sexta-feira, 13 de outubro de 2023

ISRAEL QUER DESTRUIR GAZA E O HAMAS

 

História por Por Henriette Chacar e Nidal al-Mughrabi e Ilan Rozenberg • Reuters

Um palestino caminha pelos destroços de uma casa destruída em ataques israelenses no meio do conflito com Israel em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 12 de outubro de 2023. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa.© Thomson Reuters

Por Henriette Chacar e Nidal al-Mughrabi e Ilan Rozenberg

JERUSALÉM/GAZA/ASHKELON (Reuters) – Israel disse nesta quinta-feira que não haverá exceções humanitárias ao seu cerco à Faixa de Gaza até que todos os seus reféns sejam libertados, após a Cruz Vermelha ter pedido que fosse permitida a entrada de combustível para evitar que hospitais sobrecarregados “se transformem em necrotérios”.

Israel prometeu aniquilar o movimento Hamas, que governa a Faixa de Gaza, em retribuição ao ataque mais mortal contra civis judeus desde o Holocausto, quando centenas de homens armados atravessaram a barreira e invadiram cidades israelenses no sábado.

A emissora pública Kan disse que o número de mortos israelenses havia aumentado para mais de 1.300 desde sábado. A maioria era de civis mortos a tiros em suas casas, nas ruas ou em uma festa de dança. Muitos reféns israelenses e estrangeiros foram levados de volta para Gaza; Israel diz ter identificado 97 deles.

A escala total dos assassinatos veio à tona nos últimos dias, depois que as forças israelenses retomaram o controle das cidades e encontraram casas repletas de corpos. Eles dizem ter encontrado mulheres que foram estupradas e mortas, e crianças que foram baleadas e queimadas.

Até agora, Israel respondeu colocando Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, sob cerco total e lançando, de longe, a mais poderosa campanha de bombardeio nos 75 anos de história do conflito israelense-palestino, destruindo bairros inteiros.

As autoridades de Gaza afirmam que mais de 1.200 pessoas foram mortas e mais de 5.000 ficaram feridas nos bombardeios. A única estação de energia elétrica foi desligada e os hospitais estão ficando sem combustível para os geradores de emergência.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que o combustível que alimenta os geradores de emergência nos hospitais pode acabar em poucas horas.

“A miséria humana causada por essa escalada é abominável, e eu imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis”, disse o diretor regional do CICV, Fabrizio Carboni, em um comunicado na quinta-feira.

“À medida que Gaza perde energia, os hospitais perdem energia, colocando em risco os recém-nascidos em incubadoras e os pacientes idosos que precisam de oxigênio. A diálise renal é interrompida e os raios X não podem ser feitos. Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformar em necrotérios.”

O ministro israelense da Energia, Israel Katz, disse que não haverá exceções ao cerco sem a liberdade dos reféns israelenses.

“Ajuda humanitária para Gaza? Nenhum interruptor elétrico será levantado, nenhum hidrante será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses voltem para casa. Humanitário por humanitário. E ninguém deve nos dar lições de moral”, publicou Katz na plataforma de rede social X.

(Reportagens de Maayan Lubell e Emily Rose em Jerusalém, Nidal al-Mughrabi em Gaza, Emma Farge em Genebra, Jeff Mason em Washington e redações da Reuters; Redação de Peter Graff)

PUTIN FAZ SUA PRIMEIRA VIAGEM INTERNACIONAL

História por PODER360 • Poder360

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou nesta 5ª feira (12.out.2023) em Bishkek, no Quirguistão. Essa é a 1ª viagem internacional do líder russo desde que o TPI (Tribunal Penal Internacional) emitiu em março mandado de prisão contra ele por suposto crime de guerra no conflito com a Ucrânia.

No país, Putin teve uma reunião bilateral com o presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov, na residência oficial de Ala-Archa. Os 2 também participaram do 20º aniversário da base aérea militar russa em Kant, no norte do Quirguistão. As informações são da agência de notícias russa Tass.

Putin afirmou que a Rússia continuará fornecendo armamento moderno para o Quirguistão. “Da minha parte, gostaria de oferecer garantias de que a liderança russa continuará a prestar muita atenção às questões de fornecer à base aérea tipos avançados de armas, tecnologia e equipamentos modernos”, disse. As informações são da Sputnik.

Segundo o presidente do Quirguistão, os 2 países assinaram lei que o acordo com a Rússia para estabelecer um sistema conjunto de defesa aérea. O líder russo ainda anunciou que o país enviará 1,2 milhão de toneladas métricas de combustível ao Quirguistão até o final de 2023.

Na 6ª feira (13.out), Putin participará da cúpula anual da Comunidade dos Estados Independentes (CIS, na sigla em inglês). Depois, o presidente da Rússia deve ir para o Fórum Internacional da Iniciativa do Cinturão e Rota. O evento será realizado em Pequim, na China, de 17 a 18 de outubro. O presidente chinês, Xi Jinping, também estará presente.

MANDADO DE PRISÃO CONTRA PUTIN

Em março, o TPI emitiu mandados de prisão contra Putin e também contra Maria Alekseyevna Lvova-Belova, comissária dos Direitos da Criança no Gabinete Presidencial russo, por suposto crime de guerra de deportação ilegal de crianças e transferência ilegal de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia.

De acordo com a organização, os crimes teriam sido cometidos desde o início do conflito, em 24 de fevereiro de 2022. “Existem motivos razoáveis ​​para acreditar que [Putin e Lvova-Belova] cometeram os atos diretamente, juntamente a outros e/ou por meio de outros”, afirmou a Corte.

Putin também é acusado por “falha em exercer controle adequado sobre subordinados civis e militares que cometeram os atos”, além de permitir que comissões ou subordinados fossem persuadidos a responsabilidade superior.

