sexta-feira, 8 de setembro de 2023

A RELAÇÃO ENTRE STARTUPS E AS CORPORAÇÕES É MAIS COLABORATIVA DO QUE COMPETITIVA

 

Por Caio Reina, CEO e fundador da RoutEasy

A logística, por sua própria natureza, envolve um longo e complexo arranjo de processos – alguns que, inclusive, foram estabelecidos há décadas. Porém, nos últimos anos, a tecnologia e as consequentes mudanças no comportamento dos consumidores demandaram uma significativa evolução nesse setor tão tradicional.

As startups de logística (ou logtechs) surgiram para desempenhar um papel fundamental na abordagem dessas demandas, principalmente no que diz respeito à agilidade. Enquanto as grandes corporações tendem a contar com processos mais burocráticos e sistemas legados, as startups têm a flexibilidade necessária para adotar novas tecnologias e modelos de negócios de maneira rápida e eficiente.

Isso tem sido especialmente perceptível quando se trata de otimização de rotas e gestão de entregas. Nos últimos anos, as logtechs foram cruciais para um salto de inovação nas operações logísticas, que precisaram se ajustar rapidamente a um novo perfil de consumo, demandando maior produtividade para viabilizar  e entregas mais rápidas.

Assistimos então a uma alavancada no uso da inteligência artificial para criar sistemas altamente eficientes, que substituíram tarefas manuais e ofereceram mais visibilidade, tanto para as operações quanto para o consumidor.

Logo, a relação entre startups e as grandes corporações tem sido muito mais colaborativa do que competitiva. Com mais experiência, alcance e recursos, as companhias têm buscado parcerias estratégicas com startups para alavancar suas inovações e soluções tecnológicas, além de se manterem sempre atualizadas em um contexto de sucessivas mudanças.

Os anos de 2020 e 2021 foram grandes exemplos dessa movimentação. À medida que o e-commerce se tornou a salvação para muitos negócios durante o isolamento, as startups emergiram como parceiras essenciais para impulsionar a transformação digital e atender às demandas por entregas mais rápidas e eficientes.

De acordo com um relatório da McKinsey, no auge da pandemia, as logtechs receberam o dobro de investimentos, já que o cenário trouxe consigo desafios sem precedentes para a logística.

Essas parcerias também encontram um terreno fértil quando se trata de enfrentar desafios de sustentabilidade. Graças à adoção de uma abordagem mais inovadora, diversas companhias estão minimizando seus impactos ambientais, reduzindo desperdícios e otimizando a utilização de recursos.

E o futuro parece cada vez mais promissor. Existe ainda um grande horizonte a ser explorado quando se trata de inteligência artificial, internet das coisas, aprendizado de máquina e big data, principalmente para criar experiências mais personalizadas para o consumidor.

Por isso, em um arranjo tão complexo quanto a logística, as startups desempenham um papel valioso: criar ferramentas praticamente sob medida para solucionar problemas específicos.

COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS

“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.

Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.

Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as empresas”.

É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem resultados nessa aliança.

Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso, mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro, nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas. É por isso, que normalmente, os parceiros   são empresas formadas por pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É como um casamento mesmo!

É importante também que os parceiros tenham know how e competências complementares, que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs Steve Wozniak. Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970. Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:

“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs) pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.

Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.

As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.

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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

PROCURADORES QUEREM QUE A DECISÃO DE TOFFOLI SEJA PAUTADA TECNICAMENTE

História por Rayssa Motta • Jornal Estadão

Em dia de protagonismo, Toffoli anulou acordo de leniência da Odebrecht. Foto: André Dusek/Estadão© Fornecido por Estadão

A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anulou provas do acordo de leniência da Odebrecht, caiu atravessada entre membros do Ministério Público.

A preocupação é com o que pode vir a seguir. Toffoli determinou investigações sobre agentes públicos que podem ter agido fora dos canais oficiais para acelerar o acordo. A Advocacia-Geral da União (AGU) do governo Lula já anunciou que vai tomar providências.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) disse nesta quarta-feira, 6, que a análise sobre a Lava Jato precisa ser “técnica“ para preservar as instituições da polarização política.

“Não é razoável, a partir de afirmação de vícios processuais decorrentes da suspeição do juízo ou da sua incompetência, pretender-se imputar a agentes públicos, sem qualquer elemento mínimo, a prática do crime de tortura ou mesmo a intenção deliberada de causar prejuízo ao Estado brasileiro”, diz o texto.

A ANPR afirma ainda que a AGU e o Tribunal de Contas da União (TCU) não têm atribuição para investigar membros do Ministério Público e do Judiciário no exercício de suas atividades.

“Tal proceder não é adequado no estado democrático de direito, justamente para afastar qualquer tentativa de fazer cessar a atuação de órgãos cujas atribuições estão previstas na Constituição Federal”, defende a associação.

O acordo de leniência é uma delação premiada para empresas. O da Odebrecht foi fechado em dezembro de 2016. Como parte do acordo, a construtora abriu ao Ministério Público Federal planilhas da contabilidade paralela, com registros de propinas a dezenas de políticos e funcionários públicos, registradas nos sistemas Drousys e My Web Day B. A empresa também se comprometeu a desembolsar R$ 6,8 bilhões para ressarcir os cofres públicos.

A ANPR diz que os agentes públicos envolvidos no acordo “agiram no estrito exercício de suas atribuições funcionais” e que as negociações tiveram “resultados financeiros concretos, revertidos aos cofres públicos”.

Leia a íntegra da nota da ANPR:

“A Associação Nacional dos Procuradores da República vem, em razão da decisão proferida no Supremo Tribunal Federal, nos autos da Reclamação 43007, ressaltar a necessidade de que a discussão sobre os fatos envolvendo a Operação Lava Jato seja pautada por uma análise técnica, objetiva, que preserve as instituições e não se renda ao ambiente de polarização e de retórica que impede a compreensão da realidade.

Não é razoável, a partir de afirmação de vícios processuais decorrentes da suspeição do juízo ou da sua incompetência, pretender-se imputar a agentes públicos, sem qualquer elemento mínimo, a prática do crime de tortura ou mesmo a intenção deliberada de causar prejuízo ao Estado brasileiro.

O acordo de leniência firmado pelo Ministério Público Federal com a Odebrecht resultou de negociação válida, devidamente homologada pelo próprio Supremo Tribunal Federal, com a participação de vários agentes públicos, pautados em atividade regular.

Não é correta a afirmação de que o acesso aos sistemas Drousys e Mywebday, mantidos pela Odebrecht para registrar o pagamento de propina, descumpriu o procedimento formal de cooperação internacional. Em razão do acordo de leniência, a Odebrecht entregou uma cópia dos sistemas diretamente ao MPF no Brasil.

