A logística, por sua própria natureza, envolve um longo e complexo
arranjo de processos – alguns que, inclusive, foram estabelecidos há
décadas. Porém, nos últimos anos, a tecnologia e as consequentes
mudanças no comportamento dos consumidores demandaram uma significativa
evolução nesse setor tão tradicional.
As startups de logística (ou logtechs) surgiram para desempenhar um
papel fundamental na abordagem dessas demandas, principalmente no que
diz respeito à agilidade. Enquanto as grandes corporações tendem a
contar com processos mais burocráticos e sistemas legados, as startups
têm a flexibilidade necessária para adotar novas tecnologias e modelos
de negócios de maneira rápida e eficiente.
Isso tem sido especialmente perceptível quando se trata de otimização
de rotas e gestão de entregas. Nos últimos anos, as logtechs foram
cruciais para um salto de inovação nas operações logísticas, que
precisaram se ajustar rapidamente a um novo perfil de consumo,
demandando maior produtividade para viabilizar e entregas mais rápidas.
Assistimos então a uma alavancada no uso da inteligência artificial
para criar sistemas altamente eficientes, que substituíram tarefas
manuais e ofereceram mais visibilidade, tanto para as operações quanto
para o consumidor.
Logo, a relação entre startups e as grandes corporações tem sido
muito mais colaborativa do que competitiva. Com mais experiência,
alcance e recursos, as companhias têm buscado parcerias estratégicas com
startups para alavancar suas inovações e soluções tecnológicas, além de
se manterem sempre atualizadas em um contexto de sucessivas mudanças.
Os anos de 2020 e 2021 foram grandes exemplos dessa movimentação. À
medida que o e-commerce se tornou a salvação para muitos negócios
durante o isolamento, as startups emergiram como parceiras essenciais
para impulsionar a transformação digital e atender às demandas por
entregas mais rápidas e eficientes.
De acordo com um relatório da McKinsey, no auge da pandemia, as
logtechs receberam o dobro de investimentos, já que o cenário trouxe
consigo desafios sem precedentes para a logística.
Essas parcerias também encontram um terreno fértil quando se trata de
enfrentar desafios de sustentabilidade. Graças à adoção de uma
abordagem mais inovadora, diversas companhias estão minimizando seus
impactos ambientais, reduzindo desperdícios e otimizando a utilização de
recursos.
E o futuro parece cada vez mais promissor. Existe ainda um grande
horizonte a ser explorado quando se trata de inteligência artificial,
internet das coisas, aprendizado de máquina e big data, principalmente
para criar experiências mais personalizadas para o consumidor.
Por isso, em um arranjo tão complexo quanto a logística, as startups
desempenham um papel valioso: criar ferramentas praticamente sob medida
para solucionar problemas específicos.
COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS
“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.
Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.
Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e
conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as
empresas”.
É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é
casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem
resultados nessa aliança.
Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas
tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro
precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto
e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso,
mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro,
nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a
estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode
ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas.
É por isso, que normalmente, os parceiros são empresas formadas por
pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a
lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É
como um casamento mesmo!
É importante também que os parceiros tenham know how e competênciascomplementares,
que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos
pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de
uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no
corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs e Steve Wozniak.
Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970.
Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para
vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:
“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa
que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs)
pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele
dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava
pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo
pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.
Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.
As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.
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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal
(STF), que atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e anulou provas do acordo de leniência da Odebrecht, caiu
atravessada entre membros do Ministério Público.
A preocupação é com o que pode vir a seguir. Toffoli determinou
investigações sobre agentes públicos que podem ter agido fora dos canais
oficiais para acelerar o acordo. A Advocacia-Geral da União (AGU) do
governo Lula já anunciou que vai tomar providências.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) disse
nesta quarta-feira, 6, que a análise sobre a Lava Jato precisa ser
“técnica“ para preservar as instituições da polarização política.
“Não é razoável, a partir de afirmação de vícios processuais
decorrentes da suspeição do juízo ou da sua incompetência, pretender-se
imputar a agentes públicos, sem qualquer elemento mínimo, a prática do
crime de tortura ou mesmo a intenção deliberada de causar prejuízo ao
Estado brasileiro”, diz o texto.
A ANPR afirma ainda que a AGU e o Tribunal de Contas da União (TCU)
não têm atribuição para investigar membros do Ministério Público e do
Judiciário no exercício de suas atividades.
“Tal proceder não é adequado no estado democrático de direito,
justamente para afastar qualquer tentativa de fazer cessar a atuação de
órgãos cujas atribuições estão previstas na Constituição Federal”,
defende a associação.
O acordo de leniência é uma delação premiada para empresas. O da
Odebrecht foi fechado em dezembro de 2016. Como parte do acordo, a
construtora abriu ao Ministério Público Federal planilhas da
contabilidade paralela, com registros de propinas a dezenas de políticos
e funcionários públicos, registradas nos sistemas Drousys e My Web Day
B. A empresa também se comprometeu a desembolsar R$ 6,8 bilhões para
ressarcir os cofres públicos.
A ANPR diz que os agentes públicos envolvidos no acordo “agiram no
estrito exercício de suas atribuições funcionais” e que as negociações
tiveram “resultados financeiros concretos, revertidos aos cofres
públicos”.
Leia a íntegra da nota da ANPR:
“A Associação Nacional dos Procuradores da República vem, em razão da
decisão proferida no Supremo Tribunal Federal, nos autos da Reclamação
43007, ressaltar a necessidade de que a discussão sobre os fatos
envolvendo a Operação Lava Jato seja pautada por uma análise técnica,
objetiva, que preserve as instituições e não se renda ao ambiente de
polarização e de retórica que impede a compreensão da realidade.
Não é razoável, a partir de afirmação de vícios processuais
decorrentes da suspeição do juízo ou da sua incompetência, pretender-se
imputar a agentes públicos, sem qualquer elemento mínimo, a prática do
crime de tortura ou mesmo a intenção deliberada de causar prejuízo ao
Estado brasileiro.
O acordo de leniência firmado pelo Ministério Público Federal com a
Odebrecht resultou de negociação válida, devidamente homologada pelo
próprio Supremo Tribunal Federal, com a participação de vários agentes
públicos, pautados em atividade regular.
Não é correta a afirmação de que o acesso aos sistemas Drousys e
Mywebday, mantidos pela Odebrecht para registrar o pagamento de propina,
descumpriu o procedimento formal de cooperação internacional. Em razão
do acordo de leniência, a Odebrecht entregou uma cópia dos sistemas
diretamente ao MPF no Brasil.
