sábado, 23 de setembro de 2023

APENAS 35% DOS MICROEMPRESÁRIOS TÊM CURSO SUPERIOR NO BRASIL

 

Kályta Caetano, head de Contabilidade da MaisMei

Segundo especialista em gestão pública de ensino, há diversidade de vagas profissionalizantes disponíveis, porém muitas não contemplam as reais demandas do mercado

Um levantamento que analisou o perfil dos Microempreendedores Individuais (MEI) brasileiros mostra que cerca de 35% tiveram acesso à graduação de nível superior. Realizada pela MaisMei, plataforma especializada em abertura e gestão de MEIs, a pesquisa considerou, neste recorte, usuários que completaram ou não algum curso em universidades. Outros 20% disseram que não passaram do ensino fundamental, enquanto os demais, cerca de 45%, afirmaram ter parado os estudos no ensino médio, também considerando aqueles que não concluíram essa etapa. Ao todo, foram entrevistados 6.018 microempreendedores da base cadastral da MaisMei.

Perguntados, de forma aberta, qual área de conhecimento gostaria de desenvolver para auxiliar a gestão do seu negócio, 29% citaram “Gestão Financeira”; 18% responderam “Marketing” e 15% disseram, sem especificar, “Curso Técnico”. Os demais termos citados foram “Vendas” (11%); “Administração” (7%); “Planejamento” (6%); “Outros” (6%); “Criação de Conteúdo” (5%); “Comunicação” (2%) e “Contabilidade” (1%).

Kályta Caetano, head de Contabilidade da MaisMei, observa que, mesmo a questão permitindo respostas livres, os conteúdos clássicos do ensino profissionalizante de nível técnico foram os mais citados. “Deixando aberta, como imaginávamos, os cursos técnicos têm um peso importante. Não apenas considerando aqueles (15%) que responderam de forma genérica, mas levando em conta que as áreas de Gestão Financeira e Marketing também possuem uma grande oferta de cursos técnicos”, diz.

Prioridades versus realidade do mercado

De fato, há um interesse grande da população brasileira, especialmente entre mais jovens, por cursos profissionalizantes de nível técnico, de acordo com Francisco Borges, mestre em Políticas Públicas do Ensino e consultor da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT). Ele explica que nem sempre são priorizadas, por parte de quem oferta os cursos, as áreas com maior demanda de trabalho. 

“Existem mais de 19 milhões de vagas de cursos de graduação técnica presenciais e mais de 13 milhões de vagas para cursos EaD. Ou seja, não se trata de um problema de quantidade de vagas e sim para quais setores elas são ofertadas. Às vezes, as políticas educacionais priorizam cursos descolados da realidade do mercado”, diz.

Francisco Borges reitera que sem formação adequada às demandas da economia, muitas microempresas podem “travar” seu crescimento devido a fatores como má gestão de recursos ou perda de oportunidades para prestação de serviços. “Isso porque a profissionalização técnica se tornou um diferencial até mesmo em setores que, historicamente, não exigiam formação, caso dos pequenos comerciantes. Hoje, prestadores de serviços estão mais por dentro da necessidade de aprimorar sua capacidade de gestão”, explica.

O ESG SÃO OS PRINCÍPIOS AMBIENTAIS SOCIAIS E DE GOVERNANÇA PARA A TRANSPARÊNCIA E A SUSTENTABILIDADE

Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

Num mundo em constante evolução tecnológica e social, uma transformação mais sutil, mas extremamente relevante, está a emergir nas corporações: o ESG (Environmental, Social, and Governance). Numa livre tradução, são os princípios ambientais, sociais e de governança. E, assim como a economia brasileira passou por um Plano Real, as empresas também estão numa jornada de realinhamento, priorizando o real, o tangível e o duradouro.

Mas por que, enquanto colaboradores, precisamos nos preocupar com isso? Porque, querido leitor, vivemos em uma era onde a transparência e a sustentabilidade não são apenas jargões, mas sim imperativos para o sucesso de qualquer organização. E, para ter destaque, é fundamental compreendermos a importância e a relevância do ESG. Vamos a isso:

1. Ambiental: o futuro é agora

Em tempos passados, temas como mudanças climáticas e conservação eram relegados ao segundo plano. Mas hoje, o custo da inação é demasiadamente alto. Empresas que ignoram suas responsabilidades ambientais enfrentam riscos financeiros, reputacionais e operacionais.

Compreender essa vertente é fundamental. Não se trata apenas de reciclar papel ou economizar energia. Trata-se de uma mentalidade, de reconhecer que nossos recursos são finitos e de que nosso dever como cidadãos corporativos é contribuir para um futuro mais sustentável. Nós, como empresa do setor de educação, também nos preocupamos. Não apenas as fábricas, mas todas as empresas.

2. Social: as relações que definem negócios

A dimensão social refere-se ao papel das empresas nas comunidades onde operam e como tratam seus funcionários, fornecedores e clientes. Aqui, o capital humano é essencial. Como tratamos uns aos outros e como valorizamos a diversidade e promovemos a inclusão são pontos que definem não apenas nossa cultura corporativa, mas também nossa resiliência e adaptabilidade.

Para o colaborador moderno, é vital compreender que o sucesso não é apenas medido pelo lucro. A maneira como impactamos a sociedade, como lidamos com questões complexas e controversas, como a desigualdade e os direitos humanos, é uma métrica de sucesso tão importante quanto qualquer outra. A velha máxima proferida por alguns artistas de fama que não se importam com seus seguidores caiu por terra.

3. Governança: o pilar da integridade

No Brasil, temos uma história rica, mas por vezes conturbada, de governança corporativa. E ainda que muitos possam ver com ceticismo, a boa governança é a base para qualquer empresa que pretenda ter longevidade e respeitabilidade.

Isso significa ter processos claros, líderes responsáveis e uma cultura de integridade que permeia todos os níveis da organização. Para o colaborador, isso se traduz em responsabilidade, em ter a coragem de agir com ética e em promover uma cultura de transparência.

O ESG como diferencial competitivo

Se antes o ESG era visto como uma “boa ação” ou uma maneira de “limpar” a imagem corporativa, hoje é um diferencial competitivo. Empresas que incorporam esses princípios são mais atraentes para investidores, clientes e, sim, para talentos.

Como colaborador, ao entender e promover o ESG, você não apenas se posiciona como um ator-chave no presente da sua organização, mas também molda o futuro dela. Trata-se de uma mentalidade de crescimento, de constante aprendizado e adaptação.

