Nesta segunda-feira (1.º) abre a maior feira de tecnologia do agro,
em Ribeirão Preto. Oitocentos expositores e centenas de milhares de
visitantes esperados.
O crescimento do agro no Brasil, a explosão do agro, teve duas
causas. Uma: construção de Brasília, que trouxe o Brasil do litoral para
o Grande Centro-Oeste. E a outra foi a tecnologia que foi aplicada numa
agricultura tropical, porque a agricultura era de país temperado.
A agricultura tropical deu certo. E hoje somos campeões do mundo em
produção de grãos, de carne, de proteínas de proteínas nobres, de
carboidratos, enfim, um sucesso, graças à tecnologia, graças ao agro.
E está cheio de gente que tem preconceito contra o agro. Eu faço um
certo plágio de Mateus: eles não plantam nem colhem, mas comem – e falam
mal do agro.
Pois, com esse preconceito, acabou que a direção do Agrishow cancelou
a sua solenidade de abertura. Vai abrir e vai começar assim, por quê?
Porque parece que tem gente que só fala em diversidade. Mas na hora da
prática da diversidade, não vai.
Como assim, não pode o ministro da Agricultura de Lula conviver com o
ex-presidente da República, Jair Bolsonaro? E sendo que o ministro foi
presidente da Aprosoja, a maior associação de produtores de grãos deste
país, ele próprio é produtor rural de Mato Grosso, Carlos Fávaro.
Ah, vão cobrar dele sobre o MST? Não vão não, ele está contra as
invasões. Quem está a favor das invasões é o presidente da República – e
a favor do MST. Então foi noticiário preconceituoso que causou essa
fofoca.
Bolsonaro chegou ontem a Ribeirão Preto, teve recepção calorosa, foi
uma indicação de volta dele aos braços do povo, quatro meses depois. O
primeiro evento público que se viu foi no aeroporto, recebido pelo povo,
pelo governador Tarcísio.
E o ministro da Agricultura dizendo que não foi, que foi
desconvidado. Não foi, a direção do Agrishow reafirmou o convite. Ele
não foi talvez preocupado que o presidente da República achasse que ele
estava do lado de Bolsonaro, talvez tenha sido isso. Porque diversidade é
isso, é juntar os diferentes. Agora, no fundo, é o preconceito né,
principalmente entre meus coleguinhas. Que não plantam nem colhem, mas
comem.
Papa Francisco disse que ideologia do gênero é a mais perigosa das colonizações ideológicas Eu
queria salientar aqui o que eu ouvi do papa Francisco em Budapeste,
Hungria, no sábado. Ele falou que a ideologia do gênero é a mais
perigosa das colonizações ideológicas, porque pretende tirar as
diferenças, as belíssimas diferenças entre homens e mulheres.
Falou defendendo a vida contra o aborto, e falou em defesa dos
valores da família. Falou para a juventude em Budapeste, fazendo um
apelo para que os jovens de todo mundo se dirijam, convirjam a Lisboa,
onde vai ser realizado mais um encontro mundial anual da juventude.
Censura nas redes sociais: poderosos que tinham monopólio descobriram que o povo ganhou voz E
sobre censura nas redes sociais, os poderosos que tinham um monopólio
da voz agora descobriram que o povo ganhou o voz com as redes sociais.
Agora todo mundo tem voz. Todo mundo tem uma voz universal, que vai para
toda parte. E os poderosos que dominavam o povo pelo monopólio, de
serem os poucos que têm voz, estão querendo censura.
Só que a Constituição impede. Artigo 220. Veda a censura em qualquer
plataforma, ideológica, artística, política. É vedado, não pode.
Felizmente bancadas estão se manifestando. A bancada evangélica já se
manifestou contra, a Associação de Juristas Conservadores também,
mostrando a lei, mostrando a Constituição.
Eu sei que tem muita gente que deveria ser guardiã da Constituição e
passa por cima dela, aproveita-se da proximidade para fazer uma
Constituição própria. Isso é terrível para o país.
