Luta feroz de poder entre Lula e Lira tem disputa por alocação de recursos e ocupação da máquina
O conflito programado entre Executivo e
Legislativo agravou-se com o resultado da última eleição, que não deu a
lado algum peso decisivo para impor uma agenda política
Por William Waack
Pode-se trocar os atores no atual teatro político em Brasília e não
mudam os personagens centrais. Muito menos o enredo: uma luta feroz pelo
poder entre Congresso e Executivo.
Os chefes do Executivo e das Casas legislativas estão entrelaçados numa
disputa pelos instrumentos básicos de atuação política – a alocação de recursos via orçamento público e a ocupação da máquina estatal.
É o resultado lógico de um péssimo “design” de sistema de governo que
só piorou na última década. O conflito programado entre Executivo e
Legislativo agravou-se com o resultado da última eleição, que não deu a
lado algum peso decisivo para impor uma agenda política.
Os
chefes do Executivo e das casas legislativas estão entrelaçados numa
disputa pelos instrumentos básicos de atuação política Foto: Wilton
Junior/Estadão
Mas o “clinch” institucional vivido por Arthur Lira e Lulanão
explica tudo, pois existe um largo espaço para a atuação de indivíduos.
A de Lira tem sido a exploração brutal do que ele entende como prerrogativas de poder irrevogáveis do Parlamento. Seu maior problema é coordenar forças políticas fracionadas, que não obedecem a um comando central.
A atuação de Lula sofre em razão da incompreensão das mudanças de
poder, além de achar que suas vontades prevalecem sobre os fatos. Ele
não desenvolveu até aqui um plano coerente de governo e de ação
política, e está improvisando nas duas esferas. Obrigou-se ao
microgerenciamento de infindáveis minicrises, deixando a sensação de que
quanto mais fala, menos se sai lugar.
As principais pautas de interesse imediato para o País estão sendo
empurradas, mas não conduzidas com um senso de horizonte um pouco mais
amplo (seria mesmo uma utopia). A doarcabouço fiscal agrada
ao desejo de gastar compartilhado entre Congresso e Executivo, mas de
maneira perversa está dependendo em parte substancial do Judiciário para garantir aumento de arrecadação.
Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato
Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os
benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para
os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores.
Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se
prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo,
independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada
pelo atendimento.
O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?
Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line.
Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao
cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos
vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é
como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários
estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e
a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último
relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais
ativos em ambientes como esses.
Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já
representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no
Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm),
o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.
Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia
dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser
significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um
faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021,
de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a
atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o
suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar
uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente,
indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a
pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”,
explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.
Um destaque em meio à concorrência é fundamental
Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos
quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta
concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas
buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é
imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de
sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é
demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.
Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por
perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas
alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos
para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o
portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção
especial à otimização das operações.
Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover
uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação
de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das
demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com
estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é
o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter
uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por
diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o
preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de
fidelizar”, comenta o especialista.
Dicas para se sair bem no mercado
Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos
frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar
oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom
levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma
excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações,
é fácil identificar qual a busca e como agradar.
No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica.
Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em
consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as
abordagens utilizadas para lidar com esses interessados?
Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.
A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas
esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em
crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de
Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em
13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram
elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.
Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em
fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em
novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76%
desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão,
Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva,
elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques
industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também
não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para
todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do
processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os
nossos usuários.
Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse
suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs,
responsáveis por atender chamadas e responder mensagens
automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma
flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com
humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os
resultados e promover atualização constante.
O que é marketplace e por que investir nessa plataforma
ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech
Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer
compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele
funciona na compra e venda de produtos.
Afinal, o que é marketplace?
O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.
Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto
específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar
as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de
comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir
outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.
Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de
marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e
segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar
produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento
unificado.
Os principais marketplaces do Brasil
A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto
No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a
plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações
digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.
Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas,
Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C,
estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas
dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.
Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma
Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais
Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através
de sua divulgação online.
Como escolher o marketplace ideal para sua loja
Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja,
definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é
fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de
decidir onde incluir sua marca:
Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão
sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que
determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor
atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais
anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará
uma comissão maior.
Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.
Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial
identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.
Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.
Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que
já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para
competir com os ofertados por elas.
Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.
Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus
resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas
promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na
entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento
ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar
naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se
de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e
pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já
cadastradas.
Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.
Vantagens do marketplace
A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.
Para o consumidor
Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;
Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.
Para o lojista
Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;
Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de
vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário
pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na
abertura de uma loja física ou online.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Para o Marketplace
Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;
Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que
reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo
para fidelizar clientes.
Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e
proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal
procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos
ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que
realizamos.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
Combate ao crime Entenda o que pode melhorar ou piorar no processo penal
Por Renan Ramalho – Gazeta do Povo Brasília
Maioria dos ministros tende a aprovar divisão das funções de investigar e julgar, mas de forma gradual| Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O
Supremo Tribunal Federal (STF) pautou para esta quarta-feira (14) o
julgamento de novas regras inseridas no Código de Processo Penal, em
2019, que criam e regulamentam o juiz de garantias. E isso poderá mudar a
forma como os crimes são investigados e seus autores julgados no país.
Atualmente, cabe a um único juiz, na primeira instância,
supervisionar a investigação (fase de inquérito, onde as provas são
colhidas em diligências que ele mesmo autoriza) e conduzir a ação penal
(fase do processo, em que novas provas podem ser produzidas e as partes e
testemunhas depõem) até o julgamento final, pela condenação ou
absolvição.
O juiz de garantias prevê a divisão dessas funções. Um magistrado
atuaria na investigação e outro no processo e julgamento. O objetivo é
assegurar a imparcialidade. O argumento é de que quando o juiz controla a
investigação, fica inclinado a manter sua posição na sentença final. Ou
seja, forma sua convicção logo no início do caso e tenderia a ficar
preso a ela, mesmo que depois as partes – vítima, acusação ou
investigado – tragam novos elementos, ao longo do processo, que poderiam
ser capazes de convencê-lo sobre outra versão dos fatos.
Os maiores defensores da lei estão na advocacia e defensorias
públicas, que veem no atual processo penal uma tendência forte à
condenação de réus, por influência da investigação executada pela
polícia. Em contrapartida, boa parte dos membros do Ministério Público e
do Judiciário se opõe ao juiz de garantias, mas não necessariamente
pela divisão em si, mas pela forma como foi regulamentada pelo Congresso
dentro do chamado “pacote anticrime”, aprovado em 2019.
A proposta original – formulada pelo ex- ministro da Justiça Sergio
Moro do governo de Jair Bolsonaro (PL), atualmente senador pelo União
Brasil (PR) – não contemplava o instituto, que foi inserido por
deputados por influência de advogados e entidades influentes no campo da
defesa. Na época, um dos grandes motivos apresentados por apoiadores do
juiz de garantias era impedir processos como os da Lava Jato, que
tiveram ritmo acelerado e resultados fora do comum, segundo a visão
desse grupo.