Adicionalmente, para confirmar a integridade dos sistemas, o MPF solicitou à Suíça, por meio de regular procedimento de cooperação jurídica internacional, no qual atuou o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI/MJ), cópia integral dos sistemas que haviam sido apreendidos em autônoma investigação suíça.

O pedido, formulado em 17 de maio de 2016, foi encaminhado pelo DRCI para as autoridades suíças em 3 de junho de 2016, por meio da Official Letter 3300/2016/CGRA-SNJ-MJ, e, em 28 de setembro de 2017, o DRCI encaminhou ao MPF a resposta à solicitação (Ofício 7676/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ).

Todo o procedimento de entrega e recebimento dos discos rígidos contendo os sistemas está documentado e foi atestado por relatórios técnicos elaborados pela Secretaria de Pesquisa e Análise da Procuradoria-Geral da República (SPPEA/MPF) e por laudo pericial elaborado pela Polícia Federal (LAUDO No 0335/2018 – SETEC/SR/PF/PR), ressaltando-se, inclusive, as menções feitas nesses laudos à tramitação das mídias recebidas de autoridades estrangeiras por intermédio do DRCI.

O acordo celebrado pela empresa Odebrecht com o MPF não é um acordo internacional. Estados Unidos e Suíça não são partes do acordo brasileiro, e vice-versa, pois cada um dos países atuou em sua esfera de jurisdição, assinando acordos em separado e absolutamente independentes com a empresa. A menção a EUA e Suíça indica, apenas, ter havido coordenação entre as diferentes jurisdições, para evitar duplicidade de punições à empresa, já que os valores pagos no Brasil seriam abatidos dos valores a pagar nos Estados Unidos, procedimento este que é recomendado em manuais e convenções internacionais de combate à corrupção. Por essa razão, inclusive, os acordos celebrados pelos EUA e Suíça com a empresa Odebrecht continuam válidos e não são afetados pela decisão do Supremo Tribunal Federal.

Esse mesmo procedimento – celebração de acordos de leniência com empresas no Brasil, de forma concomitante à celebração de acordos por autoridades estrangeiras com a mesma empresa – já foi utilizado em diversos outros casos. Menciona-se que há registros de múltiplos acordos celebrados pelo MPF e pela própria Advocacia-Geral da União (AGU), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), utilizando o mesmo procedimento, sem que fosse necessária a tramitação de cooperação jurídica internacional especificamente para que cada autoridade pudesse celebrar seus acordos com validade interna. Da mesma forma, os diversos países que já assinaram acordos semelhantes com empresas investigadas na Lava Jato – incluindo Reino Unido, França, Singapura, além de EUA e Suíça – jamais precisaram transmitir pedidos de cooperação internacional ao Brasil para viabilizar a assinatura de seus próprios acordos.

Quando se fez necessária a transmissão e o recebimento de quaisquer provas, informações ou valores, entre autoridades nacionais e estrangeiras, o MPF sempre seguiu precisamente o procedimento determinado na legislação, fazendo os requerimentos em juízo e transmitindo-os por intermédio do DRCI/MJ.

Os acordos de colaboração premiada celebrados com diretores e empregados da Odebrecht, que se valeram também de provas extraídas dos sistemas da companhia e que foram entregues voluntariamente, foram firmados pela Procuradoria-Geral da República e homologados pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que, na época, reconheceu sua validade. Já o acordo de leniência foi homologado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, assim como por juízo federal.

As questões suscitadas pelo Exmo. Min. Dias Toffoli já haviam sido remetidas pelo Min. Ricardo Lewandowski às esferas competentes para apuração – a Corregedoria-Geral do MPF e a Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público. Após vasta análise de provas e informações, foi reconhecida a legalidade do procedimento adotado pelo MPF nos acordos envolvendo a Odebrecht e seus diretores e empregados. Encerrada a apuração, a conclusão da Corregedoria-Geral do MPF foi comunicada ao STF, mas tais documentos não foram mencionados na decisão proferida e precisam ser expressamente analisados.

As Leis Orgânicas do Ministério Público e da magistratura delimitam as autoridades competentes para a investigação da atuação funcional de seus membros, o que é uma garantia ao livre exercício de suas funções constitucionais, a fim de evitar pressões e ameaças advindas de poderes externos. A AGU e o TCU não têm atribuição para investigar membros do Ministério Público e do Judiciário, no exercício de suas atividades finalísticas, e tal proceder não é adequado no estado democrático de direito, justamente para afastar qualquer tentativa de fazer cessar a atuação de órgãos cujas atribuições estão previstas na Constituição Federal.

Por fim, é necessário respeitar-se o trabalho de dezenas de membros do Ministério Público Federal que atuaram no acordo de leniência firmado com a empresa Odebrecht, magistrados de diversas instâncias, policiais federais, agentes públicos da CGU e Receita Federal, dentre outros que agiram no estrito exercício de suas atribuições funcionais, com resultados financeiros concretos, revertidos aos cofres públicos.”

 

INÚMERAS PROVAS DA LENIÊNCIA DA ODEBRECHT FORAM ANULADAS PELO STF

 

Decisão de Dias Toffoli, do STF, abre caminho para a derrubada de investigações e ações civis, penais e eleitorais, no Brasil e no exterior, apoiadas em provas obtidas a partir de informações apresentadas pela construtora ao MPF em 2016

Por Julia Affonso, Vinícius Valfré e Rayssa Motta – Jornal Estadão

BRASÍLIA – Ao determinar a anulação completa das provas do acordo de leniência da Odebrecht, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Dias Toffoli, desconsiderou, dentre outras informações, os dados do sistema criado pelo “setor de propinas” da construtora que apontou o pagamento de propina a políticos, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O acordo de leniência, fechado na Operação Lava Jato, era mais abrangente dos que os termos de delação premiada dos executivos da empresa, pois continham provas de corroboração. O pedido foi feito ao Supremo em agosto de 2020 pelo então advogado de Lula Cristiano Zanin, que hoje é colega de Toffoli no Supremo. O processo está nas mãos hoje da mulher do ministro, Valeska Martins.

Na delação, por exemplo, um email do empresário Marcelo Odebrecht citou Toffoli, quando ele era Advogado-Geral da União (AGU) no segundo governo Lula, sem mencionar pagamentos. A mensagem foi enviada pelo empreiteiro a dois executivos e se referia a hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia. “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”, questionou.

O acordo de leniência tem 22 páginas, nas quais estabelece as condições em que é assinado e define o que cabe a quem o assina. O conteúdo, onde estão as denúncias, está nos anexos.

