Para o Banco Mundial, desenho atual e a trajetória de gastos da
Previdência brasileira são insustentáveis.| Foto: Marcello Casal
Jr./Agência Brasil
O Brasil vai necessitar de uma nova reforma da
Previdência antes de 2040, mesmo tendo promovido mudanças generalizadas
na legislação de aposentadorias e pensões em 2019. A avaliação foi
publicada pelo Banco Mundial no relatório “Proteção Social para o Brasil
do Futuro”. Para a instituição, o desenho atual e a trajetória de
gastos do sistema previdenciário são insustentáveis.
O documento cita que as aposentadorias contributivas e não
contributivas operam isoladamente umas das outras, mas em conjunto minam
os incentivos de muitos indivíduos para contribuir ou compensam pouco
aqueles que mais contribuem.
Outro problema, na avaliação do Banco Mundial, é a proliferação de
regimes de aposentadoria subsidiados para os trabalhadores autônomos –
caso, por exemplo, da contribuição dos Microempreendedores Individuais
(MEIs).
Também existem milhares de regimes previdenciários oferecidos por
governos subnacionais (estados e municípios) que garantem benefícios
privilegiados e representam uma grande parcela de seus gastos totais.
Relatório do Banco Mundial aponta que gastos com aposentadoria beneficiam 20% mais ricos
Segundo documento, governo gasta mais do que pode e coloca em risco a sustentabilidade fiscal do país
Por Tácido Rodrigues
O Brasil gasta mal e de maneira desequilibrada, principalmente quando
se fala de funcionalismo público. A conclusão é de um relatório
produzido pelo Banco Mundial e divulgado nesta terça (21), que traçou um
panorama detalhado sobre os gastos do governo. Nesse quesito, os dados
mostram que os servidores públicos federais ganham, em média, 67% a mais
do que os demais trabalhadores, o que equivale a 1,2% do PIB nacional.
No caso dos servidores estaduais e municipais, são gastos mais 0,8%
de todas as riquezas produzidas no país. Além disso, 83% dos servidores
públicos integram o conjunto dos 20% mais ricos da população.
O
documento apresentado pelo Banco Mundial também mostra o quanto se gasta
com aposentadoria de servidores no Brasil e em alguns países da
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que
reúne as nações mais industrializadas do mundo e economias emergentes.
De acordo com o Banco Mundial, esse gasto no Brasil é ‘bem alto” e
chega a 4% do PIB, superando todos os países listados, como Chile,
México e Turquia.
De acordo com o relatório, o setor público paga, em média, salários
aproximadamente 70% superiores (R$ 44.000 por ano) aos pagos pelo setor
privado formal (R$ 26.000 por ano). Em comparação com os trabalhadores
informais (R$ 16.000 por ano), a diferença é quase três vezes maior.
Diante
dessa equação que não fecha, se discute no Congresso Nacional a chamada
reforma da Previdência, que visa tornar mais igualitária essa
distribuição de renda entre trabalhadores públicos e privados.
Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB)
Roberto Piscitelli, adotar a idade mínima de aposentadoria é algo
necessário para manter a harmonia previdenciária e evitar um colapso
ainda maior. “Obviamente, todos nós reconhecemos, os que são a favor e
os que são contra a reforma, que existe sem nenhuma sombra de dúvida um
aumento da expectativa de vida. É preciso ir ajustando aos poucos, esse
seja talvez um dos nós da questão”, disse.
Segundo o
economista-chefe do Banco Mundial, Antonio Nucifora, tanto a gestão
federal, como as estaduais e as municipais, utilizam o dinheiro público
de forma ineficiente. Além disso, o especialista aponta que essa
administração dos recursos é injusta e beneficia os mais ricos.
Um dos exemplos citados por Nucifora para comprovar esse ponto é a despesa excessiva com o funcionalismo público no Brasil.
“Os salários altos não apenas indesejáveis do ponto de vista da
eficiência do gasto público, por que você não precisa pagar tanto para
atrair recursos humanos de boa qualidade, mas também contribuem para a
perpetuação da desigualdade social no país. Por que os servidores
públicos já têm renda comparativamente alta, em comparação com o
restante da população”, explicou.
De
acordo com o estudo, o problema no Brasil, comparado a outros países,
não é o número de servidores, mas a remuneração incompatível com a
capacidade de pagamento do estado.
Os funcionários públicos federais estão no topo da distribuição de
renda do país, indica o relatório. Das 10 atividades com salários mais
elevados, seis estão no setor público – o que não se observa, com
frequência, em países da OCDE e economias emergentes.
Dois homens posam para foto em frente à sede do Grupo Wagner, em
São Petersburgo, nesta terça-feira (27)| Foto: EFE/ANATOLY MALTSEV
A
virada de sexta-feira para sábado foi um dia tenso na Rússia. Por cerca
de um dia, o país enfrentou um motim do Grupo Wagner, exército privado
que serve de braço extraoficial de instituições russas, como o exército e
a presidência. Alguns mais alarmistas foram rápidos em declarar que se
tratava de um golpe ou, pior, do início de uma guerra civil, mas não
passou de um motim militar. Ainda assim, um evento delicado, que merece
atenção e, principalmente, abre algumas possibilidades para o futuro
próximo.
O Grupo Wagner é atualmente chefiado por Yevgeny Prigozhin. Dizer que
Prigozhin é aliado de Putin é pouco, Putin o “criou”. Prigozhin foi de
presidiário e trabalhador em bicos para um milionário fornecedor de
serviços gastronômicos para o Kremlin, por vezes chamado de “chef de
Putin”. Embora Prigozhin seja o administrador e, hoje, principal rosto
do grupo, o fundador operacional da milícia foi o coronel Dmitry Utkin,
ex-forças especiais russas. O paradeiro de Utkin é atualmente
desconhecido.
Ele era, ou é, simpatizante do nazismo. Seu codinome operacional era
“Wagner”, nome do grupo e que homenageia Richard Wagner, o “compositor
favorito de Hitler”. O compositor romântico morreu décadas antes da
criação do partido nazista, mas até hoje sua imagem é indissociável do
admirador que governou a Alemanha nazista. Até recentemente, o Grupo
Wagner estava desempenhando um papel importante na guerra da Ucrânia,
por diversos motivos, como a presença de ex-oficiais em suas fileiras.
O Grupo Wagner, hoje, remunera muito melhor do que as forças armadas
russas regulares, embora não conte com os mesmos privilégios de
carreira. Outras funções importantes do grupo eram as logísticas e
jurídicas, facilitando, por exemplo, o serviço militar de criminosos
condenados. Basta a assinatura de um contrato e pronto. Meses atrás, um
recrutador do Grupo Wagner foi gravado dizendo que, caso o interessado
servisse na África, ele teria um bônus menor, mas “gastaria ele mesmo” o
dinheiro.
Crise entre Grupo Wagner e o exército Caso o serviço fosse na
Ucrânia, o bônus seria maior, mas “seus familiares é que vão gastar”.
Isso permitiu uma grande mobilização de combate para o Grupo Wagner,
possibilitando triunfos militares como a tomada de Bakhmut, o principal
moedor de carne da guerra na Ucrânia. Nos últimos meses, o Grupo Wagner e
as forças armadas russas passaram a ter diversos atritos: o Grupo
Wagner reclamava de falta de munição e de negligência pelo comando do
exército russo.
Principalmente, integrantes do Grupo Wagner, que se chamam de
“músicos”, trocaram tiros com forças regulares russas e teriam sofrido
um ataque aéreo em uma de suas bases. A gota d’água do azedar da relação
veio duas semanas atrás, quando o Ministério da Defesa russo ordenou
que todas as forças na Ucrânia ficassem legalmente subordinadas ao
ministério, incluindo forças de repúblicas autônomas, como os chechenos,
e o Grupo Wagner. A Chechênia aceitou a nova regra, o Grupo Wagner não.