Adicionalmente, para confirmar a integridade dos sistemas, o MPF
solicitou à Suíça, por meio de regular procedimento de cooperação
jurídica internacional, no qual atuou o Departamento de Recuperação de
Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça
(DRCI/MJ), cópia integral dos sistemas que haviam sido apreendidos em
autônoma investigação suíça.
O pedido, formulado em 17 de maio de 2016, foi encaminhado pelo DRCI
para as autoridades suíças em 3 de junho de 2016, por meio da Official
Letter 3300/2016/CGRA-SNJ-MJ, e, em 28 de setembro de 2017, o DRCI
encaminhou ao MPF a resposta à solicitação (Ofício
7676/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ).
Todo o procedimento de entrega e recebimento dos discos rígidos
contendo os sistemas está documentado e foi atestado por relatórios
técnicos elaborados pela Secretaria de Pesquisa e Análise da
Procuradoria-Geral da República (SPPEA/MPF) e por laudo pericial
elaborado pela Polícia Federal (LAUDO No 0335/2018 – SETEC/SR/PF/PR),
ressaltando-se, inclusive, as menções feitas nesses laudos à tramitação
das mídias recebidas de autoridades estrangeiras por intermédio do DRCI.
O acordo celebrado pela empresa Odebrecht com o MPF não é um acordo
internacional. Estados Unidos e Suíça não são partes do acordo
brasileiro, e vice-versa, pois cada um dos países atuou em sua esfera de
jurisdição, assinando acordos em separado e absolutamente independentes
com a empresa. A menção a EUA e Suíça indica, apenas, ter havido
coordenação entre as diferentes jurisdições, para evitar duplicidade de
punições à empresa, já que os valores pagos no Brasil seriam abatidos
dos valores a pagar nos Estados Unidos, procedimento este que é
recomendado em manuais e convenções internacionais de combate à
corrupção. Por essa razão, inclusive, os acordos celebrados pelos EUA e
Suíça com a empresa Odebrecht continuam válidos e não são afetados pela
decisão do Supremo Tribunal Federal.
Esse mesmo procedimento – celebração de acordos de leniência com
empresas no Brasil, de forma concomitante à celebração de acordos por
autoridades estrangeiras com a mesma empresa – já foi utilizado em
diversos outros casos. Menciona-se que há registros de múltiplos acordos
celebrados pelo MPF e pela própria Advocacia-Geral da União (AGU), em
conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), utilizando o mesmo
procedimento, sem que fosse necessária a tramitação de cooperação
jurídica internacional especificamente para que cada autoridade pudesse
celebrar seus acordos com validade interna. Da mesma forma, os diversos
países que já assinaram acordos semelhantes com empresas investigadas na
Lava Jato – incluindo Reino Unido, França, Singapura, além de EUA e
Suíça – jamais precisaram transmitir pedidos de cooperação internacional
ao Brasil para viabilizar a assinatura de seus próprios acordos.
Quando se fez necessária a transmissão e o recebimento de quaisquer
provas, informações ou valores, entre autoridades nacionais e
estrangeiras, o MPF sempre seguiu precisamente o procedimento
determinado na legislação, fazendo os requerimentos em juízo e
transmitindo-os por intermédio do DRCI/MJ.
Os acordos de colaboração premiada celebrados com diretores e
empregados da Odebrecht, que se valeram também de provas extraídas dos
sistemas da companhia e que foram entregues voluntariamente, foram
firmados pela Procuradoria-Geral da República e homologados pelo próprio
Supremo Tribunal Federal, que, na época, reconheceu sua validade. Já o
acordo de leniência foi homologado pela 5ª Câmara de Coordenação e
Revisão do MPF, assim como por juízo federal.
As questões suscitadas pelo Exmo. Min. Dias Toffoli já haviam sido
remetidas pelo Min. Ricardo Lewandowski às esferas competentes para
apuração – a Corregedoria-Geral do MPF e a Corregedoria Nacional do
Conselho Nacional do Ministério Público. Após vasta análise de provas e
informações, foi reconhecida a legalidade do procedimento adotado pelo
MPF nos acordos envolvendo a Odebrecht e seus diretores e empregados.
Encerrada a apuração, a conclusão da Corregedoria-Geral do MPF foi
comunicada ao STF, mas tais documentos não foram mencionados na decisão
proferida e precisam ser expressamente analisados.
As Leis Orgânicas do Ministério Público e da magistratura delimitam
as autoridades competentes para a investigação da atuação funcional de
seus membros, o que é uma garantia ao livre exercício de suas funções
constitucionais, a fim de evitar pressões e ameaças advindas de poderes
externos. A AGU e o TCU não têm atribuição para investigar membros do
Ministério Público e do Judiciário, no exercício de suas atividades
finalísticas, e tal proceder não é adequado no estado democrático de
direito, justamente para afastar qualquer tentativa de fazer cessar a
atuação de órgãos cujas atribuições estão previstas na Constituição
Federal.
Por fim, é necessário respeitar-se o trabalho de dezenas de membros
do Ministério Público Federal que atuaram no acordo de leniência firmado
com a empresa Odebrecht, magistrados de diversas instâncias, policiais
federais, agentes públicos da CGU e Receita Federal, dentre outros que
agiram no estrito exercício de suas atribuições funcionais, com
resultados financeiros concretos, revertidos aos cofres públicos.”
Decisão de Dias Toffoli, do STF, abre
caminho para a derrubada de investigações e ações civis, penais e
eleitorais, no Brasil e no exterior, apoiadas em provas obtidas a partir
de informações apresentadas pela construtora ao MPF em 2016
Por Julia Affonso, Vinícius Valfré e Rayssa Motta – Jornal Estadão
O acordo de leniência, fechado na Operação Lava Jato,
era mais abrangente dos que os termos de delação premiada dos
executivos da empresa, pois continham provas de corroboração. O pedido
foi feito ao Supremo em agosto de 2020 pelo então advogado de Lula Cristiano Zanin, que hoje é colega de Toffoli no Supremo. O processo está nas mãos hoje da mulher do ministro, Valeska Martins.
Na delação, por exemplo, um email do empresário Marcelo Odebrecht citou
Toffoli, quando ele era Advogado-Geral da União (AGU) no segundo
governo Lula, sem mencionar pagamentos. A mensagem foi enviada pelo
empreiteiro a dois executivos e se referia a hidrelétricas do rio
Madeira, em Rondônia. “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”, questionou.
O acordo de leniência tem 22 páginas, nas quais estabelece as
condições em que é assinado e define o que cabe a quem o assina. O
conteúdo, onde estão as denúncias, está nos anexos.
