quinta-feira, 14 de setembro de 2023

BANCADA REAGE À DECISÃO DO STF COM PROJETO ANTI-DESAPROPRIAÇÃO DE TERRAS

 

História por André Shalders • Jornal Estadão

BRASÍLIA – Deputados da bancada do agronegócio na Câmara dos Deputados querem prioridade para a votação de um projeto de lei que proíbe a desapropriação de terras produtivas para a criação de assentamentos da reforma agrária. O movimento vem em reação a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última terça-feira, dia 05, a Corte rejeitou uma ação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e considerou constitucional a lei de 1993 que regulamenta a desapropriação de terras.

O objetivo do projeto, dizem os deputados, é garantir que terras produtivas – isto é, já utilizadas para agricultura e pecuária – não sejam desapropriadas pelo governo para a reforma agrária. Em caso de desapropriação, o governo paga aos donos das terras por meio de títulos da dívida pública, e cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) organizar assentamentos de trabalhadores rurais nas terras.

Um projeto de lei sobre o assunto foi apresentado no mesmo dia da decisão do STF pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS). O texto, de apenas dois parágrafos, acrescenta um parágrafo à lei de 1993 para determinar que “não será possível a desapropriação por interesse social” terras produtivas.

“O presente projeto de lei busca proteger a economia brasileira, a segurança alimentar da população e a estabilidade social, proibindo a desapropriação de terras produtivas para fins de reforma agrária”, escreveu Nogueira na justificativa do projeto.

Nesta quarta-feira (13), o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Pedro Lupion (PP), apresentou um requerimento de urgência para o projeto de Nogueira. Caso o requerimento seja aprovado pelo plenário da Câmara, o projeto de lei segue para votação já na próxima sessão deliberativa da Casa, sem necessidade de passar pelas comissões permanentes da Câmara.

O entendimento do Supremo Tribunal Federal foi firmado por unanimidade na última terça-feira, dia 05, por meio do chamado Plenário Virtual – uma modalidade de deliberação na qual os ministros apenas depositam seus votos online, sem discussão cara a cara.

Para Lupion, da FPA, a decisão do STF cria confusão ao deixar a critério do juiz decidir, de forma subjetiva, se determinada propriedade cumpre ou não a sua função social.

“(O tema) ficou mais de 10 anos parado no colo do ministro Fachin, e agora ele resolveu colocar para julgamento e no plenário virtual ainda, ou seja, sem discussão nenhuma. Gravíssimo. A questão da (subjetividade na definição sobre o) uso social da terra produtiva é gravíssima e nós vamos ter que deixar claro isso (o tema) na lei”, diz ele.

“É óbvio que uma terra que é comprovadamente produtiva já cumpre a sua função social. Não há porque haver qualquer questionamento sobre isso”, diz Lupion.

Decisão do STF

Na ação apresentada ao STF, a Confederação Nacional da Agricultura argumenta que alguns dispositivos da lei de 1993 que regulamenta a desapropriação de terras poderiam levar à desapropriação de terras produtivas, caso estas não cumpram sua função social, tal como definido pela Constituição Federal.

Na decisão, Fachin reafirmou que as propriedades rurais precisam ser usadas de forma correta para que sua propriedade seja legítima – e, em caso de descumprimento das obrigações impostas pela lei, a consequência é a desapropriação. “A consequência relativa ao descumprimento das obrigações que incidem sobre o proprietário é a desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública”, escreveu o ministro em seu voto.

A TIMIDEZ PODE SER RECONFIGURADA COM PEQUENOS GESTOS E ATITUDES

 

Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

Por muitos anos, mergulhei nas complexidades humanas, das quais há vários mestres em descrevê-las. E, em uma de minhas reflexões, inspiradas pela prosa de alguns deles, deparei-me com uma angústia universal: a timidez.

Muitos de nós, profissionais de diferentes áreas, carregamos o fardo silencioso de não conseguirmos expressar plenamente nossos pensamentos e sentimentos. Mas, assim como as montanhas são esculpidas pela paciência do tempo, podemos reconfigurar nossa timidez com pequenos gestos e atitudes. Eis algumas dicas para aqueles que desejam desvendar o silêncio e se expressar com mais confiança:

Aceitação e autoconhecimento: antes de qualquer ação transformadora, precisamos nos olharmos com a sinceridade das águas calmas de um lago. A timidez não é uma falha, mas uma característica. Ela faz parte de nossa construção como seres humanos e, muitas vezes, é fruto de experiências passadas. Ao aceitá-la, podemos começar a moldar nossa abordagem diante dela. Nunca fui e não alcançarei a maestria nesse tema, mas posso me tornar melhor.

Pequenos passos: como diz o adágio popular, “a jornada de mil quilômetros começa com um passo”. Se o desafio de se expressar em grandes grupos parece assustador, comece com pequenas conversas. A confiança é como um músculo, e cada pequeno diálogo fortalece sua habilidade de se comunicar.

Escuta ativa: a timidez, muitas vezes, reside na percepção de que não temos nada valioso a dizer. Porém, a arte de escutar, que alguns autores brasileiros tão bem enfatizam em suas obras, é um presente. Ao ouvir ativamente, não apenas acumulamos sabedoria, mas também criamos conexões genuínas, que podem suavizar nossas inseguranças.

Prática deliberada: tal qual um artesão aprimora sua habilidade a cada obra criada, nós podemos praticar nossa comunicação. Clubes de oratória, aulas de teatro e cursos de expressão vocal são espaços propícios para exercitar nossa voz.

Celebração e reflexão: cada interação, seja ela exitosa ou não, é um aprendizado. Em vez de se ater aos momentos de falha, celebre cada pequeno sucesso. Ao mesmo tempo, reserve um momento de introspecção para refletir sobre as interações e identificar áreas de melhoria.

Essa pequena coleção de 5 passos foi essencial para sair da timidez patológica para algo controlado. Como disse outras vezes, tenho dificuldade para vencê-la, porém a prática deliberada tem me ajudado.

Quando comecei a lecionar, senti certa timidez em frente aos alunos e medo do julgamento. Após alguns deslizes, feedback e advertências (por que não?), fui perdendo a paúra de falar e comecei a me soltar. Pensava tal qual um alegre integrante de nosso congresso: “pior que tá, não fica”. E seguia.

Aulas de teatro também me ensinaram técnicas interessantes sobre postura, aquecimento de voz, exercícios para quebrar o gelo e improvisação. Aos poucos, consegui me sentir mais leve e solto na hora de soltar o verbo. Lá, também tive exercícios de escuta ativa. Por meio de perguntas, deveria estender o assunto por mais de 10 minutos, mesmo que o outro integrante tivesse que se mostrar desinteressado.

Em nosso intrincado tecido social, cada voz é fundamental. Nossa timidez, quando abordada com gentileza e determinação, pode ser transformada em uma ponte para conexões significativas. Não é o volume da voz, mas a sinceridade das palavras que verdadeiramente ressoa nos corações dos outros.

Aproveite minha pequena contribuição se, assim como eu, sofre de timidez crônica. Acima de tudo, seja sincero – e se prepare, lendo bons jornais e fontes de informação. Quanto mais assunto e repertório temos, mais fácil fica a conversa.


