Segundo especialista em gestão pública de ensino, há diversidade de
vagas profissionalizantes disponíveis, porém muitas não contemplam as
reais demandas do mercado
Um levantamento que analisou o perfil dos Microempreendedores
Individuais (MEI) brasileiros mostra que cerca de 35% tiveram acesso à
graduação de nível superior. Realizada pela MaisMei, plataforma
especializada em abertura e gestão de MEIs, a pesquisa considerou, neste
recorte, usuários que completaram ou não algum curso em universidades.
Outros 20% disseram que não passaram do ensino fundamental, enquanto os
demais, cerca de 45%, afirmaram ter parado os estudos no ensino médio,
também considerando aqueles que não concluíram essa etapa. Ao todo,
foram entrevistados 6.018 microempreendedores da base cadastral da
MaisMei.
Perguntados, de forma aberta, qual área de conhecimento gostaria de
desenvolver para auxiliar a gestão do seu negócio, 29% citaram “Gestão
Financeira”; 18% responderam “Marketing” e 15% disseram, sem
especificar, “Curso Técnico”. Os demais termos citados foram “Vendas”
(11%); “Administração” (7%); “Planejamento” (6%); “Outros” (6%);
“Criação de Conteúdo” (5%); “Comunicação” (2%) e “Contabilidade” (1%).
Kályta Caetano, head de Contabilidade da MaisMei, observa que, mesmo a
questão permitindo respostas livres, os conteúdos clássicos do ensino
profissionalizante de nível técnico foram os mais citados. “Deixando
aberta, como imaginávamos, os cursos técnicos têm um peso importante.
Não apenas considerando aqueles (15%) que responderam de forma genérica,
mas levando em conta que as áreas de Gestão Financeira e Marketing
também possuem uma grande oferta de cursos técnicos”, diz.
Prioridades versus realidade do mercado
De fato, há um interesse grande da população brasileira,
especialmente entre mais jovens, por cursos profissionalizantes de nível
técnico, de acordo com Francisco Borges, mestre em Políticas Públicas
do Ensino e consultor da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT). Ele
explica que nem sempre são priorizadas, por parte de quem oferta os
cursos, as áreas com maior demanda de trabalho.
“Existem mais de 19 milhões de vagas de cursos de graduação técnica
presenciais e mais de 13 milhões de vagas para cursos EaD. Ou seja, não
se trata de um problema de quantidade de vagas e sim para quais setores
elas são ofertadas. Às vezes, as políticas educacionais priorizam cursos
descolados da realidade do mercado”, diz.
Francisco Borges reitera que sem formação adequada às demandas da
economia, muitas microempresas podem “travar” seu crescimento devido a
fatores como má gestão de recursos ou perda de oportunidades para
prestação de serviços. “Isso porque a profissionalização técnica se
tornou um diferencial até mesmo em setores que, historicamente, não
exigiam formação, caso dos pequenos comerciantes. Hoje, prestadores de
serviços estão mais por dentro da necessidade de aprimorar sua
capacidade de gestão”, explica.
Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria
Num mundo em constante evolução tecnológica e social, uma
transformação mais sutil, mas extremamente relevante, está a emergir nas
corporações: o ESG (Environmental, Social, and Governance). Numa livre
tradução, são os princípios ambientais, sociais e de governança. E,
assim como a economia brasileira passou por um Plano Real, as empresas
também estão numa jornada de realinhamento, priorizando o real, o
tangível e o duradouro.
Mas por que, enquanto colaboradores, precisamos nos preocupar com
isso? Porque, querido leitor, vivemos em uma era onde a transparência e a
sustentabilidade não são apenas jargões, mas sim imperativos para o
sucesso de qualquer organização. E, para ter destaque, é fundamental
compreendermos a importância e a relevância do ESG. Vamos a isso:
1. Ambiental: o futuro é agora
Em tempos passados, temas como mudanças climáticas e conservação eram
relegados ao segundo plano. Mas hoje, o custo da inação é
demasiadamente alto. Empresas que ignoram suas responsabilidades
ambientais enfrentam riscos financeiros, reputacionais e operacionais.
Compreender essa vertente é fundamental. Não se trata apenas de
reciclar papel ou economizar energia. Trata-se de uma mentalidade, de
reconhecer que nossos recursos são finitos e de que nosso dever como
cidadãos corporativos é contribuir para um futuro mais sustentável. Nós,
como empresa do setor de educação, também nos preocupamos. Não apenas
as fábricas, mas todas as empresas.
2. Social: as relações que definem negócios
A dimensão social refere-se ao papel das empresas nas comunidades
onde operam e como tratam seus funcionários, fornecedores e clientes.
Aqui, o capital humano é essencial. Como tratamos uns aos outros e como
valorizamos a diversidade e promovemos a inclusão são pontos que definem
não apenas nossa cultura corporativa, mas também nossa resiliência e
adaptabilidade.
Para o colaborador moderno, é vital compreender que o sucesso não é
apenas medido pelo lucro. A maneira como impactamos a sociedade, como
lidamos com questões complexas e controversas, como a desigualdade e os
direitos humanos, é uma métrica de sucesso tão importante quanto
qualquer outra. A velha máxima proferida por alguns artistas de fama que
não se importam com seus seguidores caiu por terra.
3. Governança: o pilar da integridade
No Brasil, temos uma história rica, mas por vezes conturbada, de
governança corporativa. E ainda que muitos possam ver com ceticismo, a
boa governança é a base para qualquer empresa que pretenda ter
longevidade e respeitabilidade.
Isso significa ter processos claros, líderes responsáveis e uma
cultura de integridade que permeia todos os níveis da organização. Para o
colaborador, isso se traduz em responsabilidade, em ter a coragem de
agir com ética e em promover uma cultura de transparência.
O ESG como diferencial competitivo
Se antes o ESG era visto como uma “boa ação” ou uma maneira de
“limpar” a imagem corporativa, hoje é um diferencial competitivo.
Empresas que incorporam esses princípios são mais atraentes para
investidores, clientes e, sim, para talentos.
Como colaborador, ao entender e promover o ESG, você não apenas se
posiciona como um ator-chave no presente da sua organização, mas também
molda o futuro dela. Trata-se de uma mentalidade de crescimento, de
constante aprendizado e adaptação.
Concluindo…
O Plano Real transformou a economia brasileira. O ESG tem o potencial
de transformar o mundo corporativo. Para colaboradores que desejam se
destacar, a mensagem é clara: adapte-se, evolua e incorpore o ESG não
apenas em suas funções diárias, mas também em sua mentalidade e visão de
mundo.