O motim começou na sexta-feira, segundo Prigozhin, para evitar “o fim
do grupo”. Ele exigiu as demissões de Sergei Shoigu, ministro da
Defesa, e do general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior conjunto da
Rússia, ambos supostamente responsáveis pelas crises dos últimos meses.
Prigozhin frequentemente se refere a Shoigu por termos racistas, devido
à origem parcialmente tuvana do ministro, um povo túrquico siberiano.
Tais exigências do Grupo Wagner eram inaceitáveis.
Aceitar tais exigências seria o fim da autoridade de Vladimir Putin,
ao fazer uma concessão sob o cano de uma arma. Shoigu é homem de
confiança de Putin e extremamente leal. Ele assumiu o cargo em 2012,
sucedendo Anatoly Serdyukov, que caiu após mexer em vespeiros sobre
corrupção no exército. Principalmente, Serdyukov estava se tornando
muito popular após a vitória na guerra contra a Geórgia, em 2008, e
também devido ao impacto positivo na opinião pública de suas reformas.
Shoigu não é uma ameaça a Putin.
Passo maior que a perna O general Gerasimov, por outro lado,
chefia a principal instituição do establishment russo, o exército. Ou
seja, Prigozhin comprou uma briga que sabia que não ganharia, com um
homem de confiança de Putin e com o comandante do exército. Uma
conclusão possível é que Prigozhin deu um passo maior que a perna. Outra
possibilidade é que ele tenha agido acreditando que teria o apoio de
Putin, ou que agia pelos interesses de Putin, o que seria indício de uma
disputa interna ainda pouco conhecida do público.
O componente militar do motim ainda não pode ser totalmente
compreendido e é importante tomar cuidado com informações soltas ou
afirmações incisivas. Notícias de que guarnições russas não combateram
integrantes do Grupo Wagner não necessariamente querem dizer que tais
guarnições se juntaram ao grupo ou apoiaram o motim, apenas que não
queriam morrer à toa. Existem também relatos de que nem todos os
integrantes do Wagner apoiaram o motim de Prigozhin.
O chefe do grupo é uma mistura de empresário com político e mafioso,
não um líder militar. O que foi visualmente confirmado sobre o motim foi
o abate de seis helicópteros russos e um avião de comando. Três dos
helicópteros eram de monitoramento eletrônico. Além de serem
equipamentos caros, esses equipamentos requerem tripulantes que exigem
muito treinamento, com um prejuízo considerável. Ao menos 13 militares
russos morreram, além de dois integrantes do Grupo Wagner.
O motim ocupou algumas cidades, como Rostov, no rio Don, e uma coluna
de mercenários partiu rumo a Moscou, sem muita resistência. Putin fez
um discurso televisionado, chamando o motim de traição e afirmando que
medidas duras seriam tomadas. Comentar que Shoigu é uma figura leal e
que Putin chamou Prigozhin de traidor não é trivial. A lealdade é a
maior qualidade de uma pessoa, segundo o próprio Putin, que não aceitou
falar com o “traidor” Prigozhin. Quem negociou pelo governo russo foi
Nikolai Patrushev, conselheiro de Putin.
Prigozhin e o comando do Grupo Wagner sabiam que seria suicídio
insistir. Gerasimov tem o exército e Putin tem os serviços de
inteligência. O Grupo Wagner poderia causar mortes e destruição em sua
marcha até Moscou, mas não conseguiria seus objetivos. Além disso, um
eventual golpe contra Putin, além de improvável, não teria apoio
internacional, por mais chocante que seja escrever isso. Os EUA e a
Ucrânia querem a Rússia enfraquecida, mas ninguém quer o caos reinando
no país com o maior arsenal nuclear do mundo.
Acordo
Alexander Lukashenko, ditador de Belarus, se tornou o rosto público
do acordo costurado por Patrushev. Prigozhin foi para Belarus e os
integrantes do Grupo Wagner terão três possibilidades: a incorporação ao
Ministério da Defesa, um exílio temporário em Belarus ou a prisão.
Algumas pessoas especularam que tudo teria sido orquestrado por Putin,
mas não existem indícios disso, especialmente após seu discurso em vídeo
e as escaramuças que ocorreram durante o avanço do Grupo Wagner.
Tudo teria sido uma manobra para o Grupo Wagner seguir para Belarus
e, de lá, invadir a Ucrânia? A Ucrânia já foi invadida pelo norte, no
início da guerra, e, hoje, a ameaça de um novo front é mais valiosa em
manter o alerta das tropas ucranianas do que a abertura concreta do novo
front. Além disso, considerando que o grupo agora será comandado pelo
Ministério da Defesa, essa operação fica ainda mais improvável. Claro,
não se trata de uma impossibilidade.
Existem também relatos de que a inteligência russa, controlada por
Putin, ameaçou as famílias dos líderes do Grupo Wagner. Se isso
aconteceu, obviamente não será tornado público, ao menos não tão cedo.
Finalmente, a questão de ouro é se o grupo Wagner poderia ter tomado
Moscou. Também improvável, especialmente pelo fato de que não sabemos
como seria o uso da força aérea contra o grupo e como seria o
comportamento das forças que fazem a guarnição da capital.
Alguns outros pontos merecem análise. Primeiro, Putin não pode
simplesmente extinguir o grupo, especialmente pela importância do Grupo
Wagner na política externa russa. Hoje, o grupo está presente no Sudão,
na República Centro-Africana, na República Democrática do Congo e no
Mali. É ator da atual guerra no Sudão, inclusive, tema de coluna recente
aqui em nosso espaço. Segundo, mercenários não são confiáveis
politicamente, já avisou Maquiavel, mas não são suicidas. Uma nova
escalada é improvável.
Putin A imagem de Putin saiu abalada, tanto internacional quanto
domesticamente. Na prática, entretanto, o comando dele do aparato de
Estado não esteve ameaçado. Ele deve focar nos abundantes problemas
militares da Rússia no futuro próximo, para evitar mais problemas
internos e mais prejuízos à sua imagem. Nesse sentido, se Shoigu cair
num futuro próximo, usarão justificativas como “corrupção”, o que
costuma ser o modus operandi das trocas ministeriais. Um cargo discreto
também será bem-vindo.
Principalmente, dois aspectos precisam ser destacados. Primeiro, se a
contraofensiva ucraniana conseguirá resultados nos próximos dias.
Sucessos ucranianos fortalecerão o Grupo Wagner, que poderá ser visto
como indispensável no front. Caso os ucranianos sejam detidos, é
Gerasimov e seu exército que saem por cima. Segundo, Prigozhin
provavelmente será juridicamente perdoado, mas isso pouco significa. Ele
foi chamado de traidor por Putin para todos assistirem.
Impunidade faria Putin parecer enfraquecido. Quem também foi chamado
de traidor por Putin? Alexander Litvinenko, de destino conhecido.
Prigozhin, no mínimo, deixará de existir politicamente. Ainda há muito o
que se revelar sobre o último final de semana na Rússia, e as perguntas
despertadas por esse episódio devem perdurar por algum tempo. No longo
prazo, pode ser sido um dos primeiros embates entre os possíveis, ao
menos em teoria, sucessores de Vladimir Putin no poder.
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.| Foto: Lula Marques/Agência Brasil.
Está em andamento no Congresso Nacional a reforma tributária, agora
também em função do tal arcabouço, que é o nome bonito que deram para a
quebra da moralizadora lei do teto de gastos. A ministra do
Planejamento, Simone Tebet, disse que, para o arcabouço dar certo,
precisará de mais R$ 150 bilhões em arrecadação. Tradução: você, eu, nós
todos vamos ter de pagar mais R$ 150 bilhões de impostos.