Os defensores da operação Lava Jato dizem que isso foi possível por
uma estratégia coordenada entre Ministério Público Federal, Polícia
Federal Receita, Coaf e outros órgãos de controle na investigação. Já os
críticos apontam suposto “conluio” da acusação com o juiz, o que
tornaria os processos viciados por parcialidade, desde o início da
investigação até a sentença.
Com o pacote aprovado, Moro recomendou ao então presidente Jair
Bolsonaro que vetasse os dispositivos do juiz de garantias, alegando que
o Judiciário ainda não estava preparado para se reorganizar e dividir
as tarefas, especialmente porque em boa parte do interior do país existe
apenas um juiz para julgar processos, não apenas criminais, mas também
causas cíveis. O risco era de atrasar ou tumultuar o andamento das
investigações e ações, aumentando a prescrição dos casos e a impunidade –
críticos consideram que esse risco ainda persiste.
Bolsonaro, no entanto, sancionou o juiz de garantias e o então
presidente do STF, Dias Toffoli, criou um grupo no Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) para estudar sua adoção. Associações da magistratura e do
MP acionaram a Corte para suspender a aplicação imediata da lei, o que
foi atendido no início de 2020 pelo relator, Luiz Fux, numa liminar.
Desde então, ele e outros ministros têm sido pressionados a votar as
ações, para decidir pela constitucionalidade ou não do modelo. Fux vê
com preocupação uma implementação rápida do modelo sem uma
reestruturação do Judiciário, especialmente para lidar com a
criminalidade em geral.
Já Gilmar Mendes, defensor do modelo e hoje um dos maiores críticos
da Lava Jato, considera importante a divisão da investigação e do
processo, mas reconhece a possibilidade de uma implementação gradual,
conforme as condições de cada estado.
No julgamento, uma solução desse tipo tende a ganhar a maioria dos
votos no STF. Há, no entanto, várias questões pontuais a serem
definidas. Entenda abaixo, quais são elas:
VEJA TAMBÉM: Editorial: A suspensão do juiz de garantias Como um “juiz de garantias” blindaria Moro da acusação de ser parcial na Lava Jato Audiência de custódia: medida para dar celeridade à Justiça ou favorecer a impunidade?
Impedimento total do juiz da investigação julgar o processo Pela
regra aprovada, o juiz de garantias, que atua na investigação, não
poderá julgar o processo em hipótese alguma. Para parte da magistratura,
esse é um problema, porque em boa parte do país, especialmente no
interior dos estados, muitas cidades contam com apenas um juiz.
Isso fará com que, caso ele assuma a investigação, fique
obrigatoriamente afastado do julgamento. Há o risco de demora e até
prescrição, uma vez que um juiz de outra cidade deverá ser convocado
para a fase do processo, e nem todos os tribunais estaduais têm
estrutura e recursos para organizar esse deslocamento de modo a evitar a
paralisação do caso.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos
Juízes Federais (Ajufe), que contestaram no STF a forma como o juiz de
garantias foi previsto na lei, defendem um modelo diferente, já adotado
em São Paulo.
Desde 1984, existe no estado o Departamento Estadual de Inquéritos
Policiais (Dipo), que concentra as investigações nas mãos do juiz
corregedor e de outros dez juízes auxiliares, e que supervisiona os
inquéritos nas cidades com maior movimentação: além da capital,
Araçatuba, Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos,
São José dos Campos e Sorocaba. Na prática, eles atuam como juízes de
garantias.
Quando o inquérito termina e o Ministério Público oferece uma
denúncia, o caso é enviado para vara criminal do local onde o crime
ocorreu. O juiz, que não atuou na investigação, decide se recebe ou
rejeita a denúncia. Em caso positivo, conduz o processo e depois julga a
ação.
Uma das diferenças é que o modelo não vale para todo o estado. O
próprio TJ-SP tem interesse em expandir para as 316 comarcas, mas diz
que isso pode levar tempo e necessita de mais pessoal, estrutura e
recursos para isso. A lei de 2019 é criticada pelas associações porque
não abre muito espaço para os estados implementarem de forma gradual, e
determina que a mudança ocorra de forma total.
Juiz que julga não poderá acessar todo o inquérito Outro grande
problema apontado pelas associações de juízes é uma regra que impede o
juiz do processo de acessar toda a investigação. “Os autos que compõem
as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na
secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e
não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução
e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas,
que deverão ser remetidos para apensamento em apartado”, diz a regra
aprovada no Congresso.
A AMB diz que, com isso, o juiz que julgará o caso ficará prejudicado
e não poderá conhecer a fundo a ação. “Ninguém, em sã consciência, pode
aceitar que o juiz da ação penal esteja vedado para cotejar as provas
colhidas na fase do inquérito com as provas realizadas na ação penal.
Esse exame pode permitir tanto a absolvição como a condenação de um
réu”, diz a entidade.
Outro problema apontado pela AMB é o poder do juiz do processo anular
os atos do juiz da investigação. Isso, segundo a entidade, criaria “uma
instância interna dentro do 1º grau”.
Juiz pode produzir provas só para a defesa A Associação Nacional
dos Membros do Ministério Público (Conamp) contesta uma regra segundo a
qual o juiz de garantias não poderia atuar em “substituição da atuação
probatória do órgão de acusação”. Na prática, significa que o juiz não
pode tomar a iniciativa de produzir provas no lugar do Ministério
Pública, órgão que acusa. Mas, para a entidade, isso não estaria
proibido para a defesa, favorecendo assim só o investigado.
“Qualquer tentativa de se construir uma figura de um juiz-defensor,
como já afirmado por alguns na doutrina, é tão deletéria para o sistema
acusatório como a do juiz acusador, pois retira a sua imparcialidade”,
diz a Conamp.
Audiências de custódia em 24 horas ou soltura
Outra regra combatida pela associação dos promotores é a que prevê
soltura automática caso a audiência de custódia não seja realizada em 24
horas. Implementada em 2015, a audiência de custódia obriga o juiz a
ouvir uma pessoa presa em flagrante para avaliar se a medida não foi
abusiva e se realmente é necessária para preservar a segurança pública.
Obrigatoriamente, devem estar presentes o promotor do MP e um advogado
ou defensor do preso.
O problema, para a Conamp, é que nem sempre é possível realizar a
audiência no prazo de 24 horas, porque muitas vezes não há juiz,
promotor e defensor de prontidão em todas as cidades, “não por vontade
dos membros do Ministério Público ou dos magistrados, mas pela realidade
existente no Brasil”.
“É comum nos estados, no âmbito da Justiça Estadual, quando da
realização do plantão judiciário, a divisão do território em regiões
administrativas, o que pode abarcar mais de uma comarca, de modo que
pode vir a ocorrer de o juiz designado para o plantão ser lotado na
cidade A, o promotor de justiça na cidade B, e o defensor público, na
cidade C, o que inviabiliza a realização do ato no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, haja vista que a distância entre as comarcas, é, na
maioria das vezes, considerável (mais de cem quilômetros)”, argumenta.