Os mandados permanecerão em sigilo para proteger vítimas e testemunhas, além de evitar comprometer a investigação. A decisão da ICC é baseada no Estatuto de Roma, em vigor desde 1998 e assinado por 123 países, incluindo o Brasil. Eis a íntegra do documento, em inglês (PDF – 385 KB).

Neste ano, Putin deixou de ir a reuniões internacionais por causa do risco de ser preso. Em julho, a África do Sul confirmou que o presidente russo não compareceria à cúpula do Brics por correr o risco de ser preso pelo Tribunal Penal Internacional. Foi a 1ª vez em que ele não participou da reunião do grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Em entrevista ao canal indiano Firstpost em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Putin não seria preso se viesse ao Brasil para participar da próxima cúpula do G20, que será realizada no Rio de Janeiro em novembro de 2024. O Brasil poderia ser punido pelo TPI ou pela ONU (Organização das Nações Unidas) pela decisão.

Segundo o presidente, as outras nações não desrespeitariam o Brasil. “A gente gosta de tratar as pessoas bem. Então, eu acho que o Putin pode ir tranquilamente ao Brasil […] Eu posso lhe dizer que eu sou o presidente do Brasil. Se ele vier para o Brasil, não há por que ele ser preso”, disse.

 

BOLSONARO DEFENDE CONDENADOS DE 8/1

 

História por Redação • Jornal Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou das decisões que condenaram alguns de seus apoiadores pelos atos golpistas de 8 de janeiro, afirmou esperar que eles estejam livres rapidamente, e disse que se continuasse como presidente da República essas prisões não teriam acontecido. As declarações foram dadas nesta quinta-feira, 12, em ato em defesa da vida em Chapecó, Santa Catarina.

Bolsonaro começou a falar do tema ao tratar do caso de uma apoiadora que o recebeu no local usando tornozeleira eletrônica, medida restritiva alternativa à prisão aplicada à maioria dos investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Jair Bolsonaro reclamou do julgamento dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e afirmou que espera que eles fiquem livres das penas logo Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO© Fornecido por Estadão

“Me cortou o coração quando uma senhora de 40 e poucos anos me mostrou o seu tornozelo. Uma tornozeleira eletrônica. Algo que realmente nos choca. Pela violência, pela maldade como trataram essas pessoas”, afirmou.

O ex-presidente disse que “alguns erraram ao invadir prédios públicos”, mas completou que “as penas estão longe do que foi apresentado” contra eles.

“Nós devemos, se queremos viver democracia, respeitar a lei, respeitar o devido processo legal, individualizar a conduta de cada um e não no atacado. Ao querer fazer Justiça cometer uma grande injustiça com nosso país”, afirmou.

Ex-presidente diz que se estivesse no cargo ainda não deixaria que isso acontecesse

O ex-presidente ainda disse que, se estivesse no cargo “isso não teria acontecido”. Em razão da separação dos Poderes no Brasil, porém, o julgamento e a condenação dos réus cabe ao Judiciário e não ao Executivo.

“(Queria) dizer a vocês que se eu continuasse na Presidência podem ter certeza que isso tudo não teria acontecido”. afirmou Bolsonaro, completando que espera que “isso seja desfeito brevemente e que essas pessoas estejam livres da tornozeleira, bem como as que foram condenadas até 17 anos de cadeia fiquem livres dessa pena também”.

Ao falar sobre as condenações a penas pesadas pelo STF, Jair Bolsonaro disse ainda, em Chapecó, que se fosse presidente “isso tudo não teria acontecido” Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO© Fornecido por Estadão

No evento, que também contou com a presença do governador Jorginho Mello, Bolsonaro prestou solidariedade à população de Santa Catarina que enfrenta a tragédia das chuvas, assim como a Israel, em razão dos ataques terroristas do Hamas.

Julgamentos começaram em setembro e prosseguem no STF

O STF começou em setembro a julgar os primeiros réus dos ataques do dia 8 de janeiro. Os primeiros três condenados foram Matheus Lima de Carvalho Lázaro, Aécio Lúcio Costa Pereira e Thiago de Assis Mathar. Os dois primeiros pegaram 17 anos de prisão, enquanto o último foi sentenciado a 14 anos. Esses casos foram decididos no plenário físico da Corte. Entre os crimes a eles imputados estão associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com o uso de substância inflamável, e deterioração de patrimônio tombado.

Além deles, outros três acusados foram condenados em julgamento no plenário virtual, a penas que variam de 12 a 17 anos de prisão. Outros dois julgamentos, com maioria pela condenação, foram suspensos e enviados ao plenário físico, após destaque apresentado pelo ministro André Mendonça. Atualmente, mais seis casos estão sendo analisados pela Corte.

A maioria dos denunciados por participação no 8 de janeiro podem fechar acordo de não persecução com Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a PGR, 1.125 denunciados têm direito ao acordo. Para isso, precisam confessar os crimes e se comprometer com o pagamento de multas, além de prestar serviços à comunidade, deixar de usar redes sociais e ainda participar de um curso sobre democracia. Com isso, seus processos ficariam suspensos.

FMI VAI MUDAR A COTA DO BRASIL DIZ HADDAD

 

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

Brasília (DF) 30/03/2023 Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Planejamento, Simone Tebet, durante coletiva sobre a nova regra fiscal. Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (12) que a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, manifestou a intenção de apresentar um cronograma para a revisão das cotas com que cada país emergente, incluindo o Brasil, contribui para o fundo.

“Ela [Georgieva] disse querer apresentar uma nova fórmula para realinhamento e nos convidou a pensar sobre esta possibilidade”, declarou o ministro a jornalistas após se reunir com a diretora-geral do fundo, em Marrakech, no Marrocos.

A discussão em torno da revisão das cotas dos países-membros é um dos itens da pauta da reunião anual do FMI, evento que acontece até o próximo sábado (14) no Marrocos, e que motivou a viagem do ministro Fernando Haddad. Mais cedo, a própria diretora-geral do fundo já tinha dito a jornalistas que acompanham o evento que, durante o encontro, espera “avançar nas discussões sobre o aumento dos recursos da cota permanente do FMI com o objetivo de chegar a um acordo até o final deste ano”.

