sexta-feira, 26 de maio de 2023

MARINA SILVA DESPRESTIGIADA NO GOVERNO LULA

J.R. Guzzo

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Brasília, DF 17/05/2023 A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e posse dos novos conselheiros. Foto:José Cruz/ Agência Brasil


Ministra do Meio Ambiente Marina Silva.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

A ministra Marina Silva, burocrata-mor do Meio Ambiente e figura colada há anos no ecossistema ambientalista, teve duas realizações notáveis em sua curta permanência no governo Lula. A primeira foi dizer, para os “bilionários do bem” que se reúnem todos os anos numa estação de esqui na Suíça, que havia “120 milhões” de pessoas passando fome no Brasil. (As agências de “verificação de fatos”, ligadas o tempo todo na fiscalização do que dizem os adversários do PT e suas vizinhanças, não fizeram nenhuma objeção – a ministra é uma dessas personalidades que foi canonizada em vida pela maior parte da mídia, e não pode ser criticada, nunca.)

A segunda realização de Marina, antes de se completarem seis meses de governo, foi ver o seu ministério amputado de funções essenciais. Para se ter uma ideia mais precisa das coisas: o Ministério do Meio Ambiente, hoje, é menos do que era no governo anterior, o mais amaldiçoado da história pelos ecologistas, militantes da natureza e salvadores do planeta. Pode?

Marina continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem – e continua se dando mal todas as vezes em que tenta.

As ONGs etc. etc. etc. estão indignadas, é claro. Exigem que o governo Lula defenda a “integridade” do MMA e lhe devolva as atribuições expropriadas; aparentemente, até agora, não conseguiram estabelecer uma relação de causa e efeito sobre o que aconteceu. Se foi o próprio governo quem decidiu esvaziar o ministério de Marina, como ele pode ser chamado para lhe prestar socorro? Não faz nexo. Mas o fato é que muito pouca coisa faz nexo em relação à Marina Silva.

Aos 65 anos de idade, e uns 50 como profissional das causas ecológicas no Brasil e no mundo, ela continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem – e continua se dando mal todas as vezes em que tenta. Agora, mais uma vez, está na posição de pedir o boné e tornar-se ex-ministra, ou engolir o sapo e continuar grudada no governo. É uma situação inviável, até porque a ministra é uma figura inviável. Sua única função na vida pública tem sido fazer oposição ao progresso, sempre – e, aí, até o “socialismo” do PT fica incomodado.

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“Qualquer tentativa de desmontar o serviço nacional de meio ambiente é um desserviço à sociedade brasileira” protestou Marina. “Isso pode criar gravíssimos prejuízos para o país”. É mesmo? Mas quem está prestando o que ela chama de “desserviço” não é a “direita”, nem o “agronegócio”, nem a oposição – é o governo Lula, do qual faz parte.

Como é que fica, então? A ministra, como já aconteceu em outras oportunidades, tentou fazer parte do Sistema Lula. Está vendo que não faz. Sua função é enfeitar o ministério com uma pegada ambientalista – e só isso.

Desidratação do Meio Ambiente
Lula deixa de lado pauta ambiental e desgasta Marina de olho em apoio no Congresso
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apesar do discurso internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou de lado a pauta ambiental na tentativa de ampliar o seu apoio dentro do Congresso Nacional. Com isso, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, viu sua pasta ser esvaziada pelo Legislativo com apoio da articulação do Palácio do Planalto.

No centro da crise do Ibama com a Petrobras sobre a discussão de exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, Marina sofreu uma série de derrotas nesta semana no Congresso Nacional – com aval da base de Lula. A primeira delas ocorreu por meio da votação da Medida Provisória que trata da reestruturação da Esplanada dos Ministérios pela comissão mista, onde o relator da matéria, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), esvaziou as funções da pasta.

A ministra do Meio Ambiente perdeu, por exemplo, as funções do Cadastro Ambiental Rural (CAR), responsável por controlar terras privadas e conflitos em áreas de preservação. O relator propôs que essa função fique sobre o guarda-chuva do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

O relatório da MP também prevê a transferência da gestão da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

A pasta de Marina Silva perdeu ainda o controle sobre o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Essas funções foram transferidas para o Ministério das Cidades.

Diferente da pasta de Marina, os articuladores de Lula se mobilizaram contra a estratégia de parlamentares que tentavam esvaziar as funções do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Durante a tramitação, deputados defendiam, por exemplo, que Costa não ficasse com a coordenação do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). Após pressão do Planalto, o relator acabou recuando em relação à medida.

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O relatório de Bulhões foi aprovado pela comissão mista por um placar de 15 votos a 3. Apesar do esvaziamento da pasta de Marina, o governo não orientou contra o texto apresentado pelo relator. A justificativa dos aliados de Lula é de que o Executivo tinha pressa na tramitação, já que a MP perderá sua validade no dia 1º de junho. A Medida Provisória ainda precisa ser votada nos plenários da Câmara e do Senado.

Além disso, petistas argumentam que o governo precisou ceder diante da correlação de forças dentro do Legislativo. De acordo com o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido), a gestão Lula não teve sucesso nas negociações sobre a pauta ambiental.

“Nós, o governo, não conseguimos avançar, embora tenhamos advogado, mas nenhum dos aspectos da questão ambiental conseguimos ter avanços”, minimizou Rodrigues.

Além do Meio Ambiente, o relatório da MP desidratou as funções do Ministério dos Povos Indígenas. A pasta comandada por Sônia Guajajara perdeu as atribuições sobre a demarcação de novas terras indígenas e transferiu essa responsabilidade para o Ministério da Justiça, comandando por Flávio Dino (PSB).

Para tentar contornar as críticas geradas pelo posicionamento do governo na votação da MP e evitar um embate com o Congresso, aliados de Lula indicam que o Executivo pode levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). O argumento encampado é de que a Constituição diz que “compete privativamente ao presidente da República” baixar decretos sobre a organização e o funcionamento da administração federal, “quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos”.

Esse entendimento, no entanto, ainda não está fechado por parte do Palácio do Planalto. Aliados de Lula defendem que esse movimento poderia resultar em retaliações em votações futuras por parte dos parlamentares, tendo em vista que a judicialização tiraria a discussão da esfera política.

Marina sofreu outras derrotas na Câmara com o aval do governo Lula 
Além de ter a pasta esvaziada, Marina Silva sofreu outras derrotas dentro da Câmara sem que houvesse um posicionamento contrário por parte da liderança do governo Lula. Os deputados votaram uma MP editada no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e retomaram trechos que afrouxam as regras de proteção da mata atlântica.

Esses itens tinham sido retirados pelo Senado, mas o governo orientou voto a favor da flexibilização durante a votação na Câmara. No PT, por exemplo, foram 35 votos nessa direção, e 14, contrários. O texto segue para sanção de Lula. De acordo com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula vai vetar esse trecho da MP.

“Pelo compromisso que nós temos com a sustentabilidade, minha posição, que foi firmada desde o começo é de vetarmos, não permitirmos a agressão à Mata Atlântica nessa medida provisória”, disse Padilha em entrevista à GloboNews.

Ainda de acordo com Padilha, existe um compromisso com os parlamentares para que o veto de Lula não seja derrubado pelo Congresso. “Já existe um compromisso do Senado de que, [o presidente] vetando, não seja derrubado o veto. Na própria Câmara, a liderança já sinalizou de que [o veto] também não seria derrubado”, completou.

Além dessa proposta, a articulação do governo não conseguiu impedir a aprovação do pedido de urgência do PL que estabelece o marco temporal da promulgação da Constituição de 1988 para a demarcação de terras indígenas. Neste caso, o governo liberou a sua bancada para votar como quisesse.

