária.
“Ele [comandante] não pode defender o partido A ou o partido B.
Agora, dentro da política da Força, quem fala pela Força é ele. Ele é o
representante da Força para isso”, disse à Folha Mourão, que é general
da reserva.
“Por exemplo: ele [comandante] considera que o Hamas é uma
organização terrorista e o governo nunca fala isso. Você não pode tachar
isso de crime de responsabilidade do comandante. [Proibir manifestação]
partidária com certeza, até porque o nosso regulamento proíbe.”
Outros trechos da proposta em análise também são alvo de críticas pelas Forças.
As assessorias parlamentares militares tentam excluir, por exemplo,
dispositivo que diz ser crime de responsabilidade “retardar ou deixar de
cumprir ordem do presidente da República ou do ministro da Defesa,
salvo quando manifestamente ilegal”.
Militares ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmam que a redação é muito
abrangente, porque o conceito de retardar o cumprimento de ordem do
presidente é subjetivo.
Integrantes das Forças também contestam outros pontos, como o de
“incitar a participação ou participar de greve ou motim de militares”.
As leis que regem a carreira militar já classificam o ato como crime.
Os militares temem que a proposta, caso aprovada, leve os comandantes para julgamento na Justiça civil.
Eles preferem ser julgados pelo STM (Superior Tribunal Militar). Na
visão militar, os ministros da corte compreendem melhor o contexto que
envolve uma decisão na caserna o que gera críticas de corporativismo e
de blindagem na Justiça militar.
Apesar das pressões, o senador Weverton tem sinalizado que não vai
retirar os comandantes das Forças Armadas ou qualquer outra categoria,
como juízes e promotores do projeto de lei.
Ele pretende conversar com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro,
e com os comandantes das Forças antes de apresentar o relatório. No
começo deste mês, representantes do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica se reuniram com assessores do senador.
O Exército disse que acompanha a discussão por meio de sua assessoria
parlamentar, assim como faz com outras proposições relacionadas à
instituição, “permanecendo à disposição dos parlamentares para
contribuir com o aperfeiçoamento do projeto”.
Em tom semelhante, a Marinha afirmou que acompanha as propostas com o
“intuito de prestar informações especializadas que contribuam para o
respectivo e devido aprimoramento”.
Em nota, a Força Aérea Brasileira disse que “não possui objeções”
sobre a inclusão do comandante na lista de autoridades sujeitas a
impeachment por crime de responsabilidade.
O projeto de lei foi proposto pelo presidente do Senado após meses de
discussões coordenadas pelo ministro aposentado do STF Ricardo
Lewandowski que presidiu o processo de impeachment no Senado da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
Relatora do anteprojeto, a ex-secretária-geral do STF Fabiane Pereira
de Oliveira afirma que a ideia é preencher as lacunas da lei atual, de
1950, e regulamentar a situação de outras autoridades além do presidente
da República, como militares, juízes, ministros do Supremo e membros do
Ministério Público.
“Nós analisamos cuidadosamente quais autoridades a Constituição
estabelecia como passíveis de crimes de responsabilidade e pegamos as
leis esparsas sobre cada classe: magistratura, Ministério Público e as
Forças Armadas”, afirma.
“Não era o objetivo do grupo nem nunca foi [fazer o projeto em reação
aos acontecimentos recentes]. O objetivo foi realmente ser unânime em
não deixar de fora nenhuma das autoridades que a Constituição elenca.
Se, agora, alguma autoridade for retirada, isso sim será casuísmo.”
Investing.com – A guerra entre Israel e o Hamas agrava vários outros
fatores negativos para a economia e os mercados financeiros, levando
muitos economistas a temer que uma escalada da situação provoque uma
crise grave e generalizada.
Em uma análise publicada na semana passada, Tuomas Malinen, professor
adjunto de economia da Universidade de Helsinki e CEO da empresa GnS
Economics, abordou esse assunto, simulando um “pior cenário” para a
economia global diante das tensões no Oriente Médio.
Dez riscos principais em caso de escalada da guerra Israel-Hamas:
O conflito se torna uma guerra regional na qual os Estados Unidos se envolvem diretamente.
A Opep reage com um embargo ao petróleo.
O Irã fecha o Estreito de Ormuz.
O preço do petróleo chega a US$ 300 por barril.
A Europa enfrenta uma crise energética severa devido à falta de GNL.
O aumento dos preços de energia reacende a inflação e força uma reação dos bancos centrais.
Os mercados financeiros e o setor bancário global entram em colapso.
A crise da dívida engolfa os Estados Unidos, forçando o Federal
Reserve a implementar um novo plano de socorro para os mercados
financeiros.
O comércio de petrodólares desaba.
A hiperinflação surge.