A reforma tributária está deixando prefeitos com pé atrás, e
governadores também. O Brasil é chamado de República Federativa do
Brasil, mas com essa reforma vai ficar ainda mais República Centralizada
na União. Cada vez mais os prefeitos e governadores terão de ficar
implorando dinheiro, porque a União vai continuar arrecadando a maior
parte. Em uma república federativa, a maior arrecadação devia ir para os
municípios, porque é o prefeito que está lá dando de cara com o seu
munícipe todos os dias, e que é cobrado mais de perto. Vamos ficar
alertas para isso e para uma outra coisa: um advogado tributarista me
chamou a atenção para algo bem soviético, bem marxista-leninista, que
está na reforma: se você trabalhou a vida toda para deixar uma herança
para os seus filhos, caso passe essa reforma tributária você vai deixar
uma grande herança para o Estado brasileiro, e só um pouquinho, o resto,
para os seus filhos.
Lula acha que vai comprar o apoio do agro com dinheiro
Na terça, houve até solenidade no Palácio do Planalto para o
presidente Lula mostrar que dá dinheiro para o agro. Chama o agro de
fascista, mas dá dinheiro. Na cabeça dele é assim que funciona: “Eu dou
dinheiro, vocês têm de se comportar, têm de ser meus clientes”, é na
base do clientelismo. Só que esse dinheiro não é dele, é nosso. Dos
nossos impostos ou dos investidores que compram papéis do governo. É
dinheiro de quem trabalha, vem do suor de cada brasileiro. Nesta quarta
vão anunciar o valor para o pequeno produtor; para os médios e grandes
há um total de R$ 364 bilhões em financiamentos: para a safra 23-24, R$
272 bilhões de custeio, com juro de 8% ao ano para o médio e 12% para o
grande; e R$ 92 bilhões para investimentos – compra de máquinas, por
exemplo –, com juros que vão de 7% a 12,5%.
VEJA TAMBÉM: Depois de xingar o agro, Lula usa sucesso do campo para se promover Lula aprova o arcabouço fiscal, mas recebe advertência do Congresso Governo Lula insiste em espantar investidores
Falta, então, o valor para o pequeno agricultor, que eles chamam
de “agricultura familiar”. Mas toda agricultura é familiar. Vamos parar
com isso, ou será que vocês não conhecem como é a agricultura
brasileira? Existem grandes empresas, mas a família sempre está metida;
seja do tamanho que for a empresa, a família participa. É o chefe da
família que começou tudo, que penou, que saiu com muito calo nas mãos,
que ficou doente, que tostou a pele no sol, que suou muito, que
enfrentou e ainda enfrenta toda série de dificuldades. É isso: o agro
brasileiro é familiar.
Voto impresso já foi bandeira da esquerda também
Só para lembrarmos, o TSE está julgando Bolsonaro e o cerne da
questão é o comprovante do voto. Tema que já teve a participação
de Brizola Neto e Flávio Dino, com projeto que foi aprovado, virou lei e
foi derrubado pela Justiça. Houve um projeto do PDT com Roberto
Requião. O projeto do Requião também foi derrubado, mesmo aprovado pelo
Congresso e sancionado pelo presidente Fernando Henrique. Outro projeto,
de Bolsonaro, foi sancionado pela presidente Dilma com veto, e o veto
foi derrubado. E sempre a Justiça derrubou. Digo só para a pensarmos
nisso, e por quê? Porque no ano que vem tem eleição de novo.
Lendo a excrescência júrica que é a ação civil pública do MPF
contra a Jovem Pan, aprendemos como é a “democracia autoritária”
defendida pela esquerda.| Foto: Paulo Polzonoff Jr.
Derrotas e
mais derrotas. Depois da cassação de Dallagnol, da confirmação de Zanin
como ministro do STF e da inelegibilidade de Bolsonaro (que deve se
concretizar nas próximas horas), a extrema-esquerda infiltrada nos
escaninhos do Estado agora pede o fim da concessão de uma rádio/TV que
criticou, critica e não sei se continuará criticando o governo. É o
processo, a meu ver irreversível, de sovietização do Brasil.
Instigado pelo amigo Flávio Gordon, dei um tempinho na convalescência
aqui para ver a excrescência institucional travestida de ação civil
pública. Ah, o cinismo! Como se fosse de interesse de toda a sociedade, e
não apenas dos petistas, essa perseguição ideológica contra a Jovem
Pan. Não satisfeitos, os membros do MPF, cuja capivara comunista as
redes sociais já trataram de levantar, pedem indenização por dano moral
coletivo. Além disso, se condenada (e provavelmente será) a Jovem Pan
terá de veicular seguidas mensagens dizendo que “guerra é paz, liberdade
é escravidão, ignorância é força” e “2 + 2 = 5”.
Logo no começo, os distintos autores desse documento histórico da
mentalidade totalitária que tomou conta do Brasil em 2023 usam duas
epígrafes. Uma é de Hannah Arendt. Só pode ser ironia, né? A outra é de
uma sentença do Tribunal Penal Internacional contra a rádio Mil Colinas,
que contribuiu para o genocídio dos tutsis no conflito tribal em
Ruanda. Não estou inventando. Se quiser, pode voltar e ler a frase
anterior novamente. O MPF está comparando a Jovem Pan a uma rádio que
contribuiu para o extermínio de 800 mil pessoas em cem dias.
Aqui recomendo ao leitor que faça uma pausa na leitura. Vai lá, toma
um antiácido. Ou talvez um ansiolítico. Eu mesmo deveria ter feito isso.
Mas não fiz e estou aqui, com resquícios de uma gripe, o estômago
revirado e tão nervoso que quase soltei um palavrão ao ler, logo no
comecinho do documento, que “este órgão ministerial tem plena
consciência do valor fundamental das liberdades de expressão,
jornalística e de radiodifusão no Brasil”, no entanto. Nada de bom pode
vir depois de um “no entanto” desses.
Depois do “no entanto” E não vem mesmo. Depois do fatídico “no
entanto”, o MPF diz que a Jovem Pan extrapolou os limites
constitucionais da liberdade de expressão ao, por exemplo, pedir mais
transparência no sistema eleitoral brasileiro. E diz em seu nome,
leitor, já que se trata de uma ação civil pública escrita pela nata da
burocracia nacional. Só com os salários dos procuradores, quanto a gente
não está gastando? Sem falar nos penduricalhos.
No mesmo parágrafo escrito naquele dialeto típico dos tiranos
bem-intencionados, o MPF diz que “Devem-se ter em conta (…)o fato de que
as condutas apuradas, no contexto em que praticadas, tiveram potencial
real de incitar atos violentos e de ruptura democrática”. Uau. Houve uma
ruptura democrática e eu não estou sabendo? E quantas vidraças morreram
nesses atos violentos de que falam os procuradores? Só espero que
depois de ter lido isso você não tenha jogado o celular ou computador na
parede. Porque eu quase joguei.
Mas esse trecho nem é o pior. Dá só uma olhada no que se lê adiante,
quando os autores falam sobre os “conteúdos desinformativos”. Três,
dois, um, respira fundo e abre aspas: “Tais conteúdos, quando veiculados
em larga escala na esfera pública, ganham a forma de verdadeiras
‘campanhas de desinformação’, que, engendrando cenários de ‘desordem
informacional’ ou de ‘caos informativo’, trazem consigo graves riscos à
sociedade, em diferentes planos”. Vou me abster de comentar porque sinto
que estou lendo um texto escrito por um dos símios do Teorema do Macaco
Infinito.
