O preço da gasolina vendida pela Petrobras está 23% mais barato do
que a média cobrada pelas refinarias privadas. A diferença atingiu,
neste mês de julho, o maior patamar da série histórica, iniciada em 1º
de dezembro de 2021, quando foi privatizada a primeira unidade de refino
estatal, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, atual Refinaria
de Mataripe.
Levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP) mostra que o
litro da gasolina da Petrobras está custando R$ 2,52, enquanto as
refinarias privatizadas cobram, em média, R$ 3,10.
A recordista dos preços mais altos do país é a Refinaria Potiguar
Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, privatizada em 7 de junho.
Administrada pela empresa 3R Petroleum, a unidade vende gasolina a R$
3,20, valor 27% mais caro do que o da estatal.
A Refinaria da Amazônia (Ream), privatizada em dezembro de 2022,
comercializa o litro a R$ 3,06, e a Acelen, gestora de Mataripe, a R$
3,03, uma diferença em relação aos preços da Petrobrás de 21% e 20%,
respectivamente.
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto
Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), as refinarias
privatizadas, estruturalmente, cobram preços mais elevados do que a
Petrobras. Ele aponta dois motivos para isso. O primeiro é que a
Petrobras é uma empresa integrada, que produz e refina o petróleo.
“Sendo assim, ela tem uma margem para absorver variação de preços que é imensamente superior à de suas concorrentes”, explica.
O segundo motivo apontado pelo economista é que a Petrobras é uma
empresa estatal e conta com vários fatores para estabelecer o seu preço,
além exclusivamente da maximização de lucros.
“Mesmo quando seu preço era definido pelo PPI, a política de paridade
de importação, a companhia manteve por muito tempo preços abaixo dos
internacionais, justamente por conta da pressão da opinião pública sobre
o governo. E, com o fim do PPI, em maio deste ano, a Petrobras passou a
ter maior margem para definir os preços, até porque seus custos não
variaram”, conclui.
Competição
Em nota ao Estadão/Broadcast, a Petrobras reiterou
que a sua estratégia comercial tem como premissa a prática de preços
competitivos e em equilíbrio com os mercados nacional e internacional,
se valendo de suas melhores condições de produção e logística. Ao mesmo
tempo, a empresa diz que evita o repasse da volatilidade conjuntural das
cotações internacionais e da taxa câmbio.
De acordo com a estatal, a demanda nacional vem sendo atendida tanto
pela Petrobras quanto pelos demais produtores e importadores que atuam
no mercado brasileiro, portanto não há risco de desabastecimento no
País.
“Sobre a percepção de terceiros acerca dos preços internos de
combustíveis, é importante destacar que suas declarações devem ser
vistas sob a perspectiva de um mercado concorrencial, com agentes que
representam empresas de diferentes portes de operação”, informou a
estatal.
Conforme divulgado na quinta-feira, 27, no Relatório de Produção e
Vendas da Petrobras no segundo trimestre de 2023, o fator de utilização
(FUT) das unidades de refino da Petrobras atingiu 93% no período, sendo
que em junho alcançou 95%, os maiores resultados desde 2015.
O Relatório mostrou ainda, que a produção de gasolina teve aumento de
7,4% no segundo trimestre, em comparação com o trimestre anterior,
acompanhando o desempenho de mercado e o maior aproveitamento da
capacidade operacional das refinarias. Em junho, a produção de gasolina
foi de 421 mil barris por dia (bpd), melhor resultado desde 2014.
A produção de diesel também cresceu no último trimestre: 9,7% em
relação ao primeiro trimestre. O diesel S10, menos poluente e com menor
impacto ambiental, teve recorde mensal de 442 mil bpd em junho.
“Os resultados são fruto de constantes melhorias operacionais,
otimização de processos e controle da produção, com objetivo de atender à
demanda crescente do derivado”, explicou a Petrobras na nota.
Ministro alega necessidade de preservar arquivos que constam em investigações em curso
Por Eduardo Gayer – Jornal Estadão
O ministro da Justiça, Flávio Dino, negou pedidos da CPMI do 8 de janeiro para ter acesso às imagens das câmeras de
segurança da pasta no dia dos atos golpistas em Brasília. Dino alegou
que os arquivos não podem ser divulgados para preservar as investigações
criminais em andamento.
“Esta decisão administrativa visa preservar a autoridade do Poder
Judiciário no que se refere ao compartilhamento de provas constantes de
Inquéritos com eventuais diligências em curso”, afirma o Ministério da
Justiça em resposta a ofícios enviados por deputados e senadores do
colegiado.
As câmeras mostram o militar, então nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer a segurança do Palácio, circulando inerte pela sede do Executivo e sem reagir aos invasores.
No despacho, o Ministério da Justiça ainda destaca que a presidente
do STF, ministra Rosa Weber, igualmente negou pedido da CPMI para
compartilhamento de arquivos de inquéritos hoje em tramitação na Corte.
À Coluna, Flávio Dino afirmou que o pedido de acesso às
imagens deve ser feito à polícia. “As imagens estão em inquéritos
policiais. Tem que cumprir o artigo 20 do Código de Processo Penal.
Basta pedir para quem preside o inquérito. Portanto, não há negativa”,
defende o ministro.
O artigo 20 do Código de Processo Penal diz que “a autoridade
assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade”.