Concluindo…

O Plano Real transformou a economia brasileira. O ESG tem o potencial de transformar o mundo corporativo. Para colaboradores que desejam se destacar, a mensagem é clara: adapte-se, evolua e incorpore o ESG não apenas em suas funções diárias, mas também em sua mentalidade e visão de mundo.

E, assim como o real tornou-se mais do que apenas uma moeda, como também um símbolo de estabilidade e progresso, que o ESG se torne mais do que apenas um conjunto de princípios, mas uma representação de um futuro mais justo, equitativo e sustentável para todos nós.

NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!

COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER PROPAGANDA DAS EMPRESAS DO VALE DO AÇO.

O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão de existir.

E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves” das empresas da região para incrementar as suas vendas.

Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento, desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa fórmula.

Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e público.

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.

 

O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

 

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

MARCO TEMPORAL INDÍGENA TOMA TERRA DE POSSEIROS E AS BENFEITORIAS COMO FICA?

 

História por Letícia Mori – Da BBC News Brasil em São Paulo 

O direito dos povos originários à terra é garantido pela Constituição© André Borges/EPA

O STF formou maioria nesta quinta (21/09) para rejeitar a tese do marco temporal, que delimitava a demarcação de terras indígenas somente para as regiões ocupadas no ano de 1988, data da promulgação da Constituição Federal vigente.

A decisão é vista como uma vitória pelo movimento indígena, pois evita um retrocesso, dizem, mas não significa que a disputa esteja encerrada e que os direitos dos povos originários aos territórios estejam livres de ameaças.

Isso pois ainda há possibilidade de o Congresso legislar sobre o tema.

“A rejeição do marco temporal pelo Supremo é uma grande vitória”, diz Kléber Karipuna, coordenador executivo da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

“Mas a bancada ruralista está com uma cobiça nas terras indígenas e quer a todo custo aprovar [no Congresso] uma tese de marco temporal.”

Com um placar de 7 votos a 2, a Corte já tem maioria para entender que o direito dos povos originários a territórios tradicionalmente ocupados não depende da presença dos indígenas no local antes de 1988.

Diversos territórios indígenas que foram tradicionalmente ocupados e com os quais os povos possuem vínculos não estavam sob o controle dos indígenas ou em disputa na data da aprovação do texto constitucional, mas foram reocupados pelos povos originários em anos seguintes.

Para o ministro Luís Roberto Barroso, não existe um “marco temporal fixo e inexorável” para a ocupação dos territórios indígenas.

“A ocupação tradicional também pode ser demonstrada pela persistência na reivindicação de permanência na área, por mecanismos diversos”, afirmou Barroso.

Até agora, votaram pela rejeição da limitação temporal para oficializar territórios indígenas os ministros Edson Fachin, Luis Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Votaram a favor do marco temporal os ministros Kássio Nunes e André Mendonça. Faltam votar os ministros Rosa Weber e Gilmar Mendes.

O ministro Kássio Nunes, que teve voto vencido a favor do marco temporal, disse que o limite de data cria segurança jurídica para as demarcações. Já o ministro André Mendonça afirmou que a inexistência de marco cria a possibilidade de exigência de demarcação de áreas ocupadas em tempos imemoriáveis.

A rejeição do marco temporal aconteceu na decisão sobre uma disputa entre o povo Xokleng e o Estado de Santa Catarina, mas tem repercussão geral, ou seja, afeta todos os casos similares.

Atualmente, estão em curso cerca de 300 processos de demarcação cujos resultados serão afetados pela decisão desta quarta.

“O alcance da decisão vai muito além do caso concreto”, afirmou o ministro Dias Toffoli em seu voto. Além disso, a decisão vale para inúmeros casos futuros de disputas sobre processos de demarcação.

Há hoje 1,69 milhão de pessoas indígenas no Brasil, o equivalente a 0,83% da população brasileira, segundo os dados já divulgados do Censo 2022 E a maior parte dos indígenas — cerca de 63% — vive hoje fora dos territórios indígenas oficialmente limitados.

Por diversas vezes, indígenas organizaram atos em Brasília contra o marco temporal© André Borges/EPA

Juristas indígenas: ‘Não é o fim da ameaça’

Apesar da decisão do Supremo, já foi aprovada na Câmara e tramita no Senado um projeto de lei para estabelecer o marco temporal via legislação – algo visto com preocupação pelos povos indígenas, apesar da vitória de hoje para eles.

“Eu não duvido que o Congresso Nacional queira continuar tirando uma queda de braço com o Supremo Tribunal Federal”, diz Maurício Terena, coordenador jurídico da Apib.

Caso o Congresso aprove uma lei estabelecendo um marco temporal, o mais provável é que o assunto volte ao Supremo.

A decisão de hoje fortalece a ideia de que uma lei comum não poderia tratar do tema, que é um direito garantido na Constituição.

Para mudar temas constitucionais, é necessária uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que precisa de 3/5 dos votos dos parlamentares para ser aprovada.

“Ainda existe uma possibilidade forte de a bancada ruralista se movimentar e em resposta ao Supremo tentar trazer algo novo via PEC”, afirma Kleber Karipuna.

“Vamos continuar alertas em relação a isso para que não tenhamos nenhuma regressão aos direitos dos povos indígenas.”

Mesmo uma PEC poderia ser questionada na Justiça.

Se o Supremo entender que o direito aos territórios independentemente de limite de data para a ocupação é uma cláusula pétrea, o tema não poderia ser alterado nem mesmo por uma PEC.

Uma lei sobre marco temporal também poderia ser vetada pelo presidente, mas juristas indígenas acreditam que isso é improvável.

O que acontece após STF rejeitar marco temporal para terras indígenas© BBC

A questão da indenização

Mesmo com maioria contra o marco temporal, ainda há uma questão a ser decidida no julgamento desta quarta.

Estão em disputa duas visões sobre a possibilidade de indenização de não-indígenas que ocupam terras indígenas que venham a ser demarcadas.

A questão da indenização para os posseiros de terras não estava no caso concreto sendo julgado, explica o advogado Rafael Modesto, que defendeu os Xokleng no caso específico julgado pelo Supremo.

Ela foi trazida no voto do ministro Alexandre de Moraes, que defende que seja estabelecida uma compensação como condição prévia para as demarcações.

Segundo lideranças indígenas, a indenização nesses moldes tornaria inviáveis as demarcações, já que a União não teria orçamento para fazer as compensações em todos os casos de disputa.

Após o voto de Moraes, as organizações indígenas entraram com uma interpelação argumentando contra esse entendimento.

