quinta-feira, 5 de outubro de 2023

GOVERNO LULA JÁ RETIROU 2,9 MILHÕES DE PESSOAS DO BOLSA FAMÍLIA

 

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, órgão responsável pelos dados, um total de 2.870.743 famílias teve seus benefícios cancelados até o nono mês deste ano.

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, órgão responsável pelos dados, um total de 2.870.743 famílias teve seus benefícios cancelados até o nono mês deste ano.©Foto: Agência Brasil

O governo federal cancelou um total de 2,9 milhões de cadastros no programa Bolsa Família até o mês de setembro deste ano, de acordo com informações obtidas pelo colunista Paulo Cappelli, do site Metrópoles, e divulgadas nesta quarta-feira (4).

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, órgão responsável pelos dados, um total de 2.870.743 famílias teve seus benefícios cancelados até o nono mês deste ano. Essas ações de corte fazem parte de um processo de revisão minuciosa com o objetivo de garantir que o pagamento do benefício seja direcionado apenas às famílias que atendem aos critérios estabelecidos.

As exclusões de beneficiários do Bolsa Família começaram em março deste ano, quando o governo Lula anunciou a identificação de aproximadamente 1,2 milhão de perfis com renda mensal superior aos limites estabelecidos para a adesão ao programa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou em junho deste ano o decreto que regulamentou o Novo Bolsa Família. Este programa foi estabelecido como uma substituição ao Auxílio Brasil, nome que era utilizado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

CENTRÃO MANDA E O GOVERNO ATENDE

 

História por THIAGO RESENDE E RANIER BRAGON • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (4) uma série de projetos do governo Lula (PT) que realocam recursos entre os ministérios e, em alguns casos, engordam pastas e projetos com o objetivo de vitaminar as emendas parlamentares.

Principal mecanismo de negociação entre governo e Congresso, as emendas estão no centro do acordo entre Lula e o centrão, que passou a integrar a base governista por meio das bancadas do PP e do Republicanos.

Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, o Palácio do Planalto tem feito acordos com integrantes do Congresso para deixar mais dinheiro nas mãos do centrão, em acertos que envolvem a destinação de mais de R$ 2 bilhões para órgãos loteados ao grupo.

Lula (PT) aceitou um pedido de líderes da Câmara para desidratar em cerca de R$ 600 milhões o Ministério das Cidades, de Jader Filho (MDB), e turbinar órgãos comandados pelo centrão, como a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas).

Um dos projetos retira verba do seguro rural e, por isso, sofria resistência da bancada ruralista. Mas o governo fez um acordo com a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) e prometeu que irá recolocar o dinheiro nessa área que serve de proteção financeira contra prejuízos causados por desastres naturais, queda de produtividade e outros eventos imprevisíveis.

“No próximo PLN [projeto orçamentário], o governo se compromete a fazer a recomposição dos R$ 45 milhões”, disse o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Com isso, a bancada ruralista passou a apoiar as propostas, o que abriu caminho para a aprovação neste quarta.

A realocação de recursos fortalece a liberação de emendas extras, aquelas que são distribuídas a parlamentares influentes e mais próximos dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sem critérios técnicos, apenas políticos.

Deverão sair cerca de R$ 800 milhões do ministério de Jader Filho. A pasta das Cidades virou alvo de críticas do centrão pela demora em autorizar os repasses a obras e projetos apadrinhados por deputados e senadores.

Por outro lado, a Codevasf será inflada em mais de R$ 1 bilhão. A estatal é presidida por Marcelo Andrade Moreira Pinto, indicado pelo líder da União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), que é aliado de Lira.

Outro perdedor nas negociações é o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias (PT). O cargo dele foi pleiteado na reforma ministerial pelo PP de Lira. No acordo de emendas, a pasta poderá perder R$ 44 milhões.

Isso ajudará a destinar R$ 80 milhões para o projeto Calha Norte, do Ministério da Defesa. Criado em 1985, o programa teve o objetivo inicial de proteger as fronteiras do Norte do país e integrar essa região, mas nos últimos anos também tem executado obras de infraestrutura.

Os empreendimentos do programa são tocados ou supervisionados por militares. Municípios no Amazonas, Amapá, Pará e Roraima podem receber investimentos através do projeto.

Segundo membros do Congresso, essas ações são de interesse de aliados do governo na região Norte, como o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

A sessão do Congresso, que reúne deputados e senadores, ocorre para análise de realocação orçamentária do governo federal, além da análise de vetos presidenciais.

A desta quarta também aprovou recursos para preparação da conferência do clima da ONU em Belém, em 2025, a COP30, entre outros fins, incluindo repasses para municípios nas áreas de saúde e educação.

Na sessão, deputados e senadores derrubaram ainda parte dos vetos de Jair Bolsonaro (PL) ao marco ferroviário e de Lula ao projeto de exame toxicológico a motoristas profissionais.

O Congresso tem a palavra final, então os dispositivos que haviam sido vetados serão incorporados às respectivas leis.

A derrubada de parte desses vetos foi um pleito da oposição. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chegou a afirmar na sessão que o governo do pai errou ao barrar alguns pontos do marco das ferrovias.

Com isso, o governo ficará obrigado a aplicar no próprio estado metade dos recursos obtidos com indenizações e outorgas da malha ferroviária, entre outros pontos.

Na questão toxicológica, entrará na lei a previsão de multa e de infração gravíssima ao motorista profissional que não fizer o exame toxicológico a cada dois anos e meio.

O Congresso marcou nova sessão para o dia 24, quando serão analisados outros vetos de Lula e alguns remanescentes da gestão Bolsonaro.