“Só o fato de ela, pela primeira vez, ter aberto a possibilidade de apresentar um cronograma rígido, que não vai mais ser adiado, já é algo positivo”, comemorou Haddad ao fim da reunião bilateral com Georgieva, manifestando a posição brasileira.

“O Brasil tem uma posição histórica quanto ao princípio da proporcionalidade [entre os países-membros], [princípio] que está entre os fundamentos de criação do fundo. Eu disse que questões conjunturais não deveriam [afetar tal premissa], pois quando você rompe com um princípio que está entre as razões de ser da própria instituição, este organismo vai perder legitimidade e apoio no médio e longo prazo”, comentou Haddad.

O FMI classifica as contribuições dos países-membros como “o alicerce da estrutura financeira e de governança” da organização, criada em 1944 por 29 nações, entre elas o Brasil, para zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional. A cota com que cada país contribui leva em conta a posição que cada nação ocupa entre as economias nacionais e determina o poder de voto nas decisões do fundo.

As cotas são revistas a pelo menos a cada cinco anos, pelo Conselho de Governadores do FMI, considerando as necessidades financeiras do fundo e a capacidade de cada país-membro suportá-la. O último processo de reformas nas cotas foi concluído em 2010 e entrou em vigor em 2016 e, de acordo com o fundo, “refletiu o papel crescente dos mercados emergentes dinâmicos e dos países em desenvolvimento”. Em 2020, um novo ciclo de revisão geral terminou sem que as cotas fossem alteradas. Em curso, a 16ª Revisão Geral das Cotas tem previsão para ser concluída até dezembro próximo.

Empréstimos 

Ainda segundo o ministro, a diretora-geral do FMI também solicitou que o Brasil faça novos aportes ao Fundo para Redução da Pobreza e Crescimento (PRGT), cujos recursos financiam empréstimos sem juros que a organização faz a países pobres.

“Ela está pedindo a todos os países-membros fazerem novos aportes em virtude da crise da dívida dos países pobres e do aumento das taxas de juros”, revelou Haddad, garantindo que Georgieva não mencionou valores específicos.

De fato, mais cedo, Georgieva já tinha contado aos jornalistas que acompanham a reunião anual do FMI que se reuniu ontem (11) com países-membros do fundo a fim de ver “o quanto mais é possível ampliar a família de contribuintes do PRGT”. Segundo ela, dos atuais 190 países-membros, 40 contribuem com recursos financeiros para o Fundo para a Redução da Pobreza e Crescimento, “unindo-se em benefício dos mais vulneráveis em nossa economia global”.

O post Cota do Brasil no FMI pode ser revista, diz Haddad apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

GOVERNO LULA NÃO COMPARECEU NAS CELEBRAÇÕES EM APARECIDA

História por ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ausência do primeiro escalão do governo Lula (PT) no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida nesta quinta-feira (12), feriado dedicado a uma das imagens mais veneradas pelo catolicismo brasileiro, é reveladora de como o petismo ainda tateia na relação com as bases religiosas do país.

Recuperando-se de cirurgias no quadril e nas pálpebras, e com recomendação médica para não viajar, a falta do presidente já era esperada. Mas ele também não foi à festa em Aparecida (SP) nos seus dois primeiros mandatos.

Em 2006, por exemplo, um Lula de olho na reeleição ocupou seu 12 de outubro com um encontro com reitores de universidades federais e um comício em Goiás. Enquanto isso, seu principal adversário naquele pleito, de conhecida fé católica, rezava em Aparecida com a esposa.

Cambalhotas da história trataram de posicionar Geraldo Alckmin (PSB) como atual vice-presidente do ex-rival. O ex-tucano, figurinha fácil na basílica dedicada à santa, neste ano não foi à cidade. Teve agenda em São Paulo na véspera, mas fez bate-volta para Brasília.

Segundo sua assessoria, Alckmin tem compromisso nesta sexta (13) e “infelizmente não conseguiu conciliar as agendas”. Programou-se para ir com a família a uma missa na Esplanada dos Ministérios.

O Palácio do Planalto avisou à Folha que não comentaria por que não enviou à celebração ninguém de grande porte em nome do presidente. De acordo com o santuário, apenas André Ceciliano, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio e hoje secretário especial de Assuntos Federativos da Presidência, representou o governo federal.

Quem passou por lá foi o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, em confronto acirrado com Bolsonaro, Lula decidiu que seria melhor não ir a Aparecida e optou por um ato no carioca Complexo do Alemão. É verdade que aquela agenda lhe causou alguma dor de cabeça eleitoral: bolsonaristas usaram uma imagem dele com um boné do “CPX”, sigla para “complexo”, e forjaram a fake news de que a abreviação seria de “cupincha”, suposta alusão a facções criminosas.

Mas a campanha petista ao menos teve a satisfação de ver Bolsonaro viver um dia desastroso em Aparecida. Dom Orlando Brandes, o arcebispo local, já tinha irritado bolsonaristas ao afirmar em homilia que era preciso “vencer os dragões do ódio e da mentira”. Para piorar, apoiadores do então presidente fizeram arruaça no entorno da basílica, xingando jornalistas, bebendo álcool e vaiando um padre que, após a passagem de Bolsonaro, disse não ser aquele o dia ideal para pedir voto, e sim bênção.

Se na ocasião a equipe de Lula achou que ele ganhou pontos ao não comparecer, sua praxe de pular grandes eventos religiosos é vista com ressalvas mesmo dentro do PT. O eleitorado de um país onde 9 em cada 10 pessoas dizem acreditar em Deus valoriza a fé de seus políticos.