Como parte do acordo, a construtora abriu ao Ministério Público Federal (MPF) as
planilhas da contabilidade paralela, com registros de propinas a
dezenas de políticos e funcionários públicos. A decisão de Toffoli abre
caminho para a derrubada de investigações e ações civis, penais e
eleitorais, no Brasil e no exterior, apoiadas em provas obtidas a partir
do acordo.
Na decisão, o ministro destacou que os investigadores da Lava Jato
“desrespeitaram o devido processo legal, descumpriram decisões judiciais
superiores, subverteram provas, agiram com parcialidade e fora de sua
esfera de competência”.
Veja alguns pontos da leniência que acabaram anulados:
Sistema Drousys
Era um sistema de comunicação dos funcionários para gerenciamento das
requisições de pagamentos de propinas a políticos repassadas a
entregadores. Funcionava no Setor de Operações Estruturadas da
Odebrecht, conhecido como o “setor de propinas” da
empresa. O sistema listava apelidos, valores e contas bancárias. Os
codinomes eram associados a pessoas públicas de várias esferas e
estados. A empreiteira mencionou 415 políticos de 26 partidos.
My Web Day
Era um sistema de contabilidade da Odebrecht adaptado para o “setor
de propinas”. Nele, planilhas eram criadas e abastecidas para controlar e
organizar a operacionalização do pagamento das vantagens a políticos.
Ao relacionar nomes de mandatários ligados ao esquema de corrupção da
empresa, o sistema servia como prova de envolvimento de políticos com o
recebimento de pagamentos indevidos.
Funcionário da Odebrecht por 36 anos, até 2013, Eduardo José Mortani
Barbosa relatou em depoimento no acordo de leniência que
operacionalizava os pagamentos de propinas a partir de ordens de
superiores com codinomes, valores e datas dos depósitos. As prestações
de contas da contabilidade paralela, segundo ele, eram feitas por
e-mails criptografados.
Propinas no exterior
No acordo de leniência, a Odebrecht também admitiu pagamento de
propina no exterior. Os documentos que a empresa entregou ao MPF
mostravam pagamento de caixa dois ao então marqueteiro da campanha de
Lula, João Santana. Ele e a mulher, Mônica Moura, foram presos e
condenados pelas acusações agora anuladas. A partir dos documentos, a
Lava Jato fez tratativas com autoridades internacionais, como de EUA e
Suíça, para obter mais informações. As negociações ocorreram sem
considerar canais formais, segundo decisão do ministro Dias Toffoli, e
por isso também foram anuladas.
Recibos de doação ao Instituto Lula
A Odebrecht entregou recibos de doações feitas por sua construtora ao
Instituto Luiz Inácio Lula da Silva. A empresa relatou ter transferido
R$ 2 milhões à entidade em duas parcelas de R$ 1 milhão cada. Uma em 16
de dezembro de 2013 e outra em 31 de março de 2014.
Terreno do Instituto Lula
A construtora pagou R$ 12 milhões para comprar o terreno onde seria
construído o Instituto Lula, em São Paulo. Seria uma contrapartida pelo
favorecimento da Odebrecht em contratos firmados pela Petrobras. A
informação aparece nos sistemas da empresa e também em depoimentos de
funcionários que teriam presenciado as tratativas, como o do ex-gerente
de finanças João Alberto Lovera. Ele contou que, em julho de 2011,
acompanhou uma visita de Paulo Melo, ex-executivo da Odebrecht, ao
terreno e que Lula, a então primeira-dama Marisa Letícia, e o diretor do
instituto, Paulo Okamotto, estavam presentes.
Metrô do Rio de Janeiro
O traçado do Metrô do Rio de Janeiro e a mudança na metodologia das
obras executadas tiveram como base pareceres da Procuradoria do Estado
do Rio de Janeiro elaborados a partir de pagamentos indevidos.
Transpetro e Belo Monte
As informações apresentadas pela Odebrecht no acordo apontavam
pagamento de propinas para obtenção de contratos para obras da
Transpetro e da hidrelétrica de Belo Monte. A família do ex-ministro
Edison Lobão teria recebido pagamentos em espécie.
Medidas provisórias
Emílio Odebrecht afirmou em depoimento que procurou Lula, em 2010,
para destravar duas medidas provisórias de interesse da construtora
junto ao Ministério da Fazenda. O empresário disse que o filho dele,
Marcelo, relatou o então chefe da pasta, Guido Mantega, “deu sequência”
ao pleito. “Ele (Lula) ouviu e disse: ‘vou falar com o Guido (Mantega,
então ministro da Fazenda) para verificar’”, relatou. “A informação que
eu tive por parte do Marcelo (Odebrecht) é que o Guido deu sequência.”
A MP 470/09 permitia que empresas exportadoras parcelassem débitos
decorrentes do aproveitamento indevido do crédito-prêmio do IPI. A MP
472/09 criava um regime especial para o desenvolvimento de
infraestrutura da indústria petrolífera nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste. Apenas a segunda foi aprovada no Congresso e convertida em
lei em junho de 2010.
Sítio de Atibaia
Um dos colaboradores da Odebrecht, Emyr Diniz Costa Júnior entregou
uma documentação que comprovaria que ele havia recebido R$ 700 mil, em
dezembro de 2010, para custear a compra de materiais e dos serviços da
reforma do Sítio em Atibaia. Costa Júnior declarou que recebeu os
valores em espécie no escritório de uma obra em que trabalhava na época,
no ABC Paulista. O documento foi localizado pela equipe de perícia,
pesquisa e análise da Procuradoria Geral da República, nos discos
rígidos fornecidos pela Odebrecht ao Ministério Público Federal no
âmbito do acordo de leniência.
O engenheiro civil Frederico Marcos de Almeida Horta, que aderiu ao
acordo de leniência, confirmou que trabalhou nas obras do sítio. Ele
afirmou que a Odebrecht não fechou contrato para a execução dos
trabalhos, o que era incomum na empresa, e que os funcionários não
podiam usar uniforme quando estavam no sítio. As notas fiscais para
compra de material, segundo ele, também não podiam ser emitidas em nome
da construtora. “Essa obra no sítio não poderia ser vista como uma obra
da Odebrecht”, relatou ao Ministério Público em dezembro de 2017. A
construtora, segundo o termo de depoimento, teria ficado responsável
pela construção de quatro suítes e pelo reparo da piscina.