“Na época do fim da escravatura os senhores de escravos queriam ser indenizados por perderem as suas mãos de obra escrava. Talvez a gente esteja diante de um julgamento tão simbólico e civilizacional para o país que novamente se decide se os escravocratas invasores de terras públicas terão direito a sua indenização”, diz Maurício Terena.

A outra visão foi trazida pelo ministro Cristiano Zanin, que afirma que a oficialização das terras indígenas não pode depender de indenização prévia de posseiros.

O ministro defende que posseiros de boa-fé que ocuparam terras da União sem saber que se tratavam de áreas indígenas podem até ter direito a indenização, mas ela não estará vinculada à demarcação.

Ou seja, eles precisarão entrar com um processo judicial à parte para serem compensados pela União e a demarcação não depende da existência nem do resultado desse processo.

Para grupos do movimento indígena, esse seria um meio-termo aceitável.

Isso porque, nesse entendimento, os posseiros não teriam direito de propriedade sobre as terras indígenas e os eventuais títulos de propriedade que tenham recebidos foram atos ilegais.

A compensação seria pela atuação irregular da União ao conceder uma área que não poderia ser transferida. E também por eventuais benfeitorias (melhorias) no território feitas pelos invasores.

“Essa decisão traria um equilíbrio se viesse a beneficiar principalmente pequenos agricultores que ocupem área indígena de boa-fé”, explica o advogado Rafael Modesto, que defendeu os Xokleng.

“Então ele teria além do direito à indenização das benfeitorias feitas na área de uma indenização por ato ilícito do Estado ou da União. Mas essa compensação não seria dentro do processo de demarcação, mas seria necessário um processo administrativo próprio”, diz Modesto.

O que disseram os ministros

O relator do caso, ministro Edson Fachin, disse em seu voto que os “direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam” não depende da existência de um marco temporal nem de um conflito ou controvérsia judicial na data da promulgação da Constituição.

Segundo ele, o processo demarcatório deve ser definido por tradicionalidade da ocupação, verificada por laudo antropológico, não por marco temporal.

Fachin afirma ainda que a ocupação tradicional indígena é diferente da propriedade civil, pois precisa abranger não só a terra habitada, mas a usada para atividades produtivas, a terra imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários para seu bem estar, além das necessárias à sua reprodução física e cultural.

“A função econômica da terra (indígena) se liga, visceralmente, à conservação das condições de sobrevivência e do modo de vida indígena, mas não funciona como mercadoria para essas comunidades”, afirmou o relator.

O ministro Dias Toffoli também entende que a Constituição não estabelece marco temporal para oficializar territórios indígenas e afirma que a Corte faz, com a votação, a “pacificação de uma situação histórica”.

O ministro Luis Roberto Barroso, que também votou contra o marco temporal, afirmou que, em casos em que a comunidade indígena foi forçada a se afastar da área de ocupação tradicional, ela pode comprovar o vínculo cultural com laudos antropológicos.

DEPUTADA PETISTA QUER O FIM DA JUSTIÇA ELEITORAL

História por Gabriel de Sousa • Jornal Estadão

BRASÍLIA – A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu o fim da Justiça Eleitoral na sessão da comissão especial que discute a PEC que anistia dívidas de partidos políticos. Hoffmann afirmou, nesta quarta-feira, 20, que a existência da instituição é um “absurdo” e que as multas aplicadas são “inexequíveis”, inviabilizando a existência das siglas. Após críticas, Gleisi disse, nesta quinta, 21, que o “funcionamento da Justiça Eleitoral está sujeito ao escrutínio da sociedade”.

Gleisi Hoffmann defendeu a extinção da Justiça Eleitoral na Câmara dos Deputados Foto: ViniLoures© Fornecido por Estadão

“Eu queria falar das multas dos tribunais eleitorais, que não são exequíveis e trazem uma visão subjetiva da equipe técnica do tribunal, que sistematicamente entra na vida dos partidos políticos, querendo dar orientação, interpretando a vontade de dirigentes, a vontade de candidatos, inviabilizam os partidos. Os partidos são a base da sociedade democrática. (…) Não pode ter uma Justiça Eleitoral, que aliás é um absurdo. Um dos únicos lugares do mundo que tem Justiça Eleitoral é no Brasil. O que já é um absurdo e custa três vezes mais do que o financiamento de campanha para disputa eleitoral”, disse a presidente do PT.

declaração de Gleisi ocorre no momento em que o nome dela é citado para assumir o comando do Ministério da Justiça, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indique Flávio Dino, atual chefe da pasta, para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Gleisi Hoffmann defendeu a troca das multas por sanções eleitorais aos partidos políticos. Uma das suas sugestões é a de substituir um homem eleito por uma mulher com menos votos caso a cota de 20% de participação feminina no Congresso não seja alcançada. De acordo com a deputada, esse tipo de punição seria “pedagógica”. Somados os valores de multa por irregularidades na conta partidária entre 2015 e 2017, o PT tem dívidas de pouco mais de R$ 23 milhões.

“Para realizar os 20%, um homem terá que ser substituído por uma mulher. Pode ser um homem eleito, mas será substituído pela mulher mais votada para que a gente possa cumprir a cota. Eu tenho certeza que, mesmo com as críticas que tivermos e com a realidade que a gente tem nos partidos, se aprovarmos essa PEC, nós vamos ter um grande avanço na história da participação de mulheres, de negros e negras com essas mudanças que a gente está sugerindo”, afirmou.

Gleisi diz que críticas são para abrir o debate

Na tarde desta quinta-feira, Gleisi se pronunciou nas redes sociais afirmando que a Justiça Eleitoral possui um “papel relevante”, mas que “o seu funcionamento está sujeito ao escrutínio da sociedade, como o de qualquer instituição”. Ao reiterar as suas críticas sobre as multas que são aplicadas ao partido pelo desrespeito às cotas de gênero e raça, a deputada disse que a sua fala teria dado “margem a interpretações em outro sentido”.

“Estas foram as críticas que fiz, no sentido de abrir o debate para que tudo seja aperfeiçoado, embora minha fala tenha dado margem a interpretações em outro sentido. Não tentem nos igualar aos que atacam a democracia e têm medo de eleições”, afirmou.

Lula destacou atuação da Justiça Eleitoral após vitória nas eleições

No dia 12 de dezembro do ano passado, na diplomação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a atuação da Justiça Eleitoral foi essencial para a garantia da lisura das eleições. Segundo Lula, a atuação dos tribunais eleitorais fizeram valer “a soberania do voto popular”.

“Além da sabedoria do povo brasileiro, que escolheu o amor em vez do ódio, a verdade em vez da mentira e a democracia em vez do arbítrio, quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular. Cumprimento cada ministro e cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis”, disse o petista.