Como Oppenheimer, outros grandes inventores também sentiram suas mãos cheias de sangue
Por Celso Ming – Jornal Estadão
Desde que o homem é homem, as conquistas tecnológicas são moralmente
neutras. Se são usadas para o bem ou para o mal, depende de quem e como
as usa. A faca, por exemplo, serve para tanta coisa boa. E, no entanto,
pode ser instrumento de barbaridades. Um barbante nas mãos de Francisco
de Assis será usado para o bem; nas de um facínora, pode servir para
cometer crimes hediondos.
O excelente filme em cartaz Oppenheimer,
dirigido por Christopher Nolan, examina a intenção de quem liderou o
Projeto Manhattan e a criação da bomba atômica. Envereda em seguida
sobre os remorsos e os transtornos mentais que prevaleceram no day
after.
Já antes da destruição de Hiroshima e Nagasaki, em
1945, o Prometeu moderno sentiu que se tornou cúmplice da morte.Quanto a
questões que envolvem conflito de prioridades, o filme lembra o
longa-metragem dos anos 50,
A Ponte do Rio Kwai, dirigido pelo britânico David Lean. É a
história de um coronel engenheiro preso pelos japoneses na Guerra do
Pacífico que foi obrigado a dirigir a construção de uma ponte
ferroviária. Ele ficou empolgado com sua obra-prima. Quando recebeu a
ordem de destruí-la, para impedir o avanço do inimigo, o coronel vacila,
por não querer botar abaixo aquela maravilha. Por fim, entendeu qual
era o objetivo prioritário e fez o que tinha de fazer.
Como Oppenheimer, grandes inventores sentiram o uso perverso do que produziram. Alfred Nobel (1833-1896)
se deu conta do poder destruidor da dinamite que saiu do seu gênio e, a
título de reparação, instituiu o Prêmio Nobel. Santos-Dumont (1873-1932)
se deprimiu com o que passaram a fazer com seu invento. Chegou a
solicitar que a Liga das Nações proibisse o uso de aeronaves na guerra.
Mas foi ignorado.
Quando deixa a oficina do seu criador, a criatura adquire trajetória
própria, como observou brutalmente o presidente Truman, quando
Oppenheimer lhe disse que tinha sangue em suas mãos.
O ser humano segue tomado por conflitos e pelas contradições morais.
Tantas e tantas vezes, é o poder econômico e político que manipula a
criatura, sem considerações éticas.
Fica no ar a pergunta sobre se Oppenheimer pode ser perdoado. Como o Fausto de
Goethe, que entregou sua alma ao diabo para obter conhecimento – e
tecnologia –, paira sobre ele a vaga possibilidade de perdão, baseada na
força redentora do arrependimento.
Pode parecer catastrófico demais para algo ainda sem muitas
evidências, mas a Unesco dá o tom em seu relatório: “essas ferramentas
poderiam exercer um impacto negativo na motivação do estudante de
conduzir pesquisas independentes e achar soluções”.
E não é só porque as soluções encontradas pelo Chat GPT podem ser
piores, ter vieses, indicar informação não checada e de fontes não
confiáveis, é porque o mais importante é o processo. A IA em breve vai
dar respostas perfeitas. Mas na educação, diferentemente do que muita
gente pode pensar, o que vale não é nota 10. E, sim, a construção do
conhecimento.
Ela acontece durante as etapas de aprendizagem, como na preparação
para se escrever um trabalho escolar. O cérebro coleta informações,
relaciona umas com as outras, questiona, analisa, tira conclusões. E
depois, ao tentar expressar suas próprias ideias em um texto, vem um
outro exercício cerebral, com organização do pensamento, priorização,
experimentação, acionamento da memória.
Todos esses processos fazem o estudante não só aprender o que está
sendo proposto na escola, mas também a lidar com outras tarefas do dia a
dia, a se relacionar com as pessoas, planejar, tomar decisões simples
ou importantes. Pesquisas já mostraram até que a leitura de um romance
ajuda o cérebro a desenvolver empatia, já que o leitor se coloca no
lugar do personagem.
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Mas tudo isso passa batido quando o Chat GPT faz todo o trabalho de
um universitário, como relataram anonimamente vários estudantes ao
podcast The Daily, do The New York Times, no mês passado. Um
deles conta que mostrou à ferramenta um parágrafo escrito por ele mesmo e
pediu que o robô fizesse um outro texto, sobre outro assunto, com o seu
estilo. Deu certo e ele recebeu nota máxima.
A IA na educação também pode, claro, identificar melhor as
dificuldades de cada estudante e tornar o ensino mais personalizado. Ou
fornecer em segundos informações que levariam muito tempo para serem
encontradas, corrigir provas para os professores e liberá-los para
trabalhos mais interessantes com os alunos.
O que não se sabe é se a inteligência artificial é o ponto de virada,
ou seja, a grande revolução prometida há anos desde que a tecnologia
começou a entrar na sala de aula. Quando surgiram as calculadoras
eletrônicas, na década de 1970, acreditou-se que ninguém mais aprenderia
a fazer contas. Ainda se começa ensinar Matemática sem elas para as
crianças, mas os equipamentos já fazem parte do material escolar em
algumas idades.