A Conamp diz que, ao julgar a lei, o STF deve estabelecer que, nas
situações onde a audiência não for possível dentro do prazo, não haja
soltura automática.
O que dizem a OAB e os defensores do juiz de garantias A Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), as Defensorias Públicas e entidades ligadas
ao direito de defesa argumentam que o mais importante é dividir as
tarefas de investigar e julgar. Eventuais obstáculos devem ser superados
e os custos administrados para implementar o modelo em nome da
imparcialidade.
“Não merecem ser acolhidas as alegações de que não há viabilidade
para a implementação da garantia. Além de ser um argumento que não se
sustenta quando verificada a importância principiológica do tema, a
medida em tese não teria impacto financeiro significativo pois o volume
do trabalho não restaria alterado, mas somente a divisão de
competências”, diz a OAB.
A entidade diz que o modelo existe desde 1987 em Portugal, desde 1988
na Itália e desde 2000 no Chile. Reconhece que serão necessárias
adaptações, mas que cabe a todos os poderes criar as condições para
isso.
“A imparcialidade objetiva do juiz e a própria aparência de
imparcialidade restam evidentemente comprometidas quando o magistrado
atua na fase investigatória, uma vez que inevitavelmente realiza
pré-juízos ou pré-conceitos sobre o fato objeto do julgamento, bem como
forma uma ideia sobre a culpabilidade do acusado”, argumenta a entidade.
Número de sem-teto na Califórnia disparou nos últimos anos.| Foto: Pixabay
Se há um pedaço do planeta que tem uma história de sucesso e
conseguiu crescimento econômico e desenvolvimento social como poucos,
esse pedaço é o estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Se fosse um
país independente, a Califórnia seria o quinto Produto Interno Bruto
(PIB) do mundo; uma das maiores rendas per capita – atualmente acima dos
70 mil dólares/ano. Todo país do mundo gostaria de ser uma espécie de
cópia da Califórnia naquilo que aquela região teve de progresso. Mas nos
últimos anos o estado passou a sofrer com graves problemas ocasionados
pela adoção de políticas públicas enviesadas, como a tolerância com o
uso de drogas, descriminalização de furtos e alta de impostos.
Os erros do estado americano são uma dura lição, inclusive para o
Brasil, que neste momento discute uma reforma tributária que, se não for
bem dosada, pode aumentar os impostos, e assiste ao Supremo Tribunal
Federal se preparar para decidir sobre a descriminalização do porte de
drogas. O que aconteceu na Califórnia merece ser examinado pelo Brasil
para que, por aqui, não se cometam os mesmos erros.
A realidade vivida pela outrora pujante Califórnia mostra o quanto
políticas públicas mal pensadas podem se tornar fator de recrudescimento
de sofrimento e desgosto.
A Califórnia sempre foi conhecida por seu setor agrícola pujante, que
responde por mais de um terço da produção agrícola dos EUA e com
elevado índice de produtividade; setor industrial invejável – sobretudo a
indústria do petróleo, que progrediu após o rico ciclo do ouro em
meados do século 19 –; e o mais reluzente e fantástico parque de
inovação e tecnologia: o vale do silício. Adicione a tudo isso um clima
ameno e a indústria cinematográfica e cultural mais famosa do mundo e
tem-se aí um modelo invejável de crescimento econômico e desenvolvimento
social.
Ao mesmo tempo, contrariando essa imagem de sucesso, o estado
americano tem sofrido com a fuga de capitais, migração da população,
aumento da pobreza, aumento do número de habitantes sem teto e
crescimento dos índices de violência e deterioração social, tudo em
proporção assustadora. O estado tornou-se um caso a ser estudado,
entendido e usado como um exemplo de graves erros de políticas públicas
que, se adotadas, levam inevitavelmente a retrocesso, mesmo numa região
rica e próspera.
A tolerância com o uso e consumo de drogas transformou a Califórnia
num grande consumidor a céu aberto, criando um ambiente de desconforto.
Os estudiosos e analistas políticos, econômicos e sociais afirmam
que, após alguns anos de funcionamento de certas políticas públicas,
elas se tornaram a causa essencial dos efeitos negativos sobre o estado.
A Califórnia, apesar de seu notório progresso, já havia sido
experimentado um mau momento em 2008, quando estourou a crise financeira
mundial, com o elevado preço relativo dos alugueis, agravado pela crise
de inadimplência das hipotecas que atingiu todo o país. Naquele ano de
2008, o aluguel residencial médio na Califórnia chegava a ser 50% maior
que em vários estados do país e o estado experimentou fuga de famílias,
muitas delas abandonando residências adquiridas nos financiamentos
fartos e desregulados.
Outro aspecto que há tempo vem exercendo pressão sobre os moradores
da Califórnia é o elevado custo de vida comparado com outros estados,
como Novo México e Flórida. Apesar do pujante setor tecnológico e os
bons empregos criados na região, esses três fatores combinados – aluguel
mais caro, elevado custo de vida e crise das hipotecas residenciais –
deram início a um retrocesso na economia e puxou o produto estadual para
baixo, sobretudo na década de 2010. Talvez a Califórnia pudesse ter
contido a freada na economia regional caso não entrassem em cena
políticas públicas que são hoje reconhecidas como responsáveis por
piorar substancialmente a situação local.
VEJA TAMBÉM: Ineficiência, corrupção e concentração de renda O direito do Estado de combater as drogas
A eterna reforma tributária Entre essas políticas erráticas,
três merecem destaque. Um, a Califórnia adotou uma sequência de aumento
dos impostos, os quais, combinados com elevado custo de vida e altos
preços de alugueis, levaram a que algo em torno de 300 mil pessoas se
mudassem para outros estados em uns poucos anos. Um exemplo é o Imposto
de Renda estadual da Califórnia, que é o maior entre os estados
norte-americanos, e chega a 14%. Os aumentos de impostos feitos por
governos estatizantes do Partido Democrata já causaram a saída de mais
de 13 mil empresas, inclusive algumas famosas empresas de tecnologia,
que buscaram estados com tributação mais baixa.
Em segundo lugar, embora de difícil mensuração, sabe-se também que
certas políticas sociais contribuíram para empurrar famílias para fora
do estado, em especial a lei que descriminaliza furtos de valor até 950
dólares. Alguns analistas acreditam que não considerar crime os furtos
de valores e objetos até 950 dólares foi uma espécie de golpe mortal na
ética social vigente naquele estado e contribuiu para engordar a lista
de desencantos com a região. Terceiro, a tolerância com o uso e consumo
de drogas transformou a Califórnia num grande consumidor a céu aberto,
criando um ambiente de desconforto entre boa parte das famílias locais, e
foi mais um empurrão na fuga de famílias para outras regiões do país.
