sexta-feira, 6 de outubro de 2023

GOVERNO CORTA VERBA PARA PAGAMENTO DO PISO DA EMFERMAGEM

 

Decisão do Senado Federal permite que o governo federal não cumpra as exigências de pagar o piso da saúde para 2023Executivo consultou o TCU sobre a possibilidade de não cumprir o piso da SaúdeExecutivo consultou o TCU sobre a possibilidade de não cumprir o piso da SaúdeLuis Melendez/Unsplash

Diego Mendesda CNN

Uma decisão do Senado Federal da última quarta-feira (4), publicada junto ao projeto de lei de 136/2023, permite que o governo federal não cumpra as exigências de pagar o piso da Saúde para 2023. Ou seja, prevê que o gasto com o setor passe a integrar o valor do mínimo.

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Rena, diz que essa decisão resolveria uma parte da questão fiscal do país, mas afirma que não é uma saída trivial.

“A base para usar a receita corrente líquida efetivamente observada é da própria Constituição Federal“, ressalta.

Outra saída que o governo pode obter, segundo Salto, é junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), a quem foi lançada uma consulta pública.

“Como se sabe, para avaliar se seria possível iniciar a aplicação da regra do mínimo (anterior à regra do teto de gastos, mas que voltou a vigorar com a LC 200, a lei do arcabouço) aconteceria apenas em 2024.”

O executivo consultou o TCU sobre a possibilidade de não cumprir o piso Constitucional.

Parte das justificativas do governo para não cumprir a regra é seu impacto nas contas públicas. Caso respeitado o piso, o governo terá gasto extra de R$ 20 bilhões — um empecilho extra na tentativa do governo de ajustar o fiscal.

O presidente do TCU, Bruno Dantas, afirmou em evento nesta quinta-feira (5) que a consulta do Ministério da Fazenda sobre o deve ser avaliada em até 15 dias.

Respiro fiscal X insegurança jurídica

Para Salto, o projeto não desobriga o cumprimento do mínimo, mas altera a receita corrente líquida utilizada. Isto é, passando da receita efetivamente observada, ao longo do ano, para a receita estimada no projeto de lei orçamentária.

“Com isso, o efeito fiscal, ou seja, o aumento de gastos em 2023, seria de R$ 5 a R$ 7 bilhões, a nosso ver. Esse resultado caberia nas condições e regras fiscais deste ano, possivelmente trocando-se a fonte de recursos do financiamento do piso da enfermagem (hoje o fundo social), para que este gasto passasse a integrar o valor do mínimo da Saúde.”

Na visão do economista e especialista em contas públicas, Murilo Viana, ao procurar o TCU, o governo tenta se defender da possibilidade de as manobras para contornar a regra serem apontadas como inconstitucionais no futuro.

“Uma decisão favorável do TCU representaria maior segurança para o governo e para os CPFs que assinam os documentos do governo”, explica.

Contudo, o especialista destaca que o não cumprimento do piso pode representar insegurança jurídica. Isso porque, na prática, a regra de um projeto de lei complementar estaria se sobrepondo a uma regra constitucional.

Murilo Viana alerta que este tipo de movimento pode abrir precedente para o não cumprimento dos pisos em exercícios futuros.

Impacto nas contas públicas

O projeto aprovado pelo Senado basicamente permite que o governo pague o piso com base na receita estimada pelo Orçamento de 2023. A cifra prevista na peça está abaixo da realizada.

Enviado à sanção presidencial, a regra que consta no projeto resultaria em gasto adicional de R$ 5 bilhões, segundo cálculos do governo.

A autoridade do TCU afirmou que a aprovação do projeto não interrompe a análise do órgão. “Se houver necessidade de qualquer complementação, os auditores informarão ao relator”, disse.

Com isso, há três cenários possíveis: não cumprimento do piso, com impacto fiscal zero; cumprimento do piso com base na Receita Corrente Liquida (RCL) prevista, com impacto de R$ 5 bilhões; e cumprimento com base na receita efetivamente realizada, com impacto de R$ 20 bilhões.

O projeto de lei no qual o dispositivo foi incluso dispõe sobre a compensação aos estados e ao Distrito Federal pela perda de receita provocada pela redução do ICMS incidente sobre combustíveis, que funcionou entre junho e dezembro de 2022.

*Com informações de Danilo Moliterno.

DIRETOR DO TPI DIZ ALULA QUE INTEGRAR ESSE FÓRUM É COMBATER A IMPUNIDADE

sil e Mundo Lula TPI - Tribunal Penal Internacional

Diretor rebate Lula e diz que integrar TPI é combater impunidade

Byvaleon

Out 6, 2023

Fadi El Abdallah evitou embate direto com o presidente, que questionou os motivos de o Brasil fazer parte da corte, mas lembrou que o país tem obrigações com a justiça internacional

Bandeira da ONU em frente ao Palácio da Paz, sede do Tribunal Penal Internacional em Haia, na HolandaBandeira da ONU em frente ao Palácio da Paz, sede do Tribunal Penal Internacional em Haia, na HolandaFoto: Michel Porro/Getty Images

Américo Martinsda CNNem Londres

O diretor de Relações Públicas do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fadi El Abdallah, afirmou à CNN que os países que integram a corte assumiram um compromisso de combater a impunidade e que é importante o Brasil continuar reconhecendo a sua jurisdição.

El Abdallah lembrou que cada país é soberano para decidir fazer parte ou não da corte internacional, mas afirmou que “quando um estado adere (ao TPI), então esse estado está enviando uma mensagem firme a todo o mundo de que não vai permitir que crimes muito graves fiquem impunes, tenham sido esses crimes cometidos no seu território ou em outros territórios onde a jurisdição do TPI é aplicável”.

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Segundo o diretor do TPI, os estados-membros apoiam “a justiça que defende as vítimas e não aceitam a impunidade dos perpetradores de crimes horríveis”.

“Quando um estado adere à corte, isso também significa que este estado acredita no direito internacional e deseja que as relações a nível internacional sejam reguladas pela lei, e não por outras formas”, disse ele.