Difícil para Unesco ou qualquer um hoje prever os limites da
inteligência artificial. O relatório mundial, no entanto, faz questão de
frisar o que parece óbvio: os alunos precisam aprender com e sem
tecnologia na escola. E nós, que não somos robôs, podemos ter sempre um
olhar atento para que a IA não arruine o processo mais brilhante da
mente humana: a aprendizagem.
Você saltou de um avião em chamas a vinte mil pés, sem paraquedas.
Por sorte você sabe se guiar pelo ar conforme cai, então é capaz de
mirar o lugar onde vai cair. Onde você miraria, e por quê?
Uma das respostas a esta pergunta em inglês citou quatro pessoas que
sobreviveram a cenários parecidos com este, mas como o autor não
detalhou o que aconteceu, resolvi fazer isto, já que são histórias muito
interessantes…
O primeiro se chama Nicholas Alkemade, um tripulante
de um bombardeiro britânico na Segunda Guerra Mundial. Seu avião atacou
Berlim mas, na volta, foi alvejado por um caça alemão e pegou fogo. O
piloto e outros tripulantes morreram. Ele, que estava na metralhadora de
cauda, foi pegar seu paraquedas para saltar, mas viu que também estava
em chamas. Escolheu morrer na queda ao invés de queimado. Por pura sorte
(era noite, não dava para ver nada), ele caiu em um pinheiro, que
amorteceu sua queda, e depois na neve fofa e profunda. Sofreu apenas
leves arranhões e um joelho torcido! Os oficiais alemães que o
capturaram não acreditaram em sua história, tiveram que ver o suporte do
paraquedas não-utilizado para finalmente aceitarem que o que Nicholas
disse era verdade!
Já Vesna Vulović foi uma comissária de voo que
estava sentada e com os cintos atados quando seu avião, um DC-9,
explodiu sobre a República Tcheca, em 1972. Vesna estava ao fundo do
avião, na cauda, que caiu também na neve fofa na lateral de uma
montanha. Apesar de ter ficado um bom tempo em coma e ter tido paralisia
temporária, Vesna sobreviveu sem sequelas e mantém, até hoje, o recorde
de altura de uma pessoa que sobreviveu à queda de um avião: 10.160
metros (33.330 pés).
Ivan Chisov era um tenente-coronel de um bombardeiro
russo durante a Segunda Guerra Mundial. Seu avião foi alvejado pela
Luftwaffe, e ele foi forçado a saltar a vinte e três mil pés. Como,
nesta altura, a batalha corria solta, ele resolveu deixar para abrir o
paraquedas quando estivesse mais baixo… Mas desmaiou, por causa do ar
rarefeito. Como caiu na neve fofa, Ivan foi encontrado vivo por soldados
russos e, apesar de ter quebrado vários ossos e até mesmo a espinha,
após extensivos cuidados médicos voltou a voar em bombardeiros.
A última história que tenho a contar é a da Juliane Koepcke,
peruana que caiu de um Electra quando tinha apenas quatorze anos de
idade. Foi a única dos quatro que não caiu na neve… Seu avião se partiu
em cima da floresta amazônica. Assim como Vesna, ela estava com seu
cinto afivelado e caiu amarrada à cadeira. Sobreviveu, quebrando apenas a
clavícula, sofrendo um corte no braço direito e ferimentos no olho
direito. Sua mãe, que a acompanhava, também sobreviveu à queda, mas
morreu alguns dias depois. Juliane comeu tudo o que encontrou nos
destroços do avião, até que resolveu seguir um rio para procurar ajuda.
Encontrou uma casinha com um barco e se abrigou por lá, até que, no dia
seguinte, foi encontrada por pescadores.
Então, ao analisar os quatro casos… O que eu faria seria procurar
NEVE, o que é tãããããããããão fácil aqui no Brasil… Ou, então, procurar
árvores altas, um pouco mais comuns por esta parte do mundo. E,
definitivamente, eu não procuraria cair no mar. A água é péssima para
amortecer quedas de tão alto.
Alessandro Buonopane – CEO Brasil da GFT Technologies
“Inovação distingue um líder de um seguidor”. “Todos nós precisamos
de pessoas que nos deem feedback. Assim melhoramos”. A primeira passagem
foi proferida por Steve Jobs; a segunda, por Bill Gates. Em comum, o
fato de que ambas constam na página oficial da Câmara de Comércio dos
Estados Unidos, como algumas das frases que todo líder de negócios deve
ouvir.
Mais do que motivadoras, ambas expõem a pura realidade de que fazer
bons negócios demanda um verdadeiro “algoritmo” por parte de gestores,
administradores e demais executivos para ser bem sucedido em um ambiente
cada vez mais veloz, competitivo e de constante atualização, tanto da
parte tecnológica quanto de padrões de comportamento e consumo.
Faço um à parte aqui para me fazer mais claro. Por definição,
algoritmo na Computação significa um “conjunto das regras e
procedimentos lógicos perfeitamente definidos que levam à solução de um
problema em um número finito de etapas”. Este raciocínio é perfeitamente
relacionável com a troca entre fornecedor e consumidor, não é? Pois
bem.
Me sinto bem à vontade para usar essa correlação entre tecnologia e
negócios, uma vez que estou no mundo da TI há 34 anos, liderando grandes
e complexos projetos em diversas instituições, distribuídos em
ambientes de múltiplas plataformas e múltiplas tecnologias. Sempre
estive próximo das mudanças de métodos e processos ao longo desta grande
jornada.