Como parte do acordo, a construtora abriu ao Ministério Público Federal (MPF) as planilhas da contabilidade paralela, com registros de propinas a dezenas de políticos e funcionários públicos. A decisão de Toffoli abre caminho para a derrubada de investigações e ações civis, penais e eleitorais, no Brasil e no exterior, apoiadas em provas obtidas a partir do acordo.

Na decisão, o ministro destacou que os investigadores da Lava Jato “desrespeitaram o devido processo legal, descumpriram decisões judiciais superiores, subverteram provas, agiram com parcialidade e fora de sua esfera de competência”.

Veja alguns pontos da leniência que acabaram anulados:

Sistema Drousys

Era um sistema de comunicação dos funcionários para gerenciamento das requisições de pagamentos de propinas a políticos repassadas a entregadores. Funcionava no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como o “setor de propinas” da empresa. O sistema listava apelidos, valores e contas bancárias. Os codinomes eram associados a pessoas públicas de várias esferas e estados. A empreiteira mencionou 415 políticos de 26 partidos.

My Web Day

Era um sistema de contabilidade da Odebrecht adaptado para o “setor de propinas”. Nele, planilhas eram criadas e abastecidas para controlar e organizar a operacionalização do pagamento das vantagens a políticos. Ao relacionar nomes de mandatários ligados ao esquema de corrupção da empresa, o sistema servia como prova de envolvimento de políticos com o recebimento de pagamentos indevidos.

Funcionário da Odebrecht por 36 anos, até 2013, Eduardo José Mortani Barbosa relatou em depoimento no acordo de leniência que operacionalizava os pagamentos de propinas a partir de ordens de superiores com codinomes, valores e datas dos depósitos. As prestações de contas da contabilidade paralela, segundo ele, eram feitas por e-mails criptografados.

Propinas no exterior

No acordo de leniência, a Odebrecht também admitiu pagamento de propina no exterior. Os documentos que a empresa entregou ao MPF mostravam pagamento de caixa dois ao então marqueteiro da campanha de Lula, João Santana. Ele e a mulher, Mônica Moura, foram presos e condenados pelas acusações agora anuladas. A partir dos documentos, a Lava Jato fez tratativas com autoridades internacionais, como de EUA e Suíça, para obter mais informações. As negociações ocorreram sem considerar canais formais, segundo decisão do ministro Dias Toffoli, e por isso também foram anuladas.

Recibos de doação ao Instituto Lula

A Odebrecht entregou recibos de doações feitas por sua construtora ao Instituto Luiz Inácio Lula da Silva. A empresa relatou ter transferido R$ 2 milhões à entidade em duas parcelas de R$ 1 milhão cada. Uma em 16 de dezembro de 2013 e outra em 31 de março de 2014.

Documentos da Lava Jato relacionados a ações da Odebrecht em benefício do Instituto Lula
Documentos da Lava Jato relacionados a ações da Odebrecht em benefício do Instituto Lula Foto: Reprodução

Terreno do Instituto Lula

A construtora pagou R$ 12 milhões para comprar o terreno onde seria construído o Instituto Lula, em São Paulo. Seria uma contrapartida pelo favorecimento da Odebrecht em contratos firmados pela Petrobras. A informação aparece nos sistemas da empresa e também em depoimentos de funcionários que teriam presenciado as tratativas, como o do ex-gerente de finanças João Alberto Lovera. Ele contou que, em julho de 2011, acompanhou uma visita de Paulo Melo, ex-executivo da Odebrecht, ao terreno e que Lula, a então primeira-dama Marisa Letícia, e o diretor do instituto, Paulo Okamotto, estavam presentes.

Metrô do Rio de Janeiro

O traçado do Metrô do Rio de Janeiro e a mudança na metodologia das obras executadas tiveram como base pareceres da Procuradoria do Estado do Rio de Janeiro elaborados a partir de pagamentos indevidos.

Transpetro e Belo Monte

As informações apresentadas pela Odebrecht no acordo apontavam pagamento de propinas para obtenção de contratos para obras da Transpetro e da hidrelétrica de Belo Monte. A família do ex-ministro Edison Lobão teria recebido pagamentos em espécie.

Medidas provisórias

Emílio Odebrecht afirmou em depoimento que procurou Lula, em 2010, para destravar duas medidas provisórias de interesse da construtora junto ao Ministério da Fazenda. O empresário disse que o filho dele, Marcelo, relatou o então chefe da pasta, Guido Mantega, “deu sequência” ao pleito. “Ele (Lula) ouviu e disse: ‘vou falar com o Guido (Mantega, então ministro da Fazenda) para verificar’”, relatou. “A informação que eu tive por parte do Marcelo (Odebrecht) é que o Guido deu sequência.”

A MP 470/09 permitia que empresas exportadoras parcelassem débitos decorrentes do aproveitamento indevido do crédito-prêmio do IPI. A MP 472/09 criava um regime especial para o desenvolvimento de infraestrutura da indústria petrolífera nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Apenas a segunda foi aprovada no Congresso e convertida em lei em junho de 2010.

Sítio de Atibaia

Um dos colaboradores da Odebrecht, Emyr Diniz Costa Júnior entregou uma documentação que comprovaria que ele havia recebido R$ 700 mil, em dezembro de 2010, para custear a compra de materiais e dos serviços da reforma do Sítio em Atibaia. Costa Júnior declarou que recebeu os valores em espécie no escritório de uma obra em que trabalhava na época, no ABC Paulista. O documento foi localizado pela equipe de perícia, pesquisa e análise da Procuradoria Geral da República, nos discos rígidos fornecidos pela Odebrecht ao Ministério Público Federal no âmbito do acordo de leniência.

Documentos da Lava Jato relacionados a ações da Odebrecht em benefício do sítio de Atibaia
Documentos da Lava Jato relacionados a ações da Odebrecht em benefício do sítio de Atibaia Foto: Reprodução

O engenheiro civil Frederico Marcos de Almeida Horta, que aderiu ao acordo de leniência, confirmou que trabalhou nas obras do sítio. Ele afirmou que a Odebrecht não fechou contrato para a execução dos trabalhos, o que era incomum na empresa, e que os funcionários não podiam usar uniforme quando estavam no sítio. As notas fiscais para compra de material, segundo ele, também não podiam ser emitidas em nome da construtora. “Essa obra no sítio não poderia ser vista como uma obra da Odebrecht”, relatou ao Ministério Público em dezembro de 2017. A construtora, segundo o termo de depoimento, teria ficado responsável pela construção de quatro suítes e pelo reparo da piscina.