Risco de envolvimento direto dos EUA
Para justificar essa lista, Malinen se baseou no cenário da Guerra do
Yom Kippur em 1973, na qual a Opep impôs um embargo ao petróleo contra
os países ocidentais que apoiavam Israel. Ele lembrou que “em seis
meses, o preço do barril subiu quase 300% no mundo, e ainda mais nos
Estados Unidos, que se tornaram dependentes do petróleo do Oriente Médio
na época”.
Atualmente, o risco é que a reação de Israel aos assassinatos e
ataques do Hamas resulte em “uma declaração de guerra pelo Irã e pela
Síria”, destacando que “nessa situação, os Estados Unidos provavelmente
seriam forçados a agir e participar da defesa israelense”. De fato, os
americanos já enviaram navios para a região no caso de a situação
piorar.
No entanto, Malinen acredita que “qualquer envolvimento direto dos
Estados Unidos na guerra provavelmente desencadearia uma resposta da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo, ou pelo menos de alguns
de seus membros”, mencionando a possibilidade de “um embargo ao
petróleo para os Estados Unidos, e até mesmo para a Europa”.
Consequências devastadoras para o mercado de energia europeu
Quanto ao Estreito de Ormuz, uma via crucial para os mercados
mundiais, por onde passa um sexto do petróleo e um terço do gás natural
liquefeito (GNL) consumidos no mundo, Malinen lembrou que o Irã tem a
capacidade de fechar essa passagem, ameaçando “afundar qualquer
petroleiro que passe pelo estreito”.
Nesse contexto, “veríamos muito provavelmente os preços globais do
petróleo e do GNL dispararem para níveis inéditos”, o que “reiniciaria a
inflação rapidamente”, alertou o economista.
Ele também alertou que a situação seria particularmente difícil para a
Europa, que dependeu de fontes americanas e do Oriente Médio para suas
entregas de gás após o fechamento da maioria dos gasodutos que
transportavam gás russo para a Europa, destacando, por exemplo, que “a
Alemanha acabou de assinar um contrato com a Oman LNG para entregas de
gás que passam pelo Estreito de Ormuz”.
O economista afirmou que “a combinação de uma interrupção do
fornecimento de gás no Oriente Médio (e talvez na Rússia) e um inverno
normal ou frio poderia criar condições extremamente devastadoras para o
mercado europeu de gás, que já está mal equilibrado”.
A crise financeira mundial e “perversão monetária” podem levar ao caos
No entanto, os danos não parariam por aí, pois, segundo ele, “o
retorno da crise energética provavelmente desferiria um golpe fatal na
economia europeia e abalaria seu setor bancário, com as conhecidas
consequências globais”.
Malinen também teme que “as novas pressões inflacionárias forçariam
os bancos centrais a realizar outra rodada de aumentos nas taxas de
juros”, o que levaria ao aumento das taxas dos títulos do governo dos
EUA, resultando em “um colapso total nos mercados de ativos e crédito,
semelhante ao ocorrido na primavera de 2020”.
Para enfrentar essa situação, ele acredita que os bancos centrais
poderiam “realizar perversões monetárias”, como implementar programas de
compra de ativos para apoiar os mercados de dívida soberana, crédito e
ativos, ao mesmo tempo em que aumentariam as taxas de juros.
Por fim, Malinen mencionou o que chamou de “opção nuclear”, ou seja, o
risco de a Opep deixar de usar completamente o dólar no comércio de
petróleo, o que significaria que os “dólares excedentes”, anteriormente
usados para comprar petróleo, acabariam voltando para os Estados Unidos,
resultando em “um pico sem precedentes na oferta monetária
norte-americana, criando as condições perfeitas para uma hiperinflação
com uma queda na produção devido a uma profunda recessão alimentada por
uma inflação rápida, altas taxas de juros e uma crise bancária”.
Ele concluiu que “o caos na economia dos Estados Unidos e, portanto, no mundo, seria nada menos que apocalíptico”.
Qual é o caminho que uma pessoa percorre até decidir fazer uma compra
com a sua empresa? A resposta a essa pergunta é a síntese do que é um
mapa da jornada do cliente.
Existem diferentes estratégias de vendas que a sua empresa pode
adotar e é possível, inclusive, combinar mais de uma em seu plano de
ação.
É claro que as compras por impulso ainda existem, mas será que esse é
o único comportamento do mercado? Algumas empresas e profissionais
parecem considerar que sim. Até mesmo você já pode ter pensado dessa
forma, mas a realidade vem se mostrando bem diferente.
Como exemplo, vamos observar alguns números sobre o comportamento dos
clientes dentro de e-commerces. Antes, vale destacar que esse é um
modelo de negócio de varejo, um dos que mais se beneficiam pelas compras
por impulso.
Segundo dados levantados pela Ecommerce Brasil, 98% das pessoas
abandonam um site sem comprar nada. Isso mostra que apenas 2% dos
clientes compram na primeira visita.
