Adido militar recebe indenizações acima de R$ 300 mil, com despesas sob sigilo
Por Lúcio Vaz – Gazeta do Povo
Adidos militares contam com fartos salários no exterior| Foto: Edvaldo Belitardo
O
capitão de mar e guerra Márcio Soares Pereira recebeu em janeiro, como
adido militar no exterior, R$ 204 mil de verbas indenizatórias e R$ 114
mil de “outras remunerações eventuais”. Incluindo o salário básico,
levou um total de R$ 375 mil. Em abril, o suboficial da Aeronáutica
Dener Vidal, auxiliar de adido militar nos Emirados Árabes Unidos,
recebeu indenizações no valor de R$ 356 mil. São relativos ao pagamento
antecipado de auxílio-moradia no exterior . Os valores pagos aos adidos
são divulgados, mas os comandos militares mantêm em sigilo o
detalhamento das despesas cobertas.
Houve um aumento nos valores de indenizações em fevereiro por causa
do encerramento de missões de adidos militares. Naquele mês, as verbas
indenizatórias somaram R$ 25 milhões. No mês de abril, ficaram em R$ 17
milhões, segundo dados do Portal da Transparência da Presidência da
República. Os Comandos Militares informam os valores totais das
indenizações pagas a cada militar, mas não fazem o detalhamento dos
gastos com representação no exterior, aluguel de imóvel, despesas de
viagem e mudança e auxílio-familiar. Não informam nem o país onde os
militares cumprem missão.
O capitão de fragata Rafael Moutinho recebeu em fevereiro R$ 42 mil
de remuneração básica, R$ 85 mil de remunerações eventuais e R$ 113 mil
de indenizações, num total de R$ 235 mil. O capitão de corveta Newton
Ferro recebeu R$ 48 mil de remuneração básica, mais R$ 25 mil de
remunerações eventuais” e R$ 126 mil de verbas indenizatórias – o
equivalente a R$ 196 mil. Não apenas os oficiais recebem valores
elevados. O suboficial da Marinha Washington Oliveira, que foi auxiliar
de adido em Moscou, teve remuneração básica de R$ 32 mil em fevereiro.
Ele contou com mais R$ 62 mil de remunerações eventuais e R$ 90 mil de
indenizações, totalizando R$ 190 mil.
Na Aeronáutica, coronel Marcelo Ribeiro teve remuneração básica de R$
49 mil. Recebeu mais R$ 137 mil de verbas indenizatórias. No total,
foram R$ 185 mil. O coronel Alexandre Leal teve remuneração básica de R$
43 mil e R$ 126 mil de verbas indenizatórias – totalizando R$ 175 mil. O
major Daniel Figueiredo recebeu um total de R$ 166 mil, incluindo R$
123 mil de indenizações. Os pagamentos no exterior são feitos em
dólares. O blog fez a conversão para reais.
VEJA TAMBÉM: Lula gasta R$ 6 milhões com viagens a nove países e perde o controle do Congresso
Quais indenizações recebem os adidos Os militares em missão
permanente no exterior, em aditâncias ou em outras missões, contam com
as seguintes indenizações: Indenização de Representação no Exterior
(IREX), auxílio-familiar, ajuda de custo, diárias no Exterior,
auxílio-funeral e auxílio-moradia. Ajuda de custo é paga antecipadamente
ao servidor para custeio das despesas de viagem, mudança e da nova
instalação. Tem o valor de 2 duas retribuições básicas e dois o
auxílios-familiar, acrescido o total de uma IREX.
O auxílio-familiar cobre as despesas de educação e assistência aos
dependentes do servidor no exterior. É calculado em função da IREX
recebida pelo servidor, na proporção 10% desse valor para a esposa; 5%
para filho menor de 21 anos ou estudante menor de 24 anos que não receba
remuneração, filha solteira e mãe viúva que não recebam remuneração.
A IREX é destinada a compensar “as despesas inerentes a missão de
forma compatível com suas responsabilidades e encargos”, diz a Lei nº
5.809/1972. O valor depende de questões com a representatividade e a
natureza da missão, a hierarquia funcional ou militar e o custo de vida
local.
VEJA TAMBÉM: Câmara dos Deputados paga o teto salarial ou até um pouco mais para 1,5 mil servidores
Verbas previstas na lei, afirmam militares O blog enviou às
Forças Armadas a relação das maiores remunerações pagas a adidos e
solicitou esclarecimentos sobre os elevados valores pagos. A Marinha
respondeu que as remunerações de adidos militares estão previstas na Lei
nº 5.809/1972, que dispõe sobre a retribuição e direitos do Pessoal
Civil e Militar em Serviço da União no Exterior.
Acrescentou que as “remunerações eventuais” são valores proporcionais
referentes às rubricas de retribuição básica, gratificação por tempo de
serviço e auxílio moradia no exterior. As descritas como “verbas
indenizatórias” são valores referentes à IREX, ajuda de custo e auxílio
familiar.
Afirmou ainda que o valor referente à IREX é o produto entre o Índice
de Representação e o Fator de Conversão referentes à missão exercida,
independente da “remuneração básica”. “Por fim, a Marinha reforça o seu
compromisso com a transparência, a legalidade, a ética e a probidade na
condução de suas atividades”, diz a nota do Comando da Marinha.
O blog perguntou ao Comando da Aeronáutica por que as indenizações do
suboficial Dener Vidal tiveram valor tão elevado. A base de dados do
Portal da Transparência não detalha essas despesas. A Aeronáutica
respondeu que, além das usuais receitas e despesas previstas na Lei nº
5.809/72, no contracheque, constam valores decorrentes de ressarcimento
de auxílio-moradia no exterior, concedido na forma de ressarcimento por
despesa comprovada pelo militar. “Entretanto, em virtude de exigência da
legislação dos Emirados Árabes Unidos, os contratos de aluguel são
firmados pelo período mínimo de um ano e os locatários exigem o
pagamento integral e antecipado dos aluguéis referentes a este período”,
diz a nota do comando.
A Aeronáutica acrescentou que adota as normas estabelecidas na Lei de
Retribuição no Exterior (nº 5.809/1972). “No caso dos militares que
foram citados na solicitação em comento, todos já haviam regressado ao
Brasil e receberam valores referentes ao somatório das indenizações por
término de missão”.
A Força Aérea afirmou ainda que adota as normas estabelecidas na Lei
de Retribuição no Exterior (nº 5.809/1972). “No caso dos militares que
foram citados na solicitação em comento, todos já haviam regressado ao
Brasil e receberam valores referentes ao somatório das indenizações por
término de missão”.
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o ex-presidente Bolsonaro| Foto: Isac Nobrega/ Palácio do Planalto
A
eleição municipal já está mexendo com os partidos. O ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) almoçou na sexta-feira (2), na companhia do governador
Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o prefeito de São Paulo, Ricardo
Nunes. E ele declarou que Ricardo Nunes é a melhor solução para
prefeitura de São Paulo no ano que vem. Ou seja, apoiando a reeleição de
Ricardo Nunes, que é do MDB.
Claro que isso desgostou o deputado Ricardo Sales (PL-SP), que foi
ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro e que é um ativista político e
bota a boca no mundo. Nas redes sociais ele já disse que “quem anda com
porcos farelo come”. Então, está praticamente rompendo.
Agora eu fico pensando que Bolsonaro, com isso, pode estar se
aproximando e atraindo MDB, que é uma grande força de articulação
política, principalmente, em termos municipais. E em segundo lugar, está
sendo realista, porque o outro o candidato adversário é [Guilherme]
Boulos (PSol) e na capital a esquerda é forte. Ou seja, precisa de um
candidato com uma veia mais populista.
Talvez seja esse o desejo. E, ao mesmo tempo, é o desejo do
presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que também está dando força
para o prefeito de São Paulo.
Senador quer mudar relatora da CPMI do 08 de janeiro Neste
domingo (4), antes da missa, um depoimento de uma senhora que estava lá,
na frente do Supremo. Uma senhora que eu digo, uma senhora de mais de
70 anos. Eu a admirava pelo seu restaurante em Brasília. Ela me disse
que estava lá [nas manifestações do 08 de janeiro] e que viu as pessoas
saindo do Supremo e se vangloriando que já tinham quebrado as coisas. Um
veio com a capa do [ministro Alexandre de] Moraes, o outro veio com
outra coisa e não eram as pessoas que ela via no acampamento [do QG do
Exército]. Eram caras novas e caras esquisitas.