Na opinião do diretor, fazer parte da corte também permite que os países membros “tenham os seus próprios pontos de vista refletidos no direito internacional, e especificamente no direito penal internacional, para ajudar a moldar a forma como este direito penal internacional será desenvolvido no futuro”.

Polêmica de Lula sobre o tribunal

El Abdallah concedeu uma entrevista exclusiva à CNN depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter afirmado que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não seria preso se fosse ao Brasil –apesar de o tribunal ter expedido um mandado de prisão por crimes de guerra contra o líder russo.

Como um dos 123 países que reconhecem a jurisdição da corte internacional, no entanto, o Brasil teria a obrigação de prender o presidente russo.

A polêmica aumentou ainda mais quando o presidente Lula tentou consertar a situação, mas acabou questionando a participação do Brasil no tribunal. “Quero muito estudar essa questão deste Tribunal Penal, porque os Estados Unidos não são signatários dele, a Rússia não é signatária dele. Então, eu quero saber por que o Brasil é signatário de um tribunal que os EUA não aceitam. Por que somos inferiores e temos de aceitar uma coisa?”, disse o presidente.

Além disso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, ele mesmo um ex-juiz federal, criticou o tribunal, dizendo que a diplomacia brasileira pode rever a adesão do país ao TPI.

Dino afirmou que o tribunal sofre de “desbalanceamento” porque algumas potências como China, Rússia e Estados Unidos não reconhecem suas decisões.

Tanto Lula como Dino, no entanto, esqueceram de dizer que outras nações muito importantes são integrantes da corte e têm políticas fortes de respeito aos direitos humanos, como Alemanha, Canadá, Japão, França e Reino Unido (esses dois últimos, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU).

Também não lembraram que o Brasil apoiou muito a formação do tribunal, que teve sua primeira sessão em 2002, e já contou, inclusive, com uma juíza brasileira, Sylvia Steiner.

As declarações de Lula causaram polêmica, especialmente na Europa, onde foram interpretadas como um apoio velado ao líder russo –além de uma afronta a um acordo internacional importante do qual é signatário, situação que fica pior ainda quando se lembra que o Brasil vai assumir a presidência do G20 em dezembro deste ano.

Como funciona o tribunal

Diplomaticamente, El Abdallah evitou responder diretamente ao presidente brasileiro, mas lembrou das obrigações do Brasil com relação à corte.

“Eu não vou comentar diretamente o que o presidente Lula disse, mas acho que é uma boa oportunidade para explicar ao público em geral no Brasil como funciona o TPI e quais são as obrigações do Brasil sob o direito internacional. E porque ele é importante para o Brasil e para o direito internacional em geral, para continuar a ter o apoio da sua nação”.

O diretor lembrou que o TPI é um tribunal permanente que foi criado para investigar e, quando necessário, processar indivíduos (e não Estados) quando há acusações relacionadas a crimes específicos: crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.

Além disso, a corte não substitui os tribunais nacionais, mas os complementa. Só é acionado quando os tribunais nacionais são incapazes ou não conseguem fazer o seu trabalho.

“É um tribunal que foi criado por um tratado. Não faz parte das Nações Unidas, não vem com uma jurisdição universal sobre o mundo inteiro. É baseado em tratado (o Estatuto de Roma), o que significa que os estados podem decidir de forma soberana aderir ou não a este tratado”, lembrou ele.

El Abdallah, no entanto, lembrou que o Brasil é “um dos membros deste tratado e, com isso, concordou com um conjunto de obrigações de cooperar com o tribunal dentro da estrutura legal do tribunal”, disse ele sobre a responsabilidade de o Brasil prender Putin caso ele visite o país.

O diretor lembrou ainda que “o Brasil contribuiu em grande parte, inclusive com a presença de juízes do Brasil servindo no TPI, para decisões muito importantes. Isto permite que a cultura jurídica da nação também faça parte do futuro do direito penal internacional”.

“Não vivemos num mundo perfeito, e atualmente não temos todos os estados do mundo como membros, mas temos mais de dois terços deles. Mas acho que muitos dos amigos e aliados do Brasil, como todas as nações europeias, como, se não me engano, todas as nações latino-americanas, uma grande parte do continente africano, incluindo a África do Sul, fazem parte. Então, há uma grande comunidade das nações que estão ao lado da Justiça e das vítimas e não querem permitir a impunidade. E acho que todos nós esperamos isso”, disse ele.

Questionado pela CNN se o TPI estava preocupado com uma possível saída do Brasil da corte, El Abdallah disse que não podia decidir pelas autoridades brasileiras.

“Mas penso que os estados, a sociedade civil, a comunidade jurídica e o TPI defendem o direito internacional e especificamente o direito penal internacional. Isso deve ser respeitado e isso inclui também o respeito e o apoio às suas próprias instituições”, disse ele.

 

O FILME OPPENHEIMER AJUDA NO ENEM NAS MATÉRIAS DE QUÍMICA E HISTÓRIA

Enredo do longa-metragem lançado neste ano conta a história de Julius Robert Oppenheimer, peça importante para o desenvolvimento da bomba atômica e na 2ª Guerra Mundial.

Por g1 São Carlos e Araraquara G1


Cillian Murphy em cena de 'Oppenheimer' — Foto: Divulgação

Cillian Murphy em cena de ‘Oppenheimer’ — Foto: Divulgação

Um dos grandes sucesso de bilheteria deste ano, com mais de US$ 933 milhões arrecadados, Oppenheimer pode ser uma ferramenta de estudo para diversos conteúdos que podem cair nos vestibulares.

O filme narra a história do físico teórico americano Julius Robert Oppenheimer, considerado o “pai da bomba atômica” e peça importante para o desfecho da 2ª Guerra Mundial. 

História

O professor de história do Colégio São Carlos José Adilson Dall Antonia Júnior diz que o contexto da 2ª Guerra Mundial e, consequentemente, do pós-guerra, podem estar presentes nas provas. O assunto é base do livro “Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia”, que inspirou a produção do filme. Além disso, ele ressaltou a interdisciplinaridade aplicada nos exames.