Movimento de Lula contra Marina pode travar acordo do Mercosul 
Além do desgaste político, o movimento de Lula nas pautas ambientais pode travar acordos internacionais, entre eles o do Mercosul com a União Europeia. Além do Brasil, o tratado deve beneficiar os demais membros do Mercosul: Argentina, Paraguai e Uruguai e o países associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. A Venezuela também era um dos países membros do bloco, mas está suspensa desde 2016.

Desde a campanha, Lula tem usado a pauta ambiental para tentar ganhar projeção internacional. Durante suas viagens ao exterior, o petista usa mão do discurso da defesa do meio ambiente para tentar atrair o apoio e o financiamento de outros países.

Para Marina Silva, no entanto, os movimentos recentes do governo podem atrasar ainda mais o acordo do Mercosul com a UE, uma vez que os europeus vêm tentando impor restrições ambientais firmes para a assinatura do termo.

“Não basta a credibilidade do presidente Lula, ou da ministra do Meio Ambiente. O mundo vai olhar para o arcabouço legal e ver que a estrutura do governo não é a que ganhou as eleições, é a estrutura do governo que perdeu. Isso vai fechar todas as nossas portas”, disse, em audiência na Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

Ainda de acordo com Marina, as mudanças promovidas nos últimos dias são um “desserviço ao Brasil”. “Qualquer tentativa de desmontar o sistema nacional de meio ambiente brasileiro é um desserviço à sociedade brasileira, ao Estado brasileiro. Isso pode criar gravíssimos prejuízos aos interesses econômicos, sociais e ambientais”, completou.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-deixa-de-lado-pauta-ambiental-e-desgasta-marina-de-olho-em-apoio-no-congresso/
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AFINAL QUEM É JAIR BOLSONARO?

 

Jair/ Bolsonaro

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Bolsonaro: confuso, ambíguo, contraditório e instável. Numa palavra: complexo.| Foto: EFE/ Isaac Fontana

Já escrevi por aqui que Jair Bolsonaro, ou melhor, só Bolsonaro é um personagem mais interessante do que Lula – e não o Luiz Inácio. Mais confuso, mais ambíguo, mais incoerente, mais instável. Mais complexo. Nos últimos meses, porém, essa complexidade que antes fascinava e divertia se tornou um transtorno. Uma angústia. Uma dúvida incômoda.

Passando em revista os últimos quatro anos, me dou conta do tempo que gastei, mas não desperdicei, tentando entender que Bolsonaro era esse que os apoiadores tanto defendiam. Não só. Passei esse tempo todo tentando entender também quem era esse Bolsonaro que os detratores tanto atacavam. E não foram poucas as ocasiões em que tentei entender como meus valores se relacionavam com um presidente que me agradava num dia e me irritava noutro.

Mas foi meio de um curso ministrado por meu amigo Francisco Escorsim que me vi pensando: “O que resta do Jair no Bolsonaro? Onde termina o homem e começa o personagem? Quem Bolsonaro pensa que é e quem ele é quando ninguém está olhando? Tomo café ou pego um copo d´água? O que será que vamos jantar? Como o Chico pode gostar de Coldplay? Qual a previsão do tempo para amanhã?”. Etc.

E você talvez esteja aí franzindo a testa, me xingando silenciosamente e esbravejando de si para si que esta é uma questão tardia. Afinal, Bolsonaro is no more. Quanto a isso, só posso dizer que você tem toda razão. É mesmo uma questão tardia. E talvez seja até inoportuna, levando em conta que hoje é sexta-feira. Chega de canseira. Nada de tristeza. Pega uma cerveja. Põe na minha mesa.

Uma espécie de espelho
Em minha defesa, porém, digo que é justamente agora a melhor hora para saber quem foi esse tal de Jair Messias Bolsonaro que ocupou a Presidência por quatro anos. Agora que a conclusão a que chegarmos não fará mais nenhuma diferença. Agora que as contradições e ambiguidades de Bolsonaro estão mais exaltadas do que nunca. Afinal, ele é o homem que agora fala em paz ou é o líder que, do alto de um carro de som e para uma Avenida Paulista lotada, lavou a alma dos brasileiros chamando Alexandre de Moraes de canalha?

Bolsonaro é o genocida negacionista de que tanto falam ou é o defensor da liberdade e da ciência? Ele é um covarde que optou pelo silêncio democrático ou é um golpista? Ele é honesto ou é tão corrupto quanto os outros? Ele é uma vítima do Sistema ou um simplório atrapalhado que perdeu as eleições para si mesmo? Ele é um falastrão ou um mestre na arte do xadrez 4D? Ele é o destemido capitão imbroxável ou um mito encolhido num cantinho, torcendo para que ninguém o descubra ali se fartando de pão com leite condensado?

Eu poderia ficar aqui por parágrafos e mais parágrafos opondo características de Bolsonaro, sem jamais chegar a uma imagem fácil. Unidimensional, como diria alguém mais pretensioso. E o mais interessante: sem jamais alcançar o Jair que se esconde por trás do Bolsonaro. Ou será que nessa troca ancestral da alma pelo sucesso mundano é imprescindível que o personagem anule por completo o homem?

Agora chamo o Francisco Escorsim de volta à crônica (fica aqui ao meu lado, Chico, dá um oizinho pros leitores) para dizer que, nessa busca pelo que resta de essencial e verdadeiro nos personagens, acabamos por buscar a nós mesmos. E, com alguma sorte, acabamos por entender melhor o que nos fez (faz?) defender ou atacar, apoiar ou detratar, seguir ou desprezar e acreditar ou desconfiar deste ou daquele nome. Aliás, foi só por isso que escrevi esta crônica.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/quem-afinal-e-jair-bolsonaro-e-por-que-isso-ainda-importa/
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O BRASIL PRECISA DE UMA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

 

Por Roberta Jansen – Jornal Estadão

Documento da Confedereação Nacional da Indústria (CNI) entregue ao governo reforça importância do ensino profissionalizante

A reforma educacional é crucial para a retomada do crescimento do País, segundo o Plano de Retomada da Indústria, apresentado nesta quinta-feira, 25, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao governo federal. De acordo com o documento, a educação profissional, nos moldes do que vem sendo feito nos países mais desenvolvidos, deve ser uma prioridade.

Também nesta quinta-feira, em artigo publicado no Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin defenderam a indústria como “fio condutor” de uma política econômica voltada para a geração de renda e de emprego.

Reconstrução da Educação: como a tecnologia ajuda na revolução do ensino básico?

O plano apresenta cinco ações na área da educação, “que buscam garantir a formação dos jovens para o mercado de trabalho, com uma política nacional de educação profissional e tecnológica, e a plena implementação do novo ensino médio – em especial o itinerário de formação técnica e profissional – e com a modernização do sistema de aprendizagem.”

A educadora Cláudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, cita algumas medidas práticas que poderiam ser adotadas o mais rapidamente possível. “Num contexto de automação acelerada, digitalização, inteligência artificial, precisamos educar para duas coisas simultaneamente: desenvolver o pensamento crítico e o pensamento criativo; precisamos educar os alunos para serem pensadores autônomos e criativos”, afirmou.

“Mas o que o Brasil pode fazer? Em primeiro lugar, parar com essa história de quatro horas de aula por dia. Nenhum país que se industrializou tem quatro horas de aula por dia, mas, sim, de sete a nova horas. Não apenas aulas, mas laboratório, experimentação. É um processo de educação mais mão na massa, digamos assim. A outra coisa é evitar essa educação conteudista, em que os professores despejam um conteúdo e não ensinam os alunos a pensar.”