O quadro geral é mais complexo e certamente possui outros componentes
importantes, porém, o exemplo da realidade vivida pelo outrora pujante
estado da Califórnia mostra o quanto políticas públicas mal pensadas
podem se tornar claro fator de recrudescimento de sofrimento e desgosto
em grande parte da população. Que os políticos e governantes brasileiros
aprendam a lição aprendida pela Califórnia a duras penas e não cometam
os mesmos erros por aqui.
Experiência frustrada Conheça “O Anarquista”, café anticapitalista do Canadá que deu errado em apenas um ano
Por Bruna Komarchesqui – Gazeta do Povo
Fundado em março de 2022, café “O Anarquista”, em Toronto, no
Canadá, ganhou sobrevida com doações financeiras| Foto: Reprodução/Site O
Anarquista
A exemplo do desfecho de todos os experimentos
socialistas ao longo do último século, um café canadense autointitulado
“anticapitalista” anunciou pelas redes sociais o fim das atividades no
mês de maio, após pouco mais de um ano de funcionamento. Localizado em
Toronto, “uma terra roubada” dos indígenas, segundo defende o
proprietário Gabriel Sims-Fewer, “O Anarquista” conta com uma loja, que
comercializa livros (os temas vão de mudanças climáticas a feminismo
indígena) e sacolas com slogans como “todos os ladrões vão para o céu”.
Além disso, oferece um “espaço comunitário radical”, onde é possível
descansar e usar os banheiros mesmo sem consumir os produtos.
Autodenominado “homem branco, cisgênero queer”, Sims-Fewer queria
transformar o café em uma “cooperativa de trabalhadores”. Apesar do
título anarquista, a ideia era desenvolver o negócio para que todos os
futuros contratados ganhassem a mesma coisa que ele e tivessem “poder de
decisão completamente igual, dentro de um sistema democrático baseado
em consenso”. “Infelizmente, a falta de riqueza geracional/capital de
semente proveniente de fontes eticamente falidas deixou-me incapaz de
resistir à calma temporada de inverno ou de crescer da forma necessária
para ser sustentável”, postou o proprietário no site. Posteriormente, o
texto foi substituído por outro, comemorando uma nova sobrevida do café
além de maio, graças a algumas doações recebidas.
Colunista de entretenimento do jornal local Toronto Star, Vinay Menon
analisa que só é possível abrir um café anticapitalista em uma
sociedade capitalista. “Não há cafés anticomunistas em países
comunistas. O capitalismo, quaisquer que sejam suas falhas e
desigualdades, continua sendo o melhor sistema da história da
civilização. Aqui no Ocidente, estamos abertos a ideias – mesmo as
ridiculamente ruins”, considera.
“Os empreendedores geralmente precisam de empréstimos para iniciar um
pequeno negócio. E referir-se ao gerente como ‘falido eticamente’ não
vai ajudá-lo a abrir o cofre. Mas, para os anarquistas, é sempre mais
fácil culpar ‘o sistema’ em vez de suas próprias deficiências profundas
como indivíduos. É por isso que O Anarquista está fechando após um ano,
incluindo seis meses de generosidade sem aluguel de um senhorio
capitalista”, critica.
Para iniciar o negócio “anticapitalista”, Sims-Fewer contou com um
auxílio da Pop Coffee Works, torrefadora proprietária do café, que lhe
cedeu a cafeteria pré-existente no local sem cobrar nada por seis meses.
Depois disso, ele passou a pagar um aluguel com desconto. Isso o
impediu, segundo conta no site, de vender a alma a algum investidor.
“Portanto, tudo o que eu tive que pagar no início foram os itens que eu
quisesse comercializar, além da internet e dos serviços públicos. Mesmo
isso era muito mais dinheiro do que eu tinha, mas, com a magia do cartão
de crédito, consegui dar o pontapé inicial e gradualmente fui
incrementando a loja, à medida que as coisas eram vendidas”, afirma no
site oficial.
Anticapitalismo capitalista Contrariando os princípios
anticapitalistas, o local tem um cardápio de cafés e bebidas com preços
em dólares canadenses, que variam de 3,50 a 5,75. Apenas um item, o café
coado, é oferecido pelo famoso “pague o que puder”, comum a
restaurantes socialistas. Na seção de perguntas e respostas do site,
Sims-Fewer, que trabalha sozinho no estabelecimento, se vale de leis de
mercado para explicar os preços dos itens.
“Quando abri o café, escolhi os preços de cada bebida e comida com
base no que estou acostumado com minha experiência de trabalho e com
base em quanto dinheiro preciso ganhar para o café permanecer aberto,
especialmente com a quantidade finita de bebidas que uma pessoa pode
fazer por dia. A margem de lucro do café é sempre alta, mas o preço
geral relativamente baixo significa que você pode vender centenas de
bebidas e ainda perder dinheiro em todas as outras despesas”, justifica.
Ele acrescenta que tem interesse em “sistemas que permitam que as
pessoas paguem pelos cafés umas das outras” ou que “paguem de acordo com
suas possibilidades”, o que é “um processo longo e gradual”, já que “as
pessoas podem escolher entender isso ou não”. “Um dos problemas com
muitas das minhas ideias orientadas para ‘pague quanto puder’ é que
quanto mais dinheiro as pessoas têm, menos estão dispostas a pagar. Eu
recebo pessoas vestidas de ternos de grife pagando $ 1 por um café e
pessoas sem casa tentando me dar $ 10”, diz Sims-Fewer.
O desprezo pelo capitalismo também não impediu o proprietário de
abrir uma vaquinha online, pedindo apoio para manter o negócio
funcionando. Após conseguir cerca de 4,3 mil dólares, de 119 doadores
(até a data desta reportagem), O Anarquista comemorou mais um tempo de
sobrevida, mesmo após o anúncio de fechamento.
Em 9 de junho, uma postagem no Instagram anunciou ironicamente que
“graças a um enorme influxo de apoio e uma generosa doação de
publicidade e atenção dos conservadores cristãos do Texas e da Flórida, O
Anarquista continuará a operar após 30 de maio”, em uma aparente
referência a textos publicados por portais conservadores sobre a
falência do negócio. “Dito isso, não temos certeza de quanto tempo
conseguiremos mantê-lo sem mais apoio financeiro. Qualquer doação,
grande ou pequena, ajuda”, completa um texto no site de financiamento
coletivo.
Um dos comentários na postagem ironizou: “Ok… então este é um
estabelecimento capitalista “anticapitalista” [emojis de risos]… Está
bem, com certeza”. Diante de uma réplica de que “Somos todos forçados a
participar neste sistema capitalista”, o usuário da rede social
continuou: “Ninguém é obrigado. Você tem a capacidade de se mudar para
qualquer lugar que não seja um país capitalista. Também pode fazer o que
quiser. Se alguém se queixa do capitalismo, mas depois tem um negócio, é
livre para fazer isso. É apenas muito dissimulado. Se tem um negócio,
está participando no mercado livre, o que significa que é parte ativa do
capitalismo. Agora, mais uma vez, você não precisa ter um negócio. Isso
é uma escolha. Então, se você escolhe ter um negócio, está escolhendo
ativamente o capitalismo. Viva as escolhas”.
