Bolsonaristas tomaram conta do final da sessão, deixando ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro confortável
Por Augusto Tenório – Jornal Estadão
O depoimento de Anderson Torres na CPMI do 8 de janeiro,
nesta terça-feira, 08, frustrou a expectativa da base do governo Lula.
Parlamentares ouvidos pela Coluna avaliaram que o ex-ministro da Justiça
do governo Bolsonaro chegou bem preparado e deu poucas frentes para os
governistas avançarem.
Anderson Torres na CPMI do 8 de janeiro Foto: FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
Diante disso, governistas foram deixando pouco a pouco o plenário. A
partir das 17h10, deputados e senadores bolsonaristas tomaram conta do
recinto. Somente a relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA),
e o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) representaram a base do governo
Lula até o final da sessão. Nenhum outro parlamentar do núcleo duro
governista ficou.
A proporção, dessa forma, ficou de dois contra nove. No campo
bolsonarista, Rodrigo Valadares (União-SE), Zé Trovão (PL-SC), Gilvan da
Federal (PL-ES), Cleitinho (Republicanos-MG), Marco Feliciano (PL-SP),
Abílio Brunini (PL-MT), Delegado Ramagem (PL-RJ), Eduardo Girão
(Novo-CE) e Filipe Barros (PL-PR).
Nos bastidores, governistas afirmam que nada de novo foi apresentado
pelo depoimento. A única brecha dada por Torres, na avaliação desses
parlamentares, envolve a chamada “minuta do golpe”.
Foi quando ele disse que o documento foi entregue por alguém, mas as
digitais encontradas no papel correspondem apenas à sua própria, a do
seu advogado e a do delegado do caso.
A expectativa da base governista, agora, é emparedar Torres numa
acareação com ex-superintendente da Polícia Federal na Bahia, Leandro
Almada. O policial afirma que tratou com o então ministro da Justiça,
antes da eleição passada, sobre as operações da Polícia Rodoviária
Federal (PRF) na Bahia durante o segundo turno.
Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, é preso por suposta interferência no 2º turno das eleições
Operação da PF investiga bloqueios que teriam sido organizados para dificultar votação de eleitores no Nordeste
BLOG
Blog do Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo – Jornal Estadão
O
ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques,
presta depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito ( CPMI)
dos Atos Golpistas Foto: Wilton Júnior/Estadão
Silvinei é o alvo principal da Operação Constituição Cidadã que
ainda vasculha dez endereços em Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Distrito Federal e Rio Grande do Norte. As ordens foram expedidas pelo
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A ofensiva tem o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou
que 47 agentes da corporação prestem depoimento sobre o caso.
“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro
daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado
patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, diz a
corporação.
A Operação mira crimes de crimes de prevaricação e violência
política, previstos no Código Penal. Ainda mira delitos descritos no
Código Eleitoral: ‘impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio’ e
‘ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o
fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de
transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido
ou candidato’.
O nome da ofensiva, ‘Operação Constituição Cidadã’, faz referência à
Lei Maior do País, que ‘garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto,
maior representação da Democracia’, ressaltou a PF.
Silvinei é alvo de investigação não só pelas blitze da PRF em meio ao
segundo turno das eleições, mas também pela conduta antes os bloqueios
de rodovias que ocorreram após Luiz Inácio Lula da Silva sair vitorioso
das urnas.
Ele ainda é acusado de improbidade administrativa e uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura de Bolsonaro.
Esse vínculo do ‘mandão’ ou do ‘chefe’ com a
regra é o fundamento das realezas, nas quais o rei era o centro
absoluto do poder, que não tinha lugar sem a sua pessoa
Por Roberto DaMatta – Jornal Estadão
Antique illustration by Gillray
Fui dos poucos (seguindo a trilha pioneiramente aberta por Antonio
Candido) a estudar o malandro (por meio de Pedro Malasartes) e a tentar
caracterizar sociologicamente a malandragem – esse estilo de navegação
social guiado por uma ética dúplice, conforme sugeri em 1979, em Carnavais, Malandros e Heróis.
Não é tarefa simples realizar isso no Brasil porque herdamos
hierarquias ao lado de uma relativa obediência a regras. O inferior
obedece à lei e ao superior que a canibaliza, como decreta o nosso
personalismo. Em outras palavras, quem administra, comanda, governa
leis, regras e normas, com elas se confunde e possui o paradoxal direito
de não as obedecer, precisamente porque elas fazem parte de sua pessoa.