E, assim como o real tornou-se mais do que apenas uma moeda, como
também um símbolo de estabilidade e progresso, que o ESG se torne mais
do que apenas um conjunto de princípios, mas uma representação de um
futuro mais justo, equitativo e sustentável para todos nós.
NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!
COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO
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EMPRESAS DO VALE DO AÇO.
O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são
fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de
sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e
nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de
nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão
de existir.
E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através
do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves”
das empresas da região para incrementar as suas vendas.
Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das
mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento,
desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas
nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa
fórmula.
Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da
VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos
produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos
nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e
público.
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos compublicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para asmarcas
exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade evolume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
O Site desenvolvido pela Startup Valeon,
focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para
resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser
mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três
anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado
com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a
rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente,
antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução
para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso,
pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à
frente.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
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experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
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também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
O STF formou maioria nesta quinta (21/09) para rejeitar a tese do
marco temporal, que delimitava a demarcação de terras indígenas somente
para as regiões ocupadas no ano de 1988, data da promulgação da
Constituição Federal vigente.
A decisão é vista como uma vitória pelo movimento indígena, pois
evita um retrocesso, dizem, mas não significa que a disputa esteja
encerrada e que os direitos dos povos originários aos territórios
estejam livres de ameaças.
Isso pois ainda há possibilidade de o Congresso legislar sobre o tema.
“A rejeição do marco temporal pelo Supremo é uma grande vitória”, diz
Kléber Karipuna, coordenador executivo da Apib (Articulação dos Povos
Indígenas do Brasil).
“Mas a bancada ruralista está com uma cobiça nas terras indígenas e
quer a todo custo aprovar [no Congresso] uma tese de marco temporal.”
Com um placar de 7 votos a 2, a Corte já tem maioria para entender
que o direito dos povos originários a territórios tradicionalmente
ocupados não depende da presença dos indígenas no local antes de 1988.
Diversos territórios indígenas que foram tradicionalmente ocupados e
com os quais os povos possuem vínculos não estavam sob o controle dos
indígenas ou em disputa na data da aprovação do texto constitucional,
mas foram reocupados pelos povos originários em anos seguintes.
Para o ministro Luís Roberto Barroso, não existe um “marco temporal
fixo e inexorável” para a ocupação dos territórios indígenas.
“A ocupação tradicional também pode ser demonstrada pela persistência
na reivindicação de permanência na área, por mecanismos diversos”,
afirmou Barroso.
Até agora, votaram pela rejeição da limitação temporal para
oficializar territórios indígenas os ministros Edson Fachin, Luis
Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli,
Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Votaram a favor do marco temporal os ministros Kássio Nunes e André
Mendonça. Faltam votar os ministros Rosa Weber e Gilmar Mendes.
O ministro Kássio Nunes, que teve voto vencido a favor do marco
temporal, disse que o limite de data cria segurança jurídica para as
demarcações. Já o ministro André Mendonça afirmou que a inexistência de
marco cria a possibilidade de exigência de demarcação de áreas ocupadas
em tempos imemoriáveis.
A rejeição do marco temporal aconteceu na decisão sobre uma disputa
entre o povo Xokleng e o Estado de Santa Catarina, mas tem repercussão
geral, ou seja, afeta todos os casos similares.
Atualmente, estão em curso cerca de 300 processos de demarcação cujos resultados serão afetados pela decisão desta quarta.
“O alcance da decisão vai muito além do caso concreto”, afirmou o
ministro Dias Toffoli em seu voto. Além disso, a decisão vale para
inúmeros casos futuros de disputas sobre processos de demarcação.
Há hoje 1,69 milhão de pessoas indígenas no Brasil, o equivalente a
0,83% da população brasileira, segundo os dados já divulgados do Censo
2022 E a maior parte dos indígenas — cerca de 63% — vive hoje fora dos
territórios indígenas oficialmente limitados.
Apesar da decisão do Supremo, já foi aprovada na Câmara e tramita no
Senado um projeto de lei para estabelecer o marco temporal via
legislação – algo visto com preocupação pelos povos indígenas, apesar da
vitória de hoje para eles.
“Eu não duvido que o Congresso Nacional queira continuar tirando uma
queda de braço com o Supremo Tribunal Federal”, diz Maurício Terena,
coordenador jurídico da Apib.
Caso o Congresso aprove uma lei estabelecendo um marco temporal, o mais provável é que o assunto volte ao Supremo.
A decisão de hoje fortalece a ideia de que uma lei comum não poderia tratar do tema, que é um direito garantido na Constituição.
Para mudar temas constitucionais, é necessária uma PEC (Proposta de
Emenda à Constituição), que precisa de 3/5 dos votos dos parlamentares
para ser aprovada.
“Ainda existe uma possibilidade forte de a bancada ruralista se
movimentar e em resposta ao Supremo tentar trazer algo novo via PEC”,
afirma Kleber Karipuna.
“Vamos continuar alertas em relação a isso para que não tenhamos nenhuma regressão aos direitos dos povos indígenas.”
Mesmo uma PEC poderia ser questionada na Justiça.
Se o Supremo entender que o direito aos territórios independentemente
de limite de data para a ocupação é uma cláusula pétrea, o tema não
poderia ser alterado nem mesmo por uma PEC.
Uma lei sobre marco temporal também poderia ser vetada pelo presidente, mas juristas indígenas acreditam que isso é improvável.
Mesmo com maioria contra o marco temporal, ainda há uma questão a ser decidida no julgamento desta quarta.
Estão em disputa duas visões sobre a possibilidade de indenização de
não-indígenas que ocupam terras indígenas que venham a ser demarcadas.
A questão da indenização para os posseiros de terras não estava no
caso concreto sendo julgado, explica o advogado Rafael Modesto, que
defendeu os Xokleng no caso específico julgado pelo Supremo.
Ela foi trazida no voto do ministro Alexandre de Moraes, que defende
que seja estabelecida uma compensação como condição prévia para as
demarcações.
Segundo lideranças indígenas, a indenização nesses moldes tornaria
inviáveis as demarcações, já que a União não teria orçamento para fazer
as compensações em todos os casos de disputa.
Após o voto de Moraes, as organizações indígenas entraram com uma interpelação argumentando contra esse entendimento.
“Na época do fim da escravatura os senhores de escravos queriam ser
indenizados por perderem as suas mãos de obra escrava. Talvez a gente
esteja diante de um julgamento tão simbólico e civilizacional para o
país que novamente se decide se os escravocratas invasores de terras
públicas terão direito a sua indenização”, diz Maurício Terena.
A outra visão foi trazida pelo ministro Cristiano Zanin, que afirma
que a oficialização das terras indígenas não pode depender de
indenização prévia de posseiros.
