quinta-feira, 22 de junho de 2023

A HISTÓRIA DETERMINA O QUE ESTÁ POR VIR

Por
Luiz Philippe Orleans e Bragança – Gazeta do Povo


Ruínas da antiga civilização grega, em Atenas.| Foto: Martin Cigler/Wikimedia Commons

Há diversas maneiras de contar a história. Uns seguem o caminho da sequência de fatos, outros, das narrativas anacrônicas de conflito de classes, e um terceiro grupo prefere as teorias de ciclos. Este último grupo, menos conhecido, é dos mais antigos. Desde Platão, vários autores descrevem a história das civilizações analisando ciclos. O desafio é explicar como eles se repetem para que sejam considerados como tal, e não mera suposição.

A despeito do tempo de vida de cada observador, curto demais para o acompanhar o longo período de um ciclo, Oswald Spengler, em seu livro “O Declínio do Ocidente”, de 1918, conseguiu prever, ao analisar ciclos históricos de longuíssimo prazo, situações políticas que acontecem nos tempos atuais. Igualmente, meu livro, “Por que o Brasil é um país atrasado?”, no capítulo “Sucessão de Oligarquias”, menciona o Kyklos de Platão, que foi aprimorado por Políbio, e um ciclo menor, brasileiro, que se formou durante as tentativas de se estabelecer repúblicas ao longo do século 20, e que só resultaram na alternância de poder entre governos populistas e oligárquicos.

Há um padrão que se repete no início e no final das cinco grandes etapas históricas nos últimos 2.500 anos e pode servir de prelúdio para nosso futuro. Entendê-lo é relevante para compreender o momento atual e o caminho a tomar.  Em síntese, o início de cada ciclo é virtuoso e o fim, repleto de vícios:

Primeiro Ciclo: O início do primeiro ciclo é caracterizado pela formação da cultura grega no Peloponeso e da cultura etrusca na península itálica por volta do século 10 a.C. Foram criadas as primeiras cidades-estado e também surgiram os primeiros reis e tiranos. O final dessa etapa ocorre 400 anos depois, no século 6 a.C, tanto em Atenas quanto na península itálica.  Os atenienses se revoltaram contra a tirania de Iságoras, um magistrado corrupto e imoral, que servia mais aos Espartanos que aos Atenienses, e instauraram a democracia. Em Roma, os fazendeiros se levantam contra os monarcas etruscos que, hedonistas e entorpecidos por sua superioridade cultural, abusavam de seu poder.  Os fazendeiros romanos revoltosos de então criam uma república.

Segundo Ciclo: A República Romana, formada inicialmente por fazendeiros que, contrários a qualquer concentração de poder, formaram um senado de patrícios com dois cônsules eleitos anualmente. O sistema era firmemente calcado em valores marciais, sendo que quase todos os senadores haviam lutado nas batalhas contra os reis etruscos. A República Romana cresceu e incorporou Atenas e demais cidades do Peloponeso, além de vastos territórios na península itálica e Europa. Entretanto, 400 anos depois, o senado já não era mais o mesmo. Os patrícios se tornaram a minoria e a maioria era de senadores corruptos e distantes dos valores que formaram a república. Os senadores negavam pagamento aos exércitos e não se importavam com o bem comum; usando seu status e poder em benefício próprio.  Levantes populares e tentativas de golpe se tornaram constantes e a república se tornou oclocracia (governo de facções).

Em síntese, o início de cada ciclo é virtuoso e o fim, repleto de vícios

Terceiro Ciclo: Eis que em 27 a.C surge um líder para restabelecer os valores da República Romana: Otaviano. Ele se transforma no Primeiro Imperador Romano por aclamação das diversas facções. Por ironia, ele era um “imperador republicano”, que não se considerava imperador, mas sim o primeiro cidadão ou “princeps” – incutindo este título como valor primordial do Império Romano.  Ele inicia um ciclo virtuoso restabelecendo a estabilidade, a separação de poderes entre senado e imperador e a integridade das instituições. Adicionalmente, acabou com o patrimonialismo, moralizou o senado, extirpou os agentes corruptores, iniciou grandes obras e campanhas militares unificando o império e estabelecendo diretrizes de conduta dentro do sistema imperial que perduraram por vários séculos.

Ao final desse ciclo, houve a ascensão do Cristianismo e seu efeito subversivo do modelo imperial romano. O status quo era calcado firmemente nos deuses romanos e rituais que unificavam e amarravam o sistema de confiança, historicamente reforçado em torno do senado, dos cônsules e dos imperadores romanos, da Pax Romana e da lei e civilização romana como um todo.  Uma vez que o cristianismo substituiu os valores de base dos romanos no século 4 d.C., toda a organização romana entrou em colapso; enfraqueceu-se, corrompeu-se e dividiu-se. Os poderes institucionais passaram a apelar por líderes tirânicos; antíteses dos valores institucionalizados por Otaviano. Foi no período do “Dominato”, conceito oposto ao de “Princeps”,  que se caracterizou a tirania do imperador Diocleciano, o último imperador que precedeu a divisão do império, a perseguição aos cristãos e a invasão dos bárbaros germânicos, causando o fim do Império Romano Ocidental.

Quarto Ciclo: Do declínio do terceiro ciclo emerge uma onda criadora, uma nova primavera civilizacional: a dos reinos cristãos. Era o século 5 d.C, início da Idade Média. Nessa era que durou mais de mil anos surgem os mitos e valores cristãos, os reis, seus títulos e territórios abençoados pela Igreja, a expansão da cristandade e das grandes conquistas de territórios além-mar e o nascimento dos Impérios. Em contrapartida, ao final desse ciclo, novos valores foram introduzidos por meio da burguesia e de levantes populares. A revolução Gloriosa, na Inglaterra, no século 17 e as revoluções norte-americana e francesa no século 18 vieram para materializar ideias nascidas nos séculos anteriores, antagônicas àquelas formadoras das monarquias tradicionais: a representação por voto popular, e não por unção divina ou por herança. Um governo estabelecido por leis escritas e aceitas, e não por costumes e tradições. A substituição da fé e das crenças por lógica e raciocínio.

É evidente que essas revoluções minaram os valores cristãos do antigo regime, entretanto, a decadência total do Reinos Cristãos foi protagonizada por Napoleão, um usurpador jacobino que tiranizou toda a Europa, invadiu reinados, aprisionou reis e coroou-se imperador usando os mesmos rituais cristãos reservados a famílias reais fundadoras. Napoleão falsificou sua legitimidade fazendo com que todas as instituições e sociedades europeias aceitassem seus títulos, e de seus familiares, como se sempre tivessem pertencidos a nobreza. Os reinados cristãos ocidentais que sobreviveram nunca mais foram os mesmos.

Quinto Ciclo: Nessa etapa, o modelo republicano surge legitimado por constituições, pela separação e limitação de poderes, pela proteção dos direitos dos cidadãos e pela representação democrática pelo voto. No cerne dos fundamentos da república surge a figura do cidadão; indivíduo livre, nato com direitos universais, que elege os melhores dentre seus pares para representá-lo. Nesse início virtuoso, observou-se a expansão da propriedade privada, das instituições públicas, do direito, do livre mercado e do comércio global.  Há a valorização da nação, do bem comum e da civilização com o despertar da cidadania.

Hoje estamos no final desse ciclo.  Vemos a petrificação das sociedades pela burocracia, o surgimento de grandes metrópoles e sistemas tecnológicos de controle; baixa fertilidade, antagonismo entre a vida rural e a urbana, crises políticas e desconfiança da tecnologia e dos sistemas políticos. Cidadãos foram convertidos em massa consumidora. Representantes da sociedade se transformaram em tiranos. Mais uma vez, assim como Napoleão marcou o fim do antigo regime, o deboche está cada vez mais evidente marcando o final do 5º ciclo: a eleição de criminosos corruptos no comando absoluto de cidadãos.