BRASILIA
DF NACIONAL CAMARA ARTHUR LIRA ARCABOUCO FISCAL 17-05-2023 A Camara dos
deputados vota a urgvɬ™ncia do projeto lado Arcabouco Fiscal. Na mesa o
Presidente Arthur Lira Deputado Claudio Cajado (e) relator do projeto.
FOTO WILTON JUNIOR/ESTADAO Foto: Wilton Junior/Estadão
Esse vínculo do “mandão” ou do “chefe” com a regra é o fundamento das
realezas, nas quais o rei era o centro absoluto do poder, que não tinha
lugar sem a sua pessoa. Pertenciam ao rei o direito e o poder de
mandar. Sua palavra era lei e não podemos esquecer que o Brasil a
recebeu – e foi desenhado por um rei e uma corte que saíram do seu local
de origem (Portugal), realizando um movimento singular do centro para a
periferia colonial, num gesto único na história europeia.
Conta a anedota que Napoleão teria dito que d. João VI (o fujão)
teria sido o único monarca europeu que o enganou. De minha parte eu
diria que dom João VI inventou a malandragem quando largou, mas não
abandonou, o seu reino. Nesse extraordinário movimento, ele ficou “entre
reinos”. Ou, para ser mais preciso, ele criou o que Victor Turner
chamou de liminaridade e, com isso, instituiu uma ética dúplice, pois
fez nascer num só reino duas nobrezas, elites, capitais e – é óbvio –
muita ambiguidade. Nesse caso, a lealdade não poderia ser territorial e
institucional, mas pessoal.
Seria leviano sugerir que dom João engendrou a malandragem e, com
ela, o personalismo que administra a vida de todos nós. Pois quem é
capaz de não nomear leais companheiros muito mais valiosos do que
protocolos?
Uma das consequências dessa institucionalização de escolher sempre os
dois – ou seja: a lei e o amigo, Lisboa e o Rio de Janeiro, a República
e a aristocracia sem o império, tem como resultado viver debaixo da
sombra de uma densa imprecisão. O formidável meio-termo da terceira
margem do rio, como especulou Guimarães Rosa. Pressionados por uma ética
dúplice, perseveramos sendo marxistas católicos, espíritas bíblicos,
católicos umbandistas, socialistas capitalistas e fascistas anárquicos.
Não temos culpa, mas se formos descobertos temos vergonha…
Terra sem regra e rei? De modo algum! Terra com muitas leis e muitos
mandões. Tantos tribunais, legalidades e códigos que, querendo ou não,
somos todos legais-ilegais – ou seja: formidáveis malandros.
Julho foi marcado por ondas de calor e incêndios em todo o planeta
Por AFP – Itatiaia
Julho foi marcado por ondas de calor e incêndios em todo o planeta
As recentes ondas de calor registradas no mundo podem reduzir em 0,6%
o Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2023, alerta uma estimativa
seguradora Allianz Trade, que indica que a China pode perder até 1,3
ponto de crescimento.
O observatório europeu Copernicus confirmou na terça-feira que julho
de 2023 foi o mês mais quente já registrado na Terra, 0,33 grau Celsius
acima do recorde anterior, de julho de 2019.
O mês foi marcado por ondas de calor e incêndios em todo o planeta.
“Nos últimos meses, Estados Unidos, Europa, China e outros países da
Ásia enfrentaram aumentos recorde de temperatura (…) A mudança climática
aumentará a frequência e a intensidade de episódios de calor extremo, o
que criará um ‘novo normal’ de ondas de calor, seca e incêndios”,
advertiu a Allianz Trade.
“Eventos como estes não têm impacto apenas nas pessoas e na vida
selvagem, mas também nas economias”, destaca um estudo publicado esta
semana.
A seguradora de crédito acrescenta que “os trabalhadores afetados
pelo calor reduzem as horas de trabalho, desaceleram suas tarefas e
cometem erros. A redução da produtividade no trabalho provocada pelas
temperaturas extremas é um fenômeno bem conhecido”.
No estudo, a Allianz Trade utiliza vários dados e análises
disponíveis para elaborar a estimativa de que as ondas de calor “podem
custar 0,6 ponto do PIB em 2023”.
Segundo os cálculos, a China pode ver seu PIB reduzido em 1,3 ponto, a
Espanha em 1 ponto, a Grécia em 0,9, a Itália em 0,5, Estados Unidos em
0,3 e a França em 0,1.
Mensagens deletadas podem ficar até 30 dias guardadas em pastas de itens excluídos
Por Redação – Jornal Estadão
Esvaziar a caixa de e-mail é uma tarefa que pode ser simples se você é do tipo que seleciona todas as mensagens e clica em “apagar”.