O ministro defende que posseiros de boa-fé que ocuparam terras da
União sem saber que se tratavam de áreas indígenas podem até ter direito
a indenização, mas ela não estará vinculada à demarcação.
Ou seja, eles precisarão entrar com um processo judicial à parte para
serem compensados pela União e a demarcação não depende da existência
nem do resultado desse processo.
Para grupos do movimento indígena, esse seria um meio-termo aceitável.
Isso porque, nesse entendimento, os posseiros não teriam direito de
propriedade sobre as terras indígenas e os eventuais títulos de
propriedade que tenham recebidos foram atos ilegais.
A compensação seria pela atuação irregular da União ao conceder uma
área que não poderia ser transferida. E também por eventuais
benfeitorias (melhorias) no território feitas pelos invasores.
“Essa decisão traria um equilíbrio se viesse a beneficiar
principalmente pequenos agricultores que ocupem área indígena de
boa-fé”, explica o advogado Rafael Modesto, que defendeu os Xokleng.
“Então ele teria além do direito à indenização das benfeitorias
feitas na área de uma indenização por ato ilícito do Estado ou da União.
Mas essa compensação não seria dentro do processo de demarcação, mas
seria necessário um processo administrativo próprio”, diz Modesto.
O que disseram os ministros
O relator do caso, ministro Edson Fachin, disse em seu voto que os
“direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam” não
depende da existência de um marco temporal nem de um conflito ou
controvérsia judicial na data da promulgação da Constituição.
Segundo ele, o processo demarcatório deve ser definido por
tradicionalidade da ocupação, verificada por laudo antropológico, não
por marco temporal.
Fachin afirma ainda que a ocupação tradicional indígena é diferente
da propriedade civil, pois precisa abranger não só a terra habitada, mas
a usada para atividades produtivas, a terra imprescindível à
preservação dos recursos ambientais necessários para seu bem estar, além
das necessárias à sua reprodução física e cultural.
“A função econômica da terra (indígena) se liga, visceralmente, à
conservação das condições de sobrevivência e do modo de vida indígena,
mas não funciona como mercadoria para essas comunidades”, afirmou o
relator.
O ministro Dias Toffoli também entende que a Constituição não
estabelece marco temporal para oficializar territórios indígenas e
afirma que a Corte faz, com a votação, a “pacificação de uma situação
histórica”.
O ministro Luis Roberto Barroso, que também votou contra o marco
temporal, afirmou que, em casos em que a comunidade indígena foi forçada
a se afastar da área de ocupação tradicional, ela pode comprovar o
vínculo cultural com laudos antropológicos.
BRASÍLIA – A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu o fim da Justiça Eleitoral na sessão da comissão especial que discute a PEC que anistia dívidas de partidos políticos.
Hoffmann afirmou, nesta quarta-feira, 20, que a existência da
instituição é um “absurdo” e que as multas aplicadas são “inexequíveis”,
inviabilizando a existência das siglas. Após críticas, Gleisi disse,
nesta quinta, 21, que o “funcionamento da Justiça Eleitoral está sujeito
ao escrutínio da sociedade”.
“Eu queria falar das multas dos tribunais eleitorais, que não são
exequíveis e trazem uma visão subjetiva da equipe técnica do tribunal,
que sistematicamente entra na vida dos partidos políticos, querendo dar
orientação, interpretando a vontade de dirigentes, a vontade de
candidatos, inviabilizam os partidos. Os partidos são a base da
sociedade democrática. (…) Não pode ter uma Justiça Eleitoral, que aliás
é um absurdo. Um dos únicos lugares do mundo que tem Justiça Eleitoral é
no Brasil. O que já é um absurdo e custa três vezes mais do que o
financiamento de campanha para disputa eleitoral”, disse a presidente do
PT.
“Para realizar os 20%, um homem terá que ser substituído por uma
mulher. Pode ser um homem eleito, mas será substituído pela mulher mais
votada para que a gente possa cumprir a cota. Eu tenho certeza que,
mesmo com as críticas que tivermos e com a realidade que a gente tem nos
partidos, se aprovarmos essa PEC, nós vamos ter um grande avanço na
história da participação de mulheres, de negros e negras com essas
mudanças que a gente está sugerindo”, afirmou.
Gleisi diz que críticas são para abrir o debate
Na tarde desta quinta-feira, Gleisi se pronunciou nas redes sociais
afirmando que a Justiça Eleitoral possui um “papel relevante”, mas que
“o seu funcionamento está sujeito ao escrutínio da sociedade, como o de
qualquer instituição”. Ao reiterar as suas críticas sobre as multas que
são aplicadas ao partido pelo desrespeito às cotas de gênero e raça, a
deputada disse que a sua fala teria dado “margem a interpretações em
outro sentido”.
“Estas foram as críticas que fiz, no sentido de abrir o debate para
que tudo seja aperfeiçoado, embora minha fala tenha dado margem a
interpretações em outro sentido. Não tentem nos igualar aos que atacam a
democracia e têm medo de eleições”, afirmou.
Lula destacou atuação da Justiça Eleitoral após vitória nas eleições
No dia 12 de dezembro do ano passado, na diplomação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse
que a atuação da Justiça Eleitoral foi essencial para a garantia da
lisura das eleições. Segundo Lula, a atuação dos tribunais eleitorais
fizeram valer “a soberania do voto popular”.
“Além da sabedoria do povo brasileiro, que escolheu o amor em vez do
ódio, a verdade em vez da mentira e a democracia em vez do arbítrio,
quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal
Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e
agressões para fazer valer a soberania do voto popular. Cumprimento cada
ministro e cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da
democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão
difíceis”, disse o petista.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rompeu o silêncio que vinha
adotando em relação ao acordo de colaboração premiada feito pelo seu
ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid. Por meio de uma nota
divulgada pelos seus advogados nesta quinta-feira, 21, o ex-presidente
negou todas as suspeitas que pairam sobre ele e prometeu “medidas
judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que
porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo
de Justiça”.
O ex-ajudante de ordens fez um acordo de colaboração premiada que foi
homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes no último dia 9, no meio do feriado prolongado do 7 de setembro.
A delação colocou Mauro Cid, que estava preso desde maio, em liberdade.
Os termos do acordo, ajustado com a Polícia Federal (PF), estão em
segredo de Justiça, mas alguns detalhes vieram a público.
Como mostrou o Estadão, Mauro Cid teria dito que
entregou nas mãos de Bolsonaro dinheiro vivo oriundo da venda de joias
que foram recebidas durante agendas oficiais da Presidência, confirmando
a suspeita da PF de que o ex-presidente coordenava esse suposto
esquema. Nesta quinta-feira, 21, outro trecho da delação foi revelado:
Cid diz que, depois das eleições passadas, Bolsonaro se reuniu com a
cúpula das Forças Armadas para avaliar a possibilidade de um golpe de
estado.