O QUE É MARKETPLACE E POR QUE VALE A PENA COLOCAR SEU PRODUTO NESSA VITRINE

ESTRATÉGIA E GESTÃOMARKETING E VENDAS – SEBRAE

Se empresas ainda estavam reticentes sobre a entrada no mercado virtual, 2020 chegou para revolucionar e acelerar o processo de digitalização dos negócios. Com o fechamento do comércio durante o período mais rígido de isolamento social, a maioria das lojas físicas viram seu faturamento cair abruptamente. Nesse contexto, o Marketplace passou a ser uma estratégia utilizada para escoamento do estoque retido.

Muitas empresas, porém, decidiram entrar no universo virtual não só como estratégia para driblar os efeitos do coronavírus, mas também para ampliar o alcance da marca com a diversificação dos canais de venda. E tem surtido efeito. De acordo com dados da empresa Ebit/Nelsen, o faturamento em 2019 em Marketplaces foi de mais de 17 milhões de reais, 13% a mais quando comparado ao ano anterior.

Entretanto o que é mesmo Marketplace? Qual a diferença entre Marketplace e E-commerce? Será que são a mesma coisa? Quais são as vantagens de colocar um produto nessa vitrine? É sobre isso que falaremos agora neste post.

O QUE É MARKETPLACE

O Marketplace é uma grande vitrine que reúne, em um endereço, produtos de diferentes lojistas na internet. Uma espécie de “shopping virtual”, que cuida de todas as etapas para a concretização das vendas on-line: desde as formas de pagamento até, em alguns casos, a logística para a entrega.

E-commerce x Marketplace

Muitas pessoas confundem E-commerce com Marketplace. Justo. Isso porque esses conceitos são como planetas diferentes, orbitando o mesmo universo. Entenda a diferença:

– E-COMMERCE

É todo tipo de mercado on-line, que pode ser próprio ou de terceiros. Veja: um varejista pode decidir ingressar no E-commerce ao investir em um site particular para as vendas. Terá de empregar recursos na plataforma, gerenciar formas de pagamento e logística a fim de que o produto chegue ao consumidor. Outra opção é fazer parte do mercado virtual simplesmente por meio de uma plataforma já existente.

– MARKETPLACE

E uma das possibilidades é entrar em um Marketplace, isto é, vitrine consolidada que concentra produtos de múltiplas marcas em um endereço para o consumidor. Trata-se de um grande E-commerce que abre suas portas virtuais, com a intenção de que uma variedade de lojistas usufruam de uma estrutura previamente montada no que diz respeito às vendas: plataforma, formas de pagamento, visibilidade e logística.

Por ser uma plataforma mais consolidada, requer uma curva de aprendizado menor por parte do lojista. O vendedor disponibiliza o produto no endereço e paga os custos por venda, o que acaba incidindo em um investimento inicial menor para a entrada no mercado virtual.

Conheça um diferencial do Sebrae Minas, ao convidar diversos especialistas em Marketplace para conversar e elucidar dúvidas comuns sobre o assunto. Assista agora!

COMO ENTRAR EM UM MARKETPLACE

Existem grandes Marketplaces hoje no mercado brasileiro. Marcas como Amazon, Mercado Livre, Netshoes, grupo B2W, Magazine Luiza oferecem o serviço a negócios de todos os tamanhos no país e na nossa região temos o Marketplace da Valeon.

Cada uma delas tem um processo particular no que concerne à aprovação. Os requisitos básicos, porém, são praticamente os mesmos: você precisará ter um CNPJ, um CNAE de varejista, estar em dia com a Receita Federal e apto a emitir nota fiscal.

QUAIS SÃO AS VANTAGENS?

Agora que você sabe o que é o Marketplace, como entrar em um e qual a diferença dele para o E-commerce, é hora de compreender as vantagens de ingressar nessa grande vitrine virtual.

– NÃO SE PREOCUPAR COM TODOS OS DETALHES

Em um Marketplace, o empreendedor conta com uma plataforma consolidada no mercado e com todas as ferramentas necessárias para vender produtos virtualmente. E essa é uma grande vantagem. Afinal, o lojista poderá lançar mão de um sistema de pagamento consolidado, da segurança de uma plataforma validada e reconhecida no mercado, bem como da logística de um grande Marketplace.

– SER ACESSÍVEL A NEGÓCIOS DE TODOS OS TAMANHOS

Ingressar no E-commerce por conta própria pode não ser tão simples para pequenos negócios. Os custos são elevados, e a falta de credibilidade no mercado engessa o consumidor na decisão de compra. Por isso, o Marketplace muitas vezes é uma opção atrativa em relação a qualquer tamanho de negócio, já que os custos para utilização são por venda e há alta exposição da marca no universo on-line.

– SER ATRATIVO AO CONSUMIDOR

O Marketplace é uma grande curadoria de produtos, bem vantajosa para quem está disposto a comprar pela internet. Isso porque há a possibilidade de o cliente adquirir diferentes itens em um lugar só, por meio de única forma de pagamento, entrega etc. Além de contar com o respaldo de uma marca forte por trás de qualquer produto, independentemente de sua procedência.

O QUE O EMPREENDEDOR PRECISA SABER ANTES DE ENTRAR EM UM MARKETPLACE

Claro que o Marketplace é o acesso a um universo de possibilidades de vendas na internet. Contudo, não é regra que todo negócio deve ingressar nessa grande vitrine virtual. É preciso estar atento a alguns fatores que indicam a maturidade e a organização de uma empresa, voltadas a atender às especificidades de um Marketplace sem ter prejuízos. Por isso, atente-se ao planejamento dos seguintes itens:

  • Gestão de Estoque: seu negócio está organizado para não correr o risco de vender o produto e não tê-lo em estoque?
  • Precificação: o Marketplace traz diversos custos operacionais. E o preço em relação a uma loja física e a uma loja virtual geralmente não é o mesmo. Você consegue fazer tal distinção?
  • Apresentação do produto: é certo que a venda na internet exige uma exposição adequada dos itens. Por isso, é essencial cuidar da apresentação do produto por meio de uma descrição verossímil, com título, ficha técnica e fotos de qualidade. Você tem esse olhar cuidadoso para fazer uma venda saudável e evitar devolução de produto?

O Marketplace é, sem dúvidas, um mercado promissor no Brasil. E a pandemia da Covid-19 veio para confirmar e acelerar o processo de digitalização das empresas. Todavia, assim como toda e qualquer decisão dentro de um negócio, é fundamental que seja estudada e planejada.

Ficou interessado e quer saber mais da inovação para o seu negócio? Não deixe de acompanhar os posts do nosso site! (https://valedoacoonline.com.br/)

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

                                                                                                                                                                    Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

DIFÍCIL CAPTURA DO BRASILEIRO QUE FUGIU DA PRISÃO NOS EUA

Segundo autoridades, Danilo Cavalcante é “extremamente perigoso”; polícia estadual da Pensilvânia está autorizada a usar força letal se ele não se render voluntariamente© Reuters

O brasileiro Danilo Cavalcante, de 34 anos, condenado à prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada na frente dos filhos dela, está foragido há 13 dias nos Estados Unidos.

Ele escapou de uma prisão no Estado americano da Pensilvânia na manhã do dia 31 de agosto ao escalar paredes como “um caranguejo”, segundo autoridades.

Sua fuga viralizou nas redes sociais e virou notícia ao redor do mundo.