O acordo e a multa

O acordo de leniência, a delação premiada das empresas, foi fechado em dezembro de 2016. A Odebrecht se comprometeu a pagar uma multa de R$ 3,828 bilhões, em vinte e três parcelas anuais, com correção pela taxa Selic. O valor total alcançaria R$ 8,512 bilhões. A empresa também concordou em implantar um “programa de compliance efetivo” e se sujeitar a um “monitoramento independente”. A decisão de Toffoli não entra no mérito sobre se a multa será anulada.

“As causas que levaram à imprestabilidade dos elementos de prova obtidos a partir do Acordo de Leniência 5020175-34.2017.4.04.7000 celebrado pela Odebrecht são objetivas, não se restringindo ao universo subjetivo do reclamante (Lula), nem se subordinando às ações que estavam em curso contra ele na Justiça Federal do Paraná”, escreve Toffoli, para não deixar dúvida.

O processo sobre o acesso da defesa de Lula à íntegra do acordo da construtora se arrasta no STF há três anos, desde agosto de 2020, no que virou uma queda de braço entre o presidente e a extinta força-tarefa de Curitiba.

Duas versões estão em disputa. A defesa do presidente afirma que, antes de assinar o acordo com a Odebrecht, o Ministério Público Federal (MPF) começou uma negociação informal com autoridades dos Estados Unidos em busca de pistas para fechar o cerco a executivos da construtora.

DECISÃO DE TOFFOLI É POLÍTICA

 

Ministro do STF, que fez carreira como advogado do PT, não cita fato concreto e não se preocupa com requisitos técnicos de um ato jurídico

Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão

Uma das obsessões centrais do presidente Lula, perseguida há anos e sustentada pela colaboração ativa dos degraus mais altos do Judiciário, é obter certidões negativas dos atos de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro pelos quais foi condenado. Lula ficou vinte meses na cadeia pela decisão de nove juízes diferentes, em três instâncias. Já ganhou do STF, desde então, a anulação da lei que estabelecia a pena de prisão fechada para criminosos condenados na segunda instância. Foi solto por causa disso. Em seguida, o mesmo STF anulou todas as ações penais contra ele. Não falou nada sobre provas ou fatos – apenas descondenou, uma medida jamais tomada antes pela justiça brasileira. Mais adiante, com base em gravações obtidas através de crime, declarou como “parcial” o juiz que assinou a primeira sentença de condenação. E os outros oito que validaram a sentença? Também foram parciais? O STF não diz nada a respeito. Mas Lula ainda não está satisfeito – talvez não fique nunca.

Sua última exigência, que acaba de ser atendida pelo ministro Dias Toffoli, foi a expedição de um certificado de inocência em seu favor. Mais uma vez, não houve nenhum tipo de revisão dos fatos. Houve, apenas, um despacho do ministro com a declaração de que a condenação de Lula foi “um dos maiores erros judiciários da história do país.” E por que ele acha que foi um erro? Toffoli não apresenta nenhuma razão objetiva para sustentar sua decisão.

O ministro do STF Dias Toffoli
O ministro do STF Dias Toffoli Foto: Nelson Jr./STF – 13/10/21

Diz, do começo ao fim, que foi um “ataque à democracia”, uma “armação”, uma “tortura psicológica”, um “ovo da serpente” e mais do mesmo; não cita nenhum fato concreto capaz de dar nexo lógico ao que está dizendo. E as confissões de culpa dos corruptos que denunciaram Lula – e devolveram, por livre e espontânea vontade, milhões de reais de dinheiro roubado? Toffoli diz apenas que elas são “inválidas”. Inválidas por quê? Não há explicação coerente no despacho do ministro.

Toffoli fez carreira como advogado do PT; ganhou de Lula o cargo de Advogado-Geral da União, em sua primeira passagem pelo governo, e foi nomeado por ele para o STF, apesar de ser sido reprovado duas vezes no concurso para juiz de direito. Entrou, agora, na equipe de biógrafos que estão tentando escrever a nova história oficial de Lula. Sua decisão não é um ato jurídico – é um manifesto político que não se preocupa, em nenhum momento, com os requisitos técnicos de uma decisão judicial. Com despachos como esse, o STF confirma que deixou de ser uma Corte de justiça quando o interessado é Lula, ou o seu sistema. É, cada vez mais, o escritório de advocacia do presidente.

UNIÃO DE LULA COM O CENTRÃO VAI DAR MAIORIA DE VOTOS NA CÂMARA AO GOVERNO

 

História por PODER360 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não tem votos suficientes para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) só contando com os votos fiéis das siglas com ministérios no governo. São 11 partidos representados. Somam 389 deputados. Destes, entretanto, o governo deve contar com o apoio fiel, com variações por conta de cada pauta, de 283. É preciso ter ao menos 308 votos para mudar a Carta Magna.

Levantamento feito pelo Poder360 mostra, porém, que o governo deve ter votos de 317 deputados, contando com partidos de fora da base de apoio, mas que têm congressistas próximos ao governo. Só assim o governo alcança o número necessário para aprovar uma PEC.

Lula tem agora 11 partidos e 317 deputados a favor do Planalto© Fornecido por Poder360

Apesar de ter ampliado sua base de apoio com a entrada de PP e Republicanos anunciada na 4ª feira (6.set.2023), Lula terá que negociar com os partidos em pautas com menos aderência na Câmara dos Deputados, como projetos mais progressistas. Deve ser o suficiente, entretanto, para dar conforto ao governo em votações de interesse do Planalto.

Se as siglas que têm integrantes como titulares em ministérios convertessem todos os votos ao governo, Lula teria 389 votos. Mas esse não é o caso. A relação pouco estável com o União Brasil, que comanda 3 ministérios de Lula, abriu o precedente para que outras siglas se mantenham “independentes” mesmo tendo ministérios. 

O mesmo deve se repetir para os novos integrantes do governo Lula. O futuro ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), já recebia críticas por parte de integrantes do seu partido antes mesmo de ser oficializado na Esplanada. 

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente do PP, Ciro Nogueira, também declarou que não estava contente com a entrada de um integrante de seu partido na atual gestão –o qual diz ser oposição.

Com a entrada do Centrão no governo, Lula fortalece os laços com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que tem influência sobre deputados de quase todas as siglas e pode ajudar o governo em pautas de negociação mais complexas.

Ainda é preciso, entretanto, finalizar as nomeações de nomes ligados a partidos do Centrão. A Caixa Econômica Federal, comandada por Rita Serrano, também está na mira do Centrão. A presidência do banco estatal ainda é alvo de impasse. A decisão de Lula deve ficar só para depois da cúpula do G20, que Lula participa no sábado (9.set.2023). Volta ao Brasil na 2ª feira (11.set).