Nessa última ocasião, o ex-presidente teria apresentado aos militares
uma “minuta de golpe”, que teria sido entregue a ele por Filipe
Martins, ex-assessor internacional da Presidência. Durante uma sessão do
Senado, em março de 2021, quando acompanhava o então ministro das
Relações Exteriores, Martins teria feito um gesto supremacista, gesto
que lhe rendeu uma ação criminal.
Ele foi absolvido na primeira instância da Justiça Federal e o
Ministério Público Federal (MPF) recorreu para o Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, onde o caso aguarda julgamento.
A nota divulgada pela defesa de Bolsonaro diz que o ex-presidente
“jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse
respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da
Constituição Federal” – repetindo, no final desta frase, um dos jargões
frequentes de Bolsonaro.
No final do texto, os advogados do ex-presidente reiteram que ainda
não conseguiram ter acesso ao conteúdo da delação. Nesta terça, 19,
Bolsonaro e sua esposa Michelle, que também é investigada no caso das
joias sauditas, pediram ao STF para ter acesso ao conteúdo acordo de
delação.
A declaração desta quinta muda o tom de Bolsonaro a respeito do seu
ex-ajudante de ordens. Até o momento, o ex-presidente vinha argumentando
que Cid agiu por conta própria e negou ter dado qualquer ordem para que
o tenente-coronel cometesse crimes. A caminho de Abadiânia, no dia 18
de agosto, Bolsonaro disse ao Estadão que Cid “tinha autonomia” e que
desejava “clarear o mais rápido possível” toda a situação.
Moscou proibiu exportação de combustíveis para estabilizar
seu mercado interno. Até agosto, russos haviam sido o principal
fornecedor externo de diesel para o Brasil neste ano.
A Rússia decidiu nesta quinta-feira (21/09) suspender temporariamente
as suas exportações de gasolina e diesel. A medida visa estabilizar o
fornecimento interno de combustíveis no país e terá impacto também no
Brasil, que se tornou um dos maiores importadores do diesel russo.
A suspensão anunciada por Moscou poupa apenas os países da chamada
União Econômica da Eurásia, que inclui Belarus, Cazaquistão, Armênia e
Quirguistão.
“As restrições temporárias ajudarão a abastecer o mercado [interno]
de combustíveis, o que levará a uma redução dos preços ao consumidor”,
disse o governo russo em nota.
A Rússia, alvo de pesadas sanções internacionais em razão de sua
guerra de agressão na Ucrânia, vem sofrendo escassez de diesel e
gasolina. Ao mesmo tempo, o país continua sendo um dos maiores
exportadores de combustíveis do mundo.
Os preços no atacado na Rússia subiram exponencialmente, enquanto no
varejo os aumentos são limitados por um teto, de modo a ficarem em linha
com a inflação oficial. Uma crise grave no fornecimento de combustíveis
pode gerar sérios problemas ao Kremlin, antes das eleições
presidenciais no pais, marcadas para março de 2024.
O problema atinge com mais força a região produtora de alimentos no
sudeste russo, onde os combustíveis são fundamentais para o uso de
máquinas agrícolas.
Analistas apontam que o mercado de combustíveis russo também vem
sendo afetado por fatores como problemas de manutenção nas refinarias
de petróleo,
gargalos nas ferrovias para o transporte dos combustíveis e a
desvalorização da moeda local, o rublo, que acaba incentivando as
exportações.
O país exportou 4.817 milhões de toneladas de gasolina e quase 35 milhões de toneladas de diesel no ano passado.
Impacto no Brasil
A decisão russa terá impacto nas vendas do diesel no Brasil, após a
Rússia ter se tornado em 2023 o maior fornecedor externo do combustível
ao país, ultrapassando os Estados Unidos, tradicional vendedor de diesel
para o mercado brasileiro.
Segundo reportagem do jornal Valor, o Brasil se tornou neste ano o segundo maior comprador do diesel russo no mundo.
Nos oito primeiros meses do ano passado, a participação russa no
mercado brasileiro era mínima. Neste ano, porém, os russos ficaram à
frente dos demais exportadores de diesel para o Brasil.
De janeiro a agosto, 35,6% do valor importado em diesel pelo Brasil
veio da Rússia, sendo que em volume foram 40,6%. Os EUA ficaram com 31% e
28,4%, respectivamente. Em seguida, os maiores exportadores para o
Brasil são os Emirados Árabes Unidos e a Índia, cada um com
aproximadamente 10% do fornecimento em valor e em quantidade neste ano.
No mesmo período do ano passado, os americanos forneceram ao país 58% em valor e em volume de diesel importado.
Às vésperas de completar dez meses no terceiro mandato, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva mantém um antigo hábito: antes de seus
pronunciamentos, lê várias vezes o texto em voz alta, faz pausas para
tomar goles de água e dirige perguntas sobre o conteúdo a quem está por
perto.
Quando não engaveta tudo e fala de improviso, costuma encaixar
adendos no original. Não foi diferente com o discurso que leu na
abertura da 78.ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na última
terça-feira, 19.
Como mostrou a Coluna do Estadão, o tom do
pronunciamento foi dado pelo ex-chanceler Celso Amorim, hoje chefe da
assessoria especial do Palácio do Planalto. Mas Lula interferiu
bastante. Pediu para incluir, por exemplo, que “a desigualdade precisa
inspirar indignação”, além de mais dados sobre a fome.
Todos os homens do presidente sabem, porém, que ele às vezes introduz
“cacos” de última hora no discurso. Tanto é assim que o texto
distribuído à imprensa, após Lula ocupar a tribuna da ONU, veio com a
seguinte advertência: “(*) Cotejar com versão oral.”
Padrinho do atual ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,
Celso Amorim também foi titular da Defesa no governo Dilma Rousseff e é
hoje um dos poucos auxiliares que fazem a cabeça de Lula no Planalto.
Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete, despacha agora a menos de um
quilômetro dali. É secretário de Economia Solidária do Ministério do
Trabalho, administrado por por Luiz Marinho.
Carvalho assistiu à terceira posse do amigo no gramado da Esplanada.
“Tenho cada vez mais prurido ao entrar em palácios”, admitiu o petista,
que, após oito anos ao lado de Lula, comandou a Secretária-geral da
Presidência sob Dilma.
‘Véio, você tem que receber o povo aqui’
Cenas de sincericídio entre Carvalho e Lula ficaram famosas nos dois
primeiros mandatos. Em 2007, por exemplo, passava das 17 horas quando
Gilbertinho, como era chamado pelo presidente, entrou no gabinete e lhe
deu uma ordem.