Laboratório do Instituto Senai de Inovação e Eletroquímica, no Paraná
Laboratório do Instituto Senai de Inovação e Eletroquímica, no Paraná Foto: Senai

Dentre as ações listadas no Plano de Retomada da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estão a implementação do novo ensino médio, a modernização do aprendizado profissional, a implementação de uma proposta nacional de reconhecimento de saberes com base em competências e habilidades, a elaboração de uma política nacional de educação profissional e tecnológica adequada à oferta e às demandas de médio e longo prazo dos setores produtivos e o desenvolvimento de uma política pública de requalificação profissional e aperfeiçoamento de trabalhadores.

“Se o governo quer uma reindustrialização nos moldes do passado, como o investimento em carros populares, por exemplo, na indústria pesada, mais tradicional, é preciso termos uma qualificação laboral e uma educação de base muito melhor do que temos hoje”, afirmou o pesquisador João Marcelo Borges, do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (DGPE/FGV). “Hoje, os 20% dos nossos alunos mais ricos têm uma proficiência em matemática, linguagem e ciência pior do que os 20% mais pobres da Coreia do Sul. Esse é o tamanho da distância.”

No entanto, pondera Borges, se a ideia é investir numa industrialização mais moderna, o desafio é ainda maior. “Se quisermos disputar indústrias do presente e do futuro, não nos basta reduzir essa diferença, mas sim incorporar ao nosso ensino o desenvolvimento de competências como o pensamento crítico e o estímulo à criatividade, que são as competências exigidas na parte da inovação”, explicou. “Isso sequer começamos a fazer.”

Na análise do diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, o foco deve ser no ensino profissionalizante. “Além da deficiência estrutural de qualidade, a matriz educacional brasileira é bem diversa da de outros países. Nos países desenvolvidos e nos emergentes mais bem sucedidos, 50% dos jovens de 15 a 17 anos têm a educação profissional junto com a regular; na Áustria e na Finlândia, esse percentual é acima dos 70%. No Brasil, apenas 9% dos jovens têm isso. Ou seja, o sistema não dá ao jovem uma identidade social”, afirmou Lucchesi.

Para o especialista, o ensino profissionalizante não exclui o ensino de um pensamento crítico e criativo, necessário para a indústria do futuro. “A sociedade brasileira tem uma concepção escravocrata, uma lógica elitista, segundo a qual a universidade está acima do bem e do mal”, disse. “Em todo o mundo, a escola é muito mais democrática do que no Brasil, ela dá a todos os jovens uma identidade social. Aqui, até a reforma do ensino médio, a escola reafirma o abismo elitista.”

João Marcelo Borges frisa, no entanto, que o foco não pode ser apenas na educação básica dos jovens, mas também a qualificação do empresariado. “As empresas brasileiras têm baixa produtividade por conta da qualificação da força de trabalho, sim, mas também por conta da péssima qualidade dos métodos empresariais e gerenciais”, afirmou o especialista da FGV. “Precisamos reformar a agenda da educação básica, mas também a qualificação dos empresários, para que usem métodos mais produtivos.”

INOVAR É PRECISO PARA MANTER A SUA EMPRESA VIVA

 

Moysés Peruhype Carlech e ChatGPT

A inovação é um processo pelo qual novas ideias, produtos, serviços ou métodos são desenvolvidos e implementados, resultando em melhorias significativas ou mudanças disruptivas em um determinado setor, organização ou sociedade como um todo. A inovação pode ocorrer em diferentes áreas, como tecnologia, ciência, negócios, design, saúde, entre outras.

Inovar é o ato de realizar ações que impulsionam a inovação. Isso envolve a criação, desenvolvimento e implementação de novas ideias ou a melhoria de ideias existentes. A inovação pode ocorrer de várias formas, como melhorias incrementais em produtos ou processos existentes, desenvolvimento de novos produtos ou serviços, aplicação de novas tecnologias ou modelos de negócios, adoção de abordagens criativas para resolver problemas e assim por diante.

A inovação é essencial para o progresso e o crescimento em todos os setores. Ela impulsiona a competitividade, ajuda as empresas a se adaptarem às mudanças no mercado, cria valor para os clientes, melhora a eficiência e a produtividade, além de trazer benefícios sociais e econômicos mais amplos. As organizações que conseguem inovar com sucesso têm mais chances de se destacar no mercado e se manter relevantes em um ambiente em constante evolução.

Existem diferentes abordagens e estratégias para promover a inovação. Algumas empresas têm departamentos de pesquisa e desenvolvimento dedicados à geração de novas ideias e ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras. Outras empresas colaboram com startups, universidades ou outras instituições para obter acesso a novos conhecimentos e recursos. Além disso, o estímulo a uma cultura de inovação, que valoriza a criatividade, a experimentação e o aprendizado contínuo, é fundamental para promover a inovação em uma organização.

No contexto atual, a inovação é impulsionada por avanços tecnológicos, como inteligência artificial, big data, Internet das Coisas, biotecnologia e outras áreas emergentes. Essas tecnologias têm o potencial de transformar setores inteiros e abrir novas oportunidades de inovação.

Em resumo, a inovação é o processo de desenvolver e implementar novas ideias que trazem melhorias significativas ou mudanças disruptivas. Inovar é o ato de realizar ações para impulsionar a inovação, seja criando novos produtos, serviços ou processos, adotando novas tecnologias ou modelos de negócios, ou aplicando abordagens criativas para resolver problemas. A inovação é fundamental para o progresso e o sucesso em diferentes áreas, impulsionando o crescimento econômico, a competitividade e a melhoria da qualidade de vida.

Como podemos inovar nos anúncios para o publico?

ChatGPT

Há várias maneiras de inovar nos anúncios para o público. Aqui estão algumas ideias que podem ajudar a tornar seus anúncios mais interessantes e envolventes:

Personalização: Utilize dados do público-alvo para personalizar os anúncios, oferecendo produtos ou serviços relevantes para cada pessoa. Isso pode aumentar a taxa de conversão, pois os consumidores tendem a se engajar mais quando a mensagem é direcionada especificamente para eles.

Storytelling: Conte histórias envolventes em seus anúncios. Em vez de simplesmente listar recursos e benefícios do produto, crie uma narrativa que conecte emocionalmente com o público. Isso pode ajudar a capturar a atenção e criar uma conexão mais profunda com os consumidores.

Experiências imersivas: Explore tecnologias como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) para criar experiências imersivas em seus anúncios. Isso permite que os consumidores interajam com seu produto ou serviço de maneira mais envolvente, gerando maior interesse e curiosidade.

Influenciadores digitais: Trabalhe com influenciadores digitais relevantes para o seu público-alvo. Eles têm um poder significativo de persuasão e podem ajudar a promover seus produtos ou serviços de maneira autêntica. Certifique-se de escolher influenciadores que estejam alinhados com os valores da sua marca.

Vídeos curtos e envolventes: Com a popularidade das plataformas de mídia social, como o TikTok e o Instagram Reels, considere criar anúncios em formato de vídeo curto e envolvente. Esses vídeos são rápidos de consumir e têm maior potencial de compartilhamento, ampliando o alcance da sua mensagem.

Gamificação: Introduza elementos de jogos nos seus anúncios para criar uma experiência interativa. Os consumidores podem se envolver com desafios, ganhar prêmios ou pontos, o que torna o processo mais divertido e cativante.

Uso de chatbots: Implemente chatbots em seus anúncios para oferecer uma interação instantânea com os clientes. Isso pode ajudar a responder perguntas, fornecer informações relevantes e até mesmo concluir vendas diretamente no anúncio, tornando o processo mais conveniente para o consumidor.