Então, se um consumidor não realizar um pedido será necessário
atraí-lo de novo para as suas páginas de produto, e tentar mais uma vez
apresentar os benefícios da mercadoria que você oferece.
Agora, considere negócios com vendas mais complexas como empresas B2B
prestadoras de serviços. Dificilmente, um prospect será convertido em
um único contato.
Mas, o que tudo isso tem a ver com o conceito de mapa da jornada do cliente?
Esses dados nos mostram que o processo de tomada de decisão envolve
mais de uma etapa, constituindo um caminho pelo qual o consumidor passa
até optar por uma compra.
E é com esse entendimento que avançamos para compreender o que é e quais são os estágios do mapa da jornada do cliente.
Ao dominar esse conceito sua empresa estará pronta para atuar em cada
fase, oferecendo valor ao consumidor, estreitando o relacionamento e
contribuindo para que ele avance para as etapas finais do processo de
decisão.
O que é mapa de jornada do cliente?
O mapa de jornada do cliente nada mais é que uma forma de visualizar
as etapas pelas quais os consumidores passam, desde a descoberta de um
problema ou necessidade até a decisão pela compra de um produto ou
serviço que irá resolver a demanda inicial.
Dentro dos setores de marketing e vendas, esse mapa pode ser usado
como base para uma estratégia que irá guiar as ações das empresas em
busca de converter o consumidor ou prospect em um cliente pagante.
Ao compreender quais são as etapas da jornada do cliente, é possível
criar ações que venham a interagir com os compradores em cada uma delas.
Entretanto, é preciso considerar as melhores formas de se comunicar com as pessoas em cada um desses estágios.
Em algumas fases os usuários ainda estão considerando as opções de
solução para o problema, em outras ele está em busca de empresas que
oferecem a solução escolhida.
Usar discursos de vendas para consumidores que estão em fases
iniciais de pesquisa, pode assustá-los e dar ao seu negócio aquela
imagem de empresa que só quer vender a qualquer custo. Esse tipo de
abordagem fora de hora pode gerar uma experiência negativa com a marca.
Segundo um estudo da Hubspot, 93% das equipes de atendimento
concordam com a afirmação de que os clientes têm maiores expectativas em
relação à experiência com as marcas.
Logo, é fundamental adaptar a mensagem que será compartilhada em cada
etapa da jornada, para que este consumidor se interesse em ouvir o que
você tem a dizer – muitas vezes indo proativamente até os materiais
produzidos por sua empresa.
Use o mapa da jornada do cliente como um guia do caminho que o
consumidor irá percorrer e garanta que em cada etapa ele terá acesso a
uma experiência de valor com a sua empresa.
Com isso, você aumenta as chances do prospect escolher seus produtos e serviços como o pote de ouro do final do mapa.
Quais são as etapas da jornada do cliente?
Para mapear a jornada do cliente é preciso conhecer dois aspectos principais:
Quais são as fases da jornada de compra;
Quais as motivações dos clientes, que fazem com que eles avancem de um estágio para o outro.
Vamos começar apresentando quais são as etapas da jornada de compra do consumidor:
Aprendizado e descoberta;
Reconhecimento do problema;
Consideração da solução;
Decisão de compra.
Continue lendo e descubra o que significa cada uma delas e como aplicá-las na criação de um planejamento de marketing.
1. Aprendizado e descoberta
Quase autoexplicativo, o nome dessa etapa diz muito sobre ela.
Nessa fase, o cliente está descobrindo que tem um problema e que é preciso solucioná-lo.
Talvez ele nem saiba o que fazer para resolver a questão, logo está
pesquisando informações para compreender o quão grave é o problema que
ele está enfrentando e se existem soluções gratuitas para resolver a
questão.
Por exemplo, o gestor de um e-commerce de produtos eletrônicos
percebe que o lucro da empresa está abaixo do esperado para o período, e
começa a pesquisar quais são as possíveis causas desse problema.
Existem muitas respostas para isso, e talvez o problema que ele
esteja enfrentando realmente não possa ser solucionado pelo produto ou
serviço que você vende. Entretanto, pode ser que sim. Pode ser que a sua
oferta seja exatamente o que ele está precisando.
Por isso, é hora de produzir conteúdos que ajudem esse usuário a
começar a entender o que ele precisa saber sobre a necessidade que
possui.
Materiais gerais como listas dos principais desafios enfrentados por
donos de e-commerce e dicas de como aumentar o lucro da empresa são
relevantes nessa etapa.
Neste momento, dificilmente uma abordagem comercial clássica e direta
irá resultar em uma venda. Por isso, é hora de priorizar um primeiro
contato de qualidade.