Impostos Reforma tributária apoiada pelo governo pode gerar desemprego, diz ex-presidente do Ipea
Por Célio Yano – Gazeta do Povo
Segundo o economista Erik Figueiredo, ex-presidente do Ipea,
reforma tributária prejudica setor de serviços e pode causar perda de
500 mil empregos.| Foto: Edu Andrade/Ascom/ME
A proposta de
unificação de PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS em um Imposto de Valor
Agregado (IVA) dual, apresentada pelo Grupo de Trabalho (GT) da reforma
tributária na Câmara dos Deputados na terça-feira (6), pode ter como
consequência direta o aumento do desemprego e, assim, impactar
negativamente a atividade econômica do país.
A conclusão é do economista Erik Figueiredo, que presidiu o Instituto
de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea) em 2022 e hoje é
diretor-executivo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (IMB), ligado ao governo de Goiás. Uma das críticas do
economista ao relatório do GT da Câmara é que a proposta afeta
diretamente o atual modelo de recolhimento de impostos de entes
subnacionais.
De acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional, a carga
tributária do país em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) foi de
32,51% em 2020. Naquele ano, a União foi responsável por 67% dos
impostos. A reforma proposta no GT e apoiada pelo governo federal,
enquanto isso, deve impactar principalmente os tributos recolhidos por
estados e municípios.
Segundo cálculos de Figueiredo, para cada R$ 1 de imposto passível de
ser modificado pela reforma proposta, R$ 0,65 são da arrecadação
estadual e municipal. “Claramente o governo federal propõe um sacrifício
de todos os entes, sem fazer o próprio dever de casa. O governo federal
não corta na própria carne”, diz.
“Quando avaliamos a reforma sob a ótica da importância do imposto
alterado para a arrecadação de cada ente envolvido, notamos que a
proposta pretende modificar 82,3% da arrecadação dos estados, 42,5% da
arrecadação dos municípios, e somente 20,6% da arrecadação federal”,
explica.
O economista discorda da proposta de se eliminar ao máximo incentivos
e renúncias fiscais, concedidos principalmente por estados.
“Costuma-se dizer que os estados dão muito benefício fiscal, mas por
que se opta por esse modelo? Porque o custo Brasil é elevadíssimo”, diz.
“Então, na verdade, os estados estão meio que atenuando o custo Brasil,
que vem, em parte expressiva, do governo federal, responsável por 67%
da carga tributária no Brasil”.
“Estão invertendo causa e efeito. Não existe benefício fiscal porque
os estados são bonzinhos, mas porque você tem um custo Brasil muito alto
e se os estados não agirem para atrair o investimento, eles não vão
conseguir gerar emprego nas suas regiões”, afirma. “A reforma não está
levando isso em consideração”.
VEJA TAMBÉM:
Proposta preliminar da reforma tributária pode tornar sistema “mais justo e eficaz”, diz CLP
Reforma de impostos pode ter IPVA sobre lanchas e jatinhos, “cashback” e IVA dual
Economista põe em dúvida tese de que economia vai crescer após adoção do IVA No
relatório do GT da Câmara, apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro
(PP-PB), considera-se ainda que a reforma teria o potencial de acelerar o
crescimento do PIB, de modo que o aumento da atividade econômica
compensaria a diminuição percentual do bolo arrecadatório da maioria dos
estados e municípios que teriam redução nas receitas. “É evidente que
os municípios mais pobres vão ganhar mais que os mais ricos. Mas o mais
rico também vai ganhar”, declarou Ribeiro.
Segundo uma nota técnica publicada pelo Ipea no fim de maio, caso a
regra de transição da reforma seja “longa s suave” e as novas regras
gerem crescimento econômico acima da média histórica do país, até 98%
dos municípios do país, onde vive 99% da população brasileira, tendem a
ganhar arrecadação num período de 20 anos. Mas, se a reforma não gerar
avanço adicional do PIB, o estudo estima que os ganhos de arrecadação
vão ocorrer em 84% dos municípios do país, onde reside 61% da população.
Figueiredo põe em dúvida a hipótese de que a reforma vai
necessariamente incrementar o PIB. “Isso é baseado em um modelo que
ninguém sabe de fato se funciona, se foi calibrado da forma correta”,
diz o ex-presidente do Ipea. “Quando você olha a evidência
internacional, não consegue encontrar nenhuma experiência concreta que
de fato observe isso”.
O economista comparou a taxa de crescimento de países que usam o IVA
cinco anos antes da adoção do imposto e cinco anos depois. Em média, o
crescimento no quinquênio anterior foi de 1,7%, enquanto que no pós-IVA o
ritmo de aumento no PIB foi de 1,1%. No caso da Argentina, o avanço do
indicador nos dois períodos foi de 4,6% e de 2,1%, respectivamente.
“Então, na verdade, houve uma desaceleração nesses países. Só no
Brasil que está garantido esse crescimento?”, questiona. “Evidente que
não estamos discutindo uma relação de causa e efeito aqui. Há muitas
particularidades que podem determinar o sucesso ou não do IVA nos
diferentes países. Mas são justamente essas particularidades que estão
sendo colocadas de lado neste momento”, ressalta.
“Nosso principal ponto de crítica é que se está conduzindo um tema
extremamente complexo sem levar em consideração uma série de efeitos”,
afirma. “Nesse ponto, não estamos propondo um modelo alternativo, mas
trazendo uma discussão ao que está sendo proposto hoje sem o
aprofundamento devido a partir de evidências reais, concretas”.
Setor de serviços deve ser o mais afetado pela reforma tributária Uma
das diretrizes definidas pelos deputados para nortear o texto da
proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária diz que a
alíquota do IVA deve ser única, com permissão para diferenciações em
casos específicos.
“Dessa forma, adota-se um sistema eficiente, fundamentado nas
melhores práticas do IVAs internacionais, mantendo-se a simplificação e a
segurança jurídica e afastando o contencioso sobre a correta
classificação fiscal de diversos bens e serviços”, diz trecho do
relatório do GT da Câmara.
O documento defende que alíquotas diferenciadas devem ser aplicadas
apenas a determinados casos, porém evitando-se “sua aplicação a setores
da economia como um todo”.
Hoje a incidência de impostos varia significativamente de setor para
setor da economia. Enquanto o de serviços tem carga tributária inferior,
produtos como energia elétrica, gás natural, petróleo e combustíveis e
produtos do fumo arcam com mais tributos.
Considerando a manutenção da carga tributária total atual, setores
como educação privada, saúde privada, água esgoto e gestão de resíduos,
além de outros serviços, seriam muito prejudicados com elevação de
impostos. No total, os setores considerados “perdedores” na reforma
empregam hoje 37,2 milhões de pessoas.
Partindo de um modelo que correlaciona a elasticidade do emprego em
relação à carga tributária, calculada para 30 países membros da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
Figueiredo calculou que haveria uma perda de cerca de 500 mil empregos
formais. “Isso é saldo. Tem setores que vão ganhar e vão contratar mais,
enquanto os que perdem vão demitir”, explica.