Acho que essas coisas têm que ser apuradas. Agora vai ser difícil
apurar, se a relatora [da CPMI] já expressou a sua conclusão. Disse que
foi uma tentativa de golpe, que foi um atentado e que ela nunca viu isso
nem no governo militar. Não sei se ela tem idade para ter visto alguma
coisa no governo militar. A senadora Eliziane [Gama].
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) está pedindo que troquem a
relatora, porque ela já expressou a vontade dela. Ela é claramente
aliada do seu coestaduano maranhense, que é o senador e ministro da
Justiça, Flávio Dino. Não sei se vai conseguir, mas ele anuncia, o
senador Marcos do Val, que no âmbito da CPI mista vai fazer esse pedido.
Governo Lula não tem base no Congresso e dificilmente terá Eu
queria fazer um levantamento do que foi a votação da Medida Provisória
dos Ministérios. O governo desesperado quase perdeu. Quase ficou sem 17
Ministérios e teve que largar R$ 1 bilhão e 700 milhões em emendas para
deputados para conseguir 337 votos. Foi um desespero e o governo teve
que abrir mão de tudo aquilo que se alterou na medida provisória.
E teve até MPS de que sequer foram votadas e, portanto, não fizeram
as mudanças que o governo queria. Por exemplo, a medida provisória que
trazia o Coaf de volta para o ministério da Fazenda caducou. Ou seja,
Coaf continua no Banco Central.
A medida provisória que extinguia Funasa caducou também e ninguém
votou nela. Então não se extinguiu a Funasa e o governo está correndo
atrás para reconstruir aquilo que foi desmontado nesses meses de
administração do Lula. A Funasa foi enterrada, foi uma medida
provisória, mas ressuscitou e isso é um problema sério.
Isso sem falar daquilo que foi retirado e passaram para a medida
provisória principal. Retiraram de Marina Silva, do ministério do Meio
Ambiente, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Agência Nacional de Águas
(ANA), e retiraram do ministério dos Povos Indígenas, da Sônia
Guajajara, a possibilidade de fazer demarcação de terra. Isso é o que a
oposição mudou nos desejos do governo e o governo não tem maioria no
Congresso e dificilmente vai ter.
Lula crê que corrupção e abusos de poder podem ser esquecidos se houver ‘narrativa melhor’
Por Felipe Moura Brasil – Jornal Estadão
“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa
para destruir o meu potencial inimigo.” A frase dita por Lula ao lado de
Nicolás Maduro, durante visita do ditador venezuelano ao Brasil, é uma
confissão do método usado e recomendado pelo presidente.
Ela passou quase despercebida, porque as reações nacionais e
internacionais focaram na aplicação dele ao caso do sucessor de Hugo
Chávez:
“Companheiro Maduro, você sabe a narrativa que se construiu contra a
Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo. Acho que cabe à
Venezuela mostrar a sua narrativa, para fazer as pessoas mudarem de
opinião… É preciso que você construa a sua narrativa. E eu acho que, por
tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor
do que a narrativa que eles têm contado contra você… Nossos adversários
vão ter que pedir desculpa pelo estrago que eles fizeram na Venezuela.”
Lula, porém, já havia aplicado o mesmo método ao caso de José Dirceu.
O presidente declarou, em fevereiro, que o mensaleiro petista também
condenado pelo petrolão “não tem que andar escondido, tem que colocar a
cara para fora e brigar”.
“Você tem que brigar para construir uma outra narrativa na sociedade brasileira.”
Dirceu está condenado em três instâncias por corrupção, com pena
fixada pelo Superior Tribunal de Justiça em 4 anos e 7 meses em regime
semiaberto. Ele recebeu suborno de R$ 2 milhões em caso envolvendo
compra de tubos da Petrobras, segundo a acusação.
Já as agências de inteligência militares e civis do estado
venezuelano implementam um “plano orquestrado nos mais altos níveis do
governo para reprimir a dissidência através de crimes contra a
humanidade”, segundo uma missão estabelecida pela ONU. Lula ainda tentou
se explicar sobre o afago na ditadura que ajudou a sustentar com
dinheiro dos brasileiros, via BNDES e Odebrecht:
“Desde que o Chávez tomou posse, foi-se construindo uma narrativa… Em
que você determina que o cara é um demônio. A partir daí, você começa a
jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu com Chávez, foi
assim que aconteceu comigo.”
Quando Lula se coloca junto a ditadores como vítima de narrativas
falsas, ele só reforça a certeza sobre a falsidade de suas próprias
narrativas, usadas para destruir seus inimigos. Lula crê que corrupção e
abusos de poder – do passado, presente ou futuro – podem ser
esquecidos, se houver narrativa “infinitamente melhor”. Para legitimar
as dele, indicou seu próprio advogado para o Supremo Tribunal Federal.
Apesar de todos os interesses e
dificuldades, clima no Congresso é favorável à aprovação da proposta
pela primeira vez em anos. Governo não pode deixar esta rara
oportunidade passar
Por Notas & Informações – Jornal Estadão
Com a aprovação do arcabouço fiscal, a Câmara deve finalmente dar
andamento à reforma tributária, assunto que é debatido há anos na Casa. O
relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), pretende apresentar um relatório
com as diretrizes da proposta nos próximos dias, mas o substitutivo que
irá a votação só será divulgado depois disso. A ideia é submeter o texto
ao plenário antes do recesso parlamentar, um cronograma que parece
muito otimista diante dos numerosos interesses que um texto digno de ser
chamado de reforma deva endereçar.
O coordenador do grupo de trabalho que discute o tema, Reginaldo
Lopes (PT-MG), já adiantou que os setores de saúde, educação e
transporte coletivo poderão contar com uma alíquota reduzida no Imposto
sobre Valor Agregado (IVA), que deve substituir vários tributos que hoje
incidem sobre o consumo. Aventa-se a possibilidade de privilegiar,
também, produtos do agronegócio.
Considerando que nem Ribeiro nem Lopes são deputados inexperientes, é
de perguntar o que pretendem com as sinalizações que têm dado sobre os
rumos da reforma tributária. A divulgação de um parecer com diretrizes
gerais, antes do texto que será votado em plenário, soa como
diversionismo para não enfrentar de uma vez os conhecidos dissensos da
reforma. Já a admissão de que alguns setores terão alíquotas
diferenciadas abre a porteira para que todos defendam privilégios para
si mesmos.
Reportagens do Estadão têm mostrado a batalha que
ocorre nos bastidores da atuação do grupo de trabalho. Empresários de
segmentos com direito à desoneração da folha de pagamento querem que a
manutenção do benefício seja incluída na proposta – embora esta etapa da
reforma nem sequer trate de encargos sobre salários dos funcionários.
No lugar da devolução de impostos pagos pela parcela mais vulnerável da
população, representantes de supermercados pleiteiam a manutenção da
isenção generalizada dos itens da cesta básica, uma política pública
cara, sem foco e que atinge até as camadas mais abastadas da sociedade.
Governadores e prefeitos, por sua vez, defendem o IVA Dual, ou seja,
um que unifique os tributos da União, como PIS, IPI e Cofins, e outro
que una os impostos estaduais e municipais, como ICMS e ISS. “O que será
realmente a autonomia de um governador? Qual é a função de uma
Assembleia Legislativa? Em nome de uma reforma tributária, você não pode
matar a Federação, concentrar todos os poderes nas mãos de um comitê”,
criticou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Todas estas demandas são legítimas e não são nenhuma novidade. Nos
últimos anos, os debates no Congresso provaram só haver consenso sobre a
necessidade de uma reforma para substituir um sistema que se tornou
completamente disfuncional ao longo dos anos. Cada setor, no entanto,
quer ter direito a um tratamento especial, justamente a origem do que
levou ao manicômio tributário atualmente em vigor. Subsídios, regimes
diferenciados e guerras fiscais evidenciam essa prática que, de exceção
em exceção, dinamitou as bases do sistema como um todo.