O Brasil recentemente elegeu seu equivalente a Isagoras de Atenas, Diocleciano de Roma ou Napoleão da Europa. Isso marca o fim da nossa 7ª república.  Mas esse fato não é isolado, pois ocorre o mesmo em todo sistema político que compartilha da mesma história descrita acima: na América Latina, assim como na América do Norte e Europa, esse padrão se repete: um títere tirânico e corrupto é eleito para controlar os cidadãos e servir a interesses externos. Biden, Macron, Trudeau e vários líderes da atualidade validam esse padrão.

Estamos no final desse 5º ciclo e início de um outro, mas qual será a nova etapa? Já vemos brotando algumas opções: de um lado, uma tirania tecnocrática, anônima, liderada por fantoches visíveis que controlam todas as sociedades através da tecnologia. Essa possibilidade já está em curso com diferentes graus de avanço em vários países.

Entretanto, há outro movimento que também cresce: a revolta da cidadania contra a tecnologia, contra os sistemas políticos, contra a supressão da família, da fé, da nação e das liberdades.  Essa antítese cresce à medida que a tirania tecnológica avança.  Como um teórico da conspiração certa vez afirmou, “à medida que nos aproximarmos da singularidade, do comando central absoluto, atingiremos também o ponto de maior resistência e antagonismo ao regime totalitário, o que pode engatilhar uma grande diáspora, um novo ‘big bang’ anti-totalitário, pela liberdade”.

De volta ao nosso Brasil, acreditarei mais nessa última possibilidade quando voltar a ver a mobilização do povo nas ruas e nas redes sociais, agindo contra a criação dos pilares da nova ditadura.  Só uma sociedade organizada consegue derrubar a tirania e encurtar o período de decadência total, como pode ser verificado ao longo da história. Mas para que isso aconteça precisamos de mais cidadãos com consciência do momento em que vivemos.  Henry Kissinger, em entrevista sobre como evitar ou encurtar as etapas negativas dos ciclos, disse:  “para reverter uma tendência é necessário mais que uma proclamação; é importante compreender qual é a tendência para que se consiga revertê-la.”  Eu sei o que está por vir se a sociedade não se organizar e voltar se mobilizar, e você?


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GOVERNO QUER TIRAR O SEU CARRO A GASOLINA COM AUMENTO DE IMPOSTOS

Artigo
Por
Diana Furchtgott-Roth
The Daily Signal – Gazeta do Povo


Carros movidos a gasolina podem ser reabastecidos em cinco ou dez minutos em um posto de gasolina. A recarga de um veículo elétrico pode levar 45 minutos. Se alguém estiver à sua frente na estação de carregamento, a espera pode dobrar.| Foto: Pixabay

Você está pronto para o governo tirar seu carro? Os novos regulamentos propostos sobre emissões de automóveis da Agência de Proteção Ambiental [EPA, na sigla em inglês] exigem que 60% das vendas de carros novos sejam de veículos elétricos até 2030 e 67% até 2032, em comparação com menos de 6% que estavam na estrada em 2022 — sem nenhum benefício ambiental.

Quem gosta de veículos elétricos, ou EVs, está com sorte. Mas quem prefere carros movidos a gasolina verá aumentos significativos em seus custos, tanto para carros novos quanto para usados.

Alguns preferem carros movidos a gasolina porque são mais acessíveis. A versão elétrica da versão básica da picape Ford F-150, o veículo mais vendido nos Estados Unidos, custa US$ 26.000 [R$ 124 mil na cotação atual] adicionais em relação à movida a gasolina. Os preços básicos de EV da Tesla começam em US$ 39.000 [R$ 186 mil] para um Modelo 3 e chegam a quase US$ 100.000 [R$ 478 mil] para um Modelo X — preços muito mais altos do que a maioria das famílias pode pagar.

Além disso, os carros movidos a gasolina podem ser reabastecidos em cinco ou dez minutos em um posto de gasolina. A recarga de um veículo elétrico pode levar 45 minutos. Se alguém estiver à sua frente na estação de carregamento, a espera pode dobrar. Isso ocorre porque a maioria das pessoas não quer deixar a bateria do EV ficar abaixo de 20%, e a taxa de carregamento diminui quando é carregada acima de 80%.

Muitas pessoas que amam seus EVs os recarregam em casa durante a noite. Mas nem todo mundo tem garagem em casa. Essas pessoas geralmente precisam confiar em estações de carregamento para seus veículos elétricos.

Infelizmente, os postos de recarga não são tão comuns quanto os postos de gasolina. O Departamento de Transportes dos EUA está gastando mais de US$ 4 bilhões até 2026 na construção de mais estações de recarga. A Tesla tem sua própria rede de estações de recarga para seus carros, mas os motoristas de outros veículos terão que contar com estações de recarga privadas ou fornecidas pelo governo.

A EPA também está planejando novas regras para usinas de energia, elevando os custos da eletricidade necessária para carregar esses veículos. Essas regras mais a lei de vendas de EV aumentariam os custos de direção para os americanos e fortaleceriam a economia da China, que produz 80% das baterias elétricas do mundo.

Embora 90 a 100 quilômetros de alcance sejam suficientes para a maioria das viagens, as pessoas compram carros para todas as circunstâncias, incluindo férias de longa distância e clima frio. Dependendo das condições climáticas, a maioria dos EVs pode percorrer apenas algumas centenas de quilômetros antes de precisar de uma carga de 45 minutos ou mais. Viagens longas requerem várias paradas longas ao longo do caminho. Além disso, as baterias perdem de 20% a 40% de seu alcance em climas frios. Essa é uma das razões pelas quais apenas 380 residentes de Dakota do Norte escolheram EVs em 2021 e o Alasca tinha apenas 1.300.

No entanto, o Departamento de Transporte planeja gastar US$ 26 milhões em estações de recarga em Dakota do Norte, ou US$ 68.000 por EV registrado. O Alasca, com US$ 52 milhões alocados para estações de recarga, receberá US$ 40.000 por EV.

As novas estações de carregamento aumentarão a demanda de eletricidade na rede elétrica, como a Califórnia descobriu em sua experiência com apagões contínuos. Mas a Califórnia tem uma solução: para integrar seus EVs em sua frágil rede elétrica, o estado está propondo um projeto de lei, SB 233, para exigir carregamento bidirecional em todos os veículos leves e ônibus escolares vendidos no estado a partir do ano 2027. O carregamento bidirecional significa que, se a rede precisar de mais eletricidade, ela pode ser retirada da bateria do carro quando o carro estiver conectado para carregar.

O Hyundai Ioniq 5 e o Ford F-150 Lightning já possuem sistemas de carregamento bidirecional, permitindo que os proprietários de veículos elétricos carreguem suas casas com eletricidade de suas baterias de carro ou forneçam de volta à rede em tempos de escassez. De acordo com a CarBuzz, “uma bateria EV de 60 kWh pode fornecer energia de backup para uma residência média dos EUA por dois a três dias”.

A senadora do estado da Califórnia, Nancy Skinner, patrocinadora do projeto, disse: “EVs são armazenamento de energia sobre rodas. Por que desperdiçar essa bateria, dado o número de quilômetros que a maioria das pessoas usa o veículo em um determinado dia? Mas precisamos tornar isso o mais fácil possível.”

A cobrança bidirecional muda o conceito do direito à mobilidade pessoal. Se os proprietários de veículos elétricos na Califórnia tiverem que devolver a eletricidade das baterias de seus carros à rede em tempos de escassez, eles podem não ter o suficiente para ir ao trabalho ou à escola ou para outras viagens.

Alguns dizem que as regulamentações sobre emissões de usinas de energia e a eliminação da maioria dos carros movidos a gasolina nas estradas reduzirão o aquecimento global. Mas as emissões não serão reduzidas até que a China, a Índia e a Rússia reduzam suas emissões, o que não mostram sinais de fazer.