Já contei que para justificar a cruzada contra os “conteúdos
desinformativos” os procuradores usam as falácias das mudanças
climáticas e da pandemia de Covid-19? Pois então está contado. A peça
tem ainda estudo da fundação que leva o nome do fascista Getúlio Vargas
falando em mais de 300 mil “conteúdos desinformativos” envolvendo as
urnas eletrônicas. Aquelas que são tão tão tão tão (tão) boas que você é
obrigado a confiar nelas. Senão.
Não tem perdão! Não satisfeitos em me fazerem arrancar o que não
resta dos meus cabelos, os autores dessa estrovenga concluem toda a
lenga-lenga sobre ser proibido questionar o processo eleitoral usando o
juridiquês mais cafona do mundo para dizer que “ao cabo, é a confiança
das pessoas na democracia que fica abalada”. Não sei o que me deixa mais
indignado: saber que alguém ainda usa impunemente “ao cabo” hoje em
dia ou a presunção de perfeição da nossa, entre mil, milhões, bilhões,
zilhões de aspas, “democracia”.
O documento tem 215 páginas nesse tom de panfleto de DCE. Minto. Já
li panfletos do DCE mais bem escritos. Mas a cereja do bolo está mesmo
naquele parágrafo final que denuncia o espírito totalitário dos
procuradores que não estão interessados em fazer justiça. Não! Tampouco
estão interessados em ensinar como é que funciona essa tal de liberdade
(panãnã) numa ditadura não-declarada como a brasileira. Não! Eles estão
interessados é num paredão simbólico que cale de uma vez por todas essa
gente que ousa não se dobrar às vontades do Regime. Depois dos dois
pontos, uma amostra do totalitarismo messiânico dos procuradores:
“Por oportuno, este órgão ministerial consigna que, a princípio, não
tem interesse em resolver a presente demanda por meio de conciliação ou
de mediação (…) A defesa do regime democrático, colocado em perigo por
condutas como as praticadas pela JOVEM PAN, é uma tarefa irrenunciável,
que não comporta negociações ordinárias. Por maiores que possam ser as
promessas de conformidade e de melhoria para o futuro, o passado não se
apaga e desafia providências legais severas, proporcionais ao ocorrido”.
Ou seja: pelo crime de discordar, não tem perdão!
Essa é a democracia autoritária do MPF. Aquela que você tem que
engolir a seco. Sem reclamar nem questionar. Do contrário, será punido
exemplarmente – como faziam os esquadrões de doutrinação durante a
Revolução Cultural maoísta. Aliás, você já foi até a janela e gritou “o
voto eletrônico é confiável!” hoje? Deveria.
Autor: Virgilio Marques dos Santos, CEO da FM2S Educação e Consultoria
Administrar um projeto pode ser comparado a pintar uma obra de arte:
requer paciência, habilidade, criatividade e um senso aguçado de
direção. Assim como o historiador brasileiro Leandro Karnal nos ensina
que cada pessoa é um pintor de sua própria existência, você também é o
artista que pode pintar a história do sucesso de seus projetos.
Toda vez que vemos o resultado de um projeto bem executado, isto é,
no prazo, no escopo e no custo corretos, dificilmente lembramos do seu
gestor. Ao contrário do famoso pintor, que leva o crédito pelos seus
quadros, o gestor de projetos costuma somente ser lembrado quando algo
dá errado. Este texto é para colaborar com uma reparação histórica aos
heróis dos projetos, tão esquecidos em algumas empresas.
Além dessa reverência ao profissional, gostaria de compartilhar com
vocês, que desejam trabalhar nessa nobre função, algumas recomendações
práticas para gerir bem os projetos. Minhas dicas não excluem a leitura
aprofundada de manuais e livros, nem eliminam a necessidade da
realização de curso sobre o tema. Apenas compartilham um pouco da
experiência de alguém que está nessa atividade desde o estágio, em 2005.
Então, como transformamos projetos em obras-primas bem-sucedidas?
1. Defina seus objetivos claramente: Um bom pintor
tem uma visão clara do que quer expressar em sua tela. De maneira
semelhante, a gestão eficaz de projetos começa com uma compreensão clara
dos objetivos do projeto. É aquela passagem que Edward Deming cita
sobre a importância da visão sistêmica. Em projetos, assim como na
gestão dos processos, isso é fundamental. Começar um projeto com os
objetivos frouxos ou “flexíveis” em demasia é certeza de que haverá
tensão e brigas no final.
2. Planeje antes de executar: Assim como um artista
esboça antes de pintar, um gerente de projetos eficaz planeja antes de
executar. Este passo envolve identificar tarefas, alocar recursos e
definir prazos. Vale consultar sempre os especialistas em cada uma das
atividades para estimar os prazos com coerência e responsabilidade.
Afinal, “chutar” prazos para agradar às partes interessadas é empurrar
problemas para o futuro. E, no futuro, esses danados costumam custar
muito mais e serem mais penosos.
3. Exerça uma comunicação clara e eficaz:
Comunicação é o pincel que um gerente de projetos usa para colorir o
caminho do projeto. Ela garante que todos na equipe estejam na mesma
página e que cada membro entenda seu papel no projeto. Gerentes de
projetos eficazes são mestres nessa arte. Sentam com todos os envolvidos
e arrumam tempo para alinhar os objetivos do projeto às metas
individuais de cada um dos participantes. Sem esse alinhamento, o
engajamento do time será baixo e a entrega ficará comprometida. Manobre
para garantir que todos tenham compreendido claramente o que lhes é
esperado.
4. Acompanhe e monitore o progresso: Assim como um
artista revisa e aperfeiçoa seu trabalho, um gerente de projetos deve
acompanhar e monitorar o progresso do projeto, fazendo ajustes conforme
necessário para manter o projeto no caminho certo. Alterações são
fundamentais ao longo do percurso, pois fatores inesperados acontecem
com uma frequência maior do que desejamos. Agora, tome cuidado para não
perder a mão. Mantenha todos alinhados em relação ao progresso e
esclarecidos sobre os novos rumos. Como um pintor, pequenas alterações,
como apagar um cachorro, até o Picasso fazia. Agora, o quadro precisa
transmitir a mensagem para a qual ele foi pensado.
5. Cultive uma mentalidade de aprendizado contínuo:
Como Karnal nos ensina, o aprendizado é um processo constante e vital.
Como gerentes de projeto, devemos estar sempre prontos para aprender com
nossas experiências e buscar maneiras de melhorar. Nesse ponto, os
cursos de Lean Seis Sigma podem ser uma ferramenta poderosa para
melhorar os processos de gestão de projetos. Não são antagônicos, mas
complementares.
Lembre-se: a gestão de projetos não é apenas uma ciência, mas também
uma arte. Requer a habilidade de equilibrar múltiplos elementos e
conduzir uma equipe para alcançar um objetivo comum. Assim como um
pintor transforma uma tela em branco em uma obra-prima, um gerente de
projetos habilidoso pode transformar uma visão em realidade.
E, para concluir, saiba vender o seu esforço e de todos que
participaram do projeto. Comemore com todos os envolvidos os resultados
alcançados. Todos merecem compartilhar os ganhos alcançados com seus
esforços.
Marketplaces em alta: o sucesso no mercado
Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP
Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato
Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os
benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para
os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores.
Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se
prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo,
independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada
pelo atendimento.
O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?
Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line.
Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao
cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos
vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é
como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários
estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e
a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último
relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais
ativos em ambientes como esses.
Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já
representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no
Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm),
o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.
Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia
dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser
significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um
faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021,
de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a
atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o
suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar
uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente,
indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a
pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”,
explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.
Um destaque em meio à concorrência é fundamental
Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos
quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta
concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas
buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é
imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de
sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é
demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.
Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por
perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas
alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos
para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o
portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção
especial à otimização das operações.
Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover
uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação
de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das
demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com
estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é
o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter
uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por
diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o
preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de
fidelizar”, comenta o especialista.