Apesar das dificuldades, há um clima favorável à aprovação de uma
reforma tributária ampla como há muito não havia. Diferentemente da
proposta de fatiamento defendida pelo então ministro da Economia, Paulo
Guedes, durante a administração de Jair Bolsonaro, sabiamente, ao menos
neste tema, o governo Lula decidiu não bater de frente com o Congresso. A
reforma conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL),
e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, teve reconhecido seu papel como interlocutor e articulador nas
pautas econômicas de interesse do Executivo.
São os detalhes e as exceções, porém, que podem fazer o texto
naufragar, e é preciso enfrentá-los com pulso firme. A tramitação do
texto será um novo teste à liderança de Haddad, que, em sintonia com o
relator do parecer e as lideranças do Congresso, terá o desafio de
arregimentar o maior apoio político possível sem deturpar os princípios
da proposta. É obrigação do governo não deixar esta rara oportunidade
passar.
Os sites que são máquinas de vendas são aqueles projetados com o
objetivo específico de gerar conversões e vendas para a empresa. Eles
são criados com foco na experiência do usuário e são estruturados para
incentivar os visitantes a tomar medidas que os levem a se tornarem
clientes pagantes.
Algumas das características de um site que é uma máquina de vendas incluem:
Design otimizado para conversão: o site é criado com
um design visualmente atraente e funcional, que leva o visitante a
realizar a ação desejada, seja ela uma compra, inscrição em um serviço,
etc.
Conteúdo claro e persuasivo: o site apresenta
informações sobre os produtos ou serviços de forma clara, objetiva e
convincente, destacando seus benefícios e diferencial em relação aos
concorrentes.
Calls-to-action (CTAs) bem definidos: o site
apresenta CTAs claros, chamativos e bem posicionados, que incentivam o
visitante a realizar a ação desejada, seja ela comprar um produto, se
inscrever em um serviço, etc.
Experiência do usuário: o site é projetado para
proporcionar uma experiência positiva ao visitante, com navegação fácil,
carregamento rápido e boa usabilidade.
Por outro lado, os sites que são apenas enfeites não são criados com a
intenção de gerar conversões ou vendas, mas sim como uma forma de
apresentação da empresa ou marca na internet. Eles podem ter um design
atraente, mas não são estruturados para incentivar o visitante a tomar
uma ação específica.
Algumas das características de um site que é apenas um enfeite incluem:
Design focado na aparência: o site é projetado com
foco no visual, muitas vezes com elementos visuais excessivos, sem
considerar a eficácia da conversão ou venda.
Conteúdo informativo, mas não persuasivo: o site
fornece informações sobre a empresa ou marca, mas não apresenta conteúdo
que destaque as vantagens e benefícios dos produtos ou serviços.
CTAs limitados: o site não apresenta CTAs claros e bem posicionados, ou mesmo não apresenta nenhuma CTA.
Experiência do usuário secundária: a aparência do
site é mais importante do que a usabilidade e a experiência do usuário. O
carregamento pode ser lento e a navegação pode ser difícil.
Em resumo, a principal diferença entre um site que é uma máquina de
vendas e um site que é apenas um enfeite é a intenção do projeto. O
primeiro é criado com o objetivo de gerar conversões e vendas, enquanto o
segundo é criado como uma forma de apresentação da empresa ou marca na
internet.
Explique como deve ser um site otimizado para conversão?
Moysés Peruhype Carlech e ChatGPT
Um site otimizado para conversão é aquele que é projetado e
construído com o objetivo de transformar visitantes em clientes ou
usuários ativos. Existem várias maneiras de otimizar um site para
conversão, e aqui estão algumas dicas para ajudar você a criar um site
mais eficaz:
Clareza e simplicidade: Seu site deve ter um design
limpo, fácil de navegar e com informações claras. Certifique-se de que
seus visitantes possam encontrar facilmente o que estão procurando e que
saibam como entrar em contato com você.
Call-to-Actions (CTAs): Inclua botões e links de
chamada à ação em locais estratégicos no seu site, como na página
inicial, nas páginas de produtos e serviços e nas páginas de contato.
Certifique-se de que suas CTAs sejam atraentes e claramente indicativas
do que acontecerá quando o usuário clicar nelas.
Testes A/B: Faça testes A/B em diferentes elementos
do seu site, como o título, as imagens e o texto do botão CTA, para
descobrir o que funciona melhor para converter visitantes em clientes.
Experiência do usuário: Certifique-se de que seu
site seja fácil de usar em dispositivos móveis e carregue rapidamente.
Melhore a experiência do usuário, oferecendo um design intuitivo, com
fácil acesso e navegabilidade.
Conteúdo atraente: O seu site deve ter um conteúdo
interessante e relevante para seus visitantes. Crie conteúdo informativo
e atraente para o seu público-alvo e ofereça soluções para seus
problemas e necessidades.
Social proof: Inclua depoimentos de clientes
satisfeitos, estatísticas e prêmios para ajudar a convencer seus
visitantes a se tornarem clientes.
Monitoramento e análise: Use ferramentas de análise
para monitorar o comportamento dos visitantes e identificar áreas que
precisam ser melhoradas. As métricas que podem ser monitoradas incluem
taxas de conversão, tempo médio de permanência no site, taxa de rejeição
e outras métricas de engajamento.
Ao implementar essas estratégias, você poderá criar um site otimizado
para conversão que atraia mais visitantes e aumente suas taxas de
conversão.
A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO
Moysés Peruhype Carlech
A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz
divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a
atenção para as seguintes questões:
• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou
pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.
• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas
para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.
• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.
• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.
• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se
expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação,
vendas, etc.
• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:
a) Digitalização dos Lojistas;
b) Apoio aos lojistas;
c) Captura e gestão de dados;
d) Arquitetura de experiências;
e) Contribuição maior da área Mall e mídia;
f) Evolução do tenant mix;
g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;
h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;
i) Convergência do varejo físico e online;
j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;
k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;
l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;
m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.
Vantagens competitivas da Startup Valeon:
• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar
rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a
Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando
para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.
• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos
contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam
dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses
parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do
Aço para os nossos serviços.
• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois
são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.
• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.
• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do
mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas
desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na
divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso
funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia,
inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande
empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar
tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos
manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em
como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.
• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de
divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu
faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao
site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Proposta:
Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas
Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de
divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que
os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.
Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada
empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços,
telefone, WhatsApp, etc.
O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja
também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a
oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de
divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma
Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa
livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua
empresa seja oficializada.
A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando
para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as
melhores marcas do varejo e um mix de opções.
O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o
cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de
compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.
Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que
pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa
plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é
muito abaixo do valor praticado pelo mercado.
Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:
O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação
das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site
de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a
comunicação dos clientes com as lojas.
Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim
trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da
compra.
No país, as lojas online, que também contam com lojas
físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com
relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que
compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/) tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 220.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.600.000 de visitantes.
O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de
comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e
ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros
marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e
promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como:
empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de
produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais
do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.
Nós
somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos
tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história
ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.
Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
Terceiro mandato Por Carinne Aparecida de Souza Carvalho – Gazeta do Povo
Lula ao lado do presidente da Bolívia, Luis Arce, e do ditador
venezuelano, Nicolás Maduro, durante a cúpula de líderes sul-americanos,
em Brasília| Foto: EFE/André Coelho
Em cinco meses de governo, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se encontrou com 31 chefes
de Estado presencialmente e cinco por videoconferência. O petista
também já enviou o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o
assessor especial da área, Celso Amorim, para cumprirem agenda em outros
países. Essa agenda, no entanto, não tem surtido o efeito desejado.
O presidente tem repetido, veementemente, que o “Brasil voltou” para o
cenário internacional. Mas, ao mesmo tempo em que o país ganha projeção
no cenário internacional, ganham destaque também as falhas que Lula
comete ao comentar temas relevantes.
A relativização em relação à invasão feita pela Rússia à Ucrânia, e
as declarações sobre o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, são dois
exemplos.
Em diversas oportunidades, Lula disse que “a decisão da guerra foi
tomada por dois países”. O conflito, no entanto, teve início depois que a
Rússia invadiu a capital da Ucrânia, em fevereiro de 2022. As alegações
do brasileiro repercutiram negativamente pelo mundo e geraram críticas
ao petista – ainda mais depois que o chanceler russo, Sergei Lavrov,
veio ao país. Lula ainda chegou a sugerir que a Ucrânia deveria ceder a
Crimeia para a Rússia a fim de encerrar o conflito.
