terça-feira, 8 de agosto de 2023

MINISTRO DO STF MANDA DINO ENTREGAR AS IMAGENS DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA NO DIA 8/1

 

História por Weslley Galzo • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira, 7, que o ministro da Justiça, Flávio Dino, encaminhe as imagens dos circuitos interno e externo do Ministério captadas no dia 8 de janeiro à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas.

Moraes argumentou que, “na presente hipótese, não está caracterizada qualquer excepcionalidade que vede a cessão e compartilhamento de imagens à CPMI”. O ministro ainda afirmou que a comissão “deverá analisar a eventual publicização ou manutenção do sigilo em virtude das diligências em andamento”.

O ministro Alexandre de Moraes determinou que o ministro Flávio Dino entregue à CPMI as imagens gravadas no prédio do ministério no dia 8 de janeiro Foto: CARLOS ALVES MOURA© Fornecido por Estadão

“À consagração constitucional de publicidade e transparência corresponde a obrigatoriedade de o Estado fornecer as informações necessárias à Sociedade”, escreveu Moraes no despacho.

“O acesso às informações consubstancia-se em verdadeira garantia instrumental ao pleno exercício do princípio democrático, que abrange “debater assuntos públicos de forma irrestrita, robusta e aberta”, de maneira a garantir a necessária fiscalização dos órgãos governamentais, que somente se torna efetivamente possível com a garantia de publicidade e transparência”, prosseguiu o ministro.

Dino não atendeu os pedidos da CPMI do 8 de Janeiro para ter acesso às imagens captadas pelas câmeras do Palácio da Justiça no dia da invasão golpista às sedes dos Três Poderes. O ministro alegou que os arquivos não poderiam ser divulgados para preservar as investigações criminais em andamento no próprio STF.

Como mostrou o Estadãoapesar de o Palácio do Planalto, o Congresso e também o Supremo terem entregue as imagens gravadas no dia dos atos extremistas, Dino alegava não poder fazê-lo por impedimento legal.

Na quinta-feira, 3, Dino enviara ofício à CPMI insistindo que não podia atender ao pedido. “O envio de documentos por esta pasta diretamente ao Poder Legislativo é impossível e poderá resultar no descumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal e comprometer investigações, gerando possível responsabilização deste remetente”, escreveu Dino.

NOVA PROPOSTA DO GOVERNO PARA O ENSINO MÉDIO

 

Entre as principais propostas, estão o aumento da carga horária básica obrigatória

Por Weslley Galzo e Renata Cafardo – Jornal Estadão

O Ministério da Educação (MEC) apresentou nesta segunda-feira, 7, uma nova proposta para a reforma do ensino médio. O governo federal havia feito uma consulta pública sobre o modelo da etapa após uma série de críticas de entidades, professores e alunos. Entre as principais mudanças, estão o aumento da carga horária básica obrigatória, como adiantou o Estadão, a redução dos eixos de itinerários formativos (carga flexível do currículo) e a decisão de mudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) só depois de 2024.

O que foi a reforma do ensino médio?

Foi uma mudança no formato do ensino médio (1º, 2º e 3º anos), aprovada em 2017seguida por todas as escolas, públicas ou particulares. Cerca de 60% da carga horária passou a ser de conteúdos obrigatórios comum a todos, como Português, Matemática e Química. O restante (40%) é a parte flexível, com percursos optativos segundo o interesse do aluno, ou o curso técnico. O jovem pode, por exemplo, fazer técnico em Eletrônica ou aprofundar estudos em Linguagens, além da carga obrigatória.

Por que foi feita a mudança naquela época?

O argumento era de que o modelo anterior (13 disciplinas obrigatórias) era engessado e desinteressante ao jovem. No médio, 90% dos concluintes saem sem saber o que se espera em Matemática e 60%, em Português. Além disso, há altos índices de abandono e a abertura da carga flexível serve ainda como oportunidade de abrir espaço para a formação técnica, muito valorizada, por exemplo, em países europeus.

Proposta de mudanças do ensino médio deve ser apresentada ao Congresso ainda no início de setembro
Proposta de mudanças do ensino médio deve ser apresentada ao Congresso ainda no início de setembro Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Quais foram as críticas após a reforma?

Em muitos casos, a queixa é de baixa qualidade dos percursos formativos e tempo insuficiente para as disciplinas obrigatórias, que são cobradas nos vestibulares. Além disso, reclamações sobre a falta de preparação dos professores para ministrar as novas matérias e de infraestrutura para as aulas (laboratórios ou computadores, por exemplo). Várias entidades pediam a revogação da reforma de 2017. O MEC, porém, decidiu fazer a consulta pública para ouvir a sociedade e propor ajustes na reforma.

O que o MEC propôs agora? Vai aumentar o nº de aulas obrigatórias?

O MEC sugere um aumento na quantidade de horas das disciplinas obrigatórias. A reforma previa um total de 3 mil horas, sendo um limite de 1,8 mil horas para os conteúdos obrigatórios (comuns a todos), como Português, Matemática e Química. E o restante (1,2 mil) seria a parte flexível, a ser preenchida por um itinerário escolhido pelo aluno ou um curso técnico.

Agora, o ministério sugere elevar a carga flexível para pelo menos 2,4 mil horas, sem limitar a carga máxima, como acontece hoje.

O que faz parte dessa carga horária obrigatória?

A chamada FGB (formação geral básica) deve ter agora os seguintes componentes curriculares, além de Português e Matemática, mas que não necessariamente precisam se expressar como disciplinas nas escolas: Arte, Filosofia, Educação Física, Sociologia, Literatura, Geografia, História, Química, Biologia, Física, Espanhol ou Inglês e Educação Digital.

Com a reforma, o Espanhol havia sido deixado de ser considerado uma alternativa ao Inglês e as outras áreas não apareciam claramente como obrigatórias no currículo do ensino médio. Na lei anterior sobre o novo ensino médio, apenas Português e Matemática estavam expressadas como compulsórias.

O que o governo propõe em relação aos itinerários formativos?

A ministério quer ainda reduzir as áreas de itinerários formativos de cinco para três. O ministro da Educação, Camilo Santana, propõe ainda rebatizar os itinerários formativos de “percursos de aprofundamentos e integração de estudos”. Hoje os 5 grandes eixos são:

  • Linguagens
  • Matemática
  • Ciências Humanas
  • Ciências da Natureza
  • Formação técnica

Agora, passam ser:

  • Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza;
  • Linguagens, Matemática e Ciências Humanas e Sociais
  • Formação Técnica e Profissional

Na prática, o modelo proposto divide os antigos itinerários entre as áreas de Humanas e Ciências da Natureza. A terceira área seria o ensino técnico. Antes, havia um itinerário específico para Matemática e outro para Linguagens.

Quem define os itinerários formativos?

reforma deu liberdade para que as redes de ensino ou até as próprias escolas, no caso das particulares, definissem seus itinerários formativos, conforme os interesses dos alunos e a disponibilidade de recursos. É permitido às escolas, por exemplo, firmar parcerias com outras instituições (institutos federais, por exemplo), para ofertar essa carga horária flexível.

A proposta do ministério reduz as grandes áreas dos itinerários, mas não menciona mudanças sobre a autonomia de escolas particulares e redes de ensino. O Conselho de Secretários Estaduais da Educação (Consed) defende que haja no País uma espécie de base dos itinerários formativos, ou seja, um direcionamento maior de como a parte flexível do currículo deve ser oferecida. O MEC diz que pretende, sim, dar maior direcionamento aos itinerários, mas isso será definido com normas infralegais após a aprovação de uma nova lei para o ensino médio.

