sábado, 27 de maio de 2023

A GERAÇÃO Z ESTÁ À FRENTE DAS MUDANÇAS NO RELACIONAMENTO COM OS CONSUMIDORES

 

Juliano Ricardo Regis – Gerente comercial do Myrp

Colleagues Corporate Meeting Conference Team Concept

Por já terem crescido em um ambiente com internet e dispositivos eletrônicos em pleno funcionamento, eles estão à frente das mudanças na forma como as marcas e os varejistas se relacionam com os consumidores. De acordo com o estudo Uniquely Gen Z, realizado pelo IBM Institute For Business Value, 67% dos consumidores da Geração Z preferem realizar compras em lojas físicas; no entanto, por terem acesso à internet e redes sociais desde pequenos, optam pelo caminho integrado, em que o mundo físico e digital podem fornecer experiências híbridas e personalizadas que combinam o melhor dos dois mundos.

Combinação entre físico e digital é a modalidade favorita para quem já conhece o melhor dos dois mundos e deseja uma boa experiência de compra

O mercado varejista passa por transformações significativas há certo tempo. Com o crescimento do comércio eletrônico e a popularização de dispositivos móveis, algumas estratégias do setor tornaram-se essenciais para a movimentação e crescimento de vendas, como a omnicanalidade. Entre os consumidores, em especial os que fazem parte da Geração Z – jovens nascidos entre meados dos anos 90 e início dos anos 2010, conhecidos por serem uma comunidade totalmente conectada e digital –, algumas preferências devem ser levadas em consideração.

Por já terem crescido em um ambiente com internet e dispositivos eletrônicos em pleno funcionamento, eles estão à frente das mudanças na forma como as marcas e os varejistas se relacionam com os consumidores. De acordo com o estudo Uniquely Gen Z, realizado pelo IBM Institute For Business Value, 67% dos consumidores da Geração Z preferem realizar compras em lojas físicas; no entanto, por terem acesso à internet e redes sociais desde pequenos, optam pelo caminho integrado, em que o mundo físico e digital podem fornecer experiências híbridas e personalizadas que combinam o melhor dos dois mundos.

“O consumo phygital foi, com certeza, impulsionado não somente pelas transformações tecnológicas, mas também pelo público. A nova geração de consumidores, mesmo que sem grande poder aquisitivo, influencia as outras a realizarem suas compras de diferentes maneiras”, afirma Juliano Ricardo Regis, gerente comercial do Myrp, sistema de gestão empresarial voltado às grandes operações franqueadoras do varejo de moda.

O varejo que possibilita a realização de compras em diferentes canais, como lojas físicas, sites, aplicativos e redes sociais, é valorizado pelo público que, atualmente, necessita desta disponibilidade. “Os consumidores sabem quais são as vantagens do atendimento presencial mesmo com as facilidades do online, e com as lojas cada vez mais digitais, a união dos ambientes é a modalidade de compra que mais se destaca”, comenta o executivo.

Algumas soluções, como telas interativas, espelhos inteligentes, realidade aumentada e outras, são inseridas com o foco total em customer experience (experiência do consumidor), o que acaba fortalecendo o varejo. Os negócios devem se manter atentos às novas gerações e seus hábitos de compra, já que, segundo pesquisa do Bank of America, até o ano de 2030 estima-se que a geração Z será detentora de uma renda de US$ 33 trilhões, e que, junto à geração Alpha, será cerca de metade da população, demonstrando a relevância de ambas. Desde já, é importante atentar-se a essas gerações, seus interesses e impeditivos antes de comprar.

As empresas que conseguirem entender as preferências desses consumidores e oferecer experiências que atendam às suas expectativas terão uma vantagem competitiva no mercado. Segundo estudos da consultoria GoAkira e a Fecomércio, 97% dos jovens possuem mídias sociais como principal fonte de inspiração na hora de consumir, e é também um público sempre em busca de experiências imersivas. “A geração Z assume um papel de oportunidade de crescimento e expansão no mercado digital. Uma estratégia de vendas omnicanal é capaz de conquistar a fidelidade desses consumidores e garantir um futuro no mercado de consumo”, finaliza Juliano.

UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?

Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.

Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de mais de 100.000 acessos.

O sucesso do modelo dos marketplaces está expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020 chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.

Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.

A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso, as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às ofertas de produtos.

Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.

Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do público.

Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.

1- Otimização dos recursos

A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem consolidados.

Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado. Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência significativa.

Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso, essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que seus parceiros possam desenvolver seus negócios.

2- Alcance de clientes

Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para alcançar um número maior de clientes.

Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o integram.

Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon, não divide os custos de marketing  com os seus parceiros custeando ele próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.

3- Volume de dados

Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.

Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.

Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de converter os visitantes do marketplace em seus clientes.

4- Integração com outras ferramentas

Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de preços ou inventários.

Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.

É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.

5- Aumento de vendas

Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair um bom volume de visitantes para o seu site.

Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.

6- Diversificação de público

Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro momento, não conseguiria atingir.

Isso contribui para a diversificação do seu público-alvo e faça com que a sua base de clientes possa crescer.

Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para atender a sua nova demanda.

Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.

Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?

Marketplace e o crescimento das empresas

Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.

Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em 2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.

Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.

Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.

O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e testado.

Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.

Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.

Exemplo disso é a plataforma comercial da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.

Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no marketplace.

Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

DEPOIMENTO DE UMA PRISÃO NO ACAMPAMENTO DE 8 DE JANEIRO

 

Por Ana Maria Cemin – Jornalista

Fatos de 8 de Janeiro de 2023

Fiquei 52 dias presa em Brasília por manifestar o meu patriotismo. Agora estou com tornozeleira. Meu nome é Thereza Helena Oliveira Souza Sena e moro na Suíça, em Zurique, há 10 anos, onde sou capelã e pastora da igreja evangélica Nova Aliança. Tenho um filho de 17 anos e marido que não vejo desde o ano passado. Eles ficaram na Suíça e eu não posso voltar para lá até que o Superior Tribunal Federal autorize.

Tenho 51 anos e há 25 moro no exterior. Antes de ir para Suíça, morei em Portugal. Desde o dia 9 de janeiro sinto que a minha vida foi roubada: primeiro fomos levados para o Ginásio de Esportes, depois para o Presídio Colmeia. Desde que sai em liberdade provisória, concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, estou em minha cidade natal, na casa de uma amiga, com tornozeleira eletrônica.

Não saio de casa depois das 18 horas e fico 24 horas dentro de casa nos finais de semana e feriados. Nem ao menos estive na Praça dos Três Poderes. Fiquei no QG de Brasília o tempo todo no dia 8 de janeiro, porque tenho esclerose múltipla, fibromialgia e utilizo equipamento para respirar.

Eu estou no Brasil para resolver alguns assuntos da minha filha, que se arrastaram ao longo do segundo trimestre de 2022. Na minha estada, vi um vídeo com um senhor daqui da minha cidade natal, Teófilo Otoni, MG. Ele estava na chuva, aos prantos, pedindo para o Brasil não se tornar comunista. Ver aquele senhorzinho me tocou tanto que comecei a ir para o acampamento da minha cidade. Passei quase dois meses indo ao TG e recebi convite para ir a Brasília, para uma manifestação no dia 9 de janeiro, uma segunda-feira. Me diziam que precisavam de uma pastora, alguém da parte espiritual e eu fui. O acampamento de Teófilo estava acabando e eu tinha um desejo particular de conhecer a Igreja das Nações, que fica em nossa capital federal. Pensei em aproveitar o movimento que só aconteceria na segunda-feira e, sendo possível, iria ainda no domingo visitar a igreja.

TUDO ACONTECEU MUITO RÁPIDO E SEM SENTIDO

Nós chegamos de ônibus em Brasília no sábado à noite, dia 7 de janeiro, quando a armadilha já estava sendo montada e nós não percebemos. Nós caímos feito patinhos. No sábado, não fomos para a porta do quartel com ônibus, pois a orientação era para ficarmos na Granja do Torto e só na manhã de domingo ir para o QG. Nos disseram que teria uma reunião na madrugada, quando seria definido como seria a marcha para a Praça dos Três Poderes e, só depois, iriam nos explicar como seria.

