O ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, faz
pronunciamento em Brasília na quarta-feira (17), depois de ter seu
mandato de deputado federal cassado pelo TSE| Foto: EFE/André Borges
A
corrupção é… A corrupção foi… A corrupção deve… A corrupção será… A
corrupção precisa… A corrupção está… A corrupção move… A corrupção isso…
A corrupção aquilo… Nove em cada dez frases proferidas pelos agentes da
Lava Jato resumiam a operação ao combate à corrupção. Mesmo depois que
seus personagens mais ilustres, Sergio Moro e Deltan Dallagnol,
estrearam novas carreiras, a corrupção (sempre ela) era um mantra
interminável que explica tudo e está na origem de tudo. Este foi o
pecado capital da operação.
Corrupção não é o fim, mas apenas um dos meios. Por mais monumentais
que tenham sido, os escândalos revelados pela Lava Jato não resumem o
que acontecia. Diante de um dragão, a Lava Jato se concentrou em
descrever a anatomia das patas do monstro. A corrupção… corrupção…
corrupção… corrupção… é apenas um recurso que foi empregado em um
sistema de lavagem de dinheiro cuja dimensão e amplitude não foram
descritos e alcançados.
A Lava Jato retirou algumas engrenagens, levando à interrupção do
funcionamento de um mecanismo de escala global que permitia um fluxo
financeiro das mais variadas origens (e acredite, a roubalheira
brasileira talvez seja a menos indecente delas). A Pedra Roseta se chama
Departamento de Operações Estruturadas.
Para quem não se lembra, este é o setor da Odebrecht criado para
pagar propinas, mas não só. Era uma espécie de universo paralelo por
onde passava muito dinheiro. Muito mesmo. As planilhas encontradas em
uma das buscas realizadas pela PF e explicadas pelo chefe do setor da
propina, Hilberto Mascarenhas, em sua delação mostram que o fluxo
financeiro dentro da organização não se explica por corrupção ou
propina.
Em alguns anos, o volume de dinheiro movimentado pelo Departamento de
Operações Estruturadas foi maior que o lucro líquido declarado pela
companhia inteira. Como é possível pensar que uma empresa pagou mais por
baixo da mesa para “corruptos” do que foi capaz de auferir como lucro?
Esta coluna já tratou sobre isso no passado. O tema volta a ser
relevante com a cassação do mandato de deputado federal de Dallagnol e a
série de ameaças públicas de advogados e autoridades que dão conta de
que Moro será o próximo a ser degolado. Mas não só por isso. Depois que
Luiz Inácio Lula da Silva reverteu suas condenações e abriu uma avenida
para a impunidade, pessoas que confessaram crimes com sorriso no rosto
agora se dizem vítimas de tortura.
Companhias, cujos donos e executivos assumiram crimes, agora querem
de volta os valores pagos em multas alegando terem sido vítimas de
abusos judiciais.
Qual é a origem desse revés? Foram as patinadas processuais de Moro,
Dallagnol e dos demais membros da força-tarefa? Não. Foi o apequenamento
da percepção do que eles estavam enfrentando.
A tal corrupção que eles identificaram e atacaram era parte de um
conjunto de engrenagens cujo mecanismo a Lava Jato de fato emperrou por
um tempo. Mas não suficientemente para impedir que ele fosse reparado e
modernizado.
A invasão dos telefones dos membros da força-tarefa, gerando o
escândalo que ficou conhecido como Vaza Jato, foi um revés sofrido pela
Lava Jato que nada tem a ver com corruptos ou corrupção. Inventaram a
tese de hackers de Araraquara para limpar uma ação, cuja complexidade e
alcance não fazem sentido algum serem atribuídas aos esforços de jovens
estelionatários do interior de São Paulo, para muito seguramente desviar
a atenção sobre os autores cujas competências e capacidades são
compatíveis com a de agentes de Estado.
O conteúdo das conversas roubadas mostra ainda a despreocupação de
quem acreditava na criptografia do Telegram como um escudo
intransponível para corruptos. Sem saber que eles não estavam afetando
apenas corruptos, mas organizações e regimes corruptos que usavam os
mesmos canais para fazer fluir rios de dinheiro.
A reação em cadeia contra a Lava Jato, provocada depois dos
vazamentos, não tem nada a ver com corruptos ou corrupção. Essa ralé da
estrutura é a face mais visível e supostamente a única beneficiada, como
Moro e Dallagnol ainda teimam em dizer.
Os esforços para pinçar falhas processuais e transformar Moro e
Dallagnol em “chefes de quadrilha” vão além de anistiar corruptos. Está
evidente que são para reescrever a história. Punir de maneira exemplar
funcionários que se meteram no caminho. Moro e Dallagnol (aqui
representando todos da Lava Jato) fizeram algo inédito para o Brasil e a
América Latina. Cometeram erros. Mas nenhum de seus erros é maior que
os benefícios da operação. Nenhum de seus erros foi menor do que ter
pensado que tudo se resumia em roubalheira de dinheiro público.
Os grandes jogadores estão preocupados com conquista, manutenção e
expansão de poder em contextos que vão da política à geopolítica – o que
não exclui a atuação do crime transnacional organizado e de estados
mafiosos. Para eles, os corruptos são instrumentos. As reações à Lava
Jato têm sua origem nas trevas onde interesses e personagens se tornaram
invisíveis em meio à conveniente névoa da corrupção… corrupção…
corrupção… corrupção…
O motivo dado pelos dois governos foi uma “incompatibilidade de
agendas”. Lula ofereceu horários em aberto na sua programação deste
domingo, mas a equipe de Zelenski não conseguiu encaixar nos horários
vagos.
O presidente ucraniano deu uma coletiva de imprensa em Hiroshima em que ironizou o desencontro. Perguntado se ficou decepcionado por não ter conseguido se reunir com Lula,
Zelenski riu e respondeu: “acho que ele [Lula] que ficou decepcionado”.
Zelenski voltou para Kiev logo depóis da coletiva. Lula volta para o
Brasil na manhã de segunda-feira no Japão, depois de uma coletiva de
imprensa.
Para além da agenda, uma hipótese é que o encontro não tenha acontecido por questões de segurança.
Zelenski está em uma restrita e com segurança reforçada na cidade
japonesa, enquanto o presidente Lula passou o dia em reuniões no hotel
em que está hospedado em Hiroshima considerado mais vulnerável. Não há
informações se o presidente brasileiro se dispôs a voltar à área em que
estava Zelenski, onde foi mais cedo para participar de um painel do G-7.
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, reagiu com ironia ao ser
questionado se ficou decepcionado por não ter conseguido se reunir com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Hiroshima, onde aconteceu
neste final de semana a cúpula do G-7. “Acho que ele [Lula] quem ficou
decepcionado”, respondeu, rindo em seguida.
Zelenski corroborou a versão do governo brasileiro e afirmou que ele e
Lula não se encontraram entre ontem e hoje por problemas de agenda.
“Encontrei todos os líderes. Quase todos. Todos têm suas agendas
próprias. Acho que é por isso que não pudemos encontrar o presidente do
Brasil”, declarou o presidente ucraniano.
Em coletiva de imprensa na cidade-sede do G-7 antes de retornar a
Kiev, Zelenski afirmou que não há provas de que Índia e China
supostamente enviam armas para a Rússia travar a guerra, como sugeriu
uma repórter estrangeira. Ele também instou todos os países a se
envolverem na “na fórmula da paz”, mas defendeu que não promoveu os
encontros no G-7 em troca de qualquer “passo” em defesa da Ucrânia.
Zelenski conseguiu uma reunião até mesmo com o premiê da Índia,
Narendra Modi, que é mais próximo de Moscou do que o Brasil. Na coletiva
de imprensa, o presidente da Ucrânia quis passar a imagem de apoio
internacional para resistir à ofensiva russa. “A quem quer guerra, veja
como estamos unidos”, disparou, em um claro recado ao presidente
Vladimir Putin.
Até o horário do almoço no Japão, a probabilidade de um encontro
entre Lula e Zelenski era considerada alta entre diplomatas que estão em
Hiroshima, cidade-sede do G-7. Isso apesar da resistência de Lula em se
reunir com Zelenski desde ontem, quando o pedido de encontro foi feito
pela parte ucraniana.
No hotel em que Lula está instalado na cidade-sede do evento, e onde
travou parte dos encontros de hoje, jornalistas chegaram a ser
convocados para acompanhar o início das bilaterais e se instalaram no
mesmo andar do presidente. No espaço reservado à imprensa, havia duas
bandeiras, uma do Brasil e outra da Ucrânia, uma sobre a outra.