Dicas para se sair bem no mercado
Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos
frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar
oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom
levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma
excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações,
é fácil identificar qual a busca e como agradar.
No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica.
Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em
consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as
abordagens utilizadas para lidar com esses interessados?
Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.
A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas
esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em
crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de
Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em
13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram
elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.
Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em
fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em
novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76%
desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão,
Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva,
elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques
industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também
não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para
todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do
processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os
nossos usuários.
Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse
suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs,
responsáveis por atender chamadas e responder mensagens
automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma
flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com
humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os
resultados e promover atualização constante.
O que é marketplace e por que investir nessa plataforma
ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech
Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer
compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele
funciona na compra e venda de produtos.
Afinal, o que é marketplace?
O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.
Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto
específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar
as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de
comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir
outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.
Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de
marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e
segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar
produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento
unificado.
Os principais marketplaces do Brasil
A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto
No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a
plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações
digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.
Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas,
Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C,
estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas
dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.
Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma
Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais
Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através
de sua divulgação online.
Como escolher o marketplace ideal para sua loja
Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja,
definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é
fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de
decidir onde incluir sua marca:
Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão
sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que
determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor
atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais
anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará
uma comissão maior.
Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.
Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial
identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.
Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.
Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que
já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para
competir com os ofertados por elas.
Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.
Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus
resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas
promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na
entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento
ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar
naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se
de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e
pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já
cadastradas.
Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.
Vantagens do marketplace
A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.
Para o consumidor
Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;
Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.
Para o lojista
Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;
Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de
vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário
pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na
abertura de uma loja física ou online.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Para o Marketplace
Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;
Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que
reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo
para fidelizar clientes.
Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e
proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal
procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos
ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que
realizamos.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
Alberto Fernández terá reunião com Lula para tratar, entre outros
assuntos, da crise financeira vivida pela Argentina| Foto: André
Borges/EFE
O presidente da Argentina, Alberto Fernández,
desembarca pela quarta vez no Brasil nesta segunda-feira (26). Vivendo
uma grave crise econômica, o vizinho sul-americano enxerga no governo
brasileiro uma chance de conseguir ajuda para superar o momento
econômico e por isso o argentino tem buscado estreitar as relações com
Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com as opções viáveis, porém, o
mandatário brasileiro corre o risco de repetir graves erros do passado.
Parceiros de longa data, Lula chegou a dizer a Fernandez que pretende
“fazer de tudo” para apoiar a Argentina. Conforme a Gazeta do Povo
apurou com um membro do governo argentino, o país tem buscado atrair o
interesse do gigante sul-americano para que essa ajuda venha por meio de
financiamentos em obras argentinas.
“O presidente [Lula] acenou para a possibilidade de haver incentivos
aos empresários brasileiros que possuem interesse em atuar na conclusão
do gasoduto. Esse movimento, se avançar, deve seguir a linha dos
financiamentos à exportação de bens e serviços com aporte a empresas
brasileiras para executarem serviços no exterior”, analisa a cientista
política Ariane Roder.
Apesar de ainda não haver detalhes do que tem sido acordado entre os
dois países, no momento, sabe-se que existe uma negociação para o
financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) para a conclusão do Gasoduto Néstor Kirchner. A
instalação está localizada na região de Vaca Muerta, uma formação
geológica localizada no norte da Patagônia, na Argentina, e promete
garantir autossuficiência energética ao país em até dois anos.
A estratégia, porém, causa receio devido ao passado recente de
escândalos envolvendo construtoras brasileiras, bem como o calote
bilionário deixado pela Venezuela quando o Brasil tentou ajudá-la por
meio do mesmo modelo. A situação, conforme avaliam especialistas, causa
um mal-estar na política e Lula tem se visto quase sem opções práticas
para ajudar o país vizinho.
VEJA TAMBÉM:
Aposta de Lula, política externa acumula erros e estratégias falhas
Ideologia de esquerda inviabiliza União de Nações Sul-Americanas que Lula quer reestruturar
Lula mina próprio esforço de unir América do Sul ao apoiar ditadura de Maduro Declaração Conjunta Brasil-Argentina
Apenas neste ano, os líderes tiveram quatro encontros e a agenda
desta segunda deve estreitar a relação bilateral com o Brasil, como
afirmou a fonte argentina à reportagem. A reunião do dia 26 deve marcar o
fim das negociações da Declaração Conjunta, documento assinado por Lula
e Fernández em janeiro deste ano, quando o mandatário brasileiro viajou
até Buenos Aires.
O documento prevê uma série de acordos bilaterais com o intuito de
estreitar a relação entre os países. Entre os 82 pontos elencados,
observa-se aqueles que envolvem a relação comercial com o intuito de
facilitar as negociações e ajudar a Argentina a dar uma guinada
econômica. O texto ainda determina a “reativação da Comissão Bilateral
de Produção e Comércio para definir linhas de ação a fim de promover um
maior acesso aos respectivos mercados e superar obstáculos ao comércio
bilateral, reiterando a necessidade de trabalhar por uma crescente
convergência regulatória e pela facilitação do comércio”.
O documento sinaliza para que os países trabalhem na construção do
Plano de Ação para o Relançamento da Aliança Estratégica
Brasil-Argentina. Este Plano, elaborado pelo Itamaraty e baseado nos
acordo da Declaração Conjunta assinada em janeiro, deve sugerir ações
efetivas ao governo argentino. Nesta segunda, com o novo documento
finalizado, Alberto Fernández deve assinar o tratado para o Relançamento
da Aliança Estratégica dos dois países.
Mas, além disso, de acordo com o membro do governo argentino ouvido
pela reportagem, a visita do presidente vai discutir os acordos
bilaterais para comércio, o fim do uso do dólar para negociações entre
os dois países, uma possível adesão da Argentina ao Banco dos BRICS –
grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e o
financiamento em obras por meio do BNDES. Segundo o Itamaraty, há grande
interesse binacional em financiamento de empresas brasileiras na fase 2
da construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner, bem como na
exportação de produtos.
Financiamentos do gasoduto argentino
De grande interesse para os governos de Lula e Fernández, o acesso ao
financiamento de obras para o gasoduto argentino é motivo de
negociações entre os dois países há quase seis meses e está previsto na
declaração de janeiro. No documento, o ponto 22 diz que os países
“comprometeram-se a avaliar conjuntamente, com sentido de prioridade e
urgência, o financiamento de projetos estratégicos de interesse
binacional, como o Gasoduto Presidente Néstor Kirchner”.
Esse aporte ainda é detalhado pelo ponto 21 do mesmo documento, que
diz: “[Os governos] instruíram suas equipes de trabalho a avançar em
ações comuns por meio do BNDES, do BICE e do Banco Nación, com o
objetivo de custear o comércio exterior e aumentar a capacidade de
empréstimo dos bancos de desenvolvimento latino-americanos por meio de
sinergias entre a CAF [Banco de Desenvolvimento da América Latina] e o
FONPLATA [banco de desenvolvimento de Argentina, Bolívia, Brasil,
Paraguai e Uruguai]”.
Essa estratégia, no entanto, é vista com cautela, conforme avalia
Ariane Roder. “Esse movimento foi muito criticado em função dos
escândalos que envolveram as construtoras brasileiras no passado
recente. No entanto, cabe destacar que todos os países do mundo oferecem
apoio, por meio de políticas públicas específicas, para a
internacionalização de suas empresas em diferentes modalidades, por
entenderem que isso gera emprego e renda nacionalmente, além de outros
benefícios para a economia e para os interesses estratégicos do país”,
disse.
O BNDES já financiou US$ 2 bilhões em obras de engenharia na
Argentina. Não há nenhuma dívida em atraso, mas ainda há US$ 27 milhões
por vencer.