Moraes rebate declaração de Gleisi

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, criticou nesta quinta, a declaração de Gleisi. Sem mencionar o nome da parlamentar, o magistrado classificou as afirmações como “errôneas” e fruto de “total desconhecimento” sobre o funcionamento da instituição.

 

BOLSONARO DEFENDE DAS ACUSAÇÕES RECEBIDAS

 

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres,e o presidente da República, Jair Bolsonaro, falam à imprensa no Palácio da Alvorada

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rompeu o silêncio que vinha adotando em relação ao acordo de colaboração premiada feito pelo seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid. Por meio de uma nota divulgada pelos seus advogados nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente negou todas as suspeitas que pairam sobre ele e prometeu “medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça”.

O ex-ajudante de ordens fez um acordo de colaboração premiada que foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no último dia 9, no meio do feriado prolongado do 7 de setembro. A delação colocou Mauro Cid, que estava preso desde maio, em liberdade. Os termos do acordo, ajustado com a Polícia Federal (PF), estão em segredo de Justiça, mas alguns detalhes vieram a público.

Como mostrou o Estadão, Mauro Cid teria dito que entregou nas mãos de Bolsonaro dinheiro vivo oriundo da venda de joias que foram recebidas durante agendas oficiais da Presidência, confirmando a suspeita da PF de que o ex-presidente coordenava esse suposto esquema. Nesta quinta-feira, 21, outro trecho da delação foi revelado: Cid diz que, depois das eleições passadas, Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas para avaliar a possibilidade de um golpe de estado.

Nessa última ocasião, o ex-presidente teria apresentado aos militares uma “minuta de golpe”, que teria sido entregue a ele por Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência. Durante uma sessão do Senado, em março de 2021, quando acompanhava o então ministro das Relações Exteriores, Martins teria feito um gesto supremacista, gesto que lhe rendeu uma ação criminal.

Ele foi absolvido na primeira instância da Justiça Federal e o Ministério Público Federal (MPF) recorreu para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde o caso aguarda julgamento.

A nota divulgada pela defesa de Bolsonaro diz que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal” – repetindo, no final desta frase, um dos jargões frequentes de Bolsonaro.

No final do texto, os advogados do ex-presidente reiteram que ainda não conseguiram ter acesso ao conteúdo da delação. Nesta terça, 19, Bolsonaro e sua esposa Michelle, que também é investigada no caso das joias sauditas, pediram ao STF para ter acesso ao conteúdo acordo de delação.

A declaração desta quinta muda o tom de Bolsonaro a respeito do seu ex-ajudante de ordens. Até o momento, o ex-presidente vinha argumentando que Cid agiu por conta própria e negou ter dado qualquer ordem para que o tenente-coronel cometesse crimes. A caminho de Abadiânia, no dia 18 de agosto, Bolsonaro disse ao Estadão que Cid “tinha autonomia” e que desejava “clarear o mais rápido possível” toda a situação.

O post Bolsonaro rompe silêncio, nega acusações e promete agir contra calúnias apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

RÚSSIA SUSPENDE FORNECIMENTO DE DIESEL AO BRASIL

História por dw.com

Moscou proibiu exportação de combustíveis para estabilizar seu mercado interno. Até agosto, russos haviam sido o principal fornecedor externo de diesel para o Brasil neste ano.

De janeiro a agosto, 40,6% do volume importado de diesel pelo Brasil veio da Rússia© Vitaly Timkiv/SNA/IMAGO

A Rússia decidiu nesta quinta-feira (21/09) suspender temporariamente as suas exportações de gasolina e diesel. A medida visa estabilizar o fornecimento interno de combustíveis no país e terá impacto também no Brasil, que se tornou um dos maiores importadores do diesel russo.

A suspensão anunciada por Moscou poupa apenas os países da chamada União Econômica da Eurásia, que inclui Belarus, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão.

“As restrições temporárias ajudarão a abastecer o mercado [interno] de combustíveis, o que levará a uma redução dos preços ao consumidor”, disse o governo russo em nota.

A Rússia, alvo de pesadas sanções internacionais em razão de sua guerra de agressão na Ucrânia, vem sofrendo escassez de diesel e gasolina. Ao mesmo tempo, o país continua sendo um dos maiores exportadores de combustíveis do mundo.

Os preços no atacado na Rússia subiram exponencialmente, enquanto no varejo os aumentos são limitados por um teto, de modo a ficarem em linha com a inflação oficial. Uma crise grave no fornecimento de combustíveis pode gerar sérios problemas ao Kremlin, antes das eleições presidenciais no pais, marcadas para março de 2024.

O problema atinge com mais força a região produtora de alimentos no sudeste russo, onde os combustíveis são fundamentais para o uso de máquinas agrícolas.

Analistas apontam que o mercado de combustíveis russo também vem sendo afetado por fatores como problemas de manutenção nas refinarias de petróleo, gargalos nas ferrovias para o transporte dos combustíveis e a desvalorização da moeda local, o rublo, que acaba incentivando as exportações.

O país exportou 4.817 milhões de toneladas de gasolina e quase 35 milhões de toneladas de diesel no ano passado.

Impacto no Brasil

A decisão russa terá impacto nas vendas do diesel no Brasil, após a Rússia ter se tornado em 2023 o maior fornecedor externo do combustível ao país, ultrapassando os Estados Unidos, tradicional vendedor de diesel para o mercado brasileiro.

Segundo reportagem do jornal Valor, o Brasil se tornou neste ano o segundo maior comprador do diesel russo no mundo.

Nos oito primeiros meses do ano passado, a participação russa no mercado brasileiro era mínima. Neste ano, porém, os russos ficaram à frente dos demais exportadores de diesel para o Brasil.

De janeiro a agosto, 35,6% do valor importado em diesel pelo Brasil veio da Rússia, sendo que em volume foram 40,6%. Os EUA ficaram com 31% e 28,4%, respectivamente. Em seguida, os maiores exportadores para o Brasil são os Emirados Árabes Unidos e a Índia, cada um com aproximadamente 10% do fornecimento em valor e em quantidade neste ano.

No mesmo período do ano passado, os americanos forneceram ao país 58% em valor e em volume de diesel importado.

rc/bl (DPA, Reuters, ots)

 

LULA PASSA POR CIMA DAS PRESSÕES DO PT

História por admin3 • IstoÉ

Às vésperas de completar dez meses no terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém um antigo hábito: antes de seus pronunciamentos, lê várias vezes o texto em voz alta, faz pausas para tomar goles de água e dirige perguntas sobre o conteúdo a quem está por perto.

