quarta-feira, 9 de agosto de 2023

CPMI DE 8/1 NÃO CONSEGUIU NADA COM ANDERSON TORRES

 

Bolsonaristas tomaram conta do final da sessão, deixando ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro confortável

Por Augusto Tenório – Jornal Estadão

depoimento de Anderson Torres na CPMI do 8 de janeiro, nesta terça-feira, 08, frustrou a expectativa da base do governo Lula. Parlamentares ouvidos pela Coluna avaliaram que o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro chegou bem preparado e deu poucas frentes para os governistas avançarem.

Anderson Torres na CPMI do 8 de janeiro
Anderson Torres na CPMI do 8 de janeiro Foto: FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Diante disso, governistas foram deixando pouco a pouco o plenário. A partir das 17h10, deputados e senadores bolsonaristas tomaram conta do recinto. Somente a relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) representaram a base do governo Lula até o final da sessão. Nenhum outro parlamentar do núcleo duro governista ficou.

A proporção, dessa forma, ficou de dois contra nove. No campo bolsonarista, Rodrigo Valadares (União-SE), Zé Trovão (PL-SC), Gilvan da Federal (PL-ES), Cleitinho (Republicanos-MG), Marco Feliciano (PL-SP), Abílio Brunini (PL-MT), Delegado Ramagem (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE) e Filipe Barros (PL-PR).

Nos bastidores, governistas afirmam que nada de novo foi apresentado pelo depoimento. A única brecha dada por Torres, na avaliação desses parlamentares, envolve a chamada “minuta do golpe”. Foi quando ele disse que o documento foi entregue por alguém, mas as digitais encontradas no papel correspondem apenas à sua própria, a do seu advogado e a do delegado do caso.

A expectativa da base governista, agora, é emparedar Torres numa acareação com ex-superintendente da Polícia Federal na Bahia, Leandro Almada. O policial afirma que tratou com o então ministro da Justiça, antes da eleição passada, sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia durante o segundo turno.

Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, é preso por suposta interferência no 2º turno das eleições

Operação da PF investiga bloqueios que teriam sido organizados para dificultar votação de eleitores no Nordeste

BLOG

Blog do Fausto Macedo

Por Pepita Ortega e Fausto Macedo – Jornal Estadão

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, presta depoimento na Comissão  Parlamentar Mista de Inquérito ( CPMI) dos Atos Golpistas
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, presta depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito ( CPMI) dos Atos Golpistas  Foto: Wilton Júnior/Estadão

Polícia Federal prendeu preventivamente na manhã desta quarta-feira, 9, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques no bojo de uma operação que apura suposta interferência nas eleições 2022. O aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro foi capturado em Florianópolis e deve ser transferido para Brasília.

Silvinei é o alvo principal da Operação Constituição Cidadã que ainda vasculha dez endereços em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A ofensiva tem o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou que 47 agentes da corporação prestem depoimento sobre o caso.

De acordo com a PF, a ‘Constituição Cidadã’ investiga o suposto uso da máquina pública para interferir no segundo turno do pleito do ano passado, com o direcionamento de recursos, por parte de integrantes da PRF, para dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022.

“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, diz a corporação.

A Operação mira crimes de crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal. Ainda mira delitos descritos no Código Eleitoral: ‘impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio’ e ‘ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato’.

O nome da ofensiva, ‘Operação Constituição Cidadã’, faz referência à Lei Maior do País, que ‘garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, maior representação da Democracia’, ressaltou a PF.

Silvinei Vasques assumiu a chefia da PRF em abril de 2021, quando foi empossado o ex-ministro da Justiça Anderson Torres – alvo de investigação por suposta omissão ante os atos golpistas de 8 de janeiro.

O ex-diretor da PRF se aposentou em dezembro do ano passado, aos 47 anos e no apagar das luzes do governo Jair Bolsonaro, no meio de uma série de investigações sobre sua atuação em meio às eleições.

Às vésperas do pleito, ele chegou a usar sua conta para pedir o voto no então presidente Jair Bolsonaro. Ele publicou nos stories uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: “Vote 22, Bolsonaro presidente”.

Silvinei é alvo de investigação não só pelas blitze da PRF em meio ao segundo turno das eleições, mas também pela conduta antes os bloqueios de rodovias que ocorreram após Luiz Inácio Lula da Silva sair vitorioso das urnas.

Ele ainda é acusado de improbidade administrativa e uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura de Bolsonaro.

MALANDRAGEM POLÍTICA

 

Esse vínculo do ‘mandão’ ou do ‘chefe’ com a regra é o fundamento das realezas, nas quais o rei era o centro absoluto do poder, que não tinha lugar sem a sua pessoa

Por Roberto DaMatta – Jornal Estadão

Antique illustration by Gillray

Fui dos poucos (seguindo a trilha pioneiramente aberta por Antonio Candido) a estudar o malandro (por meio de Pedro Malasartes) e a tentar caracterizar sociologicamente a malandragem – esse estilo de navegação social guiado por uma ética dúplice, conforme sugeri em 1979, em Carnavais, Malandros e Heróis.