Quem foi o verdadeiro Robert Oppenheimer, criador da bomba atômica — Foto: GETTY IMAGES

Quem foi o verdadeiro Robert Oppenheimer, criador da bomba atômica — Foto: GETTY IMAGES

“Hoje, os vestibulares interagem cada vez mais, querem que as disciplinas se conversem. Então, história e química dá pra fazer [uma aula] sobre energia nuclear”, afirmou.

O professor diz que é importante os alunos enxergarem no filme várias discussões sobre tecnologia, a questão ética sobre o desenvolvimento da bomba atômica e os períodos históricos que moldaram todo o século XX e XXI, incluindo a Guerra Fria travada entre Estados Unidos e União Soviética após a 2ª Guerra Mundial.

Além disso, a inteligência artificial é a principal aposta de professores para tema da redação. Dall Antonia Júnior afirmou que é possível fazer um paralelo com o tema do desenvolvimento da energia nuclear e, consequentemente, da questão ética presente no filme.

“A gente fala muito da tecnologia. Então, em uma redação, a inteligência artificial: até que ponto ela será positiva para a humanidade? O desenvolvimento da energia nuclear, até que ponto ela é positiva? Então, o aluno pode destrinchar na redação, citando até Prometeu”.

Professores José Adilson Dall Antonia Júnior e Eduardo Fazzari explicam como 'Oppenheimaer' pode aparecer nos vestibulares — Foto: Leonardo Marco/g1

Professores José Adilson Dall Antonia Júnior e Eduardo Fazzari explicam como ‘Oppenheimaer’ pode aparecer nos vestibulares — Foto: Leonardo Marco/g1

Atenção em energia nuclear e radiação!

Na área da Química, o professor Eduardo Fazzari explica que, além da tragédia em Hiroshima e Nagasaki em 1945, o desenvolvimento de bombas atômicas promoveu estudos voltados para a obtenção de energia nuclear. Por isso, ele detalha como o tema, atrelado ao filme, pode aparecer nos vestibulares.

“Cobra-se muito os tipos de radiação química, decaimento radioativo, quanto tempo uma amostra radioativa demora para se desintegrar. Porque, hoje em dia, alguns cálculos são feitos e explicam porque existe vida segura em Hiroshima e Nagasaki, mas não existe em Chernobyl. São duas tragédias causadas pelo mesmo material, o urânio, só que em quantidades completamente diferentes e condições de reações diferentes. Então, é um assunto frequente nos vestibulares por ter essa ideia de energia através de átomos, do porque ao mesmo tempo que é muito vantajosa e perigosa”, contou.

Mais dicas de filme sobre a 2ª Guerra Mundial

Filme Radioactive pode ajudar no estudo da Química para os vestibulares — Foto: Netflix/Divulgação

Filme Radioactive pode ajudar no estudo da Química para os vestibulares — Foto: Netflix/Divulgação

Além de Oppenheimer, dentro do tema 2ª Guerra Mundial, os professores têm mais duas indicações:

  • Rapsódia em Agosto – Lançada em 1991, a produção apresenta uma senhora japonesa marcada pelas lembranças causadas pela bomba atômica. Ele também recomenda a série “Sombras da Guerra”, disponível no catálogo da Netflix.
  • Radioactive – no campo de estudo da química, o filme conta a história da cientista polonesa Marie Curie, considerada a “mãe” da radiação. Também disponível na Netiflix.

 

BRASIL FAZ PONTE NO CAF PARA EMPRESTAR DINHEIRO À ARGENTINA

Montante é referente a pagamentos que o Tesouro Nacional precisa fazer para alcançar o seu porcentual acionário no banco

Por Julia Affonso, Vinícius Valfré e André Shalders – Jornal Estadão

O Brasil aportou R$ 2,8 bilhões na CAF (Corporação Andina de Fomento), atualmente chamada de Banco de Desenvolvimento da América Latina, entre 2014 e 2022. O montante é referente a pagamentos que o Tesouro Nacional precisa fazer para alcançar o seu percentual acionário no banco.

Como mostrou o Estadãoo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intercedeu por um aporte de US$ 1 bilhão para a Argentina, em benefício do governo de situação e para barrar o avanço do pré-candidato da direita Javier Milei. A ligação para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que representa o Brasil na assembleia do CAF, partiu do gabinete do ex-chanceler Celso Amorim, hoje assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais.

Os empréstimos do CAF para instituições públicas e privadas dos 21 países que a integram são feitos com recursos de emissões no mercado internacional. Já os bilhões aportados pelos integrantes do banco ficam como patrimônio da instituição financeira.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, representa o Brasil no CAF. Foto: Washington Costa/MPO
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, representa o Brasil no CAF. Foto: Washington Costa/MPO Foto: Washington Costa/MPO

As transferências mais recentes feitas pelo governo brasileiro dizem respeito ao pagamento de uma capitalização do banco, acertada ainda em 2015. A partir de 2018, os aportes perderam o ritmo e só foram retomados no fim de 2022. Entre maio e dezembro do ano passado, o governo pagou R$ 1,14 bilhão ao banco latino, com sede em Caracas, capital da Venezuela.

Tebet participou de reunião da Comissão Mista de Orçamento, no Congresso, nesta quarta-feira, 4. Durante a audiência, foi questionada sobre o papel do Brasil na liberação do empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina pelo CAF. Ela é a representante brasileira na assembleia do banco de desenvolvimento.

“Minha secretária, por minha determinação, foi autorizada a votar favoravelmente, como 20 dos 21 países votaram favoravelmente. Todos os países que fazem parte do CAF, deste banco que não é nosso, não tem dinheiro federal brasileiro lá. Não estamos tirando dinheiro do Brasil para colocar lá”, disse ela aos parlamentares.

O último relatório quadrimestral do CAF aponta que a Argentina pegou US$ 4,2 bilhões em empréstimos até 30 de junho de 2023. Em segundo lugar na lista de maiores tomadores de empréstimos vem o Equador, com US$ 4,1 bilhões. Depois, a Colômbia, com US$ 3,6 bilhões. O Brasil aparece em seguida, com US$ 3,4 bilhões.