Um negócio, porém, começa antes de falarmos de dados e números. Uma
boa formação que lhe credencie na sua área de atuação e a capacidade de
construir relacionamentos são duas boas qualidades iniciais para ser
bem-sucedido ao gerir ou administrar um negócio. Isto vai lhe permitir
uma série de ações positivas, como exercitar a empatia e se colocar no
lugar do seu cliente em favor da resolução de problemas.
A oportunidade de fechar bons negócios ganha corpo e forma tão logo
exista empenho também na experiência do cliente, conhecimento do seu
negócio e se manter próximo em todas as etapas do processo de
negociação. Desta forma, ele vai se lembrar de você. Na outra ponta,
essa presença e preocupação será um bônus precioso, seja nos negócios de
hoje ou nos de amanhã.
Entretanto, o desenvolvimento das relações envolve somente uma
parcela do que chamo de “algoritmo dos negócios”. Internamente, cada
companhia precisa ter uma boa visão da sua proposta, das suas
qualificações e como colocá-las em público. É bom aproveitar para
esclarecer: gestão e administração são conceitos distintos, e aproveito
para tocar nisso.
Gerir significa desenvolver algo muito valioso, incentivando a
participação, a autonomia e a responsabilidade das pessoas. É uma ação
voltada para o quadro político-administrativo de uma empresa ou time.
Por sua vez, administrar trata do planejamento, do controle e
direcionamento de recursos, com foco em objetivos específicos e projeção
de resultados.
O que não muda é a necessidade de quem está no comando das principais
operações tentar conciliar os conceitos de gestão e administração,
trabalhando com probabilidades, com a percepção do quanto
relacionamentos e esforços possam virar negócios efetivos. Dessas
relações também podem sair novos entendimentos sobre, por exemplo,
tendências que lhe permitam antecipar movimentos da concorrência.
Procuro trabalhar com especialistas e executivos antenados no que há
de mais moderno para a transformação digital de negócios. Nossa
consultoria para modelos de tech embarcada – processos que ligam
diferentes tecnologias a outros recursos, agregando funcionalidades
entre software e hardware, compondo uma dinâmica arquitetura de dados –,
respira diariamente do “algoritmo dos negócios”.
Evidentemente, o conjunto de regras e procedimentos que visam
solucionar um problema em um mercado – o que, em essência, define o
conceito do termo negócio – não é uma receita pronta e imutável. Muito
pelo contrário. Ele está em constante transformação, acompanhando as
mudanças, das mais singulares às mais amplas.
Voltando a Gates, ele também costuma dizer que “seus clientes mais
insatisfeitos são sua maior fonte de aprendizado”. E nós estamos sempre
aprendendo e atualizando os nossos algoritmos.
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História por JULIANNA SOFIA E ALEXA SALOMÃO • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A onda de concursos públicos anunciada
pelo governo traz o desafio para a Funpresp entidade de previdência
complementar do funcionalismo federal de conscientizar futuros
servidores públicos sobre os prejuízos financeiros com a falta de
planejamento da aposentadoria já no momento de ingresso na carreira.
“Hoje não se aposenta mais com o último salário da ativa”, afirma
Cristiano Heckert, presidente da entidade. “Justamente para isso existe a
previdência complementar, para não deixar o servidor e a sua família
desprotegidos”, acrescenta em entrevista à Folha.
Heckert relata que atualmente um contingente de 27 mil servidores não
aderiu à previdência complementar e terá a aposentadoria restrita ao
teto do INSS (R$ 7.507). “Estão perdendo dinheiro todos os meses”,
afirma.
Ele acrescenta que a opção pela adesão ao fundo pode ser vantajosa
até mesmo para servidores mais antigos, quando se leva em conta a
reforma da Previdência de 2019. No ano passado, foi aberta a última
janela de migração de regime, mas não estão descartadas novas
autorizações. O mantra, segundo ele, é: “faça conta, faça conta, faça
conta.”
Instituída em 2013, a Funpresp reúne hoje 105 mil participantes ativos e um patrimônio de R$ 7,74 bilhões.
P. – O governo anunciou, além de 8.000 vagas já abertas, mais 10 mil
para concursos. As pessoas ainda fazem concurso achando que terão
aposentadoria integral?
Cristiano Heckert – É um desafio muito importante para a Funpresp
conscientizar esses servidores e até mesmo as pessoas que ainda estão
tomando a decisão de fazer concurso sobre quais são as regras vigentes.
Hoje não se aposenta mais com o último salário da ativa. A
aposentadoria para quem está ingressando agora é limitada ao teto do
INSS.
Justamente para isso existe a previdência complementar, para não deixar o servidor e a sua família desprotegidos.
P. – A curva de entrada no serviço público acompanha a de entrada na Funpresp?
C. H. – A Funpresp começou a operar em 2013, mas um marco importante
foi a adesão automática, que só veio em 2015. Mudou a regra do opt-in
[quando é preciso tomar a decisão de aderir] pro opt-out [quando a
adesão é automática, e quem não quiser precisa se manifestar]. Ou seja,
quem entrou a partir de 2015 adere automaticamente e pode manifestar o
desejo por desistir dessa adesão.
Essa mudança alterou muito a curva a partir de 2015, porque muita
gente acaba indo pela inércia. Não toma a decisão que precisa tomar. O
nosso é desafio agora é conscientizar o servidor da importância de
ficar.