Vale lembrar que é possível que esse consumidor nunca tenha ouvido
falar da sua empresa, então investir em estratégias de atração é uma boa
ideia. Entre as ações mais usadas estão:
Publicações em redes sociais;
Táticas de SEO para melhorar o ranqueamento das páginas do site da empresa no Google;
Anúncios pagos.
2. Reconhecimento do problema
Agora o consumidor entende o problema que precisa enfrentar e qual é o nível de preocupação necessária.
Usando o exemplo acima, o dono de e-commerce com baixo lucro já
percebeu que existe um problema no controle do fluxo de caixa da empresa
e que os gastos estão muito altos, superando as entradas financeiras.
Nesse caso, se a sua empresa vende um software de controle financeiro
para pequenos negócios, pode ser interessante criar conteúdos que
ajudem o cliente a identificar o tamanho do problema e as soluções que
ele tem disponível para saná-lo.
Uma sugestão para atrair esse usuário é publicar um post no blog que
aborde os principais desafios financeiros de empresas. Ou então criar um
quiz que, após coletar algumas respostas, apresentará como resultado um
diagnóstico da situação atual do negócio. Exemplos de resultados podem
definir a situação como: “emergencial”, “precisa de planejamento” ou
“está de vento em popa”.
Também é interessante mostrar dados de pesquisa que apresentem as consequências de não solucionar o problema rapidamente.
Outra ação que já pode (e deve!) ser posta em prática é a captura de leads, a partir do oferecimento de materiais ricos como:
Planilhas;
Ebooks;
Webinars;
Checklists;
Cursos;
Listas;
Relatórios.
3. Consideração da solução
Nessa etapa da jornada do cliente ele já sabe que vai precisar contratar uma solução para o problema que possui, mas qual?
Atenção, ele ainda não definiu o tipo de solução e pode estar entre
contratar uma consultoria, um colaborador interno ou um software, por
exemplo.
Mantendo o exemplo de mapa da jornada do cliente do dono do
e-commerce que começamos apresentando, você, como gestor da empresa que
vende o software financeiro, pode começar a usar estratégias mais
comerciais para mostrar os benefícios da sua solução.
Para isso, lembre-se de nutrir os leads que você já gerou usando, por exemplo, o e-mail marketing.
Aproveite para qualificar esses leads e começar a entender quais estão amadurecendo para a compra e quais não estão.
Segmentar essas etapas se torna muito mais eficiente quando você
conta com um software de automação de marketing, capaz de criar fluxo de
nutrição automatizado e pontuar os leads, indicando os que estão
prontos para converter e enviando-os para a equipe de vendas.
Uma estratégia utilizada para esse momento da jornada é usar gatilhos
mentais como o de urgência, mostrando para o seu cliente em potencial o
que pode acontecer se ele não solucionar a questão com a qual convive.
Já é possível compartilhar materiais como vídeos e tutoriais sobre
como o seu produto funciona. Uma boa opção é enviar casos de sucesso com
clientes reais. Isso mostra a efetividade da solução oferecida.
4. Decisão de compra
Ok, o lead decidiu contratar um software de controle financeiro. Mas,
será que a ferramenta que você vende é a melhor opção para ele?
Ao mapear a jornada do cliente você não quer morrer na praia, não é
mesmo? Perder um cliente para o concorrente depois de ter investido
tanto nele, é tudo o que você precisa evitar.
Na etapa da decisão de compra, o prospect já sabe que quer contratar
um tipo de serviço específico, no nosso exemplo, ele optou por comprar o
software financeiro.
Entretanto, ele começa a pesquisar por opções. É claro que depois de
manter o relacionamento com você até aqui, ele vai considerar a sua
empresa. Esse é, afinal, o principal motivo da sua empresa montar um
mapa da jornada do cliente tão detalhado. Mas, não se engane, é provável
que ele também tenha se relacionado com seus competidores.
Nessas horas, ter um software de automação de marketing integrado a
um CRM, pode fazer toda a diferença, porque seu lead qualificado vai
direto do marketing para o setor de vendas. O departamento comercial,
então, pode atuar entrando em contato direto com o prospect.
Atenção, porque é fundamental manter a qualidade da experiência do
cliente. Nada de vendedores chatos que ficam tentando empurrar uma
solução para o prospect.
Preferencialmente, crie um modelo de vendas consultivas, segmentadas e
personalizadas. Mostre ao lead que você conhece ele e as demandas que
apresenta.
Demonstre empatia e foque nos benefícios que a sua solução oferece e não apenas nos recursos.
Destaque suas vantagens, sem falar mal de ninguém. Continue usando
estudos de casos, depoimentos de clientes e resultados que vocês
alcançaram.
Como mapear a jornada do cliente?
Com essas dicas você aumenta as suas chances de converter um usuário que nunca tinha ouvido falar da sua empresa em um cliente.