“Véio, você tem que receber o povo que está aqui”, disse ele.
Irritado, Lula não se conteve: afirmou que todos ali viviam enchendo sua
agenda de compromissos, um atrás de outro, e, por isso, não podia fazer
milagre.
Conhecido como “grilo falante” do Planalto, Carvalho não tinha medo
dos rompantes de Lula. Ao contrário: ex-seminarista, era um dos poucos
que o faziam mudar de ideia. Naquele dia, sem que tivessem marcado
audiência, representantes do movimento dos portadores de hanseníase
esperavam o presidente. Lula acabou ficando mais de uma hora com eles.
Chorou. Em 24 de maio de 2007, assinou Medida Provisória criando pensão
indenizatória para quem sofria da doença.
Dezesseis anos depois, Lula não tem mais o “grilo falante” que o
acompanhou nos dois primeiros mandatos. No Planalto ainda está Clara
Ant, testemunha privilegiada das audiências do petista, de 2003 a 2010,
que lançou o livro Quatro Décadas com Lula – O poder de andar junto. Mas
Clara é uma exceção. A fila andou.
Nomes da velha-guarda do PT foram abatidos por escândalos de
corrupção, a exemplo de José Dirceu e Antônio Palocci. Amigos que também
atuavam como conselheiros do presidente, como Márcio Thomaz Bastos e
Luiz Gushiken, morreram.
Longe dos holofotes, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), tem
desembarcado quase toda semana em Brasília. A viagem não é, porém,
apenas para resolver problemas de sua cidade. Amigo de Lula, Edinho atua
para apagar incêndios políticos com o PT e com os novos aliados do
Centrão.
Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão de
Dilma, o prefeito é visto como “pule de dez” para retornar ao governo em
2025, após o término de seu mandato.
Janja tentou segurar Ana Moser no Esporte
Nos bastidores, não são poucos os que comentam que a primeira-dama
Rosângela da Silva, a Janja, afastou Lula dos antigos amigos e da turma
de São Bernardo do Campo, onde ele iniciou sua trajetória como
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.
Janja sempre negou esse comportamento. Em mais de uma ocasião,
afirmou que sua única preocupação era com o bem-estar do marido. “Quem
ama, cuida”, argumentou ela.
Os defensores da primeira-dama dizem, por sua vez, que ela é alvo de
ciúme e fogo amigo de uma ala do PT. Na prática, com quase nenhum
ministro ou auxiliar com intimidade suficiente para apontar eventuais
erros do governo, quem faz essa tarefa é mesmo Janja, mas nem sempre
consegue convencer Lula.
Tanto que, se dependesse dela, o deputado André Fufuca (PP),
integrante do Centrão e vice-líder do governo de Jair Bolsonaro, não
teria jamais ocupado a cadeira de Ana Moser no Ministério do Esporte.
O chefe da Casa Civil, Rui Costa – tido como “capitão do time” -, tem
a simpatia de Lula, mas não da maioria dos colegas. Em conversas
reservadas, alguns deles dizem que, nas reuniões ministeriais, Costa age
como se ainda fosse governador da Bahia, dando ordem a seus
secretários.
Na Esplanada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além de Marinho
e de Wellington Dias (Desenvolvimento Social), são os três mais
próximos do presidente. Nos últimos tempos, Lula tem elogiado muito o
titular da Justiça, Flávio Dino, que passou a ser o mais cotado para
ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mesmo assim, só Marinho – que conhece Lula desde os tempos de
sindicalismo – tem coragem de contrariá-lo e até de brigar com ele. E
não foram poucas as vezes que o fez.
Foi Marinho quem obrigou Lula a tirar uma foto apertando a mão de
Paulo Maluf, em 18 de junho de 2012. Tratava-se de uma exigência de
Maluf para apoiar Haddad na campanha à Prefeitura de São Paulo.
“Ele estava fazendo exercício na academia, em São Bernardo. Não
queria ir de jeito nenhum. Eu disse: Você tem que ir na casa do Maluf. E
ele foi”, contou Marinho.
‘Ele não tem tantos filtros. Agora, tem pressa’
Dirigentes do PT observam que, desde sua prisão – decretada na
esteira da Lava Jato, em 2018 -, Lula é outro homem. “Ele não tem tantos
filtros. Agora, tem pressa: quer recuperar o tempo perdido”, resumiu o
senador Humberto Costa (PE), ex-ministro da Saúde no primeiro mandato do
petista.
Costa é um dos críticos do excessivo poder dado ao Centrão nessa
temporada. Quem dá as cartas do bloco é o presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), que faz uma série de exigências ao Planalto para aprovar
projetos de interesse do governo.
“O Centrão tem uma agenda própria”, observou Costa, citando matérias
como o marco temporal das terras indígenas, apoiadas pelo grupo. “É uma
situação completamente diferente: eles querem participar do governo e da
execução do orçamento, mas sem qualquer compromisso com o governo.”
Expoente do Centrão, Lira acompanhou a comitiva do presidente na
viagem a Nova York. Desta vez, Lula não cometeu gafes nem deu derrapadas
verbais como nos últimos três meses e fez um discurso na ONU elogiado
por líderes mundiais.
Não foi o que ocorreu em junho quando, ao afagar o presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que “o conceito de democracia é
relativo”. Pouco depois, em 5 de setembro, defendeu o voto secreto para
ministros do Supremo.
‘Vão pensar que TPI é parente da TPM’
No dia 9, Lula disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não
corre risco de ser preso se vier ao Brasil, em 2024, para a Cúpula do
G-20. O Tribunal Penal Internacional emitiu mandado de prisão contra
Putin por crime de guerra contra a Ucrânia, mas Lula afirmou depois que
nem sabia da existência dessa instância. Detalhe: ele mesmo já pediu que
o TPI julgasse Jair Bolsonaro por crime contra a humanidade, em razão
dos mais de 700 mil mortos na pandemia de covid-19.
“Ninguém sabe o que é TPI. Vão pensar que é parente da TPM”, ironizou
o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, numa
referência à tensão pré-menstrual. Na avaliação de Bernardo, nada disso
traz desgaste ao presidente. “Para a grande maioria das pessoas, essas
coisas são incompreensíveis”, minimizou.
O líder do PT no Senado, Jaques Wagner, acha que o ambiente
polarizado do País tem contribuído para o novo comportamento de Lula,
descrito por muitos como sendo mais pragmático.
“A conjuntura atual é totalmente diferente. Em 2007, era uma
reeleição. Em 2003, a gente recebeu o governo de um democrata, o
Fernando Henrique Cardoso. Agora, recebemos o governo sei lá do que se
pode chamar…”, assinalou ele.