A relevância do fator religioso só fez crescer desde que Lula encerrou seu segundo mandato, em 2010. Prestar contas a esse eleitor se firmou como pedágio político. O petista, por exemplo, nunca havia se preocupado em justificar a ausência na Marcha para Jesus, ponto alto do calendário evangélico nacional.

Mudou de ideia neste ano: enviou uma carta ao idealizador da caminhada, apóstolo Estevam Hernandes, alinhado a Bolsonaro em 2022, e ainda despachou o advogado-geral da União para representá-lo. Jorge Messias foi aplaudido ao falar da fé evangélica e vaiado ao se apresentar como emissário do chefe.

Esse outro segmento cristão, que vem crescendo na população a ponto de ameaçar a maioria católica, é um calombo eleitoral no qual parte da esquerda agora tenta trabalhar.

Mas pesquisadores da religião alertam que não dá para descuidar da base católica. A pergunta é: de qual catolicismo estamos falando? Para Emanuel Freitas, professor de teoria política da Universidade Estadual do Ceará, ainda que essa seja a crença declarada de metade do povo, ela é mais frouxa para gerar engajamento comunitário do que a evangélica.

“O [bloco católico] que reproduz melhor o ethos evangélico é aquele em que Lula é mais fraco, como os tradicionalistas e carismáticos”, diz.

São uma minoria barulhenta e com capilaridade nas redes sociais. Caso da Canção Nova, movimento carismático que tem pontos de confluência com o pentecostalismo. Vide a oratória mais energizada de seus padres e a inclinação política —seus membros são mais simpáticos ao bolsonarismo do que a média católica.

É nesse ecossistema conservador que fluem notícias como a do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), dizendo que o Círio de Nazaré, popular festa católica, não é mais da Igreja, e sim do povo. Estava ao lado do casal Lula e Janja, em 2022. A defesa de um caráter universal da Nossa Senhora de Nazaré acabou circulando como um vilipêndio à fé católica.

Há espaço ainda para fake news sobre a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), vista por setores mais à direita como aderente ao ideário comunista. Até o papa Francisco é alvo de fúria, seja pela carta que mandou a Lula em 2019, pedindo que não desanimasse (ele ainda estava preso por condenação na Lava Jato), ou por falas rotuladas de progressistas, como as de tom ambientalista.

Bolsonaro foi mais bem-sucedido com seu entrosamento religioso, segundo Freitas. “Como passou quatro anos indo às igrejas, quando chegou na eleição, não podiam acusá-lo de fariseu, de alguém que usa a religião de modo eleitoreiro, embora seja isso.”

Lula é católico e, no passado sindical, aproximou-se de figuras da proa progressista da Igreja, como dom Cláudio Hummes, que apoiou as greves do ABC na ditadura. Frei Betto estava na casa do sindicalista quando o regime militar o prendeu, em 1980.

O PT nasce nos anos 1980 com grande influência dessas alas católicas. Hoje, contudo, “você tem uma igreja cindida”, e uma pulsante “ojeriza à esquerda” ganha força nos anos 2010, afirma o docente da UECE.

Para o antropólogo Rodrigo Toniol, que dá aulas na UFRJ, “a relação do catolicismo com PT foi diminuindo” na medida em que parcelas mais progressistas da Igreja perdiam espaço.

Ser católico nunca demandou ser praticante, e isso pode influenciar nas urnas, afirma.

“Há uma diferença com evangélicos na maneira de produzir comunidade. Católicos nunca dependeram de ir à igreja para construir sua identidade. Claro que isso tem efeitos diferentes na hora de conseguir ou não orientar votos. Essa comunidade que assiduamente frequenta cultos pode construir seu imaginário político com frequência maior.”

Mas as disputas internas no catolicismo podem bagunçar esse jogo. Abster-se de Aparecida não chega a virar um fato político para Lula, não um de relevo. Toniol avalia, porém, que “certamente ele vai ter que contornar isso nos próximos anos”.

 

IGREJA CRITICA O ABORTO E O DESMATAMENTO

História por FÁBIO PESCARINI • Folha de S. Paulo

APARECIDA, SP (FOLHAPRESS) – O arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, criticou o aborto e o desmatamento durante missa na manhã desta quinta-feira (12) em Aparecida (a 180 km de SP).

O discurso foi feito durante a missa solene, a principal entre as sete programadas no Santuário Nacional em homenagem ao Dia de Nossa Senhora, comemorado nesta quinta.

“Nossa Senhora Aparecida é a senhora da vida. Por isso, hoje nós dizemos sim à vida, não ao aborto, sim à vida”, pregou em sua homilia. Neste momento, o arcebispo foi aplaudido pelos fiéis que lotaram a basílica.

Entre as autoridades na missa estava o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que acompanhou a celebração ao lado da primeira-dama, Cristiane Freitas, do secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab, e do prefeito de Aparecida, Luiz Carlos Siqueira (Podemos). Todos saíram pouco antes do fim da missa.

Na sequência, após pregar contra o aborto, dom Orlando pediu “não ao desmatamento, à depredação da mãe terra”.

A homilia da missa solene teve vocação como tema principal e foi aí que o religioso inclui sua crítica ao aborto. “A vocação à vida é a primeira das vocações”, afirmou em uma rápida entrevista coletiva após a missa.

Dom Orlando também falou várias vezes sobre justiça durante seu discurso.

“Não há santidade sem o primeiro degrau da escada, que é exatamente a justiça, salvar a vida, os direitos humanos, a dignidade humana desde a concepção até o final da vida”, afirmou.

Ao ser questionado pela Folha se as falas envolvendo aborto e justiça poderia ser um recado à volta do debate sobre descriminalização do aborto no STF (Supremo Tribunal Federal), dom Orlando disse que sim.

“O direito fundamental da pessoa humana é o direito à vida. Se esse direito à vida não é respeitado, todos os outros caem”, respondeu.