É obrigado a fazer curso técnico?

Não. O aluno pode optar por uma formação técnica ou um aprofundamento de estudos. Em cursos técnicos, o governo propõe uma formação geral básica mínima de 2,2 mil horas, um pouco menor que a geral.

As aulas mudam a partir de agora?

Não, a orientação é que as escolas mantenham seu planejamento original de aulas enquanto a revisão da reforma é debatida pelo Executivo e pelo Legislativo.

O que falta para essas mudanças sejam implementadas?

A equipe do MEC pretende consolidar a proposta até 21 de agosto, quando devem ser finalizadas as reuniões com entidades educacionais, para que o texto final de alteração da reforma do ensino médio possa ser apresentado ao Congresso ainda no início de setembro.

Santana ainda disse estudar as mudanças que podem ser feitas sem a necessidade de aprovação de lei na Câmara e no Senado, ou seja, por meio de atos normativos do Executivo, como decretos e portarias.

O Enem muda neste ano?

Não, o exame deste ano não tem mudança em relação ao dos anos anteriores.

Quando o Enem vai mudar?

Ainda não se sabe exatamente. Segundo o ministro, até 2024 haverá cobrança somente das disciplinas obrigatórias, como é hoje. Ele sugere fazer a rediscussão do modelo do exame, para incorporar a cobrança da carga flexível, a partir de 2025.

CÚPULA DA AMAZÔNIA COMEÇA HOJE EM BELÉM DO PARÁ

 

Será importante que neste encontro seja explicitada a vontade política de fortalecer a cooperação entre todos os Estados amazônicos e a Otca

Por Rubens Barbosa – Jornal Estadão

Pela quarta vez, os presidentes dos países amazônicos vão se encontrar no âmbito da cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (Otca). Criada em 1995, a organização, com sede em Brasília e integrada por Brasil, Bolívia, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname, Colômbia e Equador, é uma decorrência de um tratado assinado em 1978. Para a reunião, que ocorre hoje e amanhã em Belém do Pará, foram convidados representantes de países com florestas tropicais, como Indonésia, Congo-Brazzaville e República Democrática do Congo, e de entidades governamentais e civis para debater o desenvolvimento econômico associado à preservação ambiental.

A Otca não tem atuação autônoma. Apoia as decisões negociadas e aprovadas pelos oito países-membros e desenvolve projetos e programas na Amazônia. A cooperação de organismos internacionais para a preservação da floresta poderia ser muito ampliada e complementaria os esforços nacionais, caso os governos decidam dar maior protagonismo à Otca e ampliar a atuação da instituição junto de organismos internacionais, inclusive financeiros.

A Otca ocupou, até aqui, um espaço reduzido na política externa brasileira. Muito pouco aproveitada, a organização foi ignorada totalmente na última década, apesar de todas as críticas que a política ambiental brasileira vem enfrentando no exterior. Tivesse o tratado sido mais bem aproveitado, o foco das críticas teria sido dividido entre todos os países amazônicos que, em larga medida, deixaram de combater os ilícitos que ocorreram na região com o desmatamento, as queimadas e o garimpo. Mais recentemente, toda essa situação se agravou com a crescente presença do crime transnacional envolvendo drogas, armas e minérios – sem falar no tratamento dispensado às comunidades indígenas.

No encontro presidencial, do ponto de vista diplomático, a cúpula representará oportunidade para retomar e reforçar o diálogo sobre a região amazônica. O encontro é o início de um processo com a definição de uma nova agenda para o desenvolvimento integrado com inclusão social e responsabilidade climática, por meio de mecanismos concretos de cooperação e ampliação dos laços entre órgãos de governo e sociedades civil e acadêmica dos oito países.

Na preparação do encontro, o presidente Lula encontrou-se com o presidente Gustavo Petro, da Colômbia, que havia convidado a Otan e os EUA para apoiar atividades que reduzam o desmatamento da floresta do lado colombiano e havia manifestado preocupação com a exploração de petróleo na região.

A cúpula não tem uma agenda definida, devendo cada chefe de governo apresentar suas propostas e sugestões. O Brasil deverá reiterar seu compromisso de desmatamento zero até 2030 e, se possível, criar metas comuns de desmatamento; e buscar maior integração nos esforços das ações para o combate aos ilícitos, representados pelas queimadas, pelo garimpo e a destruição da floresta, e para a proteção das comunidades indígenas em toda a região. O combate ao crime transnacional que hoje se espalha pelos países amazônicos, assim como a maior e mais efetiva presença do Estado, certamente estará na pauta do encontro. E também deverá ser apreciada a proposta formulada por Lula de inclusão, no âmbito do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), do Parlamento Amazônico, criado em 1989, com sede em Lima mas atualmente fora do tratado.

Será importante que nesta reunião de cúpula seja explicitada a vontade política de fortalecer a cooperação entre todos os Estados amazônicos e a Otca. O trabalho da sociedade civil e das comunidades originárias deveria ser estimulado e apreciado para que sua voz seja ouvida pelos governos nas questões de desenvolvimento sustentável, cujos desafios econômicos, sociais e tecnológicos são gigantescos.

Até aqui, os Estados amazônicos atuaram ou deixaram de atuar de forma isolada e descoordenada. As políticas e ações nacionais deveriam ser complementadas por ações coletivas, discutidas de forma regional no âmbito do TCA. Vigilância nas fronteiras para combater o crime organizado, cooperação transnacional das polícias, ações para reduzir os ilícitos, controle dos incêndios, da qualidade da água e do mercúrio utilizado no garimpo ilegal, entre outros desafios, muito se beneficiariam da coordenação entre os governos da região amazônica.

Ações para atrair financiamento internacional e crítica às barreiras comerciais (sem mencionar a União Europeia) deverão ser examinadas. A questão da proibição da exploração de petróleo na Amazônia e a meta comum de desmatamento zero, por falta de consenso, deverão constar de forma indireta no exageradamente longo documento final da cúpula. Questões relevantes para o sucesso de uma ação coordenada serão a confiança mútua e um real compromisso de transparência na troca de informações sobre essas questões, para facilitar a tomada de decisões rápidas e eficientes e a busca de recursos externos, sempre preservando a soberania de todos os países.

Espera-se que as posições conjuntas do encontro sejam levadas a outros fóruns relevantes, como a Assembleia-Geral da ONU, a Cúpula do G-20, a ser presidida pelo Brasil em 2024, e a COP a realizar-se proximamente em Dubai, onde a sustentabilidade ambiental será discutida junto com questões econômicas e sociais da região.

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PRESIDENTE DO INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E COMÉRCIO EXTERIOR (IRICE), É MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS

LOJISTAS QUE OPERAM DE FORMA INTEGRADA ENTRE LOJA FÍSICA E E-COMMERCE LEVAM VANTAGENS NAS VENDAS

 

Juliano – Myrp faz parte do Grupo Inventti

Varejistas que operam de forma integrada entre loja física e e-commerce possibilitam uma jornada de compra completa e personalizada

Diante de todas as mudanças tecnológicas dos últimos tempos, o comportamento do consumidor também evoluiu. O phygital proporciona experiências do presencial no varejo online, o que facilita a rotina daqueles que não conseguem ir até uma loja física. Esse modelo de compras segue em alta e os lojistas devem levá-lo em consideração no planejamento para o Dia dos Pais; com o ticket médio na casa dos R$ 200, segundo pesquisa da Wake em parceria com o Opinion Box, o ideal é que o cliente possa escolher como se dará sua jornada ao comprar presentes.