‘Não foi o Lula que mudou. Foi o mundo’
Wagner foi ministro do Trabalho e das Relações Institucionais sob
Lula e da Casa Civil na gestão Dilma. É do círculo íntimo do presidente,
que o apelidou de “Galego”, e só não ocupou uma cadeira na Esplanada
porque não quis.
“Cada ministro, quando entrou, teve de andar no ministério com uma
lanterna na mão, olhando todos os cantos, para ver se havia uma
armadilha montada. Foi uma coisa violenta”, insistiu o senador. “Então,
com esse ambiente conflagrado e as instituições todas mexidas, não foi o
Lula que mudou. Quem mudou foi o mundo”, emendou.
O presidente nunca foi, porém, tão indiferente às pressões do próprio PT ou mesmo de outras siglas da esquerda quanto agora.
“Para manter a governabilidade, lamentavelmente Lula teve de ceder ao
Centrão porque não há um nível adequado de participação da sociedade
civil. Então, o governo fica refém da maioria do Congresso e de acordos
que nem sempre refletem os interesses do País”, constatou a deputada
Luiza Erundina (PSOL-SP), que de 1989 a 1992 foi prefeita de São Paulo
pelo PT.
No Congresso, o estilo Lula 3.0 ainda rende queixas de políticos dos
mais diversos partidos que estiveram ao lado dele em outros mandatos e
hoje não conseguem mais sua atenção.
Coube ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
acalmar os revoltados. Há um mês, Padilha tem chamado antigos aliados
para conversas reservadas no Planalto, na tentativa de explicar que o
presidente ainda irá recebê-los.
“Eu não tenho dúvida de que, depois desse périplo no exterior e da
cirurgia no quadril, ainda neste mês, ele vai aprofundar a conversa com
os amigos”, declarou o deputado Eunício Oliveira (MDB-CE), ex-titular
das Comunicações no primeiro mandato de Lula.
As reclamações dos últimos dias, no rastro da reforma ministerial,
começaram a surtir efeito. Para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York,
Lula levou uma comitiva de 24 parlamentares, incluindo o próprio Lira e
o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No Planalto e no Itamaraty, a justificativa para tantas viagens é a
de que Lula precisa reconquistar o mais rápido possível o espaço
internacional perdido durante o governo Bolsonaro e atrair investidores
para o Brasil. Desde sua posse, em janeiro, o presidente já esteve em 21
países e se encontrou com mais de 50 chefes de Estado e de governo.
Nome do senador não constou em lista de participantes da reunião; Wagner foi o articulador do encontro entre os presidentesWagner
(primeiro da esquerda para a direita) participou da reunião entre Lula e
Zelensky (ambos ao centro da foto)20/09/2023 – Ricardo Stuckert/PR
A tentativa de integrantes do governo brasileiro de esconder a
participação do senador Jaques Wagner (PT-BA) na reunião entre Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky escancarou divergências
no entorno do presidente brasileiro sobre como lidar com a guerra na
Ucrânia, além de disputas de poder sobre a política externa brasileira.
A pedido de Lula, Wagner articulou a realização do encontro e anunciou no domingo que ele ocorreria.
VÍDEO – Reunião de Lula com Zelensky foi de reconciliação, dizem aliados
Reunião de Lula com Zelensky foi de reconciliação, dizem aliados | BASTIDORES CNN
Antes da reunião de cúpula em Nova York na quarta-feira (20), o
senador publicou em sua página na rede X (antigo Twitter): “Estarei
presente na reunião e acredito que o objetivo de todos, até mesmo dos
envolvidos diretamente na guerra, é encontrar o caminho da paz o quanto
antes”.
A mensagem contrastou com o que Lula vem dizendo desde que concedeu
uma entrevista à revista norte-americana Time em maio do ano passado,
quando afirmou que Zelensky “queria a guerra”, e a usava para “aparecer
na TV”.
Celso Amorim não sabia da reunião até que ela foi anunciada por Wagner.
O assessor especial procurou desmerecê-la dizendo que “o importante”
era a reunião entre Lula e Biden, e colocando até mesmo em dúvida se o
encontro de fato aconteceria: “Essas coisas são imprevisíveis”, disse
ele com um sorriso enigmático.
Pouco antes do encontro, a correspondente da CNN em
Nova York, Mariana Janjácomo, perguntou ao senador se ele participaria.
Wagner respondeu que não. A jornalista lhe perguntou por que, e ele não
respondeu.
VÍDEO – Presidência corrige: Jaques Wagner esteve com Zelensky
Presidência corrige: Jaques Wagner esteve com Zelensky | CNN 360º
“Erro”
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Palácio do Planalto enviou aos jornalistas uma lista dos participantes.
Nela constavam Celso Amorim, o chanceler Mauro Vieira e o
ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta. Entretanto, mais tarde, a foto e
o vídeo do encontro mostravam Wagner praticamente no fim da fila de
cadeiras.
Questionada pela CNN, uma assessora da Secom disse
que tinha sido “erro” dela e divulgou uma nova lista incluindo Wagner.
Poderia ser um lapso sem importância, não fosse pelos antecedentes dessa
história.
VÍDEO – Após reunião com Zelensky, Lula avalia encontrar Putin
Após reunião com Zelensky, Lula avalia encontrar Putin | BASTIDORES CNN
Wagner e os EUA
Ao longo do ano passado, Lula, ainda candidato, encarregou Wagner
várias vezes de conversar, pessoalmente e pelo telefone, com importantes
integrantes do governo americano, como o conselheiro de Segurança
Nacional, Jake Sullivan, e enviado para o Clima, John Kerry, ambos muito
próximos do presidente Joe Biden.
O objetivo era comunicar o desejo de Lula de se reaproximar dos Estados Unidos.
Wagner voltou a ser enviado a Washington em outubro passado, no mês da eleição, com a mesma missão.
Durante a transição, ele foi cogitado para o Itamaraty ou o
Ministério da Defesa. Mas Lula concluiu que não podia abrir mão de seu
papel como líder do governo no Senado, e nomeou Amorim assessor
especial.
Amorim, por sua vez, indicou para o cargo de chanceler Mauro Vieira,
que trabalhou no passado com ele e é de sua inteira confiança.
Amorim é um antigo conhecido da equipe de Biden, a mesma que o
assessorou em política externa e de segurança nacional quando era vice
de Barack Obama (2009-2017).
VÍDEO – Zelensky cita “conversa honesta” após reunião com Lula
Zelensky cita “conversa honesta” após reunião com Lula | CNN NOVO DIA
Fontes que trabalharam com essa equipe percebem pouca simpatia de
Amorim pelos Estados Unidos. Seu lema, “política externa altiva e
ativa”, dirige-se sobretudo contra o que ele considera o risco de
submissão aos EUA.