Intenção de Tebet não era negar

Em nota, a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento confirmou que o Brasil faz “integralizações” ao CAF, assim como faz a outras instituições, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial.

Sobre a declaração à Câmara, a pasta informou que “a intenção da ministra” não era negar a existência de recursos públicos no banco, mas “diferenciar o que representa um empréstimo feito por um banco estatal do Brasil de um empréstimo feito por uma instituição na qual o país é um dos vários acionistas”.

O ministério argumenta que a declaração foi dada em resposta a uma pergunta do deputado Vicentinho Junior (PP-TO), para quem “o governo não deveria tirar dinheiro do orçamento e das políticas públicas para emprestar à Argentina”.

Ao formular o questionamento, porém, o parlamentar fez a seguinte ressalva: “Alguém vai falar: ‘Não, mas o dinheiro da CAF não tem a ver com o Orçamento do Brasil; o Brasil é consignatário’. Mas recurso é um só. Depositar recurso do patrimônio brasileiro é um só. Pode não fazer falta hoje para algumas ações do governo federal, mas acho que faltará daqui a pouco.”

A nota destaca ainda que, entre 2020 e 2022, Estados e municípios se beneficiaram com mais recursos do CAF do que o montante pago pelo governo brasileiro ao banco. Foram US$ 4,35 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) em financiamento de projetos de desenvolvimento.

 

A MOBILIDADE ELÉTRICA É UM ASSUNTO QUE NÃO ESTÁ NA PAUTA DOS GOVERNOS

 

carro elétrico

O Brasil tem diversos fatores que podem acelerar a transição dos veículos à combustão para os elétricos.

O anúncio feito este ano pelas montadoras chinesas BYD e TEVX Higer de investimento em novas fábricas no Brasil para produção de veículos elétricos e a recente apresentação do Plano de Transformação Ecológica pelo Ministério da Fazenda, trouxeram novamente à pauta um tema que não costuma estar na ordem do dia nos debates sobre energia: a mobilidade elétrica. 

Esse é um assunto que, até agora, os governos – federal e estaduais – ainda não tomaram a dianteira, e o mercado não tem posição clara ou de consenso.

Há setores, inclusive, que defendem que o Brasil nem adote carros elétricos, haja vista a nossa grande oferta de biocombustíveis.

O fato é que, apesar das divergências e do debate tímido, a eletrificação da frota de veículos – leves e pesados – não é mais uma tendência.

É realidade, cresce a cada dia, não tem mais volta. E, no caso do Brasil, não significa abandonar os biocombustíveis. Claro que não. Significa sim dar um novo salto, ter um novo “combustível”.

Diversificar a oferta de energia sempre foi, aliás, uma diretriz da política energética brasileira. 

Fontes Renováveis

elétricos
Foto: Reprodução/Pexels

No futuro descarbonizado previsto pelo Acordo de Paris, a frota mundial será movida, principalmente, por energia elétrica.

Por energia proveniente de fontes renováveis, produzida em painéis solares instalados em parques solares ou edifícios, em usinas eólicas ou em hidrelétricas. Hoje, no mundo, existem 27 milhões de veículos elétricos.

Até 2026, serão 100 milhões; e em 2040, 700 milhões, pelas contas da Bloomberg EF. De acordo com Agência Internacional de Energia (AIE), 2022 marcou um recorde histórico na venda de veículos elétricos, com uma taxa de crescimento de 35% ao ano.

Qual mercado ou produto cresce nessa velocidade? Poucos, muito poucos.

Até 2035, segundo a McKinsey, os carros elétricos representarão 100% das vendas na Europa, 90% na China, 71% nos Estados Unidos e 70% globalmente. 

O Brasil não está alheio a essa realidade, mas caminha em outro ritmo. No primeiro semestre deste ano, cresceu 58% o emplacamento de veículos leves eletrificados na comparação com o mesmo período do ano passado.

Mesmo assim, no acumulado de janeiro de 2012 a junho de 2023, a frota de carros elétricos em circulação no Brasil soma, ainda, apenas 158,6 mil unidades. Há avanços também na oferta de veículos pesados elétricos.

Pegada ambiental

elétricos
Foto: Reprodução/Pexels

Mas toda a frota não passa de 3% do total de veículos em circulação. Além do benefício ambiental, outros atrativos do carro elétrico são os baixos custos de manutenção e o preço da energia para recarga.

Considerando o modelo BYD D1, que tem uma bateria de 50Kw e uma autonomia de 418 km, é possível recarregar 80% da bateria por R$ 72,00.

E o que falta para o veículo elétrico deslanchar no Brasil? A primeira impressão é a de que é preciso ultrapassar duas barreiras: reduzir o preço do carro e aumentar a infraestrutura de carregamento.

É aquela história sobre quem vem primeiro: o ovo ou a galinha. Não compro o carro porque a infraestrutura de carregamento ainda é tímida ou têm poucos pontos de recarga porque a frota é pequena? 

Nestes pontos, nos amparamos na história para ir adiante. Qualquer nova tecnologia ou grande mudança obedece a uma rampa de crescimento e pode requerer políticas públicas que suportem esta fase inicial. Foi assim, por exemplo, com a geração de energia solar e eólica.

Começaram como fontes incentivadas – eram chamadas de alternativas – e hoje ocupam a segunda e terceira posição no ranking da capacidade instalada no Brasil.

O apoio estatal abriu mercado, a tecnologia se desenvolveu, o preço caiu e o mercado cresceu exponencialmente. Pouca gente se recorda ou sabe que tudo começou por meio de um programa governamental, o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia), lançado em 2001.

Fatores positivos

veículo elétrico
Foto: Reprodução/Pexels

Na União Europeia, na Ásia e nos Estados Unidos, a expansão da frota de carros elétricos está sendo alimentada por subsídios e programas de incentivo nacionais.