“A Ucrânia não precisa ser convencida de nada. A guerra é travada em
solo ucraniano e causa sofrimento e destruição indescritíveis. Mais do
que ninguém no mundo, esforçamo-nos para acabar com a agressão russa com
base na Fórmula da Paz proposta pelo presidente Zelensky”, escreveu o
porta-voz da diplomacia da Ucrânia, Oleg Nikolenko, após afirmações do
petista sobre a guerra.
O presidente brasileiro ainda disse que países como os Estados Unidos
e aqueles que integram a União Europeia são incentivadores da guerra. À
época, a Casa Branca se pronunciou sobre as falas do petista e condenou
as afirmações. Em um comunicado oficial, o órgão disse que o Brasil
estava “reproduzindo propaganda russa e chinesa” e que os comentários do
presidente eram “equivocados”.
As movimentações de Lula pró-Rússia causaram desconforto ao redor do
mundo e também para a Ucrânia, que vem sofrendo diariamente com o poder
bélico russo. Após sofrer duras críticas sobre suas falas, o governo
brasileiro procurou investir no caminho oposto e levantar a bandeira da
neutralidade no que dizia respeito ao conflito.
Em meio a essas polêmicas, Celso Amorim ainda foi enviado à Rússia e
se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin. Após a visita da
delegação brasileira ao país invasor, Nikolenko, por meio de uma
postagem nas redes sociais, convidou Lula para ir à Ucrânia para
entender “as causas reais, a essência da agressão russa e suas
consequências para a segurança global”.
Foi então que o presidente enviou Amorim ao país. Na Ucrânia, o
enviado brasileiro se encontrou com Volodymyr Zelensky com o intuito de
refazer a figura de “neutralidade” do Brasil e amenizar a situação
criada diante das afirmações de Lula.
Em entrevista à Folha de S.Paulo após retornar de Kyiv, Amorim disse
que visita à Ucrânia foi “muito tranquila” e que “o diálogo foi
positivo, de criação de confiança, visando a explicar nossos objetivos
para a paz”. Apesar da presença do assessor especial brasileiro no país,
o presidente ucraniano expressou o desejo de receber Lula, mas, até o
momento, o petista nunca indicou que irá até o país.
VEJA TAMBÉM:
A ficha de crimes de Maduro que Lula chama de narrativa
Os 7 erros políticos de Lula que levaram o governo à beira do colapso administrativo
Lula mina próprio esforço de unir América do Sul ao apoiar ditadura de Maduro No G7, Lula evita encontro com Zelensky
Após as polêmicas envolvendo Rússia e Ucrânia, Lula passou a apostar
no G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), que
aconteceu em maio, para firmar uma agenda positiva para o governo
brasileiro. Após 14 anos, o Brasil voltava a ser convidado para
participar da cúpula que tem o intuito de discutir temas relevantes ao
mundo e definir estratégias e propor soluções para problemas mundiais.
Chamado para participar como convidado, o petista participou de
reuniões para discutir a preservação de florestas, o clima e o combate à
fome. No evento, Lula ainda tinha um outro objetivo: a formação de um
clube da paz para colocar fim no conflito da Ucrânia.
Durante a cúpula, o presidente fez encontros bilaterais com
presidentes de diversos lugares do mundo, como Emmanuel Macron, da
França, e Olaf Scholz, primeiro-ministro da Alemanha. De última hora,
Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, confirmou que integraria a cúpula e
pediu para se encontrar com Lula. À imprensa, o brasileiro disse que
não tinha mais agenda para se encontrar com o líder ucraniano, mas que
tinha reservado um momento para o encontro e Zelensky não apareceu. O
desencontro dos dois presidentes levantou a hipótese sobre o
“desinteresse” de Lula em ouvir o que o presidente da Ucrânia tem a
dizer.
Em entrevista coletiva, Zelensky foi questionado se havia ficado
decepcionado por não ter se encontrado com líder brasileiro e disse que o
desapontamento seria, na verdade, do petista. “Eu me encontrei com
quase todos os líderes. Mas todo mundo tem seu próprio calendário,
motivo pelo qual acho que não pudemos nos encontrar com o presidente
brasileiro”, disse o líder ucraniano.
No encontro, os países discutiram e decidiram pela imposição de novas
sanções à Rússia, como uma forma de pressioná-la a colocar um fim na
guerra – tópico que voltou a deixar Lula em uma situação desconfortável.
O petista não acredita que sanções unilaterais surtam efeito para o fim
do conflito.
“Essas medidas, além de não terem o aval das Nações Unidas [ONU],
elas têm impactos negativos sobre as economias de todo o mundo, em
especial nos países em desenvolvimento”, afirmou o ministro das Relações
Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, após o encontro com Lavrov.
Aproximação com a China No final de abril, o presidente Lula
também fez uma viagem à Ásia, onde visitou os Emirados Árabes e a China.
Grande parceiro comercial do Brasil, o governo chinês é acusado de
fazer presos políticos, violar os direitos humanos e adotar leis que não
permitem a liberdade de expressão.
No país, Lula se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, que
está no cargo desde 2013, e fez “vista grossa” para os crimes cometidos
pelo governo do país. “Todos os países do mundo têm problemas. A China
encontrou um jeito de resolver os seus problemas, e um jeito que
permitiu que a China logo, logo se transforme na primeira economia do
mundo”, disse Lula ao ser questionado sobre os crimes cometidos pelo
governo chinês.
A viagem ao país também chamou atenção por sua extravagância. Em uma
comitiva com cerca de 73 pessoas, estima-se que a viagem tenha custado,
ao mínimo, R$ 6,6 milhões. Para além dos gastos, os integrantes da
comitiva intrigaram a bancada da oposição, já que entre os que viajaram
com Lula para a China estavam o líder do Movimento Sem Terra (MST), João
Pedro Stédile, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Sergio Nobre.
O senador e líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), fez críticas a
esses convidados de Lula durante pronunciamento que fez no plenário em
abril. De acordo com o parlamentar, a presença de Stédile na viagem era
para declarar que o MST faria invasões a propriedades privadas durante
sua ausência no Brasil.
“Fizeram [uma invasão] hoje numa fazenda de Pernambuco, que é um
centro de pesquisa da Embrapa, a maior empresa do mundo em inovação
tecnológica, o que nos coloca na vanguarda da agricultura do mundo, como
invadiram também propriedades privadas, sedes do Incra. E isso sob a
complacência das autoridades governamentais do Ministério da Justiça,
que vê um cidadão como esse anunciar o crime, perpetrar o crime e não
ser impedido”, disse.
Durante a permanência de Lula na China, o jornal The Washington Post,
dos Estados Unidos, também criticou a aproximação entre os dois países,
além de rebater as afirmações que Lula sobre os Estados Unidos
incentivar o conflito em solo ucraniano. Em um artigo, o periódico
criticou a política externa do petista e disse que “apesar de esperarem
que ele fosse um parceiro para o Ocidente após a vitória nas eleições”,
ele parece ter “seus próprios planos”.
Acenos ao ditador da Venezuela Desde que assumiu o terceiro
mandato, Lula reafirma seu interesse em voltar a estabelecer contatos
com a América do Sul. Nesse sentido, o presidente realizou nesta semana
um encontro com os presidentes sul-americanos, em Brasília. O encontro
aconteceu no Palácio do Itamaraty e reuniu representes de 11 dos 12
países da região.
Mas Lula errou nas apostas que fez para o encontro. No domingo, dois
dias antes da reunião, o petista recebeu o ditador venezuelano, Nicolás
Maduro, com quem fez diversas reuniões bilaterais. O encontro e a forma
como Maduro foi recebido pelo governo brasileiro – com honras de chefe
de Estado – foram alguns pontos que causaram desconforto entre
presidentes de outros países e também na base do governo.
Após encontros bilaterais com Maduro, o presidente brasileiro alegou
que a Venezuela era “vítima de uma narrativa de antidemocracia e
autoritarismo”. Na cúpula, Lula tinha a intenção de retomar a União das
Nações Sul-Americanas (Unasul) e reintegrar o país venezuelano no
diálogo e cooperação com os países que formam o continente.