Simpatia pela Rússia
Por motivos ideológicos parecidos, apontam interlocutores, Amorim
nutre simpatia pela Rússia, e tem alertado publicamente para o risco de
“repetir Versalhes”, o tratado de paz da 1ª Guerra Mundial que impôs
duras sanções contra a Alemanha, e que teria contribuído para criar o
ambiente favorável ao surgimento do nazismo.
Amorim visitou o presidente russo, Vladimir Putin, já no fim de
março, em Moscou, e se recusou a fazer o mesmo com Zelensky em Kiev: “Eu
vejo a guerra pela TV”. Em Moscou, ele articulou a vinda do chanceler russo, Sergey Lavrov, no dia 17 de abril.
Em seguida, Lula viajou para Portugal e Espanha. Seus interlocutores
europeus lhe disseram que seu governo não era considerado equidistante
entre Rússia e Ucrânia, e que uma das provas disso era que só ouvia o
lado russo.
Ao ouvir isso, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da
Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, insistiram com Lula que
era necessário enviar Amorim imediatamente para Kiev, se possível
diretamente de Madri. Amorim se recusou, alegando que estava articulando
uma iniciativa com o governo francês, que não se materializou.
No início de abril, finalmente o assessor foi para Kiev, onde foi
recebido com frieza por Zelensky, que nesse ponto já estava ciente da
influência dele sobre a posição de Lula simpática a Putin. Foi então que
Lula escalou Wagner para mais essa missão.
Pimenta, o chefe da Secom — que omitiu a participação do senador —, compartilharia os sentimentos pró-Rússia de Amorim.
Afinidade
Mesmo depois da reunião, a afinidade de Lula com Putin ainda continuava viva na mente dos ucranianos.
Ao sair do encontro de uma hora e dez minutos, o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, trocou o nome de Lula pelo de Putin antes
de se corrigir rapidamente. E disse que a reunião tinha sido uma
“quebra de gelo”, remendando: “Não que houvesse gelo antes”.
Muitas vezes a verdade está no que é omitido ou dito sem querer.
País terá em 2024 uma planta-piloto para
testar a tecnologia inédita que vai gerar internamente energia para
carros elétricos, sem necessidade de carregar na tomada
Por Cleide Silva – Jornal Estadão
Movido a hidrogênio (H2), o carro a célula de combustível é considerado mundialmente a opção mais viável para o transporte com emissão zero. Uma evolução do veículo elétrico, ele já roda em alguns países, como Japão e EUA, atendendo um nicho ainda pequeno do mercado.
Seu uso em grande escala está distante, principalmente no mercado
brasileiro onde, segundo analistas, até mesmo os elétricos devem demorar
a se popularizar em razão dos preços e da falta de infraestrutura para
carregamento.
Pelo menos na corrida pela fonte geradora do hidrogênio – que vai
carregar a bateria do veículo internamente, sem precisar da energia
elétrica da tomada –, o Brasil não está tão atrasado.
Enquanto grande parte dos países usa o gás natural para produzir hidrogênio cinza, que vem de fonte fóssil, o Brasil trabalha em projetos para que o etanol seja o vetor do H2 verde.
“Por ser um combustível limpo, não tóxico e com infraestrutura de
transporte desenvolvida, o etanol é muito interessante como vetor para o
hidrogênio”, afirma Julio Meneghini, diretor científico do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI, na sigla em inglês), da Universidade de São Paulo (USP).
Ele explica que, no futuro, o etanol será entregue ao posto de
combustível e este fará o processo de transformação para hidrogênio em
um reformador (tanque cilíndrico que, por meio de uma reação química,
quebra a molécula do etanol para produzir o hidrogênio). O carro a
célula de combustível tem cilindros para receber o H2, e o abastecimento é igual ao de um carro flex (ver infográfico).
Uma parceria liderada pela Shell envolvendo RCGI, Raízen, Hytron, Toyota e Senai Cetiqt anunciou,
no mês passado, o início das obras, nas instalações da USP, da primeira
estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável do mundo,
feito a partir do etanol.
O local também abrigará uma planta de produção de hidrogênio a partir
do etanol com um reformador desenvolvido e produzido pela Hytron. A
empresa nasceu há cerca de 20 anos como startup dentro da Unicamp e, em
2021, foi adquirida pelo grupo alemão Neuman & Esser (NEA).
Segundo o gerente de tecnologia de baixo carbono da Shell, Alexandre Breda,
o mundo inteiro avalia o uso de hidrogênio na mobilidade, inclusive por
meio de metanol e amônia. De qualquer forma, é um produto difícil de
ser transportado na forma gasosa e muito caro na forma líquida.
O etanol, já usado em carros híbridos flex e em breve em híbridos
plug-in, vai ser uma opção, e com vantagens extras, inclusive em relação
ao uso de energia eólica e solar no processo, que também começa a ser
explorado.
Três plantas de hidrogênio
A Shell e seus parceiros decidiram puxar a agenda para tornar o
etanol ainda mais relevante na transição energética, diz Breda. O
primeiro passo é a planta-piloto, que receberá investimento de R$ 50 milhões da companhia.
A planta deve entrar em operação no segundo semestre de 2024 e terá
capacidade para produzir 50 metros cúbicos de hidrogênio por hora,
suficientes para abastecer apenas um automóvel – o Mirai, fabricado no
Japão e cedido pela Toyota para os testes – e três ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que vão circular no campus da universidade.
“O objetivo da planta-piloto é validar o processo e comprovar a
eficiência do etanol”, diz Breda. A validação de cálculos sobre as
emissões e custos do processo de produção de hidrogênio, comparativo de
desempenho dos veículos e preços ao consumidor ficarão a cargo do RCGI.
“Nossa estimativa no momento é de que o custo da produção de
hidrogênio a partir de etanol é comparável ao do hidrogênio do gás
natural no contexto brasileiro”, adianta Meneghini. “Já as emissões são
comparáveis ao processo de eletrólise da água alimentada com energia
eólica.”
No início de 2025, uma segunda planta dez vezes maior,
com capacidade para 500 metros cúbicos por hora, será instalada em um
cliente industrial da Shell ainda a ser definido. Ela será voltada
principalmente ao hidrogênio usado pelas indústrias química,
alimentícia, de mineração e siderúrgica, que hoje têm como vetor o gás
natural.
Na sequência, há um plano para uma planta capaz de produzir 5 mil metros cúbicos de hidrogênio por
hora, mas sua construção dependerá dos resultados de viabilidade da
planta experimental e de parcerias com investidores. Não há, ainda,
previsão para o fornecimento do hidrogênio sustentável em postos de
combustíveis.