O PADRÃO DE RELACIONAMENTO ENTRE MARCAS E CONSUMIDORES SE TRANSFORMA EM ERA DE INTENSA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

 

Por ​​Katerina Matthaiou, Head de Produto e Crescimento da Upstream.

Em uma era de intensa inovação tecnológica, o padrão de relacionamento entre marcas e consumidores se transforma. Grandes marcas não apenas proporcionam produtos ou serviços de qualidade, mas também desenvolvem uma forte narrativa ao longo do tempo, fundada na humanização de suas comunicações. A capacidade de surpreender, de evocar o inesperado, que impulsiona o engajamento e motivar o consumidor a voltar, transformando simples compradores em defensores da marca.

Esta surpresa muitas vezes reside na maneira como as marcas se comunicam. E aqui, a estratégia omnichannel, ou multicanal, assume um papel crucial. Na era digital, é insuficiente para uma marca estar presente em um único canal de comunicação. Em vez disso, as marcas precisam tecer uma teia, onde vários canais trabalham em harmonia para oferecer uma experiência homogênea ao consumidor, seja ele online, offline ou em movimento.

Pesquisas indicam que clientes envolvidos por meio de múltiplos canais tendem a comprar 1,7 vezes mais em comparação àqueles que interagem via um único canal. Ao ultrapassar os limites tradicionais e adotar uma abordagem integrada, as marcas ampliam seu alcance e eficácia.

Cada canal tem seu próprio valor e potencial. O SMS, por exemplo, é ótimo para entregar mensagens urgentes, alcançando efetivamente o consumidor, um recente estudo feito pela Upstream para uma operadora de telefonia móvel nacional, aponta que campanhas de retargeting via SMS podem trazer um CTR 3,5 vezes maior que o RCS (Rich Communications Service). Em contraste, o MMS (Multimedia Messaging Service), oferece diversidade de interação através de áudio, fotos e vídeos. Já o RCS, que funciona de forma semelhante ao SMS e também conta com ferramentas multimídias, apresenta taxas de engajamento impressionantes, mas ainda enfrenta dificuldades em ganhar aderência em muitos mercados, na mesma pesquisa foi possível constatar que a taxa de pedidos dos usuários do RCS é 67% maior do que o SMS.

O e-mail, continua sendo uma ferramenta essencial, principalmente por empresas, aqui os desafios como canal de marketing, é atribuído aos filtros de Spam, desativação de notificações e outras estratégias que desafiam as marcas.

No mesmo cenário surgem os aplicativos de mensagens como WhatsApp e Viber que se tornam cada vez mais indispensáveis, a exemplo disso, estatísticas apontam que esses aplicativos são visualizados dentro da faixa de 3 a 5 minutos em um único dia, reforçando seu potencial e sua entrega, apesar dos desafios associados a custos. As notificações push, embora eficazes, precisam ser manuseadas com cuidado para não se tornarem invasivas.

Na vanguarda dessa revolução multicanal, plataformas de mobile marketing surgem como facilitadoras essenciais, contar com uma delas favorece a compreensão e a aplicação da orquestração multicanal para marcas que desejam otimizar sua comunicação.

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quarta-feira, 4 de outubro de 2023

REDUÇÃO DO MANDATO DOS MINISTROS DO STF FARÁ ELES SENTIREM NORMAIS

 

História por Isabella Alonso Panho • Jornal Estadão

Os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Alessandro Vieira (MDB-SE), Plínio Valério (PSDB-AM) e Sérgio Moro (União Brasil-PR) rebateram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes nesta terça-feira, 3, e saíram em defesa da discussão do mandato para os magistrados da Corte.

A proposta de ter um período fixo para um ministro ficar no cargo foi defendida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nesta segunda, 2. Gilmar Mendes reagiu à declaração e afirmou que a ideia é “inoportuna” e que o Congresso quer transformar a Corte em “agência reguladora desvirtuada”.

Ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, criticou a proposta de mandato para os ministros do STF Foto: Dida Sampaio / Estadão© Fornecido por Estadão

Plínio Valério é autor de uma proposta para estabelecer um mandato aos membros do STF. O senador disse, ao rebater Gilmar, que, tendo um mandato, os ministros “certamente se sentirão como seres humanos normais”.

“Minha intenção ao propor a PEC foi promover visão equilibrada e democrática do funcionamento do STF. Com mandato, certamente se sentirão como seres humanos normais, juízes que exercerão uma função na Suprema Corte e que estão sujeitos a avaliações e aperfeiçoamentos periódicos”, escreveu o tucano nas redes sociais.

Alessandro Vieira chamou o posicionamento de Gilmar Mendes de “ridículo” e disse que o decano do STF ”se recusa a respeitar os limites constitucionais da sua própria atuação”.

“É ridículo, pois se trata de integrante da Corte que justamente interpreta e defende os limites da Constituição. O Congresso tem óbvia e ampla legitimidade para discutir mandatos para o STF”, afirmou.

Hamilton Mourão, senador e ex-vice-presidente, classificou como “lamentável” a atitude de Gilmar e afirmou que o ministro “desdenha” da discussão do Senado. “O que o ministro chama de ‘esforço retórico’, nós chamamos de trazer ao debate político e democrático as legítimas demandas e anseios do povo que nos elegeu”, disse.

Senador e ex-juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro também criticou a reação do ministro. “Estabelecer mandatos para os ministros do STF (novos) é mero aperfeiçoamento institucional, não é golpe ou retaliação.”

Moro e Gilmar já protagonizaram vários embates públicos e são desafetos declarados. O ministro critica o senador por causa da condução da força-tarefa e Moro atribui ao magistrado uma conduta leniente com o combate à corrupção.