É claro que para isso você precisa conhecer o perfil do seu cliente ideal detalhadamente.
Somente isso irá permitir que você conheça as necessidades de suas
personas e quais são as motivações que elas terão para passar de uma
etapa da jornada de compra para outra.
Lembre-se também de ter seu próprio conjunto de ferramentas para
desenhar a jornada do cliente, por exemplo, um quadro digital que
permite que você crie um mapa mental eficiente.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 100.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
Em recente artigo no Estadão, o economista Pedro
Malan chamou a atenção para um falso dilema presente na política
nacional, que vê o desenvolvimento social e econômico como fruto
exclusivo ou da atuação do Estado ou da sociedade. “Falso o dilema
porque é preciso tentar combinar o dinamismo de ambos, Estado e
sociedade”, escreveu Pedro Malan (Somos a matéria de que são feitos os sonhos, dia 8/10/2023).
No governo anterior, havia a ideia de que todos os grandes problemas
brasileiros eram decorrência da máquina estatal. O Estado seria o grande
obstáculo a ser removido. Tal percepção conduziu a muitos equívocos –
em primeiro lugar, a um desprezo pelo conhecimento do funcionamento do
Estado e dos desafios concretos a serem enfrentados. Prevaleceu uma
compreensão distorcida e rigorosamente equivocada de liberalismo, que
levou ao oposto do que essa concepção político-filosófica propugna. As
soluções dos problemas nacionais já não demandariam estudo,
planejamento, discussão e negociação. Não exigiriam conhecimento da
realidade. Bastaria “reduzir o tamanho do Estado” para que o País
deslanchasse rumo ao desenvolvimento social e econômico.
Nessa visão simplista e irreal das coisas, tudo o que representasse
diminuição da presença estatal na vida da sociedade seria, por si só,
positivo. Com isso, em vez de uma administração federal atenta aos
problemas concretos do País, buscando propor caminhos efetivos, o que se
teve foi um governo propagando ideias irrealizáveis – como a
privatização de todas as empresas estatais – ou simplesmente nefastas –
como o desmonte dos órgãos públicos de fiscalização. Afinal, se tudo o
que vem do Estado é equivocado e prejudicial, a própria lei deixa de
merecer respeito, para se tornar algo a ser burlado ou simplesmente
ignorado.
Exemplo paradigmático desse modo simplista e equivocado de lidar com
os problemas nacionais foi o descuido do governo Bolsonaro em relação à
educação pública, cujas redes representam mais de 80% do ensino ofertado
às crianças e adolescentes. A preocupação do governo estava concentrada
na defesa do homeschooling como a grande solução educativa, numa ignorância da própria realidade familiar brasileira.
Felizmente, esse modo binário de enxergar o País – a esfera privada
equivalente a positivo, e a pública, a negativo – foi rejeitado nas
urnas. A pandemia escancarou os efeitos nocivos de tal obtusidade na
administração pública. No entanto, paradoxalmente, o governo atual tem
se mostrado incapaz de perceber o equívoco dessa binariedade, como se
bastasse inverter os sinais – a esfera pública como sinônimo de virtude,
e a privada, de vício e ganância – para a retomada do crescimento
econômico e a redução das desigualdades sociais.
O presidente Lula tem insistido em discursos e movimentos
estatizantes, equiparando o aumento da participação estatal ao
desenvolvimento social e econômico. Também aqui o conhecimento da
realidade parece importar pouco. Não se busca verificar os efeitos de
cada medida sobre a população e a economia para, depois, avaliar e
definir quais seriam as políticas públicas mais adequadas. Tudo já
estaria devidamente carimbado, se favorável ou desfavorável ao interesse
público, a depender da relação com o Estado.
Ou seja, a mudança de governo parece não ter sido capaz de livrar o
País dessa paralisante disjuntiva, desse falso dilema. Segue enredado
numa compreensão irreal a respeito do Estado e da sociedade.
Superar essa visão reducionista, seja qual for a orientação
ideológica, é requisito para o desenvolvimento do País. Não há razão
para desprezar o dinamismo da sociedade. A promoção do interesse público
inclui o fomento de um ambiente de liberdade, no qual, respeitando os
limites da lei, os diversos interesses privados possam ser cultivados.
Por sua vez, não existe desenvolvimento sem um Estado eficiente, seja
para estabelecer e fazer cumprir as regras do jogo, seja para reduzir as
desigualdades e cuidar dos mais vulneráveis. O antagonismo entre
público e privado faz mal a todos.
Há cinco séculos a América Latina fornece comida, combustíveis e metais ao mundo. Em entrevista ao Financial Times,
o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Ilan Goldfajn,
adverte que a demanda crescente do século 21 por comida, energia verde e
minerais críticos oferece uma “tripla oportunidade”. Mas uma questão
permanece: por que numa região tão rica em recursos o povo é tão pobre?