O acordo e a multa
O acordo de leniência, a delação premiada das empresas, foi fechado
em dezembro de 2016. A Odebrecht se comprometeu a pagar uma multa de R$
3,828 bilhões, em vinte e três parcelas anuais, com correção pela taxa
Selic. O valor total alcançaria R$ 8,512 bilhões. A empresa também
concordou em implantar um “programa de compliance efetivo” e se sujeitar
a um “monitoramento independente”. A decisão de Toffoli não entra no
mérito sobre se a multa será anulada.
“As causas que levaram à imprestabilidade dos elementos de prova
obtidos a partir do Acordo de Leniência 5020175-34.2017.4.04.7000
celebrado pela Odebrecht são objetivas, não se restringindo ao universo
subjetivo do reclamante (Lula), nem se subordinando às ações que estavam
em curso contra ele na Justiça Federal do Paraná”, escreve Toffoli,
para não deixar dúvida.
O processo sobre o acesso da defesa de Lula à íntegra do acordo da
construtora se arrasta no STF há três anos, desde agosto de 2020, no que
virou uma queda de braço entre o presidente e a extinta força-tarefa de
Curitiba.
Duas versões estão em disputa. A defesa do presidente afirma que,
antes de assinar o acordo com a Odebrecht, o Ministério Público Federal
(MPF) começou uma negociação informal com autoridades dos Estados Unidos
em busca de pistas para fechar o cerco a executivos da construtora.
Ministro do STF, que fez carreira como
advogado do PT, não cita fato concreto e não se preocupa com requisitos
técnicos de um ato jurídico
Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão
Uma das obsessões centrais do presidente Lula, perseguida há anos e sustentada pela colaboração ativa dos degraus mais altos do Judiciário, é obter certidões negativas dos atos de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro pelos
quais foi condenado. Lula ficou vinte meses na cadeia pela decisão de
nove juízes diferentes, em três instâncias. Já ganhou do STF,
desde então, a anulação da lei que estabelecia a pena de prisão fechada
para criminosos condenados na segunda instância. Foi solto por causa
disso. Em seguida, o mesmo STF anulou todas as ações penais contra ele.
Não falou nada sobre provas ou fatos – apenas descondenou, uma medida
jamais tomada antes pela justiça brasileira. Mais adiante, com base em
gravações obtidas através de crime, declarou como “parcial” o juiz que
assinou a primeira sentença de condenação. E os outros oito que
validaram a sentença? Também foram parciais? O STF não diz nada a
respeito. Mas Lula ainda não está satisfeito – talvez não fique nunca.
Sua última exigência, que acaba de ser atendida pelo ministro Dias Toffoli,
foi a expedição de um certificado de inocência em seu favor. Mais uma
vez, não houve nenhum tipo de revisão dos fatos. Houve, apenas, um
despacho do ministro com a declaração de que a condenação de Lula foi
“um dos maiores erros judiciários da história do país.” E por que ele
acha que foi um erro? Toffoli não apresenta nenhuma razão objetiva para
sustentar sua decisão.
Diz, do começo ao fim, que foi um “ataque à democracia”, uma
“armação”, uma “tortura psicológica”, um “ovo da serpente” e mais do
mesmo; não cita nenhum fato concreto capaz de dar nexo lógico ao que
está dizendo. E as confissões de culpa dos corruptos que denunciaram
Lula – e devolveram, por livre e espontânea vontade, milhões de reais de
dinheiro roubado? Toffoli diz apenas que elas são “inválidas”.
Inválidas por quê? Não há explicação coerente no despacho do ministro.
Toffoli fez carreira como advogado do PT;
ganhou de Lula o cargo de Advogado-Geral da União, em sua primeira
passagem pelo governo, e foi nomeado por ele para o STF, apesar de ser
sido reprovado duas vezes no concurso para juiz de direito. Entrou,
agora, na equipe de biógrafos que estão tentando escrever a nova
história oficial de Lula. Sua decisão não é um ato jurídico – é um
manifesto político que não se preocupa, em nenhum momento, com os
requisitos técnicos de uma decisão judicial. Com despachos como esse, o
STF confirma que deixou de ser uma Corte de justiça quando o interessado
é Lula, ou o seu sistema. É, cada vez mais, o escritório de advocacia
do presidente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
ainda não tem votos suficientes para aprovar uma PEC (Proposta de
Emenda à Constituição) só contando com os votos fiéis das siglas com
ministérios no governo. São 11 partidos representados. Somam 389 deputados. Destes, entretanto, o governo deve contar com o apoio fiel, com variações por conta de cada pauta, de 283. É preciso ter ao menos 308 votos para mudar a Carta Magna.
Levantamento feito pelo Poder360 mostra, porém, que o
governo deve ter votos de 317 deputados, contando com partidos de fora
da base de apoio, mas que têm congressistas próximos ao governo. Só
assim o governo alcança o número necessário para aprovar uma PEC.
Apesar de ter ampliado sua base de apoio com a entrada de PP e Republicanos anunciada na
4ª feira (6.set.2023), Lula terá que negociar com os partidos em pautas
com menos aderência na Câmara dos Deputados, como projetos mais
progressistas. Deve ser o suficiente, entretanto, para dar conforto ao
governo em votações de interesse do Planalto.
Se as siglas que têm integrantes como titulares em ministérios convertessem todos os votos ao governo, Lula teria 389 votos.
Mas esse não é o caso. A relação pouco estável com o União Brasil, que
comanda 3 ministérios de Lula, abriu o precedente para que outras siglas se mantenham “independentes” mesmo tendo ministérios.
O mesmo deve se repetir para os novos integrantes do governo Lula. O futuro ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), já recebia críticas por parte de integrantes do seu partido antes mesmo de ser oficializado na Esplanada.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do PP, Ciro Nogueira,
também declarou que não estava contente com a entrada de um integrante
de seu partido na atual gestão –o qual diz ser oposição.
Com a entrada do Centrão no governo, Lula fortalece os laços com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL),
que tem influência sobre deputados de quase todas as siglas e pode
ajudar o governo em pautas de negociação mais complexas.
Ainda é preciso, entretanto, finalizar as nomeações de nomes ligados a
partidos do Centrão. A Caixa Econômica Federal, comandada por Rita
Serrano, também está na mira do Centrão. A presidência do banco estatal
ainda é alvo de impasse. A decisão de Lula deve ficar só para depois da
cúpula do G20, que Lula participa no sábado (9.set.2023). Volta ao
Brasil na 2ª feira (11.set).
O mesmo caso se aplica à Funasa. A presidência do órgão, ocupada por Alexandre Motta, deve ficar com o Republicanos.