Quando não engaveta tudo e fala de improviso, costuma encaixar adendos no original. Não foi diferente com o discurso que leu na abertura da 78.ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na última terça-feira, 19.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o tom do pronunciamento foi dado pelo ex-chanceler Celso Amorim, hoje chefe da assessoria especial do Palácio do Planalto. Mas Lula interferiu bastante. Pediu para incluir, por exemplo, que “a desigualdade precisa inspirar indignação”, além de mais dados sobre a fome.

Todos os homens do presidente sabem, porém, que ele às vezes introduz “cacos” de última hora no discurso. Tanto é assim que o texto distribuído à imprensa, após Lula ocupar a tribuna da ONU, veio com a seguinte advertência: “(*) Cotejar com versão oral.”

Padrinho do atual ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, Celso Amorim também foi titular da Defesa no governo Dilma Rousseff e é hoje um dos poucos auxiliares que fazem a cabeça de Lula no Planalto.

Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete, despacha agora a menos de um quilômetro dali. É secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, administrado por por Luiz Marinho.

Carvalho assistiu à terceira posse do amigo no gramado da Esplanada. “Tenho cada vez mais prurido ao entrar em palácios”, admitiu o petista, que, após oito anos ao lado de Lula, comandou a Secretária-geral da Presidência sob Dilma.

‘Véio, você tem que receber o povo aqui’

Cenas de sincericídio entre Carvalho e Lula ficaram famosas nos dois primeiros mandatos. Em 2007, por exemplo, passava das 17 horas quando Gilbertinho, como era chamado pelo presidente, entrou no gabinete e lhe deu uma ordem.

“Véio, você tem que receber o povo que está aqui”, disse ele. Irritado, Lula não se conteve: afirmou que todos ali viviam enchendo sua agenda de compromissos, um atrás de outro, e, por isso, não podia fazer milagre.

Conhecido como “grilo falante” do Planalto, Carvalho não tinha medo dos rompantes de Lula. Ao contrário: ex-seminarista, era um dos poucos que o faziam mudar de ideia. Naquele dia, sem que tivessem marcado audiência, representantes do movimento dos portadores de hanseníase esperavam o presidente. Lula acabou ficando mais de uma hora com eles. Chorou. Em 24 de maio de 2007, assinou Medida Provisória criando pensão indenizatória para quem sofria da doença.

Dezesseis anos depois, Lula não tem mais o “grilo falante” que o acompanhou nos dois primeiros mandatos. No Planalto ainda está Clara Ant, testemunha privilegiada das audiências do petista, de 2003 a 2010, que lançou o livro Quatro Décadas com Lula – O poder de andar junto. Mas Clara é uma exceção. A fila andou.

Nomes da velha-guarda do PT foram abatidos por escândalos de corrupção, a exemplo de José Dirceu e Antônio Palocci. Amigos que também atuavam como conselheiros do presidente, como Márcio Thomaz Bastos e Luiz Gushiken, morreram.

Longe dos holofotes, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), tem desembarcado quase toda semana em Brasília. A viagem não é, porém, apenas para resolver problemas de sua cidade. Amigo de Lula, Edinho atua para apagar incêndios políticos com o PT e com os novos aliados do Centrão.

Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão de Dilma, o prefeito é visto como “pule de dez” para retornar ao governo em 2025, após o término de seu mandato.

Janja tentou segurar Ana Moser no Esporte

Nos bastidores, não são poucos os que comentam que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, afastou Lula dos antigos amigos e da turma de São Bernardo do Campo, onde ele iniciou sua trajetória como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

Janja sempre negou esse comportamento. Em mais de uma ocasião, afirmou que sua única preocupação era com o bem-estar do marido. “Quem ama, cuida”, argumentou ela.

Os defensores da primeira-dama dizem, por sua vez, que ela é alvo de ciúme e fogo amigo de uma ala do PT. Na prática, com quase nenhum ministro ou auxiliar com intimidade suficiente para apontar eventuais erros do governo, quem faz essa tarefa é mesmo Janja, mas nem sempre consegue convencer Lula.

Tanto que, se dependesse dela, o deputado André Fufuca (PP), integrante do Centrão e vice-líder do governo de Jair Bolsonaro, não teria jamais ocupado a cadeira de Ana Moser no Ministério do Esporte.

O chefe da Casa Civil, Rui Costa – tido como “capitão do time” -, tem a simpatia de Lula, mas não da maioria dos colegas. Em conversas reservadas, alguns deles dizem que, nas reuniões ministeriais, Costa age como se ainda fosse governador da Bahia, dando ordem a seus secretários.

Na Esplanada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além de Marinho e de Wellington Dias (Desenvolvimento Social), são os três mais próximos do presidente. Nos últimos tempos, Lula tem elogiado muito o titular da Justiça, Flávio Dino, que passou a ser o mais cotado para ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mesmo assim, só Marinho – que conhece Lula desde os tempos de sindicalismo – tem coragem de contrariá-lo e até de brigar com ele. E não foram poucas as vezes que o fez.

Foi Marinho quem obrigou Lula a tirar uma foto apertando a mão de Paulo Maluf, em 18 de junho de 2012. Tratava-se de uma exigência de Maluf para apoiar Haddad na campanha à Prefeitura de São Paulo.

“Ele estava fazendo exercício na academia, em São Bernardo. Não queria ir de jeito nenhum. Eu disse: Você tem que ir na casa do Maluf. E ele foi”, contou Marinho.

‘Ele não tem tantos filtros. Agora, tem pressa’

Dirigentes do PT observam que, desde sua prisão – decretada na esteira da Lava Jato, em 2018 -, Lula é outro homem. “Ele não tem tantos filtros. Agora, tem pressa: quer recuperar o tempo perdido”, resumiu o senador Humberto Costa (PE), ex-ministro da Saúde no primeiro mandato do petista.

Costa é um dos críticos do excessivo poder dado ao Centrão nessa temporada. Quem dá as cartas do bloco é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que faz uma série de exigências ao Planalto para aprovar projetos de interesse do governo.

“O Centrão tem uma agenda própria”, observou Costa, citando matérias como o marco temporal das terras indígenas, apoiadas pelo grupo. “É uma situação completamente diferente: eles querem participar do governo e da execução do orçamento, mas sem qualquer compromisso com o governo.”

Expoente do Centrão, Lira acompanhou a comitiva do presidente na viagem a Nova York. Desta vez, Lula não cometeu gafes nem deu derrapadas verbais como nos últimos três meses e fez um discurso na ONU elogiado por líderes mundiais.