Não é tarefa simples realizar isso no Brasil porque herdamos hierarquias ao lado de uma relativa obediência a regras. O inferior obedece à lei e ao superior que a canibaliza, como decreta o nosso personalismo. Em outras palavras, quem administra, comanda, governa leis, regras e normas, com elas se confunde e possui o paradoxal direito de não as obedecer, precisamente porque elas fazem parte de sua pessoa.

BRASILIA DF NACIONAL CAMARA ARTHUR LIRA ARCABOUCO FISCAL 17-05-2023 A Camara dos deputados vota a urgvɬ™ncia do projeto lado Arcabouco Fiscal.  Na mesa o Presidente Arthur Lira Deputado Claudio Cajado (e) relator do projeto.  FOTO WILTON JUNIOR/ESTADAO
BRASILIA DF NACIONAL CAMARA ARTHUR LIRA ARCABOUCO FISCAL 17-05-2023 A Camara dos deputados vota a urgvɬ™ncia do projeto lado Arcabouco Fiscal. Na mesa o Presidente Arthur Lira Deputado Claudio Cajado (e) relator do projeto. FOTO WILTON JUNIOR/ESTADAO Foto: Wilton Junior/Estadão

Esse vínculo do “mandão” ou do “chefe” com a regra é o fundamento das realezas, nas quais o rei era o centro absoluto do poder, que não tinha lugar sem a sua pessoa. Pertenciam ao rei o direito e o poder de mandar. Sua palavra era lei e não podemos esquecer que o Brasil a recebeu – e foi desenhado por um rei e uma corte que saíram do seu local de origem (Portugal), realizando um movimento singular do centro para a periferia colonial, num gesto único na história europeia.

Conta a anedota que Napoleão teria dito que d. João VI (o fujão) teria sido o único monarca europeu que o enganou. De minha parte eu diria que dom João VI inventou a malandragem quando largou, mas não abandonou, o seu reino. Nesse extraordinário movimento, ele ficou “entre reinos”. Ou, para ser mais preciso, ele criou o que Victor Turner chamou de liminaridade e, com isso, instituiu uma ética dúplice, pois fez nascer num só reino duas nobrezas, elites, capitais e – é óbvio – muita ambiguidade. Nesse caso, a lealdade não poderia ser territorial e institucional, mas pessoal.

Seria leviano sugerir que dom João engendrou a malandragem e, com ela, o personalismo que administra a vida de todos nós. Pois quem é capaz de não nomear leais companheiros muito mais valiosos do que protocolos?

Uma das consequências dessa institucionalização de escolher sempre os dois – ou seja: a lei e o amigo, Lisboa e o Rio de Janeiro, a República e a aristocracia sem o império, tem como resultado viver debaixo da sombra de uma densa imprecisão. O formidável meio-termo da terceira margem do rio, como especulou Guimarães Rosa. Pressionados por uma ética dúplice, perseveramos sendo marxistas católicos, espíritas bíblicos, católicos umbandistas, socialistas capitalistas e fascistas anárquicos. Não temos culpa, mas se formos descobertos temos vergonha…

Terra sem regra e rei? De modo algum! Terra com muitas leis e muitos mandões. Tantos tribunais, legalidades e códigos que, querendo ou não, somos todos legais-ilegais – ou seja: formidáveis malandros.

ONDAS DE CALOR TORNAM O MAIS QUENTE DA HISTÓRIA

 


Julho foi marcado por ondas de calor e incêndios em todo o planeta

Por AFP – Itatiaia

Ondas de calor podem reduzir PIB mundial em 0,6%; julho foi o mês mais quente da história
Julho foi marcado por ondas de calor e incêndios em todo o planeta

As recentes ondas de calor registradas no mundo podem reduzir em 0,6% o Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2023, alerta uma estimativa seguradora Allianz Trade, que indica que a China pode perder até 1,3 ponto de crescimento.

O observatório europeu Copernicus confirmou na terça-feira que julho de 2023 foi o mês mais quente já registrado na Terra, 0,33 grau Celsius acima do recorde anterior, de julho de 2019.

O mês foi marcado por ondas de calor e incêndios em todo o planeta.

“Nos últimos meses, Estados Unidos, Europa, China e outros países da Ásia enfrentaram aumentos recorde de temperatura (…) A mudança climática aumentará a frequência e a intensidade de episódios de calor extremo, o que criará um ‘novo normal’ de ondas de calor, seca e incêndios”, advertiu a Allianz Trade.

“Eventos como estes não têm impacto apenas nas pessoas e na vida selvagem, mas também nas economias”, destaca um estudo publicado esta semana.