A distribuição de ministérios feita por Lula no início do governo foi
a forma de o petista retribuir o apoio recebido de partidos políticos
no 2º turno das eleições de 2022. A avaliação no Planalto atualmente,
entretanto, é que o mais importante são os votos nos plenários da Câmara
e Senado e não o apoio formal dos partidos.
Com as mudanças anunciadas na Esplanada para abrigar o Centrão, Lula passa a ter 38 ministérios (eram
37 no início do governo) e perde uma das mulheres de seu governo. Ana
Moser deixará o comando do Esporte para André Fufuca assumir. O
Executivo terá 9 ministras e 29 ministros.
As negociações duraram 2 meses e incluíram a criação de um novo ministério. O ministro Márcio França (PSB)
deixa Portos e Aeroportos e assume o ainda não criado Ministério das
Micro e Pequenas Empresas, que sairá da estrutura já existente no
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
ORÇAMENTO
Com a entrada dos novos representantes na equipe ministerial, o Centrão terá em seu guarda-chuva orçamento de R$ 4,9 bilhões em 2023 e de R$ 6 bilhões no próximo ano. O valor considera a soma do orçamento dos ministérios que foram cedidos a Fufuca e a Silvio Costa Filho.
As negociações com PP e Republicanos começaram com outros ministérios
na mesa. Inicialmente, Lula havia oferecido ao PP o Ministério do
Desenvolvimento Social, que tem orçamento robusto, em conversas com
Arthur Lira.
O atual titular do cargo, Wellington Dias (PT),
resistiu a deixar o posto e conseguiu arregimentar o apoio do PT.
Contou também com a ajuda da primeira-dama, Janja Lula da Silva.
Para convencer Fufuca e caciques do seu partido, o governo prometeu
que deverá “turbinar” o Ministério do Esporte, que tem atualmente a 6ª
menor verba da Esplanada para 2023. O Desenvolvimento Social tem um montante 470 vezes superior.
O orçamento para o ministério liderado atualmente pela ex-jogadora de
vôlei Ana Moser é de R$ 900 milhões até o final do ano. Caso não haja
alterações no planejamento do governo, a tendência é que esse montante
caia para aproximadamente R$ 600 milhões em 2024.
O Desenvolvimento Social, por outro lado, conta com orçamento de R$
276,1 bilhões e a tendência até o momento é que cresça para R$ 281,7
bilhões em 2024.
Embora o Desenvolvimento Social tenha orçamento estipulado de R$
281,7 bilhões em 2024, parte significativa desse montante é despesa
sobre a qual nenhum ministro tem influência. O Bolsa Família, por
exemplo, consumirá R$ 168,6 bilhões. Ainda assim, há outros programas
sociais na pasta.
Ainda que tenha menos recursos, Fufuca advogou junto a seus
correligionários que o Esporte tem capilaridade e pode entregar obras
pelo país, como reformas de estádios e ginásios, construção de quadras
esportivas e outros complexos.
O partido está de olho em 2024, ano de eleições municipais. Esse tipo
de entrega para a população ajuda a dar destaque para prefeitos e
candidatos da sigla.
SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Para atrair mais
partidos do centrão para o governo federal, o presidente Lula (PT)
demitiu nesta quarta-feira (6) um das poucas mulheres que restam no
primeiro escalão na Esplanada.
Com a saída de Ana Moser do comando da pasta de Esportes, Lula tem
agora um time com 9 mulheres e 29 homens. Daniela Carneiro já havia sido
demitida para abrir espaço à nomeação de Celso Sabino, da União Brasil
no Turismo.
O petista, que ensaia indicar um homem para a vaga de Rosa Weber no
STF (Supremo Tribunal Federal), foi eleito com o discurso de fazer um
governo que contemplasse a diversidade de cor e raça do país.
Antes da Esplanada inicial de Lula, com 11 ministras, a ex-presidente
Dilma Rousseff (PT) era a que mais teve mulheres no seu primeiro
escalão. Simultâneas, foram 10 em 37 pastas (27%).
O número de Lula 3, mesmo com a demissão da ex-jogadora de vôlei e de
Daniela Carneiro, representa um aumento expressivo em comparação com o
seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
No primeiro escalão da reta final da gestão de Bolsonaro, havia
apenas uma mulher em 1 das 23 pastas: Cristiane Rodrigues Britto, à
frente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Bolsonaro não deu prioridade em sua administração para compor uma
equipe diversa. Ele é adepto do discurso de que esse tipo de preocupação
com representatividade é “mimimi”.
Situações semelhantes ocorreram nos demais governos do período
democrático. José Sarney teve apenas uma mulher em seu governo: Dorothea
Werneck no Ministério do Trabalho. Fernando Collor de Mello teve à
frente da Economia Zélia Cardoso de Mello.
Embora com um mandato curto após o impeachment de Collor, Itamar
Franco nomeou duas mulheres: Margarida Coimbra do Nascimento para
Transportes e a gaúcha Yeda Crusius na pasta do Planejamento.
Fernando Henrique Cardoso teve em seus dois mandatos Cláudia Costin
–que integrou a equipe de transição de Lula– no Ministério da
Administração e Reforma do Estado. Ele também escalou Dorothea Werneck
para a pasta da Indústria e Comércio.
Ao assumir o Planalto após o impeachment de Dilma, o ex-presidente
Michel Temer começou sua gestão sem mulheres no comando de ministérios,
sendo duramente criticado por isso. Ele chegou a ter o Ministério dos
Direitos Humanos dirigido por Luislinda Valois, mas terminou seu governo
apenas com Grace Mendonça na Advocacia-Geral da União.
MINISTRAS NO GOVERNO LULA
Esther Dweck (PT) Ministério da Gestão e Inovação
Cida Gonçalves (PT) Ministério das Mulheres
Nísia Trindade (sem partido) Ministério da Saúde
Margareth Menezes (sem partido) Ministério da Cultura
Anielle Franco (sem partido) Ministério da Igualdade Racial
Simone Tebet (MDB) Ministério do Planejamento
Luciana Santos (PC do B) Ministério da Ciência e Tecnologia
Marina Silva (Rede) Ministério do Meio Ambiente
Sonia Guajajara (PSOL) Ministério dos Povos Originários
A incidência de imposto de renda sobre as
pessoas físicas também reflete a desigualdade no tratamento da questão
tributária. Desde 1995 o Brasil mantém inatingíveis pelo fisco os
valores recebidos a título de lucros e dividendos.