As falas de Lula foram repreendidas pelos presidentes do Uruguai, do
Chile e também da Argentina, que criticaram o posicionamento do
brasileiro em relação aos crimes pelos quais Maduro é acusado pelo
Tribunal Internacional da ONU.
Em um vídeo publicado em seu Instagram e rapidamente deletado, o
presidente do Uruguai, Lacalle Pou, disse que ficou “surpreso” ao ouvir
que o governo venezuelano é uma “narrativa”.
O presidente chileno de esquerda, Gabriel Boric, também criticou e
retrucou as afirmações de Lula: “Não é uma questão de narrativa como
disse o presidente Lula ontem. É a realidade e é uma questão de direitos
humanos”, disse Boric.
Até mesmo o presidente argentino, Alberto Fenández, que tem sido
defendido por Lula, alfinetou o brasileiro e o ditador venezuelano. “A
construção da democracia, dos direitos humanos na América Latina, é uma
luta que custou a vida de muita gente, e não podemos perder isso”, disse
em áudio vazado à imprensa.
Apesar dos erros cometidos por Lula na busca na chamada política
externa de “retomada”, o governo brasileiro se diz otimista com os
movimentos dos últimos dias.
À Gazeta do Povo, um membro da comitiva de Lula revelou que o
presidente tem enxergado as movimentações dos últimos dias com otimismo e
que não vai deixar que as críticas que recebeu, mesmo de apoiadores,
impeçam o avanço de outras discussões. “Têm assuntos em que [os países]
não concordam e mesmo assim conseguem avançar em outras agendas. Acho
que o Brasil vai continuar buscando isso”, afirmou.
Agenda internacional
Para os próximos meses, o presidente programa uma nova série de
viagens a outros países. Em coletiva de imprensa na última terça-feira
(30), Lula revelou que tem, em junho, um encontro econômico na França;
em agosto ele participa do encontro dos Brics na África do Sul; ele
também tem uma reunião com a Comunidade dos Países de Línguas
Portuguesas, em São Tomé e Príncipe, na África Central; e, em setembro,
Lula também participa do encontro do G20, na Índia.
4 de junho, domingo Movimentos da sociedade civil vão às ruas contra cassação de Dallagnol; saiba os locais e horários
Por Tatiana Azevedo – Gazeta do Povo
Deltan Dallagnol em protesto em Curitiba após sua cassação pelo TSE.| Foto: Marcos Tosi/Gazeta do Povo
Movimentos
organizados da sociedade civil prometem ir às ruas neste domingo (4),
em várias cidades brasileiras, em protesto contra a cassação do deputado
federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). De acordo com a coordenadora do
movimento Olho no Congresso Brasil, Cristina Leal, o principal objetivo
das manifestações é fazer com que o povo volte às ruas para manifestar a
indignação contra as “arbitrariedades” dos tribunais e questões que
estão sendo desrespeitadas no Brasil.
O ponto forte dos protestos será na Boca Maldita, ponto tradicional
no Centro de Curitiba, capital do Paraná, estado pelo qual Dallagnol foi
eleito para a Câmara dos Deputados, com aproximadamente 345 mil votos
(344.917). O ato será na tarde de domingo, às 15 horas, e terá a
presença do parlamentar e ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em
Curitiba, da presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), de deputados
federais e estaduais de diversos partidos e representantes de movimentos
da sociedade civil.
A decisão de convocar as manifestações veio após o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol,
sob alegação de descumprimento da Lei da Ficha Limpa. Em 17 de maio, por
7 votos a 0, os ministros do TSE consideraram que o parlamentar teria
infringido essa lei por ter pedido exoneração do cargo de procurador
para evitar um possível processo administrativo disciplinar. Na
avaliação de Cristina Leal, trata-se de mais uma das arbitrariedades
cometidas ultimamente pelos tribunais no país.
Os protestos estão sendo convocados por meio das redes sociais com o
lema “Democracia, Liberdade e Justiça”, e reúnem movimentos como o Vem
pra Rua, Fiscaliza Brasil, Mulheres com Moro, Resistência Lavajatista,
Fora Corruptos, Movimento Popular de Fiscalização Política, entre
outros.
Segundo a coordenadora do movimento Olho no Congresso Brasil, a ideia
é que a grande manifestação ocorra mesmo em Curitiba, e que sejam
realizados protestos em outras capitais e municípios do interior do
Brasil em menor escala, mas com a mesma importância.
VEJA TAMBÉM:
4 de junho: receio de criminalização pelo STF faz manifestantes pró-Dallagnol adotarem restrições
Protesto do 4/6 testa capacidade de união contra autoritarismo judicial
“Protestos de 4 de junho expressam indignação popular com agressões a
direitos constitucionais do cidadão”, diz diretor do Ranking dos
Políticos Atos pelo Brasil Manifestações estão programadas em pelo menos 12 estados brasileiros neste domingo, 4 de junho.
Em São Paulo, o ato será na Avenida Paulista, no coração da capital,
com uma caminhada. Os participantes levarão 350 balões pretos
representando os votos “silenciados” de Dallagnol, o deputado federal
mais votado do Paraná em 2022, com quase 345 mil votos.
Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Vitória, Manaus, Rio de
Janeiro, Recife, Salvador, Goiânia e Belém também estão entre as
capitais que vão realizar atos neste domingo. Confira abaixo a
programação das manifestações pelo Brasil, com horário e local de cada
ato.
Cristina Leal, do movimento Olho no Congresso Brasil, diz que esses
atos serão uma espécie de “esquenta”, para fazer com que as pessoas se
sintam seguras, livres, nas ruas. “Depois do 8 de janeiro e com todas as
arbitrariedades do STF e do Alexandre de Moraes, as pessoas têm medo.
Até porque 8 de janeiro foi uma coisa muito chocante para todos”.
Indignação
Os atos deste domingo também pretendem demonstrar o descontentamento e
a indignação com a visita de Nicolás Maduro ao Brasil, na semana
passada, quando o ditador venezuelano foi recebido com honras de chefe
de Estado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); com a
indicação de Cristiano Zanin, advogado de defesa de Lula na Lava Jato,
para o Supremo Tribunal Federal (STF); com o decreto do saneamento do
governo petista, e até as considerações sobre mudanças na Eletrobras.
A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) é uma das parlamentares mais
ativas na convocação dos atos de 4 de junho. Ela gravou vídeos chamando a
população para ir às ruas. “A cassação injusta e desarrazoada do
deputado Deltan Dallagnol mostra que a gente não pode ficar calado
diante dessa desarmonia entre os poderes. Não há justiça quando um poder
interfere no outro, não há democracia quando há ativismo judicial, não
há liberdade quando um poder está de joelhos para o outro”, afirma a
parlamentar em vídeos que estão circulando nas redes.
Em entrevista a um podcast, Dallagnol ressaltou que existem outros
casos, além do dele, “a cada duas semanas você teve Deltan, você teve
Crivella agora, tem o Rogério Marinho, você tem toda a chapa do PL do
Ceará; e a cada duas semanas um parlamentar de direita tá sendo cassado
desde o começo do ano. Eu tenho uma grande preocupação com essa leitura
de que o sistema tem dois pesos e duas medidas”, afirmou.
“É pela democracia, pela liberdade e pela justiça. Se não fosse a
sociedade nas ruas, a Lava Jato teria morrido em 2015. As manifestações
são novamente muito importantes”, salientou o parlamentar.
Atos pelo Brasil Amazonas Manaus – 10h – Praça São Sebastião – Teatro Amazonas
Bahia Salvador – 10h – Farol da Barra
Espírito Santo Vitória – 10h – Praia de Camburi km 4
São Paulo São Paulo – 10h – Avenida Paulista – Masp
Campinas – 10h – Largo do Rosário
Ribeirão Preto – 09h – Feira da Portugal com Av. 9 de julho
São José dos Campos – 10h – Vicentina Aranha
São José do Rio Preto – 09h – Estacionamento do Centro Regional de Eventos
Brasília não terá manifestações Matéria da Gazeta do Povo mostrou
que os movimentos decidiram não realizar um ato em Brasília não só pelo
trauma do 8 de janeiro, mas também porque a logística e organização para
atos na Esplanada dos Ministérios se tornou mais difícil junto à
Secretaria de Segurança.