A seguradora de crédito acrescenta que “os trabalhadores afetados pelo calor reduzem as horas de trabalho, desaceleram suas tarefas e cometem erros. A redução da produtividade no trabalho provocada pelas temperaturas extremas é um fenômeno bem conhecido”.

No estudo, a Allianz Trade utiliza vários dados e análises disponíveis para elaborar a estimativa de que as ondas de calor “podem custar 0,6 ponto do PIB em 2023”.

Segundo os cálculos, a China pode ver seu PIB reduzido em 1,3 ponto, a Espanha em 1 ponto, a Grécia em 0,9, a Itália em 0,5, Estados Unidos em 0,3 e a França em 0,1.

COMO ESVAZIAR A LIXEIRA DO COMPUTADOR

Mensagens deletadas podem ficar até 30 dias guardadas em pastas de itens excluídos

Por Redação – Jornal Estadão

Esvaziar a caixa de e-mail é uma tarefa que pode ser simples se você é do tipo que seleciona todas as mensagens e clica em “apagar”. Porém, apenas deletar os seus e-mails da caixa principal não garante que eles tenham sido excluídos para sempre — um exemplo são as mensagens recuperadas pela Polícia Federal no caso das pedras preciosas recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado. Uma das conversas registrava uma solicitação do coronel Mauro Cid para que o bem não fosse incluído na lista oficial de presentes. As mensagens foram obtidas pela CPMI do 8 de Janeiro na caixa de e-mails deletados do militar, que não havia apagado os itens deste canal.

Isso porque os servidores de e-mail mantêm mais de um nível de armazenamento para garantir que mensagens apagadas por engano possam ser recuperadas, ou, ainda, no caso de algum problema de sistema ou de segurança, esses e-mails possam ser restaurados.

Assim, o e-mail percorre dois caminhos essenciais: quando são deletados da caixa de mensagens, eles vão para a lixeira e, somente de lá, podem ser excluídos permanentemente. Por padrão, serviços de e-mail como Gmail Outlook permitem que os e-mails fiquem armazenados na lixeira por até 30 dias. Após esse período, as mensagens são excluídas automaticamente.

Ainda assim, é possível recuperar e-mails depois desse processo. No Gmail, do Google, todos os administradores de contas corporativas têm 25 dias adicionais para acessar mensagens excluídas pelo dono da conta. Já no Outlook, da Microsoft, é possível acessar uma pasta chamada “Itens recuperáveis”, dentro da aba de itens excluídos. O serviço também oferece 30 dias de “arrependimento” caso o usuário queira resgatar alguma mensagem deletada.

Veja como excluir permanentemente as mensagens do seu e-mail:

Google

  1. Clique no ícone de lixeira ao lado da mensagem e delete o item
  2. Acesse a aba “lixeira”, no menu principal do e-mail
  3. Selecione a mensagem que deseja apagar e clique em “excluir definitivamente”
  4. Também é possível selecionar todos os e-mails para deletar. Ainda, na parte superior da caixa de mensagens, é possível clicar em “Esvaziar a lixeira agora” e dar o ok para concluir a ação.

Para recuperar um e-mail na lixeira, basta clicar na mensagem com o botão direito e selecionar “Enviar para a caixa de entrada”.

Outlook

  1. Clique no ícone de lixeira ao lado da mensagem e delete o item
  2. Acesse a aba “Itens Excluídos”, no menu principal do e-mail
  3. Selecione a mensagem que deseja apagar e clique em “Excluir permanentemente”
  4. Também é possível selecionar todos os e-mails para deletar. Ainda, na parte superior da caixa de mensagens, é possível clicar em “Esvaziar pasta” e dar o ok para concluir a ação.

Para recuperar um e-mail na lixeira, basta clicar na mensagem e selecionar “Restaurar”.

ATAQUES A MORAES DEVERIAM SER RESOLVIDOS NO AEROPORTO DE ROMA

Medidas adotadas pela Corte para apurar agressões ao ministro levantam mais dúvidas do que certezas

Por Francisco Leali – Jornal Estadão

O mundo jurídico parece afundado em pontos de interrogação e de exclamação. O caso das agressões e hostilidades ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e seus familiares em solo estrangeiro fez eclodir mais dúvidas do que certezas. A lista começa com a convicção de que nenhum ser humano pode ser tratado à base de impropérios e termina com indagações sobre até onde pode ir o Estado para proteger a todos nós.

Moraes, mulher e filhos estavam em Roma. De malas prontas para retornar ao Brasil, teriam sido vítimas de agressões verbais e até físicas. Seus algozes foram procurados pela Polícia Federal assim que chegaram por aqui. Três deles já prestaram depoimento. Por ordem do STF, chegou-se a fazer busca e apreensão nos endereços dos detratores de Moraes. Dito dessa forma, parece uma mera descrição de manual de normas e procedimentos. Será que é isso mesmo?