Lembre-se de que a inovação nos anúncios requer um entendimento profundo do seu público-alvo, suas preferências e comportamentos. Experimente diferentes abordagens, meça os resultados e esteja disposto a ajustar sua estratégia com base nos insights obtidos.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 220.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 220.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.500.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

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quinta-feira, 25 de maio de 2023

LULA FUGIU DE ENCONTRAR COM ZELENSKY NO G-7

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Presidente viajou para a cúpula do G7 no Japão| Foto: EFE/EPA/JAPAN POOL

Desde que assumiu seu terceiro mandato na Presidência da República, Lula vem tentando convencer o mundo de que pode assumir a função de paladino da paz na Ucrânia. Segundo apregoa o petista aos quatro ventos, bastaria uma “boa conversa” para colocar fim aos desvarios expansionistas de Vladimir Putin e também à resistência ucraniana – pois, para Lula, é preciso lembrar, a Ucrânia faz mal em insistir em se defender da agressão sofrida, pois, assim, “prolonga” a guerra. Mas para quem insiste tanto no valor do diálogo como forma de se chegar à paz, Lula se esforça muito pouco para conversar abertamente com aquele que é um dos principais interessados no fim da guerra: Volodymyr Zelensky, que há mais de um ano vê seu país ser destroçado pelas forças russas.

Participando do encontro do G7 como convidado – assim como os líderes da Austrália, Índia, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia, Comores (representando a União Africana) e Ilhas Cook (representando o Fórum das Ilhas do Pacífico) –, Lula não aproveitou a oportunidade para conversar com o presidente ucraniano, que também estava presente na cúpula. O próprio Zelensky havia manifestado o desejo de falar com o brasileiro, mas o encontro não aconteceu. Oficialmente, os motivos alegados foram “desencontros da agenda”, mas parecem ser efeito direto da falta de vontade.

A diplomacia brasileira liderada por Lula caminha a passos largos para ser cada vez mais irrelevante.

Em entrevista após o fim da cúpula, Lula chegou a dizer que reservou um horário na agenda para receber o ucraniano, mas Zelensky simplesmente não apareceu. Segundo o petista, a reunião bilateral com a Ucrânia estaria agendada para 15h15 (horário do Japão) do último domingo (21). Mas, estranhamente, na agenda oficial do presidente há outro compromisso para o mesmo horário, uma reunião com o primeiro-ministro da República Socialista do Vietnã, Pham Minh Chinh, e nenhuma menção a Zelensky. Na sequência, às 16h15, Lula se reuniu com o presidente da União das Comores, Azali Assoumani.

O próprio Lula mencionou a agenda com o vietnamita: “Nós esperamos e ficamos recebendo a informação de que eles [Zelensky] tinham atrasado. Enquanto isso, atendi o presidente do Vietnã. E quando o presidente do Vietnã foi embora, o presidente da Ucrânia não apareceu. Certamente teve outros compromissos e não pôde vir aqui. Foi, infelizmente, isso que aconteceu”, disse Lula em entrevista coletiva. Ele afirmou ter ficado “chateado”, mas não explicou – e nem foi questionado – sobre os motivos de marcar para o mesmo horário duas agendas completamente distintas.

Em resumo, ou Lula simplesmente mentiu sobre o agendamento, ou queria receber Zelensky extraoficialmente e, neste caso, se o ucraniano tivesse aparecido, o encontro teria de ser brevíssimo, entre os demais os compromissos oficiais do petista. Na lacuna deixada por Lula, Zelensky aproveitou para falar com outros emergentes, como a Índia, que mantém fortes laços comerciais com a Rússia – os russos são os principais fornecedores de suprimento militar para os indianos. O primeiro ministro do país, Narendra Modi, diferente do petista, conseguiu encontrar tempo na agenda para receber o presidente ucraniano e se mostrou bastante efusivo ao cumprimentá-lo.

Além desse “desencontro” de agendas no domingo, um dia antes, tanto Lula quanto o presidente ucraniano participaram da mesma sessão de discussões no G7 e o brasileiro poderia ter ao menos tentado cumprimentar o presidente da Ucrânia, o que não aconteceu. Nas imagens do evento, é possível ver Zelensky sendo cercado e cumprimentado por vários líderes mundiais, enquanto Lula permanece sentado. O brasileiro não dirige nem mesmo um olhar para o ucraniano, coisa bem estranha para quem quer ser um negociador da paz.

O discurso oficial do brasileiro igualmente não contribuiu em nada para o fortalecimento da imagem de um negociador da paz. Mesmo que seu foco principal não fosse a guerra na Ucrânia – Lula aproveitou a participação do G7 mais para criticar o FMI e pedir “compreensão” com a dívida argentina do que para defender os interesses brasileiros –, o petista reafirmou as críticas aos EUA e nações ocidentais por continuarem a apoiar a resistência ucraniana, declarando que repudia “veementemente o uso da força como meio de resolver disputas”. O único aceno ao bom senso de Lula foi citar a violação da soberania ucraniana pela Rússia.

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Levando-se em conta o histórico de declarações estapafúrdias do petista em relação à Guerra na Ucrânia, ter admitido que a Rússia atacou a soberania ucraniana é um avanço. Lula já acusou Zelensky de ter responsabilidade igual à de Putin no conflito, criticou os esforços dos países ocidentais em oferecer ajuda para a resistência ucraniana, sugeriu que o país invadido se rendesse aos russos e reclamou que a Ucrânia insista em manter seu território original. Em contrapartida, Lula manifesta predileção pelo presidente Vladimir Putin, com quem se apressou em estreitar relações. No final de março, o presidente brasileiro fez questão de enviar Celso Amorim em visita de seis dias à Rússia; em 17 de abril recebeu Sergei Lavrov, principal representante no presidente russo. Uma visita diplomática de Celso Amorim à Ucrânia só foi feita em 9 de maio, numa tentativa de amenizar os desastrosos efeitos do evidente alinhamento do governo brasileiro ao discurso russo.

Esse alinhamento é mais do que evidente entre os próprios atores diplomáticos. Aos poucos, líderes e setores que antes demonstravam entusiasmo com a eleição de Lula e suas proposições de paz, começam a ver a realidade: o Lulinha Paz Mundial, pacificador do mundo, é só mais uma face falastrona do velho Lula aliado de ditadores. A ideia de que a diplomacia lulista é pautada pelo propósito de manter abertura com todas as nações – incluindo as que cometem graves violações como a Rússia ou Nicarágua – não convence mais, nem aos brasileiros, nem à comunidade internacional. Infelizmente, a diplomacia brasileira liderada por Lula caminha a passos largos para ser cada vez mais irrelevante.


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TSE CRIOU MALABARISMO JURÍDICO PARA CASSAR DELTAN DALLAGNOL

 

Justiça Eleitoral
Por
Gabriele Bonat – Gazeta do Povo

BRA50. BRASÍLIA (BRASIL), 17/05/2023. – El diputado federal Deltan Dallagnol, habla durante una rueda de prensa hoy, tras perder su mandato en el Congreso Nacional, en Brasilia (Brasil). El Tribunal Superior Electoral (TSE) de Brasil despojó del mandato como diputado federal a Deltan Dallagnol, quien fuera el jefe del equipo de fiscales que ayudó a llevar a la cárcel dos años atrás al hoy presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva. Por unanimidad, los miembros del máximo tribunal electoral declararon inválida la candidatura de Dallagnol a la Cámara de Diputados, con lo que automáticamente el exfiscal perdió el mandato. EFE/Andre Borges


Juristas afirmam que cassação de Deltan Dallagnol pelo TSE gera insegurança jurídica.| Foto: EFE/André Borges

O processo de cassação do deputado federal mais votado nas Eleições 2022 no Paraná, Deltan Dallagnol (Podemos), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresenta uma série de problemas, na avaliação de juristas ouvidos pela Gazeta do Povo. Os especialistas destacaram que a cassação fere vários princípios, entre eles o da legalidade dos mandatos eletivos e o da soberania popular e quebra uma tradição de preservação dos mandatos dos representantes eleitos democraticamente pelo povo.