Porém, apenas deletar os seus e-mails da caixa principal não garante
que eles tenham sido excluídos para sempre — um exemplo são as mensagens
recuperadas pela Polícia Federal no caso das pedras preciosas recebidas
pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado. Uma das conversas registrava uma solicitação do coronel Mauro Cid para que o bem não fosse incluído na lista oficial de presentes. As mensagens foram obtidas pela CPMI do 8 de Janeiro na caixa de e-mails deletados do militar, que não havia apagado os itens deste canal.
Isso porque os servidores de e-mail mantêm mais de um nível de
armazenamento para garantir que mensagens apagadas por engano possam ser
recuperadas, ou, ainda, no caso de algum problema de sistema ou de
segurança, esses e-mails possam ser restaurados.
Assim, o e-mail percorre dois caminhos essenciais: quando são
deletados da caixa de mensagens, eles vão para a lixeira e, somente de
lá, podem ser excluídos permanentemente. Por padrão, serviços de e-mail
como Gmail e Outlook permitem
que os e-mails fiquem armazenados na lixeira por até 30 dias. Após esse
período, as mensagens são excluídas automaticamente.
Ainda assim, é possível recuperar e-mails depois desse processo. No Gmail, do Google,
todos os administradores de contas corporativas têm 25 dias adicionais
para acessar mensagens excluídas pelo dono da conta. Já no Outlook, da Microsoft,
é possível acessar uma pasta chamada “Itens recuperáveis”, dentro da
aba de itens excluídos. O serviço também oferece 30 dias de
“arrependimento” caso o usuário queira resgatar alguma mensagem
deletada.
Veja como excluir permanentemente as mensagens do seu e-mail:
Google
Clique no ícone de lixeira ao lado da mensagem e delete o item
Acesse a aba “lixeira”, no menu principal do e-mail
Selecione a mensagem que deseja apagar e clique em “excluir definitivamente”
Também é possível selecionar todos os e-mails para deletar. Ainda,
na parte superior da caixa de mensagens, é possível clicar em “Esvaziar a
lixeira agora” e dar o ok para concluir a ação.
Para recuperar um e-mail na lixeira, basta clicar na mensagem com o botão direito e selecionar “Enviar para a caixa de entrada”.
Outlook
Clique no ícone de lixeira ao lado da mensagem e delete o item
Acesse a aba “Itens Excluídos”, no menu principal do e-mail
Selecione a mensagem que deseja apagar e clique em “Excluir permanentemente”
Também é possível selecionar todos os e-mails para deletar. Ainda,
na parte superior da caixa de mensagens, é possível clicar em “Esvaziar
pasta” e dar o ok para concluir a ação.
Para recuperar um e-mail na lixeira, basta clicar na mensagem e selecionar “Restaurar”.
Moraes, mulher e filhos estavam em Roma. De malas prontas para
retornar ao Brasil, teriam sido vítimas de agressões verbais e até
físicas. Seus algozes foram procurados pela Polícia Federal assim que
chegaram por aqui. Três deles já prestaram depoimento. Por ordem do STF, chegou-se a fazer busca e apreensão nos endereços dos detratores de Moraes. Dito dessa forma, parece uma mera descrição de manual de normas e procedimentos. Será que é isso mesmo?
O procurador da República Vladimir Aras já chefiou a área de cooperação internacional na Procuradoria-Geral da República.
Ele veio a público para tecer considerações sobre o caso e juntou-se à
turma que evita o aplauso fácil. Disse que o caso das agressões a Moraes
nem seria para investigação criminal no Brasil, nem processo para o STF
cuidar. Citou leis, jurisprudências e acordos de cooperação com a
Itália para explicar por que vê o episódio dessa maneira.
Os juristas ainda certamente debaterão como encaixar o caso no mundo
das leis. Já no mundo dos leigos resta a impressão de que tudo parece
tão certo que dá para desconfiar.
Uma autoridade agredida lá fora não seria caso para acionar a polícia
local? Armada a confusão, não teriam que todos serem levados para
esclarecer o ocorrido, se crime houve, perante as autoridades italianas?
A opção por esperar uma dezena de horas de voo para tratar tudo em
solo brasileiro induz a acreditar que por aqui um ministro do STF teria
melhores condições de se proteger. Afinal, o hábito de sair apedrejando
verbal e até fisicamente o suposto adversário político virou moda nos
últimos anos quando o morador do Palácio da Alvorada rosnava para quem
julgasse ser seu inimigo.
Mas é medida proporcional a presidência da Suprema Corte determinar
uma busca de celular no interior de São Paulo? E o processo vai ficar
ali no STF com base no foro de quem? Os agressores da família do empresário Roberto Mantovani Filho não têm essa prerrogativa legal. Já Alexandre de Moraes tem, mas ele é o agredido.