Brasil pode cometer os mesmos erros do passado ao financiar gasoduto argentino Além
dos escândalos envolvendo grandes empresas brasileiras, como Odebrecht e
Andrade Gutierrez, há também o risco de um calote, como os que foram
dados por Venezuela e Cuba. Durante os governos de Dilma Rousseff (PT) e
Lula, o chavismo recorreu ao Brasil para financiar obras de
infraestrutura em solo venezuelano, como a linha 2 do metrô de Caracas e
a Usina Siderúrgica Nacional. Foram US$ 1,5 bilhão em empréstimos
feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
Já a dívida em atraso da ditadura cubana era de US$ 268,57 milhões
mais 188,21 milhões de euros em setembro do ano passado. Parte desses
valores em atraso foi contratada para obras de ampliação e modernização
do Porto Mariel.
Essas obras foram realizadas por empresas brasileiras e o dinheiro
foi emprestado por meio delas. O país que contrata a construção, no
entanto, é responsável por devolver o valor emprestado. Em caso de
inadimplência, como ocorreu com a Venezuela, o BNDES aciona o Fundo de
Garantia à Exportação (FGE) para receber o valor devido pelo país
estrangeiro e ao acioná-lo. A União assume a dívida e o Brasil é quem
deve passar a cobrar o país devedor. Em teoria, o mesmo tem sido
discutido para ser feito com o Gasoduto Néstor Kirchner.
Devido à crise econômica do país e às dívidas que a Argentina já
possui com o FMI (de US$ 44 bilhões), Rogério Pereira de Campos, doutor
em Ciências Sociais e pesquisador da Fundação Araporã, avalia que o
acesso aos subsídios oferecidos pelo BNDES causa “mal-estar e
resistência”, além de “debates internos sobre o uso do banco estatal em
projetos estratégicos fora do Brasil que possam não gerar o retorno
desejado”.
Ainda que esses financiamentos possam dar uma guinada na economia
argentina, o Brasil pode cometer os mesmos erros do passado ao liberar
investimentos bilionários para um país em crise econômica. Com o intuito
de frear os prejuízos que esses financiamentos podem deixar nos cofres
brasileiros, diversos parlamentares apresentaram propostas com o
objetivo de proteger os recursos públicos de ingerências políticas na
aprovação de projetos de aporte realizados pelo banco.
Entre as propostas apresentadas ao longo dos últimos meses, há
deputados que defendem o fim desses empréstimos e outros que pedem
medidas mais cautelosas, como o fim do financiamento para países que já
têm dívidas em atraso. “Para os países que já deram calote, deveria
haver uma vedação”, disse o deputado Kim Kataguiri (União-SP), autor de
um dos projetos de lei sobre o tema. As propostas, porém, ainda não
avançaram no Congresso.
Falha tentativa de Lula para Argentina ter acesso ao Banco dos Brics
Tentando cumprir a promessa de que tentaria de tudo para apoiar a
Argentina, Lula chegou a pedir auxílio ao país vizinho por meio do Novo
Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado Banco dos Brics. Sob comando
da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Lula solicitou que a organização
fornecesse crédito ao país, mas encontrou uma negativa ao pedido.
O petista ainda tentou intermediar uma mudança no estatuto da
organização para que o crédito à Argentina tivesse o destino que
Fernández “bem entendesse” – a legislação do grupo prevê que o valor
seja destinado a obras de infraestrutura no país que solicitou o crédito
– e destinada apenas aos países membros e associados, o que não é o
caso da Argentina.
Com o intuito de aliviar a crise financeira argentina, Lula também
não teve quórum para conseguir garantias no financiamento para
exportações brasileiras à Argentina. O presidente brasileiro chegou a
afirmar que encontrou “dificuldade” ao tentar mudar o estatuto da
organização. De mãos atadas, o petista busca soluções que possam vir
diretamente do Brasil.
Para os especialistas, porém, é preciso cuidado com as ações para
ajudar o país vizinho, visto que o Brasil também vive um período de
retomada econômica. “Somos uma economia que está se reerguendo também,
em especial no setor industrial. Esse primeiro biênio do governo Lula
tem o objetivo de retomar o crescimento econômico e ganhar novo fôlego
para conseguir maior liberdade para investimentos a partir de 2025”,
pontua Campos.
Além do comércio, pauta ideológica motiva Lula a ajudar a Argentina Em
contrapartida, para os especialistas, ajudar a Argentina pode fomentar a
economia brasileira. O país é o maior parceiro comercial do Brasil na
América do Sul. Um levantamento feito pela Gazeta do Povo anteriormente
mostra que o mercado bilateral movimentou, nos últimos 26 anos, cerca de
US$ 25,5 bilhões anualmente. Com transações majoritariamente
superavitárias para os cofres brasileiros, apenas nos últimos cinco
meses, houve um saldo de US$ 2,4 bilhões para o Brasil.
O Brasil exportou mais do que importou para o vizinho sul-americano.
Na análise de Campos, esses acordos comerciais que Lula tem negociado
com Fernández podem “auxiliar na economia do vizinho sul-americano,
aumentando as ofertas de emprego e canalizando produtos de interesse do
Brasil, ao mesmo tempo em que permite um aumento de ganhos na economia
argentina”.
Devido à dificuldade econômica enfrentada na Argentina, Fernández
teme não conseguir terminar seu mandato como presidente, o qual chega ao
fim neste ano, e para isso também conta com o apoio de Lula.
Além dos encontros bilaterais, o atual chefe de Estado argentino veio
ao Brasil para a posse do petista, em janeiro de 2023, e também chegou a
visitá-lo em Curitiba, em julho de 2019, quando Lula estava preso.
Com uma gestão com 81% de desaprovação, o presidente peronista já
declarou que não pretende se reeleger. “No dia 10 de dezembro,
entregarei a faixa presidencial a quem for eleito nas urnas pelo voto
popular. Vou trabalhar para que seja sócio ou parceiro do nosso espaço
político”, disse o presidente argentino.
Com Fernández fora do páreo e seu alto índice de rejeição, as
disputas eleitorais abrem espaço para um presidente de direita chegar ao
poder, o que pode dificultar a relação com Lula. “Neste sentido, há uma
importância estratégica diplomática em apoiar a Argentina em sua
reestruturação e, de certo modo, ajuda a impedir que candidatos e
políticas de direita ganhem força discursiva no país vizinho, o que
impactaria no projeto de política externa brasileira deste governo”,
pontua Ariane Roder.
Para Campos, a estratégia de buscar meios de financiar obras na
Argentina também parte de uma prerrogativa ideológica que Lula e
Fernández compartilham. “Governos com alinhamento político mais voltado à
esquerda sempre defenderam a proteção e uso desses recursos [como o
acesso ao BNDES] para benefício e desenvolvimento local, enquanto o eixo
voltado à direita política defende o livre comércio e a concorrência.
Nesse momento, o que vemos é uma retomada da primeira filosofia citada,
para garantir a exploração e o uso para a região do Mercosul, em
especial do Brasil, dessas reservas energéticas”, analisa o cientista
político.
Burocracia e leis engessadas estão entre os principais entraves aos negócios no Brasil.| Foto: Bigstock
A
cada divulgação de rankings internacionais ligados à competitividade ou
à facilidade de fazer negócios, as velhas mazelas brasileiras são
novamente escancaradas e evidenciam que um dos grandes problemas do país
não é falta de diagnóstico, mas falta de iniciativa para se fazer o que
precisa ser feito. Nos últimos dias, dois desses rankings trouxeram de
volta à luz deficiências que no Brasil se tornaram estruturais, não
podendo ser atribuídos exclusivamente a um ou outro governo – embora
haja, evidentemente, aqueles que contribuem mais ou menos para exacerbar
ou combater tais problemas.