A principal hipótese é que elas teriam sido postas sobre a mesa para
desamassar antes de serem hasteadas na sala de reuniões de Lula. Sem
explicações, os jornalistas foram dispensados após acompanharem as
reuniões bilaterais com os líderes de Ilhas Comores e Vietnã.
Mais cedo, Lula participou em Hiroshima de um painel do G-7 em que
estava Zelenski. Diferentes líderes internacionais cumprimentaram o
ucraniano, mas o presidente brasileiro permaneceu sentado.
Lula resistia ao encontro desde o início. Zelenski veio ao G7 para
tentar ampliar sua aliança na guerra contra a Rússia. De acordo com
relatos, o presidente brasileiro ficou desconfortável com a pressão da
comunidade internacional pela reunião bilateral diante da postura
brasileira de manter neutralidade no conflito.
Apesar de não haver encontro, Lula fez a a primeira crítica explícita
à Rússia ao longo da cúpula do G-7 em uma reunião durante a sessão
“Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero” e ocorreu na presença do
presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. Em uma declaração feita de
improviso – não consta do discurso oficial – Lula afirmou que o
presidente Vladimir Putin deveria se explicar à Organização das Nações
Unidas (ONU) pela invasão da Ucrânia, e condenou a violação da
integridade territorial da Ucrânia.
“Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o
uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da
integridade territorial da Ucrânia. Ao mesmo tempo, a cada dia em que os
combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a
destruição de lares.Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar
da paz”, disse Lula.
Lula também defendeu que a guerra na Ucrânia seja discutida pelas
Nações Unidas. De acordo com o Itamaraty, Lula falou de improviso sobre o
tema durante a reunião — que foi fechada para a imprensa. O presidente
Lula afirmou que os envolvidos no conflito — incluindo o presidente
russo, Vladimir Putin — deveriam se explicar no âmbito da ONU. No
discurso, o presidente brasileiro também voltou a defender a reforma no
Conselho de Segurança da ONU:
“A falta de reforma do Conselho de Segurança é o componente
incontornável do problema. O Conselho encontra-se mais paralisado do que
nunca. Membros permanentes continuam a longa tradição de travar guerras
não autorizadas pelo órgão, seja em busca de expansão territorial, seja
em busca de mudança de regime”, disse o presidente durante o discurso
na sessão de trabalho “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”,
que começou ao meio-dia de domingo no Japão (meia-noite de domingo pelo
horário de Brasília).
Para o brasileiro, “os mecanismos multilaterais de prevenção e
resolução de conflitos já não funcionam” e é preciso lembrar que as
guerras hoje “vão muito além da Europa”, destacando o Oriente Médio e o
Haiti.
Carro popular caiu de 31% para 9% no mercado e SUV foi de 8% para 46% em dez anos; entenda o porquê
Por Cleide Silva – Gazeta do Povo
Utilitários-esportivos são mais
sofisticados, mais caros e lideram vendas entre os automóveis; governo
deve anunciar na quinta-feira medidas para reduzir preço de ‘carro
popular’ a até R$ 60 mil
No momento em que se discute a volta dos chamados “carros populares”
na tentativa de aumentar o acesso de parte da população ao automóvel
novo e ajudar a indústria automobilística a
recuperar o mercado que tinha antes da pandemia, o País tem como
campeões de venda os utilitários-esportivos. A categoria de SUVs, como
são conhecidos, caiu no gosto dos brasileiros com maior poder de compra e
hoje representa quase metade dos negócios de veículos novos. Todos os
modelos à venda custam mais de R$ 100 mil.
Por longos anos, os líderes de mercado eram os “populares”, depois rebatizados de “carros de entrada” por
serem os mais baratos de cada marca. O segmento detinha 31,3% das
vendas em 2012, ano em que as vendas de automóveis somaram 3,1 milhões
de unidades. Neste ano, a fatia é de 9,3% até abril.
Por outro lado, a participação dos SUVs saltaram de 8,8% para 46,4%
de 2012 para cá. Atualmente há mais de 100 modelos desse tipo de veículo
disponíveis no País entre nacionais e importados, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A produção local de SUVs também vem crescendo. Em 2012, havia12
modelos nacionais e hoje há 31, com preços que partem de R$ 101 mil
(Fiat Pulse) a R$ 610 mil (BMW X4). Só os 13 utilitários mais vendidos,
todos fabricados no País, respondem por quase 80% das vendas do
segmento. Já a maior parte dos importados são das categorias premium e
luxo, com preços que vão além de R$ 1 milhão.
Paralelamente, só há dois carros “de entrada” em oferta, o Fiat Mobi e
o Renault Kwid, ambos por R$ 69 mil. Há dez anos eram oito opções,
todas nacionais: Volkswagen Gol, Fiat Uno e Palio, Chevrolet Celta, Ford
Ka, Peugeot 207, Renault Clio e Toyota Etios, com preços, na época,
entre R$ 21,4 mil e R$ 31,4 mil.
A mudança do perfil do mercado ocorre por várias
razões. Uma delas, usada frequentemente pelas fabricantes, são as novas
leis de segurança e emissões, que passaram a exigir itens como airbag,
freios ABS em todos os novos carros, além de tecnologias para reduzir o
consumo de combustível.
“Com a obrigação de novos equipamentos, o custo de produção e venda dos carros aumentou bastante”, afirma Igor Machado Torres, economista e analista da Tendências Consultoria. Somado
aos juros altos, desemprego e queda da renda de muitos brasileiros, uma
camada significativa da população está excluída do mercado de carros
novos.
A falta de componentes (em especial de chips) acirrada pela pandemia,
também ajudou na alta dos custos, assim como problemas de logística
(preço de frete, de contêineres etc).
Laís Magnoler, de 32 anos, tem um Sandero 2014,
adquirido zero e que já rodou 125 mil km. Ele tem apresentado algumas
falhas, embora ela mantenha os serviços de manutenção em dia.
“Recentemente tive de trocar as velas e no ano passado teve um problema
no ar-condicionado; fiquei sem usá-lo por três meses até levar ao
conserto”, diz ela, que trabalha na área de marketing.
O desejo de Laís é trocar o carro por um SUV Creta, da Hyundai. No
início de 2022 ela pesquisou os preços do modelo, na época na faixa de
R$ 80 mil, mas concluiu que não daria para comprar porque ajuda o
companheiro a pagar prestações de um apartamento ainda em construção.
Hoje, a versão mais barata do Creta, de geração anterior a atual,
custa R$ 116,6 mil. Como o Sandero vale cerca de R$ 25 mil a R$ 30 mil,
Laís teria de parcelar a diferença, mas, com os juros atuais, “o preço
ficaria mais que o dobro, então vou esperar mais e tentar cobrar à
vista”, afirma.
De acordo com o Banco Central, o juro médio para a
compra de veículos está em 28,6% ao ano (dado de março), o maior em mais
de dez anos. Com a inadimplência acima de 5%, os bancos também estão
restritivos na liberação de crédito. “Essa taxa de juro é incompatível
com o crescimento da indústria e com a geração de empregos”, diz o
presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite.
Demanda reprimida
Segundo Torres, há uma demanda reprimida de
consumidores que poderiam comprar um carro popular se o preço for
reduzido. O governo promete um pacote de medidas para ajudar na
reativação do setor industrial a ser anunciado na próxima quinta-feira,
25. No caso da indústria automobilística são esperadas medidas para
baixar o preço dos carros “de entrada” para entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
Também pode ter alguma medida para modelos de até R$ 100 mil, o que
atingiria outros segmentos de veículos.
Para chegar a essa faixa no “popular” são necessários incentivos como
corte de alíquotas de impostos federais e estaduais, redução de margens
de lucro de montadoras e concessionárias e retirada de alguns itens
como multimídia, além de uso de materiais menos nobres em estofamentos e
forros, por exemplo. Também são esperados juros menores e prazos mais
longos para os financiamentos.
Quem tem um carro seminovo para vender tem maior facilidade na troca
por um zero, pois a diferença a pagar é menor. Essa é parte da
explicação para a mudança no perfil da forma de compra.
Há três anos, 51% das vendas eram a prazo e 49% à vista. Hoje, são 33% a
prazo e 67% à vista. ‘É uma proporção completamente na contramão da
dinâmica do mercado de automóveis, que sempre dependeu muito de
crédito”, avalia Torres.