Discussão foi reacendida após declaração de Pacheco

A discussão envolvendo Gilmar Mendes nesta terça-feira começou com a declaração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Segundo o senador, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar o nome para substituir Rosa Weber, a Casa deverá retomar o debate sobre a criação de mandato para os ministros do Supremo.

Uma declaração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reacendeu o debate Foto: WILTON JUNIOR© Fornecido por Estadão

“Seria bom para o Poder Judiciário, para a Suprema Corte do nosso País, para a sociedade brasileira, termos uma limitação ao mandato de ministros do Supremo”, disse o senador durante uma coletiva de imprensa nesta segunda.

Nesta terça, Gilmar criticou a proposta nas redes sociais. “É comovente ver o esforço retórico feito para justificar a empreitada: sonham com as Cortes Constitucionais da Europa (contexto parlamentarista), entretanto o mais provável é que acordem com mais uma agência reguladora desvirtuada. Talvez seja esse o objetivo”, afirmou o magistrado.

Ele também afirmou que o momento da discussão é inoportuno. “Após vivenciarmos uma tentativa de golpe de Estado, por que os pensamentos supostamente reformistas se dirigem apenas ao Supremo?”, questionou Gilmar.

Hoje, o mandato dos ministros do Supremo é vitalício, porque eles usufruem das mesmas prerrogativas da carreira da magistratura, estabelecidas em lei. A aposentadoria compulsória aos 75 anos não retira, por exemplo, o título de ministro.

Discussões no STF incomodam Legislativo

A discussão sobre o mandato para ministros do Supremo é antiga e já foi endossada por Lula neste ano. Há diversos projetos de lei na Câmara e no Senado sobre o tema. Um deles é de autoria do atual ministro da Justiça, Flávio Dino, cotado para vaga no STF, e foi proposto quando ele era deputado federal.

O fato de o Supremo Tribunal Federal ter encampado discussões, como o marco temporal, tem provocado incômodo nos parlamentares.

O julgamento do STF sobre o marco temporal das terras indígenas é um dos episódios que tem alimentado a reação do Legislativo Foto: CARLOS ALVES MOURA© Fornecido por Estadão

Aprovado na Câmara por ampla maioria, impondo um revés ao governo Lula, o projeto foi para o Senado com a promessa de Pacheco de que seria votado sem regime de urgência, passando por comissões e com audiências públicas.

Antes de o trâmite ser concluído, o STF declarou a inconstitucionalidade do marco temporal. Pacheco pautou o projeto de lei, que foi aprovado pela Casa. Como mostrou a Coluna do Estadãoquando o texto chegar a Lula, ele deve ser vetado, mas já existem articulações no Congresso para derrubar um possível veto do presidente.

Outros casos que alimentam esse ruído entre Legislativo e Judiciário são a descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal e a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação. Os dois temas estão sob análise do STF.

No final de setembro, a Câmara dos Deputados voltou a discutir a Proposta de Emenda à Constituição nº 50/2023, que prevê a possibilidade de o Congresso derrubar decisões do Supremo. Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que há clima para que a PEC seja aprovada, mas o texto pode ser derrubado pelo próprio STF.

PEC APROVADA MANTÉM A CIDADANIA BRASILEIRA DE QUE OBTÉM OUTRA NACIONALIDADE

 

História por Redação Itatiaia •14h

O Congresso Nacional promulgou nesta terça-feira (3) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que mantém a cidadania brasileira de quem obtém outra nacionalidade.

Atualmente, a Constituição estabelece a perda automática da nacionalidade brasileira quando um cidadão adquire outra nacionalidade.

Pela legislação, a perda só não é automática quando o reconhecimento da nova nacionalidade é feito por lei estrangeira ou quando há imposição de naturalização ao brasileiro residente em outro país.

Pela PEC, a nacionalidade deverá ser mantida, com exceção de dois casos:

  • quando houver pedido expresso do cidadão, ressalvadas situações que acarretem apatridia, ou seja, quando a pessoa não tem sua nacionalidade reconhecida por nenhum país;
  • e quando houver sentença judicial que peça a perda de nacionalidade, em caso de fraude relacionada ao processo de naturalização ou atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

O texto não fala sobre a reaquisição de nacionalidade, que precisará ser definida posteriormente.

Hoje, os termos para readquirir a nacionalidade brasileira exigem renúncia à nacionalidade estrangeira adquirida ou a comprovação de enquadramento nas duas exceções que a Constituição estabelece.

Permuta entre juízes estaduais

Durante a sessão solene desta terça, o Congresso também promulgou a PEC que cria a possibilidade de troca mútua, também chamada de permuta, entre juízes estaduais de diferentes tribunais.

O texto determina que a troca será permitida entre juízes “de comarca de igual entrância, dentro do mesmo segmento de Justiça, inclusive entre os juízes de 2º grau, vinculados a diferentes tribunais, na esfera da Justiça Estadual, Federal ou do Trabalho”.

Atualmente, apenas juízes federais e do trabalho podem pedir permuta. Juízes estaduais podem mudar de comarca dentro de um mesmo tribunal desde que sejam aprovados em novo concurso público se quiserem atuar em outro estado.

Para que a mudança ocorra, é necessário que a troca tenha o aval de todos os magistrados envolvidos.

A expectativa é que a promulgação das duas PECs seja publicada no Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta semana.

Para ir à promulgação pelo Congresso, uma PEC precisa ser aprovada em dois turnos, na Câmara dos Deputados e no Senado, com apoio de, no mínimo, 308 deputados e 49 senadores.