Essa fase tem de acompanhar a chegada ao País de automóveis a célula
de combustível em maior escala, o que deve demorar, admite Breda.
“Principalmente aqui no Brasil, onde ainda vamos passar pela etapa do
carro híbrido a etanol, pelos elétricos e depois ir para os de célula a
combustível.”
O executivo, no entanto, vê chances de a tecnologia chegar
comercialmente mais cedo aos ônibus e caminhões. Seria uma forma de
descarbonizar um setor hoje dependente do diesel.
Nossa estimativa no momento é de que o custo da produção de
hidrogênio a partir de etanol é comparável ao do hidrogênio do gás
natural no contexto brasileiro”
Julio Meneghini, diretor científico do centro de pesquisa da USP
*Por Helene Romanzini, gerente de Marketing de Produto da Wise
Ao longo de minhas andanças pelo universo de experiência do usuário,
aprendi a dar a devida importância ao que se denomina tecnicamente de
user centric – ou, no bom português, o usuário no centro -, uma das
muitas expressões que ouvimos quando falamos de inovação e tecnologia
ligadas ao cliente. Uma pesquisa da McKinsey já comprovou a relevância
dessa prática ao mostrar que as empresas que efetivamente organizam e
gerenciam a experiência do cliente observam uma melhoria de 20% na
satisfação do consumidor, um aumento de 15% na conversão de vendas, um
custo de serviço 30% menor e um aumento de 30% no engajamento dos
funcionários.
A máxima do user centric permeia várias discussões sobre inovação de
negócios. Afinal, muitas vezes o usuário ainda não sabe o que quer – ou,
pior, não sabe que tem um problema. Mas a verdade é que, antes de uma
empresa resolver problemas até então desconhecidos pelos seus clientes,
existem muitas questões bem conhecidas que precisam ser solucionadas, e a
maioria delas está relacionada à jornada de uso do consumidor.
O fluxo parece simples: uma empresa busca entender melhor seu cliente
e seus problemas para, por meio da tecnologia, simplificá-los e
resolvê-los. Mas onde exatamente estão os problemas? Pela minha
experiência de mais de dez anos no mercado, garanto que, nesses casos,
eles costumam aparecer onde menos percebemos.
Sem dúvidas, o primeiro e principal ponto que deve ser levado em
consideração quando priorizamos o cliente nos nossos serviços e soluções
é a falta de diversidade das equipes, que por vezes fazem a leitura dos
problemas baseada em suas próprias experiências. O resultado é um grupo
de pessoas que anda em círculos e não sai do lugar. Depois, destaco as
leis e regulamentações, uma vez que equipes de tecnologia precisam
sempre equilibrar a simplificação com os requisitos legais.
Na sequência, outra questão que merece um olhar mais atento é a
priorização. Os times costumam contar com uma lista de itens a serem
executados, gerados a partir de várias fontes e com diferentes
propósitos: crescimento, necessidades regulatórias, melhoria da
experiência, resolução de problemas, entre outros. Cabe às equipes
analisar adequadamente e até reavaliar para que seja estabelecida a mais
efetiva ordem de prioridade com base nas demandas do cliente.
A outra camada que pede atenção reflete na questão financeira.
Entender o usuário envolve tempo e dinheiro, que podem ser investidos
direta ou indiretamente – seja com pesquisas ou com a leitura do NPS
(Net Promoter Score, sigla que reflete uma pontuação das chances de
recomendação de uma companhia por parte de sua rede de clientes),
praticando a escuta do time de customer service, ou falando com os
consumidores.
No final de tudo, temos que lidar com o ego, que, infelizmente, leva
muitos times a acreditar que não há necessidade de investir energia,
tempo e dinheiro nessa escuta, pois pensam já conhecer o suficiente
quais as necessidades do usuário. Aplicar uma abordagem user centric é
essencial para construir relações sólidas com os clientes, manter-se
competitivo no mercado e garantir rentabilidade a longo prazo. É uma
filosofia que abrange desde a fase de design até a entrega e suporte
contínuo do produto ou serviço.
E você, já escutou o seu cliente hoje?
Marketplaces em alta: o sucesso no mercado
Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP
Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato
Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os
benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para
os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores.
Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se
prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo,
independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada
pelo atendimento.
O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?
Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line.
Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao
cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos
vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é
como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários
estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e
a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último
relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais
ativos em ambientes como esses.
Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já
representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no
Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm),
o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.
Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia
dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser
significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um
faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021,
de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a
atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o
suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar
uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente,
indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a
pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”,
explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.
Um destaque em meio à concorrência é fundamental
Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos
quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta
concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas
buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é
imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de
sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é
demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.
Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por
perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas
alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos
para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o
portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção
especial à otimização das operações.
Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover
uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação
de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das
demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com
estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é
o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter
uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por
diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o
preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de
fidelizar”, comenta o especialista.
Dicas para se sair bem no mercado
Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos
frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar
oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom
levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma
excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações,
é fácil identificar qual a busca e como agradar.
No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica.
Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em
consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as
abordagens utilizadas para lidar com esses interessados?
Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.
A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas
esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em
crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de
Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em
13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram
elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.
Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em
fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em
novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76%
desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão,
Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva,
elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques
industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também
não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para
todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do
processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os
nossos usuários.
Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse
suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs,
responsáveis por atender chamadas e responder mensagens
automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma
flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com
humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os
resultados e promover atualização constante.
O que é marketplace e por que investir nessa plataforma
ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech
Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer
compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele
funciona na compra e venda de produtos.
Afinal, o que é marketplace?
O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.
Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto
específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar
as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de
comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir
outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.
Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de
marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e
segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar
produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento
unificado.
Os principais marketplaces do Brasil
A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto
No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a
plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações
digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.
Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas,
Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C,
estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas
dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.
Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma
Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais
Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através
de sua divulgação online.
Como escolher o marketplace ideal para sua loja
Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja,
definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é
fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de
decidir onde incluir sua marca:
Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão
sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que
determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor
atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais
anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará
uma comissão maior.
Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.
Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial
identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.
Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.
Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que
já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para
competir com os ofertados por elas.
Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.
Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus
resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas
promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na
entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento
ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar
naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se
de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e
pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já
cadastradas.
Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.
Vantagens do marketplace
A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.
Para o consumidor
Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;
Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.
Para o lojista
Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;
Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de
vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário
pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na
abertura de uma loja física ou online.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Para o Marketplace
Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;
Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que
reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo
para fidelizar clientes.
Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e
proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal
procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos
ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que
realizamos.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)