Se essa questão não for enfrentada, tais oportunidades estão fadadas a
ser desperdiçadas – de novo.
Até 2050, a população mundial crescerá de 8 bilhões para quase 10
bilhões. Com vastas terras ,agricultáveis e uma população relativamente
pequena, a América Latina é a maior exportadora de comida do mundo.
Também fornece um terço do cobre e metade da prata e contém 60% das
reservas de lítio, além de grafite, estanho e níquel, materiais cruciais
para as energias limpas. Mais próximos à superfície, eles são mais
facilmente extraíveis do que em outros lugares, e, numa região farta em
sol, vento e água, podem ser processados com energia renovável e barata.
O boom dos anos 2000 foi puxado pela industrialização da
China, que se desacelerou nos anos 2010. Já a transição energética é
global, incontornável e duradoura. Rivalidades geopolíticas levam países
ricos a realocar cadeias de fornecimento a regiões próximas e
amistosas. A América Latina é pacífica e neutra e, entre as regiões com
países em desenvolvimento, tem as democracias mais robustas.
As condições estão aí, mas também as mazelas que dissiparam
oportunidades como essas no passado. Desde a era colonial, a região
experimenta ciclos de crescimento sem desenvolvimento. Elites
latifundiárias semifeudais expandiram sua produção à custa da
expropriação de terras dos nativos e da exploração de seu trabalho e o
de africanos, calcificando uma sociedade desigual e repleta de
desincentivos à produtividade e à inovação. O melhor das monoculturas
era exportado e tudo o mais era importado.
No século 20, buscou-se reverter essa relação de dependência com
barreiras protecionistas e subsídios à indústria. Mas isso perpetuou um
setor pouco competitivo e dependente do Estado. As relações corruptas
entre os donos do poder e os do dinheiro se tornaram endêmicas, a
desigualdade aumentou e, ironicamente, a dependência das commodities
também.
Hoje, em termos de barreiras comerciais, a América Latina é a segunda
região menos acessível do mundo, depois da África. A educação é
deficitária. A região investe 0,6% do PIB em pesquisa e desenvolvimento,
menos de um quarto da média da OCDE. A infraestrutura é precária. E há
sempre um demagogo pronto a esbanjar o dinheiro do boom de
commodities da vez bombeando os lucros das oligarquias e o consumo das
classes baixas, sem qualificar a oferta e as condições de crescimento
sustentável. As “décadas perdidas” se acumulam.
À “tripla oportunidade”, Goldfajn opõe um “triplo desafio”: governos
sem dinheiro, populações sedentas de serviços públicos e baixo
crescimento. Para capitalizar as oportunidades, os governos precisam
gerar espaço fiscal, reduzindo os custos e a ineficiência da máquina
pública, e sanear o manicômio tributário e regulatório que afugenta
investidores. Os protecionismos e privilégios precisam cair, ainda que
gradualmente, promovendo uma “destruição criativa” na indústria.
O dinheiro das commodities precisa ser investido na diversificação
das exportações e na agregação de valor (por exemplo, incentivando
fábricas de baterias com os metais extraídos), mas também em educação,
para qualificar a mão de obra, e infraestrutura, para baratear custos,
além de serviços públicos para reduzir inquietações sociais que convidam
a aventuras populistas. De resto, se a mineração é essencial para
impulsionar energias verdes e reduzir impactos climáticos, ela comporta
impactos em biomas e comunidades. Mitigá-los é crucial para que o
desenvolvimento prometido pelas commodities seja sustentável.
Mais do que uma década, esse desenvolvimento é uma promessa de um
século. Mas se a América Latina não aprender com a história, estará
condenada a um “século perdido”.
O ex-juiz da operação Lava Jato, senador Sergio Moro (União Brasil-PR), afirmou neste domingo (15.out.2023) que a “crise” por conta da guerra entre Israel e Hamas serve só para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “exercitar a sua megalomania diplomática”.
Em publicação em seu perfil no X (antigo Twitter), Moro disse que o Brasil “não tem relevância internacional suficiente para fazer qualquer diferença na guerra no Oriente Médio”.
O senador também afirmou que o cenário mostra “o quanto a ideologia comprometeu a capacidade de parte da política brasileira de condenar atos terroristas“.
O presidente brasileiro tem sido criticado por
políticos da oposição por seu posicionamento em relação à guerra em
Israel, em especial por não se referir ao Hamas como uma organização “terrorista”.
No sábado (7.out), Lula repudiou os “ataques terroristas” do
Hamas contra Israel, mas relativizou a ação do grupo ao escrever sua
mensagem em tom adversativo e defender ser necessário trabalhar por um “Estado Palestino economicamente viável” e “dentro de fronteiras seguras”.