A data deve movimentar R$ 26,94 bilhões no comércio, de acordo com um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), e muito desse montante vai chegar com um empurrãozinho da omnicanalidade. Ela é a principal estratégia de integração, pois possibilita uma experiência funcional e facilitada ao consumidor, uma vez que fornece mais variedades de produtos e opções de consumo de modo personalizado.

“Um dos principais objetivos das vendas omnichannel é fazer com que não haja diferença entre a compra online ou presencial, além de possibilitar a experiência de comprar de onde e quando desejar. Outro ponto que vale destacar é que o cliente tem muito mais chances de ficar satisfeito, pois se o produto não está disponível na loja, é possível que ele seja retirado em outra unidade, ou até mesmo recebido em casa”, comenta Juliano Ricardo Regis, gerente comercial do Myrp Enterprise, sistema de gestão empresarial voltado às grandes operações franqueadoras do varejo de moda.

Outro facilitador da experiência omnichannel para os consumidores é o 5G. “Clientes que preferem realizar suas compras na palma da mão têm mais velocidade, pressionando o varejo a investir na conexão com o digital”, comenta o executivo. O 5G, que é cerca de 20 vezes mais rápido que o 4G, já está disponível em todas as capitais do país, mas deve chegar a todas as cidades brasileiras até 2030.

A omnicanalidade é, atualmente, o fator mais atrativo de compras para os consumidores. Unir, por meio de uma experiência integrada, o que acontece no mundo online e no mundo físico atrai mais clientes pela funcionalidade. De acordo com um estudo divulgado pela Track.co, 63,3% dos negócios estão preocupados com a reputação dos seus serviços. “A estratégia omnichannel ajuda, sem dúvidas, a construir, pelos canais digitais, uma relação do consumidor com a marca. Se sua empresa consegue cativar o cliente ao estar por dentro das maiores tendências do mercado, como mesclar o meio físico e digital, a imagem do seu negócio será positiva”, finaliza Juliano.

Sobre o Myrp

O Myrp é pioneiro como sistema de gestão empresarial em nuvem no país. Os empreendedores Tibério César Valcanaia, diretor técnico, e Reinaldo Pires de Oliveira, diretor comercial, idealizaram a tecnologia visando atender pequenas e médias empresas. Hoje, a versão Standard já é utilizada por mais de 30 mil clientes para os controles fiscal, de estoque, de vendas e financeiro de seus negócios. Em 2022, a empresa lançou oficialmente seu segundo produto, o Myrp Enterprise, um PDV exclusivo para grandes operações no varejo de moda. O sistema é baseado em três pilares: cloud (100% online), mobile (acessível em qualquer dispositivo) e omnichannel (um elo entre o varejo físico e o digital). O Enterprise já atende grandes corporações nos segmentos de logística, hotelaria e moda, esse seu principal foco de atuação. O Myrp faz parte do Grupo Inventti, uma das maiores empresas de mensageria fiscal do país, que atende clientes de renome nacional e global como Accor, Ambev, BMW, Carrefour, Hugo Boss, JBS, Louis Vuitton, Prada, Riachuelo e Swarovski.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

GOVERNO VAI DESCUMPRIR AS METAS DA NOVA REGRA FISCAL EM 2023 E 2024

História por FERNANDO CANZIAN • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após o estouro da meta prevista para 2023, analistas de consultorias e economistas já não acreditam que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguirá zerar o déficit primário em 2024.

Isso levaria ao segundo ano consecutivo de descumprimento da nova regra fiscal que o Ministério da Fazenda se propôs a cumprir e a um crescimento mais acelerado da relação entre a dívida pública e o PIB (Produto Interno Bruto), principal indicador de solvência do país.

O novo arcabouço fiscal prevê déficit primário (despesas acima da receita, sem contar juros da dívida) para o governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) de 0,5% do PIB neste ano e zero em 2024.

O texto do arcabouço fiscal foi aprovado pelos deputados em maio, deixando algumas despesas de fora do limite de gastos. O Senado acrescentou novas exceções. Agora, ele precisa ser reavaliado pela Câmara.

Pela regra, há margem de tolerância de 0,25 ponto percentual, para mais ou menos. Assim, o déficit de 2023 não poderia ultrapassar 0,75% do PIB e o de 2024, 0,25%. Como cada ponto percentual equivale a cerca de R$ 100 bilhões, o rombo deveria ficar limitado a R$ 75 bilhões em 2023 e a R$ 25 bilhões no ano que vem.

Em julho, a Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento revisou a estimativa de déficit primário de 2023 para R$ 145,4 bilhões (1,4% do PIB) –equivalente a quase o dobro do limite da meta.

Para 2024, analistas e economistas ouvidos pela Folha projetam déficits entre 0,4% (R$ 40 bilhões) e 1,6% (R$ 160 bilhões) –maiores, portanto, do que os R$ 25 bilhões do limite da meta. Para a maioria, é provável que o governo tenha de rever a nova regra fiscal.

O governo propõe várias medidas para aumentar as receitas a fim de atingir as metas fixadas, mas elas dependem de negociações com os parlamentares.

Ao mesmo tempo, anuncia sistematicamente novos gastos e abre mão de receitas –em um cenário de queda na arrecadação no primeiro semestre e de redução da atividade no segundo, o que impactará negativamente no recolhimento de impostos.

“O arcabouço fiscal foi desenhado como uma âncora para segurar o navio [a dívida pública]. Mas ainda não temos a corrente [as novas receitas] para ligar as duas pontas”, diz Livio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e pesquisador do Ibre-FGV.

Enquanto o governo prepara medidas para elevar a arrecadação, entre janeiro e junho deste ano, as receitas totais do governo central caíram R$ 63 bilhões e as líquidas, R$ 53 bilhões. Já as despesas subiram R$ 47 bilhões –resultando em déficit primário de R$ 100 bilhões no primeiro semestre.

Armando Castelar, professor do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ressalta que a queda da arrecadação no primeiro semestre deu-se sobretudo pela diminuição de receitas não administradas pela Receita Federal.

Caso, por exemplo, do PIS/Cofins sobre gasolina e diesel (este desonerado até o fim do ano), cujos preços praticados pela Petrobras internamente estão cerca de 20% abaixo da média internacional, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis.

“Mesmo que o governo consiga boa parte do aumento da carga tributária que planeja, isso tende a segurar o crescimento da economia, com impactos na arrecadação futura”, diz Castelar.

Para Bráulio Borges, economista-sênior da LCA, o governo caminha na “direção oposta da promessa de uma consolidação fiscal” ao anunciar políticas como aumento real para o salário mínimo, reajuste para o funcionalismo e mais contratações, elevação da isenção no IR, incentivos para a venda de carros populares e ao manter defasados preços da gasolina e do diesel.

“Por outro lado, há muito ceticismo sobre a potência das medidas de aumento da arrecadação que o governo vem apresentando.” Segundo o Relatório de Projeções Fiscais do Tesouro Nacional, até 2026 a receita precisará crescer 2,5% do PIB.