Foro especial para vítima parece cheirar a jabuticaba, a fruta que o ministro Gilmar Mendes gosta de citar quando se depara com uma invenção à brasileira.
Se você ainda não foi picado pela mosca rosa do filme Barbie, com
certeza, ainda será. O fenômeno pink já entrou para a história das
bilheterias brasileiras como o segundo maior dia de estreia no país —
atrás apenas de Vingadores: Ultimato (2019), mas seu sucesso está só
começando.
Segundo dados da Comscore, o filme de comédia estrelado por Margot
Robbie arrecadou S$ 1 milhões ao redor do mundo e aqui faço um
parênteses para ressaltar que é o primeiro filme dirigido por uma
mulher, Greta Gerwig, que bateu recorde de arrecadação.
O alvoroço também é sentido nas ações da Mattel (MAT) desde o anúncio
do longa. Para se ter ideia, as ações já acumulam um salto de 17,64% na
Nasdaq este ano. A Mattel projeta o faturamento — nada modesto — de até
US$ 950 milhões em 2023, impulsionados pelo licenciamento de produtos
usando a imagem da Barbie e o pagamento de royalties.
Pelos números, é imprescindível ressaltar que mesmo a crítica em cima
do patriarcado e do capitalismo, o filme não é revolucionário. Aliás,
usa das bases do capitalismo para fazer um rebranding da boneca,
apropriando-se de toda a imposição da ditadura da beleza das mulheres
para lucrar em cima e se tornar um trend mundial.
O capitalismo tem sido uma força motriz por trás do sucesso da marca
Barbie desde o seu lançamento em 1959. Ao longo dos anos, a boneca
tornou-se um ícone do consumismo e um símbolo do materialismo,
representando uma imagem de perfeição estereotipada – a propósito,
esse é o nome da personagem principal, Barbie Estereotipada – e moldando
padrões de beleza inatingíveis, movimentando milhões nas indústrias de
cosméticos, moda e na cirurgia plástica. Por outro lado, se mostrava uma
mulher independente, com várias profissões, dona de si e livre das
amarras de um casamento.
Agora, temos de ter um pouco de cautela. Fazer Barbie virar feminista
da noite para o dia com um roteiro que trata de maneira soft assuntos
que estão sendo revistos pela sociedade e pelas empresas é ir longe
demais. Tudo que ela é, com suas roupas, acessórios e tudo mais, mesmo
que atenta a questões de diversidade e empoderamento não passa de um
produto que trouxe, assim como o filme “feminista”, lucros inestimáveis
para a Mattel. Podemos até falar em reparação, mas não podemos ser
ingênuos que as armas usadas são aquelas que perpetuam o sistema
vigente.
Vale aqui uma referência a sua criadora, Ruth Handler, que descobriu
um nicho de mercado quando percebeu que não existiam bonecas adultas
para meninas. A maioria era bebe, reforçando o papel da economia do
cuidado, ainda designado predominantemente às mulheres. Ruth quebrou
várias barreiras em sua época. Trabalhou quando era adolescente, viveu
longe da família, com amigas, e decidiu voltar a trabalhar depois de
casada. Ela e o marido, Elliot, fundaram a Mattel quando ela tinha 30
anos, e a boneca quando tinha 43. No filme, ela aparece como um fantasma
que vive em um dos andares da sede onde predominantemente trabalham
homens e faz ironia a sua condição com os problemas financeiros que
enfrentou nas cenas finais.
Para o papel das mulheres dentro das companhias, cabe ao de
secretária com talentos não reconhecidos que acaba sendo o elo entre a
fictícia Barbieland e o mundo real. Glória, representada pela America
Ferrera, de descendência latino-americana, é responsável por um monólogo
onde mostra como é terrivelmente difícil ser mulher em uma sociedade
patriarcal. Para as grávidas, a realidade é mais cruel. A boneca foi
”descontinuada” e em todas as cenas aparece em segundo plano.
Cabe, também, servir de coadjuvantes, artistas asiáticos, trans (a
atriz e modelo trans Hari Nef foi escalada para viver a Barbie Médica),
gordas e negras. Para dar mais uma forçada no politicamente correto, a
presidente da Barbieland é uma boneca negra, mas sem dar a ela uma
representatividade legítima. O filme é calcado em um protagonismo
branco, masculino e hétero. Basta ver a tentativa de “revolução” de Ken
que deixa de ser o namorado da Barbie para implantar o patriarcado no
mundo dos brinquedos fazendo uma lavagem cerebral nas bonecas. Ao final,
ao perder o suposto poder, sai a procura de qual o papel do homem
quando se fala de equidade de gênero.