“Fora toda a cadeia de efeitos que isso gera: demissão em massa gera
menos consumo, o que gera mais desemprego, e assim você entra em um
ciclo vicioso”, diz. “Tem que ter em mente que a área de serviços, que é
quem gera o grosso do emprego no Brasil, vai ser impactada”.
O que tem a ver o cartão de vacina de Bolsonaro com o 8 de janeiro?
Aparentemente não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas ontem, numa
votação em que o governo se impôs à oposição por 20 a 11 na CPMI, foi
aprovado que haja esclarecimento sobre o cartão de vacina de Bolsonaro.
Mas não aceitaram convocar o general Gonçalves Dias, que foi flagrado,
caminhando por ali no dia da invasão e muito menos o ministro da
Justiça. Também tentaram um fotógrafo que estava lá, que parecia que
estava montando cenários e tal, pra fazer imagens, também não
conseguiram. Em compensação, o governo conseguiu convocar tudo o que
queria. Inclusive, o ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente coronel
Cid, e o ex-ministro da Justiça, secretário de segurança do DF, Anderson
Torres, que já esteve preso um tempão, já cumpriu penas sem ter sido
condenado.
CPI do MST Numa outra CPI, das invasões de terra, mostraram ontem
imagens de acampamentos comandados por José Rainha, lá no Pontal de
Paranapanema, em Presidente Prudente. No outro município Sandovalina e
Rosana, situação calamitosa de direitos humanos, com as pessoas usadas
como massa de manobra sob promessa de assentamento com garantia de lote,
porque a terra já estaria desapropriada, o que é uma mentira.
Confirmaram algumas coisas pelas quais o Rainha foi preso. Ele foi solto
na segunda-feira, estava com prisão temporária por extorsão, ameaça de
invadir uma fazenda de milho, pedindo R$ 2 milhões pra não invadir,
sequestro de tratores, de colheitadeiras, e depois devolve mediante o
pagamento de resgate, de R$ 25 mil, de R$ 50 mil, algo assim. Isso foi
apresentado ontem na CPI das invasões pelo relator Ricardo Salles.
Estiveram lá, fotografaram, apoiados pela Polícia Civil. Foi um dia em
que Lula disse que o Incra vai fazer o levantamento das terras
improdutivas para fins de reforma agrária, e que então não precisam mais
invadir. Só que, como diz o especialista Xico Graziano, autor de livros
sobre o agro brasileiro, que não existe mais terra produtiva que não
esteja produzindo. Todas as terras produtivas estão produzindo. O que
não está produzindo é terra improdutiva, então vai fazer reforma agrária
em terra que não dá resultado. É uma coisa bem estranha essa.
Anvisa Uma grande interrogação paira sobre a Anvisa, porque a
polícia entrou lá e prendeu um assessor especial da presidência
da Anvisa, na segunda-feira. A polícia é de Capturas Interestadual – mas
é a polícia de Brasília – a ordem é de um juiz de Brasília, não sei se é
um crime de outro estado. A Anvisa já tirou a comissão dele, que perdeu
o comissionamento, era cargo de confiança, mas não sabe qual foi o
crime. Também achei estranho, sem saber qual o crime, já tirou a
comissão. Mas, enfim, fica todo mundo com um pé atrás, pois a Anvisa é
um órgão que tratou muito de vacinas e esse assessor era muito visto no
Congresso Nacional. Enfim, a gente espera agora o esclarecimento desse
ponto, uma vez que na Europa e nos Estados Unidos também, toda hora a
gente está vendo casos na justiça envolvendo o período dos contratos de
vacina, resultados que aconteceu na pandemia. Muita coisa ainda precisa
vir à luz.
Coscarque 2.0 Joice Hasselmann, a loba de Ponta Grossa
Por Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo
Ex-dama de ferro do conservadorismo tupiniquim (quanto clichê!),
Joice Hasselmann tenta se manter em evidência vendendo dieta.| Foto:
Reprodução
Joice Hasselmann acaba de lançar o Protocolo JH. O
nome do negócio, asssociado ao da ex-deputada, talvez sugira ao leitor
imagens de dossiês e conspirações intrincadíssimas. Mas não é nada
disso. Nas palavras da própria Joice, o revolucionário Protocolo JH “vai
te emagrecer rápido, de forma saudável e deliciosa, sem sofrimento, e
mais: vai te manter magra para sempre!”. Ou seja, é apenas mais um
programa de dietas que promete o Céu da Magreza a mulheres insatisfeitas
com a própria silhueta.
E aqui você talvez tenha vontade de rir ou tripudiar daquela que já
foi um dos maiores nomes do conservadorismo brasileiro. Praticamente uma
Ann Coulter tupiniquim. No seu auge, as palavras de Joice Hasselmann
eram lidas com entusiasmo. Suas falas sempre enfáticas eram temidas
pelos poderosos. Não à toa, ela foi eleita com mais de um milhão votos
em 2018. A direita a amava.
Mas contenha aí o riso e seu espírito zombeteiro! Porque a história
de Joice Hasselmann nada tem de engraçada. Trata-se de uma tragédia
muito própria do nosso tempo: a da pessoa que, embriagada de poder e
tomada pela sensação de pairar sobre nós, pobres mortais, se considera
invencível e é incapaz de aprender com as lições de humildade que a vida
insiste em nos ensinar.
Isso ficou claro logo nos primeiros meses do governo do ex-presidente
Jair Bolsonaro, quando Joice Hasselmann, certa de sua superioridade
intelectual, moral e eleitoral, brigou com o chefe do Executivo. Não
satisfeita, e crente de que sua personagem era maior do que a imagem que
os eleitores faziam dela, Joice virou oposição a Bolsonaro. No meio
disso tudo teve ainda um “atentado” e, já no fim do mandato, fotos de
biquini que eram um prenúncio da queda.
A loba Reduzida à condição de vendedora de Coscarque 2.0, a
história de Joice Hasselmann me lembra a de Jordan Belfort – retratada
por Martin Scorsese no subvalorizado “O Lobo de Wall Street”. No filme, o
gananciosíssimo Belford acumula dinheiro enganando pequenos
investidores e vive uma vida de esbórnia, gozando de todos os prazeres
mundanos possíveis. Mas, como na lenda de Ícaro, ele acaba chegando
perto demais do Sol. Belfort é preso e perde tudo.
Ou melhor, quase tudo. O personagem, interpretado por Leonardo di
Caprio, só não perde a ambição e o espantoso poder de convencimento.
Graças a isso, ele se transforma num palestrante de vendas destinado a
perpetuar certo ciclo de enganação muito próprio de um capitalismo
desalmado. Assim como Hasselmann, Belford parece acreditar que o homem é
o lobo do homem e que o mundo é dos espertos.