Por exemplo, a fim de produzir baterias para veículos elétricos e outros componentes, a China está aumentando a construção de usinas movidas a carvão e, portanto, suas emissões de carbono. Os EUA têm 225 usinas a carvão e a China tem 1.118 (metade de todas as usinas a carvão do mundo).

Uma pesquisa de Kevin Dayaratna, estatístico-chefe e pesquisador sênior da Heritage Foundation, mostrou que mesmo a eliminação completa de todos os combustíveis fósseis dos Estados Unidos resultaria em menos de 0,2 grau Celsius na redução da temperatura até 2100.

Sob o plano do governo americano, seus cidadãos estariam sacrificando seus carros, pagando mais pelo transporte e abrindo mão de sua mobilidade pessoal sem benefícios para o meio ambiente. É hora de acabar com o roubo.

Diana Furchtgott-Roth é diretora do Centro para Energia, Clima e Meio Ambiente da Fundação Heritage.


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LULA NA EUROPA E BRIGA POR CARGOS AQUI NO BRASIL

 

Ministério do Turismo

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Lula estaria negociando saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo para abrigar outro nome do União Brasil.| Foto: Reprodução/Redes sociais

Prossegue a fritura da ministra do Turismo, Daniela do Waguinho – Waguinho, o marido dela, é o prefeito de Belford Roxo, que é um município importante da Baixada Fluminense. Eles já conversaram com Lula, ela disse na quarta que não sai, que ela é indicada pelo presidente da República. O União Brasil, partido do qual ela está saindo, quer a vaga para dar a um deputado do Pará, cuja biografia não fala nada de turismo. Não sei se ele já viajou alguma vez para o exterior, se sabe como funciona o turismo. O Brasil, com todo esse potencial, tem menos turistas que a Torre Eiffel. Por quê? Por causa da insegurança, da sujeira, da bagunça, da desorganização, do barulho… imaginem, numa praia, o sujeito ligando os alto-falantes do carro, fazendo barulho para todo mundo. Em qualquer praia de país civilizado, qualquer um pode escutar a sua música no seu fone de ouvido, mas não pode fazer barulho e incomodar os outros que estão ao lado dele. Mas essa já é uma outra questão.

Lula fugiu de dar uma solução. Entre Waguinho e o União Brasil, Lula preferiu a Europa. Na quarta, esteve com o papa por 45 minutos; com o presidente da Itália, que é o chefe de Estado; e com a chefe de governo da Itália, Giorgia Meloni, que é de direita. As fontes italianas dizem que foi um encontro cordial, que nas três reuniões Lula falou da paz no mundo, da paz entre Ucrânia e Rússia, e foi embora, rapidíssimo. Ficou pouco em Roma e já foi para Paris, porque lá haverá um show de rock. Afinal, Paris é uma festa. Lula vai se encontrar com o ditador de Cuba às 16h30 desta quinta e estará em uma reunião organizada por Emmanuel Macron sobre o financiamento de países pobres para protegerem o meio ambiente. Ele deve voltar no sábado. Não sei se a solução de Lula é fazer a ministra do Turismo perder a paciência e pedir para sair, mas ela diz que não sai porque é indicada pelo Lula, é da cota pessoal do presidente, que tem compromisso com o prefeito de Belford Roxo.

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Lula aprova o arcabouço fiscal, mas recebe advertência do Congresso

Copom mantém Selic em 13,75% 
O Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75%. Ainda não acharam, portanto, motivos para baixar o custo do dinheiro, para evitar a inflação. Eu devo dizer que o Banco Central brasileiro, que hoje é autônomo, independente, foi o primeiro no mundo a sacar que a inflação subiria. Sacou mais rápido que no Velho Oeste americano, mais rápido que o Fed e o Banco Central Europeu, percebendo que, como consequência da pandemia, haveria um empuxo de inflação, uma pressão inflacionária. Nos Estados Unidos a taxa básica está entre 5% e 5,25%; a Europa tem a taxa básica mais alta dos últimos 22 anos, que é 4%, e registra inflações incríveis de 10%, nunca se viu nada igual na Europa.

Tebet dá o tamanho da conta que vamos pagar pelo arcabouço
Por outro lado, como era previsível, a ministra do Planejamento disse que, para o arcabouço fiscal – o novo nome para romper o teto de gastos, que foi a melhor lei que saiu do governo Temer, em benefício da sanidade da economia brasileira – dar certo, é preciso aumentar a receita em R$ 150 bilhões. Claro, ela é política, ela fala bonitinho, só que temos de traduzir. Posso dizer, então, o que é que isso significa? O arcabouço só dá certo se cobrarem de nós, pagadores de impostos, mais R$ 150 bilhões. Está bom assim? Mais um estímulo para essa economia de hoje, que está com os dois pés atrás.

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EM APENAS SEIS ANOS SEPARAM OS FATOS

 

This too shall pass
Boa notícia: apenas 6 anos separam o Zanin ironizado por Moro do Zanin ministro do STF

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Cristiano Zanin, o mais novo ministro do STF: ele está assobiando ou é impressão minha?| Foto: Agência Brasil

Se não me falha a memória e o Google, foi em dezembro de 2016 que o então poderosíssimo juiz da Lava Jato, Sergio Moro, ironizou as estratégias da defesa de Lula. Ou seja, do causídico Cristiano Zanin. O episódio ganhou destaque no Jornal Nacional. As pessoas celebraram aquele momento simbólico da vitória da Justiça sobre a corrupção. Naquela época, parecia que o Brasil tinha, finalmente, depois de cinco intermináveis séculos, tomado prumo. Lula parecia derrotado. Os mais entusiasmados previam que Moro se tornaria presidente.

Seis anos. É pouco tempo. Quem comprou um carro em 72 prestações deve ter pagado a última parcela ontem mesmo. Quem celebrava não só a queda de Lula, mas também a aprovação num vestibular de Medicina, está se formando. Quem nasceu naquela época conturbada está começando a aprender a ler. Em seis anos, tivemos o privilégio indiscutível de testemunhar 2190 alvoradas – embora a maioria tenha passado despercebida. E, se não me falha agora a matemática, a biologia e a calculadora, foram 252.288.000 batidas desse seu coraçãozinho verde-amarelo aí.

Nesses seis anos, Lula foi preso. Bolsonaro levou uma facada – e depois foi eleito. Um hacker produziu provas ilícitas que o STF (outrora considerado pelo próprio Lula uma corte acovardada só por seguir a lei) considerou lícitas. Moro saiu do governo e, logo depois, caiu em desgraça. A Lava Jato, na prática, acabou. O Brasil ganhou um novo dono, que tratou de dar seus pulinhos para impor um novo presidente. Lula foi alçado ao poder por misteriosos guindastes eleitorais. E Zanin, com aquele seu visual rockabilly e o notório saber jurídico de um Toffoli, se tornou ministro do Supremo Tribunal Federal. Salvo algum imprevisto, até 2051.

Possibilidades

Mas fiz questão de botar no título que toda essa reviravolta em apenas seis anos é uma boa notícia. E não estava sendo irônico, não. É boa notícia sobretudo para aqueles que acreditam na perenidade desse lamaçal em que nos encontramos hoje. Claro que entendo que é difícil engolir não só Lula presidente pela terceira vez, como também ver Zanin ocupar um trono que deveria sustentar glúteos mais dignos. Mais sábios. Mas insisto: é boa notícia. É boa notícia porque a caótica política brasileira mostra que, com um pouco de sorte (ou azar), em seis anos se vai do inferno ao Palácio do Planalto.

Quem sabe o que acontecerá daqui a seis anos? A briga de Alexandre de Moraes contra as redes sociais, por exemplo, pode irritar um hacker militante. Autoridades importantes podem morrer. Algum peão fundamental no tal do xadrez 4D pode ter uma epifania e mudar de lado. Guerras podem eclodir. Novas alianças podem ser feitas; velhas alianças, desfeitas. Líderes improváveis podem surgir. Um meteoro pode cair na Terra.