Desde então, uma grande operação envolvendo 400 agentes das esferas municipal, estadual e federal, além de helicópteros e drones, está em curso para capturá-lo, ainda sem sucesso.

Mas Cavalcante já foi flagrado diversas vezes depois de escapar da prisão, por testemunhas e câmeras de vigilância.

Por que, então, o brasileiro ainda não foi capturado?

Essa foi a principal pergunta feita por jornalistas em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (11/9).

Segundo as autoridades, isso se deve a uma combinação de fatores, principalmente a complexidade do terreno.

Danilo Cavalcante está armado, diz polícia© Polícia da Pensilvânia

Autoridades estaduais e federais dos EUA insistem que o perímetro ao redor da área onde centenas de agentes buscavam Cavalcante inclui matas densas, túneis subterrâneos e valas de drenagem.

Também afirmam que demorou mais de duas horas para serem informados de que ele havia sido localizado fora do perímetro pela primeira vez.

Na entrevista a repórteres, o tenente-coronel George Bivens, da polícia estadual da Pensilvânia, negou a acusação de que não tem mobilizado agentes suficientes e disse estar esperançoso na captura de Cavalcante.

“Em termos de número de pessoas, você ficaria satisfeito se eu colocasse mil (agentes) na rua? Ficaria satisfeito se eu mobilizasse 2.000, 3.000 ou 10.000? Suspeito que aqueles que criticam sem a experiência e o conhecimento dos detalhes e da investigação não ficariam satisfeitos, independentemente do que fizéssemos”, disse Bivens, acrescentando que “se precisássemos de 1.000 pessoas, faríamos isso”.

Para Robert Clark, supervisor da força-tarefa de foragidos dos US Marshals, órgão ligado ao Departamento de Justiça dos EUA, as forças de segurança contam agora com uma vantagem, pois o brasileiro está aparentemente em um ambiente menos rural no subúrbio da Filadélfia, que faz fronteira com a Pensilvânia.

“Agora vamos nos preparar para o longo prazo, e o longo prazo é o que fazemos de melhor”, disse Clark.

Nesta segunda-feira (11/9), aumentou em US$ 5 mil (R$ 25 mil), para US$ 25 mil (R$ 123 mil), a recompensa por informações que levem à captura de Cavalcante.

Inicialmente, esse valor era de US$ 10 mil e já tinha sido elevado para US$ 20 mil.

Em entrevista à agência de notícias AP, Craig Caine, inspetor aposentado do US Marshalls, que trabalhou na Força-Tarefa Regional de Foragidos de Nova York/Nova Jersey, disse que sempre há uma maneira de escapar de um perímetro.

Terrenos arborizados são particularmente difíceis de monitorar, especialmente quando alguém tão baixo quanto Cavalcante — ele tem 1,52 m — pode facilmente se camuflar ou subir em uma árvore, explicou Caine, que não está envolvido nos esforços de busca.

Na opinião do especialista, mesmo que Cavalcante tenha escapado do cerco policial, isso não necessariamente significa que ele não será capturado.

“Eles (autoridades) definitivamente têm um trabalho difícil agora que ele violou o perímetro e eles não têm uma área definida para fazer buscas”, disse Caines.

“Esse cara não tem nada a perder. Mas os policiais só precisam ter sorte uma vez. Esse cara tem que ter sorte todos os dias.”

Segundo Caine, operações como esta podem ser longas. As buscas por prisioneiros fugitivos costumam durar quatro ou cinco semanas, ou até anos, acrescentou ele.

Para Bryce Peterson, que estuda punições, incluindo fugas, para o Centro de Pesquisa e Inovação em Justiça do Center for Naval Analyses, think tank sediado nos Estados Unidos, é raro um foragido cometer um ato de violência.

Na maioria das vezes, isso ocorre durante a fuga, acrescentou ele, também em entrevista à AP.

“As pessoas que cumprem penas mais longas têm mais motivação para não voltarem à prisão, e essas são as situações mais voláteis”, disse.

Segundo Bivens, a polícia estadual está autorizada a usar força letal se Cavalcante não se render voluntariamente.

Outros agentes envolvidos na operação podem ter suas próprias regras, completou ele.

No X, anteriormente conhecido como Twitter, a polícia informou que Cavalcante está armado. Também recomendou a moradores que “tranquem portas e janelas” e não saiam de casa.

“A PSP (Polícia do Estado da Pensilvânia) persegue Danilo Cavalcante na zona de Ridge Rd/Coventryville Rd/Daisy Point Rd em South Coventry Township, no Condado de Chester. Os moradores da área são solicitados a trancar todas as portas e janelas, proteger os veículos e permanecer em casa. Não se aproxime [do foragido]. Ligue para o 911 (número de emergência) se ele for avistado”, postou a polícia nesta terça-feira (12/9).

Questionado por jornalistas sobre como Cavalcante rompeu o perímetro, Bivens, da polícia estadual da Pensilvânia, não quis responder, mas disse que nenhum perímetro é completamente seguro.

Segundo ele, o brasileiro está desesperado porque busca ajuda de pessoas com quem não fala há anos.

“O fato de ele ter entrado em contato com pessoas com conexões passadas muito distantes me diz que ele não tem uma grande rede de apoio”, disse Bivens.

“Então acho que ele está desesperado e eu o descrevi assim o tempo todo. E penso que quanto mais o pressionarmos, mais recursos, mais ferramentas usaremos, acabaremos por capturá-lo. Ele não tem o que precisa para durar muito tempo”, acrescentou.

Assassinato da ex-namorada e fuga da prisão

Débora Brandão tinha dois filhos e foi morta por Cavalcante© Gabinete do Procurador Distrital do Condado de Chester

Cavalcante fugiu da prisão do condado de Chester enquanto aguardava transferência para outra penitenciária.

Ele foi condenado à prisão perpétua por matar sua ex-namorada, Débora Brandão, em 2021, na frente dos filhos dela, com 38 facadas.

Cavalcante também é procurado por assassinato no Brasil ocorrido em Tocantins em 2017.

Ele é réu no caso do homicídio em que Valter Júnior Moreira dos Reis foi morto a tiros em uma praça em Figueirópolis.

O motivo para o crime teria sido uma briga relacionada ao conserto de um carro.

Para escapar da prisão nos EUA, o brasileiro escalou paredes do pátio de recreação, subiu no arame farpado, correu por um telhado e pulou no chão.

Sua fuga passou despercebida por mais de uma hora, até que os carcereiros fizeram uma contagem de presos.

O guarda da torre de plantão foi demitido, disseram as autoridades.

Cavalcante é descrito como “extremamente perigoso” pelas autoridades.

Roubo de van e mudança de aparência

Danilo Cavalcante foi condenado por matar ex-namorada com 38 facadas© Prisão do Condado de Chester

No fim de semana, as autoridades americanas disseram que Cavalcante roubou uma van e a usou para escapar do perímetro policial.

Ele dirigiu até as casas de duas pessoas diferentes descritas como seus ex-colegas de trabalho em bairros próximos.

O tenente-coronel Bivens alertou que qualquer pessoa que pudesse ter “oferecido assistência ou que esteja pensando em ajudar Cavalcante de alguma forma” será punida pela Justiça “totalmente por essas ações.”