Não foi o que ocorreu em junho quando, ao afagar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que “o conceito de democracia é relativo”. Pouco depois, em 5 de setembro, defendeu o voto secreto para ministros do Supremo.

‘Vão pensar que TPI é parente da TPM’

No dia 9, Lula disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não corre risco de ser preso se vier ao Brasil, em 2024, para a Cúpula do G-20. O Tribunal Penal Internacional emitiu mandado de prisão contra Putin por crime de guerra contra a Ucrânia, mas Lula afirmou depois que nem sabia da existência dessa instância. Detalhe: ele mesmo já pediu que o TPI julgasse Jair Bolsonaro por crime contra a humanidade, em razão dos mais de 700 mil mortos na pandemia de covid-19.

“Ninguém sabe o que é TPI. Vão pensar que é parente da TPM”, ironizou o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, numa referência à tensão pré-menstrual. Na avaliação de Bernardo, nada disso traz desgaste ao presidente. “Para a grande maioria das pessoas, essas coisas são incompreensíveis”, minimizou.

O líder do PT no Senado, Jaques Wagner, acha que o ambiente polarizado do País tem contribuído para o novo comportamento de Lula, descrito por muitos como sendo mais pragmático.

“A conjuntura atual é totalmente diferente. Em 2007, era uma reeleição. Em 2003, a gente recebeu o governo de um democrata, o Fernando Henrique Cardoso. Agora, recebemos o governo sei lá do que se pode chamar…”, assinalou ele.

‘Não foi o Lula que mudou. Foi o mundo’

Wagner foi ministro do Trabalho e das Relações Institucionais sob Lula e da Casa Civil na gestão Dilma. É do círculo íntimo do presidente, que o apelidou de “Galego”, e só não ocupou uma cadeira na Esplanada porque não quis.

“Cada ministro, quando entrou, teve de andar no ministério com uma lanterna na mão, olhando todos os cantos, para ver se havia uma armadilha montada. Foi uma coisa violenta”, insistiu o senador. “Então, com esse ambiente conflagrado e as instituições todas mexidas, não foi o Lula que mudou. Quem mudou foi o mundo”, emendou.

O presidente nunca foi, porém, tão indiferente às pressões do próprio PT ou mesmo de outras siglas da esquerda quanto agora.

“Para manter a governabilidade, lamentavelmente Lula teve de ceder ao Centrão porque não há um nível adequado de participação da sociedade civil. Então, o governo fica refém da maioria do Congresso e de acordos que nem sempre refletem os interesses do País”, constatou a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que de 1989 a 1992 foi prefeita de São Paulo pelo PT.

No Congresso, o estilo Lula 3.0 ainda rende queixas de políticos dos mais diversos partidos que estiveram ao lado dele em outros mandatos e hoje não conseguem mais sua atenção.

Coube ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, acalmar os revoltados. Há um mês, Padilha tem chamado antigos aliados para conversas reservadas no Planalto, na tentativa de explicar que o presidente ainda irá recebê-los.

“Eu não tenho dúvida de que, depois desse périplo no exterior e da cirurgia no quadril, ainda neste mês, ele vai aprofundar a conversa com os amigos”, declarou o deputado Eunício Oliveira (MDB-CE), ex-titular das Comunicações no primeiro mandato de Lula.

As reclamações dos últimos dias, no rastro da reforma ministerial, começaram a surtir efeito. Para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Lula levou uma comitiva de 24 parlamentares, incluindo o próprio Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

No Planalto e no Itamaraty, a justificativa para tantas viagens é a de que Lula precisa reconquistar o mais rápido possível o espaço internacional perdido durante o governo Bolsonaro e atrair investidores para o Brasil. Desde sua posse, em janeiro, o presidente já esteve em 21 países e se encontrou com mais de 50 chefes de Estado e de governo.

 

REUNIÃO DE LULA E ZELENSKY

Nome do senador não constou em lista de participantes da reunião; Wagner foi o articulador do encontro entre os presidentesWagner (primeiro da esquerda para a direita) participou da reunião entre Lula e Zelensky (ambos ao centro da foto)Wagner (primeiro da esquerda para a direita) participou da reunião entre Lula e Zelensky (ambos ao centro da foto)20/09/2023 – Ricardo Stuckert/PR

A tentativa de integrantes do governo brasileiro de esconder a participação do senador Jaques Wagner (PT-BA) na reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky escancarou divergências no entorno do presidente brasileiro sobre como lidar com a guerra na Ucrânia, além de disputas de poder sobre a política externa brasileira.

A pedido de Lula, Wagner articulou a realização do encontro e anunciou no domingo que ele ocorreria.

VÍDEO – Reunião de Lula com Zelensky foi de reconciliação, dizem aliados

Reunião de Lula com Zelensky foi de reconciliação, dizem aliados | BASTIDORES CNNReunião de Lula com Zelensky foi de reconciliação, dizem aliados | BASTIDORES CNN

Antes da reunião de cúpula em Nova York na quarta-feira (20), o senador publicou em sua página na rede X (antigo Twitter): “Estarei presente na reunião e acredito que o objetivo de todos, até mesmo dos envolvidos diretamente na guerra, é encontrar o caminho da paz o quanto antes”.

A mensagem contrastou com o que Lula vem dizendo desde que concedeu uma entrevista à revista norte-americana Time em maio do ano passado, quando afirmou que Zelensky “queria a guerra”, e a usava para “aparecer na TV”.

Celso Amorim não sabia da reunião até que ela foi anunciada por Wagner.

O assessor especial procurou desmerecê-la dizendo que “o importante” era a reunião entre Lula e Biden, e colocando até mesmo em dúvida se o encontro de fato aconteceria: “Essas coisas são imprevisíveis”, disse ele com um sorriso enigmático.

Pouco antes do encontro, a correspondente da CNN em Nova York, Mariana Janjácomo, perguntou ao senador se ele participaria. Wagner respondeu que não. A jornalista lhe perguntou por que, e ele não respondeu.

VÍDEO – Presidência corrige: Jaques Wagner esteve com Zelensky

Presidência corrige: Jaques Wagner esteve com Zelensky | CNN 360ºPresidência corrige: Jaques Wagner esteve com Zelensky | CNN 360º

“Erro”

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Palácio do Planalto enviou aos jornalistas uma lista dos participantes.

Nela constavam Celso Amorim, o chanceler Mauro Vieira e o ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta. Entretanto, mais tarde, a foto e o vídeo do encontro mostravam Wagner praticamente no fim da fila de cadeiras.

Questionada pela CNN, uma assessora da Secom disse que tinha sido “erro” dela e divulgou uma nova lista incluindo Wagner. Poderia ser um lapso sem importância, não fosse pelos antecedentes dessa história.