No mês passado, pouco antes de se aposentar, a ministra Rosa Weber, então presidente da corte, colocou a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442 em pauta e votou a favor da descriminalização do aborto até 12 semanas.

O atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse que não tem planos de retomar o julgamento.

Na sua fala, o arcebispo disse ainda que o óvulo dentro da mãe tem o direito de nascer. “É um humano, tem o direito de se desenvolver.”

Ao contrário do ano passado, quando as celebrações em Aparecida ocorreram na reta final da disputa eleitoral e o arcebispo disse que era “preciso vencer os dragões do ódio e da mentira”, desta vez dom Orlando evitou temas políticos. O presidente Lula (PT) não compareceu ao evento.

Ao ser questionado sobre a guerra em Israel, Brandes lembrou frases do papa Francisco para dizer que as pessoas estão no tempo de amizade social.

“Isso significa que não há inimigos, mas que existem irmãos diferentes, que se encontram no caminho para a paz”, afirmou.

“E não há outro caminho para a paz que a Justiça social e nós estamos precisando hoje e sempre que a paz esteja sempre em primeiro lugar., no coração dos poderes”, disse. “A paz é difícil, mas é possível.”

 

PROFESSORES E CARREIRAS ACADÊMICAS TÊM GRANDES DIFICULDADES DE EMPREENDER

 

Virgilio Marques do Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

Hoje gostaria de falar aos que optam por caminhos diferentes: os empreendedores. Sendo mais específico, quero compartilhar minhas experiências com aqueles que tinham carreiras corporativas ou acadêmicas e decidiram empreender. Se enfrentaram um cenário parecido ao meu, posso presumir que foi difícil. E, no meu caso, os maiores complicadores foram minha insegurança e ansiedade. No começo, empreender era uma sensação parecida a de entrar no mar e sair nadando sem enxergar muito bem para onde eu estava indo.

Desde criança, por ver o meu pai empreender, sempre sonhei com isso. Era interessante demais para uma criança conversar e participar ativamente (na minha cabeça) dos desafios enfrentados pelo negócio dele. Problemas de fluxo de caixa, de pessoas, mercado, tecnologia, enfim, tinha acesso a toda dinâmica do negócio de uma forma muito lúdica. E sentia, na pele – ou melhor, nas condições materiais da nossa família -, o resultado do lucro ou prejuízo da empresa.

Com essa experiência infantil, a vontade de ter o meu negócio sempre me acompanhou. Porém, por ser um empresário de pequeno porte, o negócio do meu pai não me comportava e, assim, ao final da faculdade, comecei a procurar negócios para montar. Na época, idos dos anos 2006, meu conhecimento sobre o mercado das coisas era pequeno. E minúsculo também era o meu capital. Sem dinheiro para perder, sem renda e sem conhecimento de negócio, tive de mudar de rota. Comecei a dar aulas noturnas para Engenharia de Produção e pensar nos meus bicos durante o dia.

A primeira ideia na qual me lembro foi uma consultoria de Qualidade. Tinha aprendido um pouco sobre o tema na faculdade e um aluno das minhas aulas noturnas apareceu com uma oportunidade. Era um cliente pouco estruturado, de pequeno porte e baixo orçamento, mas que precisava implantar ISO 9001. Não tendo nada a perder, topei o desafio e passei a ir à empresa 2 vezes por semana por um valor bem baixo.

Hoje, olhando para o projeto, vejo o tamanho do meu amadorismo e da força de vontade. Nunca tinha implantado nada e gastava dois dias estudando para os dois dias trabalhados na empresa. Eram 4 dias de esforço, para pouco retorno. Depois de algum tempo, vi que isso não era sustentável e decidi procurar mais clientes.

É triste, mas real, que o esforço para captação de novos clientes foi inútil. Não tinha o mínimo de habilidade interpessoal para realizar novas vendas e nem conhecimento. Para vender mais, dependeria de estabelecer novas relações, o que levaria tempo. Assim, pensei: será que valeria a pena investir tempo e esforço para essas novas relações? Como viveria até lá? Acabei desistindo do projeto e corri para o mestrado. Lá eu teria mais tranquilidade e alguma segurança para pensar no novo negócio.

A máquina de gerar ideias

No mestrado, voltei a dedicar um tempo para ajudar na empresa da família, mas não conseguia girar o negócio a ponto de fazer sentido trabalhar lá. Não havia, na época, orçamento para contratação de um time e nem disposição de investimentos no desenvolvimento de mercado. Era o mesmo problema que enfrentava na minha consultoria, só que em maior escala e sem poder investir ou errar.

Como tomei conhecimento do mercado de ferro velho, enquanto trabalhei na fábrica, decidi aproveitar a moda do e-commerce e criar um site para comercialização de máquinas usadas. Na época não havia muitos; além disso, o preço que se encontrava coisas em bom estado em ferro velho era recompensador. Contratei um conhecido para fazer o site; mas, sem ter conhecimento nenhum de SEO, a coisa não foi para frente.

Além do site parado, esperava que os proprietários de ferro velho adorassem a ideia. E se disponibilizassem a inserir as informações no sistema: fotos, descrição, preço e respostas às dúvidas. Ledo engano. Ninguém se engajou na plataforma e tive de escolher um potencial cliente, que era mais próximo, para cadastrar manualmente. Teria um case.

Depois de várias horas cadastrando, comecei a desanimar. E finalmente, quando tudo ficou disponível, as visitas do site não escalaram. Não tinha, como disse, nenhuma noção de como melhorar no Google à época e nem tive iniciativa para aprender. A quebra de expectativa do modelo de negócio que tinha na cabeça me fez desanimar e começar a tocar as coisas de qualquer jeito. Frente aos desafios, não tive fé de encará-los e contorná-los.