Aqui levanto um outro ponto importante que devemos desenvolver com as
lideranças: a vulnerabilidade. Tanto Ken quanto Barbie se tornam
“humanos” quando deixam que suas emoções falem mais alto que os padrões
estabelecidos impostos. As empresas erram, pois são comandadas por
pessoas que em determinada situação não possuem repertório ou
consciência para agirem de outra forma. Isso também não as redime da
responsabilidade social que é perpetuar as relações de poder sem
transformá-las
Assim como a Mattel, existe uma longa jornada que as empresas
comprometidas com a verdadeira justiça social e a equidade devem traçar,
partindo para rever suas estruturas internas, o impacto socioambiental
gerado, e como podem verdadeiramente contribuírem com um sistema
econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo para todas as
pessoas e para o planeta.
Como sociedade, devemos refletir sobre como consumimos e perpetuamos
certos padrões de consumo, estigmas sociais, buscando equilibrar os
aspectos comerciais e entendendo que uma opressão invertida não é a
solução. O caminho é longo. E o filme é apenas uma pequena ponta do
iceberg para aprofundarmos essa discussão.
SOBRE CARINE ROOS:
Carine Roos é especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão com
mais de 10 anos de experiência no setor. A socióloga e mestranda na
London School of Economics, é CEO e fundadora da Newa Consultoria, uma
empresa de impacto social que prepara organizações para um futuro mais
inclusivo por meio de sensibilizações, workshops, treinamentos e
consultoria de diversidade. Mais de 12 mil pessoas foram impactadas em
vivências com mais de três mil horas em salas de aula e mais de 2 mil
mulheres mentoradas, que hoje estão mais seguras, mais estratégicas,
mais reconectadas com a sua história e com a sua essência. À frente da
Newa, Carine tem como missão preparar líderes para que a Diversidade e a
Inclusão sejam uma realidade imediata nas organizações.
SOBRE A NEWA:
A Newa é uma empresa de impacto social que atua no desenvolvimento de
organizações baseadas na construção do diálogo, na colaboração e no
respeito. A startup valoriza as diferenças e age em prol da diversidade e
do bem-estar genuíno. Desde a sua fundação, a Newa atua no
desenvolvimento de lideranças compassivas, que atuem na construção de
ambientes mais inclusivos e psicologicamente seguros a partir do
florescimento humano. A empresa aposta em lideranças focadas no
coletivo, na colaboração, na abundância e na compaixão, valores que
considera essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e com
mais equidade.
A importância do bom site da Valeon para o seu negócio
Moysés Peruhype Carlech
Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava
contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue
anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por
áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.
De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de
serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para
que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as
primeiras letras do alfabeto.
As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um
cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros
recursos, ele pesquisa por informações na internet.
O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada
pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24
horas por dia. Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente,
com identidade para ser reconhecida na internet.
Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público
através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os
motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros
devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o
público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de
marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o
produto ou a empresa procurada.
A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a
resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores
que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o
surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região
do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao
lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não
conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa
vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de
diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de
visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e
acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que
tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET
Moysés Peruhype Carlech
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do
mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados
satisfatórios para o seu negócio.
Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.
Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada
para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis
nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas
por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em
mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo
real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a
campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de
visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
VOCÊ CONHECE A ValeOn?
A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO
TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace
que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço,
agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta
diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa
e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores
como:
A criação de uma frente política em defesa do “protagonismo” de
Estados do Sul e do Sudeste, recém-anunciada pelo governador de Minas
Gerais, Romeu Zema (Novo), tem sido defendida por grupos que pregam uma
separação definitiva entre Sul e Norte do Brasil.
Em entrevista do jornal O Estado de S. Paulo no domingo (06/08), o
governador mineiro anunciou o novo Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) e
comparou o país a um produtor rural que dá “tratamento bom para as
vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo
muito”.
As primeiras seriam Estados do Norte e Nordeste, enquanto as últimas seriam Estados do Sul e Sudeste.
As falas, que tiveram forte reação em Brasilia, também rendem debate intenso nas redes sociais.
Pelo Twitter, um mapa do Brasil com as palavras “muro já” separando
Estados ao Sul e ao Norte junto à frase “força Zema, apoiamos você” foi
curtido e compartilhado quase 10 mil vezes.
“Já passou da hora de pensarmos na possibilidade de independência dos
Estados do Sul e Sudeste. Chega de pagar a conta de Estados que não
querem nada a não ser sugar até a última gota de sangue de quem trabalha
e produz”, reagiu o perfil de um grupo separatista paulista no
Facebook, junto a um link para a entrevista do governador de Minas
Gerais.