Tendência global
O economista da Tendências acredita que eventuais medidas de
incentivo ao mercado serão pontuais. Ainda que se consiga chegar aos
preços sugeridos pelo governo, o consumidor seguirá esbarrando na falta
de opções de modelos “de entrada”. Na faixa acima, a de hatches, há mais
variedade como Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Volkswagen Polo e Citroën
C3, a maioria com preços acima de R$ 80 mil.
A maioria das montadoras está focando seus lançamentos em SUVs ou
modelos mais equipados, justamente porque o lucro na venda é maior.
Torres acredita que, dependendo das medidas a serem anunciadas, as
fabricantes podem lançar versões mais baratas de SUVs, movimento que,
diz ele, já vem ocorrendo nos últimos anos com o aumento da produção
local.
Para Torres, “o crescimento do mercado de SUVs é uma tendência mundial, vem
ocorrendo também no Brasil há cerca de dez anos e deverá continuar,
pois os próprios consumidores estão migrando para esse tipo de veículo,
visto como mais espaçoso, mais versátil, com design moderno e percebidos
por muitos como mais seguros por serem mais robustos e a posição do
motorista ser mais elevada”.
Empreender não é simples, mas quando se visualiza o processo em
outras pessoas a experiência se torna mais palpável e mais perto da
realidade. Inclua nisso o saber dos 10 segredos do sucesso dos
empreendedores.
Afinal, o que ajudou uma pessoa pode servir para você dar o primeiro
passo. E se é isso que procura, então chegou ao lugar certo!
Neste artigo vamos te mostrar, além dos 10 segredos das pessoas
empreendedoras, como se tornar essa figura empreendedora, os tipos de
empreendedores e mais algumas ferramentas que podem te ajudar nessa
empreitada.
Vamos lá!
Como se tornar um empreendedor?
É certo dizer que a construção de um negócio possui suas
características próprias mas existem alguns fatores que se encontram no
aprendizado de como ser uma pessoa empreendedora de sucesso. O que é
preciso deixar bem evidente aqui é que: todos podem empreender.
Dentre as principais dicas para começar essa jornada, podemos citar:
Capacitação profissional e do mercado;
Formalizar sua empresa;
Ter controle financeiro;
Atenção às inovações do mercado;
Possuir processos organizados e bem definidos.
Nesta última dica, por exemplo, automatizar processos e tarefas pode
ser um grande auxílio nessa organização e produtividade. No vídeo abaixo
é possível conferir algumas ferramentas que têm esse objetivo.
Agora que já sabe algumas dicas básicas sobre como se tornar uma
pessoa empresária, vamos aos 10 segredos do sucesso dos empreendedores? É
válido citar que essa lista não é uma fórmula mágica ou receita de
bolo, que é só seguir que tudo dará certo.
Esses segredos para se tornar uma pessoa empresária de sucesso, podem
funcionar como pilares do empreendedorismo para que você tenha sempre
um lugar para onde olhar. Ou seja, habilidades ou características que se
mostram necessárias quando se quer empreender.
Dito isto, os 10 segredos do sucesso dos empreendedores são:
Pesquise sobre o mercado que quer atuar
Crie um plano de negócios
Planeje-se financeiramente
Saiba identificar oportunidades
Erros fazem parte
Negócios adaptáveis não ficam fora de linha
Invista em inovação
Crie uma forte presença online
Tenha inteligência emocional
Escolha as pessoas certas para a sua empresa
Confira a seguir os detalhes de cada um deles.
1. Pesquise sobre o mercado que quer atuar
O primeir dos 10 segredos do sucesso dos empreendedores acontece
ainda na parte embrionária de um negócio. É preciso entender bem sobre o
mercado que quer atuar, isso significa:
Nível de necessidade do seu produto ou seu serviço;
Estudo de público;
Análise da concorrência;
Entre outros fatores.
Compreendendo bem esses aspectos você já entrará no mercado com um
maior respaldo para os riscos que podem surgir no caminho. E estar
preparado para os riscos é um grande desafio para empreendedores,
portanto quanto antes tiver noção deles melhor.
2. Crie um plano de negócios
Preparo e organização são extremamente importantes quando se quer
criar uma empresa. E é por esse motivo que elaborar um plano de negócios
é algo que grandes empreendedores de sucesso fazem.
Em um plano de negócios será possível documentar todos os detalhes da
pesquisa de mercado, concorrência e viabilidade do negócio. Além disso,
nele também é possível identificar estratégias a serem adotadas em um
primeiro momento.
3. Planeje-se financeiramente
Ninguém que ter que lidar com problemas de finanças nos primeiros
passos de um negócio, né? Eles podem até surgir, mas é importante fazer
com que não virem uma “bola de neve”.
Pensando nisso um dos 10 segredos do sucesso dos empreendedores é saber planejar-se financeiramente.
4. Saiba identificar oportunidades
Para um negócio dar certo é preciso, para além das etapas de
organização e planejamento, prestar atenção às oportunidades que
aparecem no caminho. A partir delas será possível pensar em soluções que
se destaquem no meio.
5º segredo dos empreendedores: Erros fazem parte
Chegamos na metade da nossa lista dos 10 segredos do sucesso dos
empreendedores. E para compor esse lugar temos uma das mais importantes
dicas: erros fazem parte da constução de um negócio.
É essencial ter isso em mente para que elabore maneiras para quando
eles acontecerem já ter uma estratégia para saná-los. Ou seja, a ideia
aqui é compreender que erros vão existir, mas não fazer deles algo
rotineiro.
6. Negócios adaptáveis não ficam fora de linha
Se você quer que o seu negócio dure longos anos é preciso ter em
mente que ele precisará se adaptar conforme a passagem de tempo. Mas
isso não significa que que deva mudar objetivos ou cultura do seu
negócio e sim não deixá-los tão presos a um período no tempo.
O que nos leva diretamente ao sétimo dos 10 segredos do sucesso dos empreendedores.
7. Invista em inovação
Tendo um negócio adaptável é quase que uma regra que haja um
investimento em inovação. Isso pode significar uma mudança na cultura da
empresa ou apenas uma adaptação.
8. Crie uma forte presença online
Já ouviu falar que “quem não é visto não é lembrado”? Quando falamos
de ter uma empresa em tempos digitais e tecnológicos essa frase se
encaixa perfeitamente.
Afinal, se seu negócio não estiver online dificilmente será
reconhecido por pessoas que estão fora do convívio da empresa. Portanto,
ao ter sua empresa não esqueça de fomentar a presença online dela, isso
será importante para ampliar o número de clientes e seu potencial
competitivo.
9. Tenha inteligência emocional
Quando está se criando uma empresa há muita carga mental envolvida,
então é importante que se tenha inteligência emocional para que os
desafios sejam enfrentados da melhor maneira possível. Agir com
consciência sobre seus atos é um grande poder neste meio.
Quando falamos de inteligência emocional é importante frizar que há diversos componentes envolvidos nela. Alguns deles são:
Autoconsciência;
Autogestão;
Motivação;
Empatia;
Habilidade social.
Desenvolvê-la será algo proveitoso não somente para o lado do empreendedorismo, mas também para o lado pessoal.
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10. Escolha as pessoas certas para a sua empresa
O último dos 10 segredos do sucesso dos empreendedores está em
perceber que uma empresa não cresce sozinha. Para que ela evolua de
maneira saudável é preciso escolher as pessoas certas para fazer parte
dela.
E para além da escolha certa, é importante também oferecer artifícios
para que essas pessoas evoluam juntamente com o seu negócio. Além,
claro, de ter um ambiente confortável onde cada um se sinta parte do
crescimento.
Quais são os tipos de empreendedores?
Agora que já sabe quais os 10 segredos do sucesso dos empreendedores,
sabia que existem diversas tipificações de empreendedores? Para além
das características mais pessoais de cada pessoa que empreende, é
possível elencar pelo menos 9 tipos de empreendedores.
São eles:
Social;
Individual;
Informal;
Cooperativo;
Franqueado;
Corporativo;
Público;
Digital;
Serial.
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A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz
divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a
atenção para as seguintes questões:
• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou
pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.
• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas
para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.
• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.
• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.
• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se
expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação,
vendas, etc.
• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:
a) Digitalização dos Lojistas;
b) Apoio aos lojistas;
c) Captura e gestão de dados;
d) Arquitetura de experiências;
e) Contribuição maior da área Mall e mídia;
f) Evolução do tenant mix;
g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;
h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;
i) Convergência do varejo físico e online;
j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;
k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;
l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;
m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.