Ficamos meio incomodados com isso, até porque no nosso meio existiam militares da reserva, e um deles inclusive atuou no passado na guarda nacional de Lula. Ou seja, tinha uma visão de estratégia e ele falou que aquilo não estava cheirando bem. De qualquer forma, estávamos em Brasília e, de sábado para domingo, dormimos no ônibus.

No domingo de manhã, fomos ao QG e lá procuramos uma tenda e ficamos dentro de uma do estado do Pará. Devia ser em torno das 10 horas da manhã quando conseguimos nos ajeitar e já tinha um bom movimento de pessoas, com cozinheira providenciando alimentação, gente conhecida. Não demorou muito e o nosso motorista nos ligou comunicando que a Polícia Federal prendera todos os ônibus. Nos disse para darmos um jeito de buscar as coisas que estavam dentro do ônibus.

Na mesma hora, começou a chegar muita gente chamando para descer para a Praça dos Três Poderes, antecipando o ato de segunda-feira.  Eu falei que não estava certo, até porque muita gente ainda estava na estrada. De Teófilo Otoni, por exemplo, tinha ônibus que rodaria a noite inteira para chegar na manhã de segunda-feira.

“Vamos, vamos, vamos!” e o pessoal foi. Eu fiquei porque não tinha como chegar de carro e eram 8 km de caminhada. Como tenho muitas comorbidades, era impossível fazer esse percurso a pé. Além disso, as pessoas estavam saindo do QG com a intenção de passar a noite lá na praça, orando, no meio do nada, e eu não teria estrutura física para suportar.

INVADIU! INVADIU!

Por volta das 13h30, ali no QG ouvimos “Invadiu, invadiu!”. Curiosos, abrimos as nossas redes sociais e, para o nosso espanto, começaram a aparecer uma sucessão de postagens de gente dentro dos prédios. Isso causou grande estranheza, porque não é tão fácil assim invadir prédios públicos, ainda mais que estávamos rodeados pelo exército e o pessoal desceu escoltado.

Não demorou e percebemos o movimento do Exército se intensificar e cercar todo o QG. Havia drone sobre o acampamento, o que aumentava a sensação de que tinha algo errado acontecendo. A tarde passou e as pessoas começaram a retornar ao QG, algumas feridas, outras não. As pessoas diziam: “Vamos embora, vamos embora!”, e a gente sem entender nada. Eu creio que era mais ou menos 19 horas quando o Exército colocou um tanque de guerra na rua e o helicóptero começou a sobrevoar nos arredores do QG, piorando a cada minuto a confusão entre nós. Nada daquilo estava previsto. O barulho era intenso.

Domingo à noite foi terrível para quem estava no acampamento. A gente não sabia se saia ou não. Tinha gente que falava que quem tinha saído foi preso no hotel, em Uber, na rodoviária, em Goiás, que faz divisa. E de fato muita coisa aconteceu, uma variedade de situações, pelos relatos que ouvimos depois. Nós permanecemos e o QG amanheceu em alvoroço, com diversos ônibus, diferentes dos nossos, estacionados junto ao QG e continuávamos a não entender o que se passava.

COMO FOI QUE VIREI NEGOCIADORA?

Esse foi o momento em que me aproximei da multidão e vi aquele quadro horroroso de desespero coletivo. Senti que precisava negociar com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e com a Polícia Federal, e tentar fazer alguma coisa em especial pelos idosos e crianças que estavam no QG. Me ofereci, por ser mulher, uma pessoa de Deus, e fui com dois advogados e um outro senhor para o outro lado da rua onde estavam todos alinhados. Fomos porque não existia uma liderança ali, por ser um movimento orgânico. Antes de negociarmos, eles falavam com megafone conosco, dizendo que tínhamos apenas uma hora para esvaziar o acampamento e sair da área militar. 

Com a negociação, numa conversa amigável, queríamos ganhar tempo porque uma hora era pouco. Tinha gente com muita coisa no QG, inclusive comerciantes estavam ali a trabalho com seus equipamentos, outros tinham os seus automóveis, sem contar os cadeirantes, idosos e crianças. Tentamos ganhar um pouco de tempo e na negociação explicamos que pelo menos as mulheres com filhos e idosos poderiam ser liberados da triagem. Que deixassem as pessoas saírem em seus carros. Foram tentativas de sensibilização que fiz por ser mulher, pastora e capelã.

Não houve maneira de a gente sensibilizar. Subimos ao palco e comunicamos a orientação de entrar nos ônibus, priorizando os mais frágeis. A oficial Carla estava ao nosso lado e filmou tudo que falamos. O vídeo que roda na Internet foi editado. Não tem todo o conteúdo da explicação que demos ao público sobre o recado do BOPE e da PF.

QUEM É A MULHER DO CAMINHÃO DE SOM?

O que disse no palco foi o que nos disseram: o presidente Lula decretou a evacuação da área militar e vocês terão que sair nesses ônibus, para depois serem liberados e terão que procurar outro meio de transporte para voltar para as suas casas. Falava para todos, mas isso também valia para mim. Eles nos enganaram. Eles mentiram. Hoje eu estou diferente, cortei os cabelos. As pessoas me perguntam por que usava casaco de inverno no dia 9 de janeiro, em cima do caminhão do som. O fato é que sinto muita dor e aquele dia estava frio em Brasília.

Falei também, ao microfone, que era para evitar confusão, desordens e que se alguém começasse a fazer alguma coisa que se afastassem. Nós queríamos a liberdade e não confusão. Quanto mais organizados fôssemos ao entrar nos ônibus e passar pela triagem, mais rápido seríamos liberados. Sei de gente que resistiu e ficou no QG e foi transportado em camburão. Estávamos sem escolha e com uma falsa promessa.

DOENÇA GRAVE e 52 DIAS DE CÁRCERE

Meus laudos médicos de Zurique tiveram que ser traduzidos do alemão para o português rapidamente, até porque dependo de aparelho de oxigênio. Porém, o fato de ter inúmeras comorbidades não facilitou em nada a minha vida nos 52 dias que fiquei presa. Meus medicamentos nunca chegaram à cela e as dores que senti foram enormes. Pelo menos o meu aparelho de oxigênio foi entregue. Lá no presídio tinha pouco ar. Estávamos em 120 mulheres numa ala com apenas um chuveiro frio, duas privadas e um tanque. Eu ficava muito nervosa pela falta de condições do local e a minha pressão disparou para 22. Lembro de uma colega de cela que passou mal e foi socorrida com a minha máquina de oxigênio. Poderia ter morrido. Chegamos a fazer uma carta relatando a falta de atendimento à saúde dentro do Colmeia.

TORNOZELEIRA E UMA VIDA ROUBADA​

Sai depois de 52 dias presa em Brasília, voltei para minha cidade natal e todos os dias eu tenho que estar em casa até às 18 horas. Nos finais de semana e feriados não posso sair. Isso para quem é pastora é complicado porque os cultos em geral ocorrem à noite e nos finais de semana. Desde que tudo isso aconteceu em Brasília não consegui pregar. Eu não posso sair para atender. Eu não posso sair para fazer nada. Eu tenho minha vida roubada.

Eu moro na Suíça e a minha vida é lá, onde está minha casa e meu filho de 17 anos, com autismo baixo, que precisa de mim. Meu esposo está cuidando dele, mas ele é a única fonte de renda para manter lá e aqui. Eu sinto saudade da minha atividade de pastora na igreja e da capelania. Sou psicóloga também, então faço um trabalho pastoral. Vim com minha filha para o Brasil no ano passado porque ela tem precatórios a receber. Isso demorou e a nossa intenção era retornar no início do ano, deixando procuração para a nossa advogada.