José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos, não acredita que o governo conseguirá aprovar, no Congresso, boa parte das medidas arrecadatórias que pretende.

“A relação de poder entre Executivo e Legislativo mudou. Os parlamentares agora contam com emendas impositivas, o que diminui a força do governo para convencê-los a votar. Boa parte do Congresso também foi eleita numa plataforma bolsonarista, refratária a aumentos de impostos.”

Para Camargo, é muito provável que o governo tenha de mudar a regra fiscal se quiser estabilizar a relação dívida-PIB, percepção compartilhada por outros analistas.

“Como era evidente, o governo propôs um arranjo exclusivamente dependente do aumento de receitas”, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. “Neste ano, a arrecadaçao, como esperada, esta revertendo os efeitos de alta das commodities de 2022 e começa a dar sinais de desaceleraçao mais forte”, afirma.

A relação entre a dívida pública bruta e o PIB encerrou 2023 em 73,5% –uma das maiores entre países emergentes. Se a meta revisada do governo para o déficit primário deste ano (1,4%) for cumprida, a dívida pública saltará para cerca de 79% do PIB em dezembro.

Mesmo que o déficit de 2024 seja reduzido à metade em relação ao deste ano (para 0,7%), o endividamento bruto subiria para aproximadamente 82% do PIB no ano que vem.

“A despesa está ficando cada vez maior, e a necessidade de mais receitas é gigantesca, com um Congresso refratário a aumentar impostos”, diz Silvio Campos, da Tendências Consultoria.

“O atual período de tranquilidade [entre agentes econômicos] pode ter prazo curto. A ficha vai cair no ano que vem, quando o governo tiver que contingenciar [cortar despesas] e não conseguir”, afirma.

Alguns analistas afirmam que a nova âncora fiscal, combinada a propostas que o governo quer implementar para elevar as receitas, oferecem, além de certa calmaria, algum tempo –mas são céticos sobre o resultado do que vem sendo proposto.

“Fernando Haddad [Fazenda] conseguiu uma mudança de direção importante. Lula vinha desde a eleição com uma postura até de raiva contra a responsabilidade fiscal. Agora, pelo menos, estão apontando na direção certa. Mas não há qualquer margem de segurança, muito pelo contrário”, diz Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos.

“As metas fiscais exigem um cenário praticamente impossível, de crescimento econômico e juro real [acima da inflação] mais baixo, num quadro de fragilidade fiscal. Estão fazendo algo que talvez alguns achem que é o suficiente. Não creio.”

Segundo Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre-FGV, para se ter mais clareza, é preciso esperar a proposta de Orçamento do governo para 2024, a ser apresentada ao Congresso até 31 de agosto. Nessas diretrizes, a Fazenda pode incluir receitas esperadas com propostas em tramitação.

Entre estas, constam a retomada do voto de desempate no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), a regulamentação de apostas esportivas e a tributação de rendimentos de brasileiros no exterior.

Outras serão enviadas, como mudanças no Juro sobre Capital Próprio (uma forma de remunerar acionistas de empresas pagando menos tributos) e o projeto de lei para tributar fundos exclusivos de investimento, voltados à alta renda.

Aumentos de cobrança no IR, no entanto, devem respeitar a regra da anualidade –precisam passar neste ano para que o governo conte com o dinheiro em 2024. Caso contrário, a arrecadação só vale a partir de 2025.

“Por enquanto, só termos certeza de que o arcabouço minimiza um risco de cenário fiscal explosivo, mas ainda estamos longe de solucionar a questão”, diz Matos.

“Não apenas na dificuldade em conseguir zerar o déficit, pois também temos a perspectiva de aumento dos gastos. Ou seja, um cenário de manutenção de juros reais neutros em patamares mais elevados. Isso vai limitar a queda maior da taxa de juros, afetando principalmente o investimento.”

Para André Roncaglia, professor de economia da Unifesp e colunista da Folha, com o novo arcabouço, o governo propôs “um ajuste duro, muito difícil de cumprir, e procurou compartilhar a responsabilidade entre todos” –negociando com o Congresso medidas para aumentar a receita.

“Mas, se a expectativa de um ciclo virtuoso na economia não se concretizar, receio que no início de 2024 o governo terá de rever as metas. Isso não é nenhum pecado, diferentemente do que fez [Jair] Bolsonaro ao alterar a Constituição para furar o teto de gastos. O importante é que as mudanças sejam feitas de forma transparente, à luz do sol”, afirma.

Em artigo recente no “Brazil Journal”, intitulado “Me engana que eu gosto: Governo deveria detalhar projeções de receita”, os economistas Marcos Mendes e Marcos Lisboa sugerem que o governo passe a publicar em um painel online, para acesso público, todas as medidas que estuda para equilibrar suas contas.

Nele, defendem, deveria detalhar os parâmetros em que se baseiam as estimativas, a metodologia de estimação e, ao longo dos meses, indicação da arrecadação realizada de cada medida.

 

MEIO AMBIENTE É APOSTA DE LULA PARA QUE O BRASIL SEJA REPRESENTANTE EM FLORESTAS TROPICAIS

 

História por Leandro Prazeres – Enviado especial da BBC News Brasil a Belém 

Pauta ambiental, foco de cúpula que começa na terça-feira (8/08), é uma das principais apostas diplomáticas do presidente em seu terceiro mandato.© Andre Borges/EPA-EFE/REX/Shutterstock

A Cúpula da Amazônia convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa na terça-feira (8/08) e vai reunir presidentes de países da região amazônica e líderes da África, Indonésia e Europa.

O encontro, porém, parece estar longe de ser apenas um evento na agenda presidencial.

Divergências e contradições à parte, quando Lula começar a receber os chefes de Estado em Belém, capital do Pará, o presidente não estará apenas participando de uma reunião meramente protocolar, segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Para eles, Lula estará executando mais uma etapa dentro de uma estratégia definida: fazer da pauta ambiental uma das principais apostas diplomáticas do presidente em seu terceiro mandato.

O objetivo, segundo especialistas e diplomatas, é fazer com que o Brasil atue como uma espécie de representante informal dos países ricos em florestas tropicais do mundo em fóruns internacionais e, assim, ampliar sua influência global.

A Cúpula da Amazônia vai reunir presidentes de pelo menos seis presidentes da região Amazônica e políticos da República Democrática do Congo, da República do Congo, Indonésia, Alemanha, Noruega, França e São Vicente e Granadinas. O foco da reunião deverá ser obter uma posição coordenada desses países em fóruns e negociações internacionais relacionadas à questão ambiental.

Cientistas alertam que, para impedir os efeitos mais drásticos das mudanças climáticas, é fundamental parar ou diminuir o desmatamento das florestas tropicais como a Amazônica. As florestas são consideradas importantes para a manutenção do clima no planeta e, ao serem desmatadas, liberam toneladas de CO2 na atmosfera, agravando ainda mais o processo de mudança climática.

As primeiras indicações de que Lula apostaria alto na pauta ambiental como parte da sua diplomacia presidencial, no entanto, começaram antes mesmo de ele assumir o comando do país pela terceira vez.

Em novembro de 2022, pouco mais de duas semanas depois de vencer as eleições, ele discursou para uma plateia de cientistas e lideranças políticas durante a 27ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP27), em Sharm-el-Sheik, no Egito. O evento discutia medidas para combater os efeitos das mudanças climáticas.

“Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável […] Por esse motivo, quero aproveitar esta Conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo”, disse Lula.

Lula na COP 27, no Egito, quando tinha acabado de ser eleito para terceiro mandato© REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

O discurso agradou parte da comunidade científica internacional porque indicava uma mudança na política ambiental adotada durante o governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que ficou conhecida pelo aumento nas taxas de desmatamento na Amazônia.

Dias depois, em dezembro, Lula fez mais um movimento: confirmou Marina Silva (Rede Sustentabilidade) como ministra do Meio Ambiente de seu governo, reeditando uma parceria que existiu durante os dois primeiros mandatos de Lula.

As apostas continuaram em janeiro deste ano, já como presidente empossado. Lula lançou a candidatura de Belém como sede da COP30, que será realizada em 2025. A ONU, organizadora da conferência, ainda não anunciou se aceitou o pedido feito pelo Brasil.

“É importante que os chefes de Estado e as pessoas que de fato valorizam o meio ambiente venham para falar da Amazônia conhecendo a Amazônia”, disse Lula em um discurso em junho, durante a Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, organizada pelo governo francês, em Paris.

Além desses movimentos, Lula incorporou o tema ambiental em seus discursos durante a maior parte de suas agendas internacionais.

Em diversas oportunidades, ele defendeu que países ricos devem repassar recursos para países em desenvolvimento como forma de financiar iniciativas para impedir o desmatamento e lidar com as consequências das mudanças climáticas.

“Iremos fazer a COP30 em um estado da Amazônia, para que todos vocês tenham a oportunidade de conhecerem de perto o ecossistema da Amazônia […] e responsabilizar os países ricos para financiar os países em desenvolvimento que têm reservas florestais — porque não foi o povo africano que poluiu o mundo; não é o povo latino-americano que poluiu o mundo”, disse Lula em outro evento em Paris, em junho deste ano.

Ao mesmo tempo em que se movimentava em torno do assunto, parte da comunidade internacional passou a prometer mais recursos.

Alemanha e Noruega, principais doadores do Fundo Amazônia, anunciaram que fariam novos aportes. Em abril, foi a vez dos Estados Unidos prometerem uma doação de US$ 500 milhões ao fundo, o equivalente a aproximadamente R$ 2,5 bilhões. União Europeia e Reino Unido também se comprometeram a fazer doações para o combate ao desmatamento da Amazônia que totalizam em torno de mais R$ 607 milhões.

‘Falar mais alto’

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a aposta de Lula na pauta ambiental como forma de alavancar a influência do país no mundo e se tornar um porta-voz de países ricos em florestas tropicais é resultado tanto de uma espécie de “cálculo” quanto de oportunidade.

“Existe uma posição natural guardada para o Brasil neste cenário, pois temos 65% da Amazônia. A novidade deste novo governo Lula é que houve um entendimento de que a pauta ambiental é aquela na qual o Brasil consegue falar mais alto”, afirmou o secretário-executivo da organização não-governamental Observatório do Clima, Márcio Astrini.

“Apesar de o governo ter interesses em várias agendas, como a intenção de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e, mais recentemente, uma tentativa de interlocução na guerra da Ucrânia, o presidente Lula sabe que a questão do meio ambiente e clima é a pauta que realmente o alavanca no cenário internacional”, complementou Astrini.

Historicamente, Lula defende uma expansão no número de assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU. Hoje os assentos permanentes são ocupados pelos Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China. O petista defende que mais países possam fazer parte do grupo, inclusive o Brasil. A proposta, no entanto, encontra resistência e nunca foi adotada.

Outra área na qual a política externa brasileira vem acumulando críticas é a posição de Lula em relação à Guerra na Ucrânia. Apesar de o Brasil condenar oficialmente a invasão russa ao país europeu, Lula já deu declarações dizendo que tanto o presidente russo Vladimir Putin quanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski seriam responsáveis pelo conflito.

Lula também defende a criação de uma espécie de “clube da paz” formado por países não envolvidos no conflito para mediar conversas sobre o fim da guerra. A proposta não foi bem recebida por países como os Estados Unidos, principal fornecedor de armas aos ucranianos.

Terceiro mandato de Lula reafirmou Marina Silva como ministra© ANDRE BORGES/EPA-EFE/REX/Shutterstock

A diretora-executiva da Plataforma Cipó, Maiara Folly, avalia que a aposta de Lula na pauta ambiental é resultado de uma espécie de “vocação” do Brasil nesta área.

“A liderança brasileira nessa área é natural porque o Brasil é o país mais biodiverso do mundo. Isso só não nos dá o cacife necessário para liderar. A nova política externa está fazendo um grande esforço para colocar o país como líder nessa área”, afirmou.

A diretora do Departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maria Angélica Ikeda, afirmou que a cúpula desta semana é um exemplo de como o Brasil pretende atuar na área ambiental.

“Só o fato de o presidente (Lula) ter convocado a Cúpula da Amazônia antes mesmo de ter tomado posse demonstra a importância que ele atribui à conservação e uso da biodiversidade. Isso tudo mostra que o Brasil está interessado em se engajar com os demais países nos fóruns que tratam desses assuntos. A cúpula é a melhor mostra disso”, afirmou a diplomata à BBC News Brasil.

Maiara Folly diz que uma das estratégias do novo mandato de Lula para colocar o país como líder nessa área é a tentativa de “unificar” as posições de países ricos em biodiversidade não apenas da América do Sul, mas da África e da Ásia.

Isso explicaria, segundo Folly, o convite feito pelo Brasil à República Democrática do Congo, República do Congo e Indonésia à cúpula em Belém.

“Há um reconhecimento de que esse é um problema não só da região Amazônica, mas global”, disse Folly.

Sem se colocar oficialmente como “porta-voz” dos países ricos em florestas tropicais, Lula disse esperar que a cúpula em Belém consiga unificar posições de conjunto de países.

“Esse encontro é importante porque vai balizar a discussão que será levada à COP-28, no final do ano, nos Emirados Árabes (Unidos)”, disse Lula em uma entrevista na semana passada.

“O que queremos é dizer ao mundo o que vamos fazer com as nossas florestas e o que o mundo tem que fazer para nos ajudar, porque prometeram US$ 100 bilhões em 2009 e até hoje não saiu”, criticou o presidente, referindo-se ao compromisso assumido (e até agora não cumprido) por países desenvolvidos de financiar mecanismos para diminuir o desmatamento e mitigar efeitos das mudanças climáticas em países em desenvolvimento.

Lastro e limites da aposta

No Cerrado, houve aumento de 16,5% nos alertas de desmatamento do bioma entre agosto de 2022 e julho de 2023© REUTERS/Amanda Perobelli

Para Márcio Astrini, um dos principais lastros da aposta que Lula faz na pauta ambiental internacionalmente pode ser, ao mesmo tempo, o seu limite: os resultados do Brasil no combate ao desmatamento na Amazônia e outros biomas como o Cerrado.

“O principal fator se chama resultado. Não adianta o presidente fazer discurso sobre preservação do meio ambiente e o desmatamento no Brasil aumentar ou o Congresso Nacional aprovar leis que são claramente contra a preservação ambiental”, disse.

Pelo menos em relação à Amazônia, o governo tem comemorado uma redução nas taxas de desmatamento. Em julho, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou uma redução de 34% nos alertas de desmatamento na Amazônia no primeiro semestre deste ano na comparação com o primeiro semestre de 2022.