A Constituição brasileira não permite a independência de Estados da Federação.
Questionado pela reportagem sobre o apoio de movimentos separatistas
às falas do Zema, o governo de Minas Gerais encaminhou link para um
tuite em que o governador afirma que “a união do Sul e Sudeste jamais
será pra diminuir outras regiões” (veja mais abaixo).
Outra versão do mapa do Brasil, excluindo totalmente estados acima de
Minas Gerais, circula em grupos no Telegram com hashtags separatistas
defendendo a independência do Sul do país.
Nas mesmas redes, separatistas compartilham junto à fala de Zema a
defesa do que chamam de “Brasil do Sul” ou “Confederação Sul-Sudeste” –
uma proposta de divisão política definitiva no país.
“A bandeira deles é uma das nossas há 31 anos”, diz à BBC News Brasil
Nãna Freitas, presidente do Movimento O Sul é o Meu País, que desde
1992 defende a separação definitiva de Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e Paraná do resto do Brasil.
“Mas sabemos que um passo precisa ser dado de cada vez”, continua Freitas.
“Não estamos aqui pra buscar uma secessão à força. Isso nunca fez
parte de nossa caminhada. Agimos de maneira democrática e consultiva a
população, aderindo simpatizantes da ideia. Existimos e resistimos ano
após ano por trabalharmos dentro do que a Constituição Federal nos
permite.”
Segundo o primeiro artigo da Constituição Federal, a República
Federativa do Brasil é “formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal”.
O pacto federativo é cláusula pétrea da Constituição – ou seja, não
pode ser alterado a não ser que uma nova Carta Magna seja promulgada.
Ao Estadão, Zema disse que governadores do Sul e do Sudeste estão se
organizando em busca de “protagonismo” político e econômico no Congresso
Nacional.
Segundo o governador de Minas, a criação formal do Cossud (Consórcio
Sul-Sudeste) tem como objetivo defender a região do que ele define como
tratamento privilegiado às demais regiões do país.
“Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem,
ninguém tem desemprego, não tem comunidade… Tem, sim”, disse o mineiro
ao jornal.
“Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão
continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso
não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai
cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um
tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as
que estão produzindo muito. Daqui a pouco as que produzem muito vão
começar a reclamar o mesmo tratamento. É preciso tratar a todos da mesma
forma.”
Na entrevista ao jornal paulista, Zema disse ainda que Sul e Sudeste
representam “56% dos brasileiros” e “70% da economia do pais”, mas agem
de maneira desarticulada no Congresso.
“Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília.”
“Nós (…), que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos”, afirmou.
As falas geraram uma onda de críticas de autoridades em todo o espectro político.
À direita, o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio
Neves (PSDB) disse que “infelizmente, o governador Zema, talvez por não
ter se expressado da forma adequada, acabou por criar mais problemas que
as soluções que busca”.
“Sempre precisamos e muitas vezes contamos com alianças com outras
regiões, em especial o Nordeste brasileiro. Minas nunca foi antagônica
às regiões mais pobres do país, até porque fazemos parte delas, muito
menos imaginou liderar esse antagonismo”, continuou Neves.
Ex-ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, Gilson Machado (PL-PE)
disse “repudiar veementemente qualquer fala que sequer ventile a
separação de nosso País”.
“O Nordeste não é peso para ninguém,o Nordeste é rico”, afirmou,
endossado pelo ex-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) de
Bolsonaro, Fabio Wajngarten.
“Parabéns, Gilson. O Brasil é nordestino”, escreveu o bolsonarista.
Até o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES), que também faz parte do Cossud, se colocou.
“Sobre a entrevista do Governador Zema (MG) para o jornal Estado de
SP, é importante deixar claro que é sua opinião pessoal. O ES participa
do Cossud para que ele seja um instrumento de colaboração para o
desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões”,
disse.
À esquerda, o ministro da Justiça Flavio Dino classificou Zema como “traidor da Constituição é traidor da pátria”.
“Absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais”, disse.
Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC), a
importância de um Estado não pode ser definida pelo “peso populacional”.
“Sem a Amazônia, não tem como ter agricultura, não tem como ter
indústria, não tem como o Brasil sequer ter vida no Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, porque a ciência diz que seria um deserto igual o deserto
do Atacama ou do Saara”, disse Silva em suas redes sociais.
“Portanto, não é uma questão de quantidade em termos de peso
populacional, é uma questão de trabalharmos com o princípio da justiça
ambiental e do PIB dos serviços ecossistêmicos que são gerados por essa
região”, continuou a ministra.