“Se você decidir nos ajudar, poderá ter direito a parte ou a totalidade da recompensa que foi oferecida pela captura de Cavalcante”, acrescentou Bivens.

Segundo ele, os policiais descobriram o carro roubado por Cavalcante abandonado, com as chaves dentro do veículo.

Por volta das 21h de sábado (22h de Brasília), o brasileiro tentou entrar em contato com um antigo colega de trabalho e pediu para se encontrar com ele, mas a pessoa não respondeu, disse Bivens.

Cavalcante foi flagrado por câmeras de vigilância diversas vezes desde que fugiu da prisão© Polícia do Estado da Pensilvânia

O vídeo, feito pela câmera da campainha mostra um homem que se acredita ser Cavalcante, mas sem barba e bigode, levando a polícia a informar posteriormente que o brasileiro havia mudado a aparência.

Cerca de uma hora depois, Cavalcante compareceu à residência de uma segunda ex-colega de trabalho, que ligou para uma amiga e notificou a polícia estadual sobre a visita inesperada.

Autoridades detiveram a irmã de Cavalcante no domingo.

Depois de se recusar a ajudar na busca policial, Bivens disse que ela foi detida por ultrapassar o prazo de validade do visto.

“Ela enfrenta um processo de deportação”, disse ele.

Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/cq5988vqvnko

 

DESAFIO ENTRE DESEMBARGADOR E MORAIS NO STF

História por MARCELO ROCHA • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Desembargador aposentado e advogado, Sebastião Coelho da Silva fará sustentação oral em nome de um dos réus do 8 de janeiro após acusar o ministro Alexandre de Moraes de “inflamar” o Brasil no discurso de posse como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

As críticas ao ministro ocorreram em agosto do ano passado, durante a sessão plenária do TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal).

Coelho da Silva disse que Moraes fez “declaração de guerra ao país” em sua fala diante de Jair Bolsonaro (PL) e de ex-mandatários, em vez de adotar tom conciliatório.

Então vice-presidente e corregedor do TRE-DF, ele disse que esteve na posse e afirmou que esperava do novo presidente do TSE um discurso para “conclamação de paz para a nação”.

Ele aproveitou a oportunidade para anunciar a aposentadoria após 30 anos de magistratura. “Vão me perguntar: ‘Por que você vai se aposentar, Sebastião Coelho da Silva’? E eu respondo: sr. presidente, colegas, eu há muito tempo, e eu não posso falar outra palavra, preciso tomar cuidado com elas, há muito tempo não estou feliz com o Supremo Tribunal Federal.”

Nesta quarta-feira (13), quando o STF (Supremo Tribunal Federal) inicia o julgamento dos apoiadores de Bolsonaro acusados de invadir e depredar as sedes dos três Poderes, Coelho da Silva e Moraes estarão frente a frente. O ministro é relator das ações penais.

O advogado informou à corte que irá à tribuna, posicionada à frente da bancada dos magistrados, para defender Aécio Lúcio Costa Pereira dos crimes a ele imputados pela PGR (Procuradoria-Geral da República). É o primeiro processo previsto na pauta da sessão extraordinária.

A Procuradoria pede a condenação de Aécio pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, todos do Código Penal, e ainda deterioração de patrimônio tombado, delito previsto na lei 9.605/1998.

À reportagem Coelho da Silva afirmou que foi constituído recentemente nos autos a convite dos advogados que já atuavam na defesa de Pereira.

O advogado afirmou que a “civilidade” prevalecerá na sessão de julgamento, que todos os presentes no plenário, advogados, o representante da Procuradoria e os juízes, são profissionais e que haverá respeito mútuo.

“Foi uma declaração involuntária, imprevisível”, disse Coelho sobre as críticas ao discurso de Moraes a menos de dois meses das eleições.

“Aquela foi a manifestação de um juiz, um corregedor do TRE, que não concordava com os rumos que o Judiciário tomava naquele momento.”

Moraes fez um discurso com diversos recados ao então chefe do Executivo, que participou da cerimônia e ficou frente a frente com o hoje presidente Lula (PT), rival naquela disputa.

“Liberdade de expressão não é liberdade de agressão, não é liberdade de destruição da democracia, das instituições, da dignidade e da honra alheias. Não é liberdade de propagação de discursos de ódio e preconceituosos”, declarou, então, o novo presidente do TSE.

O ministro ainda afirmou que a “intervenção da Justiça Eleitoral será mínima, porém será célere, firme e implacável no sentido de coibir práticas abusivas ou divulgações de notícias falsas ou fraudulentas principalmente daquelas escondidas no covarde anonimato das redes sociais”.

Questionado como avalia a intervenção que fez no TRE-DF sobre o conteúdo do discurso de Moraes agora que transcorrido o processo eleitoral e todos os seus desdobramentos, Coelho da Silva afirmou que acertou ao pendurar a toga. “Fiz bem em sair. Eu não estava feliz”, disse.

 

RELAÇÕES PESSOAIS MOTIVARAM O DESPACHO DE DIAS TOFFOLI NO STF

 

Armação, como lembra o ministro, cujo ponto de partida é sempre um laço velado de amizade, compadrio ou parentesco

Por Roberto DaMatta – Jornal Estadão

Quando o tio de um amigo foi eleito rei do país, ele foi – como reza a boa norma do nepotismo brasileiro – à sua casa parabenizá-lo. No centro da sala, o sobrinho, para espanto do meu amigo, disse aquilo que muitos pensavam, mas não ousavam mencionar: “Titio se arrumou”.

Dentro de um silêncio gritante, meu amigo cogitou: todo mundo deve estar pensando a mesma coisa, uma possível “arrumação” pessoal. Um cargo com privilégios para “o resto da vida”, o que sociologicamente corresponde a virar aristocrata. É quando se passa a pertencer ao tal “estamento” de Raymundo Faoro. A casta sustentada por um sistema político formalista, que governa para si mesma, mas, paradoxalmente, é eleita pelo “povo”.

Deus ajude a dar um “jeitinho”, como diria minha colega Lívia Barbosa, nessa pantagruélica e inexequível maçada Toffoli. Testemunho vivo das onipotências monocráticas do STF.
Deus ajude a dar um “jeitinho”, como diria minha colega Lívia Barbosa, nessa pantagruélica e inexequível maçada Toffoli. Testemunho vivo das onipotências monocráticas do STF. Foto: Wilton Junior/Estadão

Mas isso foi no século passado, quando as “vacas iam para o brejo”. Hoje – por causa da impossibilidade legal (e irracional) de construir barreiras –, elas estão nos telhados. Navegam em Dias Toffoli, pesando sobre nossas cabeças. Crânios que não têm escola para entender como um magistrado supremo ousa afrontar o mais chulo senso comum, apagando a história do maior esquema de corrupção-arrumação jamais revelado no Brasil.

Se há uma patologia que persiste a ponto de estruturar o espaço público nacional, essa é a corrupção. Armação, como lembra o ministro, cujo ponto de partida é sempre um laço velado de amizade, compadrio ou parentesco.

São essas as relações pessoais com quem ocupa hoje o cargo de presidente que motivaram os absurdos do despacho. Um pedido de perdão a Lula, cujo exagero apenas mostra a enorme força dos elos pessoais no Brasil. É, pois, com a coragem que sustenta as relações pessoais que o ministro tenta recuperar o afastamento do amigo, revelando até onde pode chegar o peso das amizades no Brasil. Esses laços sem os quais – e Lula sabe bem disso – não se governa e não se dorme em paz.