O governo divulgou que houve uma queda de 7,4% nos alertas de desmatamento na Amazônia no período que vai de agosto de 2022 a julho de 2023. A área de floresta derrubada no período que engloba o último semestre do governo Bolsonaro e o primeiro de Lula foi de 7,9 mil quilômetros quadrados, a menor desde o intervalo entre 2018 e 2019.

No Cerrado, porém, houve aumento de 16,5% nos alertas de desmatamento do bioma entre agosto de 2022 e julho de 2023.

Astrini diz que os resultados domésticos do Brasil e a possibilidade de unificar os países ricos em biodiversidade poderão aumentar o cacife do país nas negociações internacionais pelos recursos que os países ricos prometeram às nações em desenvolvimento.

“Uma coisa é você cobrar dinheiro sem dizer o que vai fazer com ele. Outra coisa é cobrar e dizer que sabe o que fazer e como vai usá-lo”, afirmou o secretário-executivo do Observatório do Clima.

Maiara Folly aponta outra possível limitação da estratégia brasileira: a manutenção da aposta do Brasil em combustíveis fósseis. Essa fonte de energia é vista como uma das principais responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa que causam as mudanças climáticas.

A Petrobras, estatal controlada pelo governo, tem planos para explorar uma nova fronteira exploratória de petróleo na área conhecida como Margem Equatorial, que vai do litoral do Amapá à costa do Rio Grande do Norte. A área é classificada por membros do governo como o “novo pré-sal”.

Em maio, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou um pedido de licenciamento ambiental feito pela empresa para perfurar um poço na costa do Amapá, na bacia sedimentar da Foz do Rio Amazonas. O órgão alegou falhas no projeto enviado e falta de garantias de segurança em caso de vazamento de óleo. A Petrobras defende que o projeto era adequado e recorreu da decisão.

A exploração de novas fontes de petróleo pelos países da região ganhou destaque em janeiro, quando o governo da Colômbia anunciou que não daria mais autorizações para exploração de novas frentes de petróleo.

Em julho, durante uma reunião na cidade colombiana de Letícia, Petro discursou, ao lado de Lula, e indagou se os países da região iriam continuar explorando petróleo na Amazônia. O Brasil não sinaliza disposição de impedir a exploração de combustíveis fósseis na região.

“Vamos permitir a exploração de petróleo na Amazônia? Vamos entregar blocos para exploração? Isso é gerar riqueza?”, indagou Petro ao lado de Lula, que não respondeu.

Na Cúpula da Amazônia, há a expectativa de que o assunto volte a ser debatido pelos presidentes e ministros envolvidos.

Mayara Folly diz não acreditar que haverá consenso sobre o tema em Belém.

“Não chegaremos a um consenso em Belém, mas temos que começar a dar passos nessa direção porque o planeta exige que a gente faça isso”, afirmou.

ADVOGADO QUE PRESENTEOU BOLSONARO COM PEDRAS SEMI-PRECIOSAS QUER DEPOR NA CPMI DE 8/1

 

História por Patrícia Nadir • Poder360

O advogado Josino Correia Junior, 44 anos, que diz ter dado um conjunto de “pedras semipreciosas” de R$ 400 ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante comício em Teófilo Otoni (MG) em setembro de 2022, afirma que está à disposição para eventuais esclarecimentos à CPMI do 8 de Janeiro. 

Ao Poder360, Josino afirmou querer esclarecer o que chamou de “narrativa mentirosa” sobre o caso: “Estou disposto a falar a verdade para combater uma injustiça feita por quem prega tanto sobre democracia. Estou à disposição da CPI e, se não me convocarem, eu vou pedir para ir”.   

O advogado confirmou que o conjunto dado a Bolsonaro é composto por 12 peças:

  • 4 topázios (azul);
  • 4 citrinos (amarelo);
  • 4 prasiolitas (verde).

As cores remetem à bandeira do Brasil.

Josino disse ter comprado as pedras em uma feira na praça Tiradentes, no centro de Teófilo Otoni. Depois, comprou um estojo e mandou gravar nele a frase: “De Josino para o presidente Bolsonaro”.

Ele relata que o encontro com Bolsonaro foi “coisa de segundos”.

“Eu entreguei o presente para um integrante da comitiva do Bolsonaro, porque não podemos dar nada diretamente para o presidente. Tirei uma foto com ele rápido, coisa de segundos, porque tinham outras pessoas esperando. Bolsonaro agradeceu e ficou feliz com o presente”, disse.

JANDIRA FEGHALI 

O advogado disse que entrará na Justiça contra a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) por crime contra a honra. Ela sugeriu durante a CPMI do 8 de Janeiro que as pedras teriam origem no “garimpo ilegal”.

“Vou querer que ela faça um pedido de retratação pública”, declarou Josino.

Ele relacionou as suspeitas de Jandira com a confiabilidade das urnas eletrônicas, embora os 2 assuntos não estejam relacionados. “Se a minha declaração sobre o presente fica em um tom de desconfiança para a deputada porque não tenho comprovante do que tinha no estojo, então como eu sei que a urna computou meu voto, se não tenho comprovante?”, indagou. 

Poder360 procurou a deputada por meio de sua assessoria e perguntou se a congressista gostaria de se posicionar a respeito da declaração de Josino. Seus assessores informaram que ela deve se manifestar, mas que dificilmente o fará neste domingo (6.ago.2023). O espaço segue aberto. O texto será atualizado caso Feghali envie uma nota.

BOLSONARO CRITICA JANDIRA

No sábado (5.ago.2023), Bolsonaro declarou ser vítima de calúnia por causa das declarações de Feghali. Em seu perfil no Twitter, o ex-presidente criticou o que seria a percepção de que recebeu “diamantes” para financiar atos antidemocráticos e compartilhou reportagem da Folha de S.Paulo. Afirmou que a “verdade apareceu”.

JANDIRA RESPONDE BOLSONARO

Horas depois da publicação de Bolsonaro, Jandira respondeu no Twitter. Escreveu que o ex-presidente “confessou o crime ao admitir ter sido presenteado com as pedras”.

Segundo ela, documentos indicam que as pedras seriam “preciosas” e diz que, caso não sejam, Bolsonaro precisa provar. À Folha, disse que não há como saber se Josino Correia está falando a verdade ou não e que suas falas não têm “nenhum significado”.

Pedras recebidas por Bolsonaro custam R$ 400 e são semipreciosas© Fornecido por Poder360

Na 5ª feira (3.ago.2023), 8 congressistas da CPI do 8 de Janeiro, incluindo Jandira, pediram à PGR que investigue Bolsonaro por improbidade administrativa e crimes contra a administração pública. Dizem que o fato de as pedras supostamente não terem sido registradas vai contra o Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Eis o que determina o código:

  • artigo 9º – é vedada à autoridade pública a aceitação de presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que houver reciprocidade;
  • parágrafo único – não se consideram presentes para os fins deste artigo os brindes que:
    •  – não tenham valor comercial; ou
    •  – distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o valor de R$ 100.

Quem são os 8 congressistas:

ZELENSKY DISSE QUE QUEM FICOU DESAPONTADO FOI LULA AO NÃO SE REUNIR COM ELE

 

História por Redação Itatiaia 

O líder ucraniano Volodymyr Zelensky disse que achava que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “tinha uma compreensão mais ampla do mundo”.