Estou triste por ver o curso que o Brasil está tomando e perceber que as pessoas são capazes de tudo e mais um pouco para manter o poder. Lá na Suíça, a gente nem vê a política acontecer. Os políticos andam de bicicleta e usam transporte público. Não existem regalias, essas “tretas” todas. É um país governado pela direita, onde tudo funciona. Você paga bem o imposto, mas tudo retorna para nós em serviços.

Quando vi o Bolsonaro resgatar a credibilidade do Brasil lá fora, que a nossa nação voltou a ser respeitada, eu tive coragem de dizer que eu era brasileira. Meu filho com 17 anos fala cinco idiomas, por que não podemos sonhar com isso para os nossos jovens aqui? Quando vi a luta por um Brasil diferente, pensei que talvez o meu filho um dia pudesse vir para cá. Com tudo isso acontecendo, não há a menor possibilidade..”

👆BRASILEIROS PRECISAM SABER DA VERDADE 😢😢

TODOS FORAM ENGANADOS.

GASTANÇA DOS PARLAMENTARES COM VIAGENS DE JATINHOS

 

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, lidera com folga a gastança com jatinhos da FAB| Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já torraram R$ 1,6 milhão neste ano com jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Teve até “Uber aéreo”. Lira lidera disparado os gastos com um total de R$ 1,26 milhão – metade dos voos de ida ou volta de Maceió. Só a viagem para Nova York, no início de maio, custou R$ 340 mil. Com diárias e passagens para seguranças e assessores nas suas viagens, ele gastou mais R$ 346 mil.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, quebrou a tradição de gastança dos presidentes anteriores, Luiz Fux e Dias Toffoli, e fez despesas de apenas R$ 157 mil com jatinhos. Mas ela manteve uma prática dos antecessores: o sigilo de voos de ministros em aviões de carreira. Essa medida começou em janeiro de 2019, no início da gestão de Toffoli. Em fevereiro de 2023, na gestão de Weber, tiveram início os voos secretos de ministros do STF em jatinhos da FAB, para evitar as hostilizações que eles vinham enfrentando nos aeroportos.

Os presidentes dos três poderes utilizaram eventualmente o “Uber aéreo” da FAB. No dia 2 de janeiro, segunda-feira, Pacheco voou de Brasília para São Paulo com apenas dois passageiros na aeronave oficial. Ele já tinha voado de São Paulo para Brasília no dia 30 de dezembro, sexta-feira com apenas dois passageiros a bordo. Em 9 de janeiro, mais uma viagem de São Paulo para Brasília com dois passageiros na aeronave oficial.

Lira foi a São Paulo no dia 12 de janeiro, quinta, e retornou no dia seguinte com apenas dois passageiros no jatinho. Rosa Weber não utilizou o “Uber aéreo”, mas alguns ministros, principalmente Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, têm viajado a São Paulo nos finais de semana com apenas 1 passageiro a bordo.

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Lira voou 19 horas num jatinho da FAB para participar da Conferência sobre Açúcar e Etanol, em Nova York. As despesas ficaram em R$ 220 mil. Mas ele também foi acompanhado de um assessor diplomático e de dois policiais legislativos. O assessor recebeu 8,5 diárias no valor total de R$ 24,3 mil. Cada policial contou com 10,5 diárias no valor de R$ 30 mil – cada um. A diária tem o valor de R$ 2.8 mil. As despesas com diárias e passagens somaram R$ 94 mil.

No dia 4, Lira esteve na conferência e no jantar de gala “Sugar Banquet”. No dia seguinte, participou de reunião promovida pelo Citibank. No dia 9, esteve no Fórum Lide Brasil Investiment e em reunião com executivos promovida pelo BTG. No dia seguinte, foi ao jantar de gala “Person of the Yer”, promovido pela Câmara de Comércio Brasil – EUA.

Mas a maior parte das despesas com as viagens de Lira ocorreu no Brasil. Do total de R$ 1,26 milhão gasto com jatinhos, R$ 1 milhão resultou das viagens nacionais. As diárias e passagens para seguranças e assessores no país custaram mais R$ 252 mil. O presidente esteve em 12 cidades. A Câmara não divulga os gastos dos servidores feitos com cartões corporativos durante os deslocamentos.

Metade dos voos de Lira foram de ida ou de volta para Maceió, sua base eleitoral. Em 3 de abril, pelas redes sociais, Lira relatou uma das suas andanças em Alagoas: “Participei em Penedo da entrega de três retroescavadeiras que irão contribuir para o desenvolvimento da região. Duas serão usadas nos projetos de irrigação de Itiúba (Porto Real do Colégio) e de Boacica (Igreja Nova). Podem sempre contar comigo!”

Em Penedo (AL), Arthur Lira entrega escavadeiras. Foto:Reproução/FacebookVEJA TAMBÉM:
Viagem de Lula a Lisboa e Madri custou R$ 1,3 milhão em diárias e passagens

As andanças de Pacheco e Veneziano
As despesas de Pacheco com jatinhos somaram R$ 390 mil. As despesas com diárias e passagens do senador a Pequim e Londres ficaram em R$ 29 mil. As diárias e passagens dos assessores nessas “missões oficiais” custaram mais R$ 70 mil. Ele integrou a delegação do presidente Lula na viagem à China, de 12 a 16 de abril, e viajou a Londres, para participar da Lide Brazil Conference London, de 18 a 24 daquele mês.

Além de gastar bem menos do que Lira com viagens, o presidente do Senado divulga os valores pagos com cartões corporativos dos seus seguranças e assessores. Em nove viagens até abril, eles gastaram R$ 47 mil – quase a totalidade em despesas com locomoção.

Durante os afastamentos de Pacheco do país, a presidência do Senado foi assumida interinamente pelo 1º vice-presidente, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB). Ele assumiu também o jatinho do presidente. No dia 8 de janeiro, voou de João Pessoa para Brasília, às 23h, com apenas dois passageiros na aeronave oficial. Foi o dia da invasão e depredação das sedes do Congresso, Presidência da República e STF.

No dia 13 de abril, uma quinta-feira, voou de Brasília para Campina Grande (PB). No dia 21 de abril, véspera de feriadão, voou de jatinho para Campina Grande, retornando na segunda-feira, sempre nas asas da FAB. Mas não tem viagem grátis. Os voos do presidente interino custaram R$ 109 mil.

Veneziano fez também uma viagem internacional, para Washington e Baltimore (EUA), de 31 de março a 7 de abril, para participar de uma “missão oficial internacional” em Baltimore (Maryland). As passagens e diárias para ele e um assessor custaram R$ 43 mil.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/arthur-lira-torra-r-13-milhao-com-jatinhos-e-lidera-gastanca-nos-tres-poderes/
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GOVERNOS DETESTAM AS REDES SOCIAIS

 

Artigo
Por
Hugo Freitas Reis, especial para a Gazeta do Povo


As redes sociais possibilitaram um grande aumento da circulação de informações| Foto: Bigstock

Existe um site muito interessante chamado wtfhappenedin1971.com (“O que diabos aconteceu em 1971?”), cuja página inicial se limita a mostrar, sem qualquer comentário, dezenas de gráficos de estatísticas dos Estados Unidos (de todos os assuntos que se possam imaginar, do consumo de carne até a taxa de encarceramento) com algum tipo de inflexão súbita no início dos anos 70, geralmente para pior. Embora não se diga de imediato, deixando-se a pergunta para a livre consideração do leitor, a tese dos elaboradores é a de que a fonte misteriosa de todos esses males seria a decisão, naquele ano e país, de abandonar o padrão-ouro para a moeda corrente, em favor de uma moeda fiduciária (não lastreada em metais).

Não faço ideia se a tese específica é verdadeira ou falsa. Mas a página sempre me vem à cabeça quando vejo algumas outras estatísticas, que, conforme constato, bem que mereceriam uma página análoga, a ser chamada, desta vez, de WTF Happened in 2013.