Tenho analisado o peso e a força desses laços de “conhecimento”, “intimidade” e “consideração” que operam como equações de uma sócio-lógica a ser a ser ponderada. Não custa lembrar delas:

Tenho coragem indômita para tudo, menos para negar o pedido de um amigo. Aos amigos tudo, aos inimigos, a lei – corolário; se um amigo usa a lei contra mim, me tratando igualitariamente, vira inimigo. Inimigo de amigo é inimigo. O consagrado samba de Beth Carvalho reitera esse “teorema da amizade”, quando reclama muito justamente das reciprocidades contidas nos laços e “conhecimentos” brasileiros. Entre “amigos de fé”, há a obrigação de “dar de volta”. É o dever do pagamento e do troco exigido pela “ética de condescendência” dos elos pessoais. Como adverte o samba: “Você pagou com traição / A quem sempre lhe deu a mão…”.

Deus ajude a dar um “jeitinho”, como diria minha colega Lívia Barbosa, nessa pantagruélica e inexequível maçada Toffoli. Testemunho vivo das onipotências monocráticas do STF.

BRASIL TEM POUCO ENSINO TÉCNICO E MUITOS JOVENS NEM-NEM

 

País tem apenas 11% dos estudantes cursando a modalidade, à frente somente da Índia, do Canadá e da África do Sul

Por Paula Ferreira e Renata Cafardo – Jornal Estadão

O Brasil está entre os cinco países com menor porcentual de estudantes matriculados na educação profissional, considerando 45 nações analisadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo Education at a Glance, divulgado nesta terça-feira, 12, mostra que a taxa de alunos brasileiros nessa modalidade é 11%, bem abaixo da média dos países do grupo: 44%. Além disso, o País registra alto índice de jovens entre 18 e 24 anos que nem estudam e nem trabalham, os chamados “nem-nem”: cerca de 24,4% estão nessa situação.

De acordo com o levantamento, considerando a quantidade de estudantes no ensino técnico, o Brasil fica à frente apenas de três países: Índia (9%), Canadá (10%) e África do Sul (10%). As maiores taxas de matrículas na educação profissional estão na Eslovênia (70%) e na Croácia (70%).

O estudo é publicado anualmente pela OCDE para analisar parâmetros como financiamento, acesso à educação, formação de professores, entre outros pontos. A pesquisa fornece dados não só dos países integrantes da organização, mas também de países parceiros, como é o caso do Brasil. A edição de 2023 traz como abordagem principal o acesso à educação profissional nos países analisados.

“Transformações profundas e contínuas estão remodelando a forma como vivemos, aprendemos e trabalhamos. Isso reforça a importância de competências como resolução de problemas, trabalho em equipe e comunicação, que são fundamentais para a empregabilidade e complementam tanto o ambiente acadêmico quanto habilidades práticas. O ensino e a formação profissionais se tornarão cada vez mais importantes para dotar os alunos de uma combinação dessas competências, facilitando a transição da escola para o trabalho”, diz o documento.

“Essa ideia muito brasileira de não levar tão a sério o ensino técnico profissional ou fazer com que os institutos técnicos ambicionem virar universidades com todo seu academicismo é parte dos problemas do País de gerar inserção produtiva dos jovens”, diz a presidente do Instituto Singulares, Claudia Costin. “Não vamos ter um desenvolvimento inclusivo se não olharmos para a a questão do primeiro emprego do jovem, da inclusão produtiva, do jovem que vai para o mundo do trabalho, seja logo depois do ensino médio, enquanto cursa ou depois do ensino superior”, completa.

Etec Zona Leste oferece cursos técnicos em São Paulo; adesão à modalidade é baixa no País
Etec Zona Leste oferece cursos técnicos em São Paulo; adesão à modalidade é baixa no País Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Jovens nem-nem

Sob esse prisma, o baixo índice de brasileiros na educação profissional pode ajudar a explicar o alto índice de jovens de 18 a 24 fora da sala de aula e desempregados. A taxa de 24,4% fica entre as seis maiores na lista dos 40 países com dados disponíveis. O porcentual é bem superior aos 14,7% registrados na OCDE.

A nação com maior taxa de pessoas que nem estudam e nem trabalham é a Arábia Saudita (48,8%). No outro extremo, com menor índice aparece a Holanda, com apenas 4,1% das pessoas de 18 a 24 anos desempregadas e sem estudar.

É cenário que não só amplia as desigualdades crônicas no Brasil, como também produz outras graves consequências. O baixo nível educacional da população jovem derruba diretamente os índices de produtividade do Paíscomo destacou o colunista do Estadão Celso Ming, em junho.

Um dado que chama atenção no caso do Brasil é a disparidade de gênero na população nem-nem. As mulheres são substancialmente mais atingidas pelo desemprego e a exclusão escolar:

“As taxas de ‘nem-nem’ entre a população de 18 a 24 anos no Brasil são altas especialmente entre mulheres. Nesse país, 30% das mulheres entre 18 e 24 anos nem estudam e nem trabalham, comparado a 18,8% entre os homens da mesma idade”, mostra o estudo.

O índice entre as brasileiras corresponde a mais do que o dobro da taxa de 14% registrada na média da população feminina dos países da OCDE. No caso dos homens, a média da OCDE é 15%.

“É um resultado da sobrecarga nas mulheres de afazeres domésticos e cuidados, especialmente as que têm filhos até 7 anos e são pobres”, diz a coordenadora de pesquisa e avaliação do Instituto Unibanco, Raquel Souza. Segundo ela, as políticas públicas precisam considerar essa forte desigualdade de gênero que existe também entre os jovens nem-nem. “Para assegurar o direito dessa população de continuar os estudos e entrar no mercado de trabalho, precisamos de redes de apoio para as mulheres e a creche é uma delas”, completa.

Nova lei quer incentivar matrículas no ensino técnico

No mês passado, o Congresso aprovou uma lei que estabelece novas regras para o ensino técnico brasileiro. A legislação, citada no relatório da OCDE, é vista como uma ferramenta para incentivar a entrada de jovens nessa modalidade. Uma das medidas da nova lei é permitir aos estudantes aproveitarem créditos de disciplinas cursadas durante o ensino médio técnico na educação superior.

A lei determina ainda que seja criado um sistema de avaliação específico para a educação técnica e tecnológica. Outro ponto trazido pelo marco legal é a possibilidade de contabilizar horas trabalhadas em programas de aprendizagem na carga horária escolar e vice-versa. A partir de agora, o governo federal terá dois anos para elaborar uma política nacional de educação profissional.

“Muitas vezes, o ensino técnico é visto como uma opção alternativa para estudantes que têm problemas com a escola ou falta de motivação, em vez de ser uma primeira opção que conduz a carreiras atraentes. É preciso tornar a educação profissional mais atrativa e acessível para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e orientar todos os alunos para os programas adequados aos seus talentos e aspirações”, argumenta o relatório.

O incentivo à educação profissional foi um dos pilares buscados pela reforma do ensino médio, sancionada em 2017. O modelo prevê que os estudantes façam uma formação geral básica e depois escolham aprofundar os estudos entre cinco áreas disponíveis, os chamados “itinerários formativos”: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Educação Profissional e Tecnológica.