Se bem que, falando assim, fica parecendo que a vida se resume apenas à política. Uma tese preguiçosa que estou até cansado de refutar. Então corrijamos esse equívoco começando a imaginar que, daqui a seis anos, você que hoje chora por mulher inalcançável poderá estar casado e com filhos. Poderá estar de férias num país que nunca nem sonhou em visitar (Nauru, talvez?). Poderá estar num outro emprego. Poderá estar devidamente convertido e de joelhos diante de Cristo (rezo por isso). Poderá, inclusive, estar rindo de toda a raiva que você aí deve estar sentindo hoje. Enfim, a vida é cheia de possibilidades. A vida política também.


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A RÚSSIA MUDA TÁTICA DE ATAQUES NA UCRÂNIA

As defesas russas estão organizadas em camadas e, apesar de meses de contratempos e baixas, mostraram determinação em continuar guerreando

Por Thomas Gibbons-Neff, Julian E. Barnes e Natalia Yermak – Jornal Estadão

KRAMATORSK, THE NEW YORK TIMES – A patrulha de soldados estava do lado de fora do veículo blindado ucraniano por apenas alguns minutos quando a linha de árvores à sua frente explodiu com tiros russos. Os cerca de doze combatentes, enviados para reforçar uma trincheira, ficaram cercados por horas.

Doação de armas quebradas e atrasos de indústria de guerra atrapalham Ucrânia

“Nunca vi tanto fogo, de tantas posições”, contou um dos soldados em um relatório de missão obtido pelo New York Times.

Um soldado que lutava pela Ucrânia foi morto e nove ficaram feridos na batalha, que ocorreu em março, perto da cidade ucraniana de Bakhmut. As tropas russas, disse o relatório, mostraram um “alto nível de capacidade e equipamento”.

Um gato caminha ao lado de um tanque de tropas pró-Rússia em frente a um prédio danificado na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia, em 19 de abril de 2022
Um gato caminha ao lado de um tanque de tropas pró-Rússia em frente a um prédio danificado na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia, em 19 de abril de 2022 Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

A emboscada fez parte de uma operação paciente e disciplinada que contrastava com as desordenadas táticas russas que marcaram grande parte do primeiro ano da guerra, iniciada em fevereiro de 2022. Foi uma demonstração mortal de que os militares russos estavam aprendendo com os erros e se adaptando às táticas ucranianas, depois de as terem subestimado grosseiramente.

Rússia ganhou terreno no início da guerra com puro poder de fogo. Entrevistas com dezessete soldados ucranianos, um prisioneiro de guerra russo, oficiais, combatentes estrangeiros e autoridades ocidentais, bem como uma revisão de documentos e vídeos, mostram que, nos últimos meses, as vitórias do Kremlin, especialmente em Bakhmut, ocorreram em parte por causa de uma série de adaptações.

Colunas blindadas russas, por exemplo, não correm mais para áreas onde podem ser rapidamente danificadas ou destruídas. Agora as tropas estão usando mais drones e sondando o terreno para encontrar trincheiras ucranianas antes de atacar. E o grupo mercenário Wagner mostrou capacidade de superar as defesas ucranianas com uma combinação de táticas aprimoradas e combatentes descartáveis.

Ao iniciar sua tão esperada contraofensiva, a Ucrânia está bem armada, apoiada por tecnologias de comunicação e armamentos americanos e europeus.

Mas as forças de Moscou melhoraram as defesas, a coordenação de artilharia e o apoio aéreo, estabelecendo uma campanha que pode parecer muito diferente daquela dos primeiros dias da guerra. Essas melhorias, dizem as autoridades ocidentais, provavelmente farão da Rússia um adversário mais difícil, sobretudo porque agora ela está na defesa. Essa virada defensiva está muito longe do plano inicial da Rússia para uma invasão em grande escala e a imposição da derrota ucraniana.

Sem dúvida, ao longo de uma linha de frente de aproximadamente 950 quilômetros, as capacidades militares da Rússia continuam desiguais. Presidiários passaram a fazer parte de suas operações, tendo se destacado na batalha por Bakhmut, apesar de sua falta de treinamento. A crescente dependência do Kremlin em relação a drones “kamikaze” e bombas planadoras reflete tanto uma escassez de munição quanto uma mudança estratégica inovadora.

Uma imagem de drone da destruição em Bakhmut, Ucrânia
Uma imagem de drone da destruição em Bakhmut, Ucrânia Foto: Tyler Hicks/NYT

“Eles estão tentando encontrar postos de comando na retaguarda de companhias e brigadas e destruí-los a longa distância, para interromper o máximo possível a comunicação entre as unidades”, disse Graf, comandante de uma unidade de drones ucraniana. Quase neutralizada desde a invasão, a força aérea russa adaptou suas táticas e munições, incluindo as bombas planadoras, para atacar as forças ucranianas sem arriscar suas aeronaves.

Autoridades americanas reconhecem que as táticas russas melhoraram. Mas essas autoridades acreditam, com base em relatórios de inteligência dos campos de batalha, que o sucesso em Bakhmut foi em grande parte devido à disposição do grupo Wagner de lançar prisioneiros na batalha, não importando o custo em vidas.

Mas os soldados em campo viram algo mais acontecendo.

Soldados lutando pela Ucrânia em Bakhmut descreveram uma batalha que terminou de forma muito diferente de como começara. Os prisioneiros não eram tão prevalentes. Em vez disso, disseram eles, foram os combatentes profissionais do grupo Wagner que coordenaram o fogo terrestre e de artilharia, depois flanqueando as posições ucranianas rapidamente com equipes menores.

À medida que o território ucraniano encolhia para alguns quarteirões finais, as forças russas cercaram um prédio controlado por ucranianos com artilharia. Momentos depois da retirada ucraniana, as tropas russas já estavam lá dentro.

“Os ucranianos simplesmente não conseguiam acompanhar o ritmo”, disse um soldado da legião estrangeira. Para combater a estratégia da Rússia, as forças ucranianas passaram a explodir os edifícios, detonando-os ao baterem em retirada.

Soldados ucranianos a oeste de Bakhmut após um mês de combates dentro da cidade, 13 de maio de 2023
Soldados ucranianos a oeste de Bakhmut após um mês de combates dentro da cidade, 13 de maio de 2023 Foto: Tyler Hicks/NYT

O relatório da missão de março compartilhado com The Times aludiu a esse tipo de inimigo: “Supõe-se que sejam do grupo Wagner”, disse o relatório. “Evidências de serem bem treinados”.

“Usaram ataques e manobras eficazes”, continuou o relatório, descrevendo “soldados russos mais bem equipados”.

Mas as proezas em determinada área ou durante uma única missão ainda não se traduziram para o conflito mais amplo. E as autoridades americanas dizem que, embora a Rússia tenha adaptado as táticas, suas tropas em geral não estão ficando mais sofisticadas.

A maioria dos soldados russos mais experientes morreu no início da guerra. Aqueles que batalham hoje – incluindo forças menos treinadas, mobilizadas mais recentemente – têm dificuldade para conduzir operações ofensivas e coordenar os movimentos de grandes unidades militares. E os tanques russos, que sofreram baixas significativas ao longo de 2022, agora muitas vezes são retidos na linha de frente para uso como uma espécie de artilharia.

“Eles não têm tanques suficientes agora”, disse Graf. “Não têm artilharia suficiente para criar uma barragem de fogo”.

A mudança nas táticas russas pode ser vista tanto pela vigilância de drones quanto das profundezas de uma trincheira ucraniana.

No leste, perto da cidade de Svatove, ocupada pela Rússia, Ruslan Zubariev, um soldado ucraniano que atende pelo codinome de Predador, disse que os russos usaram táticas clássicas para tentar romper sua linha de trincheiras em fevereiro.