Em nota assinada pelo governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), o
Consórcio Nordeste afirmou que Zema cria “um movimento de tensionamento
com o Norte e o Nordeste”.
“Negando qualquer tipo de lampejo separatista, o Consórcio Nordeste
imediatamente anuncia em seu slogan que é uma expressão de ‘O Brasil que
cresce unido’. Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do
projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e
reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um
país subalterno, dividido e desigual.”
Até a publicação desta reportagem, a única autoridade de peso a
apoiar publicamente as falas de Zema foi o governador do Rio Grande do
Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS).
“Seremos todos mais fortes quanto mais formos um só Brasil. Não
acredito que o governador Zema tenha dito nada diferente disso. Se
disse, não me representa”, escreveu em suas redes sociais.
Leite disse ainda em vídeo: “A gente nunca achou até hoje que os
estados do Norte e do Nordeste haviam se unido contra os demais estados
do país. Pelo contrário, a união desses estados em torno da pauta que é
de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa,
finalmente, fazer o mesmo. Não tem nada a ver com frente de Estados
contra Estados ou região contra região”.
Após as criticas, Zema voltou ao tema em suas redes sociais.
“A união do Sul e Sudeste jamais será pra diminuir outras regiões.
Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços. Diálogo e
gestão são fundamentais pro país ter mais oportunidades. A distorção dos
fatos provoca divisão, mas a força do Brasil tá no trabalho em união.”
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A AGU (Advocacia-Geral da União) caminha
para concluir nos próximos dias um parecer a respeito da exploração de
petróleo na Foz do Amazonas, que deve rebater um dos argumento do Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) para ter barrado a perfuração da bacia.
O parecer da AGU deve usar como base uma decisão recente do Supremo
Tribunal Federal que considerou não ser necessária a realização de
estudos de caráter estratégico, a chamada Avaliação Ambiental de Área
Sedimentar na bacia da Foz do Amazonas.
A ausência desse estudo foi um dos pontos apontados pelo Ibama para
negar o pedido da Petrobras para prospectar e explorar petróleo na
região.
A informação sobre a conclusão do parecer da AGU foi dada inicialmente pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha.
A exploração de petróleo na Foz do Amazonas tornou-se um ponto de
polêmica e disputa dentro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A
questão coloca de um lado a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e
de outro, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o núcleo
político.
O próprio Lula tem indicado uma posição favorável à realização de
estudos para detectar se há petróleo na região, embora garante que tudo
será feito com segurança para evitar qualquer problema ambiental.
Na semana passada, durante entrevista a rádios da região da Amazônia,
Lula afirmou que quer “continuar sonhando” com a exploração de petróleo
na região.
“Nós tínhamos a Petrobras com uma plataforma preparada para fazer
pesquisa nessa região. Houve um estudo do Ibama que dizia que não era
possível, mas esse estudo do Ibama não é definitivo, porque eles apontam
falhas técnicas que a Petrobras tem o direito de corrigir. Estamos
discutindo isso”, afirmou o presidente na entrevista.
Em maio deste ano, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho,
acompanhou parecer técnico do órgão e negou pedido feito pela Petrobras
para perfurar a bacia da foz do rio Amazonas com objetivo de explorar
petróleo na região.
A decisão foi tomada após o Ibama demonstrar preocupação com as
atividades da petroleira em uma região de vulnerabilidade
socioambiental.
Ao indeferir a licença, o Ibama apontou eventuais impactos sobre
comunidades indígenas, devido ao sobrevoo de aeronaves entre o Aeródromo
de Oiapoque (AP) e a localização do bloco FZA-M-59, além do tempo de
resposta e atendimento a fauna que seria atingida por óleo, em caso de
vazamento.
O ponto central, no entanto, foi a necessidade de realização de
estudos de caráter estratégico, a Avaliação Ambiental de Área
Sedimentar.
O Ministério das Minas e Energia então encaminhou ofício à AGU um
pedido de análise jurídica relativa ao caso da exploração de petróleo na
chamada margem equatorial. A pasta argumenta que foi respeitado todo o
processo legal durante o processo licitatório dos campos de exploração,
em 2013.
Interlocutores na AGU apontam que o parecer deve se amparar em uma
decisão proferida pelo STF que julgou, em um caso diferente, que não
seria necessário estudo de impacto regional para áreas que já foram
leiloadas.
A decisão final caberá exclusivamente ao Ibama, que já analisa um
novo pedido da Petrobras. O parecer da AGU, no entanto, deve aumentar a
pressão sobre o órgão e também sobre a área ambiental. Além disso, pode
ceder novos argumentos para o próprio Lula decidir a posição do governo
sobre a questão.