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Outra avaliação comum entre os dos juristas é a de que, na prática, o TSE criou uma nova hipótese de inelegibilidade para justificar a impugnação do registro de candidatura de Dallagnol. Tal medida, apontam os especialistas, somente pode ser criada por lei complementar. Ao ser definida de forma unânime e sem debates pela Suprema Corte Eleitoral, essa novidade pode gerar um cenário de insegurança jurídica e ter como efeito direto a exploração de novas brechas na lei para criar mais e mais interpretações inovadoras da legislação eleitoral.

Decisão do TSE foi pautada em uma suposição

Há uma semana, o TSE cassou, por unanimidade, o registro de candidatura de Deltan Dallagnol, eleito deputado federal com cerca de 345 mil votos em 2022. De forma rápida e discreta, sem discussões, a decisão do TSE, por 7 a 0, fez o ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba perder o mandato.

O tribunal entendeu que o ex-procurador era alvo de reclamações disciplinares no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) quando pediu exoneração do cargo no Ministério Público Federal. Para o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso no TSE, Dallagnol “sem dúvidas” poderia vir a ser alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

Segundo a decisão dos ministros, ao pedir exoneração Dallagnol “agiu para fraudar a lei, uma vez que praticou, de forma capciosa e deliberada, uma série de atos para obstar processos administrativos disciplinares contra si e, portanto, elidir a inelegibilidade”.

A decisão dos ministros, avaliam os juristas procurados pela reportagem, foi pautada por uma suposição. Na prática, contra o ex-procurador não havia nenhum Processo Administrativo Disciplinar (PAD) ativo no momento da exoneração do cargo. O professor de Direito Constitucional Fabio Tavares afirma que a cassação do deputado é ilegal, pois foi proferida na margem da lei, ofendendo os termos da Constituição que garantem o princípio da segurança política.

“A lei diz claramente que, se existir um PAD pendente e o funcionário pedir exoneração, ele passa a ser inelegível. Mas Dallagnol não tinha PAD aberto, ele tinha sindicância e reclamações. A Lei da Ficha Limpa diz ‘somente se houver instauração de PAD’. A decisão unânime do TSE vai na contramão da lei e da jurisprudência”, diz Tavares.

“Interpretação do TSE é uma fraude sobre fraude”, diz especialista  
A Lei da Ficha Limpa prevê que, em caso de renúncia do cargo, o servidor público que está respondendo um processo administrativo está inelegível por oito anos. Isso ajuda a evitar fraudes na lei, na opinião do especialista em Direito Eleitoral, Adriano Soares.

Segundo ele, havia casos que o servidor público que estava passando por um PAD, pedia exoneração antes do processo ser concluído para não sofrer com as consequências. “Isso presume que o servidor quer fraudar a lei. Mesmo sem sofrer essa sanção, a pessoa ficará inelegível para evitar fraudes”, explica Soares.

Para o jurista, no caso do Dallagnol o TSE presumiu uma nova fraude.  “Neste caso, o TSE, por hermenêutico, criou uma fraude à lei que já previa uma presunção de fraude. Temos aplicado aqui uma dupla fraude. É uma cadeia de liberalidades”, destaca Soares.

O especialista em Direito Eleitoral ressalta que há algumas possíveis consequências com a decisão do tribunal. A primeira é que o TSE criou uma nova hipótese de inelegibilidade, violando o Art. 14, parágrafo 9°, da Constituição Federal, que prevê que outros casos de inelegibilidade só poderão ser criados por Lei Complementar.

Outro ponto citado pelo advogado é que a decisão gera precedente para outras hipóteses. “Assim, todas as hipóteses de inelegibilidade podem ser criadas pelo TSE e isso gera uma evidente insegurança jurídica. Fere o princípio da legalidade dos mandatos eletivos, fere o princípio da soberania popular e quebra uma tradição de preservação dos mandatos eletivos”, detalha. “Não se cassa um mandato sem que haja uma violação da lei”, complementou Soares.

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Ausência de debates na decisão dos ministros gera estranheza  
Por unanimidade, 7 a 0, os ministros decidiram pela cassação do mandato do ex-coordenador da Operação Lava Jato. A falta de debates e discussões a respeito de uma matéria tão delicada no campo jurídico foi um dos pontos levantados pelo doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Direito Constitucional, Antônio Jorge Pereira.

Ele afirma que os ministros criaram um “factoide” e que a falta de discussão sobre o tema evidencia a perseguição política. “Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia não divergiram em nada. Parece que há uma combinação prévia. Ou seja, já havia a decisão de condenar o Dallagnol, não importando os fatos”, opina.

Na visão de Adriano Soares, a decisão do TSE também careceu debate. “Nós não ouvimos os outros ministros colocando suas posições. Isso gera no meio jurídico uma surpresa”, diz. Para ele, no caso de Dallagnol faltou uma visão do direito garantista e uma visão do direito com interpretações diversas. “Retrata um momento delicado de polarização no Brasil e impacta o judiciário. Isso não é bom”, conclui o especialista.

O que você achou da declaração de Gilmar Mendes associando Curitiba ao “germe do fascismo”?


ENQUETE ENCERRADA


a. Repulsiva, a fala não é digna de um ministro da Suprema Corte.
91%
a. Repulsiva, a fala não é digna de um ministro da Suprema Corte.
91%
b. Infeliz, ele fez uma generalização desnecessária, mas como ministro do STF tem o direito de se posicionar sobre o caso.
1%
b. Infeliz, ele fez uma generalização desnecessária, mas como ministro do STF tem o direito de se posicionar sobre o caso.
1%
c. Polêmica aumentada, o ministro não quis ofender os curitibanos, e sim criticar a Lava Jato e Moro.
3%
c. Polêmica aumentada, o ministro não quis ofender os curitibanos, e sim criticar a Lava Jato e Moro.
3%
d. Está certo, a forma como Moro conduziu as investigações trouxe mais perdas do que ganhos no combate à corrupção.
5%


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DEFESA NACIONAL QUER MAIS VERBAS E NÃO TEM

Defesa Nacional
Militares recebem com surpresa críticas de Ricardo Salles contra investimentos nas Forças Armadas

Por
Tatiana Azevedo – Gazeta do Povo


Ricardo Salles critica atuação dos militares durante reunião na Câmara dos Deputados| Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados


Militares da cúpula das Forças Armadas demonstraram surpresa e descontentamento velado com as críticas feitas pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP) aos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na semana passada. Em uma audiência na Câmara, Salles chegou a sugerir que não seria necessário investir na defesa da pátria porque o Brasil não teria inimigos.

As críticas foram interpretadas por parte dos militares como mais uma tentativa do deputado de ganhar relevância no cenário político nacional e conseguir apoio para concorrer à prefeitura de São Paulo no ano que vem. As afirmações foram dadas à Gazeta do Povo por oficiais ligados às cúpulas do Exército e da Marinha que pediram anonimato.

“Nós estamos gastando dinheiro com inimigos fictícios. Com míssil de não sei aonde. A bateria antiaérea. Para guerrear com quem? Com Argentina, que não tem nem doce de leite mais. Para quê?”, disse Salles.

Mas a afirmação de Salles ocorre em um momento em que o mundo entra em uma nova corrida armamentista. Ela é motivada pelo crescimento das hostilidades entre o Ocidente e o eixo que começa a ser formado envolvendo Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.