GOVERNO AMERICANO TEM SE ESFORÇADO PARA ACENAR COM RECURSOS PARA ENGANJAR COMM O BRASIL

 

História por Mariana Sanches – Da BBC News Brasil em Washington 

Se os US$ 500 milhões prometidos pelo presidente americano Joe Biden ao Fundo Amazônia, em abril, parecem cada vez mais distantes da realidade, o governo americano tem se esforçado para acenar com outras possibilidades de recursos para mostrar engajamento com o Brasil em um momento em que a China reforça sua presença tanto no país quanto na América Latina.

O envio de meio bilhão de dólares à floresta amazônica dependeria da aprovação do Congresso dos Estados Unidos. Mas, há meses, os partidos Democrata e Republicano não conseguem construir um consenso em torno do orçamento do país.

No último sábado (30/9), o Congresso evitou que o governo americano fosse paralisado por falta de verbas menos de quatro horas antes do prazo limite – e com a aprovação de uma solução tampão de 45 dias. Ficaram de fora, por exemplo, as verbas previstas para apoiar os ucranianos em seu esforço de guerra.

O terreno legislativo do país virou um ambiente conflagrado — o que ficou demonstrado na terça-feira (03) com a destituição do líder da Câmara, o republicano Kevin McCarthy, após decisão dos parlamentares da Casa, que aprovaram por 216 votos a 210 sua saída em uma moção para retirá-lo do cargo.

Nesse contexto da política doméstica do país, tanto diplomatas brasileiros como americanos consideram praticamente descartada a aprovação da verba anunciada por Biden ao Fundo Amazônia ainda este ano.

Os dois governos, no entanto, se empenharam para evitar que o não cumprimento da promessa simbolizasse um novo constrangimento na relação entre os países, que tanto Biden quanto Lula afirmaram ter chegado a um novo patamar.

E outras opções passaram a ser avaliadas.

Por um lado, durante o encontro bilateral entre os presidentes Lula e Biden (e alguns de seus ministros) em Nova York, há duas semanas, o Brasil propôs a inclusão do país no chamado Inflation Reduction Act (IRA, na sigla em inglês), um pacote climático proposto pela atual gestão, já chancelado pelo legislativo, e que destina US$ 369 bilhões para apoiar a transição energética e o desenvolvimento de tecnologias verdes ao país.

Até agora, o Brasil pouco se beneficiou do plano bilionário porque, de acordo com o texto aprovado pelo Congresso, somente países com acordos de livre-comércio com os EUA poderiam reclamar tais investimentos em suas indústrias.

O Brasil jamais firmou tal acordo com os americanos. Para tentar estudar formas de driblar essa limitação, brasileiros e americanos acertaram, durante o encontro bilateral, a criação de um grupo de trabalho — que do lado brasileiro será levado a cabo pela Fazenda — para propor saídas que permitam que ao menos parte desse recurso desembarque no Brasil.

Do lado de Biden, a estratégia para demonstrar que a relação com o Brasil é prioritária é aliar investimentos públicos pontuais e estímulo ao intercâmbio empresarial.

Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil depois do encontro bilateral entre os dois presidentes, o subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos EUA, José Fernandez, afirmou que o país pretende aportar recursos diretamente no Brasil em setores como a extração dos chamados “minerais críticos” — cobalto, lítio e níquel, entre outros — fundamentais para a fabricação de baterias de veículos elétricos, por exemplo.

Hoje, 80% desses minerais estão sob controle de países que os EUA consideram como autocracias e expandir as fontes dos materiais se tornou uma meta para a gestão Biden.

Uma das novas fontes que os americanos encontraram fica no interior do Piauí. Lá, a agência governamental americana, Development Finance Corporation (DFC), aportou algumas dezenas de milhões de dólares para a exploração de cobalto e níquel pela empresa TechMet.

“A China construiu uma posição de domínio esmagador da cadeia de abastecimento (de minerais críticos). A dependência contínua dos Estados Unidos das importações para o fornecimento de metais críticos representa uma ameaça significativa à competitividade a longo prazo da indústria americana. A TechMet, alinhada aos interesses dos EUA, está empenhada em desenvolver um fornecimento independente destes metais críticos”, diz a empresa em um comunicado em 2020 no qual anuncia o aporte de US$25 milhões da DFC.

A China já se estabeleceu no Brasil com duas fabricantes de automóveis elétricos – a BYD e a Great Wall Motors.

“Em minerais críticos, o Brasil tem grandes reservas, o que quer é capital, empresas que estejam preparadas para fazer a coisa certa ao trabalhar com as comunidades, que garantam respeito aos direitos trabalhistas, ao meio ambiente. E nós estamos preparados para incentivar esse tipo de empresa”, afirmou Fernandez.

O secretário qualificou o setor minerador do Brasil como “vibrante” e disse que o que os EUA oferecem é “trabalharmos em conjunto no financiamento de projetos minerais críticos, com um investimento feito de forma responsável, seguindo o mais alto princípio ambiental, social e de governança para que os países não precisem escolher entre custos ambientais e crescimento econômico”.

Segundo ele, porém, as parcerias com o Brasil não estariam limitadas à mineração.

Há ainda interesses em apoiar o desenvolvimento de hidrogênio verde, energia eólica e solar brasileiras, além do desenvolvimento de sementes pela Embrapa que gerem plantas capazes de suportar as mudanças climáticas.

Na semana passada, o Departamento de Estado dos EUA remeteu ao Brasil cerca de 40 empresários, numa visita organizada pela equipe do enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, e batizada de GreenTech Mission.

Entre as empresas americanas representadas na visita estavam 3M, Bayer, Boeing, Cargill, GE, Merck e Kellogg. Havia ainda funcionários da EximBank, agência de crédito à exportação dos EUA; dos departamentos de Agricultura, de Energia, dentre outros.