Por Paulo Kliass – de Brasília – Correio do Brasil
As classes dominantes brasileiras nunca gostaram de oferecer qualquer
tipo de contribuição para a construção de um futuro do país em que
amealharam suas fortunas. Alguém poderia argumentar que essa não é uma
característica particular dos endinheirados deste rincão do planeta. Mas
o fato é que não costuma acontecer em outros cantos tamanha
irresponsabilidade de classe, com tamanha recusa em oferecer alguma
contribuição para o fundo público.
As elites brasileiras criaram uma grande mentira a respeito da
suposta “elevada carga tributária”. Mas esse mito facioso criou moto
próprio e contou com o importante apoio dos “especialistas” em defender
os interesses do capital nos grandes meios de comunicação e em outros
espaços de formação da opinião pública. Para esse pessoal, pouco importa
que tal fato não seja verdadeiro e que as informações da própria
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) provem o
contrário.
A estratégia sempre é a de criticar a presença do Estado na economia e
repetir à exaustão o mantra liberal contra o pagamento de tributos.
Afinal, se o objetivo é chegar mesmo à dimensão mínima do setor público,
não há mesmo razão alguma para que o governo tenha recursos próprios.
Assim, o liberalismo levado à sua radicalidade extrema se aproxima de
uma variante de anarco-libertarianismo.
Falso liberalismo para não pagar impostos
O debate em torno da Reforma Tributária revelou a natureza específica
de nosso sistema de impostos. Ele é marcado por aquilo que os
estudiosos do tema classificam como alta regressividade. Isso significa
dizer que os setores de base da nossa pirâmide da desigualdade pagam,
proporcionalmente, muito mais tributos do que as seletas parcelas do
topo da figura. Como nosso modelo prioriza a tributação do consumo e não
a renda ou o patrimônio, o capital e os detentores de riqueza pagam
apenas pelo que consomem e não por aquilo que possuem e acumulam.
A resistência organizada que ensaiam agora contra as propostas de
tributação de fundos exclusivos e fundos mantidos no exterior (off shore)
reflete bem a absoluta falta de compromisso das classes dominantes
para com a grande maioria da sociedade. Afinal, o absurdo maior não é o
governo Lula ter enviado essas medidas. O escândalo é que até hoje, em
meados de 2023, esse tipo de aplicação financeira ainda siga isenta de
qualquer tipo de tributação. Isso porque aqui, no melhor paraíso global
do financismo, não há nada que possa provocar qualquer tipo de
contrariedade ao capital parasita. É o ambiente dos juros
estratosféricos e da ausência de tributação. Trata-se de um combo
perfeito para se obter uma elevada rentabilidade nas aplicações
financeiras.
Isenção de lucros e dividendos, grandes fortunas i otras cositas más
Mas os exemplos desse tipo de benesse não param por aí. Nossa
Constituição foi aprovada em 1988. O texto inclui um dispositivo que
determina a implementação de um imposto sobre as grandes fortunas.
(…) “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.” (…)
Isso significa que há 35 anos o Congresso Nacional jamais foi
pautado para votar qualquer lei complementar que tratasse do tema. O
“lobby” dos poderosos tem sido bastante competente em evitar que esse e
outros assuntos correlatos sejam apreciados e debatidos pela sociedade e
pelo poder legislativo. Dentre os argumentos utilizados sempre surge a
ameaça de fuga de capitais e a retórica de que ser bilionário não é
pecado. Seria cômico se não fosse trágico. Tudo isso se mistura no caldo
indigesto da exacerbação do empreendedorismo como a grande panaceia
para os “males do país”. E pronto: vemos as cenas inusitadas, onde
setores de baixa renda se somam às classes dominantes para denunciar a
mão pesada do Estado contra a livre inciativa.
Outro departamento em que campeia livre, leve e solta a vontade do
grande capital é o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).
Este colegiado decide a respeito de pendências bilionárias de dívidas
tributárias não pagas e esteve até há pouco tempo na berlinda por conta
de mudanças efetuadas na gestão Bolsonaro/Paulo Guedes para beneficiar
ainda mais os maus pagadores de impostos. Junto a essa tendência de
favorecer o grande capital, o Ministério da Fazenda costuma oferecer
também os programas de refinanciamento de dívidas tributárias (REFIS).
Essa prática virou uma rotina anual e aponta para uma penalização
daqueles que pagam corretamente as suas obrigações para com o fisco.
Afinal, no meio empresarial corre a piada segundo a qual o bom
contribuinte seria o trouxa da estória, pois revela ser melhor sonegar
para, em seguida, ser beneficiado por meio de um programa de perdão de
multas e de parcelamento das obrigações em até 15 anos.
Por outro lado, desde 1995 o Brasil mantém inatingíveis pelo fisco os
valores recebidos a título de lucros e dividendos. Uma loucura! A
medida foi introduzida no primeiro ano do primeiro mandato de FHC e
nunca mais foi alterada. Passaram-se 14 anos de presença do PT no
governo federal e nada foi feito tampouco a esse respeito. Para corrigir
essa excrescência bastaria uma singela Medida Provisória ou um Projeto
de Lei Ordinária a ser encaminhado ao Congresso Nacional. São centenas
de bilhões de reais distribuídos anualmente pelas empresas a seus donos
e/ou acionistas que ficam de fora da tributação a que a maioria dos
assalariados registrados formalmente e os funcionários públicos são
submetidos compulsoriamente.
A incidência de imposto de renda sobre as pessoas físicas também
reflete a desigualdade no tratamento da questão tributária. No caso
brasileiro, a alíquota máxima é de 27,5% para quem recebe um pouco mais
de R$ 4 mil mensais. Para o nosso sistema tributário a partir dessa
faixa de rendimentos todos deveriam ser considerados “ricos”. A pessoas
pode receber R$ 5 mil ou R$ 300 mil que a alíquota será a mesma. Já nos
países capitalistas considerados mais desenvolvidos, as faixas de renda
mais elevada podem ser afetadas por alíquotas superiores a 50%.
Tributar fundos exclusivos e “off shore”
Mas a grita do momento do pessoal da Faria Lima é contra a proposta
que o governo encaminhou regulamentando as aplicações financeiras nos
chamados fundos exclusivos e nos fundos baseados no exterior. Trata-se
da Medida Provisória 1.171/23, que continha o reajuste do salário mínimo
e também os fundos. A reação contrária das elites foi imediatamente
verbalizada pelo Presidente de Câmara dos Deputados, Artur Lira. O
governo recuou e concordou em apresentar essa segunda parte em texto
específico, o PL 4.173/23.