O TMF Group, fornecedor internacional de serviços administrativos e
de conformidade, avaliou 78 países que, juntos, correspondem a 92% do
PIB mundial. E concluiu que, entre essas nações, apenas França e Grécia
são mais complexos para se fazer negócios que o Brasil – na outra ponta
do Índice Global de Complexidade de Negócios (GBCI, na sigla em inglês)
estão países com presença costumeira na liderança de outros rankings,
como os de liberdade econômica, a exemplo de Nova Zelândia, Países
Baixos e Dinamarca. Assim como no Doing Business, ranking do Banco
Mundial que foi suspenso em 2021, o manicômio tributário nacional é um
dos grandes responsáveis pelo fraco desempenho do Brasil no GBCI.
Ano após ano, ranking após ranking, o mundo segue vendo o Brasil como
um país que tem um imenso potencial, mas consegue afogá-lo na
burocracia e na hiper-regulação, na insanidade tributária, na
irresponsabilidade fiscal e na educação precária de seus jovens
Como explicam os responsáveis pelo estudo, o problema não é tanto o
fato de o Brasil cobrar impostos nas três esferas de governo – federal,
municipal e estadual –, até porque outros países em que vigora o modelo
federativo também o fazem. Mas apenas no Brasil há uma situação
disfuncional em que, não bastando haver uma infinidade de tributos e
alíquotas, as regras estão em constante mudança, inclusive com
participação do Judiciário, que recentemente elevou a insegurança
jurídica ao abolir o princípio do respeito à coisa julgada em matéria
tributária. Rodrigo Zambon, diretor-geral do TMF Group Brasil, afirmou
que o Brasil, embora ofereça muitas oportunidades, tem um grau de
complexidade e burocracia cujos efeitos sobre os investimentos são
adversos.
Mensagem semelhante, embora de caráter mais abrangente, vem da Suíça,
onde o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Gerencial (IMD)
divulgou o Ranking Mundial de Competitividade 2023. Entre os 64 países
avaliados, o Brasil fica em uma medíocre 60.ª posição, à frente apenas
de África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela – Dinamarca, Irlanda e
Suíça ocupam as três primeiras posições. A pesquisa leva em conta
indicadores econômicos de 2022 e a opinião de milhares de executivos, e
uma análise dos pontos onde o Brasil melhorou e onde ainda apresenta
problemas graves dá uma mostra do que tem funcionado nos anos recentes.
VEJA TAMBÉM: Reformar o Frankenstein tributário (editorial de 19 de junho de 2023) A insistência do governo Lula em derrubar a reforma trabalhista (editorial de 9 de junho de 2023) Aumentar a produtividade nacional (editorial de 24 de julho de 2022)
O Brasil melhorou em itens como infraestrutura básica, atração de
investimentos internacionais, emprego e preços, sobretudo de
combustíveis e alimentos. No caso da infraestrutura, são dignos de
menção o Novo Marco do Saneamento – que o petismo tentou desfigurar,
felizmente enfrentando resistência no Congresso – e as novas regras para
ferrovias, que atraíram dezenas de bilhões de reais em investimentos
para os próximos anos. Já entre as principais deficiências estão a
produtividade da força de trabalho – um velho problema nacional –, os
níveis de educação, o custo de capital, a legislação trabalhista, as
finanças públicas e a burocracia para a abertura de empresas. A menção à
lei trabalhista é importante, já que o governo atual está empenhado em
desfazer a reforma de 2017, que representou um primeiro passo de
desengessamento da legislação e trouxe efeitos positivos.
Ano após ano, ranking após ranking, o mundo segue vendo o Brasil como
um país que tem um imenso potencial, mas consegue afogá-lo na
burocracia e na hiper-regulação, na insanidade tributária, na
irresponsabilidade fiscal que gera inflação e recessão, nos gargalos de
infraestrutura e na educação precária de seus jovens, que se reflete
depois em uma força de trabalho pouco qualificada. Reformas
macroeconômicas, novos marcos regulatórios e leis como a de Liberdade
Econômica são apenas o início de um necessário processo de reversão
dessas limitações que sufocam o potencial brasileiro. Dar sequência a
esse processo é obrigação de todo governo, independentemente de matiz
ideológico.
Bloco proibiu maior parte das importações de petróleo da Rússia,
mas sofre com os altos custos da energia| Foto: Christophe
Licoppe/Comissão Europeia/Wikimedia Commons
Em resposta à invasão
promovida pela Rússia à Ucrânia desde fevereiro de 2022, o Ocidente
aplicou uma série de sanções ao país de Vladimir Putin. Várias delas
atingiram um pilar da economia russa: as exportações de energia.
A União Europeia impôs um bloqueio da maior parte das importações de
petróleo bruto e produtos petrolíferos russos. Na semana passada, o
bloco divulgou um comunicado no qual apontou um marco importante:
diminuiu em 90% suas importações desses produtos da Rússia.
Segundo o informe, essas compras da Rússia pelo bloco somaram 1,4
milhão de toneladas em março deste ano, ante uma média mensal de 15,2
milhões de toneladas nos três anos entre 2019 e o início de 2022.
Essas compras foram substituídas por outros fornecedores, como
Estados Unidos, Arábia Saudita, Argélia, Reino Unido, Brasil, Angola e
Emirados Árabes Unidos.
O informe da UE ressaltou que essa transição não foi e não está sendo
tranquila: foram necessárias duas liberações de estoques de emergência
em março e abril de 2022 para estabilizar o mercado, coordenadas pela
Agência Internacional de Energia.
Enquanto vários países do bloco participaram dessas ações conjuntas,
utilizando parte dos seus excedentes de reservas emergenciais, outros
ficaram abaixo dos níveis mínimos exigidos por uma diretiva do bloco. Os
países-membros foram orientados a reabastecer seus estoques
emergenciais de petróleo até os níveis mínimos exigidos até 31 de março
deste ano.
Segundo o comunicado da UE, em julho de 2022, dez países do bloco
estavam abaixo do nível mínimo nacional estabelecido (Bulgária,
República Tcheca, Irlanda, Croácia, Itália, Letônia, Lituânia, Hungria,
Áustria e Romênia). Em março, a Bulgária, a República Tcheca, a Irlanda,
a Letônia e a Lituânia permaneciam abaixo dos patamares acordados.
Na sexta-feira (23), a União Europeia proibiu completamente o
fornecimento de petróleo russo através do ramal norte do oleoduto
Druzhba para a Alemanha e a Polônia, o que deve afetar ainda mais os
números das importações da Rússia. Matérias-primas de outros países
ainda poderão ser entregues por esta via.
Gás russo A União Europeia também procurou se livrar da
dependência do gás russo. No final de 2021, poucas semanas antes do
início da guerra na Ucrânia, 41% do gás natural consumido pelo bloco
vinha da Rússia. Um ano depois, essa proporção havia caído para 13%.
Segundo o Conselho da UE, a compensação ocorreu principalmente com um
forte aumento das importações de gás natural liquefeito (GNL), em
grande parte dos Estados Unidos.
Entretanto, num movimento incoerente, as importações da União
Europeia de GNL da Rússia aumentaram 38% em 2022. Num questionamento
enviado este mês ao Parlamento Europeu, a comissária para energia da
União Europeia, Kadri Simson, informou que as compras de GNL russo
representaram 17,4% das importações da Espanha desse produto em abril.
O país ibérico triplicou suas importações de GNL russo, destacou
Simson, que pediu que o bloco parasse com essas compras e pediu
providências para que fossem adotadas sanções também para esse produto.
Além do aumento das importações de GNL da Rússia, outro desafio que a
UE enfrenta na sua tentativa de asfixiar a Rússia economicamente é que a
Índia e a China, aliadas do Kremlin, aumentaram suas importações de
petróleo, gás e carvão (também alvo de sanções pelo bloco) do país de
Vladimir Putin.