Apenas em 11 de outubro, 4 dias depois do início do conflito, Lula citou o Hamas ao mencionar o sequestro de mais de 100 pessoas desde sábado. “É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias”, escreveu nas redes sociais.
O Brasil enviou texto
propositivo sobre o conflito entre Israel e o Hamas para os outros 14
países integrantes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das
Nações Unidas).
No sábado (14.out), Lula conversou por
telefone com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi e pediu pediu
ajuda ao governo egípcio na operação de retirada de quase 30
brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Também falou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, sobre a saída dos brasileiros de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel divulgaram neste domingo (15.out.2023) a
gravação de uma suposta ligação telefônica em que um morador da Faixa
de Gaza diz a um oficial israelense que o Hamas está impedindo os civis
de se deslocarem em direção à região sul da Faixa de Gaza.
Segundo o morador, integrantes do grupo extremista têm confiscado
documentos de identificação e chaves de carros. A gravação foi
compartilhada pelas Forças de Defesa de Israel em seu perfil no X (ex-Twitter).
“Eles estão impedindo as pessoas de saírem”, diz o morador no áudio. Ao ser questionado se o Hamas era o responsável pelo bloqueio, o homem responde que “sim”.
Israel já havia compartilhado imagens de satélite no último sábado
(14.out) que mostravam o suposto bloqueio do Hamas. Moradores da Faixa
de Gaza foram orientados a se direcionarem ao sul da região por questões
de segurança.
“Isso é real. O Hamas está impedindo à força que os seus civis se mudem para o sul de Gaza para sua própria segurança”, disse as Forças de Defesa de Israel no X.
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O presidente da Autoridade
Palestina, Mahmoud Abbas, disse neste domingo (15) que o grupo
extremista Hamas não representa o povo palestino. No último dia 7, o
grupo realizou um ataque terrorista a Israel, que passou a bombardear a
Faixa de Gaza.
Segundo ele, a OLP (Organização para Libertação da Palestina) é “a
única representante do povo palestino, e não as políticas de qualquer
outra organização”, conforme a agência de notícias oficial palestina
Wafa.
Abbas falou por telefone neste domingo com o presidente da Venezuela,
Nicolás Maduro. Na conversa, reiterou suas posições a favor da causa
palestina e do direito a um Estado Palestino, com a Jerusalém Oriental
como capital.
O líder palestino “afirmou sua rejeição à morte de civis por ambos os
lados e pediu a libertação de todos os civis, prisioneiros e detentos
dos dois lados”, conforme o relato da Wafa.
Maduro, na conversa, se comprometeu a enviar ajuda humanitária à
Faixa de Gaza e disse apoiar a causa da liberdade do povo palestino,
ainda segundo a Wafa.
Abbas afirmou ainda a necessidade do fim da “guerra de agressão” de
Israel “contra o povo palestino” e pediu a criação de corredores
humanitários e o envio de suprimentos, remédios, água e eletricidade a
Gaza.
Disse ainda que o deslocamento dos palestinos do norte para o sul de
Gaza deve ser interrompido, sob pena de “se transformar numa nova Nakba
para o nosso povo”.
Nakba é “catástrofe” em árabe. É como ficou conhecido o êxodo
palestino que se seguiu à guerra árabe-israelense de 1948, logo depois
da declaração de independência de Israel. Segundo informações da ONU
(Organização das Nações Unidas), cerca de 71 mil palestinos foram
expulsos de suas terras depois do conflito. O episódio marcou o início
dos problemas dos refugiados palestinos.
MORTOS NA GUERRA ENTRE ISRAEL E HAMAS
O conflito entre Israel e Hamas já deixou mais de 4 mil mortos,
segundo as informações oficiais divulgadas por autoridades dos dois
lados.
O número de mortos em Gaza não para de subir com os bombardeios
israelenses. O Ministério da Saúde da Palestina fala em 2.670 mortos até
a manhã deste domingo.
Israel contabiliza mais de 1.400 mortos nos ataques terroristas do
Hamas da semana passada. Pelo menos 126 pessoas foram feitas reféns pelo
Hamas, mas este número pode ser maior.
Além desses mortos, Israel afirmou ter encontrado 1.500 corpos de membros do Hamas em seu território na última terça-feira (10).
O Ministério dos Transportes tem
voltado seus esforços para a preparação de um arcabouço regulatório
capaz de atrair investimentos para projetos de ferrovias. Com taxas de
juros mais baixas, entram na mira o capital estrangeiro de países
interessados em empreendimentos brasileiros, como a Arábia Saudita.
Em entrevista à CNN, o secretário-executivo do
ministério, George Santoro, indicou a atração deste capital como
“fundamental” para alavancar os projetos que vão compor o pipeline da pasta neste mandato.