Ao anunciar, em Nova York e ao lado de Kerry, a expedição dos americanos ao Brasil, o ministro da Fazenda Fernando Haddad qualificou o novo momento da parceria com os EUA como um “ganha-ganha”. “Não podemos deixar uma potência como os EUA de costas para o Brasil. O Brasil e os EUA têm interesses em comum. Queremos abrir possibilidades novas para que Brasil e EUA se aproximem com ganhos mútuos”, afirmou Haddad.

O tom de Fernandez é ainda mais contundente: “O Brasil está ansioso e queremos mais investimentos dos EUA no Brasil. Quando você tem um país com o potencial que o Brasil tem na região (América Latina), ele tem que estar na frente e no centro dos seus planos”.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista da BBC News Brasil com Fernandez, feita por videochamada e editada por concisão e clareza.

Hoje, 80% dos minerais críticos estão sob controle de países que os EUA consideram como autocracias e expandir as fontes dos materiais se tornou uma meta para a gestão Biden© Getty Images

BBC News Brasil – Brasil e EUA parecem estar em um novo momento em sua relação bilateral, é o que os dois presidentes disseram no mês passado, em encontro bilateral, em Nova York. O que isso significa em termos de comércio e oportunidades de negócios?

José Fernandez – Nossa relação com o Brasil é muito forte, temos excelentes relações comerciais, mas também compartilhamos muitos dos mesmos valores e algo em que tanto o presidente Biden quanto o presidente Lula acreditam é em ter as mudanças climáticas no topo da agenda. Eles discutiram o que o presidente Lula quer fazer na Amazônia e nós compartilhamos os mesmos objetivos.

Especificamente nas áreas com as quais eu trato, como minerais críticos, os EUA acabaram de fazer um investimento numa empresa no Nordeste. Temos um diálogo energético muito ativo. Estamos engajados em toda a questão da sustentabilidade, das mudanças climáticas. Vamos nos envolver com o Brasil no acordo de plásticos que estamos começando a negociar. Eu me encontrei com a nova embaixadora do Brasil nos EUA (Maria Luiza Viotti) e estamos comprometidos em cooperar em muitas áreas. É um relacionamento muito forte.

BBC News Brasil – Você poderia detalhar um pouco mais esse investimento em minerais no Nordeste?

Fernandez – O nome da empresa é Techmet. Eles receberam um investimento de muitos países, mas um dos investimentos foi da nossa Development Finance Corporation para construir uma mina no nordeste. Eles estão no mercado de minerais críticos. E continuaremos a fazer mais.

O Brasil tem um setor de mineração muito vibrante e de grande interesse e o que oferecemos é a oportunidade para trabalharmos em conjunto no financiamento de projetos minerais críticos, com um investimento feito de forma responsável, seguindo o mais alto princípio ambiental, social e de governança para que os países não precisem escolher entre os custos ambientais e o crescimento econômico.

O Brasil compartilha esse anseio e eu tenho tanto no governo Lula quanto durante o período Bolsonaro conversado com a indústria de mineração brasileira e continuarei a promover esse tipo de oportunidade que acreditamos ser uma oportunidade única em uma geração e uma oportunidade que o Brasil quer aproveitar.

Em minerais críticos, o Brasil tem grandes reservas, o que quer é capital, empresas que estejam preparadas para fazer a coisa certa ao trabalhar com as comunidades, para garantir que elas respeitem os direitos trabalhistas e o meio ambiente. E, por isso, estamos preparados para incentivar esse tipo de empresa.

O desafio é focar em projetos específicos daqui para frente e continuaremos a fazer isso.

Mas não se limita à mineração. Um dos projetos que coordeno é para desenvolver plantações no sul da África que resistirão às mudanças climáticas. Se o clima continuar a aquecer, muitas das culturas agrícolas que, neste momento, são alimentos básicos na África, não sobreviverão às alterações climáticas nos próximos 20 anos. Estamos trabalhando com a Embrapa nisso no sul da África.

BBC News Brasil – Na semana passada, a equipe do enviado climático John Kerry esteve no Brasil com algumas dezenas de empresários justamente com esta agenda. Pode me falar mais sobre isso?

Fernandez – Apoiamos o secretário Kerry na empreitada. Ele tem sido incansável em trabalhar na busca de uma cooperação com o Brasil.

Quando você olha para a crise das mudanças climáticas que enfrentamos, o Brasil está no centro da solução, como líder na preservação amazônica de um dos maiores pulmões do mundo. Precisamos do Brasil como parceiro. O Brasil já é um líder climático, grande parte da sua energia agora é renovável, é energia hidrelétrica, então acho que todos podemos aprender com os esforços que o Brasil tem tomado na Amazônia e em outros aspectos sobre mudanças climáticas e nós queremos tê-los como parceiros na América Latina, dada a sua proeminência na região.

E é por isso que tenho certeza de que o secretário Kerry deseja promover esse objetivo, mas também percebendo que o setor privado será fundamental para a necessidade de investimento. Logo, ele está trazendo empresas ao país.

Do lado de Biden, a estratégia para demonstrar que a relação com o Brasil é prioritária é aliar investimentos públicos pontuais e estímulo ao intercâmbio empresarial© Reuters

BBC News Brasil – E em relação a fundos governamentais dos EUA, subsecretário? O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, citou recentemente a possibilidade de que recursos do Inflation Reduction Act pudessem financiar iniciativas no Brasil. Isso é uma conversa ainda muito inicial ou já uma realidade?