P. – Por que ele sai?
C. H. – São vários motivos. O primeiro é uma necessidade de renda
imediata mesmo sendo uma contribuição que não tem investimento igual no
mercado, porque a cada real que ele coloca no Funpresp, a União coloca
mais um. De largada, já ganha 100% fora o que vai render depois.
Quem está apertado financeiramente, olha o momento e pensa quanto
está saindo do contracheque. Mas é uma decisão duplamente ruim: está
perdendo o um para um da União e passa a pagar mais Imposto de Renda,
porque a contribuição previdenciária sai da base de cálculo do IR.
Muitos voltam, mas muitos acabam postergando essa decisão. Cada mês
que posterga, está perdendo dinheiro. Aquela contribuição que não fez
naquele mês e que perdeu a contrapartida da União não se recupera nunca.
P. – Quantas pessoas já saíram?
C. H. – Temos 105 mil participantes ativos [dados de 2022: 102.986],
servidores que estão na ativa contribuindo todo o mês. Há 300
assistidos, aposentados e pensionistas. E outros 27 mil que já estão na
regra nova e não estão na Funpresp. Ou nunca entraram.
A maior parte desses 27 mil é do período entre 2013 e 2015. Mas tem
também cerca de 7.000 que, de 2015 para cá, foram aderidos
automaticamente, mas optaram por sair.
Há ainda 4.000 que migraram de regime: entrou antes de 2013, estava
na regra antiga de aposentadoria, mas abriu mão do direito e migrou para
o regime novo. Mas não aderiram. Como não há a adesão automática, ele
tem que exercer um segundo ato, que é o de aderir.
Esse total de 27 mil, quando se aposentar, vai estar limitado ao teto
do INSS. Pior ainda: se hoje ele sofre um acidente, tem que se
aposentar compulsoriamente, ou falece, a família vai estar limitada
também ao teto. E ainda incidindo todos os redutores que a reforma da
Previdência trouxe relativa ao tempo de contribuição. Quer dizer: não
vai ganhar nem os R$ 7.500, vai ganhar uma fração disso.
Então esses 27 mil são um público-chave. Estão perdendo dinheiro todos os meses.
P. – Qual foi o impacto da reforma da previdência de 2019 para a Funpresp?
C. H. – Colocou redutores mais rígidos para as situações de
incapacidade permanente e morte para todos os servidores, mesmo aquele
que entrou há 20 anos, 30 anos, que ainda tem o direito de se aposentar
pelo último salário.
Se ele morre ou se aposenta por incapacidade permanente, não recebe o último salário.
A maioria dos servidores não sabe disso. O redutor é muito drástico
no caso da pensão por morte, algo como 40% é o que ele vai deixar para a
família, a depender do tempo de contribuição.
No Funpresp porque as coberturas de morte e de invalidez são muito mais vantajosas.
O segundo aspecto da reforma são as alíquotas progressivas de
contribuição. Antigamente o servidor público pagava 11% da remuneração.
Agora há uma tabela progressiva, que pode chegar a 22%. Isso também fez
com que quem está na regra antiga tivesse uma redução líquida de
salário, passou a pagar mais previdência, inclusive, o aposentado.
Na Funpresp, não incide contribuição previdenciária sobre o benefício
do aposentado. Assim, numa composição de dois regimes: contribui para o
regime próprio, só em cima do teto do INSS. E acima desse valor passa
para a alíquota da Funpresp, que é 8,5% a máxima. E depois que aposentar
é isento de contribuição previdenciária.
Então é um direito exclusivo que essas pessoas não estão usufruindo. A
gente repetiu o ano passado, quando estava aberta a janela de migração,
era um mantra: faça conta, faça conta, faça a conta. Porque na hora que
as pessoas fazem a conta, faz muita diferença.
P. – Com o histórico de problemas nos fundos de pensão no Brasil,
rombos que acabam sobrando para o participante, gerou-se uma cultura
avessa às entidades?
C. H. – Por isso que deixamos claro: a Funpresp já nasceu no modelo
contribuição definida, é um modelo completamente diferente. Qual a
chance de o dinheiro da conta da fulana ser usado para cobrir um déficit
na conta do Cristiano? Zero, zero. Cada um vai receber proporcional ao
que acumular na sua conta. Isso minimiza muito os riscos.
E a regulação do setor foi mudando na questão dos investimentos se
tornando mais restritiva. Pode aplicar em criptomoedas? Não pode. Pode
investir no exterior? Pode, mas até 10% do patrimônio. Tem limite para
renda variável, para imobiliário e outros.
Hoje temos 81% dos nossos ativos em títulos da dívida pública, que
estão pagando muito bem. Aproveitamos os últimos dois anos de juros
altos para comprar títulos de longo prazo. Temos um compromisso com o
participante de entregar IPCA + 4 e a média está acima de IPCA + 6.
P. – Com os juros caindo, vem o desafio da diversificação. Existe pressão do governo para uso em infraestrutura?
C. H. – Já estamos nesse processo de diversificação gradual da
carteira. Aproveitamos a alta de juros, mas sabemos que isso não vai
durar para sempre. Estamos fazendo licitações para credenciar fundos
pela legislação, aqui tudo passa por licitação. Vamos colocando ali um
percentual pequeno, mas já para eles irem competindo entre si e
avaliarmos a performance do gestor. A partir daí vamos diversificando a
carteira para garantir a longo prazo essa mesma rentabilidade.