“Temos uma necessidade de capital muito grande para alavancar estes
projetos. O financiamento no Brasil, mesmo com o BNDES, tem taxas de
juros bastante altas em relação à taxa de retorno dos projetos”,
disse.Secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro
/ Foto: Vosmar Rosa/MT
“Se a gente consegue atrair capital de um fundo soberano como o da
Arábia Saudita — tivemos essa conversa durante a visita da comitiva
saudita ao Brasil —, acessamos um capital com taxa muito menor, que
permite maior retorno ao projeto. Com isso, a gente alavanca projetos
que não conseguiria só com os recursos brasileiros”, aponta.
Durante a visita da comitiva saudita ao Brasil, em julho, o ministro
Renan Filho afirmou que conta com capital do país para seu plano de
dobrar a participação das ferrovias nas exportações brasileiras. Além do
fundo soberano, o Ministério dos Transportes também espera a entrada de
investimentos privados.
George Santoro indicou que a pasta pretende apresentar na COP28, que acontece em Dubai entre novembro e dezembro, seu pipeline de
projetos. “Nossa ideia é conversar com fundos de todo o Oriente Médio. O
evento preza pelas questões climáticas, e vamos apresentar uma carteira
de projetos que atende a isso”, disse.
Internamente, o governo trabalha para propiciar um ambiente atrativo
para estes investidores estrangeiros. O Ministério dos Transportes tenta
finalizar trâmites regulatórios e voltados à sustentabilidade antes de
apresentar seu plano para as ferrovias do país.
Ambiente regulatório
Segundo o secretário, há atualmente dois “grandes problemas” de
natureza regulatória no Brasil. O primeiro deles diz respeito aos
trechos hoje ociosos a serem devolvidos. Ele explica que esses segmentos
são “verdadeiros passivos” para as concessionárias. A falta de
resoluções à questão “contamina” o ambiente, indica.
Santoro aponta que há no Brasil hoje cerca de 20 mil quilômetros de
ferrovias a serem devolvidas pelos atuais concessionários. Em mais de 35
anos de concessões, houve poucas devoluções por entraves regulatórios. O
governo estuda um programa para regularizar essa situação.
“Essas ferrovias, que hoje não interessam à grande concessionária,
podem gerar novos projetos. Por vezes, a operadora não tem interesse em
desenvolver uma linha de volume de menor movimento econômico. Mas a
gente acha que algumas dessas linhas a serem devolvidas podem se tornar
shortlines com eficiência econômica”, explica.
Também está no radar as normas para autorizações de ferrovias, que —
de acordo com o secretário — podem acarretar insegurança jurídica e
inviabilizar outros projetos. Ele alerta que, por vezes, autorizações
acabam concorrendo com concessões.
“Como vou lançar a Leste-Oeste se tenho três ou quatro autorizações
no mesmo trecho, em paralelo? Qual a segurança que vou passar para um
investidor entrar na concessão se eu autorizei no mesmo trecho uma,
duas, três ferrovias para ir ao mesmo porto? Como garanto a carga que
projetada no projeto de concessão?”, questiona.
“A lei da autorização é muito boa pela livre iniciativa, mas a gente
precisa dar clareza de que ferrovias estruturantes não podem ser objetos
de autorização porque essas ferrovias são fundamentais para a
estratégia de desenvolvimento do país e exigem um volume de capital
muito grande”, completa.
O número 2 dos Transportes indica ainda que atores utilizam-se de
“artifícios” para emendar autorizações dentro de um mesmo projeto, de
mesmo dono.
“Ninguém analisou que havia autorizações para projetos que concorrem
com projetos que estavam sendo modelados dentro do próprio ministério.
Assim você desmoraliza o projeto e o Brasil diante do investidor”,
completa.
Meio ambiente
Para além da questão regulatória, o secretário indica que os
investidores estrangeiros buscam hoje projetos que obedeçam a
“princípios de sustentabilidade”. Ele indica que o ministério criou uma
área específica para atuar com esta temática e construir diálogo com a
área ambiental e povos originários.
“O investidor estrangeiro em hipótese alguma entra num projeto em que
há algum risco para as comunidades originárias ou que afete o ambiental
de maneira importante”.George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes
De acordo com o secretário, é inevitável que determinados projetos
precisem de compensação ambiental e social. Santoro indica que a pasta
vem tentando firmar uma parceira com a ONU Habitat para endereçar essas
questões.
“Para atrair um fundo soberano, cheio de regras de compliance, ou
algum fundo de previdência, com várias regras de sustentabilidade,
preciso ter clareza de que minha política pública vai respeitar estes
princípios. Não consigo lançar o edital sem deixar claro que aquele
projeto seguiu trâmites legais e de sustentabilidade. Este capital tem
muita preocupação com o risco de imagem com a alocação destes recursos”,
indica.