“Por ter pelo menos 5 mil pessoas e por estar em cima da hora, e sem a
garantia da Secretaria de Segurança Pública, optamos por não fazer”,
diz Lucas Tomas, do grupo União, Juventude e Liberdade.
Apesar de não estar previsto um ato com pessoas, os organizadores
avaliam se será possível ao menos pendurar uma faixa contra a cassação
de Dallagnol em algum viaduto de Brasília.
Manifestação em apoio à Operação Lava Jato e ao combate à corrupção em Curitiba, em 2016.|| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
Além
da justa indignação daqueles preocupados com o combate à corrupção e
com um Judiciário que não mais se vê limitado pelo texto da lei, e do
deboche daqueles que protagonizaram os escândalos investigados pela Lava
Jato, há um tipo bastante peculiar de reação ao absurdo cometido pelo
Tribunal Superior Eleitoral, que impugnou a candidatura de Deltan
Dallagnol, tirando-lhe o mandato de deputado federal. Referimo-nos
àqueles que até chegam a admitir (com maior ou menor ênfase) o erro na
decisão do TSE, já que a Lei da Ficha Limpa torna inelegíveis apenas
membros do MP que tenham se desligado durante o andamento de processo
administrativo disciplinar, o que não era o caso de Dallagnol, mas
insinuam, ou até afirmam explicitamente, que o ex-procurador cavou seu
próprio infortúnio.
Este raciocínio é derivado daquela narrativa, tão frequente quanto
equivocada, a respeito de supostos “equívocos” ou “abusos” cometidos
pela Operação Lava Jato. Fala-se em “criminalização da política”, em
lawfare (a manipulação da lei para fins de perseguição política), e em
“sanha punitivista”. Abusa-se da falácia do post hoc ergo propter hoc,
usando o fato de protagonistas da operação terem assumido cargos
políticos – a começar pelo ex-juiz Sergio Moro, que no fim de 2018
aceitou o convite de Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça – como
“prova” de que, no fim das contas, toda a operação havia sido montada
com finalidade política, para alijar uns e promover outros. Em resumo,
nesta linha de pensamento a Lava Jato teria iniciado ou potencializado a
desmoralização da lei, e agora torna-se vítima do que ela mesmo
fomentou.
A Lava Jato certamente inovou, mas não da forma como seus detratores querem fazer a sociedade acreditar.
Nada, nada mais enganoso que pensar assim, e causa-nos surpresa que
esta narrativa dos “abusos”, fomentada pelos adversários (declarados ou
dissimulados) da Lava Jato, também conquiste os ouvidos de muita gente
bem-intencionada, apoiadora do combate à corrupção e ciente do tamanho
do mal que os esquemas engendrados pelo petismo causaram ao país. Este
discurso não resiste a uma análise serena do que foi a operação, dos
métodos por ela empregados e da forma como suas conquistas foram
desmanteladas – e que também é essencial para compreender o pedido de
exoneração que se tornou o centro da discussão que levou à perda de
mandato de Dallagnol.
O esquema desvendado pela Lava Jato, uma pilhagem de estatais
comandada pelo PT em conluio com partidos aliados e empreiteiras, é o
maior da história do país, era altamente intrincado e cheio de
ramificações. Políticos graúdos lutaram com todas as suas forças para
não chegar ao banco dos réus, mas enfim tiveram de pagar por seus crimes
como nunca antes havia ocorrido neste país. E não são poucos os que
imaginam que, diante de tamanha bandidagem envolvendo os altíssimos
escalões do poder, seria impossível ter sucesso no combate à ladroagem
sem ultrapassar um pouco os limites da lei, para garantir que não
houvesse impunidade. Não foi o que ocorreu, no entanto, até porque ainda
estavam frescas na memória as anulações de outras operações como a
Satiagraha. A Lava Jato certamente inovou, mas não da forma como seus
detratores querem fazer a sociedade acreditar.
VEJA TAMBÉM: “Excessos” da Lava Jato, narrativa equivocada e preocupante A verdade sobre a Lava Jato
TSE atropela a lei e os fatos para cassar Deltan Dallagnol A perseguição a Deltan Dallagnol, à Lava Jato e a hora da mobilização popular A
Lava Jato foi a primeira operação anticorrupção de grande vulto, por
exemplo, a empregar as delações premiadas, graças à sanção, em 2013, da
lei que estabeleceu as regras para esse instrumento. Também empregou
amplamente a cooperação com organismos nacionais e internacionais,
igualmente com previsão legal, e chamou a atenção especialmente pelo
grau quase inédito de transparência e prestação de contas à sociedade,
por meio da publicidade total de seus atos, inclusive como meio de
mobilizar a opinião pública em torno do combate à corrupção. Nada disso
constituía ilegalidade alguma, mas as discordâncias, especialmente em
relação aos métodos, é perfeitamente legítima. Assim, a estratégia dos
adversários da Lava Jato foi justamente elevar a discordância ao status
de “abuso” ou “excesso”, aproveitando-se do fato de que há muitas
pessoas bem-intencionadas que, por quaisquer motivos, discordam de
algumas das estratégias usadas pela força-tarefa. O circo midiático da
“Vaza Jato”, com a publicação de supostas conversas entre procuradores, e
deles com o então juiz Moro, ajudou a reforçar a falsa narrativa, ainda
que seu conteúdo – caso seja verdadeiro, o que jamais foi possível
comprovar – mostrasse um tipo de interlocução que é considerada
habitual, como atestaram ministros do Supremo e o corregedor-nacional do
Ministério Público.
A reação contra a Lava Jato era prevista, inclusive por Moro e
Dallagnol, graças ao exemplo italiano do desmonte da Operação Mãos
Limpas, e tinha uma dimensão tripla. Era preciso desfazer os sucessos
conseguidos – o que foi feito pela via judicial, anulando-se por mero
formalismo processos em que o Código de Processo Penal foi seguido à
risca e inventando-se “erros de CEP” para tirar da 13.ª Vara Federal de
Curitiba ações que haviam ali permanecido por decisão do próprio
Supremo. Além disso, devia-se garantir que operações semelhantes jamais
viessem a ocorrer; o Congresso se encarregou disso ao aprovar a Lei de
Abuso de Autoridade. Por fim, era preciso desmoralizar e punir os
responsáveis pelo combate à corrupção – e, no caso de Dallagnol, o
Conselho Nacional do Ministério Público foi fundamental para que isso
ocorresse.
O clima atual não foi criado pela Lava Jato, mas apenas por aqueles que desejaram o seu fim e continuam lutando por isso.
Basta observar os PADs nos quais o ex-procurador foi condenado no
CNMP para se atestar o seu caráter persecutório. Em ambos, o exercício
da liberdade de expressão, direito garantido constitucionalmente e
reforçado na Lei Orgânica do Ministério Público, foi transformado em
“crime de opinião” – primeiro, nas críticas a decisões do STF que
beneficiaram réus da Lava Jato; depois, no alerta sobre o possível
retorno de Renan Calheiros à presidência do Senado. A má-fé foi tamanha
que, apesar de a Carta Magna vedar expressamente o uso, em prejuízo do
réu, de provas obtidas ilegalmente, três membros do conselho pediram a
abertura de sindicância contra Dallagnol baseada na “Vaza Jato” e,
quando o corregedor acertadamente mandou arquivar o procedimento, dois
deles (ambos indicados pela OAB) ainda tentaram desarquivá-lo.
A enxurrada de reclamações disciplinares e pedidos de providências
contra o então procurador no CNMP tinha um objetivo claro; a cada nova
condenação, a carreira de Dallagnol no MPF ficaria mais e mais
inviabilizada, até a demissão. Quem, em sã consciência, diria que ele
deveria permanecer no Ministério Público enquanto via, sem poder reagir,
a corda sendo colocada em seu pescoço? O pedido de exoneração era a
única saída possível, independentemente de qualquer pretensão política
futura. O fato de Dallagnol ter deixado o MPF meses antes do fim do
prazo exigido pela lei eleitoral para uma desincompatibilização é
irrelevante; afinal, ninguém é obrigado a esperar até o minuto final
para deixar um cargo que impeça sua candidatura, especialmente quando a
permanência neste cargo traz consigo o risco de mais perseguição
política.