O procurador da República Vladimir Aras já chefiou a área de cooperação internacional na Procuradoria-Geral da República. Ele veio a público para tecer considerações sobre o caso e juntou-se à turma que evita o aplauso fácil. Disse que o caso das agressões a Moraes nem seria para investigação criminal no Brasil, nem processo para o STF cuidar. Citou leis, jurisprudências e acordos de cooperação com a Itália para explicar por que vê o episódio dessa maneira.

Ao Blog do Fausto, constitucionalistas também levaram senões à condução do caso. Já o ministro da Justiça, Flávio Dino, ex-juiz federal, entende que, até agora, ninguém saiu do script. Diz ele que a PF fez as buscas para preservar provas e as medidas adotadas são as devidas.

Os juristas ainda certamente debaterão como encaixar o caso no mundo das leis. Já no mundo dos leigos resta a impressão de que tudo parece tão certo que dá para desconfiar.

Uma autoridade agredida lá fora não seria caso para acionar a polícia local? Armada a confusão, não teriam que todos serem levados para esclarecer o ocorrido, se crime houve, perante as autoridades italianas?

A opção por esperar uma dezena de horas de voo para tratar tudo em solo brasileiro induz a acreditar que por aqui um ministro do STF teria melhores condições de se proteger. Afinal, o hábito de sair apedrejando verbal e até fisicamente o suposto adversário político virou moda nos últimos anos quando o morador do Palácio da Alvorada rosnava para quem julgasse ser seu inimigo.

Mas é medida proporcional a presidência da Suprema Corte determinar uma busca de celular no interior de São Paulo? E o processo vai ficar ali no STF com base no foro de quem? Os agressores da família do empresário Roberto Mantovani Filho não têm essa prerrogativa legal. Já Alexandre de Moraes tem, mas ele é o agredido.

Foro especial para vítima parece cheirar a jabuticaba, a fruta que o ministro Gilmar Mendes gosta de citar quando se depara com uma invenção à brasileira.

 

LIÇÕES DO FILME DA BARBIE QUE PODEM MUDAR A SUA EMPRESA

 

Carine Roos, CEO e fundadora da Newa*

Se você ainda não foi picado pela mosca rosa do filme Barbie, com certeza, ainda será. O fenômeno pink já entrou para a história das bilheterias brasileiras como o segundo maior dia de estreia no país — atrás apenas de Vingadores: Ultimato (2019), mas seu sucesso está só começando.

Segundo dados da Comscore, o filme de comédia estrelado por Margot Robbie arrecadou S$ 1 milhões  ao redor do mundo  e aqui faço um parênteses para ressaltar que é o primeiro filme dirigido por uma mulher, Greta Gerwig, que bateu recorde de arrecadação.

O alvoroço também é sentido nas ações da Mattel (MAT) desde o anúncio do longa. Para se ter ideia, as ações já acumulam um salto de 17,64% na Nasdaq este ano. A Mattel projeta o faturamento — nada modesto — de até US$ 950 milhões em 2023, impulsionados pelo licenciamento de produtos usando a imagem da Barbie e o pagamento de royalties.

Pelos números, é imprescindível ressaltar que mesmo a crítica em cima do patriarcado e do capitalismo, o filme não é revolucionário. Aliás, usa das bases do capitalismo para fazer um rebranding da boneca, apropriando-se de toda a imposição da ditadura da beleza das mulheres para lucrar em cima e se tornar um trend mundial.

O capitalismo tem sido uma força motriz por trás do sucesso da marca Barbie desde o seu lançamento em 1959. Ao longo dos anos, a boneca tornou-se um ícone do consumismo e um símbolo do materialismo, representando uma imagem de perfeição estereotipada –   a propósito, esse é o nome da personagem principal, Barbie Estereotipada – e moldando padrões de beleza inatingíveis, movimentando milhões nas indústrias de cosméticos, moda e na cirurgia plástica. Por outro lado, se mostrava uma mulher independente, com várias profissões, dona de si e livre das amarras de um casamento.

Agora, temos de ter um pouco de cautela. Fazer Barbie virar feminista da noite para o dia com um roteiro que trata de maneira soft assuntos que estão sendo revistos pela sociedade e pelas empresas é ir longe demais. Tudo que ela é, com suas roupas, acessórios e tudo mais, mesmo que atenta a questões de diversidade e empoderamento não passa de um produto que trouxe, assim como o filme “feminista”, lucros inestimáveis para a Mattel. Podemos até falar em reparação, mas não podemos ser ingênuos que as armas usadas são aquelas que perpetuam o sistema vigente.