E posso até concordar que o mundo, esse mundo que o do poder, dos
prazeres e da extravagância material e carnal, seja dos espertos. Mas aí
vem a perguntinha: a que preço? Correndo o risco de glamurizar a
desgraça que é o sucesso amoral do capitalismo sem alma, em “O Lobo de
Wall Street” Scorsese deixa claro que o preço a se pagar por essa
ambição de conquistar o mundo é a alma. Sem direito a devolução.
Aqui não sei se o paralelo com Joice Hasselmann faz sentido. Espero
que não. Espero ainda que o fracasso político e o ridículo comercial do
Protocolo JH sejam, para a ex-rainha do conservadorismo brasileiro, o
início de um caminho sempre difícil, cheio de obstáculos e armadilhas,
rumo a uma casinha humilde, desprovida de holofotes e do famigerado
orgulho, a que damos o nome de redenção.
Para quem fica nas organizações, é importante saber como lidar com o sentimento de instabilidade
No primeiro trimestre de 2023, observamos um movimento de demissões
em massa global, principalmente no setor de tecnologia e inovação. Um
levantamento da Layoffs aponta:
Já foram dispensados quase 110 mil colaboradores ao redor do
mundo entre janeiro e março deste ano. Esse número já ultrapassou o
montante de demissões ocorridas no ano de 2022 inteiro.
Porque as empresas de tecnologia estão demitindo em massa?
No cenário internacional, empresas de grande relevância como Meta
(dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), Amazon e Alphabet (que
controla o Google) encabeçaram o movimento de dispensa. E no Brasil,
algumas das empresas que demitiram colaboradores nos últimos meses foram
iFood, Loft, Neon, C6 e PagSeguro.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) publicou um relatório no qual
cita os principais fatores que contribuíram para esse fenômeno: o
contexto internacional incerto com a guerra entre Ucrânia e Rússia, a
desaceleração do crescimento econômico e a alta da inflação
pós-pandemia. Esses acontecimentos explicam o conservadorismo dos
investidores, empreendedores e empresários no momento atual.
O que fazer após demissão em massa?
O investimento de risco em inovação e tecnologia, em um momento de
retração, perde recursos, colocando um freio nos gastos das empresas
desse setor, que buscam equilibrar as contas e diminuir os seus custos
fixos, sendo a folha de pagamentos um dos principais deles.
Mas sabendo que essa é a tendência já vivenciada neste ano, como os
profissionais e as empresas devem se posicionar para reduzir os impactos
negativos desse movimento, mesmo para aqueles que não chegaram a perder
os seus empregos?
Do ponto de vista das empresas, é fundamental manter uma comunicação
clara e transparente com os colaboradores, evitando um clima de tensão
ou desconfiança por parte da equipe.
Rituais entre a alta liderança da organização e os demais membros
do time ajudam a compartilhar a situação do negócio, próximos desafios e
como cada um pode contribuir para superá-los.
Pelo menos uma vez ao mês, é interessante realizar uma reunião
para demonstrar os resultados e traçar objetivos organizacionais para os
próximos 30 dias.
Após isso, é importante que cada líder de equipe faça o desdobramento
das metas e principais projetos com os liderados, passando um
direcionamento claro sobre o foco de cada mês. Também é necessário abrir
um canal de relacionamento direto entre liderança e time, com momentos
regulares de feedback e apoio nos desafios individuais que cada um
enfrenta no ambiente de trabalho. Reuniões curtas semanais ou quinzenais
ajudam a contornar problemas cotidianos antes que eles cresçam e
comprometam a produtividade e engajamento dos colaboradores.
Do lado dos colaboradores, as atitudes mais adequadas ao momento são
vigilância constante, proatividade e prudência. A vigilância constante
envolve a observação atenta do noticiário econômico nacional e global,
as análises de desempenho mensais do setor de atuação da sua empresa e o
acompanhamento da situação específica da sua empresa (vendas,
faturamento, gastos, principais desafios e projetos em andamento).
Captando as informações certas, é mais fácil responder de maneira
adequada ao tomar decisões dentro da empresa e de carreira pessoal.
A proatividade consiste em trabalhar para gerar os resultados que o
negócio mais precisa no momento, investindo o seu tempo e energia nos
projetos e iniciativas que trarão maior retorno dentro da sua função.
Deste modo, a sua relevância e contribuição aos grandes objetivos da
organização aumentam, tornando você menos vulnerável a ser dispensado em
caso de crise ou riscos financeiros na empresa.
A prudência é o principal ponto de ponderação antes de tomar qualquer
decisão de carreira ou se posicionar perante situações desafiadoras que
envolvam desafios técnicos ou de relacionamento com pessoas. Em um ano
de retração econômica, manter o equilíbrio e avaliar bem todos os
fatores em questão é a melhor saída para evitar desgastes desnecessários
e desfechos indesejáveis.
Para aqueles que souberem navegar no contexto atual, o futuro próximo
reserva mais oportunidades de crescimento e desenvolvimento
profissional, alicerçadas em uma construção de carreira sólida mesmo em
momentos de crise no mercado de trabalho.
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do
mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados
satisfatórios para o seu negócio.
Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.
Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada
para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas
vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver
seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do
nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a
visibilidade da sua marca.
VOCÊ CONHECE A ValeOn?
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TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
CPMI do 8 de janeiro Pedidos de quebra de sigilo dos inquéritos do 8/1 sinalizam tensão entre CPMI e Moraes Por Sílvio Ribas – Gazeta do Povo Brasília
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.| Foto: Carlos Moura/SCO/STF.
A decisão do presidente da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (PP-BA), de
consultar previamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), sobre a chance de o colegiado acessar documentos
sigilosos relacionados aos atos de vandalismo, que estão sob a guarda
da Corte, gerou críticas da oposição e debates sobre a eventual
interferência do Judiciário nas investigações.
O anúncio foi feito por Maia durante a reunião da CPMI na última
terça-feira (5) e alimentou suspeitas de blindagem ao inquérito da
operação Lesa Pátria, em andamento no STF, e de desafio à autonomia do
colegiado. Apesar de defenderem a autoridade da CPMI para decidir sobre
documentos sigilosos, parlamentares e analistas ouvidos pela Gazeta do
Povo apontam até o risco de crise institucional, caso Alexandre Moraes
negue acesso a informações.
Na manhã desta terça-feira (13), Arthur Maia e Alexandre de Moraes
têm encontro agendado antes da sessão da CPMI. Na pauta do colegiado
estão aproximadamente 800 requerimentos para análise, que serão
afunilados em cerca de 200 e, desses, alguns serão priorizados. Maia
quer realizar reuniões da comissão nesta terça-feira (13) e na
quinta-feira (15) a fim de concluir a votação dos pedidos iniciais de
audiências e de informações, para passar à análise de relatórios.
Considerando que grande parte dos requerimentos trata de itens sob
sigilo no STF, Maia afirmou que procuraria Moraes antes de qualquer
solicitação. “O ministro está conduzindo um inquérito e manteve em
sigilo alguns dos documentos. Antes de só pedir divulgação de algo
sigiloso, quero conversar para entender as razões dele e chegar a um
acordo”, disse. O deputado também ressaltou que investigações da CPMI e
do STF são complementares.