Já podemos financiar infraestrutura de duas formas: via debênture,
temos hoje aqui por meio de dois fundos de crédito privado já
contratados com 170 papéis diferentes. Tem de tudo: papel de banco, de
comércio varejista, infraestrutura de todo tipo, como saneamento,
eletricidade, transporte. Então financiamos infraestrutura. O outro
mecanismo na regulação do setor são os FIPs, os fundos de investimento
em participação. A Funpresp nunca teve FIP, mas vai chegar a hora que
vai precisar entrar. Isso não é ruim, a questão é selecionar o fundo.
Nunca houve qualquer pressão de governo ou de quem quer que seja
nesses dez anos da Funpresp para que a gente fizesse qualquer tipo de
investimento. Temos mecanismos de governança para evitar que isso
aconteça. Não podemos demonizar os investimentos em infraestrutura. Há
os que são bons.
RAIO-X
Cristiano Heckert, 46 anos
Tem graduação (1999), mestrado (2001) e doutorado (2008) em
Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo (USP). É servidor público federal e diretor-presidente da
Funpresp.
O documento formulado pelo Brasil como resposta sobre o acordo de
livre comércio Mercosul-União Europeia contém exigências de compensação
aos pedidos feitos pelos europeus na área ambiental e prevê autorização
para que o país exija contrapartidas de fornecedores em compras
governamentais ao longo de 16 anos.
A CNN apurou o teor da proposta brasileira, que foi
enviada para análise dos parceiros do Mercosul, com duas fontes com
acesso direto ao tema.
Para acatar os pleitos adicionais feitos pelos europeus na área de
meio ambiente, que envolvem metas para redução de desmatamento acima dos
compromissos fechados no âmbito do Acordo de Paris, o Brasil pretende
se proteger de novas legislações europeias contra a importação de
produtos agrícolas.
Uma lei já aprovada pelo Parlamento Europeu determina a proibição de
entrada, na UE, de produtos provenientes de áreas com qualquer
desmatamento — legal ou ilegal — ocorrido depois de 31 de dezembro de
2020.
A regra vale para produtos como carne bovina, madeira e derivados,
soja, café, cacau, borracha e palma. Os países serão classificados por
Bruxelas como de baixo, médio ou alto risco. Exportadores precisarão
comprovar que não houve desmatamento em nenhuma etapa de sua cadeia
produtiva, incluindo fornecedores.
Na resposta à UE, sem mencionar diretamente essa legislação, o Brasil
quer que Bruxelas classifique o Mercosul como zona de “baixo risco” no
caso de novas regras. Além disso, o Brasil propõe um sistema de
compensação a eventuais punições.
Caso a UE entenda ser necessário restringir a cota de comercialização
do Brasil de determinado produto por indícios de que ele teve origem em
área desmatada, a Europa deve elevar a cota de importação de outro bem
de forma equivalente.
Os termos propostos são uma resposta do Brasil à “side letter”
enviada pela UE que, na prática, reabriu o debate em torno dos termos do
acordo costurado pelos dois blocos em 2019. O Brasil decidiu, porém,
não se limitar a reparos na questão ambiental.
O documento também prevê uma modificação em alguns pontos de compras
governamentais. O Brasil não sugere modificações no capítulo que rege o
tema, mas no anexo da proposta brasileira que acompanha essa seção. Cada
país signatário tem um documento adicional que estabelece algumas
condições a serem seguidas.
Neste ponto, o Brasil decidiu promover mudanças na cláusula de
“offsets”, contrapartidas exigidas de fornecedores para compra de bens
ou serviços, como transferência de tecnologia ou produção de conteúdo
local.
O acordo permitia que o Brasil pudesse lançar mão desse tipo de
política durante oito anos. O Brasil agora propõe que esse período seja
ampliado para 16 anos. Com isso, compras de ministérios como Defesa,
Saúde, Transportes, Portos, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia
poderão ter cláusulas de contrapartida por um período ampliado.
O argumento de integrantes do governo é que, com a resposta na área
ambiental, o Brasil está buscando um “reequilíbrio de forças”. Ou seja, é
possível aceitar novas demandas, mas o bloco não pode ficar sem um
mecanismo de compensação se houver decisão unilateral de restringir o
comércio.
Há, inclusive, uma avaliação de que a postura adotada pela UE neste
ponto é “discriminatória”, já que mira produtos que atingem em cheio os
fornecedores brasileiros e poderia ser alvo de questionamentos na OMC
(Organização Mundial do Comércio). Mas o Brasil entende que, com as
propostas de compensação de cotas, há segurança para seguir com o
acordo.
Do lado de compras governamentais, o entendimento é que, de fato, o
Brasil precisaria melhorar sua posição negocial. Há a avaliação de que,
sem orçamento para fazer política industrial, o offset é um dos poucos
instrumentos à disposição do governo para alavancar investimentos em
produção em setores estratégicos.
Desfasagem no valor da gasolina na refinaria chega a 29%, e do diesel, a 16%, segundo a CBIE
Por Denise Luna – Jornal Estadão
Rio – A alta do petróleo tem aumentado a defasagem dos preços da Petrobras em
relação às cotações internacionais e já levanta dúvidas sobre um
possível reajuste nas refinarias da estatal. O cenário é um teste para a
atual gestão da companhia, que até agora só anunciou reduções de
preços.