Desde sua aprovação, no entanto, a reforma tem sido alvo de duras críticas por parte de especialistas e estudantes. Um dos principais argumentos é que a configuração aprofundaria desigualdades educacionais existentes no país, já que há pouco controle acerca dos itinerários formativos oferecidos. Diante dos questionamentos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma revisão do modelo. A expectativa é que o texto do Projeto de Lei com propostas de modificação na reforma do ensino médio seja finalizado ainda nesta semana.

Um dos consensos em relação às mudanças é a modificação na carga horária, que atualmente tem limite de 800 horas ao longo dos três anos. Segundo o Estadão apurou, a formação geral básica será composta por 2400 horas e a formação específica por 600 horas. A exceção está relacionada ao itinerário formativo ligado à educação técnica e profissional. Neste caso, serão 2,1 mil horas para o conteúdo básico e 900 para a parte específica.

UCRÂNIA FAZ O 1º ATAQUE COM MÍSSIL

 

História por IGOR GIELOW • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Ucrânia atacou pela primeira vez o porto de Sebastopol, sede da Frota do Mar Negro russa na Crimeia anexada, com mísseis de longo alcance na madrugada desta quarta (13, noite no Brasil). A ação ocorreu horas antes do encontro previsto entre Vladimir Putin e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

Segundo escreveu no Telegram Mikhail Razvojaiev, o governador apontado da Crimeia, ao menos três mísseis foram empregados no ataque. Vídeos em redes sociais mostraram uma grande explosão em solo, ação de defesas antiaéreas e incêndios posteriores.

Não se sabe ainda o que foi atingido, mas Razvojaiev disse tratar-se de uma “instalação não-civil”, eufemismo para as diversas docas, estaleiros e prédios militares da Frota do Mar Negro –que teve boa parte de seus navios removidos para o mar de Azov, mais ao leste e sob controle russo, depois que sua nau capitânia Moskva foi afundada por dois mísseis antinavio em abril de 2022.

Razvojaiev falou que havia fogo na área da rua Kilen-Balka, ao lado de uma das reentrâncias da baía de Sebastopol usadas desde 1783 como refúgio e estaleiro de navios de guerra russos. Lá fica o estaleiro número 13, especializado em reparos. Os principais depósitos de combustível da frota ficam do outro lado da baía, menos populoso.

A cidade já havia sido alvo de ataques com drones no passado, mas nunca mísseis. Em outubro, também houve um ataque com drones navais que deixou um navio russo danificado. Os únicos modelos conhecidos à disposição dos ucranianos que têm o alcance necessário para cobrir os cerca de 300 km entre o território sob controle de Kiev e Sebastopol são os de cruzeiro Scalp-G (França) e Storm Shadow (Reino Unido).

Vídeo relacionado: Ucrânia lançou “operação militar especial” na Crimeia (RTP)

Essas armas passaram a ser fornecidas neste ano, e foram empregadas em ataques a outros pontos da Crimeia, como as pontes que ligam o norte da península às áreas ocupadas por russos na Ucrânia. Eles foram adaptados para serem lançados de caças-bombardeiros Su-24 soviéticos operados por Kiev.

Os detalhes ainda são escassos, mas há grande simbolismo em um ataque à cidade, principal da região de maioria russa étnica que Putin anexou em 2014 como reação à derrubada do governo pró-Kremlin na Ucrânia. Kiev tem intensificado ações contra a península, como a destruição de uma bateria antiaérea S-400 russa há duas semanas, enquanto luta para avançar em sua até aqui inconclusiva contraofensiva.

Além disso, o bombardeio ocorreu sob o impacto do encontro que deverá ocorrer na tarde desta quarta (madrugada no Brasil, com fuso 13 horas atrás) entre Putin e Kim. Se tudo correr como analistas preveem, eles podem fechar um acordo para que Pyongyang forneça munição pesada para a Rússia usar na Ucrânia, em troca de tecnologia espacial e militar de ponta.

Com efeito, a reunião deverá ser no cosmódromo de Vostótchni, no Extremo Oriente russo, base inaugurada em 2016 que buscava simbolizar uma nova era na longa história de exploração espacial da Rússia, iniciada na União Soviética. Kim fracassou duas vezes em lançar um satélite espião este ano, o que ajuda a desenhar o cenário colocado.

Além do ataque a Sebastopol, redes sociais russas mostraram um grande incêndio e barulhos de explosões perto da torre Ostankino, um marco que fica na zona norte de Moscou, não muito distante do seu centro. Não há ainda detalhes do que teria ocorrido, contudo. A capital tem sido alvejada por drones, mas quase todos são abatidos em áreas periféricas.

iMPOSTO SINDICAL OU CONTRIBUIÇÃO SINDICAL É SEMPRE UMA FORMA DE RETIRAR DINHEIRO DO TRABALHADOR

 

Após validação do STF, contribuição poderá ser exigida de todos os trabalhadores — sindicalizados ou nãoRetomada da contribuição não significa a volta do imposto sindicalRetomada da contribuição não significa a volta do imposto sindicalMarcelo Camargo/Agência Brasil

Da CNN

Supremo Tribunal Federal (STF) validou a volta da contribuição assistencial na noite da última segunda-feira (11).

Com a decisão do STF, a contribuição poderá ser exigida de todos os trabalhadores — sindicalizados ou não. Contudo, para ter validade, deve constar em acordos ou convenções coletivas firmados entre sindicatos de trabalhadores e patrões.

A retomada da contribuição não significa a volta do imposto sindical, uma vez que o empregado poderá decidir se quer ou não fazer o pagamento.

“O imposto sindical era, na realidade, uma contribuição anual que o empregado fazia, de forma compulsória, ao sindicato da categoria de trabalho dele. O valor descontado era de um dia de salário por ano. A obrigação era do empregado, e passou a receber o nome de contribuição sindical”, explica o advogado trabalhista Luiz Fernando Plens de Quevedo.

Ele acrescenta que, diferente do antigo “imposto”, a contribuição assistencial se trata de uma quantia definida por categoria, em acordo coletivo, determinada por cada grupo profissional.

Uma vez que a taxa era estabelecida, por meio de assembleias nos sindicatos, o empregado tinha a opção de discordar do pagamento.

“Todas as normas falavam que a contribuição era devida por todos os trabalhadores, mas havia aquela situação de carta de oposição, onde os empregados faziam uma carta de próprio punho recusando o pagamento”, explica.

O advogado afirma que a regra do desconto ia contra a lei para aqueles que eram sindicalizados automaticamente — ou seja, o profissional que faz parte de determinada categoria, mas que não se associou diretamente ao sindicato.

“A lei sempre previu que a única contribuição obrigatória compulsiva era o imposto. Toda e qualquer contribuição prevista em norma coletiva era facultativa, exceto para quem era membro ativo do sindicato”, acrescenta.

O imposto sindical obrigatório havia sido extinto em 2017, quando entrou em vigor a reforma trabalhista, implementada durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB-SP). Com a mudança, a contribuição passou a ser opcional.

“O que está sendo discutido agora é que a contribuição não será mais aquele imposto de um salário por ano, mas que seria lícito ao sindicato estabelecer, em acordo coletivo, um valor a ser descontado do pagamento do trabalhador”, diz Luiz Fernando.