As convocações sugeridas pelo presidente da CPMI para inaugurarem as
oitivas, por serem as campeãs de requerimentos, são: Anderson Torres,
ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e
ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; general Marco
Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT); Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Saulo Moura, então
diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante as
invasões de 8 de janeiro; e Eduardo Naime, coronel e ex-comandante de
Operações da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, seria o sexto nome prioritário, mas sua vinda seria por meio de convite e não de convocação.
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O senador Esperidião Amin (PP-SC), autor de requerimentos para tornar
públicos documentos produzidos pelo sistema nacional de inteligência
sobre eventos anteriores ao dia 8 de janeiro – que revelam o
conhecimento prévio do governo federal, do STF e do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) sobre as invasões – considerou o gesto de Maia de “pedir
licença” a Moraes para acessar os documentos como “absolutamente
dispensável”.
Ele também avalia que a CPMI tem poderes para acessar documentos
sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), os quais estão
sob posse da comissão mista do Congresso sobre esses serviços. Quanto ao
risco de Moraes impedir o acesso aos autos sobre o dia 8 de janeiro,
Amin disse preferir “não comentar sobre hipóteses”.
Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) diz estar otimista e não crê na
recusa de Moraes em compartilhar documentos sigilosos, considerando os
sinais que o próprio ministro vem dando ao longo do inquérito. “Espero
que ele [Moraes] não chegue a este ponto de blindagem, a exemplo da
decisão que o próprio ministro deu em relação aos documentos sigilosos
produzidos pelo sistema de inteligência, argumentando que, em tese,
documentos sobre fatos públicos exigem publicidade”, disse.
Quanto à possibilidade de recorrer à Justiça na hipótese de uma
negativa, Girão responde com uma pergunta: recorrer a quem? Ele lamenta
que restaria apelar ao STF contra uma decisão do mesmo tribunal, com
quase nenhuma chance de reversão. “Nos cabe mostrar à sociedade
contradições e abusos nesse processo, para deixar os acontecimentos às
claras”, disse.
Defensor de presos do 8 de janeiro aponta escalada de ingerências Na
opinião de Claudio Caivano, advogado de 15 indiciados no inquérito do
dia 8 de janeiro, a decisão de Arthur Maia de buscar aprovação prévia de
Moraes para ter acesso ao conteúdo sigiloso que está com o STF foi
“como se a CPMI precisasse pedir bênção ao tribunal para exercer suas
prerrogativas”.
“O ato configura clara interferência entre os Poderes, protagonizada
pelo próprio Legislativo. É mais um episódio da série que temos
testemunhado desde a votação na Câmara que avalizou a prisão do deputado
Daniel Silveira (PTB-RJ), ocorrida dias antes e sem a necessária
aprovação do plenário”, destacou Caivano.
Para ele, a oposição deveria persistir na criação de uma subcomissão,
que pode ser a única oportunidade para se convocar testemunhas e
relatar fatos que ainda não estão recebendo a devida atenção,
“conduzindo investigação paralela e efetivamente imparcial”. “Não há
alternativa a isso, sobretudo depois que a relatora da CPMI, senadora
Eliziane Gama (PSD-MA), rejeitou os pedidos dos opositores para se criar
sub-relatorias. No entanto, temo que a condição minoritária da oposição
torne difícil concretizar a opção”, disse.
De qualquer forma, o advogado o espera que, caso se confirme o
impacto esperado por alguns senadores em relação ao conteúdo de
documentos sigilosos, como os produzidos pela Abin, a comissão possa
tomar rumo diferente, tornando inevitável a constatação de fatos
desfavoráveis ao governo Lula.
Caivano também é autor do livro “8/1: a história não contada”, que
relata os episódios das invasões aos prédios da Praça dos Três Poderes
sob uma perspectiva mais ampla, na qual tanto a intenção dos vândalos
quanto a omissão de autoridades federais têm igual peso no desenrolar do
cenário.
Analistas políticos veem alerta de Maia para eventuais atritos
Na opinião do cientista político Ismael Almeida, a atitude de Maia
não reflete submissão a Moraes, mas sim a precaução de um político
experiente diante de uma situação potencialmente inédita na história das
CPIs, que poderia representar afronta direta ao Congresso. “Embora
inquéritos conduzidos por comissões parlamentares nunca tenham
enfrentado obstáculos legais e a rotina de acesso a documentos
protegidos pelo sigilo muitas vezes resultasse até em vazamentos para a
imprensa, o que agora existe é o receio de uma clara confrontação entre
poderes”, disse.
A tendência, avalia Almeida, é de que Moraes evite entrar em
confronto com os congressistas e, no máximo, se alinhe com o comando da
CPMI para evitar possíveis momentos de tensão pública e de crescente
conflito institucional.
Embora seja considerada uma possibilidade remota por todas as partes,
Maia optou por não descartar a hipótese de bloqueio ao inquérito do 8
de janeiro devido ao cenário de polarização política desde as eleições
de 2022 e o crescente ativismo do Judiciário. “Maia achou prudente
combinar práticas e discursos com o ministro do STF antes da CPMI
solicitar formalmente o acesso ao inquérito da operação Lesa Pátria, que
investiga atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes”, afirmou o
cientista político.
Dessa forma, a conversa entre Maia e Moraes deve ser conduzida com o
intuito de suavizar politicamente arestas e alertar o ministro sobre
possíveis consequências negativas, caso ele decida não compartilhar os
documentos.
A eventual decisão indesejada poderia afetar o próprio grupo
majoritário da Câmara, liderado pelo presidente Arthur Lira (PP-AL).
Portanto, afetaria desde a minoria de oposição – interessada no acesso
ao inquérito para tomar conhecimento de detalhes sobre investigações
envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – até mesmo membros da
própria CPMI que são investigados no inquérito do 8 de janeiro, cujos
advogados ainda não tiveram qualquer acesso a esses documentos.
De acordo com o cientista político André Felipe Rosa, caso Alexandre
de Moraes decida não autorizar a quebra de sigilo do inquérito do 8 de
janeiro, isso poderá gerar suspeitas sobre o próprio ministro,
especialmente por parte de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair
Bolsonaro. Rosa observa que esse gesto também poderá servir como
combustível para a oposição atacar o governo federal e questionar a
legitimidade e as ações de Moraes no inquérito.
Nesse cenário, as manobras adotadas pelo governo Lula para impedir ou
enfraquecer a CPMI poderiam ser resgatadas e contribuir para uma certa
tensão institucional. Moraes já é alvo frequente de parlamentares
aliados do ex-presidente, que utilizarão esse fato como uma oportunidade
para atacar tanto o governo Lula quanto a legitimidade do ministro.
Mesmo antes disso, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) já apresentou
um requerimento no colegiado para convocar Moraes a fim de obter
informações sobre decisões tomadas antes e depois do dia 8 de janeiro,
que, segundo o parlamentar, revelam posicionamentos questionáveis por
parte do ministro.