Por enquanto, o câmbio abaixo dos R$ 5 tem ajudado a manter a
lucratividade da Petrobras. Mas a pergunta, segundo especialistas, é até
quando a nova gestão vai conseguir manter os preços “abrasileirados”,
depois que o petróleo ultrapassou o patamar de US$ 80 o barril.
Mesmo não praticando mais a política de paridade de preços de importação (PPI),
o mercado vem acompanhando a diferença dos preços internacionais e da
estatal. Em menos de duas semanas, a defasagem em relação aos valores
praticados no Golfo do México, usado como parâmetro pelos importadores, aumentou de 10% para mais de 20%.
A janela de importações está fechada há 70 dias, diz o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom),
Sergio Araújo. Segundo ele, as defasagens estão em patamares muito
elevados, e chegou a hora da Petrobras reajustar seus preços. No caso da
gasolina, a defasagem atingiu 23% nas refinarias da estatal na última
segunda-feira, enquanto o diesel registra diferença de 17%.
A Acelen, única refinaria privada de grande porte do País, começou a
exportar diesel por não conseguir concorrer no mercado brasileiro. Seus
preços estão 14% defasados na gasolina e 10%, no diesel.
“Há realmente risco de uma retração no volume de importação, e o
problema maior está no diesel quando se pensa em abastecimento”, diz
Araújo. Segundo ele, o fato da Acelen estar exportando diesel significa
que a Petrobras está deixando dinheiro sobre a mesa, porque os preços
estão artificialmente muito baixos. “Mas como ela não tem a necessidade
de acompanhar a paridade de importação, a gente fica em dúvida do que
vai acontecer.”
Impasse sobre Foz do Amazonas prossegue e Petrobras intensifica lobby por exploração na região
Presidente do Ibama diz que estatal tem
outras regiões a explorar; petroleira fala em US$ 147 bilhões em ganhos a
países da margem equatorial
Por Mariana Carneiro – Jornal Estadão
BRASÍLIA – Dois meses após a negativa do Ibama à Petrobras para uma perfuração exploratória naFoz do Amazonas, nenhum avanço foi feito para dissolver o impasseentre
as áreas energética e ambiental do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao contrário: Ibama de um lado e Minas e Energia do outro reafirmam
posições opostas.
Aonegar a perfuração da Petrobras,
em maio, o Ibama recomendou que o governo fizesse um estudo mais
aprofundado sobre a exploração na região; mas, até agora, nenhuma
providência saiu do papel. Nem mesmo a conciliação prometida pela AGU
(Advocacia-Geral da União) entre Petrobras e Ibama foi instalada.
Enquanto isso, a Petrobras ampliou a defesa, em público e também nos
bastidores, à exploração. Numa apresentação que o presidente da
companhia, Jean Paul Prates,
distribuiu a autoridades do governo federal, a estatal afirma que até
2040 a região da margem equatorial, do Rio Grande do Norte até a
Colômbia, gerará ganhos de US$ 157 bilhões aos países da região, com
investimentos de grandes petroleiras multinacionais. Isso chamou a
atenção de nomes como o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que
prometeu engrossar a pressão pela exploração.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, no entanto, reafirmou ao Estadão,
na última quinta-feira, 20, que não há prazo para autorizar a
perfuração exploratória da estatal. “A Petrobras tem umas 30 licenças
novas, tem um monte de poço para perfurar”, disse.
Ao ser questionado especificamente sobre a Foz do Amazonas, se
desviou. “Mas por que você quer lá? A Petrobras tem um monte de poço
para perfurar, está fazendo um monte de coisa bacana. Eu não sou contra.
Não sou eu que tomo esse tipo de decisão. E não é nenhuma decisão
baseada em achismos.”
O estudo exigido pelo Ibama foi instituído em portaria do Ministério
de Meio Ambiente em 2012. Como a Petrobras arrematou a área que foi
definida para ir a leilão antes disso, acredita que poderia fazer a
perfuração exploratória sem essa avaliação.
Decisão do STF
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida em junho,
está sendo usada pela estatal para referendar o entendimento. Nela, o
ministro relator Nunes Marques afirma que o estudo ambiental não está
vinculado ao licenciamento. Ou seja: que são duas coisas apartadas, o
que autorizaria o licenciamento.
Agostinho, do Ibama, entende de uma outra forma. Ainda que sejam
providências dissociadas, o regramento em vigor hoje exige a realização
do estudo ambiental, ainda mais quando se trata da Foz do Rio Amazonas.
“O que os órgãos ambientais querem é ter um planejamento, entende? E
isso não é nada de outro planeta, é obrigatório há 11 anos. É o
planejamento que vai dizer onde pode e onde não pode explorar e como é
que faz”, disse.
O documento exigido pelo Ibama foi feito para a Bacia do Rio
Solimões, no Amazonas. O Estudo Ambiental de Área Sedimentar (EAAS), no
jargão técnico, foi encomendado em 2018 pela Empresa de Planejamento
Energético (EPE), órgão vinculado à pasta de Minas Energia, e concluído
dois anos depois, em 2020, pelo consórcio Piatam/Coppetec. O custo foi
de R$ 2,6 milhões e, além de avaliações ambientais, foram consultadas
comunidades potencialmente afetadas.