Pessoas assistem ao funeral de Alexander Skobelev, sargento júnior das forças armadas russas morto durante o conflito Rússia-Ucrânia, em 8 de junho de 2023
Pessoas assistem ao funeral de Alexander Skobelev, sargento júnior das forças armadas russas morto durante o conflito Rússia-Ucrânia, em 8 de junho de 2023 Foto: Anton Vaganov/Reuters

“Eles mudaram de tática nos últimos seis meses”, disse ele, descrevendo um ataque que contou com certo grau de estratégia além da força bruta.

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Por quatro dias, o bombardeio russo destruiu a folhagem das árvores para revelar as posições ucranianas. Então, disse ele, os russos avançaram com um veículo blindado flanqueado por cerca de uma dúzia de soldados.

Mas, em uma indicação dos limites das melhorias táticas, disse Zubariev, os russos não tinham dados de inteligência suficientes sobre a localização das trincheiras ucranianas. Na batalha que se seguiu, que ele registrou em vídeo, Zubariev, 21 anos, conseguiu conter o ataque russo quase sozinho.

“Eles fizeram tudo perfeitamente”, disse. “Mas alguma coisa não deu certo para eles. Informações insuficientes, como sempre”.

Ao redor da cidade de Kreminna, onde as forças russas se entrincheiraram depois de serem empurradas para nordeste em setembro, ambos os lados se revezam lançando pequenas operações ofensivas, em uma espécie de dança.

“Os dois lados estão tentando provar ao inimigo que agora vão avançar”, disse Graf. “E ninguém tem certeza de quem vai avançar e onde”.

Em torno de Bakhmut, a Ucrânia ganhou território nos últimos dias e ocupou um terreno importante. As forças russas estão estancando as perdas e tentando defender a cidade. As tropas russas recorreram a ex-prisioneiros para cavar trincheiras, uma tática usada pela primeira vez pelo grupo Wagner, de acordo com um soldado russo capturado recentemente, que era um ex-presidiário.

Soldados ucranianos disparam contra fortificações russas dentro da cidade de Kreminna, Ucrânia, 31 de dezembro de 2022
Soldados ucranianos disparam contra fortificações russas dentro da cidade de Kreminna, Ucrânia, 31 de dezembro de 2022 Foto: Nicole Tung/NYT

As trincheiras russas muitas vezes se mostraram mais bem construídas do que as ucranianas, disseram soldados ucranianos. O relatório da missão de março disse que os bunkers eram semelhantes a “buracos de aranha no estilo do Vietnã” e “tão profundos que não podiam ser detectados por drones”.

Tais posições defensivas representarão desafios temíveis, disse uma autoridade americana, e é muito cedo para saber se a Ucrânia conseguirá superá-los. As defesas russas estão organizadas em camadas e, apesar de meses de contratempos e baixas, mostraram determinação em continuar guerreando.

As defesas aéreas da Rússia continuam combativas, assim como sua capacidade de bloquear rádios e derrubar drones. À medida que as forças ucranianas avançam, as tropas ficam mais expostas ao apoio aéreo russo.

“O que vai acontecer agora? Ninguém sabe”, disse Zubariev. “Quantas vidas ainda vão se perder? Eles não estão nem aí”. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

 

OS ÓCULOS DE REALIDADE MISTA SÃO O NOVO IPHONE?

 

Junior Bornelli – fundador da StartSe e Camila Petry Feiler

Com foco em produtividade e no ambiente corporativo, a Apple lança óculos de realidade mista que pode revolucionar o mercado

Apple Vision Pro: os óculos de realidade mista são o novo iPhone?

Depois de 7 anos de rumores acerca do lançamento dos óculos da Apple, veio aí, nesta segunda-feira, 05, o Apple Vision Pro, oferecendo realidade mista – aumentada e virtual.

    “Será que hoje é só mais um dia comum como foi dia 09 de janeiro de 2007?”, questiona Cristiano Kruel, CIO da StartSe, ao relacionar o lançamento do Apple Vision Pro à data de lançamento do iPhone, que revolucionou o mercado.

Interação com o mundo físico e virtual

A visão de Kruel se conecta ao que o presidente da Apple, Tim Cook, disse no lançamento:

    “Apple Vision Pro nos introduz à computação espacial da mesma forma que o Mac nos introduziu para a computação pessoal e o iPhone nos trouxe para a computação móvel.”

Afinal, ele oferece uma experiência tridimensional (3D) para filmes, reuniões on-line e aplicativos, mas também oferece lentes escuras com transparência. Assim, o recurso permite contato visual com pessoas no entorno – o que muda completamente a experiência de uso e diferencia do óculos de realidade virtual.

Claro que o aparelho também vai oferecer integração completa com iPhone, Mac e iCloud, permitindo visualizar apps e interfaces dentro do ambiente que o usuário está.

Controle por olhos, mãos e voz

É o fim do teclado? O aparelho conta com sensores que identificam movimentos dos olhos, dedos e mãos, facilitando a interação com o conteúdo, utilizando câmeras integradas dentro e fora do headset. O desbloqueio será por meio da íris. Há também controle por voz, via Siri.

Mais trabalho, menos jogos

Desde que os óculos VR começaram a se popularizar, o uso estava focado em games. Agora, com resolução 4K, os óculos da Apple também projetam imagens enviadas por e-mail e diferentes janelas de programas em 3D, além de vídeos.

Com isso, parece um dispositivo mais focado em trabalho, onde os usuários podem projetar uma versão de sua área de trabalho do Mac.

Parceria com a Disney+

O CEO da Disney, Bob Iger, anunciou que o Disney+ estará disponível no novo Apple Vision Pro, no lançamento. Ele, que considera a ferramenta como uma “plataforma revolucionária”, disse que a Disney faz prévia de conteúdos que serão oferecidos em 3D para os óculos da Apple.

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Quanto vai custar?

Apple Vision Pro tem estrutura de alumínio e tecido. Com autonomia de até duas horas com bateria externa, as telas usam tecnologia micro OLED com 23 milhões de pixels. A previsão de lançamento será no começo de 2024 por US$ 3.499.

Óculos de realidade mista: Apple x Microsoft

A Apple, Microsoft e Meta são as bigtechs apostando no setor. No entanto, a novidade da Apple não concorre diretamente com o Oculus Quest 2 da Meta, mas sim com o Hololens 2 da Microsoft. Isso porque o óculos da Meta oferece uma experiência para a realidade virtual, enquanto o da Microsoft também une a experiência do mundo físico e online.

    Nós testamos os óculos de realidade mista da Microsoft e te mostramos como funciona. Confira aqui.

Por que importa?

A Apple está apostando que vai romper o status quo mais uma vez. Depois do iPhone, ela quer se apropriar do universo do trabalho, ganhando em produtividade, interatividade e conexão. Com hardware forte, a Apple teve um bom início e deve soltar bons desdobramentos até o lançamento.

Mas outro sinal relevante, que já tinha sido analisado pela StartSe, é da possibilidade da Apple comprar a Disney. “E agora o CEO da Disney aparece no evento mais importante da Apple… veja os sinais!”, diz Junior Bornelli, fundador da StartSe. Será?

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 221.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.800.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

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quarta-feira, 21 de junho de 2023

ZANIN SERÁ APROVADO FACILMENTE NO SENADO 43% DOS SENADORES TEM PROCESSOS NO STF

 

Advogado do Lula
Medo de retaliação do STF deve garantir aprovação fácil de Zanin no Senado

Por
Sílvio Ribas – Gazeta do Povo
Brasília


Indicado por Lula para o STF, o advogado Cristiano Zanin, travou duros embates com o ex-juiz Sergio Moro, que o sabatinará agora como senador.| Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Com apenas dois votos explicitamente contrários na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado – os dos senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) –, o advogado Cristiano Zanin, 47 anos, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deverá ter seu nome confirmado pelo colegiado nesta quarta-feira (21) e, em logo em seguida, também pelo plenário da Casa, com igual facilidade.