“A guerra na Ucrânia mostra-nos, pela enésima vez na história, que um país não pode acreditar que, por estar vivendo um momento de paz, estará livre da guerra para sempre”, afirmou o coronel da reserva Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, mestre em ciências militares e pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército.

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Investimentos militares do Brasil estão 50% abaixo da média mundial


Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, foram confrontados por Salles enquanto participaram de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, no último dia 17. Eles haviam descrito um cenário preocupante de falta de verbas, que tem impedido o funcionamento adequado das Forças.

O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, afirmou, por exemplo, que 40% da esquadra da Marinha de Guerra estará sucateada se não forem feitos investimentos até 2028. Em conjunto, os militares defenderam que os gastos com a defesa passem da proporção de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2%.

“O material [bélico] tem uma vida, a partir de determinado momento ele passa a ser antieconômico”, disse Olsen. Ele disse que atualmente não há combustível, lubrificantes e munição suficientes para uma proteção adequada da costa brasileira. Como exemplo, o almirante afirmou que a Marinha precisa gastar R$ 74 milhões por ano com munições (que são produtos perecíveis), mas só recebeu R$ 6,8 milhões para esse fim.

Mesmo com a elevação proposta, os gastos brasileiros ainda ficariam abaixo da média mundial de 2,2% do PIB.

Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), o gasto militar global total aumentou 3,7% em termos reais em 2022, atingindo um novo recorde de US$ 2,240 trilhões.

Os gastos militares na Europa tiveram o maior aumento ano a ano em pelo menos 30 anos. Na avaliação do coronel Paulo Filho, isso reflete o aumento das tensões geopolíticas no mundo. O Brasil, na contramão, reduziu seus investimentos em defesa em 11% nos últimos anos.

Apesar das críticas, as Forças Armadas devem possuir as capacidades necessárias para cumprir sua tarefa constitucional de defender a pátria, segundo o coronel. “Essas capacidades não são facilmente adquiridas. Exigem pesado investimento, desenvolvimento autóctone de tecnologia, soldados habilitados e treinados para o cumprimento de suas missões.

“Um exército pode passar cem anos sem ser empregado, mas não pode passar um minuto sem estar preparado”, acrescentou ele, citando o diplomata Ruy Barbosa (1849 – 1923).

Salles acusou Forças Armadas de politização

O deputado Ricardo Salles foi ministro do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Antes disso, ele já era um admirador do escritor Olavo de Carvalho (1947-2022), que influenciou diversos membros do governo anterior e costumava atacar as Forças Armadas, que considerava “comunistas”.

Salles conseguiu uma vitória política recente ao ser nomeado relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das invasões de terras, a CPI do MST. Ele já havia anunciado também que tenta conseguir apoio político para concorrer à prefeitura de São Paulo em 2024.

Seu principal oponente no pleito pode ser o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que já o acusou de querer usar a CPI em proveito próprio para favorecer a possível candidatura. Salles nega o uso político da comissão.

Salles disse à reportagem estar “bastante magoado” com as Forças Armadas. Durante sua fala na Câmara, chegou a citar um episódio que teria ocorrido enquanto ainda era ministro. Nele, militares o levaram para voar de helicóptero sobre a região amazônica e depois teriam passado uma conta de mais de R$ 1 milhão pelo uso da aeronave para o seu ministério.

O deputado usou seu discurso ainda para apontar, sem apresentar evidências, para uma suposta “politização” das Forças Armadas. “Embora o discurso seja de despolitização das Forças Armadas, o que nós estamos vendo é uma tucanização das Forças Armadas. O General Arruda que o diga, quando foi surpreendido pelos discursos e falas que deram ensejo depois ao seu enfraquecimento à frente do Comando do Exército”.

O general Júlio César Arruda foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o Exército, mas foi substituído antes de completar um mês no cargo. Lula, que tinha escolhido pessoalmente o general, depois alegou desconfiança para justificar a troca.

Arruda foi substituído pelo general Tomás Ribeiro Paiva, que serviu no governo de Fernando Henrique Cardoso como ajudante de ordens. Mas o próprio Salles já atuou no PSDB, no início de sua carreira, no governo de São Paulo, na gestão de Geraldo Alckmin, atualmente vice-presidente da República.

O deputado afirmou que o comandante do Exército se esconde atrás de um discurso de despolitização, “mas valeu-se de suas relações com o tucanato paulista para assumir o posto. Vazou seu discurso enquanto Comandante do Sudeste para fazer gesto de agrado a Lula e consolidar seu nome como alternativa ao General Arruda”.

Salles não deu detalhes de nenhuma ligação atual efetiva de Paiva ao PSDB nem apresentou provas de politização no Exército.

Deputado criticou participação de Forças Armadas na segurança pública do país
Em seus ataques aos militares, Salles também criticou as chamadas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), nas quais militares são usados em ações de segurança pública no território nacional. Ele se referiu especificamente a ações das Forças Armadas que ocorreram durante o governo Bolsonaro para coibir crimes na região de floresta amazônica.

Salles disse à reportagem: “são centenas de milhões de reais para operações que não deram um tiro sequer no combate ao crime organizado, garimpo ilegal etc. Eles fogem do enfrentamento como o diabo foge da cruz, tanto nas GLO’s quanto na fronteira”. Ele também questionou a Aeronáutica por não abater, em quantidade que consideraria suficiente, pequenas aeronaves que entram em território nacional carregadas de drogas.

A realização de operações de GLO também divide opiniões entre os próprios militares. O entendimento das Forças Armadas é de que não há embasamento legal que proteja os combatentes de processos judiciais, caso se envolvam em situações que envolvam mortes de civis durante as operações. Por isso, muitos militares também desaprovam sua realização nos moldes atuais.

Sistema de defesa das fronteiras pode ficar obsoleto antes de ser terminado
Durante a audiência da Câmara, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, também falou sobre as dificuldades orçamentárias para manter programas de proteção das fronteiras em funcionamento.

Segundo ele, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) só recebeu até agora 20% da verba prevista e, como está atrasado, corre o risco de ficar obsoleto.

O sistema previa inicialmente investimentos de R$ 11,9 bilhões até 2022, mas foi prorrogado para 2039. “Ele corre um risco real de, quando a tecnologia chegar para todo mundo, essa tecnologia do começo do programa já estar obsoleta. O crime organizado, o crime transnacional, também vai se modernizando e vai usando tecnologia reversa contra a tropa e contra as agências de proteção e de segurança pública”, disse o general.

O SISFRON é uma programa estratégico do Exército. Salles aproveitou o discurso do comandante para criticar a vulnerabilidade das fronteiras. Também falou que o país não precisa do projeto da Marinha que tenta desenvolver um submarino de propulsão nuclear, com o objetivo de proteger o litoral. Ele deu a entender que a tecnologia poderia ser comprada no exterior, mas não mencionou que nenhum país vende esse tipo de tecnologia.

“As críticas de que, por exemplo, o programa do submarino nuclear se arrasta por décadas omitem as responsabilidades dos políticos que, por décadas, pouco fizeram para suprir o programa com os recursos previstos e necessários”, afirmou Paulo Filho.

“Destaque-se que o programa brasileiro, se comparado por exemplo, ao recentemente anunciado pelo Aukus (pacto de defesa mútua que envolve Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha), para suprir a Austrália de um submarino de propulsão nuclear, é muitíssimo mais barato”, completa.

Segundo o analista, que é autor do canal Paulo Filho no YouTube, o programa brasileiro tem um custo total estimado em torno de R$ 40 bilhões. O programa de submarinos do Aukus, gira em torno de US$ 245 bilhões, cerca de 30 vezes mais caro.