Fernandez – Acho que estamos começando a conversa e isso é um pouco fora da minha especialidade. Grande parte da discussão sobre o Inflation Reduction Act centra-se nas baterias de veículos elétricos e subsídios (para produzi-las). Em relação ao Brasil, já estamos vendo os benefícios desse investimento que mencionei na Techmet.

Mas não é só isso. No hidrogênio verde, o Brasil poderá ser um líder, há uma série de áreas onde vemos condições de trabalhar em conjunto com o Brasil. Sinceramente, não sei se a discussão já está em andamento, mas certamente tenha em mente que o Inflation Reduction Act é o maior investimento feito por qualquer país na História em energia limpa, são US$ 369 bilhões, e vai além das baterias de veículos, inclui a captura de carbono, hidrogênio verde, energia eólica, solar e muito desse investimento irá para tecnologia. E essa tecnologia ajudará a todos nós.

Então, quer o Brasil se torne ou não um dos países do FTA (Free Trade Agreements, livre comércio, condição necessária para receber aportes diretos do IRA) para fins de veículos elétricos, o Brasil vai se beneficiar porque a tecnologia vai baratear turbinas eólicas e painéis solares. E, em última análise, o que estamos tentando fazer é lidar com as alterações climáticas, que são a crise existencial do nosso tempo.

BBC News Brasil – O presidente Lula, na viagem a Nova York, tinha por objetivo atrair investidores americanos para obras do Programa de Aceleração do Crescimento em energia eólica e solar, especialmente no nordeste do país. O senhor vê esse interesse no setor privado americano?

Fernandez – Com certeza. Sei que existe um grande interesse também por parte de muitas empresas europeias. O Brasil é um excelente candidato para energia eólica e solar e já é líder em energias renováveis. Há uma série de empresas que estão muito otimistas em trabalhar com o Brasil e sentem que o país já está pronto agora para mais energia renovável.

O Brasil tem uma ótima rede hidrelétrica, mas vimos o que acontece em tempos de seca, e é por isso que o presidente Lula quer diversificar para outras fontes de energia renovável e é por isso que as empresas estão interessadas.

BBC News Brasil – Há uma certa frustração no governo brasileiro que diz ouvir muitos questionamentos sobre os investimentos chineses no país, mas ao mesmo tempo afirma que os investidores americanos não aparecem nas concorrências quando elas são abertas.

Fernandez – O Brasil está ansioso e queremos mais investimentos dos EUA no Brasil. Lembre-se que os EUA continuam sendo, de longe, o maior investidor na América Latina e também o maior parceiro comercial da América Latina e do Caribe, por isso queremos fazer parte da solução e trabalharemos com o Brasil para tentar incentivar empresas a investirem nisso.

Assim como estamos incentivando as empresas brasileiras a virem para os EUA, nossos números comerciais cresceram tremendamente nos últimos dois anos. Nossas relações são bastante saudáveis.

Mas nós não podemos dormir sobre o nosso sucesso. Precisamos continuar atentos porque quando você tem um país com o potencial que o Brasil tem na região, ele tem que estar na frente e no centro dos seus planos.

EMPRESÁRIO COLABOROU COM O OBJETIVO DA MANIFESTAÇÃO SER PACÍFICA

História por Natália Santos e Gabriel de Sousa • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O empresário Argino Bedin, 73 anos, suspeito de ter financiado os ataques aos prédios dos Três Poderes, optou por ficar em silêncio durante depoimento nesta terça-feira, 3, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Ele abriu mão do pronunciamento inicial, chorou no decorrer da oitiva e respondeu apenas “sim” ou “não” a poucas perguntas.

O direito de ficar calado em questionamentos potencialmente incriminato´rios foi concedido ao “pai da soja”, como é conhecido, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli nesta segunda-feira, 2.

Bedin ficou em silêncio durante a sua oitiva na CPMI e chegou a chorar durante fala de bolsonarista Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Bedin foi convocado pelo colegiado como testemunha. Ao iniciar a sessão pelas perguntas da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o empresário informou que não falaria. “Eu vou exercer o meu direito de permanecer calado”, disse. O “pai da soja” foi o primeiro suspeito de financiar os atos convocado pela CPMI.

Durante a oitiva, o empresário começou a chorar durante a fala do deputado federal Filipe Barros (PL-PR). Segundo o bolsonarista, o empresário não deveria ser investigado por ter colaborado com uma manifestação que tinha como objetivo ser pacífica. “As nossas manifestações (da direita) sempre foram pacíficas. Um empresário exemplar pro nosso País, como o senhor Argino Bedin, eventualmente ajuda mais uma dessas manifestações, só que nessa manifestação deu o que deu no dia 8. Ele pode ser responsabilizado por isso? É óbvio que não”, disse Barros.

Bedin foi consolado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). “Este senhor tem 72 anos de idade. Em novembro de 2022, teve seus bens bloqueados. Como poderia ter financiado qualquer coisa? Estou esperando o Excelentíssimo ministro dos Direitos Humanos vir acompanhar uma sessão desta CPMI e ver o que fizeram e continuam fazendo com crianças, mulheres e idosos”, disse a senadora.

Durante o segundo momento da CPMI, após o almoço, o empresário não usou o direito ao silêncio ao responder a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Mas foi sucinto nas respostas. Questionado se ele se considera inocente, disse “com certeza”. E afirmou que “não” se sentiu intimidado com o colegiado. “Nem um pouco”, disse.

Argino teve as suas contas bancárias bloqueadas por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, em novembro do ano passado. Ele faz parte de um grupo de empresários suspeitos de financiar atos antidemocráticos como bloqueios e obstruções de estradas após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais.