President
of the European Commission Ursula von der Leyen (R) shakes hands with
Brazil’s President Luiz Inacio Lula da Silva (C) during a press
conference as part of the EU- CELAC (Community of Latin American and
Carribean States (CELAC) Summit in Brussels on July 17, 2023. (Photo by
Jean-Christophe Verhaegen / AFP)
As restrições da União Europeia a produtos provenientes de áreas de
desmatamento, legal e ilegal, podem levar a um aprofundamento das
relações comerciais brasileiras com os países integrantes do Brics
(grupo formato por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), caso
as negociações com bloco europeu não avancem, segundo o ministro da
Agricultura, Carlos Fávaro. “Precisamos mostrar o quanto nossos produtos
têm qualidade e garantia sustentável. A própria ministra (do Meio Ambiente) Marina
Silva disse que menos de 2% dos produtores brasileiros cometem crimes
ambientais. Se, com certificação e garantia da produção, a União
Europeia não quiser aceitar os nossos produtos, vamos explorar o bloco
dos Brics”, ressaltou.
A declaração foi realizada em coletiva de imprensa durante o 22º
Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado nesta segunda-feira em
São Paulo. “O Brasil tem de ter altivez, vamos procurar uma nova ordem
econômica, com novas oportunidades econômicas”, acrescentou Fávaro.
O ministro também reforçou as críticas do presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as exigências ambientais da União
Europeia para concluir o acordo com o Mercosul.
A União Europeia apresentou protocolos adicionais para fechar o
acordo comercial com o Brasil e os outros países-membros do Mercosul. No
aditivo da União Europeia para o acordo, segundo Fávaro, não há nenhum
ponto sobre abertura de mercado ou inclusão social.
Fávaro ressaltou que Marina Silva deverá apresentar um estudo na 28ª
Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28), em
novembro, sobre os efeitos do aquecimento global para a agricultura.
“Hoje, 80% da emissão de CO2 do mundo é proveniente de petróleo, não é
desmatamento da Amazônia”, afirmou o ministro. “O código florestal do
Brasil é altamente restritivo”, destacou.
Embora o País avance na fiscalização, o ministro admitiu que há
lentidão na regularização ambiental de produtores rurais. Ele afirmou
que, em São Paulo e Mato Grosso, apenas 5% dos produtores rurais que
incluíram os dados no sistema do Cadastro Ambiental Rural (CAR) estão
com seus processos aprovados.
Os dois Estados são os mais adiantados do País na validação. “A
análise do CAR precisa de ferramentas tecnológicas que permitam tirar a
subjetividade (do processo)”, ressaltou o ministro.
Após os avanços na primeira etapa da reforma tributária, focada em
consumo, a segunda fase, da renda, o governo federal estuda estabelecer a
tributação do lucro acumulado das empresas – ou seja, que não foi
distribuído. A afirmação foi feita por Bernard Appy, secretário
extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, em
entrevista ao Programa Negócios em Pauta da Rádio A Hora, do Rio Grande do Sul, no sábado, 5.
Segundo Appy, essa medida ainda está sendo avaliada. A agenda sobre a
tributação da renda deve ser anunciada mais para o final do ano, para
“não gerar muito ruído com a discussão da reforma tributária do consumo
que está no Congresso Nacional”. Entre as mudanças, estará, muito
provavelmente, a forma de tributação do lucro das empresas.
Appy afirmou na entrevista que o Brasil tributa o lucro só na
empresa, e não na distribuição. “A grande maioria dos países no mundo
tributa na empresa e na distribuição. É verdade que o País tem uma
alíquota na empresa que é mais alta do que no resto do mundo, mas não
tem nenhuma tributação na distribuição. Na soma dos dois, o Brasil
tributa abaixo da média mundial”, disse o secretário.
De acordo com ele, é muito provável que seja definida uma redução da
alíquota na empresa, passando a tributar também o lucro na distribuição.
Appy ainda citou que nessa segunda fase podem ser estabelecidas
medidas de redução da tributação da folha de salários. “A gente precisa
financiar essa desoneração da folha e a melhor forma de fazer isso é via
mudanças no imposto de renda.”
O secretário reforçou que a ideia geral que norteia tanto a reforma
tributária do consumo, como a da renda, é tornar o sistema mais
eficiente, favorecendo mais o crescimento.
Além disso, outro objetivo é tornar o sistema mais justo, “sobretudo
fechando brechas que permitem que pessoas de alta renda sejam pouco
tributadas”, disse Appy.