A Bacia do Rio Solimões, assim como a Foz do Amazonas, foi alvo de
discussões entre Ibama e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2011,
quando foi decidido quais seriam as áreas ofertadas na 11ª Rodada de
Licitações. No caso do Solimões, em comum acordo, os dois órgãos
decidiram retirá-la do leilão para estudos ambientais adicionais. Já a
Foz do Amazonas, não.
No Ministério de Minas e Energia, técnicos resgataram documentos da
época para tentar demonstrar que a avaliação da área ambiental do
governo já foi diferente. Em um parecer interno de fevereiro de 2013,
elaborado pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional de Atividades de
Exploração e Produção de Óleo e Gás, a região de interesse da Petrobras
na Foz do Amazonas foi liberada para ir a leilão, o que ocorreu três
meses depois, em maio de 2013.
No documento, a que o Estadão teve acesso, é
mostrada a relevância ecológica da costa do Amapá. Os manguezais que se
formaram na região abastecem uma rica fauna de peixes, e os corais nas
regiões mais profundas formam um corredor que conecta espécies dessa
parte do Atlântico a áreas mais ao Norte, no Caribe, e também ao longo
da costa brasileira. Estudos sobre uma eventual dispersão de óleo não
haviam sido concluídos.
Ainda assim, a área ambicionada pela Petrobras foi liberada, bem como
outras consideradas mais sensíveis, mais próximas da costa. O
coordenador do grupo, Raimundo Deusdará Filho, afirmou na conclusão que
os lotes foram liberados, “apesar de significativas preocupações”.
Interlocutores de Jean Paul Prates atribuem a mudança à chegada deMarina Silvaao
Ministério do Meio Ambiente. Graças à ação da ministra, que se colocou à
frente do Ibama no embate contra a área energética do governo, o
licenciamento da Petrobras não foi adiante. Atualmente, o ministério
afirma que o assunto está sob responsabilidade do Ibama.
A decisão de interromper o teste da Petrobras provocou protestos não
apenas da estatal, mas também do ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira. Onavioque
faria a perfuração-teste ainda ficou um mês à espera de uma
reconsideração acelerada pelo Ibama, um objetivo que se tentava obter
pela via política, o que não ocorreu.
“A equipe técnica (do Ibama) está analisando o pedido de
reconsideração feito pela Petrobras. Eu pessoalmente vou respeitar a
posição da equipe. Mas acho muito difícil a equipe entender que dá para
licenciar sem precisar fazer o planejamento”, disse Agostinho.
Novo estatístico-mor do Brasil acha, desde sempre, que a aritmética não pode atrapalhar seus desejos políticos
Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão
O presidente Lula fez
das nomeações para o seu ministério e para o “primeiro escalão” uma
calamidade nacional – um concentrado inédito de incompetentes
incuráveis, transmissores de ideias cretinas, gente enrolada com a
Justiça penal e daí para baixo. Como alguém consegue juntar tanta gente
ruim num mesmo governo? Não se sabe, mas isso já foi. A questão, agora, é
saber se o nível pode cair ainda mais. É difícil – mas não é
impossível. Como nos casos de “superação”, Lula consegue ir além dos
seus próprios recordes: confirmou a nomeação, para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
de um dos piores chefes para este tipo de serviço que se poderia
encontrar em qualquer lugar do mundo. É simples: o novo estatístico-mor
do Brasil é um inimigo dos números. Acha, desde sempre, que a aritmética
não pode atrapalhar seus desejos políticos.
“Como ex-presidente do IBGE, estou ofendido”, diz o economista Edmar Bacha, um dos participantes da equipe que montou o Plano Real. “É um dia de luto para a estatística brasileira”, diz a economista Elena Landau.
Marcio Pochmann, o nome imposto por Lula (a ministra do Planejamento, a
quem cabe a escolha, foi a última a saber) é um militante da “ala
esquerda” do PT; não tem nada a ver com as exigências técnicas do cargo.
“Ele é um ideólogo e não terá problema nenhum de colocar o IBGE a
serviço dessa ideologia”, diz Bacha. “É uma pessoa que não entende de
estatística e não tem preparo para presidir o IBGE”, diz Elena. O que se
sabe de Pochmann não é edificante. Passou a vida no serviço público, do
qual se aposentou aos 58 anos de idade – nunca contribuiu para a
produção de um único pedaço de rapadura neste país. Sua passagem por uma
repartição federal de pesquisa econômica foi “desastrosa”, segundo
Elena Landau – demitiu técnicos competentes e interferiu nos trabalhos
por razões ideológicas. Fora isso, disputou três eleições, para prefeito
de Campinas e deputado; conseguiu perder as três.
A ideologia de Pochmann não tem ideias –
é apenas uma declaração de guerra a tudo o que o cidadão brasileiro
acha bom. O homem é contra o PIX, que acaba de bater seu recorde: 135
milhões de transações num único dia. Afirma que a possibilidade de
converter reais em dólares transformou o Brasil num “protetorado dos
Estados Unidos”. Defende que o Imposto de Renda possa chegar a 60%. Diz
que o Brasil deveria explorar “o espaço sideral” para a “geração de
riqueza” – e por aí vamos. Mas e daí? Lula quer no IBGE um subalterno
que dê um jeito nas suas estatísticas, fazendo sumir os números ruins e
fabricando números bons. O consumo da picanha vai bombar.