Essa consagração deve-se à tradição de aprovação das escolhas presidenciais. Candidatos à Suprema Corte foram barrados na história da República apenas em 1894, no conturbado governo de Floriano Peixoto. Mas o principal fator que favorece Zanin é a dependência dos senadores do STF para impedir sanções legais.

Na atual legislatura, ao menos 35 dos 81 senadores (43% do total) tiveram ou ainda têm inquérito criminal aberto contra si no STF. Segundo analistas, isso explica em parte o tom cauteloso adotado pelos senadores ao sinalizarem seus votos em indicados ao tribunal. Uma parte dos processos continua em tramitação e aguarda decisões de ministros para ter algum desfecho. Além disso, há ainda várias ações da área cível relacionadas a senadores que aguardam análise de membros da Suprema Corte.

No plenário, a estimativa é de que Zanin tenha no máximo 20 votos contra sua nomeação, pois parte dos senadores devem votar contra, mas sem chamar atenção. Assim, além de Malta e de Girão, também devem se opor à indicação do advogado de Lula os oposicionistas Rogério Marinho (PL-RN), Cleitinho (Republicanos-MG), Marcos do Val (Podemos-ES), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Damares Alves (Republicanos-DF), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Sergio Moro (União Brasil-PR), com quem o advogado de Lula se confrontou quando o senador era juiz da Lava Jato.

Advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o indicou para ocupar vaga do ex-ministro Ricardo Lewandowski, Zanin teve suas resistências relativas à falta de impessoalidade e de carreira acadêmica vencidas pelo fato de a Suprema Corte ser o foro privilegiado para parlamentares federais.

Em suas andanças pelos gabinetes antes das sabatinas, o indicado recebeu apoio em bloco de partidos aliados ao Planalto e de nomes da oposição, como Carlos Portinho e Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL). O próprio ex-presidente afirmou que a indicação de ministro do STF é uma “competência exclusiva” do chefe do Executivo.

Para ter a indicação confirmada pelo Senado, são necessários 41 votos a favor, mas Zanin pode ter cerca de 20 a mais. As maiores dificuldades de aprovação no passado recente envolveram as indicações dos ministros Edson Fachin, por Dilma Rousseff (PT), em 2015, e André Mendonça, por Bolsonaro (PL), em 2021. Fachin recebeu 52 votos a favor e Mendonça, 47.

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Sete motivos para o Senado rejeitar Zanin

Senadores críticos levarão questionamentos à sabatina
O senador Magno Malta (PL-ES), mesmo sendo réu por calúnia movida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, após ter dito em evento público que Barroso “batia em mulher”, mantém a postura firme de rejeição à indicação de Zanin. “Medo? Desconheço esse aí, nunca fui apresentado a ele”, disse o senador à Gazeta do Povo.

Eduardo Girão (Novo-CE), que também adiantou voto contrário ao indicado de Lula, afirmou estar “apenas cumprindo com o papel de parlamentar”, prometendo fazer perguntas que achar pertinentes para o advogado durante a sabatina.

Marcos do Val, que também votará contra a indicação, é o mais recente alvo de inquéritos no STF, após a determinação do ministro Alexandre de Moraes de abrir procedimento para apurar suspeita da prática dos crimes de falso testemunho em transmissão ao vivo, após afirmar que Bolsonaro tentou coagi-lo a dar um golpe de Estado e, depois, ter desmentido o fato à Polícia Federal (PF).

Também relatado por Moraes, outro inquérito investiga Moro por suposta interferência na Polícia Federal na gestão de Bolsonaro.

Critérios de reputação e saber jurídico viraram formalidade
Em entrevista coletiva à imprensa do Rio na última segunda-feira (19), o ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu a indicação de Zanin ao STF e disse não haver qualquer problema no fato de o advogado ser também uma pessoa próxima a Lula. “Temos no mundo vários sistemas de indicação de ministros para as supremas cortes, mas todos têm algo em comum. Nenhuma autoridade nomeia alguém que seja seu inimigo ou rival político”, disse. “Após quase 30 dias da indicação do presidente, não surgiu nenhum fato concreto que diga que o futuro ministro Zanin não tenha o notável saber jurídico ou não tenha a reputação ilibada, requisitos da Constituição”, disse.

Para o analista político José Amorim, o processo de confirmação de Zanin no STF seguirá apenas por mera formalidade. “A base do governo calcula apoio de cerca de 60 senadores, sendo que Zanin só precisaria de 41 para a aprovação. O próprio presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), já sinalizou que o advogado tem os votos necessários para a aprovação.

Na reunião prévia da comissão, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), relator da indicação, apresentou o parecer favorável”, disse. Ele acredita que a votação na CCJ terá o questionamento de oposicionistas, sobretudo sobre o “notável saber jurídico”. Mas nada capaz de alterar o resultado final.

Se passar pelo crivo dos senadores, Zanin poderá ficar no STF, segundo critérios atuais, até 15 de novembro de 2050, quando completará 75 anos. No caso dos ministros do Supremo, a Constituição requer idade acima de 35 anos e inferior a 70, além dos tais quesitos de “notável saber jurídico” e “reputação ilibada”.

Segundo o relator da indicação, Zanin “teve atuação na construção e manutenção de nossa jurisprudência constitucional, por meio da subscrição de várias reclamações constitucionais, a fim de velar pela autoridade das decisões da Suprema Corte”.

Briga com o sogro e denúncia de babás
De acordo com o jornal O Globo, Cristiano Zanin está rompido com o sogro, o também advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula por meio de quem conheceu o presidente. Zanin e Teixeira compartilhavam um escritório de advocacia, mas a relação entre eles se deteriorou ao longo de 2022. Zanin decidiu encerrar a sociedade e estabelecer seu próprio escritório com a esposa, Valeska Teixeira Martins.

As tensões eram motivadas por questões pessoais, mas evoluíram para o terreno profissional, envolvendo, segundo o jornal, uma batalha pelo direito a honorários advocatícios no valor de R$ 9,1 milhões relacionados a processo no qual a emissora de tevê Rede 21, defendida pela antiga firma de Zanin e Teixeira, buscava indenização da Igreja Universal do Reino de Deus por inadimplência e quebra de contrato referentes à venda de direitos de programação.

Além deste episódio, o jornal Folha de S. Paulo revelou em abril que foram protocoladas duas ações na Justiça em 2017 e uma terceira em março contra Zanin referentes a três ex-babás dos filhos dele e de Valeska. Elas ingressaram na Justiça de São Paulo com acusações de danos morais e condições de trabalho abusivas. Nas ações, advogados relatam que as trabalhadoras eram ofendidas pela advogada e esposa de Zanin e tratadas por ela de forma humilhante. Os processos correram em sigilo. Segundo a Folha de S. Paulo, houve pagamento de indenização no caso de 2017. À imprensa, Valeska disse que as alegações eram “fabricadas”, com o objetivo de confundir o zelo de mãe com interesses financeiros e, ao mesmo tempo, de prejudicar a reputação do seu marido.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/medo-de-retaliacao-do-stf-deve-garantir-aprovacao-facil-de-zanin-no-senado/
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PETROBRAS VAI COMPRAR EMPRESA PARA SALVAR A ODEBRECHET

 

Em uma democracia

Por
Paulo Uebel – Gazeta do Povo


O presidente da Petrobras Jean Paul Prates.| Foto: Mauricio Pingo/Petrobras

Embora queira ser visto como “pai dos pobres”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva age mesmo é como pai de alguns empresários escolhidos por ele a dedo – aqueles que podem lhe dar algo em troca, é claro. A Novonor, novo nome da antiga Odebrecht, está afundada em dívidas. Uma saída para ela, de mercado, é permitir a venda de seus 38% na petroquímica Braskem para a empresa privada Unipar. Entretanto, os petistas radicais querem aproveitar a oportunidade para “estatizar” a Braskem, aumentando a participação da Petrobras na empresa para ter mais de 50% do capital. Lula endossa a venda, porque ela vai ajudar seus “amigos do rei” e também vai possibilitar o aumento dos tentáculos do Partido dos Trabalhadores (PT) na economia.