Vantagens competitivas da Startup Valeon:
• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar
rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a
Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando
para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.
• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos
contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam
dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses
parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do
Aço para os nossos serviços.
• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois
são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.
• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.
• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do
mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas
desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na
divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso
funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia,
inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande
empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar
tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos
manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em
como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.
• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de
divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu
faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao
site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Proposta:
Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas
Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de
divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que
os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.
Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada
empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços,
telefone, WhatsApp, etc.
O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja
também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a
oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de
divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma
Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa
livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua
empresa seja oficializada.
A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando
para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as
melhores marcas do varejo e um mix de opções.
O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o
cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de
compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.
Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que
pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa
plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é
muito abaixo do valor praticado pelo mercado.
Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:
O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação
das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site
de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a
comunicação dos clientes com as lojas.
Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim
trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da
compra.
No país, as lojas online, que também contam com lojas
físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com
relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que
compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/) tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 220.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.500.000 de visitantes.
O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de
comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e
ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros
marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e
promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como:
empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de
produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais
do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.
Nós
somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos
tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história
ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.
Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
Após voto de Benedito Gonçalves contra Deltan Dallagnol,
ministros levaram um minuto para votar junto com ele| Foto: Antonio
Augusto/Secom/TSE
A cassação do mandato do deputado Deltan
Dallagnol reverbera com um impacto devastador no imaginário popular
pouco visto até agora no conturbado momento que vive o Brasil. Minhas
opiniões pessoais sobre Dallagnol – nada elogiosas – são irrelevantes
para a análise. Dallagnol agora é um símbolo. E o que é crucial é como a
população interpreta essa sequência de eventos, de forma análoga a uma
crucificação do justo pelos perversos, uma vitória do mal sobre o bem.
Dallagnol, aos olhos do público, personifica o homem honesto que
desafiou o status quo, colocando figuras poderosas e corruptas como Lula
atrás das grades, e que foi subsequentemente recompensado com o voto
popular. No entanto, por meio de manobras políticas, os poderosos
conseguem libertar Lula e restaurá-lo ao poder. O carrasco tem direito
até a sua frase de efeito: “missão dada é missão cumprida”. E, no ato
final desta peça política, é o honesto quem acaba crucificado, enquanto
os corruptos celebram sua vitória.
O brasileiro médio ainda não chegou à conclusão de que todos os limites foram ultrapassados.
A história evoca um arquétipo universal, que remonta ao início dos
tempos, com a representação mais perfeita em Cristo: o justo perfeito
que morre nas mãos do establishment corrompido. Em outras formas, é um
arco tão universal que é repetido ao infinito no cinema e na literatura.
No clássico de 1962 To Kill a Mockingbird (no Brasil, “O Sol é Para
Todos” – baseado no romance de Harper Lee), Atticus Finch, um advogado
respeitado e moralmente íntegro, é designado para defender Tom Robinson,
um homem negro acusado falsamente de estuprar uma mulher branca. No
decorrer do julgamento, fica claro que Tom é inocente, mas apesar da
defesa impassível de Atticus e da evidente inocência de Tom, o júri
branco condena Tom, que tenta fugir e acaba morto pelos guardas. O
resultado da trama, e a injustiça flagrante que representa, funciona
como uma perda da inocência para sua filha Scout, narradora da história.
O título do filme em inglês, To Kill a Mockingbird (“Matar um Sabiá”,
em tradução livre), é uma metáfora para a destruição da inocência. Na
história, é considerado um pecado matar um sabiá, pois a ave é benigna e
só existe para cantar e trazer alegria.
O caso Dallagnol ilumina essa realidade para parcelas da população que até então estavam alienadas.
O Império Contra-Ataca, segundo filme da trilogia original de Star
Wars (cujo título é mais do que adequado para o momento em que vivemos),
também tem um final sombrio. Após um início promissor no primeiro
filme, o herói Luke Skywalker termina o filme perdendo a mão,
questionando a sua identidade e se atirando em um abismo. Han Solo está
preso. E a rebelião foi praticamente esmagada.
Há um motivo para a repetição dessas histórias nas artes. Elas
repetem as injustiças que todos sentimos na pele, em maior ou menor
grau. E justamente pela empatia automática que tais tramas proporcionam,
seu impacto na opinião pública é demolidor e muito mais poderoso do que
qualquer série de reportagens da imprensa poderia ser. Diante dessa
situação, duas respostas imediatas se fazem presentes: o desânimo e a
revolta. Ambas são necessárias.
O sentimento, muitas vezes expresso como “o Brasil acabou”, é um
reflexo do desespero popular. O brasileiro médio ainda não chegou à
conclusão de que todos os limites foram ultrapassados. Eles ainda não
perceberam que não vivem mais em uma república democrática, onde tudo é
permitido, desde que os interesses dos poderosos sejam atendidos.
Portanto, eles ainda se surpreendem com casos como o de Dallagnol – ou
quando descobrem que os meus bens e contas bancárias continuam
congelados, minhas redes sociais bloqueadas, meu passaporte cancelado, e
assim por diante.
Editorial: TSE atropela a lei e os fatos para cassar Deltan Dallagnol Não há base legal para a cassação de Deltan Dallagnol Misérias do Brasil: é cada vez mais difícil combater a corrupção política
Porém, não há solução que não passe pelo entendimento da
gravidade da situação. O caso Dallagnol ilumina essa realidade para
parcelas da população que até então estavam alienadas, inclusive para
aqueles que acreditavam que tais medidas só seriam tomadas “para se
livrar do Bolsonaro”, uma ação que alguns tolos consideraram
justificável. Como a personagem supracitada Scout, é hora desses
brasileiros perderem a inocência.
É crucial, no entanto, que o desânimo seja transformado em
resiliência. Precisamos aprender a viver sob essas novas regras, pelo
menos por enquanto, e parar de procurar soluções onde elas não existem. A
revolta deve se transformar em resistência, com toda a prudência
necessária. Cada um deve resistir como puder, onde puder com a prudência
bíblica da serpente. É preciso se preparar e se transformar para estar
pronto quando a maré virar e a oportunidade surgir. E eu estarei aqui
com vocês quando isso acontecer.
Máquina de desinformação Perfis pró-Lula atingem milhões com fake news sobre economia no atual governo Por Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo
Canais de membros do grupo “Influenciadores pela Democracia”, que
se reuniram com Lula em fevereiro, têm apostado em fake news para
beneficiar o atual governo| Foto: Ricardo Stuckert/PR
Resumo desta reportagem:
Quatro perfis de fofoca que, juntos, somam aproximadamente 50 milhões
de seguidores nas redes sociais divulgaram fake news sobre redução da
desigualdade social no governo Lula. As contas (Choquei, Alfinetei,
PopTime e UpdateCharts) omitiram que os dados do IBGE que apontaram
melhora econômica no país se tratavam de 2022, quando Lula ainda não
tinha assumido o governo. A Gazeta do Povo encontrou mais notícias falsas, além de publicações com forte teor partidário nos quatro perfis. Todas as contas mantêm ou mantinham até pouco tempo contrato com agência comandada por partidários do atual presidente. O governo tem apostado em estreitar relações com influenciadores para melhorar popularidade e avançar em pautas de interesse. Em
11 de maio, quatro perfis nas redes sociais que, juntos, somam mais de
50 milhões de seguidores, divulgaram fake news sobre a redução da
desigualdade social no país com o objetivo de aumentar a popularidade do
presidente Lula (PT).
Em comum entre as contas (Choquei, Alfinetei, PopTime e
UpdateCharts), todas mantêm tom pró-governo e contrário a adversários
políticos de Lula em meio a dezenas de postagens diárias sobre fofoca e
entretenimento. Em várias das publicações com teor partidário, até mesmo
as fotos e textos usados se repetem entre os perfis.
“HISTÓRICO: Pela 1ª vez em 10 anos, a desigualdade no Brasil CAIU
para o MENOR NÍVEL, com as mudanças aplicadas pelo governo Lula”, diz
publicação do PopTime. De forma semelhante, o perfil do Choquei postou:
“AGORA: Pela primeira vez em uma década, a desigualdade no Brasil caiu
para o menor nível, com o auxílio de R$600 do governo Lula e a melhora
do mercado de trabalho”.