O ano não é exato; o psicólogo social Jonathan Haidt antes fala num período de anos entre 2011 e 2015. Assim como os defensores do padrão-ouro, o psicólogo também tem sido capaz de coletar gráficos exibindo estatísticas as mais diversas, mas sempre relacionadas de alguma forma a saúde mental ou emocionalidade negativa, e todas essas estatísticas também mostram um ponto de inflexão muito visível por volta desses outros anos.

Como Haidt também destaca, foi, em paralelo a isso, um período de ebulição política. Exemplares iniciais de grande repercussão foram a Primavera Árabe e o movimento Occupy Wall Street, ambos em 2011.

Em seguida, em junho de 2013, o Brasil foi surpreendido pela maior onda de protestos da sua história até então, com pauta indefinida e inexplicável pelo tradicional fator econômico, visto que as estatísticas ainda eram confortantes à época (a grande recessão só viria nos anos de 2015 e 2016, que voltaram a testemunhar protestos de igual dimensão). A tendência internacional se verifica até mesmo numa inexplicada queda de popularidade da monarquia britânica em meados da década, passando a atingir níveis mais baixos até mesmo do que na famosamente conturbada década de 1990, em que a família real se vira às voltas com a comoção popular em torno do adultério e divórcio do príncipe herdeiro.

No entanto, diferentemente da tese da moeda fiduciária, a explicação dada por Haidt para estes fenômenos já tinha sido, em muitos casos, invocada contemporaneamente aos eventos: trata-se do advento das redes sociais.

A propagação das redes sociais
É certo que as redes sociais não passaram a existir apenas em 2011. O Facebook, por exemplo, foi criado em 2004. Mas é natural que as tecnologias levem alguns anos para se propagarem na população, tanto pelo barateamento quanto por outros fatores. Na minha adolescência nos anos 2000, as redes sociais — como o Orkut — eram vistas como coisa de jovem; pessoas de mais idade preferiam interagir por e-mail, mídia muito limitada em termos de amplitude de interação. Mas, por volta de 2012 em diante, sobretudo com a propagação do Facebook — e, posteriormente, do WhatsApp —, pessoas de faixas etárias mais altas passaram a se envolver em redes sociais tanto quanto os adolescentes. Com isto, também passaram a desfrutar da possibilidade de interagir e formar grupos com pessoas distantes — inclusive para fins de mobilização política.

Um fator que certamente contribuiu para a propagação na população foi o advento do smartphone moderno, ao levar a internet a quem antes não a possuía e ao permitir aos mesmos usuários acessar as redes sociais a qualquer hora do dia. O primeiro iPhone com loja de aplicativos foi lançado em 2008; o Samsung Galaxy S, em 2010.

A revolução do retuíte
Mas a explicação não está apenas no aumento da penetração das redes sociais: elas também passaram por inovações tecnológicas posteriores ao seu surgimento que potencializaram em muito os seus efeitos. Haidt destaca, em particular, o botão de retuíte, surgido no Twitter em 2009; e, no Facebook, as funções de curtir (2009) e compartilhar (2012). Estes recursos aumentaram exponencialmente a quantidade de interações, inclusive as interações entre completos estranhos; em consequência, potencializaram a viralização. E, uma vez que curtidas e compartilhamentos são pretendidos como forma de recompensa, constituíram também incentivo para o exercício das faculdades criativas dos usuários, inclusive para articular novas ideias associadas a emoções negativas, como raiva ou indignação — que parecem ser desproporcionalmente premiadas neste sistema, por produzirem naturalmente mais engajamento nos usuários.

Não se trata de algo novo; já antes das redes sociais, sempre se observou que a imprensa tinha como viés focar nas notícias negativas. Mas as redes sociais intensificaram este processo, e já foram achadas evidências empíricas de que a própria imprensa foi desde então obrigada a reforçar o viés pessimista, para competir no novo mercado da atenção. Tudo isso pode ajudar a explicar o incremento da insatisfação popular.

O escrutínio sobre os poderosos
Por último, mas não menos importante, as redes sociais possibilitaram um grande aumento da circulação de informações. E, como já explicara o pesquisador em comunicação Joshua Meyrowitz em ‘No Sense of Place: The Impact of Electronic Media on Social Behavior’ [Sem senso de lugar: o impacto da mídia eletrônica no comportamento social] obra profética de 1985, as novas tecnologias que facilitam a circulação de informação (como a televisão, à qual atribui as revoluções culturais da década de 1960) são, no cômputo geral, lesivas aos poderosos.

Meyrowitz faz referência a obras futuristas distópicas, como “1984” (publicada em 1949, quando a televisão começava a se popularizar), que tratam novas tecnologias como ferramentas autoritárias; na obra de George Orwell, todo cidadão tem em casa um televisor especial controlado pelo governo central, com câmera de viligância. Como aponta Meyrowitz, pouca atenção foi dada ao fato de que o funcionamento de um televisor do mundo real é inverso ao do romance: é o governante que passa a ser observado por milhões de câmeras de vigilância — e isto tampouco é confortável para ele.

Com a internet e os smartphones, o escrutínio aumentou mais ainda; cada cidadão tem uma câmera e um teclado à mão para documentar condutas das autoridades ou opinar sobre elas — inclusive negativamente. Nem a rainha Elizabeth II, que exercia função quase exclusivamente simbólica no seu país, escapou da tendência, como se viu.

Não é à toa que os poderosos ao longo da história sempre procuraram se resguardar do escrutínio, até mesmo fisicamente: seja recluindo-se em palácios fora da capital, como em Petrópolis ou Versalhes, seja até mesmo mudando a própria capital: a situação quase categórica ao longo da história foi de o centro de poder mudar para uma localidade mais vazia (como Brasília). Ao inverso dos cidadãos comuns, os dirigentes nacionais quase nunca são atraídos pelos grandes centros, quando distintos da capital.

E raramente gostam das redes sociais, razão pela qual elas são tão frequentemente alvos de governos.

Hugo Freitas Reis é mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS EVITA MUDANÇA NO MARCO TEMPORAL INDÍGENAS PELO STF

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Plenário da Câmara aprovou o regime de urgência para projeto sobre demarcação de terras indígenas.| Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Os deputados aprovaram ontem, e é muito importante essa aprovação, de urgência, para um projeto de lei que pretende se antecipar ao Supremo, pois o Supremo pode mexer numa data que está na Constituição. Trata-se de uma discussão sobre terra indígena. O Supremo vai examinar um caso de Santa Catarina, em que as pessoas que estão nessa terra já avisaram que morrem, mas não saem de lá. É uma área que é reivindicada por indígenas.

O artigo 231 da Constituição diz que são indígenas as terras que tradicionalmente ocupam – ocupam é presente do indicativo. Significa ocupam no dia 5 de outubro de 1988, que é o dia em que a Constituição entrou em vigor, que foi promulgada. E o Supremo pode mudar o tempo desse verbo, né? O Supremo pode tudo, pode botar “que vierem a ocupar depois”, ou “que tenham ocupado antes”.

Então, para evitar esse “que tenham ocupado antes”, há um projeto de lei, agora de urgência, para chegar na frente do Supremo, projeto de lei de 2007. Só agora que despertaram. Esse projeto de lei destaca que não vale se os indígenas deixaram de ocupar, e voltarem a ocupar depois da promulgação da Constituição. Está valendo é no dia, a menos que sejam terras que estivessem ou estavam em litígio naquele dia, na justiça. Aí, o litígio é outra coisa, tem que deslindar o litígio. É isso o que diz. Então significa votação imediata, provavelmente na semana que vem já vão votar isso e evitar uma decisão do Supremo que todo mundo acha que pode inventar outro verbo para o artigo 231 da Constituição.