Exaurido e desanimado, mudei de foco novamente e peguei mais aulas na faculdade enquanto pensava na próxima iniciativa. Depois dessa, veio um site para vender metais de banheiro, um pseudo negócio de terceirização de serviços de usinagem, algumas consultorias pontuais, importação de relógios via e-bay abaixo de 50 dólares e algumas mais. Tudo, é claro, deu água.

Anos depois, a coisa só andou quando tive a oportunidade de trabalhar com meu coorientador no doutorado e aumentar minha confiança de que uma escola era algo viável. Porém, levei 6 anos na coleção de fracassos – logo eu, tão orgulhoso dos resultados acadêmicos que havia alcançado. Decepcionei muita gente, que pedia para mudar de carreira e encarar as coisas com mais seriedade, não desistindo quando a verdade dos fatos aniquilava minhas hipóteses. Doía demais.

Naquele momento, procurava me engajar, falando que essas falhas eram importantes na jornada do empreendedor. Mas esquecia de dizer que as falhas deveriam me ensinar alguma coisa. Se falhei no negócio do ferro velho e falhei igual no dos metais para banheiro, não aprendi nada. Só repeti a falha.

Depois desses 6 anos, vi que precisava me engajar em algo, custe o que custasse. Tinha de falar não para distrações e grana fácil que ia aparecendo. Sem isso, o ciclo de fracassos não iria parar. Lá em 2011, comecei a receber apoio do meu coorientador e a trabalhar gratuitamente. Era a minha chance de provar que tinha competência e que conseguiria fazer um negócio sair do zero. Em 2013, a coisa tracionou e passei a confiar em mim. Havia aprendido que o foco e a fé, muito mais que um lema de camiseta de praia, era algo fundamental para o empreendedor.

Como diz meu pai: não há negócio ruim; há negócio mal aproveitado ou mal trabalhado. Se você está ou quer empreender, vai com fé. Mas se prepare, pois adquirir conhecimento não é barato e as incertezas são grandes. Aprenda a aprender, use o Ciclo PDSA (Plan, Do, Study, Act), método científico – ou todos eles. Não desista e vá em frente. O sucesso é logo ali.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

 Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

LABIRINTO DA ESQUERDA BRASILEIRA

História por admin3 • IstoÉ

Lula e Maduro em Brasília em maio passado: apoio incondicional ao ditador venezuelano é difícil de justificar© Fornecido por IstoÉVenezuela.

Ucrânia, Israel: com Maduro, Putin, Hamas como modelos e os EUA sendo culpado por todo o mal do mundo, o pensamento da esquerda brasileira se tornou de um simplismo assustador, vulgar e desumano.Estive alguns dias no Tampão de Darién, o estreito terrestre entre a Colômbia e o Panamá, que nos últimos anos se transformou num hotspot da migração global. Dia após dia, milhares partem para uma marcha de seis a nove dias através de uma das selvas mais perigosas do mundo.

Só em 2023, pelo menos 360 mil migrantes atravessaram o Darién, entre os quais, 60 mil crianças. Dezenas perderam a vida na travessia. São quase inimagináveis as adversidades e perigos a que se expõem. O que lá ocorre é uma catástrofe humanitária, e provavelmente o problema mais urgente da América do Sul. Mas na política brasileira, não tem a menor relevância.

Os migrantes são impelidos pelo desejo de uma vida melhor nos Estados Unidos, o american dream é real para eles. E quem lucra com a onda migratória são as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC), um grupo paramilitar também conhecido como Clã do Golfo. Essa máfia administra o fluxo perfeitamente, construiu acampamentos, disponibiliza barcos, guias e carregadores – e cobra caro por isso: milhões de dólares estão fluindo para os cofres dos paramilitares.

A absoluta maioria dos migrantes é de venezuelanos, eu estimaria que 80%. Suas histórias são de cortar o coração. Sem exceção, falam de fome e intimidação pelo regime de Nicolás Maduro. Uma mulher de 26 anos conta como estava esquelética ao deixar o país. A frase que eu escutava sem parar era: “Na Venezuela não dá para viver!”

A própria visão de mundo na frente da realidade

Cerca de 8 milhões de venezuelanos emigraram nos últimos anos, mais ou menos 30% da população – é como se 65 milhões de brasileiros voltassem as costas ao país devido a pobreza, fome e repressão. No entanto, o ditador Maduro – que se diz socialista, mas que na realidade está à frente de uma ditadura militar corrupta – é bajulado e protegido pelo presidente brasileiro.

Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Maduro em Brasília como amigo, afirmou que ele fora legitimamente eleito (o venezuelano venceu a última eleição presidencial através de fraude, motivo por que a União Europeia não o reconhece) e falou de “narrativas” sobre a Venezuela que não seriam verdade. Num caso raro de torpeza moral, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a ir à posse do ditador, cujos agentes de segurança torturam e assassinam, como documentaram as Nações Unidas e a ONG Human Rights Watch (HRW).

Eu vi na Colômbia a “narrativa” de que Lula está falando. Só que não é narrativa, é a realidade, centenas de milhares de pessoas desesperadas em fuga, com o sonho de chegar aos EUA. Lula e a esquerda brasileira brasileira acreditam nas proprias mentiras. Acreditam no conto da carochinha da Venezuela socialista, por cuja miséria, mais uma vez, os EUA seriam os únicos culpados.

Mas nenhum desses esquerdistas brasileiros jamais esteve na terra de Maduro, nem conversou com emigrantes venezuelanos: a preservação da própria visão de mundo é mais importante do que a realidade. Solidariedade com a ditadura venezuelana, sim! Solidariedade com o povo venezuelano, não! Uma razão para tal pode ser que só uma pequena parcela dos milhões de refugiados venezuelanos vai para o Brasil (por exemplo, para Manaus, onde se criam novas favelas), enquanto Colômbia, Peru, Chile e Equador arcam com a maior parte da carga.