Depoimento foi o último da CPMI

Pela falta de acordo entre a base governista e a oposição para pautar novas convocações ao colegiado, a CPMI foi encerrada, de forma extraoficial, nesta terça-feira. Não haverá mais depoimentos até o relatório final de Eliziane Gama, que será apresentado no próximo dia 17. O fim dos trabalhos do colegiado ocorre sem as oitivas do ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro nas eleições do ano passado, Walter Braga Netto, e do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier dos Santos, que eram de interesse da base governista. Também não haverá depoimentos de membros da Força Nacional, solicitados pela oposição.

Estava previsto para esta quinta-feira, 5, o depoimento do soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Beroaldo José de Freitas Júnior, que participou da defesa do Congresso Nacional durante os ataques às sedes dos Três Poderes. Porém, a oitiva não será realizada.

Empresário é acusado de financiar atos antidemocráticos

Um levantamento do Estadão com base em documentos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostrou que a família de Argino, que é tradicional no agronegócio de soja em Sorriso, em Mato Grosso, doou R$ 160 mil em repasses feitos para a campanha à reeleição de Bolsonaro. Além disso, foi constatado que 15 caminhões que se deslocaram até o Quartel-General do Exército após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pertenciam aos Bedin.

Bedin esteve ao lado de Bolsonaro em evento onde o presidente criticou isolamento social na pandemia de covid-19 Foto: Alan Santos/PR© Fornecido por Estadão

Em setembro de 2020, o empresário recebeu, em Sorriso, Bolsonaro e uma comitiva presidencial composta do então ministro da Infraestrutura e hoje governador de São PauloTarcísio de Freitas (Republicanos), e do ex-chefe do Gabinete de Segurança institucional (GSI) general Augusto Heleno, que depôs na CPMI na semana passada. Naquela visita a Mato Grosso, ocorrida durante os primeiros meses da pandemia de covid-19, o ex-presidente disse que o Estado “não se acovardou” e criticou as políticas de isolamento social que eram adotadas naquela época.

 

C[ODIGO-FONTE DO TSE FICA À DISPOSIÇÃO DOS FISCALIZADORES POR UM ANO

História por Redação Itatiaia 

A abertura do código-fonte das urnas eletrônicas para as eleições de 2024 às entidades fiscalizadoras ocorre na manhã desta quarta-feira (4), às 10h.

A solenidade, conduzida pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, inaugura o “Ciclo de Transparência – Eleições 2024”. O evento é o primeiro que compõe as atividades de transparência coordenadas pela Corte referentes às eleições municipais de 2024, quando serão eleitos prefeitos e vereadores.

As entidades fiscalizadoras podem tirar eventuais dúvidas sobre os equipamentos e o processo eleitoral do ano que vem durante o evento.

O código-fonte é aberto às entidades fiscalizadoras um ano e dois dias antes das eleições municipais do ano que vem, que será em 6 de outubro.

Ele ficará disponível em tempo integral em uma sala de vidro no subsolo do TSE até a fase de lacração das urnas, às vésperas da votação.

Até lá, podem analisar o código-fonte as instituições públicas, órgãos federais, partidos políticos, universidades e a sociedade civil, apenas mediante agendamento.

O que é o código-fonte?

O código-fonte da urna eletrônica é um conjunto de comandos com linguagem de programação de computador que servem para fazer funcionar os programas eleitorais que rodam no equipamento.

Conforme o TSE, todos esses programas e sistemas permanecerão abertos para análise das entidades fiscalizadoras, em tempo integral, numa sala de vidro no subsolo do tribunal até a fase de lacração dos sistemas, nas vésperas do pleito.

Até lá, podem fiscalizar os comandos instituições como partidos políticos, órgãos federais, universidades e a sociedade civil. É preciso fazer agendamento prévio no TSE.

No final de setembro, o TSE aprovou a retirada das Forças Armadas e do Supremo Tribunal Federal (STF) do rol de entidades fiscalizadoras.

O que pode ser analisado?

Todos os sistemas da urna eletrônica ficam disponíveis para avaliação da sociedade, incluindo:

  • Sistema operacional;
  • bibliotecas;
  • programas de criptografia e respectivos compiladores;
  • sistemas utilizados na geração de mídias;
  • sistemas usados na transmissão, no recebimento e no gerenciamento dos arquivos de totalização.

Fiscalização

Antes das eleições de 2022, nove entidades foram ao TSE para examinar a programação das urnas eletrônicas, entre novembro de 2021 e agosto de 2022.

A abertura dos códigos-fonte dos softwares da urna eletrônica é um procedimento realizado pela Justiça Eleitoral, pelo menos um ano antes de cada eleição.

Eventuais inconformidades encontradas pelas entidades fiscalizadoras devem ser apresentadas ao TSE, que é responsável por corrigi-las e demonstrar os ajustes realizados.

Todas as alterações realizadas nos sistemas são rastreáveis e ficam disponíveis para verificação das entidades fiscalizadoras.

 

NOVO PASSAPORTE BRASILEIRO EMITIDO A PARTIR DESSA TERÇA-FEIRA

História por José Maria Tomazela • Jornal Estadão

novo passaporte brasileiro começou a ser emitido nesta terça-feira, 3, em todo o Brasil. A emissão é feita pela Polícia Federal após pedido formal do interessado. A nova família de passaportes visa a aprimorar e modernizar os elementos de segurança dos documentos de viagem brasileiros, segundo o Ministério de Relações Exteriores. No exterior, o modelo começará a ser expedido em embaixadas e consulados do Brasil apenas em 2024.