Vale aqui uma referência a sua criadora, Ruth Handler, que descobriu um nicho de mercado quando percebeu que não existiam bonecas adultas para meninas. A maioria era bebe, reforçando o papel da economia do cuidado, ainda designado predominantemente às mulheres. Ruth quebrou várias barreiras em sua época. Trabalhou quando era adolescente, viveu longe da família, com amigas, e decidiu voltar a trabalhar depois de casada. Ela e o marido, Elliot, fundaram a Mattel quando ela tinha 30 anos, e a boneca quando tinha 43. No filme, ela aparece como um fantasma que vive em um dos andares da sede onde predominantemente trabalham homens e faz ironia a sua condição com os problemas financeiros que enfrentou nas cenas finais.

Para o papel das mulheres dentro das companhias, cabe ao de secretária com talentos não reconhecidos que acaba sendo o elo entre a fictícia Barbieland e o mundo real. Glória, representada pela America Ferrera, de descendência latino-americana, é responsável por um monólogo onde mostra como é terrivelmente difícil ser mulher em uma sociedade patriarcal. Para as grávidas, a realidade é mais cruel. A boneca foi ”descontinuada” e em todas as cenas aparece em segundo plano.

Cabe, também, servir de coadjuvantes, artistas asiáticos, trans (a atriz e modelo trans Hari Nef foi escalada para viver a Barbie Médica), gordas e negras. Para dar mais uma forçada no politicamente correto, a presidente da Barbieland é uma boneca negra, mas sem dar a ela uma representatividade legítima. O filme é calcado em um protagonismo branco, masculino e hétero. Basta ver a tentativa de “revolução” de Ken que deixa de ser o namorado da Barbie para implantar o patriarcado no mundo dos brinquedos fazendo uma lavagem cerebral nas bonecas. Ao final, ao perder o suposto poder, sai a procura de qual o papel do homem quando se fala de equidade de gênero.

Aqui levanto um outro ponto importante que devemos desenvolver com as lideranças: a vulnerabilidade. Tanto Ken quanto Barbie se tornam “humanos” quando deixam que suas emoções falem mais alto que os padrões estabelecidos impostos. As empresas erram, pois são comandadas por pessoas que em determinada situação não possuem repertório ou consciência para agirem de outra forma. Isso também não as redime da responsabilidade social que é perpetuar as relações de poder sem transformá-las

Assim como a Mattel, existe uma longa jornada que as empresas comprometidas com a verdadeira justiça social e a equidade devem traçar, partindo para rever suas estruturas internas, o impacto socioambiental gerado, e como podem verdadeiramente contribuírem com um sistema econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo para todas as pessoas e para o planeta.

Como sociedade, devemos refletir sobre como consumimos e perpetuamos certos padrões de consumo, estigmas sociais, buscando equilibrar os aspectos comerciais e entendendo que uma opressão invertida não é a solução. O caminho é longo. E o filme é apenas uma pequena ponta do iceberg para aprofundarmos essa discussão.

SOBRE CARINE ROOS:

Carine Roos é especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão com mais de 10 anos de experiência no setor. A socióloga e mestranda na London School of Economics, é CEO e fundadora da Newa Consultoria, uma empresa de impacto social que prepara organizações para um futuro mais inclusivo por meio de sensibilizações, workshops, treinamentos e consultoria de diversidade. Mais de 12 mil pessoas foram impactadas em vivências com mais de três mil horas em salas de aula e mais de 2 mil mulheres mentoradas, que hoje estão mais seguras, mais estratégicas, mais reconectadas com a sua história e com a sua essência. À frente da Newa, Carine tem como missão preparar líderes para que a Diversidade e a Inclusão sejam uma realidade imediata nas organizações.

SOBRE A NEWA:

A Newa é uma empresa de impacto social que atua no desenvolvimento de organizações baseadas na construção do diálogo, na colaboração e no respeito. A startup valoriza as diferenças e age em prol da diversidade e do bem-estar genuíno. Desde a sua fundação, a Newa atua no desenvolvimento de lideranças compassivas, que atuem na construção de ambientes mais inclusivos e psicologicamente seguros a partir do florescimento humano. A empresa aposta em lideranças focadas no coletivo, na colaboração, na abundância e na compaixão, valores que considera essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e com mais equidade.

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

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Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

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terça-feira, 8 de agosto de 2023

ESTADOS DO SUL CRIAM FRENTE POLÍTICA EM DEFESA DE SEU PROTAGONISMO

História por Ricardo Senra – Da BBC News Brasil

Imagem compartilhada quase 10 mil vezes no Twitter junto a falas de Zema mostra Brasil dividido por ‘muro’ separando Norte e Nordeste© Reproducao

A criação de uma frente política em defesa do “protagonismo” de Estados do Sul e do Sudeste, recém-anunciada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem sido defendida por grupos que pregam uma separação definitiva entre Sul e Norte do Brasil.

Em entrevista do jornal O Estado de S. Paulo no domingo (06/08), o governador mineiro anunciou o novo Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) e comparou o país a um produtor rural que dá “tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”.