Assim em Israel-Hamas como na Ucrânia-Rússia

Lula e os esquerdistas brasileiros deveriam se despedir de suas mentiras de vida. A esquerda nacional não apoia somente Maduro, mas também o ditador fascista Vladimir Putin na agressão à Ucrânia, com que viola leis internacionais. Os graves crimes de seus soldados são silenciados, assim como o fato de que a maior parte desses homens vem das regiões pobres da Rússia, mas não de Moscou ou de São Petersburgo. É como se o Brasil entrasse em guerra, mas só se recrutassem pobres do Norte e do Nordeste.

O portal de notícias Mídia Ninja arrogantemente chama o corajoso presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, de “amiguinho dos EUA”. O sentimento por trás está claro: aliados dos americanos podem ser ridicularizados, é melhor comemorar seus agressores. Porque, de repente, não se aplicam aos ucranianos aqueles mesmos elevados ideais que os membros da esquerda brasileira carregam diante de si como ostensórios, para se sentirem moralmente superiores.

O fato de a Rússia ser encabeçada por um regime homofóbico, racista, com traços fascistoides, que há cerca de 20 anos trava guerras imperiais (Tchetchênia, Geórgia, Ucrânia, Síria) não tem a menor importância para a esquerda nacional. Afinal de contas, quem está por trás de todo o mal do mundo é a CIA mesmo.

O formato se repete quando a esquerda brasileira fala de Israel. O radical islâmico Hamas (cuja visão de um mundo melhor deve ser um pouco diferente da dos esquerdistas) é idealizado como organização pela libertação, e seu terrorismo é praticamente celebrado. A resistência palestina é legítima, mas o terrorismo, é claro, não é. Ele contradiz tudo o que deveria nos definir como seres humanos, mas, acima de tudo, não traz uma solução, apenas piora a situação do povo palestino.

Todo mundo sabe que a solução é um Estado palestino democrático, como sabem também os israelenses liberais e de esquerda, que perderam as últimas eleições mas que mostraram sua força nas semanas de manifestações em massa contra a reforma do Judiciário do premiê ultradireitista Benjamin Netanyahu. Nessas circunstâncias, o Hamas atacou Israel, fortalecendo quem, acima de tudo? Netanyahu!

O Hamas e os ultradireitistas de Israel precisam um do outro. Ambos vivem da confrontação. Quem vai perder com o terrorismo dos radicais islâmicos e a reação de Israel a ele? Mais uma vez, o povo palestino.

É igualmente verdade que todo o mundo árabe, assim como o Irã, instrumentaliza os palestinos. Com uma fração de seus petrodólares, a Arábia Saudita poderia erguer em pouco tempo uma infraestrutura funcional na Faixa de Gaza. Mas a liderança saudita não faz isso: prefere os palestinos como vítimas e pobres.

O fato de, em tal situação, grupos esquerdistas estarem conclamando a manifestações contra Israel é só mais um (Venezuela, Ucrânia) atestado de quão simplista, vulgar e, no fim das contas, desumano se tornou o pensamento de esquerda no Brasil, prisioneiro de seu próprio labirinto.

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Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para jornais da Alemanha,Suíça e Áustria Ele viaja frequentemente entre Alemanha, Brasil e outros países do continente americano. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio.

 

O BRASIL CUMPRIRÁ METAS DE ZERAR O DÉFICIT PRIMÁRIO EM 2024 DIZ HADDAD

História por Aline Bronzati • Jornal Estadão

MARRAKESH – O ministro da FazendaFernando Haddad, disse que o Brasil vai cumprir as metas primárias e que isso será possível por meio de medidas adicionais de receitas. Em posicionamento do Comitê do Fundo Monetário Internacional (IMFC, na sigla em inglês), ele reiterou o compromisso do País em zerar o déficit primário até o fim de 2024 e entregar um superávit de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, último ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Haddad, as metas serão alcançadas com medidas adicionais para engordar as receitas do governo, mas sem reverberar em aumento de impostos. O objetivo do governo é recuperar o peso de 19% no Produto Interno Bruto (PIB).

“Como resultado, a confiança na sustentabilidade da dívida do Brasil melhorou, com duas das três principais agências de classificação de crédito elevando a classificação ou perspectiva da dívida do Brasil este ano”, lembra Haddad.

O compromisso do ministro vem no mesmo dia que o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou as projeções fiscais para o País. Ainda assim, o organismo não vê o País alcançando as metas traçadas pela equipe de Haddad.

BRA50. BRASÍLIA (BRASIL), 6/1/2023. – El ministro de Hacienda de Brasil, Fernando Haddad, participa de la primera reunión ministerial del gobierno hoy, en el Palacio del Planalto, en Brasília (Brasil). Lula da Silva, reunió este viernes por primera vez a sus 37 ministros y los instó a trabajar por la “reconstrucción” de la “democracia” y en favor “del pueblo abandonado por el Estado”. EFE/Andre Borges

Haddad tem perseguido meta de zerar o déficit fiscal Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO© Fornecido por Estadão

O FMI espera que o Brasil apresente déficit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, voltando ao vermelho após apresentar superávit nos últimos dois anos. Para 2024, o organismo ainda vê o País no negativo, com um déficit primário de 0,2% do PIB. O Brasil colocaria as suas contas em dia somente em 2025, quando deverá entregar superávit primário de 0,2%, segundo o FMI. A partir daí, o Fundo vê o País no azul até 2028.

‘Brasil superou expectativas’

Haddad reforçou que o Brasil superou as expectativas do mercado e de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) com a melhora que vem apresentando em termos de crescimento econômico. Na mesma tônica, disse que a inflação também tem caído mais rápido do que as expectativas, o que influenciou nas perspectivas futuras e permitiu que os juros caíssem no Brasil.

“A economia do Brasil superou as expectativas, com crescimento resiliente e queda da inflação”, afirmou.

Nesta semana, o FMI anunciou nova elevação da perspectiva de crescimento do Brasil neste ano, que deve avançar 3,1% — ante 2,1% pela estimativa anterior, divulgada em julho.