Os outros perfis repetiram o modelo, colocando em evidência a foto
oficial de Lula que constou na urna eletrônica nas eleições do ano
passado ao lado de imagens de famílias pobres ou da bandeira do Brasil. O
Choquei chegou até mesmo a divulgar o link de uma matéria jornalística
que seria sua fonte para a postagem.
A redução da desigualdade nos últimos anos é verdadeira e foi
divulgada pelo IBGE na semana passada. Os dados, entretanto, tem a ver
com o ano de 2022, ou seja, antes de o governo Lula iniciar. Os perfis
omitiram o ano em todas as postagens, criando uma narrativa falsa de que
o atual governo teria méritos em uma redução tão significativa da
desigualdade econômica.
Mesmo com denúncias de milhares de usuários às plataformas apontando a
inveracidade do conteúdo, as postagens foram mantidas por várias horas
até serem apagadas pelos próprios administradores das páginas. O perfil
do Choquei chegou a receber uma checagem da comunidade de usuários do
Twitter – recurso denominado “Notas da Comunidade”.
A correção de informações se dá quando um grande número de usuários
da plataforma aponta que determinado conteúdo de uma postagem é falso ou
traz informações enganosas. Desde então, abaixo da publicação da
Choquei passou a ser exibida a seguinte nota:
“Segundo o IBGE, o menor nível de desigualdade desde o início da
série histórica ocorreu em 2022. Na época, Lula não era o presidente.
Especialistas apontam que a causa para a queda na desigualdade foi a
criação do Auxílio Brasil [programa de renda instituído durante o
governo de Jair Bolsonaro]. Esse benefício não foi criado pelo governo
Lula”.
Uma das fontes mencionadas pelos usuários para corrigir a
desinformação foi justamente a matéria mencionada pelo Choquei como
sendo a fonte da fake news divulgada. A reportagem trazia dados
corretos, que foram manipulados pelo perfil de fofoca.
Fake news do perfil Choquei foi corrigido pela comunidade do Twitter.
Medida ocorre quando um grande número de usuários aponta conteúdo
desinformativo.
Perfis gerenciados e agenciados por apoiadores de Lula apostam em
desinformação e tom partidário para aumentar popularidade do governo Outro
ponto em comum entre as contas disseminadoras de fake news é que três
das quatro são agenciadas pela Mynd8, empresa que tem a cantora Preta
Gil, apoiadora de Lula, como sócia-proprietária. O Choquei é o único
perfil que não consta no rol de contas da agência, mas fez parte do
grupo até dezembro de 2021.
Já a Banca Digital, núcleo da agência focado em perfis de
entretenimento (como Alfinetei, Fofoquei, Tricotei e Gina Indelicada) é
comandado por Murilo Henare, outro apoiador do petista, que no ano
passado se encontrou pessoalmente com Lula e Rosângela Silva, a Janja,
para cumprimentá-los pela eleição. Na campanha eleitoral, contas nas
redes sociais que compõem o Banca Digital deram início a uma aberta
linha pró-Lula em suas publicações, o que foi mantido após o início do
governo petista.
O Alfinetei, por exemplo, publicou na segunda-feira (15) um vídeo em
que um motorista aparece comemorando o preço da gasolina e vinculando a
Lula a suposta queda de preços. A descrição: “Caminhoneiro comemora o
preço baixo da gasolina, pede para frentista esborrar o tanque e
agradece a Lula”. Em números reais, entretanto, o preço da gasolina
comum acumula alta de 12,2% no Brasil entre janeiro e abril deste ano na
comparação com mesmo período do ano passado, segundo dados da edição de
maio do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade Urbana, realizado
em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O
governo anunciou, recentemente, redução no preço dos combustíveis. Os
novos valores, no entanto, passaram a valer no dia 17 de maio, dois dias
após a publicação do Alfinetei.
Já o PopTime foi um dos primeiros a veicular a fake news de que
Bolsonaro seria satanista durante o período eleitoral do ano passado.
Recentemente, o perfil foi acusado de homofobia por referir-se ao
maquiador Agustin Fernandez, amigo pessoal da ex-primeira-dama Michelle
Bolsonaro, como “pet gay”. O perfil, que é conduzido por pessoas
homossexuais, chegou a publicar uma nota de retratação dando a entender
que a ofensa se deu apenas pelo fato de o maquiador ter visão política
divergente do grupo.
O Choquei, por sua vez, postou neste domingo (14) um vídeo em que um
jovem aborda o senador Sergio Moro (União-PR) com ofensas. A publicação
traz a seguinte legenda: “Jovem aborda o ex-juiz parcial Sergio Moro e
pergunta como é ser um juiz ladrão e recebe tapinha do senador”.
Nesta sexta-feira (19), Lula retuitou uma postagem do perfil que
tratava de uma suposta queda nos preços dos combustíveis, sem falar
lugar, data ou apontar a fonte da informação. Até a publicação desta
matéria, também não havia sido publicada nenhuma pesquisa atualizada de
preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
VEJA TAMBÉM:
Censura ao Telegram contou com pressão de governistas e ofensiva de influenciadores Dino usa fake news e dados de laboratório de ativismo para defender punição a big techs
Twitter coloca poder de checagem na mão dos usuários e até jornalistas são corrigidos
Dono do principal perfil de entretenimento recebia informações privilegiadas de Janja durante campanha eleitoral O
Choquei, perfil de entretenimento que conta com o maior número de
seguidores nas redes sociais atualmente (quase 27 milhões somando
Twitter, Instagram e Tiktok), pertence a Raphael Sousa, influenciador
que é próximo à primeira-dama Rosângela Silva, a Janja. Após o resultado
das eleições no ano passado, ele recebeu convite dela para subir no
carro de som oficial da equipe de Lula e acompanhar o discurso da
vitória do petista. A esposa do presidente, que desde o período
eleitoral costuma manter um trabalho de aproximação com influenciadores
para viabilizar apoio ao governo, chegou a enviar conteúdos exclusivos
para o perfil durante a disputa eleitoral.
Com a divulgação, nas redes sociais, de notícias com um claro viés
editorial pró-Lula, o dono da Choquei contribuiu muito para a campanha
petista. No período eleitoral, a conta sempre esteve entre aquelas com
maior repercussão em temas eleitorais.
Em entrevista ao Flow Podcast no ano passado, Sousa reconheceu que a
atuação do perfil ajudou a eleger o atual presidente e afirmou que todos
os colaboradores do Choquei eram pró-Lula, mas que o trabalho de apoio
ao petista tinha a ver com o fato de o influenciador ser contrário a
Bolsonaro. Apesar disso, o proprietário do perfil se aproximou mais do
presidente após o início do novo mandato e mantém na internet a cruzada
de defesa do governo a qualquer custo.
Janja promete estreitamento com influenciadores pró-Lula, que aceleram a produção de fake news Sob
a organização da primeira-dama, no início de fevereiro houve um
encontro no Palácio do Planalto entre Lula e influenciadores digitais
que fizeram campanha para o petista em seus canais nas eleições de 2022.
Na reunião, o presidente disse que a propaganda política dos perfis foi
determinante para sua eleição. “Não ganharíamos as eleições se não
fosse também o trabalho voluntário de influenciadores nas redes. E vocês
têm um trabalho muito grande para seguirmos combatendo a fábrica de
mentiras”, disse.
O evento atraiu críticas de outros influenciadores da esquerda, que
reclamaram que fizeram campanha aberta para Lula, especialmente no
segundo turno das eleições, e mesmo assim ficaram de fora do evento. Ao
responder às críticas, a primeira-dama sugeriu que a aproximação do
governo com influenciadores seria permanente durante o mandato. “É a
primeira de muitas”, disse.
Como mostrou reportagem da Folha de S. Paulo publicada no último dia
10, parte do grupo que se encontrou com Lula tem se dedicado à
disseminação de notícias falsas especialmente em momentos de maior
desgaste do atual governo para desviar o foco das críticas. Segundo a
matéria, os alvos majoritários das fake news são familiares do
ex-presidente Jair Bolsonaro, com destaque para Michelle Bolsonaro.
Ao jornal, um dos influenciadores que recentemente disseminou fake
news pró-governo reconheceu que informações veiculadas por ele eram
falsas, mas alegou que não se tratava de desinformação, mas de “uma
brincadeira, uma sátira”. Detalhe: o tema central do evento com
influenciadores organizado por Janja foi justamente o “combate às fake
news”.