As primeiras seriam Estados do Norte e Nordeste, enquanto as últimas seriam Estados do Sul e Sudeste.

As falas, que tiveram forte reação em Brasilia, também rendem debate intenso nas redes sociais.

Pelo Twitter, um mapa do Brasil com as palavras “muro já” separando Estados ao Sul e ao Norte junto à frase “força Zema, apoiamos você” foi curtido e compartilhado quase 10 mil vezes.

“Já passou da hora de pensarmos na possibilidade de independência dos Estados do Sul e Sudeste. Chega de pagar a conta de Estados que não querem nada a não ser sugar até a última gota de sangue de quem trabalha e produz”, reagiu o perfil de um grupo separatista paulista no Facebook, junto a um link para a entrevista do governador de Minas Gerais.

A Constituição brasileira não permite a independência de Estados da Federação.

Questionado pela reportagem sobre o apoio de movimentos separatistas às falas do Zema, o governo de Minas Gerais encaminhou link para um tuite em que o governador afirma que “a união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões” (veja mais abaixo).

Separatismo

Mapa compartilhado em redes sociais exclui parte do territorio nacional – Constituição brasileira diz que a República Federativa do Brasil é “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”© Reprodução

Outra versão do mapa do Brasil, excluindo totalmente estados acima de Minas Gerais, circula em grupos no Telegram com hashtags separatistas defendendo a independência do Sul do país.

Nas mesmas redes, separatistas compartilham junto à fala de Zema a defesa do que chamam de “Brasil do Sul” ou “Confederação Sul-Sudeste” – uma proposta de divisão política definitiva no país.

“A bandeira deles é uma das nossas há 31 anos”, diz à BBC News Brasil Nãna Freitas, presidente do Movimento O Sul é o Meu País, que desde 1992 defende a separação definitiva de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do resto do Brasil.

“Mas sabemos que um passo precisa ser dado de cada vez”, continua Freitas.

“Não estamos aqui pra buscar uma secessão à força. Isso nunca fez parte de nossa caminhada. Agimos de maneira democrática e consultiva a população, aderindo simpatizantes da ideia. Existimos e resistimos ano após ano por trabalharmos dentro do que a Constituição Federal nos permite.”

Segundo o primeiro artigo da Constituição Federal, a República Federativa do Brasil é “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”.

O pacto federativo é cláusula pétrea da Constituição – ou seja, não pode ser alterado a não ser que uma nova Carta Magna seja promulgada.

O que disse Zema

‘Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza?’, questionou Zema© Getty Images

Ao Estadão, Zema disse que governadores do Sul e do Sudeste estão se organizando em busca de “protagonismo” político e econômico no Congresso Nacional.

Segundo o governador de Minas, a criação formal do Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) tem como objetivo defender a região do que ele define como tratamento privilegiado às demais regiões do país.

“Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade… Tem, sim”, disse o mineiro ao jornal.

“Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito. Daqui a pouco as que produzem muito vão começar a reclamar o mesmo tratamento. É preciso tratar a todos da mesma forma.”

Na entrevista ao jornal paulista, Zema disse ainda que Sul e Sudeste representam “56% dos brasileiros” e “70% da economia do pais”, mas agem de maneira desarticulada no Congresso.

“Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília.”

“Nós (…), que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos”, afirmou.

Resposta política

Para a ministra do meio Ambiente Marina Silva, Zema erra ao definir importância de um Estado por seu ‘peso populacional’© Reuters

As falas geraram uma onda de críticas de autoridades em todo o espectro político.

À direita, o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) disse que “infelizmente, o governador Zema, talvez por não ter se expressado da forma adequada, acabou por criar mais problemas que as soluções que busca”.

“Sempre precisamos e muitas vezes contamos com alianças com outras regiões, em especial o Nordeste brasileiro. Minas nunca foi antagônica às regiões mais pobres do país, até porque fazemos parte delas, muito menos imaginou liderar esse antagonismo”, continuou Neves.

Ex-ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, Gilson Machado (PL-PE) disse “repudiar veementemente qualquer fala que sequer ventile a separação de nosso País”.

“O Nordeste não é peso para ninguém,o Nordeste é rico”, afirmou, endossado pelo ex-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) de Bolsonaro, Fabio Wajngarten.

“Parabéns, Gilson. O Brasil é nordestino”, escreveu o bolsonarista.

Até o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES), que também faz parte do Cossud, se colocou.

“Sobre a entrevista do Governador Zema (MG) para o jornal Estado de SP, é importante deixar claro que é sua opinião pessoal. O ES participa do Cossud para que ele seja um instrumento de colaboração para o desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões”, disse.

À esquerda, o ministro da Justiça Flavio Dino classificou Zema como “traidor da Constituição é traidor da pátria”.

“Absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais”, disse.

Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC), a importância de um Estado não pode ser definida pelo “peso populacional”.