Segundo estimativas da própria área econômica, as perspectivas de
arrecadação de impostos com a medida não são tão altas assim. Fala-se em
algo como R$ 7 bilhões para o exercício de 2024. Mas trata-se,
sobretudo, de buscar a legalização e a transparência desses valores por
parte de seus detentores. O Ministério da Fazenda calcula que o estoque
total de aplicações de investidores brasileiros em tais ativos supere a
casa de R$ 1 trilhão. Nada mais natural que o governo obrigue seus
proprietários a declararem os valores e paguem tributos como se fossem
renda financeira obtida de aplicações em ativos financeiros internos.
Os mesmos jornalões que exigem austeridade fiscal rígida e condenam
qualquer tentativa de flexibilização da meta suicida de zerar o déficit
primário em 2024 agora denunciam a suposta sanha arrecadatória (sic) do
governo com tais medidas. Esbravejam contra reajustes no salário mínimo e
exigem retirar da Constituição os pisos mínimos para saúde e educação,
mas se recusam a recolher os impostos relativos os recursos saídos
clandestinamente do Brasil. Haja falta de compromisso e sentido de
solidariedade social.
Já é passada a hora de nossas elites abandonarem a postura de abutre
que sempre mantiveram sobre o resto do País. A estratégia de explorar o
meio ambiente com uma perspectiva de curtíssimo prazo, de espoliar a
vida da maioria da população com salários e benefícios sociais
minguantes e de sonegar o pagamento de tributos deve sofrer uma mudança
de forma urgente. Há inúmeras medidas que o governo deve e pode
implementar rapidamente para corrigir tais distorções, mas a tributação
dos fundos exclusivos e os chamados “off shore” é um bom começo.
Paulo Kliass é doutor em economia e membro da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental do governo federal.
A crise da 123milhas é
um dos assuntos mais comentados das últimas três semanas em todo o
Brasil. A repercussão começou na internet, ganhou as ruas e os tribunais
de Justiça e, por fim, chegou até ao Congresso Nacional. A crise da
empresa, que tem mais de 700 mil credores e uma dívida superior a R$ 2,3
bilhões, não é simples de entender…mas alguns especialistas ouvidos
pela Itatiaia conseguiram simplificar a situação.
O estrategista em finanças Júlio Damião fez uma análise do pedido de
recuperação judicial da agência de viagens e “resumiu” a situação em
uma publicação no Linkedin que
já acumula milhares de curtidas. Em conversa com a Itatiaia, o
especialista analisou a crise da 123milhas de forma simples: “foi uma
decisão errada de negócio”.
“Eles não esperavam uma alta das passagens aéreas. Para o modelo de
negócios deles funcionar, teria que dar tudo certo. Eles apostaram no
cenário perfeito, apostaram que as passagens não iam subir e, quando
veio a alta, não fizeram nada.”
Por que a 123milhas entrou em crise?
Júlio Damião explica que a 123milhas vendia as passagens aéreas com
um preço abaixo do mercado e ficava com o dinheiro do cliente. Ao mesmo
tempo, adquiria milhas aéreas no mercado e usava essas pontuações para
comprar os bilhetes poucos dias antes da viagem do consumidor, correndo o
risco de pagar mais do que cobraram pela passagem.
“Em finanças, isso se chama ‘especulação’. Em negócios, se chama ‘não
fazer hedge’. Esse desacerto de caixa chegou a R$ 2,3 bilhões. Eles
pensaram o negócio de forma escalável e não priorizaram o lucro.”
O coordenador de Ciências Exatas do Ibmec, Walter Morais, vai além e
afirma que a 123milhas “não vendia uma passagem aérea para o cliente,
mas sim uma proposta de viagem”. Segundo ele, a empresa apostou todas as
fichas nas milhas aéreas, que podem ter sua política de uso alterada a
qualquer momento.
“Cada empresa de transporte tem uma política com milhas e isso pode
ser alterado a qualquer momento. Nada garante uma correspondência
imediata entre o valor das milhas hoje e na hora da compra da passagem.
Eles faziam a movimentação com milhas mas, na hora de adquirir os
bilhetes, as milhas podem não ser mais suficientes.”
123milhas é pirâmide?
A convocação dos sócios da 123milhas à CPI das Pirâmides Financeiras na
Câmara dos Deputados deu impulso às suspeitas de que o negócio da
empresa seria um esquema de pirâmide financeira. Mas o estrategista
Júlio Damião afirma que, por enquanto, nada comprova essa suspeita.
“Não acho que é um esquema Ponzi, uma pirâmide financeira. É até
irresponsável afirmar isso agora, sem nenhuma prova. Pode ser que as
investigações consigam comprovar isso. Por enquanto, me parece apenas
uma decisão errada de negócio.”
No dia 29 de agosto, a 123milhas um pedido de recuperação judicial na
1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No
pedido, a empresa afirma que enfrenta a “pior crise financeira de sua
história” e alega que “fatores internos e externos impuseram um aumento
considerável de seus passivos nos últimos anos”. O pedido foi aceito
pela Justiça no dia 31 de agosto. Confira os detalhes do pedido.
Advogados ouvidos pela Itatiaia afirmam que a
empresa não pode oferecer apenas vouchers como forma de reembolso para
os clientes e explicam que os consumidores têm o direito ao
ressarcimento em dinheiro. Veja quais são os seus direitos.
Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria
Seria tão bom se as pessoas da minha empresa se preocupassem em
melhorar os processos.Todo mês, é uma loucura. Basta chegar perto do dia
30 que a temperatura sobe. A meta, essa coisa que os diretores tiram da
cabeça, não será alcançada. Também, faz mil anos que falo dos problemas
e ninguém faz nada. O RH está preocupado com o turnover, com o clima e
com o acesso à plataforma de treinamentos que eles acabaram de fechar.
A galera do comercial é estranha. No começo do mês, seguem as regras e
mexem pouco nos preços. Ao final do mês, o cliente manda. Não dão
desconto, perguntam o preço que ele deseja pagar. E cliente não é bobo.
Já identificaram esse estilo e aproveitam todo mês disso.
E o marketing, então? orçamento para torrar quando a meta está longe.
Por que não investem um valor todo mês? Mas um valor que faça sentido.
Por sentido, entenda, algo que gere vendas. Na empresa, a galera só
investe em eventos que geram prestígio e lazer para eles. Viagens,
congressos, resorts, feiras… nada disso fecha. Se eu fosse o chefe, a
coisa seria diferente.
Vou parar por aqui. O mesmo vale para o resto. Esses dias, veio um
consultor me ensinar a fazer o que ele não sabe. Ele vem aqui, fala
três, quatro palavras bonitas e some. É o típico mestre dos magos, caro
leitor. O cara que faz uma colocação clichê, olha com cara de sabedoria,
pergunta algo e vaza. Queria ver quantas horas ele aguentaria no meu
lugar. Isso sem falar que o cara deve ganhar muito mais que eu.