VÍDEO – Após reunião com Zelensky, Lula avalia encontrar Putin

Após reunião com Zelensky, Lula avalia encontrar Putin | BASTIDORES CNNApós reunião com Zelensky, Lula avalia encontrar Putin | BASTIDORES CNN

Wagner e os EUA

Ao longo do ano passado, Lula, ainda candidato, encarregou Wagner várias vezes de conversar, pessoalmente e pelo telefone, com importantes integrantes do governo americano, como o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e enviado para o Clima, John Kerry, ambos muito próximos do presidente Joe Biden.

O objetivo era comunicar o desejo de Lula de se reaproximar dos Estados Unidos.

Wagner voltou a ser enviado a Washington em outubro passado, no mês da eleição, com a mesma missão.

Durante a transição, ele foi cogitado para o Itamaraty ou o Ministério da Defesa. Mas Lula concluiu que não podia abrir mão de seu papel como líder do governo no Senado, e nomeou Amorim assessor especial.

Amorim, por sua vez, indicou para o cargo de chanceler Mauro Vieira, que trabalhou no passado com ele e é de sua inteira confiança.

Amorim é um antigo conhecido da equipe de Biden, a mesma que o assessorou em política externa e de segurança nacional quando era vice de Barack Obama (2009-2017).

VÍDEO – Zelensky cita “conversa honesta” após reunião com Lula

Zelensky cita Zelensky cita “conversa honesta” após reunião com Lula | CNN NOVO DIA

Fontes que trabalharam com essa equipe percebem pouca simpatia de Amorim pelos Estados Unidos. Seu lema, “política externa altiva e ativa”, dirige-se sobretudo contra o que ele considera o risco de submissão aos EUA.

Simpatia pela Rússia

Por motivos ideológicos parecidos, apontam interlocutores, Amorim nutre simpatia pela Rússia, e tem alertado publicamente para o risco de “repetir Versalhes”, o tratado de paz da 1ª Guerra Mundial que impôs duras sanções contra a Alemanha, e que teria contribuído para criar o ambiente favorável ao surgimento do nazismo.

Amorim visitou o presidente russo, Vladimir Putin, já no fim de março, em Moscou, e se recusou a fazer o mesmo com Zelensky em Kiev: “Eu vejo a guerra pela TV”.
Em Moscou, ele articulou a vinda do chanceler russo, Sergey Lavrov, no dia 17 de abril.

Em seguida, Lula viajou para Portugal e Espanha. Seus interlocutores europeus lhe disseram que seu governo não era considerado equidistante entre Rússia e Ucrânia, e que uma das provas disso era que só ouvia o lado russo.

Ao ouvir isso, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, insistiram com Lula que era necessário enviar Amorim imediatamente para Kiev, se possível diretamente de Madri. Amorim se recusou, alegando que estava articulando uma iniciativa com o governo francês, que não se materializou.

No início de abril, finalmente o assessor foi para Kiev, onde foi recebido com frieza por Zelensky, que nesse ponto já estava ciente da influência dele sobre a posição de Lula simpática a Putin. Foi então que Lula escalou Wagner para mais essa missão.

Pimenta, o chefe da Secom — que omitiu a participação do senador —, compartilharia os sentimentos pró-Rússia de Amorim.

Afinidade

Mesmo depois da reunião, a afinidade de Lula com Putin ainda continuava viva na mente dos ucranianos.

Ao sair do encontro de uma hora e dez minutos, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, trocou o nome de Lula pelo de Putin antes de se corrigir rapidamente. E disse que a reunião tinha sido uma “quebra de gelo”, remendando: “Não que houvesse gelo antes”.

Muitas vezes a verdade está no que é omitido ou dito sem querer.

 

CÉLULA DE COMBUSTÍVEL ÉA FONTE GERADORADO HIDROGÊNIO QUE VAI CARREGAR A BATERIA DO VEÍCULO

País terá em 2024 uma planta-piloto para testar a tecnologia inédita que vai gerar internamente energia para carros elétricos, sem necessidade de carregar na tomada

Por Cleide Silva – Jornal Estadão

Movido a hidrogênio (H2), o carro a célula de combustível é considerado mundialmente a opção mais viável para o transporte com emissão zero. Uma evolução do veículo elétrico, ele já roda em alguns países, como Japão e EUA, atendendo um nicho ainda pequeno do mercado.

Seu uso em grande escala está distante, principalmente no mercado brasileiro onde, segundo analistas, até mesmo os elétricos devem demorar a se popularizar em razão dos preços e da falta de infraestrutura para carregamento.

Pelo menos na corrida pela fonte geradora do hidrogênio – que vai carregar a bateria do veículo internamente, sem precisar da energia elétrica da tomada –, o Brasil não está tão atrasado.

Enquanto grande parte dos países usa o gás natural para produzir hidrogênio cinza, que vem de fonte fóssil, o Brasil trabalha em projetos para que o etanol seja o vetor do H2 verde.

“Por ser um combustível limpo, não tóxico e com infraestrutura de transporte desenvolvida, o etanol é muito interessante como vetor para o hidrogênio”, afirma Julio Meneghini, diretor científico do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI, na sigla em inglês), da Universidade de São Paulo (USP).

Ele explica que, no futuro, o etanol será entregue ao posto de combustível e este fará o processo de transformação para hidrogênio em um reformador (tanque cilíndrico que, por meio de uma reação química, quebra a molécula do etanol para produzir o hidrogênio). O carro a célula de combustível tem cilindros para receber o H2, e o abastecimento é igual ao de um carro flex (ver infográfico).

Uma parceria liderada pela Shell envolvendo RCGI, Raízen, Hytron, Toyota e Senai Cetiqt anunciou, no mês passado, o início das obras, nas instalações da USP, da primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável do mundo, feito a partir do etanol.

O local também abrigará uma planta de produção de hidrogênio a partir do etanol com um reformador desenvolvido e produzido pela Hytron. A empresa nasceu há cerca de 20 anos como startup dentro da Unicamp e, em 2021, foi adquirida pelo grupo alemão Neuman & Esser (NEA).

Segundo o gerente de tecnologia de baixo carbono da Shell, Alexandre Breda, o mundo inteiro avalia o uso de hidrogênio na mobilidade, inclusive por meio de metanol e amônia. De qualquer forma, é um produto difícil de ser transportado na forma gasosa e muito caro na forma líquida.

O etanol, já usado em carros híbridos flex e em breve em híbridos plug-in, vai ser uma opção, e com vantagens extras, inclusive em relação ao uso de energia eólica e solar no processo, que também começa a ser explorado.