E com isso voltamos à ideia inicial. Tudo pelo que Dallagnol vem
passando ultimamente não se deve a nada que a Lava Jato tenha feito. Não
houve “abusos”, nem “excessos”, nem lawfare, mas o uso rigoroso das
ferramentas que a lei dá aos investigadores e o recurso a estratégias
legítimas, ainda que delas se possa discordar. Não houve “criminalização
da política”, mas a criminalização de políticos concretos que cometeram
crimes concretos. O clima atual não foi criado pela Lava Jato, mas
apenas por aqueles que desejaram o seu fim e continuam lutando por isso.
Culpar a vítima por seu próprio infortúnio é um truque barato no qual
os brasileiros empenhados no combate à corrupção não podem cair.
Recuperar a história e o legado da Lava Jato, sem distorções nem
narrativas falsas, é essencial para que não façamos o jogo dos corruptos
e seus aliados.
Oportunamente, neste domingo (4) acontecem em todo o país
manifestações contra a corrupção e a censura e em apoio ao deputado
Deltan Dallagnol. Participar dessa ação é uma maneira de os cidadãos
mostrarem que não aceitam o desmonte das ações da Lava Jato e nem as
tentativas de criminalizar aqueles que se esforçaram em atuar contra a
corrupção em nosso país. O povo já foi às ruas contra a corrupção; é
hora de mostrar esse importante apoio mais uma vez.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou em fevereiro
a mistura obrigatória de 20% de etanol à gasolina em 20 cidades
indianas. Meta é exigir essa mistura em todo o país até 2025.| Foto:
Reprodução/India Energy Week
A Índia quer replicar em seu
território a revolução brasileira do etanol como combustível alternativo
aos fósseis. O país asiático saiu de uma mistura de apenas 1,5% de
etanol à gasolina, em 2014, para os atuais 10% e estabeleceu como meta
alcançar 20% em 2025. No Brasil, esta mistura está hoje em 27% e pode
ser elevada para 30%, segundo proposta do Ministério de Minas e Energia
que será debatida na próxima reunião do Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE).
Além de aumentar a mistura de etanol, ajudando a descarbonizar sua
matriz energética numa iniciativa apelidada de “mini-Brazil”, a Índia
quer importar também a tecnologia tupiniquim dos carros flex, que acaba
de completar 20 anos por aqui. Os flex foram atração do último salão do
automóvel indiano, em janeiro, com carros, motocicletas e o famoso
triciclo tuk-tuk rodando com combustível derivado da cana-de-açúcar. Os
indianos elegeram como prioridade durante sua presidência do G20, neste
ano, a criação de uma Aliança Global de Biocombustíveis envolvendo a
própria Índia, Brasil, Estados Unidos e outros países interessados.
“Um dia vou contar para meus filhos e netos. O principal veículo de
agronegócio indiano dizer que a indústria de açúcar e os fazendeiros de
cana estão desenvolvendo um mini-Brasil na Índia, através da revolução
do etanol, isso me dá orgulho de ser brasileiro”, diz Evandro Gussi,
presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica),
ex-deputado federal por São Paulo e autor da lei do RenovaBio, que
fomenta o uso de biocombustíveis no país.
Etanol virou política de Estado “A política do etanol passou a ser
mais uma política de Estado do que do governo Bolsonaro ou do governo
Lula. Montadoras como a Toyota, a Stellantis, a Volkswagen e um pedaço
importante da academia estão voltados para este tema. Começamos a
enxergar que o Brasil tem um grande ativo, que não pode ser jogado fora
por um modismo que alguém de fora queira implantar aqui”, sublinha
Gussi.
Ele sustenta que para criar uma rede de abastecimento de carros
elétricos no país seriam necessários investimentos de R$ 1 trilhão até
R$ 1,5 trilhão, enquanto a rede de etanol já está pronta e funcionando
em mais de 40 mil postos de combustíveis, entregando praticamente o
mesmo desempenho em termos de descarbonização, além de gerar emprego e
renda em mais de 1,2 mil municípios.
Confira a seguir os principais pontos da entrevista de Gussi à Gazeta
do Povo. A entrevista foi concedida antes da decisão da Petrobras de
abandonar a paridade internacional do preço da gasolina – o que,
conforme já ocorreu no passado, tende a prejudicar a competitividade do
etanol no mercado doméstico.
Evandro Gussi é presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica)| Zuleika de Souza / Unica “Acabou
de sair um estudo feito pela Stellantis – que é uma empresa global
europeia, tem marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën – que mostra que
o veículo movido pelo etanol brasileiro possui nível de emissões menor
do que o veículo elétrico da média europeia. Porque na Europa há países
que já têm fontes muito limpas, como a Noruega, mas tem países como a
Polônia e a Alemanha, que fazem bastante uso de carvão, enquanto nós
temos uma fonte de geração de energia elétrica limpa. E daí eu pergunto:
qual o custo para a sociedade de um e de outro?”, questiona Gussi.
É preciso incluir nessa conta, ressalta o executivo, que a cadeia
produtiva do etanol, produzido a partir de cana-de-açúcar e de milho,
emprega 2,4 milhões de pessoas de maneira direta e indireta. “Temos um
sistema de distribuição, logística e varejo em 100% do território
nacional, com uma presença agroindustrial em mais de 1,2 mil cidades.
Então eu já estou entregando essa descarbonização sem custo para a
sociedade brasileira, e mais do que isso, gerando emprego e renda em
mais de 1,2 mil municípios”.
“Só na cadeia de cana-de-açúcar, onde tem uma usina o PIB per capita
aumenta em US$ 1.028 por ano. E nos municípios vizinhos o aumento é de
US$ 324 por ano. Então, essa solução de bioenergia entrega
descarbonização e faz bem para os aspectos socioeconômicos do Brasil. E
não preciso de recursos públicos para entregar essa solução”, argumenta o
presidente da Unica.
Eletrificação não incrementa descarbonização O setor de etanol
afirma não temer a comparação com o carro 100% elétrico, e, de fato,
incentiva a análise comparativa das duas soluções. Defensores da energia
renovável a partir da cana e do milho criticam as benesses tributárias
para a importação de carros elétricos, que deixam maior pegada de
carbono em seu ciclo de vida, enquanto o etanol é submetido praticamente
à mesma tributação da gasolina dentro do país.
Por outro lado, Toyota, Volkswagen e Stellantis trabalham no
desenvolvimento de veículos híbridos que combinam etanol e
eletrificação. A Volks, por exemplo, em parceria com a Unicamp, testa um
automóvel em que o etanol passa por uma célula de combustível para
quebrar suas moléculas e extrair hidrogênio que, por sua vez,
propulsiona o motor elétrico. Uma tecnologia diferente dos modelos à
bateria, que prevalecem no hemisfério Norte.
“A eletrificação não melhora a descarbonização no Brasil, entrega o
que a gente já tem, não incrementa de modo relevante. Com o etanol, hoje
você abastece seu carro no posto de combustível em quatro a cinco
minutos. Para fazer algo semelhante com eletrificação, ou seja, ter toda
essa disponibilidade em Curitiba, no Paraná, ou em Crato, no Ceará, a
empresa pública EPE calculou que o custo dessa infraestrutura variaria
de US$ 220 bilhões a US$ 300 bilhões. Ou seja, a sociedade brasileira
teria de estar disposta a gastar algo entre R$ 1 trilhão e R$ 1,5
trilhão. A pergunta é: o cidadão brasileiro vai tirar esse dinheiro do
bolso e isso vai melhorar a emissão de CO2? Não. Vai ser o que a gente
já tem hoje com o etanol”, afirma Gussi.
Para ser viável, segundo a Unica, o carro elétrico tem recebido
subsídios que variam entre US$ 3 mil e US$ 9 mil, na Alemanha, e cerca
de US$ 7,5 mil nos Estados Unidos. “Será que seria racional que o
governo brasileiro passasse agora a subsidiar veículos, a dar entre R$
18 mil e quase R$ 60 mil reais para o sujeito comprar um veículo, sendo
que hoje já temos veículos que apresentam o mesmo índice de
descarbonização?”, questiona o executivo.