O mesmo caso se aplica à Funasa. A presidência do órgão, ocupada por Alexandre Motta, deve ficar com o Republicanos.

A distribuição de ministérios feita por Lula no início do governo foi a forma de o petista retribuir o apoio recebido de partidos políticos no 2º turno das eleições de 2022. A avaliação no Planalto atualmente, entretanto, é que o mais importante são os votos nos plenários da Câmara e Senado e não o apoio formal dos partidos. 

Com as mudanças anunciadas na Esplanada para abrigar o Centrão, Lula passa a ter 38 ministérios (eram 37 no início do governo) e perde uma das mulheres de seu governo. Ana Moser deixará o comando do Esporte para André Fufuca assumir. O Executivo terá 9 ministras e 29 ministros.

As negociações duraram 2 meses e incluíram a criação de um novo ministério. O ministro Márcio França (PSB) deixa Portos e Aeroportos e assume o ainda não criado Ministério das Micro e Pequenas Empresas, que sairá da estrutura já existente no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

ORÇAMENTO

Com a entrada dos novos representantes na equipe ministerial, o Centrão terá em seu guarda-chuva orçamento de R$ 4,9 bilhões em 2023 e de R$ 6 bilhões no próximo ano. O valor considera a soma do orçamento dos ministérios que foram cedidos a Fufuca e a Silvio Costa Filho.

As negociações com PP e Republicanos começaram com outros ministérios na mesa. Inicialmente, Lula havia oferecido ao PP o Ministério do Desenvolvimento Social, que tem orçamento robusto, em conversas com Arthur Lira. 

O atual titular do cargo, Wellington Dias (PT), resistiu a deixar o posto e conseguiu arregimentar o apoio do PT. Contou também com a ajuda da primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Para convencer Fufuca e caciques do seu partido, o governo prometeu que deverá “turbinar” o Ministério do Esporte, que tem atualmente a 6ª menor verba da Esplanada para 2023. O Desenvolvimento Social tem um montante 470 vezes superior.

O orçamento para o ministério liderado atualmente pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser é de R$ 900 milhões até o final do ano. Caso não haja alterações no planejamento do governo, a tendência é que esse montante caia para aproximadamente R$ 600 milhões em 2024. 

O Desenvolvimento Social, por outro lado, conta com orçamento de R$ 276,1 bilhões e a tendência até o momento é que cresça para R$ 281,7 bilhões em 2024.

Embora o Desenvolvimento Social tenha orçamento estipulado de R$ 281,7 bilhões em 2024, parte significativa desse montante é despesa sobre a qual nenhum ministro tem influência. O Bolsa Família, por exemplo, consumirá R$ 168,6 bilhões. Ainda assim, há outros programas sociais na pasta.

Ainda que tenha menos recursos, Fufuca advogou junto a seus correligionários que o Esporte tem capilaridade e pode entregar obras pelo país, como reformas de estádios e ginásios, construção de quadras esportivas e outros complexos. 

O partido está de olho em 2024, ano de eleições municipais. Esse tipo de entrega para a população ajuda a dar destaque para prefeitos e candidatos da sigla.

GOVERNOLULA DEMITE MAIS UMA MULHER DO MINISTÉRIO

 

SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Para atrair mais partidos do centrão para o governo federal, o presidente Lula (PT) demitiu nesta quarta-feira (6) um das poucas mulheres que restam no primeiro escalão na Esplanada.

Com a saída de Ana Moser do comando da pasta de Esportes, Lula tem agora um time com 9 mulheres e 29 homens. Daniela Carneiro já havia sido demitida para abrir espaço à nomeação de Celso Sabino, da União Brasil no Turismo.

O petista, que ensaia indicar um homem para a vaga de Rosa Weber no STF (Supremo Tribunal Federal), foi eleito com o discurso de fazer um governo que contemplasse a diversidade de cor e raça do país.

Antes da Esplanada inicial de Lula, com 11 ministras, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) era a que mais teve mulheres no seu primeiro escalão. Simultâneas, foram 10 em 37 pastas (27%).

O número de Lula 3, mesmo com a demissão da ex-jogadora de vôlei e de Daniela Carneiro, representa um aumento expressivo em comparação com o seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

No primeiro escalão da reta final da gestão de Bolsonaro, havia apenas uma mulher em 1 das 23 pastas: Cristiane Rodrigues Britto, à frente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Bolsonaro não deu prioridade em sua administração para compor uma equipe diversa. Ele é adepto do discurso de que esse tipo de preocupação com representatividade é “mimimi”.

Situações semelhantes ocorreram nos demais governos do período democrático. José Sarney teve apenas uma mulher em seu governo: Dorothea Werneck no Ministério do Trabalho. Fernando Collor de Mello teve à frente da Economia Zélia Cardoso de Mello.

Embora com um mandato curto após o impeachment de Collor, Itamar Franco nomeou duas mulheres: Margarida Coimbra do Nascimento para Transportes e a gaúcha Yeda Crusius na pasta do Planejamento.

Fernando Henrique Cardoso teve em seus dois mandatos Cláudia Costin –que integrou a equipe de transição de Lula– no Ministério da Administração e Reforma do Estado. Ele também escalou Dorothea Werneck para a pasta da Indústria e Comércio.

Ao assumir o Planalto após o impeachment de Dilma, o ex-presidente Michel Temer começou sua gestão sem mulheres no comando de ministérios, sendo duramente criticado por isso. Ele chegou a ter o Ministério dos Direitos Humanos dirigido por Luislinda Valois, mas terminou seu governo apenas com Grace Mendonça na Advocacia-Geral da União.

MINISTRAS NO GOVERNO LULA

Esther Dweck (PT) – Ministério da Gestão e Inovação

Cida Gonçalves (PT) – Ministério das Mulheres

Nísia Trindade (sem partido) – Ministério da Saúde

Margareth Menezes (sem partido) – Ministério da Cultura

Anielle Franco (sem partido) – Ministério da Igualdade Racial

Simone Tebet (MDB) – Ministério do Planejamento

Luciana Santos (PC do B) – Ministério da Ciência e Tecnologia

Marina Silva (Rede) – Ministério do Meio Ambiente

Sonia Guajajara (PSOL) – Ministério dos Povos Originários

TAXAÇÃO DOS SUPER-RICOS

 

A incidência de imposto de renda sobre as pessoas físicas também reflete a desigualdade no tratamento da questão tributária. Desde 1995 o Brasil mantém inatingíveis pelo fisco os valores recebidos a título de lucros e dividendos.