CPMI comprometida
Decepção, pelo menos pra mim, foi a escolha do presidente e da relatora da CPMI do 8 de janeiro. A senadora Eliziane Gama, que outro dia mostrou uma foto abraçada com Flavio Dino. A relatora e o presidente estiveram no mesmo partido, o PPS, que foi o nome que deram para substituir o Partido Comunista Brasileiro. O Partido Comunista ficou meio que com vergonha do nome e mudou para PPS. A Eliziane hoje é do PSD, do Maranhão. E o presidente é o Arthur Maia, que é do União Brasil, da Bahia, mas foi do PPS. Interessante que ele saiu do PPS, de um extremo, para outro extremo, para o DEM. Mas também já passou pela Solidariedade, pelo PSDB, pelo MDB. Muito cheio de convicções doutrinárias pelo jeito, né? Ele é advogado. E o  governo evitou que estivesse nessa comissão o Renan Calheiros, o Azis, pra não parecer que era de novo aquela CPI do circo, mas pelo jeito vai ser, sabe por que? A relatora, depois de escolhida, disse o seguinte: “foi uma tentativa de golpe o que aconteceu em 8 de janeiro, que não se concretizou”. Ou seja, ela já deu a conclusão, acabou. Nasceu e morreu. Acabou, a relatora já tem a conclusão.

Quando a CPI iria investigar quem foi que quebrou, se foi uma coisa comandada por outro lado, quais foram as causas, por que as pessoas fizeram isso, quem são os personagens de tudo realmente. É aquela velhinha que estava lá cozinhando no acampamento, que está presa hoje ou está com tornozeleira? Por que que o general estava lá? Por que o coronel fez isso ou aquilo, por que as portas se abriram?  Tudo isso a gente pensava que ia ser investigado, mas a relatora já tirou conclusão, então é triste.

Carro barato?

E por fim, só pra registrar, o governo está anunciando que carro de menos de R$ 120 mil pode ter abatimento nos impostos federais e ficar mais barato e dá para comprar até direto da montadora. Quer dizer, deixar a concessionária na mão, no meio do caminho.

O pessoal da Fenabrave estava lá, dos distribuidores de automóveis, e da ANFAVEA também estava lá com Lula, antes que o vice Alckmin, como ministro da Indústria e Comércio, fizesse esse anúncio para aliviar as montadoras e baratear o preço dos carros. Vamos ver o que vai acontecer.


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MARINA SILVA DESPRESTIGIADA NO GOVERNO LULA

J.R. Guzzo

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Brasília, DF 17/05/2023 A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e posse dos novos conselheiros. Foto:José Cruz/ Agência Brasil


Ministra do Meio Ambiente Marina Silva.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

A ministra Marina Silva, burocrata-mor do Meio Ambiente e figura colada há anos no ecossistema ambientalista, teve duas realizações notáveis em sua curta permanência no governo Lula. A primeira foi dizer, para os “bilionários do bem” que se reúnem todos os anos numa estação de esqui na Suíça, que havia “120 milhões” de pessoas passando fome no Brasil. (As agências de “verificação de fatos”, ligadas o tempo todo na fiscalização do que dizem os adversários do PT e suas vizinhanças, não fizeram nenhuma objeção – a ministra é uma dessas personalidades que foi canonizada em vida pela maior parte da mídia, e não pode ser criticada, nunca.)

A segunda realização de Marina, antes de se completarem seis meses de governo, foi ver o seu ministério amputado de funções essenciais. Para se ter uma ideia mais precisa das coisas: o Ministério do Meio Ambiente, hoje, é menos do que era no governo anterior, o mais amaldiçoado da história pelos ecologistas, militantes da natureza e salvadores do planeta. Pode?

Marina continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem – e continua se dando mal todas as vezes em que tenta.

As ONGs etc. etc. etc. estão indignadas, é claro. Exigem que o governo Lula defenda a “integridade” do MMA e lhe devolva as atribuições expropriadas; aparentemente, até agora, não conseguiram estabelecer uma relação de causa e efeito sobre o que aconteceu. Se foi o próprio governo quem decidiu esvaziar o ministério de Marina, como ele pode ser chamado para lhe prestar socorro? Não faz nexo. Mas o fato é que muito pouca coisa faz nexo em relação à Marina Silva.

Aos 65 anos de idade, e uns 50 como profissional das causas ecológicas no Brasil e no mundo, ela continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem – e continua se dando mal todas as vezes em que tenta. Agora, mais uma vez, está na posição de pedir o boné e tornar-se ex-ministra, ou engolir o sapo e continuar grudada no governo. É uma situação inviável, até porque a ministra é uma figura inviável. Sua única função na vida pública tem sido fazer oposição ao progresso, sempre – e, aí, até o “socialismo” do PT fica incomodado.

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“Qualquer tentativa de desmontar o serviço nacional de meio ambiente é um desserviço à sociedade brasileira” protestou Marina. “Isso pode criar gravíssimos prejuízos para o país”. É mesmo? Mas quem está prestando o que ela chama de “desserviço” não é a “direita”, nem o “agronegócio”, nem a oposição – é o governo Lula, do qual faz parte.

Como é que fica, então? A ministra, como já aconteceu em outras oportunidades, tentou fazer parte do Sistema Lula. Está vendo que não faz. Sua função é enfeitar o ministério com uma pegada ambientalista – e só isso.

Desidratação do Meio Ambiente
Lula deixa de lado pauta ambiental e desgasta Marina de olho em apoio no Congresso
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apesar do discurso internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou de lado a pauta ambiental na tentativa de ampliar o seu apoio dentro do Congresso Nacional. Com isso, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, viu sua pasta ser esvaziada pelo Legislativo com apoio da articulação do Palácio do Planalto.

No centro da crise do Ibama com a Petrobras sobre a discussão de exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, Marina sofreu uma série de derrotas nesta semana no Congresso Nacional – com aval da base de Lula. A primeira delas ocorreu por meio da votação da Medida Provisória que trata da reestruturação da Esplanada dos Ministérios pela comissão mista, onde o relator da matéria, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), esvaziou as funções da pasta.

A ministra do Meio Ambiente perdeu, por exemplo, as funções do Cadastro Ambiental Rural (CAR), responsável por controlar terras privadas e conflitos em áreas de preservação. O relator propôs que essa função fique sobre o guarda-chuva do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

O relatório da MP também prevê a transferência da gestão da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

A pasta de Marina Silva perdeu ainda o controle sobre o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Essas funções foram transferidas para o Ministério das Cidades.

Diferente da pasta de Marina, os articuladores de Lula se mobilizaram contra a estratégia de parlamentares que tentavam esvaziar as funções do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Durante a tramitação, deputados defendiam, por exemplo, que Costa não ficasse com a coordenação do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). Após pressão do Planalto, o relator acabou recuando em relação à medida.

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O relatório de Bulhões foi aprovado pela comissão mista por um placar de 15 votos a 3. Apesar do esvaziamento da pasta de Marina, o governo não orientou contra o texto apresentado pelo relator. A justificativa dos aliados de Lula é de que o Executivo tinha pressa na tramitação, já que a MP perderá sua validade no dia 1º de junho. A Medida Provisória ainda precisa ser votada nos plenários da Câmara e do Senado.

Além disso, petistas argumentam que o governo precisou ceder diante da correlação de forças dentro do Legislativo. De acordo com o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido), a gestão Lula não teve sucesso nas negociações sobre a pauta ambiental.

“Nós, o governo, não conseguimos avançar, embora tenhamos advogado, mas nenhum dos aspectos da questão ambiental conseguimos ter avanços”, minimizou Rodrigues.

Além do Meio Ambiente, o relatório da MP desidratou as funções do Ministério dos Povos Indígenas. A pasta comandada por Sônia Guajajara perdeu as atribuições sobre a demarcação de novas terras indígenas e transferiu essa responsabilidade para o Ministério da Justiça, comandando por Flávio Dino (PSB).