Especialistas acreditam que grande parte das exportações de petróleo
russas estão sendo direcionadas para o Ocidente por meio de
intermediários, como o Azerbaijão e a Turquia.
Custo
Enquanto tenta sangrar a economia russa, a União Europeia tem sofrido
com o custo da energia. A guerra da Ucrânia e os cortes de produção da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), entre outros
fatores, fazem com que o preço da commodity, ainda que esteja abaixo do
registrado nos primeiros meses do conflito, ainda permaneça acima dos
patamares pré-pandemia.
A Alemanha, antes acostumada ao gás russo barato, entrou em recessão
técnica no primeiro trimestre, ao acumular seis meses de contração
econômica. O ministro da Economia, Robert Habeck, argumentou que a alta
dependência que o país tinha das exportações de energia da Rússia e as
tentativas de substituí-las provocaram a recessão.
A Zona do Euro, grupo de 20 estados-membros da União Europeia que
adotaram oficialmente o euro como moeda comum, também entrou em recessão
técnica. Essa contração e a inflação persistente geram preocupação
sobre o preço que o bloco está pagando para punir Moscou pela invasão à
Ucrânia.
Entretanto, George Friedman, analista geopolítico e fundador do site
Geopolitical Futures, afirmou à Forbes que acredita que esses desafios
serão superados e que o sacrifício europeu decorrente do cerco econômico
à Rússia valerá a pena.
“Além do fato de que muitas previsões econômicas estão se mostrando
erradas ou exageradas, a obsessão com a economia pode fazer uma nação se
esquecer do fato de que uma grande guerra está sendo travada perto e
ela faz parte dela. E na guerra, dar um tiro no próprio pé é um
ferimento leve”, argumentou o especialista.
Ação no TSE “Julgamento politiqueiro”, diz Bolsonaro sobre chance de ficar inelegível Por Gazeta do Povo
Bolsonaro está sendo julgado pelo TSE e pode ficar inelegível.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste domingo (25), em
entrevista à Radio Bandeirantes, que o julgamento no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) que pode torná-lo inelegível é “politiqueiro”, mas que
um possível resultado negativo “não será o fim do mundo”.
“É um julgamento politiqueiro, não era nem para ter sido recepcionada
a ação… Por ter me reunido com embaixadores… É brincadeira! E tem uma
jurisprudência de 2017, julgamento da chapa Dilma-Temer, que
simplesmente deixou de existir agora para esse julgamento meu. Então, a
gente vai ver o que acontece, eu não vou adiantar o resultado aqui, mas
não será o fim do mundo”, disse.
Na mesma entrevista, Bolsonaro explicou o teor da reunião e criticou a
falta de liberdade de expressão sobre certos temas, como as urnas e a
vacina contra a Covid-19, e a interpretação vaga e ampla do TSE sobre o
que seriam ataques à democracia.
“Na reunião com embaixadores, nós falamos do sistema eleitoral
brasileiro. Dois meses antes, o ministro Fachin, que estava no TSE,
reuniu-se com embaixadores e deu a sua opinião. Ele terminou a reunião
com embaixadores dizendo mais ou menos o seguinte: ‘tão logo que
apresentar o resultado das urnas, o seu respectivo chefe de estado deve
reconhecer o ganhador das eleições’. Eu convidei os embaixadores, que
essa é a política minha, não do Fachin e nem de ninguém, e falei sobre
as urnas. Falar sobre as urnas no Brasil, falam que você está atacando.
Quando você fala sobre vacina, você é negacionista. Quando você fala
sobre o projeto da censura, você tá atentando contra o Estado
Democrático de Direito”, comentou o ex-presidente.
Senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Davi Alcolumbre
(União-AP) cumprimentam o advogado Cristiano Zanin, novo ministro do
STF.| Foto: Pedro França / Agência Senado
Mais uma semana cheia. Está programado o julgamento de uma ação do
PDT contra Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e prosseguem
as investigações da Comissão Mista do Congresso e da CPI da Assembleia
Legislativa do Distrito Federal.
O interessante nesta CPI mista, tal como aquela CPI da Covid, é que a
gente fica sabendo mais dos integrantes da comissão do que dos
depoentes, porque eles se revelam. Isso aí não é só o doutor Freud que
mostra, não. Eles se revelam nas suas entranhas, no seu inconsciente,
nos gritos que dão, nas posições. Eu lembro – e não consigo esquecer –
dos integrantes da CPI da Covid dizendo que a doença não tinha
tratamento. Isso a gente não pode esquecer jamais, porque morreu muita
gente por causa disso. Bom, mas esse é outro assunto.
Não tenham esperança no Senado
Todo mundo fala que o Senado tem dezenas de requerimentos pedindo
para investigar ministros do Supremo, que passaram das medidas, que
desrespeitam a Constituição… Gente, não tenham muita esperança.
O advogado de Lula passou por cima da impessoalidade exigida pela
Constituição, passou por cima da exigência de notório saber jurídico, e
teve 58 senadores votando a favor de 81. Imaginem se alguém vai pedir
para o Pacheco pôr em votação um requerimento para investigar um
ministro do Supremo. Vão ser 60 votos a favor do ministro. Então, como
diria Dante no “Inferno”, lasciate ogni speranza, voi ch’entrate –
deixai toda a esperança, você que está entrando nessa.
VEJA TAMBÉM: A vergonhosa sabatina de Zanin e a mansidão revoltada do brasileiro STF marca posse de Cristiano Zanin para 3 de agosto Embaixadores não viram nada de errado na reunião
Eu conversei neste fim de semana com muitos embaixadores que estavam
lá naquela reunião, convidados pelo presidente da República no Palácio
da Alvorada, para ouvir o presidente falando sobre os riscos da
segurança, da confiança das urnas eletrônicas sem comprovante impresso
de voto. E eles me dizem que não entendem por que o PDT entrou com uma
ação na Justiça, se não aconteceu nada de mais.
Eles me falam: “Nós não somos eleitores do Brasil, nós somos
embaixadores interessados em acompanhar o processo eleitoral brasileiro,
e assim como fomos ouvir, a convite, o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, o ministro Fachin, nós fomos também ouvir o presidente da
República, que estava preocupado com a lisura. Em nenhum momento ele
falou em desrespeitar o resultado, nada disso”.
É isso que o que está em jogo agora, no julgamento de Bolsonaro, na
queixa do PDT, que os próprios embaixadores não entendem. O noticiário
pode enganar muita gente que só se atém ao noticiário tradicional, mas
não está enganando os embaixadores.
Os embaixadores sabem muito bem da realidade. Veem que estão forçando
para tentar tornar o presidente anterior inelegível, porque por algum
motivo estão com medo dele, porque, durante quatro anos, ele impôs um
sistema que não era usual em relação a benesses, benefícios, vantagens,
prioridades e privilégios de uma determinada classe aqui no Brasil.
Houve uma mudança muito grande, por vontade popular. Não querem isso,
querem torná-lo inelegível.
Interessante que a Constituição manda que um presidente condenado
fique inelegível, não ocupe cargo público por oito anos, mas a
presidente que foi condenada não ficou inelegível. Não obedeceram a
Constituição, na cara dos senadores. Isso aconteceu no Senado também.
Esse mesmo Senado que deu 58 votos para o advogado de Lula virar juiz
supremo.
Eu imagino o trabalho que deve dar a transformação na natureza de um
advogado – no inconsciente, no Id, em tudo –, na cabeça de um advogado
que de repente tem que abandonar o princípio de defender causas e
pessoas para se tornar isento e defender apenas a aplicação estrita da
Constituição, já que o Supremo é um tribunal constitucional.