Por Paulo Kliass – de Brasília – Correio do Brasil

As classes dominantes brasileiras nunca gostaram de oferecer qualquer tipo de contribuição para a construção de um futuro do país em que amealharam suas fortunas. Alguém poderia argumentar que essa não é uma característica particular dos endinheirados deste rincão do planeta. Mas o fato é que não costuma acontecer em outros cantos tamanha irresponsabilidade de classe, com tamanha recusa em oferecer alguma contribuição para o fundo público.

As classes dominantes brasileiras nunca gostaram de oferecer qualquer tipo de contribuição para a construção de um futuro do país© Fornecido por Correio do Brasil

As elites brasileiras criaram uma grande mentira a respeito da suposta “elevada carga tributária”. Mas esse mito facioso criou moto próprio e contou com o importante apoio dos “especialistas” em defender os interesses do capital nos grandes meios de comunicação e em outros espaços de formação da opinião pública. Para esse pessoal, pouco importa que tal fato não seja verdadeiro e que as informações da própria Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) provem o contrário.

A estratégia sempre é a de criticar a presença do Estado na economia e repetir à exaustão o mantra liberal contra o pagamento de tributos. Afinal, se o objetivo é chegar mesmo à dimensão mínima do setor público, não há mesmo razão alguma para que o governo tenha recursos próprios. Assim, o liberalismo levado à sua radicalidade extrema se aproxima de uma variante de anarco-libertarianismo.

Falso liberalismo para não pagar impostos

O debate em torno da Reforma Tributária revelou a natureza específica de nosso sistema de impostos. Ele é marcado por aquilo que os estudiosos do tema classificam como alta regressividade. Isso significa dizer que os setores de base da nossa pirâmide da desigualdade pagam, proporcionalmente, muito mais tributos do que as seletas parcelas do topo da figura. Como nosso modelo prioriza a tributação do consumo e não a renda ou o patrimônio, o capital e os detentores de riqueza pagam apenas pelo que consomem e não por aquilo que possuem e acumulam.

A resistência organizada que ensaiam agora contra as propostas de tributação de fundos exclusivos e fundos mantidos no exterior (off shore)  reflete bem a absoluta falta de compromisso das classes dominantes para com a grande maioria da sociedade. Afinal, o absurdo maior não é o governo Lula ter enviado essas medidas. O escândalo é que até hoje, em meados de 2023, esse tipo de aplicação financeira ainda siga isenta de qualquer tipo de tributação. Isso porque aqui, no melhor paraíso global do financismo, não há nada que possa provocar qualquer tipo de contrariedade ao capital parasita. É o ambiente dos juros estratosféricos e da ausência de tributação. Trata-se de um combo perfeito para se obter uma elevada rentabilidade nas aplicações financeiras.

Isenção de lucros e dividendos, grandes fortunas i otras cositas más

Mas os exemplos desse tipo de benesse não param por aí. Nossa Constituição foi aprovada em 1988. O texto inclui um dispositivo que determina a implementação de um imposto sobre as grandes fortunas. 

(…) “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.” (…)

Isso significa que há 35 anos o Congresso Nacional jamais  foi pautado para votar qualquer lei complementar que tratasse do tema. O “lobby” dos poderosos tem sido bastante competente em evitar que esse e outros assuntos correlatos sejam apreciados e debatidos pela sociedade e pelo poder legislativo. Dentre os argumentos utilizados sempre surge a ameaça de fuga de capitais e a retórica de que ser bilionário não é pecado. Seria cômico se não fosse trágico. Tudo isso se mistura no caldo indigesto da exacerbação do empreendedorismo como a grande panaceia para os “males do país”. E pronto: vemos as cenas inusitadas, onde setores de baixa renda se somam às classes dominantes para denunciar a mão pesada do Estado contra a livre inciativa.

Outro departamento em que campeia livre, leve e solta a vontade do grande capital é o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Este colegiado decide a respeito de pendências bilionárias de dívidas tributárias não pagas e esteve até há pouco tempo na berlinda por conta de mudanças efetuadas na gestão Bolsonaro/Paulo Guedes para beneficiar ainda mais os maus pagadores de impostos. Junto a essa tendência de favorecer o grande capital, o Ministério da Fazenda costuma oferecer também os programas de refinanciamento de dívidas tributárias (REFIS). Essa prática virou uma rotina anual e aponta para uma penalização daqueles que pagam corretamente as suas obrigações para com o fisco. Afinal, no meio empresarial corre a piada segundo a qual o bom contribuinte seria o trouxa da estória, pois revela ser melhor sonegar para, em seguida, ser beneficiado por meio de um programa de perdão de multas e de parcelamento das obrigações em até 15 anos.

Por outro lado, desde 1995 o Brasil mantém inatingíveis pelo fisco os valores recebidos a título de lucros e dividendos. Uma loucura! A medida foi introduzida no primeiro ano do primeiro mandato de FHC e nunca mais foi alterada. Passaram-se 14 anos de presença do PT no governo federal e nada foi feito tampouco a esse respeito. Para corrigir essa excrescência bastaria uma singela Medida Provisória ou um Projeto de Lei Ordinária a ser encaminhado ao Congresso Nacional. São centenas de bilhões de reais distribuídos anualmente pelas empresas a seus donos e/ou acionistas que ficam de fora da tributação a que a maioria dos assalariados registrados formalmente e os funcionários públicos são submetidos compulsoriamente.

A incidência de imposto de renda sobre as pessoas físicas também reflete a desigualdade no tratamento da questão tributária. No caso brasileiro, a alíquota máxima é de 27,5% para quem recebe um pouco mais de R$ 4 mil mensais. Para o nosso sistema tributário a partir dessa faixa de rendimentos todos deveriam ser considerados “ricos”. A pessoas pode receber R$ 5 mil ou R$ 300 mil que a alíquota será a mesma. Já nos países capitalistas considerados mais desenvolvidos, as faixas de renda mais elevada podem ser afetadas por alíquotas superiores a 50%.

Tributar fundos exclusivos e “off shore”

Mas a grita do momento do pessoal da Faria Lima é contra a proposta que o governo encaminhou regulamentando as aplicações financeiras nos chamados fundos exclusivos e nos fundos baseados no exterior. Trata-se da Medida Provisória 1.171/23, que continha o reajuste do salário mínimo e também os fundos. A reação contrária das elites foi imediatamente verbalizada pelo Presidente de Câmara dos Deputados, Artur Lira. O governo recuou e concordou em apresentar essa segunda parte em texto específico, o PL 4.173/23.