Para tentar contornar as críticas geradas pelo posicionamento do governo na votação da MP e evitar um embate com o Congresso, aliados de Lula indicam que o Executivo pode levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). O argumento encampado é de que a Constituição diz que “compete privativamente ao presidente da República” baixar decretos sobre a organização e o funcionamento da administração federal, “quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos”.

Esse entendimento, no entanto, ainda não está fechado por parte do Palácio do Planalto. Aliados de Lula defendem que esse movimento poderia resultar em retaliações em votações futuras por parte dos parlamentares, tendo em vista que a judicialização tiraria a discussão da esfera política.

Marina sofreu outras derrotas na Câmara com o aval do governo Lula 
Além de ter a pasta esvaziada, Marina Silva sofreu outras derrotas dentro da Câmara sem que houvesse um posicionamento contrário por parte da liderança do governo Lula. Os deputados votaram uma MP editada no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e retomaram trechos que afrouxam as regras de proteção da mata atlântica.

Esses itens tinham sido retirados pelo Senado, mas o governo orientou voto a favor da flexibilização durante a votação na Câmara. No PT, por exemplo, foram 35 votos nessa direção, e 14, contrários. O texto segue para sanção de Lula. De acordo com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula vai vetar esse trecho da MP.

“Pelo compromisso que nós temos com a sustentabilidade, minha posição, que foi firmada desde o começo é de vetarmos, não permitirmos a agressão à Mata Atlântica nessa medida provisória”, disse Padilha em entrevista à GloboNews.

Ainda de acordo com Padilha, existe um compromisso com os parlamentares para que o veto de Lula não seja derrubado pelo Congresso. “Já existe um compromisso do Senado de que, [o presidente] vetando, não seja derrubado o veto. Na própria Câmara, a liderança já sinalizou de que [o veto] também não seria derrubado”, completou.

Além dessa proposta, a articulação do governo não conseguiu impedir a aprovação do pedido de urgência do PL que estabelece o marco temporal da promulgação da Constituição de 1988 para a demarcação de terras indígenas. Neste caso, o governo liberou a sua bancada para votar como quisesse.

Movimento de Lula contra Marina pode travar acordo do Mercosul 
Além do desgaste político, o movimento de Lula nas pautas ambientais pode travar acordos internacionais, entre eles o do Mercosul com a União Europeia. Além do Brasil, o tratado deve beneficiar os demais membros do Mercosul: Argentina, Paraguai e Uruguai e o países associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. A Venezuela também era um dos países membros do bloco, mas está suspensa desde 2016.

Desde a campanha, Lula tem usado a pauta ambiental para tentar ganhar projeção internacional. Durante suas viagens ao exterior, o petista usa mão do discurso da defesa do meio ambiente para tentar atrair o apoio e o financiamento de outros países.

Para Marina Silva, no entanto, os movimentos recentes do governo podem atrasar ainda mais o acordo do Mercosul com a UE, uma vez que os europeus vêm tentando impor restrições ambientais firmes para a assinatura do termo.

“Não basta a credibilidade do presidente Lula, ou da ministra do Meio Ambiente. O mundo vai olhar para o arcabouço legal e ver que a estrutura do governo não é a que ganhou as eleições, é a estrutura do governo que perdeu. Isso vai fechar todas as nossas portas”, disse, em audiência na Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

Ainda de acordo com Marina, as mudanças promovidas nos últimos dias são um “desserviço ao Brasil”. “Qualquer tentativa de desmontar o sistema nacional de meio ambiente brasileiro é um desserviço à sociedade brasileira, ao Estado brasileiro. Isso pode criar gravíssimos prejuízos aos interesses econômicos, sociais e ambientais”, completou.


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AFINAL QUEM É JAIR BOLSONARO?

 

Jair/ Bolsonaro

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Bolsonaro: confuso, ambíguo, contraditório e instável. Numa palavra: complexo.| Foto: EFE/ Isaac Fontana

Já escrevi por aqui que Jair Bolsonaro, ou melhor, só Bolsonaro é um personagem mais interessante do que Lula – e não o Luiz Inácio. Mais confuso, mais ambíguo, mais incoerente, mais instável. Mais complexo. Nos últimos meses, porém, essa complexidade que antes fascinava e divertia se tornou um transtorno. Uma angústia. Uma dúvida incômoda.

Passando em revista os últimos quatro anos, me dou conta do tempo que gastei, mas não desperdicei, tentando entender que Bolsonaro era esse que os apoiadores tanto defendiam. Não só. Passei esse tempo todo tentando entender também quem era esse Bolsonaro que os detratores tanto atacavam. E não foram poucas as ocasiões em que tentei entender como meus valores se relacionavam com um presidente que me agradava num dia e me irritava noutro.

Mas foi meio de um curso ministrado por meu amigo Francisco Escorsim que me vi pensando: “O que resta do Jair no Bolsonaro? Onde termina o homem e começa o personagem? Quem Bolsonaro pensa que é e quem ele é quando ninguém está olhando? Tomo café ou pego um copo d´água? O que será que vamos jantar? Como o Chico pode gostar de Coldplay? Qual a previsão do tempo para amanhã?”. Etc.

E você talvez esteja aí franzindo a testa, me xingando silenciosamente e esbravejando de si para si que esta é uma questão tardia. Afinal, Bolsonaro is no more. Quanto a isso, só posso dizer que você tem toda razão. É mesmo uma questão tardia. E talvez seja até inoportuna, levando em conta que hoje é sexta-feira. Chega de canseira. Nada de tristeza. Pega uma cerveja. Põe na minha mesa.

Uma espécie de espelho
Em minha defesa, porém, digo que é justamente agora a melhor hora para saber quem foi esse tal de Jair Messias Bolsonaro que ocupou a Presidência por quatro anos. Agora que a conclusão a que chegarmos não fará mais nenhuma diferença. Agora que as contradições e ambiguidades de Bolsonaro estão mais exaltadas do que nunca. Afinal, ele é o homem que agora fala em paz ou é o líder que, do alto de um carro de som e para uma Avenida Paulista lotada, lavou a alma dos brasileiros chamando Alexandre de Moraes de canalha?

Bolsonaro é o genocida negacionista de que tanto falam ou é o defensor da liberdade e da ciência? Ele é um covarde que optou pelo silêncio democrático ou é um golpista? Ele é honesto ou é tão corrupto quanto os outros? Ele é uma vítima do Sistema ou um simplório atrapalhado que perdeu as eleições para si mesmo? Ele é um falastrão ou um mestre na arte do xadrez 4D? Ele é o destemido capitão imbroxável ou um mito encolhido num cantinho, torcendo para que ninguém o descubra ali se fartando de pão com leite condensado?

Eu poderia ficar aqui por parágrafos e mais parágrafos opondo características de Bolsonaro, sem jamais chegar a uma imagem fácil. Unidimensional, como diria alguém mais pretensioso. E o mais interessante: sem jamais alcançar o Jair que se esconde por trás do Bolsonaro. Ou será que nessa troca ancestral da alma pelo sucesso mundano é imprescindível que o personagem anule por completo o homem?

Agora chamo o Francisco Escorsim de volta à crônica (fica aqui ao meu lado, Chico, dá um oizinho pros leitores) para dizer que, nessa busca pelo que resta de essencial e verdadeiro nos personagens, acabamos por buscar a nós mesmos. E, com alguma sorte, acabamos por entender melhor o que nos fez (faz?) defender ou atacar, apoiar ou detratar, seguir ou desprezar e acreditar ou desconfiar deste ou daquele nome. Aliás, foi só por isso que escrevi esta crônica.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/quem-afinal-e-jair-bolsonaro-e-por-que-isso-ainda-importa/
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O BRASIL PRECISA DE UMA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

 

Por Roberta Jansen – Jornal Estadão

Documento da Confedereação Nacional da Indústria (CNI) entregue ao governo reforça importância do ensino profissionalizante

A reforma educacional é crucial para a retomada do crescimento do País, segundo o Plano de Retomada da Indústria, apresentado nesta quinta-feira, 25, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao governo federal. De acordo com o documento, a educação profissional, nos moldes do que vem sendo feito nos países mais desenvolvidos, deve ser uma prioridade.