Uma vez instituída a cobrança, é preciso que a convenção coletiva estabeleça também como vai funcionar o direito do trabalhador de se opor ao desconto do valor.

Normalmente, se estabelece um prazo de 10 dias para que o trabalhador manifeste seu desejo de não contribuir. Em geral, o empregado deve ir presencialmente ao sindicato para fazer isso.

O valor varia. Em geral, é de uma porcentagem pequena do salário do trabalhador, com algum teto. Por exemplo, 1% da remuneração, com limite de R$ 50.

“Fala-se num limite de 1% faturamento do empregado. Isso é quase quatro vezes mais do que um dia de salário cobrado anteriormente”, destaca.

Para quem não se opõe, o pagamento é feito diretamente pela empresa por meio de desconto na folha. Os valores recolhidos são repassados aos sindicatos — mensalmente ou em outra periodicidade.

A contribuição assistencial é destinada ao custeio de atividades de negociações coletivas do sindicato, como as tratativas com patrões por reajuste salarial ou pela extensão de benefícios, como auxílio-creche.

Publicado por Amanda Sampaio, da CNN. Com informações de Danilo Moliterno.

ALIANÇA RÚSSIA E COREIA DO NORTE É UMA ALIANÇA DO MAL

Vladimir Putin e Kim Jong Un
Legenda da foto,Vladimir Putin e Kim Jong-un se reuniram pessoalmente pela última vez em 2019

Vladimir Putin e Kim Jong-un têm muito em comum.

Nenhum dos dois aparece muito em público. O líder do Kremlin não saiu da Rússia este ano. No caso de Kim, já são quatro anos.

Tanto a Rússia quanto a Coreia do Norte foram acusadas de se tornarem “Estados desonestos”.

Ambos enfrentam pesadas sanções internacionais.

Os dois governos protestam contra a “hegemonia” dos Estados Unidos.

Muitas vezes, inimigos em comum podem aproximar líderes.

É o que acontece com Putin e Kim. Trata-se de uma união baseada não em sentimentalismo, mas na realidade geopolítica de 2023.

Ao contrário do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que certa vez declarou que ele e Kim Jong-un “se apaixonaram”, os líderes da Rússia e da Coreia do Norte são menos efusivos em suas demonstrações públicas de afeto.

Mas tanto Vladimir Putin como Kim Jong-un estão de olho nos benefícios potenciais de uma relação mais próxima.

Bastante a ganhar

O que o Kremlin ganha com isso?

Para começar, a Coreia do Norte tem uma enorme indústria de defesa com capacidade de produção em grande escala.

Com a guerra da Rússia na Ucrânia em curso, Pyongyang pode se tornar uma fonte inestimável de armamento para Moscou.

Washington suspeita que o Kremlin já esteja fazendo isso. Os Estados Unidos alegam que negociações sobre armas entre Rússia e Coreia do Norte têm “progredido ativamente”, com a Rússia supostamente buscando munições de artilharia.

Não há confirmação disso, no entanto, por parte das autoridades russas. Mas há muitos sinais nada sutis de que a Rússia e a Coreia do Norte pretendem aumentar a cooperação militar.

Em julho, Sergei Shoigu tornou-se o primeiro ministro da Defesa russo a visitar a Coreia do Norte desde o desmembramento da União Soviética, participando de eventos que marcaram o 70º aniversário do armistício coreano.

Kim Jong-un fez o papel de guia turístico mostrando a Shoigu uma exibição militar. O ministro da Defesa também deu a entender que exercícios militares conjuntos estão em preparação.

“Se eles estão à procura de armamento na Coreia do Norte, um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo, um país isolado, isso é na minha opinião a maior humilhação da propaganda da ‘grande potência’ russa”, afirma o ex-ministro das Relações Exteriores russo Andrei Kozyrev.

“Uma grande potência não iria à Coreia do Norte em busca de uma aliança ou de suprimentos militares”, diz Kozyrev, por ligação de vídeo desde os EUA, onde vive atualmente.

Sanções em xeque

Com sua invasão na Ucrânia, Vladimir Putin sinalizou determinação em reconstruir a ordem global de acordo com interesses da Rússia.

A cooperação militar com a Coreia do Norte pode ser outro sinal disso.

Um acordo de armas entre Moscou e Pyongyang representaria uma grande mudança. Até recentemente, a Rússia apoiava totalmente as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte devido ao seu programa de armas nucleares.

Entre outras coisas, essas sanções proíbem o comércio de armas com a Coreia do Norte.

“Moscou assinou essas resoluções do Conselho de Segurança”, lembrou aos leitores o tablóide russo Moskovsky Komsomolets na semana passada. Mas o texto acrescentava: “Não importa. Uma assinatura pode ser revogada”.

O jornal citou uma declaração do presidente do Conselho de Política Externa e de Defesa da Rússia, Fyodor Lukyanov; “Há muito tempo se coloca a questão: porque é que nós [Rússia] respeitamos estas sanções? Todo o sistema de relações internacionais está num estado de total pandemônio”.

“É claro que as sanções da ONU são legítimas. É difícil negar isso. Votamos a favor delas. Mas a situação mudou. Por que não revogar nosso voto?”

Isso seria música para os ouvidos de Kim Jong-un.

Juntos para sempre?

O que mais os norte-coreanos podem esperar da Rússia?

Quase certamente, ajuda humanitária para aliviar a escassez de alimentos na Coreia do Norte.

Há também especulações de que Pyongyang tem buscado tecnologia de ponta russa para satélites e uso militar, inclusive para submarinos com propulsão nuclear.

Após mais de um ano e meio de uma guerra que tem corrido terrivelmente mal para a Rússia, é muito possível que Moscou esteja precisando reabastecer seus estoques de munição.

Um acordo com Pyongyang poderia ajudar a Rússia alcançar esse objetivo. Mas isso não significa que, sem a ajuda da Coreia do Norte, a máquina de guerra da Rússia esteja prestes a parar.

“Putin não está desesperado”, acredita o ex-ministro das Relações Exteriores Andrei Kozyrev.

“Ele pode sustentar essa situação por muito tempo e pode se adaptar. Ele aprende todos os dias sobre como contornar sanções, como cooperar com a China, com a Coreia do Norte e com alguns regimes na África. Essa (relação) não é uma alternativa para o futuro. É uma alternativa para o presente. E talvez para os próximos anos.”

 

SER FUNDADOR DE UMA STARTUP É COMO ESTAR EM UMA MONTANHA-RUSSA EMOCIONAL

 

*Deivison Pedroza é Cofundador e CEO da Way Minder

Neuroscientists with a giant chart of human brain and a heart icon

Ser fundador de uma startup é frequentemente comparado a estar em uma montanha-russa emocional. O ambiente é altamente competitivo e o dia a dia é repleto de altos e baixos: são comemorações por pequenas vitórias, como conseguir uma primeira rodada de investimentos, um novo cliente ou desenvolver uma inovação disruptiva que ganha destaque no mercado, mas também são noites sem dormir devido a desafios inesperados.

A pressão é ainda maior quando consideramos a necessidade de gerir equipes e a responsabilidade perante investidores que depositam capital e expectativas. E aí começa a existir uma alta irritabilidade com coisas pequenas, falta paciência e parece que nada mais tem um propósito.