Segundo estimativas da própria área econômica, as perspectivas de arrecadação de impostos com a medida não são tão altas assim. Fala-se em algo como R$ 7 bilhões para o exercício de 2024. Mas trata-se, sobretudo, de buscar a legalização e a transparência desses valores por parte de seus detentores. O Ministério da Fazenda calcula que o estoque total de aplicações de investidores brasileiros em tais ativos supere a casa de R$ 1 trilhão. Nada mais natural que o governo obrigue seus proprietários a declararem os valores e paguem tributos como se fossem renda financeira obtida de aplicações em ativos financeiros internos.

Os mesmos jornalões que exigem austeridade fiscal rígida e condenam qualquer tentativa de flexibilização da meta suicida de zerar o déficit primário em 2024 agora denunciam a suposta sanha arrecadatória (sic) do governo com tais medidas. Esbravejam contra reajustes no salário mínimo e exigem retirar da Constituição os pisos mínimos para saúde e educação, mas se recusam a recolher os impostos relativos os recursos saídos clandestinamente do Brasil. Haja falta de compromisso e sentido de solidariedade social.

Já é passada a hora de nossas elites abandonarem a postura de abutre que sempre mantiveram sobre o resto do País. A estratégia de explorar o meio ambiente com uma perspectiva de curtíssimo prazo, de espoliar a vida da maioria da população com salários e benefícios sociais minguantes e de sonegar o pagamento de tributos deve sofrer uma mudança de forma urgente. Há inúmeras medidas que o governo deve e pode implementar rapidamente para corrigir tais distorções, mas a tributação dos fundos exclusivos e os chamados “off shore” é um bom começo.

Paulo Kliass é doutor em economia e membro da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental do governo federal.

CRISE DA EMPRESA 123 MILHAS ESTÁ SENDO MUITO COMENTADA

História por Redação Itatiaia 

crise da 123milhas é um dos assuntos mais comentados das últimas três semanas em todo o Brasil. A repercussão começou na internet, ganhou as ruas e os tribunais de Justiça e, por fim, chegou até ao Congresso Nacional. A crise da empresa, que tem mais de 700 mil credores e uma dívida superior a R$ 2,3 bilhões, não é simples de entender…mas alguns especialistas ouvidos pela Itatiaia conseguiram simplificar a situação.

O estrategista em finanças Júlio Damião fez uma análise do pedido de recuperação judicial da agência de viagens e “resumiu” a situação em uma publicação no Linkedin que já acumula milhares de curtidas. Em conversa com a Itatiaia, o especialista analisou a crise da 123milhas de forma simples: “foi uma decisão errada de negócio”.

“Eles não esperavam uma alta das passagens aéreas. Para o modelo de negócios deles funcionar, teria que dar tudo certo. Eles apostaram no cenário perfeito, apostaram que as passagens não iam subir e, quando veio a alta, não fizeram nada.”

Por que a 123milhas entrou em crise?

Júlio Damião explica que a 123milhas vendia as passagens aéreas com um preço abaixo do mercado e ficava com o dinheiro do cliente. Ao mesmo tempo, adquiria milhas aéreas no mercado e usava essas pontuações para comprar os bilhetes poucos dias antes da viagem do consumidor, correndo o risco de pagar mais do que cobraram pela passagem.

“Em finanças, isso se chama ‘especulação’. Em negócios, se chama ‘não fazer hedge’. Esse desacerto de caixa chegou a R$ 2,3 bilhões. Eles pensaram o negócio de forma escalável e não priorizaram o lucro.”

O coordenador de Ciências Exatas do Ibmec, Walter Morais, vai além e afirma que a 123milhas “não vendia uma passagem aérea para o cliente, mas sim uma proposta de viagem”. Segundo ele, a empresa apostou todas as fichas nas milhas aéreas, que podem ter sua política de uso alterada a qualquer momento.

“Cada empresa de transporte tem uma política com milhas e isso pode ser alterado a qualquer momento. Nada garante uma correspondência imediata entre o valor das milhas hoje e na hora da compra da passagem. Eles faziam a movimentação com milhas mas, na hora de adquirir os bilhetes, as milhas podem não ser mais suficientes.”

123milhas é pirâmide?

convocação dos sócios da 123milhas à CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados deu impulso às suspeitas de que o negócio da empresa seria um esquema de pirâmide financeira. Mas o estrategista Júlio Damião afirma que, por enquanto, nada comprova essa suspeita.

“Não acho que é um esquema Ponzi, uma pirâmide financeira. É até irresponsável afirmar isso agora, sem nenhuma prova. Pode ser que as investigações consigam comprovar isso. Por enquanto, me parece apenas uma decisão errada de negócio.”

Crise na 123milhas

A agência de viagens 123milhas surpreendeu milhares de clientes no dia 18 de agosto, após anunciar o cancelamento de pacotes de viagens promocionais, que atraíam muitas pessoas pelo preço baixo. A decisão revoltou clientes e fez a empresa pular rapidamente para o 1º lugar no ranking de empresas mais “denunciadas” do portal ReclameAQUI.

No dia 29 de agosto, a 123milhas um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirma que enfrenta a “pior crise financeira de sua história” e alega que “fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos”. O pedido foi aceito pela Justiça no dia 31 de agosto. Confira os detalhes do pedido.

Advogados ouvidos pela Itatiaia afirmam que a empresa não pode oferecer apenas vouchers como forma de reembolso para os clientes e explicam que os consumidores têm o direito ao ressarcimento em dinheiro. Veja quais são os seus direitos.

 

NA MAIORIA DAS VEZES NÃO TEMOS CONHECIMENTO DAS COISAS E POR ISSO PRECISAMOS APRENDER

Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

Seria tão bom se as pessoas da minha empresa se preocupassem em melhorar os processos.Todo mês, é uma loucura. Basta chegar perto do dia 30 que a temperatura sobe. A meta, essa coisa que os diretores tiram da cabeça, não será alcançada. Também, faz mil anos que falo dos problemas e ninguém faz nada. O RH está preocupado com o turnover, com o clima e com o acesso à plataforma de treinamentos que eles acabaram de fechar.

A galera do comercial é estranha. No começo do mês, seguem as regras e mexem pouco nos preços. Ao final do mês, o cliente manda. Não dão desconto, perguntam o preço que ele deseja pagar. E cliente não é bobo. Já identificaram esse estilo e aproveitam todo mês disso.

E o marketing, então? orçamento para torrar quando a meta está longe. Por que não investem um valor todo mês? Mas um valor que faça sentido. Por sentido, entenda, algo que gere vendas. Na empresa, a galera só investe em eventos que geram prestígio e lazer para eles. Viagens, congressos, resorts, feiras… nada disso fecha. Se eu fosse o chefe, a coisa seria diferente.