Nova política de preços da Petrobras não necessariamente seguirá o preço internacional do petróleo.| Foto: Andre Coelho/EFE
Quatro meses e meio após Lula subir a rampa, está realizado o sonho
de todo governante populista brasileiro: a Petrobras oficialmente
abandonou sua política de preços alinhada com o mercado internacional, e
que fora responsável pelo início de sua recuperação após a depredação
realizada na primeira passagem do petismo pelo Planalto. Cumprindo uma
promessa de campanha de Lula – e, mais uma vez, o que seria elogiável em
qualquer outro governante se torna maldição para o país –, o preço dos
combustíveis será “abrasileirado” e as consequências são imprevisíveis,
tanto para a própria Petrobras quanto para o incipiente setor privado,
que compete com a estatal no fornecimento de combustíveis.
Nunca é demais recordar as razões que fizeram do Preço de Paridade de
Importação (PPI) a escolha da diretoria que assumiu a Petrobras quando
Dilma Rousseff foi cassada e substituída por Michel Temer. O Brasil
depende do mercado externo, pois sua autossuficiência em petróleo é
ilusória: como o parque de refinarias nacional é insuficiente e
obsoleto, o país precisa importar óleo e derivados. Além disso, ao
praticar preços de mercado, a Petrobras permite que haja competição
justa com os demais fornecedores privados, já que a estatal, sozinha,
não dá conta de toda a demanda nacional por combustíveis. Nada,
portanto, de “crime contra o povo”, como o ministro Alexandre Silveira,
de Minas e Energia, classificou a PPI, mas de prática exigida por boas
regras de governança.
O preço dos combustíveis será “abrasileirado” e as consequências são
imprevisíveis, tanto para a própria Petrobras quanto para o incipiente
setor privado, que compete com a estatal no fornecimento de combustíveis
Crime, na verdade, era o que o petismo havia realizado com a
Petrobras, a ponto de fazer dela a petrolífera mais endividada do mundo,
segundo dados de 2017 da Organização Mundial do Comércio. As perdas com
a corrupção propriamente dita, quando o PT saqueou a Petrobras em
conluio com empreiteiras e partidos aliados, foram bilionárias, mas o
prejuízo com o represamento artificial de preços fora muito maior. A
dobradinha Dilma Rousseff-Graça Foster fez com que a estatal vendesse
derivados abaixo do preço de custo durante um longo período, para tentar
controlar a inflação e não prejudicar as perspectivas de reeleição em
2014. Se o preço das ações da Petrobras subiu na terça-feira, aliás, foi
em parte por um certo alívio do mercado, uma sensação de que a nova
política de preços, embora pior que a PPI, poderia ter sido bem mais
desastrosa, com um retorno declarado a essa época de devastação.
A nova política não estará completamente desvinculada do mercado
internacional. “Não vamos nos desgarrar do preço internacional como uma
Venezuela e vender o diesel ao preço que quiser. Quando subir lá fora,
terá que subir aqui dentro. Quando descer lá fora, vai ter que descer
aqui”, prometeu o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na semana
passada. Mas as novas regras incluem outros critérios, definidos de
forma um tanto vaga, com expressões como “melhor alternativa acessível
aos clientes” e “custo de oportunidade dadas as diversas alternativas
para a companhia”. Ao afirmar no comunicado que continuará “seguindo as
referências de mercado”, mas “sem abdicar das vantagens competitivas de
ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de
escoamento e transporte em todo o país”, a estatal deixa subentendido
que terá uma grande margem discricionária para, no fim das contas,
praticar o preço que quiser.
VEJA TAMBÉM: O preço dos combustíveis e a gestão da Petrobras (editorial de 20 de junho de 2022) A Petrobras e o intervencionismo petista no Congresso (editorial de 1.º de junho de 2022) A Petrobras estrangulada (editorial de 28 de abril de 2015)
E, com isso, não é apenas o risco de novos prejuízos que volta à
tona. Nos últimos anos, a Petrobras se voltou prioritariamente para a
extração, atividade bem mais lucrativa que o refino e a distribuição, e
iniciou um programa de desinvestimento que incluía, por exemplo, a venda
de refinarias. Isso permitiu a entrada de players privados nessa área,
embora ainda minúsculos em comparação com a gigante estatal. Mas, quando
Prates fala em deixar a Petrobras “mais eficiente e competitiva,
atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus
concorrentes”, indica que a empresa deve jogar todo o seu peso para
tentar retomar fatias de mercado perdidas nos últimos anos. Ocorre que a
Petrobras tem como suportar eventuais perdas se praticar preços
artificialmente baixos, mas seus concorrentes não. Se a nova política
tornar a atividade inviável para o setor privado, teremos a repetição do
caso argentino, em que a estatal YPF represou seus preços e quebrou a
concorrência, causando escassez de diesel.
Além disso, não se pode descartar que o governo Lula esteja
interessado em usar a Petrobras como a mais nova arma em sua guerra
contra o Banco Central. Os combustíveis têm enorme peso no cálculo da
inflação, e uma redução de preços neste momento cairia como uma luva,
quem sabe mantendo o IPCA acumulado dentro do limite de tolerância da
meta por mais tempo, freando a elevação prevista para o segundo semestre
e aumentando a pressão para que o Copom reduza a taxa Selic. No fim,
tudo se resume à velha prática petista: usar toda a estrutura do Estado
para atender aos próprios interesses, pouco se importando com as
consequências desse sequestro.
“Para sair de um universo cerrado – e
não é necessário de modo algum que seja um campo de concentração,
prisão ou uma outra forma de encarceramento, pois a teoria se aplica a
qualquer tipo de produto do totalitarismo – existe a solução (mística)
da crença. A esse respeito não se vai dizer nada no que se segue, sendo a
crença consequência da graça divina, seletiva por essência. As três
soluções a que nos referimos são estritamente do mundo, têm caráter
prático e se mostram acessíveis a qualquer um.”
É como começa o testamento político de Nicolae Steinhardt, publicado
em seu O Diário da Felicidade, terminado de ser escrito em 1972, fruto
de sua experiência nas prisões e campos de trabalhos forçados da Romênia
comunista por ter se recusado a colaborar com o regime. Foi condenado a
12 anos de prisão em 1960 e libertado em 1964. Eis suas três soluções:
Primeira solução: a de Solzhenitsyn “Essa solução consta, para
quem passa pelo limiar da Securitate ou outro qualquer órgão análogo de
inquérito, em dizer a si mesmo, com decisão: neste exato instante, morro
mesmo. (…) Se pensar assim, sem hesitação, o indivíduo está salvo. Já
não se pode fazer nada contra ele: já não tem nada com que possa ser
ameaçado, chantageado, iludido, enganado. (…) Já não existe a moeda com
que se possa pagar o preço da traição. Exige-se, todavia, naturalmente,
que a decisão seja firme, definitiva.”
A condenação do humorista Léo Lins e a cassação do mandato de Deltan
Dallagnol são sinais mais do que evidentes de que a corda totalitária em
torno do pescoço da sociedade brasileira está no ponto certo para ser
puxada e nos enforcar
Segunda solução: a de Alexander Zinoviev “A solução reside na
total inadaptação ao sistema (…). Não entra no sistema por nada deste
mundo, nem mesmo no serviço mais insignificante, mais inútil, mais
desengajado. (…) Tal homem, situado à margem da sociedade, é também
imune: não há de onde possam exercitar sobre ele nenhuma pressão, não
têm o que lhe tirar nem lhe oferecer. (…) Tem a língua solta, fala até
cansar, dá voz às mais arriscadas anedotas, não sabe o que é respeito,
vê tudo de cima, diz o que lhe passa pela mente, pronuncia verdades que
os outros nem sequer poderiam imaginar sussurrar. É o menino do conto de
fadas de A roupa nova do imperador, de Andersen. É o bufão do Rei
Lear.”
Terceira solução: a de Winston Churchill e de Vladimir Bukowski
“Resume-se ela: em presença da tirania, da opressão, da miséria, das
adversidades, das desgraças, das calamidades, dos perigos, não só não te
abates, mas, ao contrário, tira delas a vontade louca de viver e lutar.
(…) Quanto mais as coisas vão mal para ti, quanto mais imensas são as
dificuldades, quanto mais és ferido, mais cercado e submisso aos
ataques, quanto mais não entrevês nem sequer uma esperança
probabilística e racional, quanto mais o cinzento, a escuridão e o
viscoso se intensificam, se inflam e se enredam de modo mais
inextricável, quanto mais o perigo te desdenha mais diretamente, tanto
mais tens desejo de lutar e conheces um sentimento (crescente) de
inexplicável e eminente euforia.”