“Para ser sincero, eu achava que ele (o presidente Lula) tinha uma compreensão mais ampla do mundo. Eu acho que é muito importante ver o mundo inteiro”, disse Zelensky em uma entrevista no palácio presidencial em Kiev neste domingo (6).

CNN questionou o líder ucraniano sobre as recentes declarações de Lula e de seu assessor especial para relações exteriores, embaixador Celso Amorim, sobre a guerra e uma possível solução diplomática para o conflito.

Falas de Lula e Amorim

Na quarta-feira, em café da manhã com correspondentes estrangeiros em Brasília, Lula disse que “a gente não tem ouvido nem de Zelensky nem do (presidente russo, Vladimir) Putin a ideia de que vamos parar (a guerra) e vamos negociar”. “Por enquanto, os dois estão naquela fase de eu vou ganhar, eu vou ganhar, eu vou ganhar, eu vou ganhar, sabe? Enquanto isso, as pessoas estão morrendo”, afirmou Lula.

Amorim disse, no mesmo evento, que as preocupações de segurança da Rússia não podem ser deixadas de lado nas discussões sobre qualquer acordo de paz. “Você não pode deixar de fora as preocupações de segurança da Rússia, elas são reais”, disse Amorim.

“Afirmações que não trazem paz”

Parece-me que o presidente Lula é uma pessoa experiente. Mas eu não o entendo muito bem. Essas são algumas afirmações que não trazem paz de forma alguma

Volodymyr Zelensky

“É estranho falar sobre a segurança da Federação Russa. Só a Rússia, Putin e Lula falam sobre a segurança da Rússia, sobre as garantias que precisam ser dadas para a segurança da Rússia”, disse Zelensky, mostrando ter ficado surpreso com as declarações de Lula.

Na resposta, ele misturou as afirmações de Lula e de Amorim, mas as palavras do assessor especial da presidência foram consideradas pelo líder ucraniano como uma posição do governo.

“Só acho que ele (o presidente Lula) tem uma opinião própria. Parece-me que não é necessário que seus pensamentos coincidam com os pensamentos do presidente Putin”, acrescentou o líder ucraniano.

Olhando fixamente para o correspondente da CNN, Zelensky continuou, demonstrando irritação.

O seu país não está em guerra com ninguém. O seu país, o Brasil, é muito mais respeitado do que a Rússia hoje no mundo. As pessoas (do Brasil) são respeitadas, sua visão, suas visões de mundo são respeitadas. O Brasil não é um país agressor, mas um país pacífico. Por que ele (o presidente Lula) precisa concordar com as narrativas do líder do estado (russo Vladimir Putin), que não é diferente de nenhum colonizador? Ele (Putin) mente constantemente, manipula constantemente, desinforma constantemente as pessoas. Está matando nossos filhos e estuprando nossas mulheres

Volodymyr Zelensky

CNN entrou em contato com o Palácio do Planalto para comentar as falas do presidente ucrâniano aguarda retorno.

“Para ser honesto, se o presidente Lula quiser me dizer alguma coisa, deixe-o sentar (comigo) e me dizer. E vamos acabar com isso. Porque o que você me diz (que Lula disse) é triste, muito triste”, finalizou o presidente ucraniano.

A entrevista de Zelensky foi concedida a um grupo de jornalistas latino-americanos, organizada pelo grupo Transatlantic Dialogue Centre.

O presidente ucraniano falou também sobre o impacto da guerra em seu país, as dificuldades de suas forças armadas na atual ofensiva contra os russos e a conferência que discute o seu plano de paz na Arábia Saudita neste fim-de-semana.

‘Acho que ele é que ficou desapontado’, diz Zelensky sobre Lula após tentativa de reunião entre os dois fracassar

Presidente ucraniano havia pedido uma reunião bilateral com o brasileiro durante o G7 no Japão, mas o encontro não aconteceu por ‘incompatibilidade de agendas’ dos dois.

Por g1


Lula e Zelensky — Foto: Reprodução

Lula e Zelensky — Foto: Reprodução

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, minimizou neste domingo (21) o fato de não ter havido a reunião bilateral solicitada por ele ao Luiz Inácio Lula da Silva, durante o G7, no Japão, e disse, em tom de ironia, que acha que quem ficou desapontado foi o presidente brasileiro.

Segundo o que foi divulgado, o encontro não ocorreu em razão de uma “incompatibilidade de agendas” entre os dois.

Ao ser questionado pela imprensa se havia ficado decepcionado, Zelensky respondeu:

“Eu acho que ele ficou desapontado”, disse sorrindo e provocando risos entre os jornalistas.

O convite para a bilateral foi feito pelo ucraniano na sexta-feira (19). Inicialmente, Lula tinha se mostrado resistente porque avaliava a conveniência de ter o encontro em razão de o Brasil querer manter um posicionamento de neutralidade em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Segundo o governo brasileiro, a possibilidade de uma reunião chegou a ser negociada e uma sala foi montada para o encontro, mas o encontro ficou de fora da agenda.

Lula e Zelensky não terão reunião bilateral durante cúpula do G7

Lula e Zelensky não terão reunião bilateral durante cúpula do G7

Frente a frente

Lula e Zelensky ficaram frente a frente pela primeira vez neste domingo durante uma sessão de trabalho do G7 e países convidados da cúpula para discutir a paz.

Em seu discurso, Lula condenou a violação da integração territorial ucraniana e repudiou o “uso da força como meio de resolver disputas”.

Na mesa, o brasileiro ficou entre o presidente americano Joe Biden e o premiê canadense Justin Trudeau. Bem em frente a ele estava o ucraniano, ladeado pelo indiano Narendra Modi e o sul-coreado Yoon Suk-yeol. Ao centro, estava o anfitrião do encontro, o japonês Fumio Kishida. (Veja na foto abaixo.)

Lula defende reforma do Conselho de Segurança da ONU durante discurso: 'é preciso falar da paz'  — Foto: Ricardo Stuckert

Lula defende reforma do Conselho de Segurança da ONU durante discurso: ‘é preciso falar da paz’ — Foto: Ricardo Stuckert

PRISÃO APÓS VEREDICTO DO JURI POPULAR DECIDE O STF

 

História por admin3 • IstoÉ Dinheiro

O Supremo Tribunal Federal já tem seis votos para permitir que réus em processos criminais condenados em júri popular cumpram a pena após a decisão dos jurados. O júri popular – previsto na Constituição – julga crimes dolosos (quando há intenção) contra a vida, entre os quais homicídio, feminicídio e infanticídio. O tema é analisado no plenário virtual, em sessão prevista para terminar na segunda-feira, 7.

Quatro ministros – Dias Toffoli, André Mendonça, Carmen Lúcia e Alexandre de Moraes – já seguiram o voto do ministro Luis Roberto Barroso, no sentido de dar o aval à prisão de condenados pelo corpo de jurados logo após a sentença, independentemente do total da pena aplicada.

De outro lado, há três votos evocando a chamada presunção de inocência, no sentido de manter a vedação à execução imediata da pena imposta pelo Júri. Seguem tal entendimento os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowksi e Rosa Weber.