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POVO VOLTA ÀS RUAS CONTRA O ARBÍTRIO IMPETRADO CONTRA DALTAN DALLGNOL

 

Democracia, liberdade e Justiça

Por
Marcel van Hattem – Gazeta do Povo


Manifestantes se reuniram em ato de apoio a Deltan Dallagnol| Foto: Marcos Tosi/Gazeta do Povo

O acirramento de ânimos na política brasileira não dá sinais de arrefecimento. Após a vitória da corrupção sobre o seu combate com o enterro da Operação Lava Jato e a posse de Lula como presidente da República, os derrotados do momento seguem perseguidos. O mais novo capítulo se deu com a cassação injusta de Deltan Dallagnol, deputado federal eleito por mais de 344 mil paranaenses e ex-procurador da Lava Jato: a decisão do Tribunal Superior Eleitoral foi completamente ilegal e contrariou todas as decisões da própria Justiça Eleitoral nas suas instâncias inferiores.

Lula disse antes de ser eleito que não descansaria até se vingar de Deltan e, já presidente, garantiu o mesmo a respeito de Sergio Moro, juiz de primeira instância da Lava Jato, que o colocou na cadeia pelos crimes que cometeu, confirmados nas instâncias superiores. Os políticos e empresários delatados e condenados pela Lava Jato não cansam de exalar o mesmo ódio e rancor contra quem fez cumprir a lei no Brasil e recuperou mais de R$ 15 bilhões aos cofres públicos. O Poder Judiciário de última instância, acossado por delações que chegaram às portas de seus mais eminentes ministros até que passassem a ser censuradas como fake news em inquéritos aberrantes no Supremo Tribunal Federal, aliou-se aos anti-Vingadores para restaurar e defender o status quo ante bellum. O recado dos poderosos é claro: a corrupção venceu e a pax brasilis que sempre lhes garantiu impunidade está sendo rapidamente restaurada e consolidada.

Nada mete mais medo em político e poderoso do que o povo na rua, já dizia Ulysses Guimarães. Não resta, pois, outra alternativa ao povo brasileiro senão voltar às ruas.

Apesar desse péssimo diagnóstico, a reação popular está renascendo das cinzas e dos traumas causados por um desastroso e repudiável 8 de janeiro de 2023. A manifestação pacífica feita por milhares de brasileiros em locais equivocados – diante de quartéis – e sem liderança a conduzi-las, foi presa fácil de oportunistas e arruaceiros, de um lado, e de profissionais da narrativa política e do despotismo estatal, de outro. Os milhares de presos inocentes, grande parte sequer presente na área da Praça dos Três Poderes naquele fatídico domingo à tarde, acabaram demonstrando, a milhões de brasileiros honestos e pacíficos, do que são capazes os poderosos de Brasília em matéria de reação arbitrária, desproporcional e politicamente motivada.

Não é por menos que a volta dos brasileiros às ruas, por receio de que novamente possa ocorrer o pior, ocorreu pela primeira vez apenas em 1º de maio deste ano em poucas capitais, dentre as quais se destacou Porto Alegre, onde estive presente. A pauta principal dos cerca de 5 mil presentes foi o rechaço à Lei da Censura, eufemisticamente apelidado pelos poderosos de PL das Fake News. A iniciativa somou-se a todas as demais formas de pressão popular, inclusive via placares online informando em tempo real o posicionamento de cada parlamentar, e surtiu efeito: por ora, o projeto está fora da pauta.

No último fim de semana, desta vez em Curitiba, mais uma manifestação reuniu um enorme número de brasileiros nas ruas. Entoando “Juntos com Deltan” e clamando por “Justiça”, milhares de brasileiros demonstraram também na capital paranaense que estão dispostos a superar qualquer medo e receio para defender, em paz e respeitosamente, o que entendem ser seu de direito. Também estive presente a este ato e pude então constatar o que tende a ser a tônica em todo o Brasil daqui para a frente: a volta às ruas de forma coordenada, organizada e liderada por movimentos de rua que andaram separados e distantes entre si durante o governo Bolsonaro e se reaglutinam agora com o propósito de defender o que mais deve unir os brasileiros: nossa democracia constitucional, as liberdades individuais e a Justiça com jota maiúsculo, recuperando nosso Estado de Direito fraturado. Porto Alegre e Curitiba, precursoras desse novo momento, já deram ao Brasil o exemplo de que a volta às ruas é não apenas possível, mas absolutamente necessária.

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Há desta vez, porém, uma diferença importante em relação aos movimentos organizados contra o governo de Dilma entre os anos de 2014 e 2016. Muitos daqueles que, então, estavam nas ruas, hoje são parlamentares eleitos. Se então os manifestantes na rua davam ao Parlamento o empurrão que faltava para fazer andar o impeachment de Dilma, por exemplo, agora os parlamentares eleitos pela direita brasileira são cobrados a retribuir com suas presenças nas manifestações a fim de conferir a segurança de que o povo necessita para voltar a se manifestar em paz. Por isso, é de se celebrar muito a notícia de que na tarde desta quarta-feira, 24 de maio, movimentos de rua anunciarão em coletiva de imprensa em pleno Salão Verde da Câmara dos Deputados, ladeados por parlamentares, a volta às ruas em todo o Brasil para o próximo dia 4 de junho.

Nada mete mais medo em político e poderoso do que o povo na rua, já dizia Ulysses Guimarães. Não resta, pois, outra alternativa ao povo brasileiro senão voltar às ruas ante a completa falta de sinalização por parte de quem está no poder de que vá ocorrer uma pacificação nacional, conforme Lula prometeu no pós-eleição, mas até aqui só fez o contrário. Diante da vingança plena e irrefreável praticada pelo sistema contra nossa democracia, nossas liberdades e a Justiça brasileira, o povo brasileiro já decidiu por não mais temer e voltar a se manifestar de forma pacífica, organizada e volumosa. E, a exemplo do que já se observou na história recente do país – lembremo-nos das Diretas Já, do impeachment de Fernando Collor e do impeachment de Dilma Rousseff –, dá para botar fé naquilo que vaticinou o Velhinho, do Oiapoque ao Chuí. Nos vemos nas ruas no próximo dia 4 de junho.


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CONGRESSO ADVERTE O PRESIDENTE LULA

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Ministro Haddad tenta evitar derrotas junto aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Vejam só, foi preso um major da Polícia Militar que estava de serviço, no dia 8 de janeiro. Foi preso pela Polícia Federal a mando da Justiça Civil, sob a acusação de que ele teria facilitado o acesso aos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo.

Não foi prisão em flagrante, porque isso aconteceu em 8 de janeiro. Não sei se há provas, mas ele não está condenado, mas foi preso, portanto, prisão preventiva. A prisão preventiva é para aqueles que podem acabar com provas ou vão pressionar testemunha, ou ainda quando há o risco de cometerem o mesmo crime. De tudo isso eu pergunto o seguinte: não tem mais justiça militar, não? Cadê o Superior Tribunal Militar? Eu não sei, parece que tem lá um presidente que está cego, surdo e mudo. Muito estranho.