A Braskem é uma petroquímica de atuação global, a joia da coroa da petroquímica brasileira. 38% dela pertence à Novonor, antiga Odebrecht. 36% dela é da Petrobras, que não tem direito, hoje, a comandar as operações. Ao mesmo tempo, a Novonor não consegue quitar suas contas que se agravaram depois da Operação Lava Jato. A Unipar quer comprar os 38% da Novonor e propôs pagar  a dívida de R$ 14 bilhões da antiga Odebrecht com os bancos, que detém as ações da Braskem como garantia, segundo informou o Poder360 no último dia 14.

Os petistas radicais querem aproveitar para “estatizar” a Braskem, aumentando a participação da Petrobras na empresa para ter mais de 50% do capital

“A Unipar se propõe pagar R$ 10 bilhões aos bancos credores e renegociar outros R$ 4 bilhões diretamente com as instituições financeiras, saneando as contas da Novonor”, explicou o noticiário. “Hoje, a Novonor se esforça para recuperar o equilíbrio em suas finanças. Por causa das penas impostas pela Lava Jato, a empresa ficou muito fragilizada. Sem uma injeção de dinheiro como a Unipar propõe, dificilmente teria como voltar a ser algo próximo do que foi no passado”, completa o texto do Poder360.

Aí está a “mágica”: a compra de parte da Braskem pela Unipar pode, indiretamente, patrocinar a volta da Petrobras ao setor químico. Em sua proposta, a Unipar deixou em aberto a negociação dos 36% da Braskem que pertencem à Petrobras. Com o aval de Lula, a saída seria os 36% da Petrobras serem entregues em ativos para a estatal, que poderia voltar a operar diretamente no setor petroquímico. É um jogo de ganha-ganha para Lula, o PT e a família Odebrecht.

Lula age mesmo é como pai de alguns empresários escolhidos por ele a dedo – aqueles que podem lhe dar algo em troca, é claro.

Isso também iria desmembrar a Braskem e evitar que a compra da empresa pela Unipar seja questionada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Iria evitar a instituição de apontar muita concentração do mercado e deixar o negócio inviabilizado. O desmembramento decorrente da compra da Unipar também tem a ver com a presença do Estado incomodar outras empresas no setor.

Devido à desproporção de tamanho entre Unipar e Braskem, há poucas chances da companhia privada adquirir a Braskem por completo, e como a Petrobras não vai se desfazer de sua parcela, a Unipar teria de fatiar a Braskem e, assim, uma parte voltaria para a Petrobras. “A diferença entre Braskem e Unipar é gritante: em 2021, a primeira registrou receita líquida de R$ 105 bilhões (a primeira acima dos R$ 100 bilhões), com um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 30 bilhões. Já a Unipar – que em 2021 teve um ano que classificou como “excepcional” – teve receita líquida de R$ 6,29 bi, com Ebitda de R$ 3,16 bi”, explicou a Istoé Dinheiro.

Nesse capitalismo de compadrio, com uma eventual estatização da Braskem, os únicos beneficiados serão o PT e a família Odebrecht.

Apesar de tudo isso, essa parece ser a alternativa menos prejudicial aos brasileiros, já que a Petrobras também poderia comprar a parte da Novonor na Braskem e estatizar de vez a empresa. Por pior que pareça, a estatal tem, inclusive, a preferência na negociação. Sobre isso, o presidente da estatal, o ex-senador petista Jean Paul Prates, disse que isso está sendo discutido e que será decidido no devido momento. “Vamos analisar tudo o que está acontecendo, mas não podemos dizer nada porque, neste caso, justamente se presta a muita especulação. Temos mantido uma posição inerte por enquanto, embora internamente a gente esteja trabalhando”, disse ele.

Porém, apesar do que Prates declarou, a âncora da CNN, Raquel Landim, revelou que o assunto não está sendo discutido tecnicamente dentro da Petrobras. “Dentro da empresa, não tem sido tratado no nível de diretoria nem no conselho de administração”, disse ela ao vivo. “As pessoas dentro da empresa só estão ouvindo o que ele [Prates] diz pela imprensa, não está sendo feita uma avaliação estratégica dentro da companhia”, completou a apresentadora. Ao que tudo indica, essa decisão será política. Vale lembrar que se trata de um setor que já deu prejuízo para Petrobras, de modo que é ainda mais absurdo que a área técnica da estatal não esteja participando das discussões. No passado, os investimentos realizados sem análise técnica deram prejuízos milionários à empresa.

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Além do mais, a principal beneficiada será a família Odebrecht, que viu seus negócios indo de mal a pior quando a Operação Lava Jato revelou sua ligação com os esquemas de corrupção com o PT, liderado por Lula. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também é um inimigo da Lava Jato. Vale lembrar que, em março, jornalistas descobriram que ele estava defendendo, em reuniões fechadas com aliados, que a Diretoria de Governança e Conformidade era um “entulho da Operação Lava Jato”. Essa diretoria nasceu em 2014 para evitar fraudes e desvios de recursos para manter as melhores práticas de gestão. Há um claro conflito de interesses na complexa transação societária entre a Braskem, a Novonor, a Unipar e a Petrobras — se ela for realizada apenas para permitir a volta da Petrobras ao setor químico.

“O que está envolvido aí, no fundo, é o seguinte: a principal força política no Palácio do Planalto chama-se PT”, comentou William Waack sobre a questão. “[O partido] vai permitir que esse mercado continue dividido ou o seu tradicional DNA monopolista fará com que a gente volte a como era antes?”, perguntou ele.

Mais uma vez, é a política passando na frente da razoabilidade econômica e do interesse público. Parece ser mais um capítulo do PT contra a economia popular e o bom senso. Nesse capitalismo de compadrio, com uma eventual estatização da Braskem, os únicos beneficiados serão o PT e a família Odebrecht. E, independente do caminho que a Petrobras irá fazer – se ela vai deixar a Unipar comprar a parte da Novonor para depois receber os ativos da Braskem via Unipar ou se ela vai comprar diretamente a parcela da Novonor –, o resultado dessa história será o Partido dos Trabalhadores aumentando seus tentáculos na economia e no setor petroquímico. Não parece uma transação que pode acabar bem para os brasileiros, nem para a economia de mercado.


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A CPI DO ABUSO DE AUTORIDADE NÃO DEVE PROSPERAR POR MEDO DOS PARLAMENTARES

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Marcel van Hattem (Novo-RS) tem buscado assinaturas para voltar a pedir a instalação da CPI do Abuso de Autoridade do Judiciário.| Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Diz o Regimento Interno da Câmara dos Deputados que a casa só pode ter cinco Comissões Parlamentares de Inquérito funcionando ao mesmo tempo. Hoje, existem quatro: do MST, das Lojas Americanas, da manipulação de resultados no futebol e das pirâmides financeiras com criptomoedas – a do 8 de Janeiro, por ser uma comissão mista, que também inclui senadores, não faz parte da conta. E, dos inúmeros assuntos que mobilizam deputados interessados na última vaga aberta para CPIs, nenhum é tão importante quanto os abusos de autoridade cometidos por membros do Poder Judiciário nos últimos tempos. No entanto, apesar de a composição atual da Câmara ser teoricamente mais à direita ou conservadora que a anterior, o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) está enfrentando mais dificuldades para conseguir as 171 assinaturas necessárias, algo que ele havia obtido rapidamente no ano passado, quando a CPI só não foi aberta por ter sido requerida muito perto do fim das atividades parlamentares de 2022.