O Brasil tem diversos fatores que podem acelerar a transição dos veículos à combustão para os elétricos: mercado consumidor imenso; setor automotivo com apetite para investir na produção de veículos elétricos; a indústria, o comércio e o setor de serviços enxergam a eletrificação como uma solução competitiva para descarbonizar sua cadeia produtiva; o cliente quer produtos mais sustentáveis; as instituições financeiras estão ávidas em ofertar crédito para viabilizar a expansão dessa frota; e o governo federal emite sinais favoráveis a políticas que possam acelerar a transição energética. 

Podemos estar diante do início de um novo ciclo virtuoso, de consolidar o Brasil como uma potência energética mundial e liderar uma nova indústria. Mas é preciso pôr a mão na massa, acelerar o passo e deixar de remar contra a correnteza. Governos, Legislativo, mercado e sociedade, o futuro começa hoje. 

Sobre os Autores

Por: Marcos Severine, 51 anos, formado em Administração no Mackenzie (SP). Com mais de 28 anos de experiência no mercado financeiro, liderando a cobertura de energia na América Latina para instituições como JP Morgan, Itaú BBA, Unibanco, Socgen, BBA Creditanstalt, Intesa BCI e Credit Lyonnais, Severine é hoje CEO da cleantech Pontoon. Antes, foi CEO da BRIX Energia e Futuros. 

Por: Alexandre Zanotta, 46 anos, é formado em Direito na PUC/SP. Tem mais de 25 anos de experiência como advogado atuando nas áreas societária, M&A e mercado de capitais. Zanotta é hoje Diretor Corporativo da cleantech Pontoon, uma empresa que fornece soluções de descarbonização para grandes empresas.

UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?

Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.

Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de mais de 100.000 acessos.

O sucesso do modelo dos marketplaces está expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020 chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.

Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.

A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso, as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às ofertas de produtos.

Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.

Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do público.

Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.

1- Otimização dos recursos

A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem consolidados.

Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado. Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência significativa.

Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso, essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que seus parceiros possam desenvolver seus negócios.

2- Alcance de clientes

Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para alcançar um número maior de clientes.

Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o integram.

Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon, não divide os custos de marketing  com os seus parceiros custeando ele próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.

3- Volume de dados

Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.

Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.

Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de converter os visitantes do marketplace em seus clientes.

4- Integração com outras ferramentas

Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de preços ou inventários.

Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.

É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.

5- Aumento de vendas

Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair um bom volume de visitantes para o seu site.

Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.

6- Diversificação de público

Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro momento, não conseguiria atingir.

Isso contribui para a diversificação do seu público-alvo e faça com que a sua base de clientes possa crescer.

Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para atender a sua nova demanda.

Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.

Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?

Marketplace e o crescimento das empresas

Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.

Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em 2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.

Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.

Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.

O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e testado.

Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.

Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.

Exemplo disso é a plataforma comercial da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.

Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no marketplace.

Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

SECA SEVERA NO AMAZONAS FAZ A NECESSIDADE DE CONSTRUÇÃO DA BR-319

História por VINICIUS SASSINE • Folha de S. Paulo

MANAUS, AM (FOLHAPRESS) – A seca severa em rios da Amazônia, com consequências mais danosas a cidades e comunidades no Amazonas, deu impulso político à pressão pela pavimentação da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO).

A obra pode provocar mais grilagem de terras públicas no curso da rodovia, ampliar o desmatamento ilegal e impulsionar a exploração criminosa de madeira, segundo documentos do processo de licenciamento ambiental em curso no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Em visita a Manaus nesta quarta-feira (4) por determinação do presidente Lula (PT), com comitiva de ministros, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse ter conversado no dia anterior com o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), sobre a obra de pavimentação da rodovia. Segundo o vice-presidente, um GT (grupo de trabalho) foi criado para analisar o empreendimento.

“Já há um trecho inicial pavimentado”, disse o vice-presidente. “Falei ontem com Renan Filho. Um GT foi criado para analisar a pavimentação, dentro do conceito de rodovia parque, com todos os cuidados ambientais.” O objetivo do GT é permitir o avanço do licenciamento, segundo Alckmin.

Em julho de 2022, o então presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, emitiu licença prévia para pavimentação do trecho do meio da BR-319, entre os quilômetros 250 e 655,7 -uma extensão de 405,7 quilômetros.

Bim estava no cargo por indicação do hoje deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (PL). A licença prévia foi emitida a cinco meses de Bolsonaro deixar o poder, após derrota nas urnas em outubro de 2022.

Os defensores da pavimentação argumentam que ela é necessária para a redução do isolamento de moradores dos dois estados conectados, Amazonas e Rondônia.

Com a seca severa neste ano, a pressão política pela rodovia se ampliou, em razão das dificuldades de navegação no período de estiagem.

O Observatório BR-319, formado por uma rede de organizações da sociedade civil, pesquisadores e associações indígenas, emitiu posicionamento contrário à concessão da licença prévia em 2022.

O grupo afirmou que o processo atropelou etapas básicas, em especial a consulta a populações indígenas de cinco territórios e comunidades ribeirinhas e extrativistas diretamente impactadas com a obra.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do governo Lula, Marina Silva (Rede), integrou a comitiva que visitou Manaus nesta quarta para anúncio de medidas contra a estiagem. Ela foi questionada por jornalistas do Amazonas sobre sua posição quanto ao licenciamento da pavimentação.

“O licenciamento deve responder a critérios de viabilidade econômica, social e ambiental”, disse a ministra. “O governo anterior emitiu a licença prévia. O presidente Lula encaminhou no PAC, para que estudos sejam feitos. E foi criado o GT. O Ibama não dificulta nem facilita, ele faz uma análise técnica.”

Marina afirmou que deixou de ser ministra do Meio Ambiente em 2008 e retornou ao cargo em 2023, 15 anos depois. “Se fosse fácil fazer a BR, ela teria sido feita nesses 15 anos. Existem licenças para recuperação de trechos, uma desde 2007, e nada foi feito”, disse a ministra.

Segundo ela, não se pode negar o impacto das mudanças climáticas na Amazônia, como agora, com a estiagem que caminha para momentos extremos, iguais ou piores que marcas históricas em determinados rios da bacia amazônica.