Já ministro Edson Fachin abriu uma terceira corrente no julgamento, ressaltando que tanto o Júri como a presunção de inocência são direitos fundamentais. Nessa linha, ele propôs que o STF reconheça como constitucional ministro Gilmar Mendes, para o fim de reconhecer como ainda constitucional a execução imediata após o Júri quando o réu for condenado a pena superior a 15 anos de prisão.

Ainda restam votar os ministros Luiz Fux e Kassio Nunes Marques. Cristiano Zanin, recém empossado, não vai se manifestar uma vez que seu antecessor, Ricardo Lewandowski, já havia se pronunciado sobre o tema.

A sessão do Plenário virtual que analisa o tema teve início antes do recesso judiciário, no dia 30 de junho.

Entenda os votos

Barroso, Toffoli e Gilmar já haviam depositados seus votos quando o julgamento foi iniciado, em abril de 2020. Na ocasião, os dois primeiros se manifestaram no sentido de que o condenado pelo Tribunal do Júri pode ser preso logo após a prolação da sentença.

O decano do STF, Gilmar, abriu divergência. No entanto, a análise do tema foi suspensa por um pedido de vista – mais tempo para análise – do ministro Ricardo Lewandowski.

O julgamento foi retomado em outubro de 2022, com o posicionamento de Lewandowksi, do ministro Alexandre de Moraes e das ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia. A análise no entanto foi adiada mais uma vez, com um pedido de vista do ministro André Mendonça.

Autor do voto divergente, Gilmar assinalou que não há como se dar início à imposta antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória – quando há decisão definitiva, da qual o réu não pode mais recorrer -, inclusive em se tratando de crimes da competência do Tribunal do Júri. O magistrado evocou precedentes do Supremo nos quais foi assentada a “primazia da presunção de inocência nos processos julgados por quaisquer juízes, sejam eles togados ou leigos”.

Já o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, foi a de que a ideia de restringir a execução imediata das deliberações do corpo de jurados ao quantum da resposta penal representa “relativização da soberania que a Constituição Federal conferiu aos veredictos do Tribunal popular”.

“Se, de fato, são soberanas as decisões do Júri, não cabe à lei limitar a concretização e o alcance dessas mesmas deliberações. Limitar ou categorizar as decisões do Júri, além de contrariar a vontade objetiva da Constituição, caracteriza injustificável ofensa ao princípio da isonomia, conferindo tratamento diferenciado a pessoas submetidas a situações equivalentes”, anotou o ministro quando o julgamento foi iniciado.

O post Maioria dos ministros do STF vota para permitir execução imediata de prisão após júri popular apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

O QUE SE SABE SOBRE PEDRAS PRECIOSAS E ROLEX DE BOLSONARO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Documentos obtidos pela CPI do 8 de janeiro indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido presenteado com pedras preciosas. Os parlamentares também tiveram acesso a troca de emails apontando que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid tentou vender um relógio da marca Rolex dado ao ex-presidente em viagem à Arábia Saudita, caso que entrou na mira da PF (Polícia Federal).

Nas redes sociais, Bolsonaro compartilhou reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre o caso, destacando que o jornal ouviu um advogado de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, que disse ter sido o doador das pedras. Sem citar nomes, o ex-presidente disse ter sido vítima de calúnia por uma deputada da comissão.

Entenda o que se sabe até o momento:

O que a CPI descobriu?

Os parlamentares tiveram acesso a trocas de emails entre funcionários da ajudância de ordens da Presidência que indicam que Bolsonaro recebeu, em outubro de 2022, um envelope e uma caixa com pedras preciosas para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Nas mensagens, o ex-assessor Cleiton Henrique Holzschuk diz que Cid havia pedido que as pedras não fossem cadastradas e que deveriam ser entregues diretamente a ele.

Quem deu as supostas pedras preciosas a Bolsonaro?

O advogado Josino Correia Junior, morador de Teófilo Otoni, afirmou à Folha de S.Paulo que foi ele quem deu o presente a Bolsonaro. Segundo ele, o conjunto de pedras semipreciosas é composto de topázios azuis, citrinos (pedra de cor amarela) e prasiolitas (verde), acondicionadas em um estojo. São quatro pedras de cada tipo, que teriam custado R$ 400.

Qual o valor das pedras?

Lojistas de Teófilo Otoni dizem que o quilate do topázio azul varia, em média, de US$ 7 (cerca de R$ 35 na cotação atual) a US$ 15 (o equivalente a aproximadamente R$ 73), dependendo do tom de azul da pedra.

O quilate do citrino, segundo comerciantes, é negociado na cidade por valores entre R$ 20 e R$ 30. Já o quilate da prasiolita varia de R$ 10 a R$ 30. Uma pedra do tamanho de uma moeda de R$ 0,10, por exemplo, custaria em torno de R$ 200.

O que a CPI fez diante das informações?

Parlamentares pediram à PGR (Procuradoria-Geral da República) que investigue a origem e o paradeiro das pedras. Eles questionam se Bolsonaro cometeu o crime de peculato e afirmam que não há registro das pedras na relação de 1.055 itens recebidos oficialmente pelo ex-presidente no mandato.

O que mais a CPI descobriu sobre Mauro Cid?

Documentos enviados à CPI, revelados pelo jornal O Globo, indicam que Cid tentou vender um relógio da Rolex recebido por Bolsonaro em 30 de outubro de 2019 durante almoço oferecido pelo rei da Arábia Saudita à comitiva brasileira.

O relatório da comissão indica que Cid trocou mensagens em inglês com Maria Farani, ex-assessora do Gabinete Adjunto de Informações do gabinete pessoal de Bolsonaro.

Nos emails, ao ser questionado sobre o certificado de garantia original do relógio e quanto esperava pela peça, Cid respondeu que o objeto havia sido um presente recebido em viagem oficial de negócios jamais usado e que esperava receber por volta de US$ 60 mil (cerca de R$ 290 mil).

A PF iniciou uma investigação sobre o caso.

O que pesa contra Cid?

Mauro Cid é alvo de investigações no STF (Supremo Tribunal Federal) e em outras instâncias, incluindo o caso das joias enviadas ao ex-mandatário por autoridades da Arábia Saudita. O militar está preso desde o início de maio por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Em julho, ele compareceu à CPI do 8 de janeiro, mas permaneceu em silêncio. No mesmo mês, um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentações atípicas na conta de Cid e indícios de lavagem de dinheiro no envio de R$ 367 mil aos EUA.

O que se sabe sobre as joias sauditas recebidas por Bolsonaro?

Em abril, Bolsonaro e Cid prestaram depoimento sobre joias recebidas de autoridades da Arábia Saudita. O ex-presidente reconheceu que os itens eram presentes para Michelle e que tentou reavê-las, mas que os objetos haviam sido cadastrados, negando irregularidade.

Em outubro de 2021, um militar que assessorava o então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou desembarcar no Brasil com artigos de luxo na mochila. Como não tinham sido declarados, os bens foram apreendidos pela Receita Federal —o caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Um segundo pacote, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos também da marca suíça de diamantes Chopard e depois entregues a Bolsonaro, estava na bagagem de um dos integrantes da comitiva e não foi interceptado pela Receita, como mostrou a Folha.

Por determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), os artigos foram entregues à Caixa Econômica Federal para que fiquem guardados até o término de uma apuração instaurada na corte de contas.

Mesmo procedimento foi adotado para um terceiro estojo de joias, oferecido pessoalmente ao ex-presidente quando ele esteve na Arábia Saudita em 2019.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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