“A conta que a gente faz é em gramas de CO2 equivalente por
quilômetro rodado. Quando eu faço a avaliação do ciclo de vida, quando
olho quantos gramas de emissão eu tenho no elétrico brasileiro, e
quantos gramas no veículo flex, rodando com etanol, a diferença é
praticamente nenhuma. E o etanol tem ganhado cada vez mais eficiência
energético-ambiental, ou seja, está cada vez mais emitindo menos. Porque
estamos melhorando os processos no campo e daqui a pouco eu posso até
ter um etanol com zero emissão”, argumenta Gussi.
Toyota desenvolve no Brasil carro movido a hidrogênio obtido a partir
da reforma do etanol, em parceria com Shell, Raízen, Hytron e USP. Na
foto, modelo Mirai| Divulgação / Toyota
Apostar em carros elétricos poderia causar desindustrialização, diz Unica Apostar
na substituição do etanol pelo carro elétrico pode implicar numa rápida
desindustrialização do país, adverte o presidente da Unica. E não faria
sentido, segundo ele, porque as soluções têm resultados similares em
termos de sustentabilidade.
“Se a gente tira o frisson do piar das relações públicas e dos
lobbies, e nada contra o lobby feito com alto nível de compliance, se a
gente tira essa espuma, a pergunta que fica é: por que vou fazer
investimentos trilionários, e quem vai pagar isso ao final do dia é o
contribuinte brasileiro, sendo que já tenho uma solução que chega ao
mesmo resultado? E sem custo para a sociedade, pelo contrário, gerando
emprego e renda”, diz.
“A eletrificação no Brasil significa desindustrialização no Brasil.
As plantas industriais de carros elétricos por razões econômicas estarão
nos EUA, Europa e China. Não vão acontecer no Brasil em larga escala,
não vão acontecer na África em larga escala, não vão acontecer nos
países asiáticos, fora a China. Se você for consultar os 15 principais
consultores de indústria automotiva no mundo, ninguém vai assinar um
documento dizendo que o Brasil será um grande parque industrial de
veículos elétricos. Não é verdade. A estratégia das montadoras focadas
exclusivamente em eletrificação é diferente da Toyota, Stellantis e
Volkswagen, que dizem ‘olha, vamos ter projetos de eletrificação onde
isso faça sentido, e vamos ter projetos com bioenergia onde isso faça
sentido’. Isso me parece mais inteligente”, afirma.
“De cada dez perguntas que recebo, onze são assim: vai ser
eletrificação ou etanol? Eu me recuso a responder essa pergunta
infantil. Digo que vai ser o que for bom para determinadas regiões,
determinados países, levando em consideração uma série de fatores, que
se resumem nestas duas coisas: entrega de descarbonização e melhor
custo-benefício para a sociedade desta entrega. Não sou contra o carro
elétrico. Tem lugares em que a eletrificação vai entregar a
descarbonização ao menor custo para a sociedade. E aí ótimo, tem que ser
eletrificação”, diz o executivo.
Índia propõe aliança em torno do etanol Neste ano em que ocupa a
presidência do G20, a Índia colocou como meta o estabelecimento de uma
Aliança Global de Biocombustíveis, liderada pelos três principais
players do setor – a própria Índia, Brasil e Estados Unidos. A ideia é
criar um ecossistema de cooperação tecnológica e padrões de combustíveis
e motores, visando favorecer a expansão de biocombustíveis como o
etanol.
Gussi acredita que esse é um caminho sem volta. “A Unica contribuiu
muito para esse projeto que está acontecendo na Índia, o país mais
populoso do mundo e que tem mais de 80% de sua matriz energética baseada
em fósseis. Os indianos entenderam que a pura eletrificação não resolve
suas emissões, porque mais de 70% da energia elétrica deles vêm do
carvão. Eles têm um potencial de produção de etanol e estão apostando
nisso, inteligentemente. Tanto que há um convenio da Toyota Brasil com a
Toyota Índia, de um projeto piloto de híbrido flex, e já foi enviado o
primeiro carro lá para testes”, sublinha.
“A Índia não misturava quase nada de etanol na gasolina, hoje já
mistura 10%, até 2025 vai misturar 20%. E já desenha a próxima parcela
desse projeto, que é utilizar motores flex e híbridos-flex, como os que
nós temos no Brasil. O primeiro-ministro indiano disse que o etanol é
uma das principais estratégias da Índia no Século 21. Por isso que esse
pedaço da indústria presente no Brasil enxerga que é uma solução que vai
ajudar vários países, sobretudo na América Latina, África e Ásia”,
conclui Gussi.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)| Foto: EFE/ANTONIO PEDRO SANTOS
A
indicação do advogado Cristiano Zanin para a vaga que foi aberta no
Supremo Tribunal Federal muda alguma coisa? Não muda nada. O STF, hoje e
cada vez mais, não é um dos Três Poderes que a Constituição estabelece
para o Brasil, em equilíbrio com o Executivo e o Legislativo. Funciona,
no mundo das realidades, como um serviço de atendimento ao presidente da
República, que, por sua vez, faz tudo o que o STF quer que seja feito.
Juntos, estão governando o Brasil como os feitores governavam as
senzalas.
O governo leva todas ali, por 8 votos a 2. Agora, com Zanin, vai
levar de 9 a 2. Se em vez dele o presidente tivesse indicado um outro
qualquer, a situação continuaria perfeitamente igual do ponto de vista
prático. O que chama a atenção nessa história não é uma mudança que não
existe. É a comprovação, mais uma vez, de que o presidente da República
está operando sem qualquer tipo de freio interno – está obcecado consigo
mesmo e não pensa em outra coisa, ao tomar alguma decisão, que não seja
satisfazer os seus próprios desejos. Como também não há freio externo, o
Brasil fica assim: o advogado pessoal do presidente da República é
nomeado para o Supremo.
Zanin continuará servindo ao presidente como serviu até agora. Estará
lá, unicamente, porque Lula quis realizar um desejo de vingança
pessoal.
Nunca se fez alguma coisa assim na história do STF. Zanin, até outro
dia, era pago por Lula para cuidar da sua defesa nos processos criminais
em que estava envolvido. Além de Lula, recebia dinheiro do PT – R$ 1,2
milhão só no ano de 2022, como advogado da campanha eleitoral. Como
seria possível imaginar que um cidadão nessas condições venha a ser um
juiz imparcial, em qualquer causa que interesse a Lula ou ao PT no STF?
Não perca o seu tempo tentando responder, porque não há como responder;
Zanin continuará servindo ao presidente como serviu até agora. Estará
lá, unicamente, porque Lula quis realizar um desejo de vingança pessoal.
“Vocês” me puseram na cadeia por 20 meses? Pois agora eu vou à forra:
o STF me deu a presidência da República, eu nunca mais vou ser julgado
por nada neste país e posso tomar qualquer decisão que eu queira,
inclusive nomear meu advogado para a “suprema corte”. Que outro
presidente tem esse luxo?
VEJA TAMBÉM: A paixão de Lula por ditaduras e a visita do déspota bananeiro Lula continua viajando porque não sabe como governar o Brasil Dallagnol é mais ficha limpa que o próprio Lula e por isso foi cassado pelo TSE
A nomeação de Zanin é mais uma prova de que Lula não quer
governar o Brasil de forma coerente; não está interessado nisso. Seu
único movimento mental é dizer: “Eu quero”. O governo Lula, até agora,
não foi capaz de começar, e muito menos entregar, qualquer realização.
Não criou um único emprego, não gerou ou atraiu 1 centavo em
investimento, não fez nem sequer um abrigo de ônibus. Só está servindo
para satisfazer as vontades do próprio Lula.
Em cinco meses de presidência, já viajou cinco vezes para o exterior,
onde se hospeda em hotéis com diárias de quase 40 mil reais, realiza
suas atuais fantasias de ser um “estadista mundial” e não tem de
resolver problema nenhum. Sua mulher torra fortunas na compra de móveis
para o palácio e faz turismo internacional com dinheiro público. Faz um
discurso por dia, recebe com todas as honras um ditador que tem a cabeça
a prêmio (15 milhões de dólares) por tráfico internacional e drogas e
joga a culpa de todos os seus fracassos nos juros do Banco Central. Já
pagou 5 bilhões de reais para agradar a “base de apoio”. Nomeia esse
Zanin para o STF. Vai continuar assim, enquanto puder. Está convencido
de que foi eleito para o cargo de Deus.