“Trabalhamos para reduzir as causas da mudança do clima. No primeiro governo Lula, a redução do desmatamento da Amazônia foi de 83%, maior contribuição até hoje para que isso tudo não se agrave. E nos primeiros nove meses, conseguimos redução de 48% no desmatamento”, afirmou Marina.

Além de Marina, estavam na comitiva do vice-presidente os ministros Waldez Góes (Integração Nacional), Alexandre Silveira (Minas e Energia), José Mucio Monteiro (Defesa), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). Eles foram recebidos pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil).

A comitiva fez um sobrevoo em comunidade afetada pela estiagem, em região próxima a Manaus.

Depois, o vice-presidente repetiu o anúncio de medidas como dragagem em 8 km do rio Solimões, entre Tabatinga (AM) e Benjamin Constant (AM), com ordem de serviço assinada nesta quarta; dragagem de 12 km no rio Madeira, prevista para início em 15 dias; antecipação de pagamento de benefícios, como Bolsa Família; e ajuda no combate a queimadas.

“O fornecimento de energia está garantido, mesmo com a paralisação da usina [hidrelétrica] Santo Antônio [no rio Madeira, em Rondônia]”, afirmou Alckmin. Segundo ele, está em estudo a contratação de mais energia de termelétricas para fornecimento à região.

Dados compilados pela Defesa Civil do Amazonas mostram um agravamento da estiagem e uma aproximação da situação a momentos extremos de seca -aos piores níveis hídricos nas medições históricas- em rios que são o coração dessa porção da Amazônia.

Os dados e análises feitas por institutos de pesquisa e monitoramento apontam uma estiagem próxima dos extremos no alto e médio rio Solimões, no baixo rio Negro (onde está Manaus) e no rio Madeira.

Nessas regiões, se deram as consequências mais visíveis da seca até agora. Comunidades ficaram isoladas em Tabatinga (AM) e Benjamin Constant (AM), no alto Solimões. No lago onde está Tefé (AM), no médio Solimões, mais de 120 botos e tucuxis morreram em dez dias.

 

FOCOS DE CONFLITO ENTRE O CONGRESSO E O STF

História por MATHEUS TUPINA • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A tensão entre o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) acentuou-se nas últimas semanas, com parlamentares protestando por meio da obstrução de votações no Legislativo, e com a análise-relâmpago de projeto que limita a atuação e o alcance das decisões da corte.

A crise entre o Legislativo e o Judiciário foi intensificada após uma série de votações do tribunal em temas como o marco temporal, que tramita como projeto de lei, a descriminalização das drogas e a liberação do aborto para até 12 semanas após a concepção.

Nesta quarta-feira (4), a principal comissão do Senado votou a toque de caixa uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) limitando os pedidos de vista e as decisões monocráticas nos tribunais superiores. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a defender nesta semana a criação de mandato para os ministros.

Outra PEC, que autorizaria o Congresso a derrubar decisões proferidas pelo Supremo, também voltou a tramitar na semana passada.

Também nesta quarta, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que os Poderes da República precisariam manter-se dentro dos limites constitucionais, afirmando ter “absoluta certeza” de que o Congresso os obedece.

Entenda em cinco pontos os principais focos do conflito entre a Suprema Corte brasileira e o Congresso Nacional:

VOTAÇÃO EM TEMAS POLÊMICOS

Durante suas últimas semanas chefiando o Supremo, a ministra aposentada Rosa Weber pautou uma série de ações consideradas polêmicas.

Entre elas estão a autorização de cobrança da contribuição assistencial pelos sindicatos a não filiados, a inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas, a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal e do aborto em até 12 semanas após a concepção.

Essas votações receberam críticas pelos parlamentares, que viram uma interferência da corte na atividade legislativa. Em resposta, Rosa defendeu a análise de temas considerados tabus pela Justiça.

A partir dali, várias foram as repercussões. Pacheco protocolou uma PEC proibindo o porte e a posse de qualquer droga, independentemente da quantidade. O Senado aprovou o projeto do marco temporal para demarcação de terras indígenas, em votação-relâmpago —o texto aguarda sanção do presidente Lula (PT).

MANDATO DE MINISTROS

Já na segunda-feira (2), Pacheco voltou a defender que os ministros do Supremo tenham mandato, além da elevação da idade mínima para ingresso no tribunal. Disse ainda que o Senado pode começar a discutir o assunto após a indicação do substituto de Rosa por Lula.

Atualmente, magistrados do STF possuem cargo vitalício, permanecendo até a aposentadoria, aos 75 anos. Já a idade mínima para ingresso na corte é de 35 anos.

No dia seguinte, o ministro Gilmar Mendes reagiu à fala do presidente do Senado, e afirmou que “pelo que se fala, a proposta se fará acompanhar do loteamento das vagas, em proveito de certos órgãos”, o que tensionou ainda mais a relação entre os dois Poderes.

LIMITAÇÃO PARA DECISÕES MONOCRÁTICAS

Com a acentuação da crise entre Legislativo e Judiciário, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta, em votação com menos de um minuto, PEC limitando as decisões monocráticas e pedidos de vista em tribunais superiores.

A medida precisa ainda ser aprovada no plenário da Casa e na Câmara para ter validade. Ela prevê que decisões individuais não possam suspender a eficácia de ato normativo dos presidentes da República, do Senado e da Câmara, exceto em caso de grave urgência ou risco de dano irreparável durante o recesso.

A medida estabelece ainda a concessão de pedidos de vista coletivamente —e não individualmente, por cada magistrado— por um prazo máximo de seis meses, com prorrogação por mais três.

DERRUBADA DE DECISÕES PELO CONGRESSO

Na semana passada, também começou a tramitar na Câmara uma PEC que, caso aprovada, permitiria ao Congresso derrubar decisões do Supremo. A proposta recebeu 175 assinaturas, quatro a mais que o necessário para entrar nas discussões do Legislativo.

O texto delimita que as decisões da corte que “extrapolem os limites constitucionais” poderiam ser suspensas se aprovado decreto em dois turnos, por 308 deputados da Câmara e por 49 votos do Senado.