Mesmo parlamentares que assinaram o requerimento no ano passado estão relutando em repetir sua atitude neste ano, ou já afirmaram que não o farão. Fábio Schiochet (União-SC) argumentou que a CPI seria “natimorta” e que o Senado seria uma instância mais adequada para esse debate; Vermelho (PL-PR) afirmou que a CPI pode não dar em nada, citando o exemplo da CPMI do 8 de Janeiro; Carlos Chiodini (MDB-SC) foi ainda mais incisivo, falando em “farra de CPIs” e defendendo que há temas mais importantes merecendo a atenção do Congresso, como a reforma tributária. São argumentos que precisam ser desmistificados, seja por revelarem uma compreensão equivocada das prioridades do país, seja por deixarem implícito um certo tom de rendição à difícil realidade que o Brasil vive, seja por demonstrar um certo desconhecimento acerca do real serviço que uma CPI do Abuso de Autoridade poderia prestar ao país.

O que seria mais urgente e importante no Brasil que recuperar o valor da liberdade de expressão e restaurar o império da lei, hoje anulado pelo triunfo da vontade e da conveniência política?

Não se trata, como já dissemos em outras ocasiões, de responsabilizar formalmente ministros do Supremo pela maneira como têm colaborado para a erosão do Estado Democrático de Direito no Brasil – esta, sim, tarefa que cabe exclusivamente ao Senado, que a Constituição designou como contrapeso ao STF. Trata-se, isto sim, de recuperar os princípios que norteiam uma compreensão correta da liberdade de expressão, princípios esses cuja perda permitiu que, a pretexto de “proteger a democracia”, fossem utilizados métodos que violam frontalmente essa liberdade. A caixa de Pandora da censura já se demonstrou dificílima de fechar, apesar da ingenuidade (na melhor das hipóteses) de ministros que julgaram ser possível controlar o monstro, cuja soltura justificaram no passado usando eufemismos como “arco de experimentação regulatória” (na expressão de Edson Fachin) ou “situação excepcionalíssima” (nas palavras de Cármen Lúcia, renegando seu “cala a boca já morreu” de 2015).

O que era “excepcionalíssimo” se tornou corriqueiro a ponto de as decisões que instituem censura prévia, por meio da remoção sumária de perfis em mídias sociais, já nem mencionarem crimes concretos, devidamente tipificados no Código Penal, que pudessem justificar qualquer medida semelhante. Basta, agora, a repetição ad nauseam de frases de efeito em maiúsculas ou negrito e o uso abundante de pontos de exclamação para dar ares de “defesa da democracia” a decisões que, na prática, a solapam – o caso mais recente foi o da censura ao produtor de conteúdo digital Monark, cujo “crime” fora fazer críticas a Alexandre de Moraes e ao Tribunal Superior Eleitoral. Elas demonstram que, mesmo que não tenha havido nenhuma intenção explicitamente autoritária da parte dos ministros do STF, o fato é que há muito perdeu-se a noção real do valor da liberdade de expressão e de quais são os seus limites corretos (pois os há), noção essa soterrada pela confusão conceitual que tudo transforma em “ataque” e “discurso de ódio”, justificando a repressão a atitudes que estão longe de caracterizarem os crimes efetivamente previstos na lei penal brasileira. Como explicou à Gazeta do Povo o professor de Direito Constitucional Alessandro Chiarottino, a noção de liberdade de expressão defendida por Moraes em suas decisões colide frontalmente com o que realmente essa liberdade significa, e os limites que o ministro impõe a essa garantia básica extrapolam completamente os limites que o legislador quis estabelecer.

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Quando é assim, já não se pode falar que persista no Brasil uma das notas características do Estado de Direito, que é o império da lei. E esse fenômeno não se verifica apenas na destruição da liberdade de expressão no país, mas em várias outras decisões judiciais que extrapolam as leis e códigos processuais, como as prisões abusivas do pós-8 de janeiro e o escandaloso caso da cassação de Deltan Dallagnol, em que o Tribunal Superior Eleitoral ignorou o texto da Lei da Ficha Limpa e inventou uma “inelegibilidade por possibilidade”.

Isso nos traz de volta à alegação do deputado Chiodini para não assinar o requerimento da CPI. Ainda que as reformas macroeconômicas sejam essenciais – e ontem mesmo, neste espaço, tratamos da importância da reforma tributária –, o que seria mais urgente e importante no Brasil que recuperar o valor da liberdade de expressão e restaurar o império da lei, hoje anulado pelo triunfo da vontade e da conveniência política? Que instância seria melhor que o coração do poder, o Legislativo federal, para expor ao país inteiro, com riqueza de detalhes, o que realmente significa a garantia constitucional da liberdade de expressão e como seu sentido real foi deturpado e substituído por uma concepção arbitrária? Não seria essa a oportunidade que falta para aquelas parcelas da sociedade e da opinião pública que se omitiram diante dessa desconstrução, ou até mesmo a aplaudiram, finalmente abrirem os olhos para os absurdos que têm sido cometidos “em defesa da democracia”?

A omissão dos parlamentares contribuiu em grande parte para que o Judiciário se hipertrofiasse a ponto de hoje se julgar acima das leis, dos códigos processuais e da Constituição. Deputados avalizaram absurdos cometidos contra seus pares, senadores deixaram de cumprir seu papel constitucional de contrapeso ao Supremo. a CPI do Abuso de Autoridade é uma chance de iniciar um caminho de retorno à normalidade democrática perdida. Nada é mais prioritário que isso.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/cpi-abuso-de-autoridade-liberdade-de-expressao/
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ATAQUES NAS ESCOLAS CONTINUAM POR FALTA DE POLICIAIS DENTRO DAS ESCOLAS

 


Senador Sergio Moro quer qualificar crime de massacre em escolas e creches
Por
Gazeta do Povo


O ex-juiz da Lava Jato, senador Sergio Moro.| Foto: Agencia Senado

O senador pelo Paraná Sergio Moro (União Brasil) apresentou um relatório ao Projeto de Lei 1880/2023, de autoria do senador Efraim Filho (União Brasil-PB), que apresenta maior punição para crimes em escolas. O projeto de lei prevê um novo tipo legal no Código Penal, descrevendo o crime de “massacre” e punindo atos preparativos à execução do delito. O texto também criminaliza tanto a incitação quanto a apologia a esse tipo de crime.

O senador, que é o relator da proposta, apresentou um relatório afirmando que é necessária a aprovação, ainda mais por conta dos últimos atentados nas escolas. Ele citou o caso recente em uma escola estadual em Cambé, no norte do Paraná, a primeira ocorrência de ataque de agressor armado a escola com vítimas fatais no Estado.

Contudo, o parlamentar apresentou algumas alterações no projeto. Dentre elas, a modificação da expressão “matar pessoas indiscriminadamente” por “se o homicídio é cometido contra mais de uma pessoa, na mesma circunstância e com a intenção de provocar repercussão social”. Para o senador, é importante que o texto legal permita a diferenciação de um crime de massacre de outro, com homicídios múltiplos e direcionados a vítimas específicas, com propósitos individuais.

Moro também propôs equiparar a pena do massacre à sanção imposta ao latrocínio, em uma medida para cada vítima. Além disso, o senador paranaense também aumentou a pena para os atos preparatórios. Ele evidenciou a importância de incluir o crime no rol dos crimes hediondos – esta classificação só valeria para o massacre em si, e não para os atos prepatórios, por uma questão de proporcionalidade.

“No nosso entendimento, essa é uma questão de segurança pública prioritária e compete ao Poder Público implementar medidas que previnam atentados como esses em nossas creches, escolas ou universidades”, afirmou. A previsão é que a proposta seja apreciada, de forma terminativa, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, nas próximas semanas.

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