VEJA TAMBÉM: Até onde vai a “coragem” de Alexandre de Moraes? Jornalismo como trincheira E isso é tudo o que tenho a dizer sobre política neste país
Na conclusão de seu testamento, Steinhardt responde aos prováveis
discordantes de suas soluções, que considera cada uma como sendo “boa,
suficiente e salvífica”, duvidando existirem outras:
“Protestareis, quem sabe, considerando que essas soluções subentendem
uma forma de vida equivalente à morte, ou pior que a morte, ou
implicando o risco da morte física a qualquer instante. Isso é assim,
admirai-vos? Porque ainda não lestes Igor Safarevich, porque ainda não
vos destes conta de que o totalitarismo não é tanto a solidificação de
uma teoria econômica, biológica ou social, mas muito mais a manifestação
de uma atração pela morte. Mas o segredo dos que não podem enquadrar-se
no abismo totalitário é simples: eles amam a vida, não a morte.”
Lembrei deste testamento político nesta semana, com as notícias da
condenação do humorista Léo Lins e a cassação do mandato de Deltan
Dallagnol, sinais mais do que evidentes de que a corda totalitária em
torno do pescoço da sociedade brasileira está no ponto certo para ser
puxada e nos enforcar.
Considerada do ponto de vista “estritamente do mundo”, essa solução
de se dar por morto não significa amar a vida. Sem uma perspectiva
transcendente, a morte é só a morte, não uma solução
Já reli esse trecho da obra de Steinhardt dezenas de vezes, como um
memento mori, aquele exercício diário de aceitação da morte que monges
fazem. Sei que, das três soluções, somente a primeira eu talvez
conseguisse aplicar. As outras duas, só por graça divina. E reconhecer
isso não deixa de ser uma aplicação da primeira.
Acontece que, considerada do ponto de vista “estritamente do mundo”,
essa solução de se dar por morto não significa amar a vida. Sem uma
perspectiva transcendente, a morte é só a morte, não uma solução. Não é à
toa que o próprio Steinhardt termina seu testamento contradizendo a
premissa inicial de que nada falaria sobre a “solução (mística) da
crença”, dizendo: “Mas a morte, quem sozinho a venceu? Aquele que com a
morte a morte pisou”. Quem? Jesus Cristo. Ou seja, somente aquele que se
dá por morto por amor a Cristo irá realmente se salvar. Esta é a única
solução.
O Tribunal Superior
Eleitoral cassou meu mandato ilegalmente e anulou 350 mil votos, a maior
votação do Paraná. A decisão viola a lei, a Constituição e sobretudo a
democracia. O TSE ofendeu o que há de mais sagrado na democracia, que é a
liberdade do povo para determinar o seu destino e promover as mudanças
que quer por meio da escolha dos seus representantes.
A lei é clara e objetiva: só há inelegibilidade quando o membro do
Ministério Público sai do órgão na pendência de um processo disciplinar.
Existia algum processo disciplinar quando saí? Não. Os fatos são
evidentes, comprovados e indisputáveis: não existia nenhum processo.
Logo, era elegível.
Uma enxurrada de decisões de tribunais fluem unânimes no sentido de
que regras de inelegibilidade, por restringirem direitos políticos de
votar e de ser votado, não podem ser interpretadas de modo elastecido ou
expandido. Devem ser interpretadas de modo restritivo.
E foi exatamente o que fez o TSE: criou uma nova hipótese de
inelegibilidade imaginária para me cassar, ou como li em uma matéria na
imprensa, criou um multiverso. E fez isso com base em uma quádrupla
especulação: de que saí do Ministério Público porque supostamente eu
previ que alguma reclamação contra mim possivelmente se converteria em
processo disciplinar, que algum processo disciplinar possivelmente
resultaria em condenação e que alguma condenação possivelmente seria a
uma pena de demissão.
Os fatos são evidentes, comprovados e indisputáveis: não existia nenhum processo. Logo, era elegível
Assim, a cassação foi um malabarismo jurídico de leitura mental,
adivinhação e futurologia combinadas. É como se alguém fosse punido por
um crime que se especula que vá cometer ou, pior ainda, como se alguém
fosse punido antecipadamente por conta de uma futura e incerta acusação,
condenação e pena específica que poderia vir a sofrer.
Os corruptos da Lava Jato que desviaram bilhões tiveram uma presunção
de inocência elastecida que lhes garante até hoje a impunidade.
Contudo, quem combateu a corrupção recebe dos tribunais uma presunção de
culpa.
Há uma total inversão de valores: diversos acusados de corrupção na
Lava Jato seguem com mandato: Aécio Neves, Beto Richa, Lula e dezenas de
políticos com os mais variados apelidos nas listas da Odebrecht. O
destino de quem combateu a corrupção é o oposto.
Com efeito, no governo de Lula, que pessoalmente prometeu vingança
aos agentes da Lava Jato, quem combateu a corrupção é implacavelmente
caçado e cassado. A mensagem do sistema de corrupção é clara para
promotores e juízes: nunca mais ousem combater a corrupção em nosso
país.
É esse o Brasil que queremos? Como disse o salmista, “até quando os
maus continuarão alegres? Até quando se mostrarão orgulhosos e se
gabarão dos seus crimes?” Esse é o Brasil que estamos construindo e
deixaremos para os nossos filhos, o mesmo de quatrocentos anos atrás
quando Padre Antonio Vieira dizia que os verdadeiros ladrões do Brasil,
os governantes, roubavam e enforcavam?
Os corruptos da Lava Jato que desviaram bilhões tiveram uma presunção
de inocência elastecida que lhes garante até hoje a impunidade.
Contudo, quem combateu a corrupção recebe dos tribunais uma presunção de
culpa
Para o TSE, a minha saída do Ministério Público caracterizaria uma
fraude à lei. Contudo, a decisão do TSE é que fraudou a lei, a
Constituição e a soberania popular, ferindo a democracia e anulando 345
mil votos. A decisão sequestra nossa liberdade de escolher, de mudar e
de transformar o país.
De fato, o maior poder da nação é o povo – “todo poder emana do
povo”, nas palavras da Constituição. E o poder do povo é o poder do
voto. O voto é o poder de autodeterminação de um povo. O voto é o poder
de o povo escolher o seu destino. O voto é a porta da transformação numa
democracia. Fechar a porta do voto é fechar as portas da democracia.
É muito perigoso quando donos do poder se sobrepõem à vontade popular
sem embasamento claro na Constituição e nas leis. Os tribunais não
devem, parafraseando o Rei Luís XIV, afirmar “eu sou a Constituição”,
“eu sou a lei”, “eu sou o Estado”. Num Estado Democrático de Direito, a
soberania é do povo e é expressada na Constituição, na lei e no voto,
que devem ser reverentemente respeitados.
No ano eleitoral, o TSE fez ampla campanha para que as pessoas
votassem, ressaltando o poder do voto e defendendo as urnas eletrônicas
como garantidoras da validade do voto. Contudo, o próprio TSE agora
anula resultados das urnas em todos os 399 municípios paranaenses nos
quais tive votos, o que é muito grave e passa a mensagem de que o voto
não tem valor.
O meu maior medo é a perda da fé na democracia – e o erro não é de
quem critica decisões injustas, mas de quem as emite. Num país em que as
instituições já têm sua credibilidade corroída, a anulação ilegítima de
votos gera dois efeitos perversos e preocupantes: ou a pessoa fica
descrente na política e desiste de exercer sua cidadania, ou então
recorre a ideias e caminhos extremistas.
É preciso resgatar a institucionalidade e a força do Direito onde o
que tem valido é o direito da força. Miguel Reale Júnior, que sempre foi
crítico a mim e à Lava Jato, disse que TSE errou e “o país caminha
totalmente para um campo de abuso de direito. É um absurdo”, afirmou.
O que o TSE fez foi tão grave que conseguiu uma rara unanimidade na
imprensa e nos parlamentares de diversas vertentes que representam a
nova política: a de que a decisão é abusiva. Atacou três valores muito
caros ao povo brasileiro intimamente conectados com o estado democrático
de direito: a representatividade (o voto), a independência dos poderes e
o combate à corrupção.