ENTENDIMENTO DE BARROSO

Luís Roberto Barroso, atual presidente do Supremo, disse nesta quarta não ver este momento como o ideal para fazer mudanças na corte. Disse que o tribunal “talvez seja uma das instituições que melhor serviu ao Brasil na preservação da democracia” e que “não está em hora de se mexer”.

Afirmou ainda ver com ressalva a reversão de decisões da corte, “até porque nós já tivemos um precedente na história brasileira que foi a Constituição de 1937, na ditadura Vargas”.

Sobre os mandatos para ministros, lembrou que houve uma discussão a esse respeito quando foi produzida a Constituição de 1988, e que se optou pela vitaliciedade.

 

PROJETO APROVADO PELA CÂMARA VISA ZERAR FILA DO INSS

 

História por Maria Laura Giuliani • Poder360

Câmara dos Deputados aprovou nesta 4ª feira (4.out.2023) por votação simbólica, ou seja, sem contagem nominal de votos, o projeto que cria o programa para zerar a fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O texto também reajusta em 18% o salário de bombeiros, policiais militares e civis do Distrito Federal. A proposta agora segue para o Senado.

Em julho deste ano, o governo enviou a proposta ao Congresso pela MP (Medida Provisória) 1181. A medida perderia a validade em 14 de novembro. Entretanto, em 12 de setembro, o Planalto reenviou o texto como projeto de lei (PL 4.426 de 2023), para facilitar a articulação da proposta. 

De última hora, o relator, deputado André Figueiredo (PDT-CE), acatou emendas dos deputados. Entre elas, o pagamento de indenização de representação para policiais civis, a cessão de servidores efetivos da PCDF (Polícia Civil do DF) para o Legislativo e a possibilidade de o governador do DF complementar a remuneração da corporação.

FILA NO INSS

Segundo o relator, o PEFPS (Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social) terá 4 objetivos:

  • reduzir o tempo de análise dos processos administrativos para obtenção de benefícios do INSS;
  • cumprir decisões judiciais relacionadas a assuntos previdenciários que tenham prazos expirados; 
  • realizar exames médicos periciais e analisar documentos para quem deseja receber os subsídios; 
  • conduzir exames médicos periciais de servidores públicos federais em casos de licença para tratamento de saúde ou de familiar ou dependente doente.

A iniciativa abarca processos com mais de 45 dias de análise ou que já tenham expirado. O governo fará 2 pagamentos extras por processo ao profissional do INSS que aderir ao programa: um para reduzir a fila geral, com valor de R$ 68 e outro para diminuir a fila da perícia médica federal, de R$ 75. 

​​Poderão participar do programa funcionários que ocupam cargos nas carreiras do seguro social, perito médico federal, supervisor médico-pericial e perito médico da previdência social, que atuem no INSS ou no Ministério da Previdência Social.

Ainda segundo o texto, a despesa para cumprir a medida está dentro do orçamento da União deste ano e o INSS “só autorizará atividades dentro da disponibilidade orçamentária”. 

A previsão do impacto está estimada em R$ 129,9 milhões para 2023, com o mesmo valor em 2024.  

O texto determina que os serviços médicos periciais do INSS poderão ser feitos por telemedicina. Além disso, a análise documental poderia ser feita em dias não úteis. Segundo o relatório, o objetivo é “ter maior adesão dos servidores ao programa de enfrentamento à fila do INSS”.

REMUNERAÇÃO DE AGENTES DE SEGURANÇA 

O projeto reajusta em 18% a remuneração de funcionários das forças de segurança (bombeiros e policiais militares e civis) do DF, além de bombeiros e policiais militares do Amapá, Rondônia e Roraima. A 1ª parcela foi paga em julho de 2023, época da publicação da MP que deu origem ao projeto, e a 2ª será paga em janeiro de 2024.

No artigo 7, ficou estabelecido ainda que o governo federal poderá conceder gratificações para as forças de segurança. São elas:

  • Indenização de Representação de Função Policial Civil “com dotação orçamentária própria, não vinculado ao Fundo Constitucional do Distrito Federal”; e
  • indenização aos militares do Distrito Federal, ativos, inativos e pensionistas, para a compensação dos desgastes orgânicos e danos psicossomáticos acumulados e decorrentes do desempenho das atividades.

Pelo texto principal do relator André Figueiredo, o impacto para o governo será de R$ 445 milhões em 2023 e de R$ 1,656 bilhão para 2024 e 2025. Segundo o relator, o dinheiro sairá do FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal). 

CARGOS PÚBLICOS

O projeto ainda transforma 13.375 cargos efetivos vagos que, segundo o governo, ainda na época da medida provisória, estavam “desalinhados às necessidades da Administração Pública”, em 8.935 novos cargos.

Dos novos postos, 2.243 são cargos comissionados, que podem ser ocupados sem concurso público, e funções de confiança, destinadas a servidores que já tenham cargos efetivos no Executivo. Pelo texto, o restante das funções (6.692) continuam a ser cargos efetivos, mas remanejados para áreas econômicas, de Meio Ambiente e de Cultura, por exemplo. 

Segundo o relator, os cargos efetivos transformados estão “mais alinhados às necessidades da administração, visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados ao cidadão”. Já os cargos e funções comissionadas teriam o objetivo de “dotar o Executivo de funcionamento adequado em algumas áreas que têm sido prejudicadas pelo déficit de estrutura”.

A proposta legislativa também estende o prazo para as contratações temporárias de assistência à saúde de povos indígenas e para atividades de apoio às ações de proteção etnoambiental para essa população. O prazo passa de 2 para 5 anos. 

Além disso, determina que 10% a 30% das vagas de concursos da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) sejam reservadas para os povos indígenas. 

Esta reportagem foi escrita pela estagiária de jornalismo Maria Laura Giuliani sob a supervisão do editor Matheus Collaço

SUBSÍDIOS FAZEM AUMENTAR A CONTA DE LUZ

 

História por Geraldo Campos Jr. •19h

Os consumidores brasileiros irão pagar R$ 342,8 bilhões em tarifas de energia elétrica em 2023, sendo que quase 40% desse montante se refere a tributos e encargos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Os dados são da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, que alerta que projetos em discussão no Congresso Nacional podem ampliar esses custos.