Três plantas de hidrogênio

A Shell e seus parceiros decidiram puxar a agenda para tornar o etanol ainda mais relevante na transição energética, diz Breda. O primeiro passo é a planta-piloto, que receberá investimento de R$ 50 milhões da companhia.

A planta deve entrar em operação no segundo semestre de 2024 e terá capacidade para produzir 50 metros cúbicos de hidrogênio por hora, suficientes para abastecer apenas um automóvel – o Mirai, fabricado no Japão e cedido pela Toyota para os testes – e três ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que vão circular no campus da universidade.

“O objetivo da planta-piloto é validar o processo e comprovar a eficiência do etanol”, diz Breda. A validação de cálculos sobre as emissões e custos do processo de produção de hidrogênio, comparativo de desempenho dos veículos e preços ao consumidor ficarão a cargo do RCGI.

“Nossa estimativa no momento é de que o custo da produção de hidrogênio a partir de etanol é comparável ao do hidrogênio do gás natural no contexto brasileiro”, adianta Meneghini. “Já as emissões são comparáveis ao processo de eletrólise da água alimentada com energia eólica.”

No início de 2025, uma segunda planta dez vezes maior, com capacidade para 500 metros cúbicos por hora, será instalada em um cliente industrial da Shell ainda a ser definido. Ela será voltada principalmente ao hidrogênio usado pelas indústrias química, alimentícia, de mineração e siderúrgica, que hoje têm como vetor o gás natural.

Na sequência, há um plano para uma planta capaz de produzir 5 mil metros cúbicos de hidrogênio por hora, mas sua construção dependerá dos resultados de viabilidade da planta experimental e de parcerias com investidores. Não há, ainda, previsão para o fornecimento do hidrogênio sustentável em postos de combustíveis.

Essa fase tem de acompanhar a chegada ao País de automóveis a célula de combustível em maior escala, o que deve demorar, admite Breda. “Principalmente aqui no Brasil, onde ainda vamos passar pela etapa do carro híbrido a etanol, pelos elétricos e depois ir para os de célula a combustível.”

O executivo, no entanto, vê chances de a tecnologia chegar comercialmente mais cedo aos ônibus e caminhões. Seria uma forma de descarbonizar um setor hoje dependente do diesel.

Nossa estimativa no momento é de que o custo da produção de hidrogênio a partir de etanol é comparável ao do hidrogênio do gás natural no contexto brasileiro”

Julio Meneghini, diretor científico do centro de pesquisa da USP

 

AS EMPRESAS DEVEM DAR A DEVIDA IMPORTÂNCIA E COLOCAR O USARIO NO CENTRO

*Por Helene Romanzini, gerente de Marketing de Produto da Wise

Ao longo de minhas andanças pelo universo de experiência do usuário, aprendi a dar a devida importância ao que se denomina tecnicamente de user centric – ou, no bom português, o usuário no centro -, uma das muitas expressões que ouvimos quando falamos de inovação e tecnologia ligadas ao cliente. Uma pesquisa da McKinsey já comprovou a relevância dessa prática ao mostrar que as empresas que efetivamente organizam e gerenciam a experiência do cliente observam uma melhoria de 20% na satisfação do consumidor, um aumento de 15% na conversão de vendas, um custo de serviço 30% menor e um aumento de 30% no engajamento dos funcionários. 

A máxima do user centric permeia várias discussões sobre inovação de negócios. Afinal, muitas vezes o usuário ainda não sabe o que quer – ou, pior, não sabe que tem um problema. Mas a verdade é que, antes de uma empresa resolver problemas até então desconhecidos pelos seus clientes, existem muitas questões bem conhecidas que precisam ser solucionadas, e a maioria delas está relacionada à jornada de uso do consumidor.

O fluxo parece simples: uma empresa busca entender melhor seu cliente e seus problemas para, por meio da tecnologia, simplificá-los e resolvê-los. Mas onde exatamente estão os problemas? Pela minha experiência de mais de dez anos no mercado, garanto que, nesses casos, eles costumam aparecer onde menos percebemos.

Sem dúvidas, o primeiro e principal ponto que deve ser levado em consideração quando priorizamos o cliente nos nossos serviços e soluções é a falta de diversidade das equipes, que por vezes fazem a leitura dos problemas baseada em suas próprias experiências. O resultado é um grupo de pessoas que anda em círculos e não sai do lugar. Depois, destaco as leis e regulamentações, uma vez que equipes de tecnologia precisam sempre equilibrar a simplificação com os requisitos legais.

Na sequência, outra questão que merece um olhar mais atento é a priorização. Os times costumam contar com uma lista de itens a serem executados, gerados a partir de várias fontes e com diferentes propósitos: crescimento, necessidades regulatórias, melhoria da experiência, resolução de problemas, entre outros. Cabe às equipes analisar adequadamente e até reavaliar para que seja estabelecida a mais efetiva ordem de prioridade com base nas demandas do cliente.

A outra camada que pede atenção reflete na questão financeira. Entender o usuário envolve tempo e dinheiro, que podem ser investidos direta ou indiretamente – seja com pesquisas ou com a leitura do NPS (Net Promoter Score, sigla que reflete uma pontuação das chances de recomendação de uma companhia por parte de sua rede de clientes), praticando a escuta do time de customer service, ou falando com os consumidores.

No final de tudo, temos que lidar com o ego, que, infelizmente, leva muitos times a acreditar que não há necessidade de investir energia, tempo e dinheiro nessa escuta, pois pensam já conhecer o suficiente quais as necessidades do usuário. Aplicar uma abordagem user centric é essencial para construir relações sólidas com os clientes, manter-se competitivo no mercado e garantir rentabilidade a longo prazo. É uma filosofia que abrange desde a fase de design até a entrega e suporte contínuo do produto ou serviço.

E você, já escutou o seu cliente hoje?

Marketplaces em alta: o sucesso no mercado

Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP

Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato

Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores. Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo, independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada pelo atendimento.

O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?

Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line. Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais ativos em ambientes como esses.

Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.

Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021, de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente, indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”, explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.

Um destaque em meio à concorrência é fundamental

Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.

Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção especial à otimização das operações.

Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de fidelizar”, comenta o especialista.

Dicas para se sair bem no mercado

Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações, é fácil identificar qual a busca e como agradar.

No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica. Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as abordagens utilizadas para lidar com esses interessados? Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.

A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em 13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.

Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76% desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva, elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os nossos usuários.

Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs, responsáveis por atender chamadas e responder mensagens automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os resultados e promover atualização constante.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

 

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...