Também nesta quinta-feira, em artigo publicado no Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin defenderam a indústria como “fio condutor” de uma política econômica voltada para a geração de renda e de emprego.

Reconstrução da Educação: como a tecnologia ajuda na revolução do ensino básico?

O plano apresenta cinco ações na área da educação, “que buscam garantir a formação dos jovens para o mercado de trabalho, com uma política nacional de educação profissional e tecnológica, e a plena implementação do novo ensino médio – em especial o itinerário de formação técnica e profissional – e com a modernização do sistema de aprendizagem.”

A educadora Cláudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, cita algumas medidas práticas que poderiam ser adotadas o mais rapidamente possível. “Num contexto de automação acelerada, digitalização, inteligência artificial, precisamos educar para duas coisas simultaneamente: desenvolver o pensamento crítico e o pensamento criativo; precisamos educar os alunos para serem pensadores autônomos e criativos”, afirmou.

“Mas o que o Brasil pode fazer? Em primeiro lugar, parar com essa história de quatro horas de aula por dia. Nenhum país que se industrializou tem quatro horas de aula por dia, mas, sim, de sete a nova horas. Não apenas aulas, mas laboratório, experimentação. É um processo de educação mais mão na massa, digamos assim. A outra coisa é evitar essa educação conteudista, em que os professores despejam um conteúdo e não ensinam os alunos a pensar.”

Laboratório do Instituto Senai de Inovação e Eletroquímica, no Paraná
Laboratório do Instituto Senai de Inovação e Eletroquímica, no Paraná Foto: Senai

Dentre as ações listadas no Plano de Retomada da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estão a implementação do novo ensino médio, a modernização do aprendizado profissional, a implementação de uma proposta nacional de reconhecimento de saberes com base em competências e habilidades, a elaboração de uma política nacional de educação profissional e tecnológica adequada à oferta e às demandas de médio e longo prazo dos setores produtivos e o desenvolvimento de uma política pública de requalificação profissional e aperfeiçoamento de trabalhadores.

“Se o governo quer uma reindustrialização nos moldes do passado, como o investimento em carros populares, por exemplo, na indústria pesada, mais tradicional, é preciso termos uma qualificação laboral e uma educação de base muito melhor do que temos hoje”, afirmou o pesquisador João Marcelo Borges, do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (DGPE/FGV). “Hoje, os 20% dos nossos alunos mais ricos têm uma proficiência em matemática, linguagem e ciência pior do que os 20% mais pobres da Coreia do Sul. Esse é o tamanho da distância.”

No entanto, pondera Borges, se a ideia é investir numa industrialização mais moderna, o desafio é ainda maior. “Se quisermos disputar indústrias do presente e do futuro, não nos basta reduzir essa diferença, mas sim incorporar ao nosso ensino o desenvolvimento de competências como o pensamento crítico e o estímulo à criatividade, que são as competências exigidas na parte da inovação”, explicou. “Isso sequer começamos a fazer.”

Na análise do diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, o foco deve ser no ensino profissionalizante. “Além da deficiência estrutural de qualidade, a matriz educacional brasileira é bem diversa da de outros países. Nos países desenvolvidos e nos emergentes mais bem sucedidos, 50% dos jovens de 15 a 17 anos têm a educação profissional junto com a regular; na Áustria e na Finlândia, esse percentual é acima dos 70%. No Brasil, apenas 9% dos jovens têm isso. Ou seja, o sistema não dá ao jovem uma identidade social”, afirmou Lucchesi.

Para o especialista, o ensino profissionalizante não exclui o ensino de um pensamento crítico e criativo, necessário para a indústria do futuro. “A sociedade brasileira tem uma concepção escravocrata, uma lógica elitista, segundo a qual a universidade está acima do bem e do mal”, disse. “Em todo o mundo, a escola é muito mais democrática do que no Brasil, ela dá a todos os jovens uma identidade social. Aqui, até a reforma do ensino médio, a escola reafirma o abismo elitista.”

João Marcelo Borges frisa, no entanto, que o foco não pode ser apenas na educação básica dos jovens, mas também a qualificação do empresariado. “As empresas brasileiras têm baixa produtividade por conta da qualificação da força de trabalho, sim, mas também por conta da péssima qualidade dos métodos empresariais e gerenciais”, afirmou o especialista da FGV. “Precisamos reformar a agenda da educação básica, mas também a qualificação dos empresários, para que usem métodos mais produtivos.”

INOVAR É PRECISO PARA MANTER A SUA EMPRESA VIVA

 

Moysés Peruhype Carlech e ChatGPT

A inovação é um processo pelo qual novas ideias, produtos, serviços ou métodos são desenvolvidos e implementados, resultando em melhorias significativas ou mudanças disruptivas em um determinado setor, organização ou sociedade como um todo. A inovação pode ocorrer em diferentes áreas, como tecnologia, ciência, negócios, design, saúde, entre outras.

Inovar é o ato de realizar ações que impulsionam a inovação. Isso envolve a criação, desenvolvimento e implementação de novas ideias ou a melhoria de ideias existentes. A inovação pode ocorrer de várias formas, como melhorias incrementais em produtos ou processos existentes, desenvolvimento de novos produtos ou serviços, aplicação de novas tecnologias ou modelos de negócios, adoção de abordagens criativas para resolver problemas e assim por diante.

A inovação é essencial para o progresso e o crescimento em todos os setores. Ela impulsiona a competitividade, ajuda as empresas a se adaptarem às mudanças no mercado, cria valor para os clientes, melhora a eficiência e a produtividade, além de trazer benefícios sociais e econômicos mais amplos. As organizações que conseguem inovar com sucesso têm mais chances de se destacar no mercado e se manter relevantes em um ambiente em constante evolução.

Existem diferentes abordagens e estratégias para promover a inovação. Algumas empresas têm departamentos de pesquisa e desenvolvimento dedicados à geração de novas ideias e ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Outras empresas colaboram com startups, universidades ou outras instituições para obter acesso a novos conhecimentos e recursos. Além disso, o estímulo a uma cultura de inovação, que valoriza a criatividade, a experimentação e o aprendizado contínuo, é fundamental para promover a inovação em uma organização.

No contexto atual, a inovação é impulsionada por avanços tecnológicos, como inteligência artificial, big data, Internet das Coisas, biotecnologia e outras áreas emergentes. Essas tecnologias têm o potencial de transformar setores inteiros e abrir novas oportunidades de inovação.

Em resumo, a inovação é o processo de desenvolver e implementar novas ideias que trazem melhorias significativas ou mudanças disruptivas. Inovar é o ato de realizar ações para impulsionar a inovação, seja criando novos produtos, serviços ou processos, adotando novas tecnologias ou modelos de negócios, ou aplicando abordagens criativas para resolver problemas. A inovação é fundamental para o progresso e o sucesso em diferentes áreas, impulsionando o crescimento econômico, a competitividade e a melhoria da qualidade de vida.

Como podemos inovar nos anúncios para o publico?

ChatGPT

Há várias maneiras de inovar nos anúncios para o público. Aqui estão algumas ideias que podem ajudar a tornar seus anúncios mais interessantes e envolventes:

Personalização: Utilize dados do público-alvo para personalizar os anúncios, oferecendo produtos ou serviços relevantes para cada pessoa. Isso pode aumentar a taxa de conversão, pois os consumidores tendem a se engajar mais quando a mensagem é direcionada especificamente para eles.

Storytelling: Conte histórias envolventes em seus anúncios. Em vez de simplesmente listar recursos e benefícios do produto, crie uma narrativa que conecte emocionalmente com o público. Isso pode ajudar a capturar a atenção e criar uma conexão mais profunda com os consumidores.