Os números foram apresentados nesta 4ª feira (4.out.2023) durante o Seminário Nacional dos Consumidores de Energia, que reuniu várias entidades de representação de clientes do setor elétrico em Brasília. Para as associações, aumentos e extensões de subsídios, muitos deles que não se justificam mais, são os motivos que mais têm provocado a alta da conta de luz.

Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente, disse que o Brasil tem atualmente todas as condições para ter uma das energias mais baratas do mundo, mas, ao contrário, tem uma das contas de luz mais caras. Ele aponta que é preciso ter uma reforma na legislação que torne a tarifa menor, justa e sustentável, o que passa por uma revisão de encargos.

“Nos últimos anos temos visto ações para aumentar a conta de energia, pelo Congresso e pelo governo, como extensão de subsídio a energias renováveis e carvão mineral, que são injustificáveis. E quem paga isso somos todos nós. É muito fácil tomar decisão e botar pra um 3º pagar”, afirmou Barata.

O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, disse que há uma indevida perpetuação de subsídios que no passado até se justificavam, mas que essa realidade mudou. Disse que a agência implementa as políticas públicos que foram definidas, mas que cumpre seu papel de apresentar os impactos e propostas de mudanças

“Subsídios são naturais para determinados momentos e setores, mas o que nós vemos é que há uma perpetuação de subsídios. E o que mais se discute é ainda a entrada de mais subsídios, e não a retirada de subsídios”, afirmou.

A principal crítica do setor é que os subsídios tem sido ampliados, como para mini e microgeração distribuída, mesmo com esse mercado já consolidado e em expansão. Outro problema é que esses descontos que são dados são pagos pelos demais consumidores, que nada têm a ver com essa geração, na conta de luz.

Para Mariana Amim, diretora de Assuntos Técnicos e Regulatórios da Anace (Associação Nacional dos Consumidores de Energia), trata-se de um modelo falido e que não encontra amparo no conceito jurídico do que é um subsídio.

“Estamos a cada dia nos deparando com mais jabutis e subsídios na conta. O subsídio normalmente é um incentivo para aprimorar uma área, mas com o governo arcando. No setor elétrico se faz caridade com o chapéu alheio. Fomentamos alguns setores, como energias renováveis e carvão, a custa do consumidor”, diz.

As entidades defendem que esses benefícios sejam transferidos para o Tesouro Nacional. Apontam ainda que a transição energética não deve ser usada como justificativa para extensão desses benefícios, sendo preciso olhar a realidade do Brasil do que é viável e aplicável aqui.

Segundo Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres), é preciso ser feito um debate sobre o custo-benefício desses encargos. Afirma que não se pode ver os incentivos como um fim, mas ele tem que ser um meio para atingir um determinado objetivo.

“Nós temos capitanias hereditárias até hoje, não no espaço geográfico, mas no espaço político, em que o consumidor é explorado para atender determinados setores econômicos. E justificam isso com a transição energética. Fazer eólicas offshore e terminar Angra 3, que têm energia mais cara, não são um fim pra transição energética. Mas se for um meio para o desenvolvimento do pais se justifica”, diz.

LULA PREJUDICA A CANDIDATURA DE JAVIER MILEI NA ARGENTINA

 

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atuou para autorizar uma operação para que o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. A informação foi revelada pela colunista do Estadão Vera Rosa.

O país vizinho precisava desse empréstimo-ponte para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pudesse liberar um desembolso de US$ 7,5 bilhões. A rigor, a Argentina não poderia ter acesso aos recursos do FMI, porque já havia esgotado o limite de crédito.

Lula, então, agiu para que os países-membros do CAF aprovassem a transferência de US$ 1 bilhão diretamente para o FMI, em nome da Argentina. O Palácio do Planalto entrou em contato com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é governadora do Brasil no CAF.

A ligação partiu do gabinete do ex-chanceler Celso Amorim, hoje assessor especial para assuntos internacionais da Presidência. Foi preciso telefonar várias vezes para Tebet, na tentativa de localizá-la. A ministra estava fora de Brasília, em compromisso particular, e só retornou depois.

A ação ocorreu às vésperas da visita do ministro da Economia argentino, Sergio Massa, ao País. Nome apoiado pelo presidente Alberto Fernández para a sua sucessão, ele esteve no Ministério da Fazenda e no Planalto em 28 de agosto.

O empréstimo-ponte do CAF não é ilegal e passou pelo crivo de 21 países-membros do banco. Somente o Peru votou contra. Após a confirmação, o FMI autorizou novo acordo e liberou os US$ 7,5 bilhões para a Argentina.

Depois da publicação da informação pelo Estadão, o presidenciável argentino Javier Milei disse que Lula atuou contra a sua candidatura e chamou o petista de “comunista furioso”. Ele é adversário de Sergio Massa na corrida pela Presidência da Argentina.

“A casta vermelha treme. Muitos comunistas furiosos e agindo diretamente contra minha pessoa e meu espaço. A liberdade avança. Viva a liberdade c…”, escreveu Milei nas redes sociais.

O que diz o governo

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 4, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência diz que “diferentemente do que vem sendo repercutido” (pela imprensa), o empréstimo não teve intervenção do presidente. O comunicado afirma, ainda, que Lula não conversou sobre o empréstimo com a ministra Simone Tebet.

Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso também nesta quarta, Tebet disse que não consultou Lula diretamente, mas admitiu que recorreu ao Itamaraty para saber como os demais países membros do CAF pretendiam votar em relação ao pedido da Argentina.

“O que aconteceu neste caso, e em outros casos, nós temos às vezes, via Ministério das Relações Exteriores, um grande apoio, onde a gente consulta para sentir como os embaixadores de outros países vão votar. É muito natural”, afirmou.

O post Entenda como Lula atuou para liberar empréstimo e interferir na eleição da Argentina apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

VÁRIOS RECADOS SOBRE O CONTROLE DAS BIG TECHS

  Big Techs ...