Acredito que a maioria de nós, empreendedores, temos uma chama interior que nos impulsiona a superar barreiras. Mas essa mesma paixão pode se transformar em uma espada de dois gumes quando colocada à prova no turbilhão de uma startup. Por isso, a pressão constante para inovar, para entregar resultados e para escalar rapidamente pode levar muitos de nós ao limite, resultando em quadros de estresse, burnout e ansiedade, gerando dificuldades com os relacionamentos dentro e fora da empresa.

E assim, existe uma questão muito importante que geralmente é subestimada: como anda a saúde mental dos fundadores de startups?

O peso das expectativas: uma pressão invisível

Alguns estudos indicam que fundadores de startups têm mais chances de enfrentar questões de saúde mental do que a média da população. A ansiedade, depressão e o burnout, infelizmente, não são raros neste ambiente.

Um estudo conduzido pela Harvard Business Review revelou que 72% dos empreendedores relataram enfrentar problemas de saúde mental, com muitos deles relacionando esses problemas diretamente ao processo de construção de suas empresas.

A Way Minder, startup na qual sou cofundador e CEO (então sei muito bem o que significa fundar uma startup), conduziu um estudo envolvendo mais de 600 profissionais para entender a condição da saúde mental e o estado emocional no ambiente corporativo. Os dados revelaram preocupantes níveis de estresse e burnout, derivados principalmente da pressão e fadiga contínuas.

Os participantes, vindos de variados setores do mercado, demonstraram que áreas como RH, vendas, educação, liderança, administração e TI enfrentam as maiores incidências de desgaste profissional.

Para quantificar os níveis de burnout, na Way Minder estabelecemos uma escala: nulo (0 a 8), baixo (19 a 32), moderado (33 a 49), alto (50 a 59) e grave (60 a 75). Dentre os mencionados, profissionais de RH, vendas, educação, liderança e administração estão predominantemente na faixa moderada, com scores entre 43 e 36,61.

A pesquisa ainda apontou que na esfera de lideranças, cargos de alto escalão, como CEOs e diretores de startups, registram pontuações chegando a 44,41. Quando analisados por faixa etária, líderes nascidos entre 1990 e 2010 são os mais impactados pelo burnout, seguidos pelos nascidos entre 1960 e 1980.

Entre as razões que potencializam a exaustão, identificamos fatores como investimento emocional profundo, falhas de comunicação, decisões inadequadas, queda de produtividade e faltas frequentes.

Então, temos um problema. E se a liderança não está bem, como ela vai ter a capacidade de cuidar dos seus liderados e da sua empresa?

A boa notícia é que é possível melhorar a qualidade de vida e minimizar os efeitos adversos desse mal nos negócios que torna o mundo das startups um cenário complexo e desafiador.

Mente forte no mundo dos negócios: estratégias para a saúde mental dos fundadores de startups

 Nesse universo, muitas vezes exaltamos a imagem do líder resiliente, aquele que permanece inabalável perante adversidades, sempre pronto para o próximo desafio. Essa visão, no entanto, pode ser duplamente perigosa: por um lado, alimenta a ilusão de que mostrar vulnerabilidade é sinal de fraqueza; por outro, ignora a importância da saúde mental.

Que fique claro: resiliência não é sinônimo de lidar com tudo sozinho.

Por isso, existe algumas recomendações que eu deixo para fundadores e líderes que desejam cuidar de sua saúde mental:

Conscientize-se: o bem-estar mental não deve ser uma reflexão tardia, mas sim um pilar fundamental na construção de qualquer negócio. Aceitar que todos nós temos pontos fracos e momentos de fragilidade é humano e, mais do que isso, é um passo essencial para buscar soluções.

Busque ajuda profissional: a ideia de que apenas quem está “doente” procura tratamento é ultrapassada. Profissionais especializados são muito importantes e fornecem estratégias e ferramentas para lidar com as pressões do dia a dia, entender nossas emoções e melhorar nossa qualidade de vida.

Construa uma cultura de suporte: um ambiente de trabalho onde a saúde mental é valorizada e discutida abertamente beneficia não só as pessoas, mas a empresa como um todo. Por isso, promova discussões, workshops e treinamentos que abordem o tema. Incentive os membros da sua equipe a expressar suas preocupações e a buscar apoio quando necessário.

Una-se a uma comunidade: ter um grupo de colegas empreendedores para conversar, desabafar e compartilhar experiências pode ser extremamente enriquecedor. Através dessas conexões, percebemos que os desafios, dúvidas e ansiedades que enfrentamos são comuns a muitos. Essa rede de apoio mútuo não só traz alívio emocional, mas também insights e soluções que talvez não tivéssemos se estivermos sozinhos.

Utilize a tecnologia a seu favor: embora não tenha a pretensão de substituir um acompanhamento psicológico profissional, a Way Minder tem como principal produto uma plataforma online avançada, que é capaz de identificar o estado da saúde mental dos profissionais. E a partir disso, ela oferece intervenções cientificamente validadas e uma comunidade on-line de apoio, além de utilizar práticas comprovadas de saúde mental com Inteligência Artificial generativa, jornadas de resiliência emocional e prevenção ativa de transtornos emocionais e mentais.

Um chamado à ação: saúde mental no centro do ecossistema das startups

Como eu já destaquei, não fazemos nada sozinhos. Dessa forma, é imprescindível que todo o ecossistema – que inclui não só os empreendedores, mas também os investidores, incubadoras e aceleradoras – perceba que a saúde mental é tão estratégica quanto um modelo de negócio bem desenhado ou uma tecnologia disruptiva.

Em relação aos investidores, é preciso que eles tenham em mente que, ao investir em uma startup, não se está apenas aportando capital em uma ideia, mas também em pessoas. E o bem-estar delas pode ser um diferencial competitivo no mercado. Além de analisar planos de negócio e projeções financeiras, é fundamental considerar e apoiar iniciativas que promovam a saúde mental dos envolvidos.

Já as incubadoras e aceleradoras, elas têm um papel que vai muito além de auxiliar no desenvolvimento de produtos ou na expansão de negócios. Elas têm a responsabilidade de moldar a cultura das startups desde seus estágios iniciais. Isso significa incutir a importância da saúde mental desde o começo, fornecendo recursos, treinamentos e conexões nesse aspecto.

E obviamente, os fundadores devem reconhecer a própria vulnerabilidade, e que isso não significa sinal de fraqueza, mas sim de autoconsciência. A busca ativa por equilíbrio, bem-estar e suporte não só beneficia a si próprio, mas reverbera positivamente em toda a estrutura da empresa.

Por isso tudo, o sucesso sustentável no mundo das startups não deve ser definido apenas por valuations, rodadas de investimento ou expansão de mercado. Deve ser, também, a capacidade de criar um ambiente onde pessoas possam trabalhar com paixão, mas também com saúde e equilíbrio.

Precisamos estar sintonizados com os desafios internos, nossos e das nossas equipes. É nossa responsabilidade garantir que, enquanto perseguimos metas ambiciosas, também estejamos construindo um ambiente de trabalho onde a saúde mental e o bem-estar sejam priorizados.

Portanto, faço um chamado à ação para todo o ecossistema: valorizar a saúde mental nessa montanha-russa emocional do mundo das startups não é apenas uma questão ética ou humanitária, mas também estratégica. A saúde mental é, e deve ser sempre, sinônimo de sucesso.

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