Vou parar por aqui. O mesmo vale para o resto. Esses dias, veio um consultor me ensinar a fazer o que ele não sabe. Ele vem aqui, fala três, quatro palavras bonitas e some. É o típico mestre dos magos, caro leitor. O cara que faz uma colocação clichê, olha com cara de sabedoria, pergunta algo e vaza. Queria ver quantas horas ele aguentaria no meu lugar. Isso sem falar que o cara deve ganhar muito mais que eu.

Você já ouviu uma história assim?

Caro leitor, voltei para perguntar: quantas vezes você não ouviu histórias assim? Ou até viveu em um ambiente em que havia colaboradores com essa visão? E o pior, quantas vezes esse tipo de comportamento ajudou alguém a ser promovido, ou a empresa a crescer e ter mais lucro? A resposta, pelo menos em minha experiência, é nunca. Essa postura reativa sobre tudo e todos não ajuda em nada.

Para as coisas melhorarem, é necessário ter uma postura de construção e sinceridade. Se as coisas não estão indo bem, aposto que você não sabe a causa raiz. Se soubesse, teria agido. O que temos são apenas hipóteses, no melhor cenário. E, na maioria das vezes, não temos conhecimento para transformar os processos. Por isso precisamos aprender.

Com sólidos embasamentos práticos e teóricos, adquiridos com capacitações de boa qualidade, muitos profissionais já fizeram verdadeiros milagres em suas empresas. É comum sabermos de líderes e supervisores que se capacitaram conosco e não esperaram que a liderança liberasse os recursos; viram a oportunidade e incentivaram suas equipes a adquirem conhecimento. E, uma vez empoderadas, conduziram projetos nos quais as pessoas mudaram o patamar dos processos.

É gratificante demais encontrar operadores que, após adquirirem conhecimento, se tornaram coordenadores e até gerentes em menos de 5 anos. Com a disciplina do foco, método e tempo, processos bagunçados e terríveis de se trabalhar se transformam em motivo de orgulho e alavancas de lucro. Não é impossível. Basta que o gestor dê o foco, que a escola mostre o método e que a empresa permita que o colaborador aloque um percentual do seu tempo para isso.

Fazer a mesma coisa não levará a resultados diferentes

Como diria o Einstein das redes sociais, fazer a mesma coisa, reclamar e esperar que as coisas magicamente aconteçam, é a definição de insanidade.

Ter foco é fácil? Não mesmo. Ainda mais quando há inúmeras pessoas dando palpites e mudando a estratégia e a tática a todo momento. O tempo também é um fator escasso, ainda mais porque não há como ter mais que as 24 horas que todos dispõem por dia. Agora, método, um curso de boa qualidade resolve. Então, se encontrar alguém reclamando, como no início do artigo, ajude-o. Deixe que seja iluminado pelo seu momento mestre dos magos.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

 

terça-feira, 5 de setembro de 2023

GOVERNO ACHA QUE VAI TER GUERRA NO DIA 7/9

 

História por RENATO MACHADO • Folha de S.Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) vai atuar às vésperas e durante os eventos do 7 de Setembro deste ano para identificar eventuais ameaças que possam colocar em risco autoridades presentes no desfile e demais participantes.

Para isso, a agência vai acionar uma central de monitoramento para reunir informações e também repassá-las para outros órgãos de segurança.

A iniciativa se soma à preocupação de outros órgãos, como Exército e Polícia Militar, que ligaram o sinal de alerta para a movimentação de bolsonaristas -em particular após os ataques de 8 de janeiro. Apesar da mobilização, o governo Lula tem afirmado não ver riscos nas solenidades do Dia da Independência.

“No âmbito das celebrações relativas ao 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, a Abin atuará com foco na identificação de ameaças e incidentes que tenham potencial de impactar o livre exercício de direitos fundamentais e colocar em risco a segurança de autoridades e demais participantes dos eventos”, informou a agência em nota.

A agência acrescentou que será mobilizado o Centro de Monitoramento, em Brasília, nesta quarta (6) e quinta-feira (7), com o objetivo de “prover consciência situacional” acerca dos eventos acompanhados de Sistema Brasileiro de Inteligência, Governo do Distrito Federal e Presidência da República.

A Abin concluiu ainda que as suas superintendências estaduais também vão acompanhar os eventos nas suas respectivas capitais e que repassarão informações relevantes para o centro de inteligência em Brasília.

Autoridades do governo Lula vem buscando tratar a questão da segurança no Dia da Independência com naturalidade, minimizando o risco de eventuais ações similares à invasão da Esplanada no dia 8 de janeiro.

Mas, nos bastidores, há preocupação em relação ao desfile cívico-militar. Por isso, autoridades começaram a monitorar nas redes a ação de militantes bolsonaristas. Há previsão de que a segurança seja reforçada como em outros grandes eventos, como a posse presidencial em janeiro.

As medidas anunciadas pela Abin são implementadas sempre que ocorrem grandes eventos, como eleições e a própria posse presidencial. O Exército e a Secretaria da Segurança Pública do DF também têm monitorado a mobilização de bolsonaristas que planejam realizar protestos contra o presidente Lula.

A avaliação da inteligência dos militares é que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm se dividido entre dois grupos: um que apoia a ida ao desfile, em Brasília, para vaiar Lula e as Forças Armadas, e outro que considera mais adequado esvaziar o evento, como um recado de que o petista não tem apoio popular como tinha o antecessor.

A análise até o fim de agosto era a de que o risco de tumulto era considerado baixo.

O governo Lula vem apostando em uma cerimônia de 7 de Setembro para unir a população brasileira, amenizando o clima de polarização política. O slogan será democracia, soberania e união. As cores verde e amarela serão usadas como tentativa de mostrar que símbolos nacionais não foram capturadas pelo bolsonarismo.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, abusos de Bolsonaro no 7/9 podem levá-lo a condenação eleitoral e reforçar golpismo.

Com quatro processos tramitando no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o 7 de Setembro de 2022 pode levar Bolsonaro a mais uma condenação na seara eleitoral. A chapa perdedora é acusada de abuso de poder político e econômico e ainda de uso indevido dos meios de comunicação.

Em linhas gerais, o argumento é o de que Bolsonaro teria se aproveitado do ato em que participava como chefe de Estado, com uso de estrutura administrativa e de recursos públicos, em prol da campanha eleitoral.

O feriado da Independência de 2021, por sua vez, se transmutou em ápice do discurso golpista e antidemocrático do ex-presidente.

Na ocasião, Bolsonaro fez ameaças contra o STF (Supremo Tribunal Federal) diante de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo, exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairia morto da Presidência da República.

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