MPs do Lula na berlinda

Outra coisa, houve uma reunião antes da aprovação do arcabouço, entre os presidentes da Câmara, do Senado e o ministro da Fazenda. E o ministro da Fazenda ouviu uma advertência para o governo. Lira e Pacheco disseram para ele que o governo não deve continuar a tentar de derrubar coisas que já foram aprovadas pelo Congresso Nacional como a autonomia do Banco Central, a privatização da Eletrobras e o marco de saneamento. Ou seja, não mexam nisso, porque afinal, não disseram, mas está muito claro, tem aí um monte de medida provisória do presidente Lula – nove – que se chegar até 1º de junho e a gente não fizer nada com elas, elas caducam, perdem o valor, inclusive essa em que criou 37 ministérios, e já estão mudando as medidas provisórias. Por exemplo, o Coaf, aquele controle de movimentação financeira, volta para o Banco Central, que o presidente Lula tirou e botou no Ministério da Fazenda para ficar com a mão política em cima. O BC é autônomo em relação ao governo. Conab, que é a força do Ministério da Agricultura, que faz o levantamento de safra, comercialização, tudo isso, estava nas mãos do ministro do Desenvolvimento Agrário, que é o ministro do MST, e volta para o Ministério da Agricultura. Demarcação de terras indígenas estava nas mãos de Sônia Guajajara, que é ministra dos Povos Indígenas. Sai de lá. O cadastro ambiental agrário, estava nas mãos de Marina Silva – que chamou o agro ontem de ogro – vai sair também. E mais, pode ser aberta uma porteira pra passar um boi e depois passar boiada. Pode ser derrubado um decreto do presidente, na Câmara, por um decreto legislativo, que é a dispensa de visto para turistas canadenses, japoneses, australianos e americanos. Eu vejo aqui em Lisboa, a cidade está cheia de americanos, cheia de dólares, e aqui não tem Foz do Iguaçu, não tem Pantanal, enfim, o Congresso, como disse Lira, é conservador. O governo se diz progressista. Então abre o olho.

Petrobrás fora do mundo
Por fim, queria lembrar vocês, está tudo muito bem, novos preços da Petrobras, sem a paridade internacional. De imediato a alegria, só que a longo prazo, o perigo é o seguinte. Nós não temos capacidade de refino, de tudo que consumimos aqui. Então a gente importa, só que quem importa, importa o preço internacional. Foi isso que Pedro Parente, quando presidia a Petrobras no governo Temer, percebeu. Por isso, saneou a Petrobras, fazendo a paridade com o preço internacional. Não sendo feito isso, ninguém mais vai importar para perder, porque vai importar a cinco, e ter que vender a quatro, porque a Petrobras vende a quatro. Aí, a consequência da não importação do combustível para o nosso consumo é o desabastecimento. Esse é o risco a longo prazo.


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ARCABOUÇO FISCAL CHAMADO DE CALABOUÇO DO MAL PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA

Por
Luiz Philippe Orleans e Bragança – Gazeta do Povo


O novo arcabouço fiscal proposto pelo governo Lula foi aprovado nesta terça-feira (23) pela Câmara dos Deputados.| Foto: Agência Câmara

O Arcabouço Fiscal é ruim econômica e politicamente. O governo comprou uma base política com promessas de mais emendas parlamentares e a aprovação da nova regra fiscal é reflexo disso. Vamos direto aos pontos:

Maldades Econômicas:

  1. Aumento de Arrecadação: a proposta é para gastar mais e para gastar mais precisa arrecadar mais. Portanto, mais poupança e renda serão removidos da sociedade para pagar pelos gastos. O governo deve buscar novas áreas para tributar que antes não eram tributadas. São poucas e talvez não compensem o volume necessário para equilibrar as contas. Isso significa que deve aumentar imposto de renda, imposto sobre consumo, dividendos, herança, grandes fortunas, altos salários e deve tentar recriar a CPMF. A sociedade com mais renda e poupança sob seu controle cria mais oportunidades de emprego, consome mais, investe mais e gera mais tributos. O governo não confia nessa verdade e deve agora seguir o modelo que sempre deu errado.
  2. Contração Econômica: só de terem sinalizado que iriam criar uma nova regra fiscal o investimento privado no Brasil despencou. Agora vem a confirmação que os uma parcela crescente dos ganhos do trabalho da sociedade irão para o governo. O pior é não saber o quanto pode aumentar brutalmente em função dos rombos fiscais que certamente ocorrerão. O Brasil já registra alta no desemprego, aumento de fechamento de estabelecimentos de indústrias e comércio, o que aponta para uma diminuição de consumo e produção. O governo, ao invés de não intervir e deixar a economia fluir, agora deve estar pensando em um plano de gastos para a população e uma política industrial para tentar evitar a crescente crise que eles mesmos criaram.
  3. Máquina Mais Ineficiente: com flexibilidade maior de gastar, o incentivo para melhorar a máquina pública com redução de redundâncias, demissão de pessoal desqualificado e adoção de melhores processos fica reduzido. Na cabeça dos gestores públicos, todo o problema da máquina pública pode ser resolvido com mais gastos e não com melhorias.
  4. Juros Altos e Risco de Financiamento: com a medida, aumenta gastos sem vínculo com a performance da economia e também eleva de forma desproporcional o risco de aumento de impostos. Haverá impactos políticos e para evitá-los a solução será aumentar o endividamento do governo. Mas quem quer comprar dívida de um governo que pode aumentar impostos no curto prazo? Pois é, para vender títulos o governo terá que oferecer juros ainda mais altos. Como tanto os juros quanto o endividamento já estão altos, o risco de não pagamento (calote) para o investidor aumenta. Isso significa que o Brasil pode se tornar o país mais tributado do mundo com a burocracia mais ineficiente e com risco de falência iminente. Modelo de fracasso argentino.

Mas vamos às maldades políticas, pois essas podem ser piores ainda:

  1. Compra de Parlamentares: o atual governo não tem base parlamentar e agora poderá gastar mais em emendas parlamentares, o que aumenta seu poder de compra de deputados e senadores – lembrando que as despesas obrigatórias consomem quase 90% do orçamento e o governo não tem como mexer nelas. No entanto com a nova regra os 10% de despesas discricionárias (“livres”), que incluem emendas parlamentares, ficam expandidas e certamente serão usadas para arrebanhar parlamentares debaixo do plano arcaico e ditatorial do governo. Que tipo de parlamentar se submete a essa troca? Pergunte ao seu deputado e senador que votou a favor da nova regra sem qualquer debate no legislativo. Ruim para a democracia do Brasil.
  2. Compra do eleitorado: Com mais recursos discricionários o governo poderá comprar mais mídia e propaganda. Toda ditadura depende de censura e propaganda e os recursos vêm para atender esse segundo item que está sempre sob pressão de faltar recursos. O eleitorado responde bem à propaganda do governo nas mídias tradicionais ou através de influenciadores pagos? Uma parcela crescente, não, mas não podemos descartar o poder de distribuição de propaganda por longos períodos combinado com a crescente censura, tanto do governo quanto das plataformas, de canais contrários à agenda do governo. A ordem é limitar a informação indesejada para que o socialismo possa dominar.
  3. Financiamento dos hermanos: com mais liberdade de gastar e arrecadar, o governo pode voltar a financiar seus amiguinhos do Foro de SP, que estão mais uma vez mal das pernas e precisam dos recursos do Brasil para sobreviverem politicamente. A ideia de uma organização acima das instituições do Brasil que comande a região já morreu no século passado, mas com o atual governo ela ainda é um objetivo plausível, pois a esquerda no Brasil não passou por uma reciclagem como a de países desenvolvidos. Retomar o financiamento de ditadores e políticos de esquerda na região e custear suas besteiras depois que assumem o poder ainda está na pauta.

O brasileiro precisa se engajar na questão tributaria. Sem se interessar em saber como os impostos afetam a sua vida e quais propostas devem ser combatidas, os acordos palacianos de Brasília voltaram a imperar sem limites mais uma vez. É uma vergonha ver o avanço que a opinião pública obteve nos últimos anos para não ter igual grau de mobilização em tudo o que se refere à questão tributária. Os parlamentares de oposição precisam de ajuda e a mobilização de opinião pública em torno desse tema é a única.

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