É preciso resgatar a institucionalidade e a força do Direito onde o que tem valido é o direito da força
Vários deputados que estão no Congresso há até mesmo cinco mandatos
me disseram que nunca viram tantos deputados e senadores reunidos no
Salão Verde da Câmara dos Deputados numa coletiva à imprensa, como
aconteceu na quarta-feira. Mais de cinquenta parlamentares de onze
partidos estavam lá não por mim, mas para defender o voto de 345 mil
paranaenses e a Democracia.
A repercussão na imprensa também foi no mesmo sentido. A Gazeta do
Povo disse: “o TSE atropela a lei e os fatos para cassar Deltan
Dallagnol. A lei, no Brasil, foi abolida e substituída por uma bola de
cristal”. “A Justiça Eleitoral (…) tornou-se órgão de perseguição
política, disposto a inviabilizar a vida pública de qualquer um que
tenha se colocado no caminho de Lula em algum momento ou que tenha feito
críticas à forma como o STF desmontou o combate à corrupção no Brasil”.
O Globo destacou que a inelegibilidade é uma “medida extrema numa
democracia” e que a “interpretação da lei traz argumentos contra
cassação de Deltan Dallagnol”, conclamando o Supremo Tribunal Federal a
reavaliar o caso. Ressaltou ainda que “o pior para o Brasil é esse tipo
de decisão variar de acordo com a circunstância política e o governo de
turno”.
A Folha de São Paulo afirmou que a “cassação de Dallagnol extrapola a
Lei da Ficha Limpa e abre precedente perigoso”. “O Judiciário deveria
se guiar não por hipóteses, mas por fatos. E os fatos são simples: não
havia nenhum PAD contra Deltan no momento de sua exoneração”. “Não cabe
ao Judiciário criar tantos pretextos para, sob a dupla pena do
paternalismo e do arbítrio, cassar direitos políticos dos cidadãos – no
caso, de um eleito com a maior votação de seu estado para a Câmara dos
Deputados”.
Esses jornais já expressaram críticas a mim e à Lava Jato no passado.
Eles não estão nos defendendo, mas sim a democracia, a soberania
popular, a lei e o estado de direito. Da mesma forma, muitos juristas
criticaram a decisão do TSE. Ives Gandra da Silva Martins avaliou a
decisão do TSE como uma “inovação absoluta”, “inaceitável”, ressaltando
que a Lava Jato foi reconhecida internacionalmente no combate à
corrupção. O ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou que ficou
perplexo com a decisão do TSE, que aconteceu à margem da lei.
“Enterraram a Lava Jato e agora estão querendo enterrar os que
protagonizaram”.
A Transparência Internacional afirmou que “a cassação do mandato de
Deltan Dallagnol pelo TSE ontem produzirá efeitos sistêmicos para a
Justiça e a democracia no Brasil. A atipicidade da dinâmica processual e
da fundamentação empregadas desgastam o instrumento da Lei da Ficha
Limpa, agravam a insegurança jurídica e fragilizam a representação
democrática no país”.
Os fatos são graves e merecem crítica e reação. Não é sobre mim, mas
sobre o estado democrático de direito. Seguirei lutando pelos
brasileiros e pelo Brasil, assim como para honrar cada eleitor que
depositou sua confiança no meu trabalho pelas causas que defendemos
juntos.
Um dia o Brasil será justo, próspero e unido. Um dia a corrupção não
será uma aliada do governo federal. Um dia, o povo e a lei estarão acima
dos governantes. Um dia viveremos em um país que trata todos iguais
perante a lei. Um dia, você sentirá que finalmente nosso país é livre
para escrever sua história e escolher seu destino. Eu acredito que o
Brasil um dia será um país de liberdade e de justiça. Esse dia não é
ontem ou hoje. E eu seguirei lutando por ele ao seu lado. Mas ele
acontecerá.
O mandato parlamentar proporciona um importante instrumento para
lutar contra a corrupção, a incompetência e os desmandos dos
governantes, isto é, para representar quem acredita nisso e tenho feito o
meu melhor. Não vou desistir. Não controlo o resultado, mas seguirei
fazendo o que sempre fiz: orar como se tudo dependesse de Deus e agir
como se tudo dependesse de mim.
Não, a capa vermelha não é nenhuma mensagem subliminar comunista.| Foto: Pixabay
“Mas
não tem ninguém pra dar um jeito nisso, não?”. Essa é a pergunta que
mais ouço em relação aos sucessivos desmandos do STF/TSE, desde a
abertura do Inquérito do Fim do Mundo até a recente cassação de Deltan
Dallagnol. Mas não só. Também sobre Lula, MST, Janja, aumento de
impostos, declarações de amor a ditaduras, etc. Donde, pedindo desculpas
pela obviedade necessária, concluo que o Brasil está carente de heróis.
Eu mesmo, ao assistir ao discurso emocionado de Deltan Dallagnol
comentando a injustiça cristalina perpetrada contra ele pelo Ministro
dos Tapinhas na Cara & seus fieis escudeiros, me vi clamando por um
ato de heroísmo. “Não chora, cara! Se tranca no gabinete e diz que só
sai de lá arrastado, Deltan!”, gritei para a casa vazia. “Diz que
decisão ilegal não se cumpre. Sei lá! Faz. Alguma. Coisa. Mano!”, disse,
pateticamente indignado e usando uma gíria que não combina comigo.
E, se puxar pela memória, tenho certeza de que me lembrarei de outros
episódios recentes da política em que, pateticamente, sempre
pateticamente, me peguei imaginando um herói me (nos) salvando do vilão
da vez, seja ele Alexandre de Moraes ou… Alexandre de Moraes. Justo eu,
que não acredito em heróis. Nem em mitos. Justo eu, que nutro um
fiapinho (bem inho mesmo) de esperança na virtude dos homens comuns e na
prevalência do bom senso. Justo eu, que creio em milagres.
Mas é que, se você parar para pensar, faz tempo que estamos sendo
levados a acreditar no surgimento de um herói-salvador deste caos
chamado Brasil. E nem estou falando de Sassá Mutema. Em 1989, Collor já
personificava a ideia do redentor nacional com sua caça aos marajás.
Depois, o próprio FHC foi considerado o herói com o Plano Real. Ora, o
que é o próprio Lula senão um macunaímico herói sem caráter?
Kryptonita Só contenha aí seu decadentismo e repare que essa
necessidade de homens dados a gestos grandiosos e redentores – os heróis
– é anterior aos filmes que liquefizeram (tá certo isso?) o cérebro de
toda uma geração. Não que o maniqueísmo estimulado pela imaginação
eternamente adolescente dos espectadores de filmes de super-herói não
tenha levado essa carência ao extremo. Super-carência, aliás. Afinal,
com os filmes aprendemos que, contra os vilões calvos e suas capas
pretas, só mesmo um herói igualmente caricato. Herói de história em
quadrinhos.
Nos últimos anos, primeiro Sergio Moro e depois Jair Bolsonaro
preencheram, ou ao menos tentaram preencher, esse papel de herói
nacional. Cada qual à sua maneira – e passivamente. Moro e sua Liga da
Justiça, por exemplo, lutaram e pareciam ter vencido o Larápio e sua
gangue de aloprados – arqui-inimigos do povo brasileiro. Já Bolsonaro
foi transformado em herói até pela facada que sofreu durante a campanha
de 2018. Joseph Campbell que o diga!
O problema é que, tanto na literatura e no cinema quanto na política,
os heróis são soluções preguiçosas para conflitos extremamente
complexos. São deus ex machina da pior qualidade. Personagens
unidimensionais. Não raro homens amaldiçoados por seus super-poderes. Se
os buscamos, portanto, é porque queremos legar a responsabilidade pela
“salvação do país” a alguém. Convenhamos: no fundo, esse desejo todo de
ver surgir um herói que vai bater no peito e dizer “Deixa comigo!”, e de
uma só vez devolverá ao Brasil a relativa paz em que vivíamos num
passado idealizado (sempre idealizado), nos é conveniente.
Preguiçosamente conveniente.
Heróis não existem. Não os desse tipo aí que você está imaginando, e
com os quais sonha indignado. Collor, FHC, Lula, Moro e Bolsonaro são
(por mais que tenha gente que não acredite!) humanos. Insuportavelmente
humanos. Humaníssimos. Uns mais do que os outros, todos eles têm suas
kryptonitas interiores – se é que estou usando a referência correta. No
mais, heroísmo de verdade não tem lugar no covil de vilões em que se
transformou essa tal de democracia liberal contemporânea. Só que isso os
filmes da Marvel/DC não mostram.