Conforme a pasta, haverá um período de transição durante o qual o modelo atual e o antigo deverão conviver. Os passaportes já expedidos continuam sendo aceitos até a data de validade. Na nova versão, o passaporte inclui em suas páginas figuras que representam a flora e a fauna brasileiras.

O documento também conta com imagens que só podem ser vistas na luz ultravioleta e mais marcas d’água, o que oferece mais segurança contra fraudes.

Esta é a maior mudança no passaporte brasileiro em oito anos: em 2015, o documento ganhou um chip para consulta eletrônica e teve o prazo de validade dobrado de cinco para dez anos – esse prazo continua em vigor.

Para solicitar a nova via do documento basta acessar o sistema no site do governo federal, preencher um formulário, pagar a taxa e agendar o atendimento. Na data, é preciso comparecer à unidade selecionada, munido da documentação, inclusive o passaporte vencido, se houver.

Polícia Federal passa a emitir novo modelo de passaporte a partir desta terça-feira, 3 Foto: Casa da Moeda/Divulgação© Fornecido por Estadão

Taxa para emissão é de R$ 257

De acordo com o ministério, a taxa para emissão do passaporte comum continua a mesma, de R$ 257,25, desde que seja apresentado o documento vencido. Para emissão de segunda via de passaporte válido extraviado ou perdido esse valor dobra (R$ 514,50). Já para emissão do passaporte de urgência e emergência o valor é de R$ 334,42.

As regras para o documento de emergência continuam as mesmas, entre elas necessidade de trabalho, catástrofes naturais, viagem imediata em razão de saúde do requerente, cônjuge ou parente próximo e ajuda humanitária. A entrega do passaporte será feita na mesma unidade do agendamento. Se não for retirado em 90 dias, o documento é cancelado e o requerente perde a taxa paga.

Mudanças

Em sua capa, o novo passaporte voltou a exibir o brasão da República, no lugar das estrelas do Cruzeiro do Sul do modelo anterior, mas agora com um novo design de linhas decorativas.

Nas páginas internas, foram desenhados em cores ícones representativos dos diversos biomas e culturas de todas as regiões brasileiras.

Na página com os dados da pessoa, além da foto colorida tirada no momento da confecção do documento, foi inserida uma foto em preto e branco formada com dados biométricos do requerente.

O novo passaporte tem tecnologia antifraude e informações protegidas por um laminado de segurança.

Na viagem ao exterior, o passaporte não pode ser substituído pela nova Carteira de Identidade Nacional, segundo o governo. Isso porque o Brasil tem acordos para uso do RG (Registro Geral) apenas com países do Mercosul. Nos demais países, o passaporte continua sendo o documento obrigatório.

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SAÚDE DIGITAL DO SUS FORTALECE OS PRINCÍPIOS DO SISTEMA

 

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

A secretária nacional de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, disse, nesta terça-feira (3), em São Paulo, ao participar do segundo dia do 1º Simpósio Internacional de Transformação Digital no SUS, que espera da digitalização do SUS (Sistema Único de Saúde) mais do que produtos para consumir e sim a transformação de um conceito de saúde digital que fortaleça princípios do sistema.

“Não é só a implantação dessa ou daquela tecnologia, mas de ser orientada pelas forças políticas e econômicas que fortaleçam a ideia de uma cultura e política em saúde que seja para todos, que seja inclusiva”, afirmou.

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Para Ana Estela, essa transformação talvez seja hoje uma das ações mais estruturantes e necessárias para organizar os muitos bancos de dados que precisam começar a gerar mais informações.

“Então, é usarmos a inteligência artificial e a capacidade analítica que já se tem para poder processar e gerar informações estratégicas para a tomada de decisão. Sejam tomadas de decisão por processo de atenção à saúde, desde a promoção, prevenção, tratamento, reabilitação, mas também para vigilância e para prevenção de futuras emergentes sanitárias”, explicou.

Ela citou, ainda, a importância de fortalecer o processo de formação para transformação digital de todos os atores que participam desse processo, além de fomentar a pesquisa para inovação. “São todas as ações que têm uma transversalidade com tudo aquilo  que o SUS e o Ministério da Saúde fazem”, acrescentou.

Ana Estela disse, também, que essa é uma ação estruturante para que toda a população possa se beneficiar e fazer com que as tecnologias fortaleçam o processo de atenção, ampliando o acesso e melhorando a linha de cuidado e a continuidade do cuidado. “Isso porque em um modelo híbrido em que se usa a tela em saúde pode-se também estar mais próximo do paciente não só dependendo do transporte físico, da presença física”, avaliou.

A secretária considera que o processo está avançando rápido e que, em breve, será possível lançar o programa. “O que sentimos é isso. Nós tivemos ontem mais de 10 mil acessos remotos ao seminário, além dos 600 participantes presenciais. Assim, parece que está todo mundo muito atento e sensível a essa necessidade. Isso é muito bom, porque eu acho que vai nos fazer avançar mais rápido porque vamos trabalhar juntos”, destacou.

Momento especial

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, observou que o simpósio acontece em um momento especial porque 2023 foi um ano de reconstrução de muitas políticas e que todas elas vieram com uma visão não só de atualização, mas de sanar os grandes desafios que foram reforçados no cenário da pandemia de covid-19.

“Sejam desafios que se expressam tanto em determinações como as mudanças climáticas, mas que colocam também a questão da autonomia dos países na produção dos seus insumos de saúde, a visão da importância que a inovação tenha como fim o atendimento à superação das graves desigualdades como ocorrem no nosso país. Portanto, a inovação digital tem como foco o fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde, que está no centro da agenda de governo”, disse.

O post Digitalização deve fortalecer SUS, diz secretária de Saúde apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

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