“Sem a Amazônia, não tem como ter agricultura, não tem como ter indústria, não tem como o Brasil sequer ter vida no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, porque a ciência diz que seria um deserto igual o deserto do Atacama ou do Saara”, disse Silva em suas redes sociais.

“Portanto, não é uma questão de quantidade em termos de peso populacional, é uma questão de trabalharmos com o princípio da justiça ambiental e do PIB dos serviços ecossistêmicos que são gerados por essa região”, continuou a ministra.

Em nota assinada pelo governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), o Consórcio Nordeste afirmou que Zema cria “um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste”.

“Negando qualquer tipo de lampejo separatista, o Consórcio Nordeste imediatamente anuncia em seu slogan que é uma expressão de ‘O Brasil que cresce unido’. Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual.”

Apoio de Eduardo Leite

Para Eduardo Leite, falas de Zema foram descontextualizadas© Getty Images

Até a publicação desta reportagem, a única autoridade de peso a apoiar publicamente as falas de Zema foi o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS).

“Seremos todos mais fortes quanto mais formos um só Brasil. Não acredito que o governador Zema tenha dito nada diferente disso. Se disse, não me representa”, escreveu em suas redes sociais.

Leite disse ainda em vídeo: “A gente nunca achou até hoje que os estados do Norte e do Nordeste haviam se unido contra os demais estados do país. Pelo contrário, a união desses estados em torno da pauta que é de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa, finalmente, fazer o mesmo. Não tem nada a ver com frente de Estados contra Estados ou região contra região”.

Após as criticas, Zema voltou ao tema em suas redes sociais.

“A união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões. Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços. Diálogo e gestão são fundamentais pro país ter mais oportunidades. A distorção dos fatos provoca divisão, mas a força do Brasil tá no trabalho em união.”

 

GOVERNO QUER EXPLORAR PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS

História por RENATO MACHADO • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A AGU (Advocacia-Geral da União) caminha para concluir nos próximos dias um parecer a respeito da exploração de petróleo na Foz do Amazonas, que deve rebater um dos argumento do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para ter barrado a perfuração da bacia.

O parecer da AGU deve usar como base uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal que considerou não ser necessária a realização de estudos de caráter estratégico, a chamada Avaliação Ambiental de Área Sedimentar na bacia da Foz do Amazonas.

A ausência desse estudo foi um dos pontos apontados pelo Ibama para negar o pedido da Petrobras para prospectar e explorar petróleo na região.

A informação sobre a conclusão do parecer da AGU foi dada inicialmente pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha.

A exploração de petróleo na Foz do Amazonas tornou-se um ponto de polêmica e disputa dentro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A questão coloca de um lado a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de outro, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o núcleo político.

O próprio Lula tem indicado uma posição favorável à realização de estudos para detectar se há petróleo na região, embora garante que tudo será feito com segurança para evitar qualquer problema ambiental.

Na semana passada, durante entrevista a rádios da região da Amazônia, Lula afirmou que quer “continuar sonhando” com a exploração de petróleo na região.

“Nós tínhamos a Petrobras com uma plataforma preparada para fazer pesquisa nessa região. Houve um estudo do Ibama que dizia que não era possível, mas esse estudo do Ibama não é definitivo, porque eles apontam falhas técnicas que a Petrobras tem o direito de corrigir. Estamos discutindo isso”, afirmou o presidente na entrevista.

Em maio deste ano, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, acompanhou parecer técnico do órgão e negou pedido feito pela Petrobras para perfurar a bacia da foz do rio Amazonas com objetivo de explorar petróleo na região.

A decisão foi tomada após o Ibama demonstrar preocupação com as atividades da petroleira em uma região de vulnerabilidade socioambiental.

Ao indeferir a licença, o Ibama apontou eventuais impactos sobre comunidades indígenas, devido ao sobrevoo de aeronaves entre o Aeródromo de Oiapoque (AP) e a localização do bloco FZA-M-59, além do tempo de resposta e atendimento a fauna que seria atingida por óleo, em caso de vazamento.

O ponto central, no entanto, foi a necessidade de realização de estudos de caráter estratégico, a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar.

O Ministério das Minas e Energia então encaminhou ofício à AGU um pedido de análise jurídica relativa ao caso da exploração de petróleo na chamada margem equatorial. A pasta argumenta que foi respeitado todo o processo legal durante o processo licitatório dos campos de exploração, em 2013.

Interlocutores na AGU apontam que o parecer deve se amparar em uma decisão proferida pelo STF que julgou, em um caso diferente, que não seria necessário estudo de impacto regional para áreas que já foram leiloadas.

A decisão final caberá exclusivamente ao Ibama, que já analisa um novo pedido da Petrobras. O parecer da AGU, no entanto, deve aumentar a pressão sobre o órgão e também sobre a área ambiental. Além disso, pode ceder novos argumentos para o próprio Lula decidir a posição do governo sobre a questão.