Você já ouviu uma história assim?
Caro leitor, voltei para perguntar: quantas vezes você não ouviu
histórias assim? Ou até viveu em um ambiente em que havia colaboradores
com essa visão? E o pior, quantas vezes esse tipo de comportamento
ajudou alguém a ser promovido, ou a empresa a crescer e ter mais lucro? A
resposta, pelo menos em minha experiência, é nunca. Essa postura
reativa sobre tudo e todos não ajuda em nada.
Para as coisas melhorarem, é necessário ter uma postura de construção
e sinceridade. Se as coisas não estão indo bem, aposto que você não
sabe a causa raiz. Se soubesse, teria agido. O que temos são apenas
hipóteses, no melhor cenário. E, na maioria das vezes, não temos
conhecimento para transformar os processos. Por isso precisamos
aprender.
Com sólidos embasamentos práticos e teóricos, adquiridos com
capacitações de boa qualidade, muitos profissionais já fizeram
verdadeiros milagres em suas empresas. É comum sabermos de líderes e
supervisores que se capacitaram conosco e não esperaram que a liderança
liberasse os recursos; viram a oportunidade e incentivaram suas equipes a
adquirem conhecimento. E, uma vez empoderadas, conduziram projetos nos
quais as pessoas mudaram o patamar dos processos.
É gratificante demais encontrar operadores que, após adquirirem
conhecimento, se tornaram coordenadores e até gerentes em menos de 5
anos. Com a disciplina do foco, método e tempo, processos bagunçados e
terríveis de se trabalhar se transformam em motivo de orgulho e
alavancas de lucro. Não é impossível. Basta que o gestor dê o foco, que a
escola mostre o método e que a empresa permita que o colaborador aloque
um percentual do seu tempo para isso.
Fazer a mesma coisa não levará a resultados diferentes
Como diria o Einstein das redes sociais, fazer a mesma coisa,
reclamar e esperar que as coisas magicamente aconteçam, é a definição de
insanidade.
Ter foco é fácil? Não mesmo. Ainda mais quando há inúmeras pessoas
dando palpites e mudando a estratégia e a tática a todo momento. O tempo
também é um fator escasso, ainda mais porque não há como ter mais que
as 24 horas que todos dispõem por dia. Agora, método, um curso de boa
qualidade resolve. Então, se encontrar alguém reclamando, como no início
do artigo, ajude-o. Deixe que seja iluminado pelo seu momento mestre
dos magos.
Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor,
mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black
Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt,
Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da
Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação.
Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi
um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) vai atuar às vésperas e durante os eventos do 7 de
Setembro deste ano para identificar eventuais ameaças que possam colocar
em risco autoridades presentes no desfile e demais participantes.
Para isso, a agência vai acionar uma central de monitoramento para
reunir informações e também repassá-las para outros órgãos de segurança.
A iniciativa se soma à preocupação de outros órgãos, como Exército e
Polícia Militar, que ligaram o sinal de alerta para a movimentação de
bolsonaristas -em particular após os ataques de 8 de janeiro. Apesar da
mobilização, o governo Lula tem afirmado não ver riscos nas solenidades
do Dia da Independência.
“No âmbito das celebrações relativas ao 7 de Setembro, na Esplanada
dos Ministérios, a Abin atuará com foco na identificação de ameaças e
incidentes que tenham potencial de impactar o livre exercício de
direitos fundamentais e colocar em risco a segurança de autoridades e
demais participantes dos eventos”, informou a agência em nota.
A agência acrescentou que será mobilizado o Centro de Monitoramento,
em Brasília, nesta quarta (6) e quinta-feira (7), com o objetivo de
“prover consciência situacional” acerca dos eventos acompanhados de
Sistema Brasileiro de Inteligência, Governo do Distrito Federal e
Presidência da República.
A Abin concluiu ainda que as suas superintendências estaduais também
vão acompanhar os eventos nas suas respectivas capitais e que repassarão
informações relevantes para o centro de inteligência em Brasília.
Autoridades do governo Lula vem buscando tratar a questão da
segurança no Dia da Independência com naturalidade, minimizando o risco
de eventuais ações similares à invasão da Esplanada no dia 8 de janeiro.
Mas, nos bastidores, há preocupação em relação ao desfile
cívico-militar. Por isso, autoridades começaram a monitorar nas redes a
ação de militantes bolsonaristas. Há previsão de que a segurança seja
reforçada como em outros grandes eventos, como a posse presidencial em
janeiro.
As medidas anunciadas pela Abin são implementadas sempre que ocorrem
grandes eventos, como eleições e a própria posse presidencial. O
Exército e a Secretaria da Segurança Pública do DF também têm monitorado
a mobilização de bolsonaristas que planejam realizar protestos contra o
presidente Lula.
A avaliação da inteligência dos militares é que apoiadores do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm se dividido entre dois grupos: um
que apoia a ida ao desfile, em Brasília, para vaiar Lula e as Forças
Armadas, e outro que considera mais adequado esvaziar o evento, como um
recado de que o petista não tem apoio popular como tinha o antecessor.
A análise até o fim de agosto era a de que o risco de tumulto era considerado baixo.
O governo Lula vem apostando em uma cerimônia de 7 de Setembro para
unir a população brasileira, amenizando o clima de polarização política.
O slogan será democracia, soberania e união. As cores verde e amarela
serão usadas como tentativa de mostrar que símbolos nacionais não foram
capturadas pelo bolsonarismo.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, abusos de Bolsonaro no 7/9 podem levá-lo a condenação eleitoral e reforçar golpismo.
Com quatro processos tramitando no TSE (Tribunal Superior Eleitoral),
o 7 de Setembro de 2022 pode levar Bolsonaro a mais uma condenação na
seara eleitoral. A chapa perdedora é acusada de abuso de poder político e
econômico e ainda de uso indevido dos meios de comunicação.
Em linhas gerais, o argumento é o de que Bolsonaro teria se
aproveitado do ato em que participava como chefe de Estado, com uso de
estrutura administrativa e de recursos públicos, em prol da campanha
eleitoral.
O feriado da Independência de 2021, por sua vez, se transmutou em ápice do discurso golpista e antidemocrático do ex-presidente.
Na ocasião, Bolsonaro fez ameaças contra o STF (Supremo Tribunal
Federal) diante de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo,
exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairia morto
da Presidência da República.