Uma das molas propulsoras para o crescimento do País são ainda as recentes medidas na área de crédito e no mercado de capitais, segundo Haddad. Como exemplo, ele cita o programa Desenrola, de ajuste de dívidas inadimplentes, e ainda a agenda de competição financeira e inclusão do Banco Central (BC), com o Pix, sistema de pagamento instantâneos, dentre outros.

Haddad afirmou ainda que o Brasil “está pronto para liderar a economia verde” e que a transição para um ambiente de emissão zero é uma chance de criar empregos e melhorar a renda. Dentro do plano de transformação ecológica, o ministro brasileiro acrescentou que o processo para primeira emissão de green bonds, títulos de dívida com critérios sustentáveis, do Brasil “está avançado”.

 

RURALISTA QUEREM ISENÇÃO DE IMPOSTOS PARA O AGRO

 

História por Redação Itatiaia 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu votar a Reforma Tributária, aprovada na Câmara dos Deputados, até o dia 24 desse mês. Trata-se de uma emenda à Constituição, a (PEC 45/19), que altera a tributação sobre o consumo, substituindo cinco tributos por dois novos  com o objetivo de simplificar o sistema e reduzir as distorções. Mas há quem não esteja muito otimista nesse sentido.

A Itatiaia conversou com o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), formado em Ciências Contábeis e Direito, professor de governança tributária e perícia judicial em diversas faculdades e universidades em São Paulo, João Elói Olenike. Ele acha que a reforma tributária proposta não resolve o principal problema do sistema nacional, por não transferir a tributação do consumo para o patrimônio e a renda. Ou seja, pobres e ricos continuarão a pagar as mesmas alíquotas que incidem sobre os produtos, sem que a tributação atinja as contas bancárias dos mais abastados. 

Outro problema é que permanece a alta tributação de alimentos, insumos e remédios. “Na minha opinião, os produtos do agro, insumos e fármacos não deveriam ser tributados – a exemplo do que acontece em outros países – para que chegassem ao consumidor a preços mais acessíveis ajudando a promover a saúde e o bem-estar dos nossos cidadãos, conforme, preconiza nossa Constituição”.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista:

Quais os pontos da reforma que afetam diretamente o agro? 

O Imposto sobre Valor Adicionado IVA dual (federal e estadual) para o setor, com alíquotas diminuídas em 60% para produtos agropecuários in natura e insumos agropecuários é um ponto positivo. Por outro lado, existe a possibilidade da criação de um novo tributo estadual conforme artigo 20 que dará garantia constitucional para tributar produtos primários e semielaborados, inclusive quando exportados. 

Isso é preocupante? 

Sim! Esse artigo 20 abre a possibilidade dos estados criarem, no futuro, um tributo sobre os produtos primários e semi-elaborados, o que atingirá diretamente o setor. Isso é uma incoerência para uma reforma tributária que pretende ser simplificadora. Qual o sentido de deixar uma brecha para que sejam criados novos tributos? Não vejo sentido nisso.

Há pontos importantes que não foram contemplados? 

Entendemos que o setor do agro deveria ter imunidade constitucional de tributos, principalmente dos insumos e alimentos, mas isso passou longe da proposta aprovada. Temos uma das Constituições mais lindas do mundo em termos de promessa. De acordo com artigo 6°: 

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”

Tudo isso é muito bonito no papel. O papel aceita tudo.  Uma coisa é escrever e outra é realizar as promessas escritas. Como um governo que se diz tão defensor do combate à fome pode compactuar com tributação tão alta dos alimentos? Não estou acusando esse ou aquele governo. Na verdade, nenhum deles, nos últimos anos, conseguiu melhorar minimamente a qualidade de vida da população. Nós temos uma das maiores cargas tributárias do mundo. 

De acordo com o IRBES – Índice de Retorno ao Bem Estar da Sociedade, criado pelo IBPT, criado a partir da junção da Carga Tributária X PIB e do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), entre os 30 países de maior carga tributária no mundo, em 10 edições, o nosso país sempre foi o “lanterninha”, ou seja, de pior retorno aos cidadãos, em termos de investimentos destinados à melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, ante a expressiva arrecadação de tributos. A razão principal dessa situação vexatória de nosso país é o não direcionamento dos recursos arrecadados para objetivos mais importantes como os direitos assegurados pela nossa Lei Maior. 

 Se for aprovada, a reforma trará mais benefícios ou prejuízos aos produtores? 

Vai depender de qual será o texto aprovado pelo Senado e também a alíquota que será utilizada para o IVA dual. Também se o artigo 20 vai continuar, quando da aprovação do Senado. 

Ela corrige injustiças? Ou as fomenta?

O texto como está mais fomenta injustiças – principalmente com taxação do setor – do que promove ações para que os produtos do setor cheguem ao consumidor final, com preços acessíveis para todos. Isso, na minha opinião, é um equívoco.

Traz mais segurança jurídica?

Se as regras aprovadas não causarem conflitos de interesse entre as empresas do setor, teremos mais segurança jurídica, mas isso só poderemos afirmar depois da entrada em vigor das novas normas tributárias. 

Há algo que você queira ressaltar? Qual é sua opinião geral sobre a reforma?

A reforma tributária proposta não resolve o principal problema do sistema nacional por não transferir tributação do consumo para patrimônio e renda, de acordo com a verdadeira capacidade contributiva dos contribuintes. Trata-se de uma reforma simplificadora, mas que não mexe na situação de regressividade na tributação do consumo. É igual pra todo mundo. As pessoas que têm uma condição financeira melhor, não pagam mais impostos. Todo mundo paga igual, não importa se você ganha RS 8 mil ou 150 mil. Além disso, continuamos a tributar alimentos e remédios. Na maioria dos países, não há tributação para esses produtos, apenas sob patrimônio e renda.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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