 

UNIÃO EUROPEIA FAZ RESTRIÇÕES A PRODUTOS PROVENIENTES DE ÁREAS DE DESMATAMENTO LEGAL E ILEGAL

Diz Fávaro

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

President of the European Commission Ursula von der Leyen (R) shakes hands with Brazil’s President Luiz Inacio Lula da Silva (C) during a press conference as part of the EU- CELAC (Community of Latin American and Carribean States (CELAC) Summit in Brussels on July 17, 2023. (Photo by Jean-Christophe Verhaegen / AFP)

As restrições da União Europeia a produtos provenientes de áreas de desmatamento, legal e ilegal, podem levar a um aprofundamento das relações comerciais brasileiras com os países integrantes do Brics (grupo formato por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), caso as negociações com bloco europeu não avancem, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “Precisamos mostrar o quanto nossos produtos têm qualidade e garantia sustentável. A própria ministra (do Meio Ambiente) Marina Silva disse que menos de 2% dos produtores brasileiros cometem crimes ambientais. Se, com certificação e garantia da produção, a União Europeia não quiser aceitar os nossos produtos, vamos explorar o bloco dos Brics”, ressaltou.

A declaração foi realizada em coletiva de imprensa durante o 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado nesta segunda-feira em São Paulo. “O Brasil tem de ter altivez, vamos procurar uma nova ordem econômica, com novas oportunidades econômicas”, acrescentou Fávaro.

O ministro também reforçou as críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as exigências ambientais da União Europeia para concluir o acordo com o Mercosul.

A União Europeia apresentou protocolos adicionais para fechar o acordo comercial com o Brasil e os outros países-membros do Mercosul. No aditivo da União Europeia para o acordo, segundo Fávaro, não há nenhum ponto sobre abertura de mercado ou inclusão social.

Fávaro ressaltou que Marina Silva deverá apresentar um estudo na 28ª Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28), em novembro, sobre os efeitos do aquecimento global para a agricultura. “Hoje, 80% da emissão de CO2 do mundo é proveniente de petróleo, não é desmatamento da Amazônia”, afirmou o ministro. “O código florestal do Brasil é altamente restritivo”, destacou.

Embora o País avance na fiscalização, o ministro admitiu que há lentidão na regularização ambiental de produtores rurais. Ele afirmou que, em São Paulo e Mato Grosso, apenas 5% dos produtores rurais que incluíram os dados no sistema do Cadastro Ambiental Rural (CAR) estão com seus processos aprovados.

Os dois Estados são os mais adiantados do País na validação. “A análise do CAR precisa de ferramentas tecnológicas que permitam tirar a subjetividade (do processo)”, ressaltou o ministro.

O post Se UE não aceitar produtos com certificação, bloco dos Brics será explorado, diz Fávaro apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

 

REFORMA TRIBUTÁRIA ESTÁ SENDO FEITA PARA AUMENTAR IMPOSTOS

 

Diz Appy

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

Após os avanços na primeira etapa da reforma tributária, focada em consumo, a segunda fase, da renda, o governo federal estuda estabelecer a tributação do lucro acumulado das empresas – ou seja, que não foi distribuído. A afirmação foi feita por Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, em entrevista ao Programa Negócios em Pauta da Rádio A Hora, do Rio Grande do Sul, no sábado, 5.

Segundo Appy, essa medida ainda está sendo avaliada. A agenda sobre a tributação da renda deve ser anunciada mais para o final do ano, para “não gerar muito ruído com a discussão da reforma tributária do consumo que está no Congresso Nacional”. Entre as mudanças, estará, muito provavelmente, a forma de tributação do lucro das empresas.

Appy afirmou na entrevista que o Brasil tributa o lucro só na empresa, e não na distribuição. “A grande maioria dos países no mundo tributa na empresa e na distribuição. É verdade que o País tem uma alíquota na empresa que é mais alta do que no resto do mundo, mas não tem nenhuma tributação na distribuição. Na soma dos dois, o Brasil tributa abaixo da média mundial”, disse o secretário.

De acordo com ele, é muito provável que seja definida uma redução da alíquota na empresa, passando a tributar também o lucro na distribuição.

Appy ainda citou que nessa segunda fase podem ser estabelecidas medidas de redução da tributação da folha de salários. “A gente precisa financiar essa desoneração da folha e a melhor forma de fazer isso é via mudanças no imposto de renda.”

O secretário reforçou que a ideia geral que norteia tanto a reforma tributária do consumo, como a da renda, é tornar o sistema mais eficiente, favorecendo mais o crescimento.

Além disso, outro objetivo é tornar o sistema mais justo, “sobretudo fechando brechas que permitem que pessoas de alta renda sejam pouco tributadas”, disse Appy.

O post Governo estuda tributar lucros acumulados e não distribuídos pelas empresas, diz Appy apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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