Experiências imersivas: Explore tecnologias como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) para criar experiências imersivas em seus anúncios. Isso permite que os consumidores interajam com seu produto ou serviço de maneira mais envolvente, gerando maior interesse e curiosidade.

Influenciadores digitais: Trabalhe com influenciadores digitais relevantes para o seu público-alvo. Eles têm um poder significativo de persuasão e podem ajudar a promover seus produtos ou serviços de maneira autêntica. Certifique-se de escolher influenciadores que estejam alinhados com os valores da sua marca.

Vídeos curtos e envolventes: Com a popularidade das plataformas de mídia social, como o TikTok e o Instagram Reels, considere criar anúncios em formato de vídeo curto e envolvente. Esses vídeos são rápidos de consumir e têm maior potencial de compartilhamento, ampliando o alcance da sua mensagem.

Gamificação: Introduza elementos de jogos nos seus anúncios para criar uma experiência interativa. Os consumidores podem se envolver com desafios, ganhar prêmios ou pontos, o que torna o processo mais divertido e cativante.

Uso de chatbots: Implemente chatbots em seus anúncios para oferecer uma interação instantânea com os clientes. Isso pode ajudar a responder perguntas, fornecer informações relevantes e até mesmo concluir vendas diretamente no anúncio, tornando o processo mais conveniente para o consumidor.

Lembre-se de que a inovação nos anúncios requer um entendimento profundo do seu público-alvo, suas preferências e comportamentos. Experimente diferentes abordagens, meça os resultados e esteja disposto a ajustar sua estratégia com base nos insights obtidos.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 220.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 220.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.500.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quinta-feira, 25 de maio de 2023

LULA FUGIU DE ENCONTRAR COM ZELENSKY NO G-7

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Presidente viajou para a cúpula do G7 no Japão| Foto: EFE/EPA/JAPAN POOL

Desde que assumiu seu terceiro mandato na Presidência da República, Lula vem tentando convencer o mundo de que pode assumir a função de paladino da paz na Ucrânia. Segundo apregoa o petista aos quatro ventos, bastaria uma “boa conversa” para colocar fim aos desvarios expansionistas de Vladimir Putin e também à resistência ucraniana – pois, para Lula, é preciso lembrar, a Ucrânia faz mal em insistir em se defender da agressão sofrida, pois, assim, “prolonga” a guerra. Mas para quem insiste tanto no valor do diálogo como forma de se chegar à paz, Lula se esforça muito pouco para conversar abertamente com aquele que é um dos principais interessados no fim da guerra: Volodymyr Zelensky, que há mais de um ano vê seu país ser destroçado pelas forças russas.

Participando do encontro do G7 como convidado – assim como os líderes da Austrália, Índia, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia, Comores (representando a União Africana) e Ilhas Cook (representando o Fórum das Ilhas do Pacífico) –, Lula não aproveitou a oportunidade para conversar com o presidente ucraniano, que também estava presente na cúpula. O próprio Zelensky havia manifestado o desejo de falar com o brasileiro, mas o encontro não aconteceu. Oficialmente, os motivos alegados foram “desencontros da agenda”, mas parecem ser efeito direto da falta de vontade.

A diplomacia brasileira liderada por Lula caminha a passos largos para ser cada vez mais irrelevante.

Em entrevista após o fim da cúpula, Lula chegou a dizer que reservou um horário na agenda para receber o ucraniano, mas Zelensky simplesmente não apareceu. Segundo o petista, a reunião bilateral com a Ucrânia estaria agendada para 15h15 (horário do Japão) do último domingo (21). Mas, estranhamente, na agenda oficial do presidente há outro compromisso para o mesmo horário, uma reunião com o primeiro-ministro da República Socialista do Vietnã, Pham Minh Chinh, e nenhuma menção a Zelensky. Na sequência, às 16h15, Lula se reuniu com o presidente da União das Comores, Azali Assoumani.

O próprio Lula mencionou a agenda com o vietnamita: “Nós esperamos e ficamos recebendo a informação de que eles [Zelensky] tinham atrasado. Enquanto isso, atendi o presidente do Vietnã. E quando o presidente do Vietnã foi embora, o presidente da Ucrânia não apareceu. Certamente teve outros compromissos e não pôde vir aqui. Foi, infelizmente, isso que aconteceu”, disse Lula em entrevista coletiva. Ele afirmou ter ficado “chateado”, mas não explicou – e nem foi questionado – sobre os motivos de marcar para o mesmo horário duas agendas completamente distintas.

Em resumo, ou Lula simplesmente mentiu sobre o agendamento, ou queria receber Zelensky extraoficialmente e, neste caso, se o ucraniano tivesse aparecido, o encontro teria de ser brevíssimo, entre os demais os compromissos oficiais do petista. Na lacuna deixada por Lula, Zelensky aproveitou para falar com outros emergentes, como a Índia, que mantém fortes laços comerciais com a Rússia – os russos são os principais fornecedores de suprimento militar para os indianos. O primeiro ministro do país, Narendra Modi, diferente do petista, conseguiu encontrar tempo na agenda para receber o presidente ucraniano e se mostrou bastante efusivo ao cumprimentá-lo.

Além desse “desencontro” de agendas no domingo, um dia antes, tanto Lula quanto o presidente ucraniano participaram da mesma sessão de discussões no G7 e o brasileiro poderia ter ao menos tentado cumprimentar o presidente da Ucrânia, o que não aconteceu. Nas imagens do evento, é possível ver Zelensky sendo cercado e cumprimentado por vários líderes mundiais, enquanto Lula permanece sentado. O brasileiro não dirige nem mesmo um olhar para o ucraniano, coisa bem estranha para quem quer ser um negociador da paz.

O discurso oficial do brasileiro igualmente não contribuiu em nada para o fortalecimento da imagem de um negociador da paz. Mesmo que seu foco principal não fosse a guerra na Ucrânia – Lula aproveitou a participação do G7 mais para criticar o FMI e pedir “compreensão” com a dívida argentina do que para defender os interesses brasileiros –, o petista reafirmou as críticas aos EUA e nações ocidentais por continuarem a apoiar a resistência ucraniana, declarando que repudia “veementemente o uso da força como meio de resolver disputas”. O único aceno ao bom senso de Lula foi citar a violação da soberania ucraniana pela Rússia.

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Levando-se em conta o histórico de declarações estapafúrdias do petista em relação à Guerra na Ucrânia, ter admitido que a Rússia atacou a soberania ucraniana é um avanço. Lula já acusou Zelensky de ter responsabilidade igual à de Putin no conflito, criticou os esforços dos países ocidentais em oferecer ajuda para a resistência ucraniana, sugeriu que o país invadido se rendesse aos russos e reclamou que a Ucrânia insista em manter seu território original. Em contrapartida, Lula manifesta predileção pelo presidente Vladimir Putin, com quem se apressou em estreitar relações. No final de março, o presidente brasileiro fez questão de enviar Celso Amorim em visita de seis dias à Rússia; em 17 de abril recebeu Sergei Lavrov, principal representante no presidente russo. Uma visita diplomática de Celso Amorim à Ucrânia só foi feita em 9 de maio, numa tentativa de amenizar os desastrosos efeitos do evidente alinhamento do governo brasileiro ao discurso russo.

Esse alinhamento é mais do que evidente entre os próprios atores diplomáticos. Aos poucos, líderes e setores que antes demonstravam entusiasmo com a eleição de Lula e suas proposições de paz, começam a ver a realidade: o Lulinha Paz Mundial, pacificador do mundo, é só mais uma face falastrona do velho Lula aliado de ditadores. A ideia de que a diplomacia lulista é pautada pelo propósito de manter abertura com todas as nações – incluindo as que cometem graves violações como a Rússia ou Nicarágua – não convence mais, nem aos brasileiros, nem à comunidade internacional. Infelizmente, a diplomacia brasileira liderada por Lula caminha a passos largos para ser cada vez mais irrelevante.


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