Trator movido a biometano ao lado de estação de abastecimento da
fazenda SF, em Brasilândia (MS): agronegócio avança na produção de
biocombustível para substituir o diesel.| Foto: Divulgação/New Holland
O
óleo diesel consumido por tratores, caminhões e colhedeiras é um dos
insumos que mais pesam na planilha de custos dos agricultores
brasileiros, chegando a responder por até 30% dos gastos de colheita. A
guerra da Ucrânia e as instabilidades do mercado de combustíveis fósseis
só têm feito essa conta aumentar. “Tenho 64 anos e pela primeira vez na
vida eu vejo o preço do diesel mais caro que o da gasolina”, diz Fábio
Pimentel de Barros, sócio-proprietário da granja de suinocultura da SF
Agropecuária em Brasilândia, no Mato Grosso do Sul.
O preço do combustível, contudo, já não tira o sono de Barros. Ele
largou na frente e poderá se tornar o primeiro produtor brasileiro a
declarar independência em relação ao óleo diesel. Os dejetos da granja
de suínos já produziam biogás para gerar energia elétrica. Agora, o gás
passa por mais um estágio de transformação, e agregação de valor, por
meio da separação do metano, que é usado para mover um trator de 180
cavalos da New Holland. Barros é o primeiro agricultor do país a comprar
o modelo T6 180 Methane Power, que reduz a emissão de poluentes em até
80% na comparação com um motor diesel padrão.
À parte os benefícios ambientais do uso do biometano – se livrar de
um passivo de excrementos, produzir adubo orgânico e sequestrar um
poderoso gás de efeito estufa –, o resultado econômico fala por si só. A
começar pela elegibilidade para créditos de descarbonização do programa
Renovabio, que as distribuidoras são obrigadas a comprar. Mas também na
comparação financeira direta entre biometano e óleo diesel.
Economia perto de 90% em relação ao diesel “O preço do litro de
óleo diesel e do metro cúbico do gás (GNV), na bomba, se equivalem. Mas
devido à redução do consumo do trator movido a metano, você já sai com
uma vantagem de 40%. Só que o gás está aqui, eu vou vender para mim
mesmo. E o preço do gás produzido na fazenda é de apenas R$ 1 o metro
cúbico. Daí a vantagem econômica passa a ser de 90%”, sublinha Barros.
O biometano, assim, seria “três vezes mais vantajoso” em termos de
economia do que o próprio biogás, usado na geração de energia elétrica.
Barros investiu cerca de R$ 1 milhão na compra do trator T6 da New
Holland, movido a biometano, cujos protótipos estava em testes no país
há seis anos. Para viabilizar a inovação tecnológica, contudo, o
empresário precisou implantar o seu próprio posto de combustível. No
caso, uma estação compacta de purificação e compressão do gás natural
desenvolvida em parceria da New Holland com as empresas Sebigas Cotica
(instalação do biodigestor), Air Liquide (purificação do biogás) e FPT
(motor a gás cogerador de energia elétrica).
O produtor Fábio Pimentel de Barros foi o primeiro a comprar um trator movido a biometano no país| Divulgação / New Holland
Joint-ventures assim já ocorreram na Europa, onde a tecnologia do
biometano está mais madura, mas nunca tinham chegado à redução de escala
obtida no Brasil, nem a uma solução integrada. Enquanto aqui a estação
já pode ser movida com produção de 50 m3 de gás por hora, na Europa o
mínimo exigido costuma variar entre 1 mil e 5 mil m3 por hora. Isso abre
a possibilidade de que a tecnologia para geração de energia e
combustível próprios, já utilizada por gigantes como a Raízen, chegue
também para milhares de suinocultores, avicultores, criadores de gado de
leite e de corte.
VEJA TAMBÉM: Inventado na crise por argentinos, token paga até cafezinho no Brasil com grãos de soja Agro avança e Brasil não tem onde armazenar “uma Argentina inteira” de grãos Mistura do biodiesel põe indústrias mais poderosas do país em pé de guerra
Bioposto em escala menor multiplica potencial do metano “É
diferente de qualquer lugar do mundo. Essa solução antes não tinha
escala nem estava integrada. Se você quisesse ter um equipamento desses,
você tinha que comprar um sistema de purificação e um sistema de
compressão e fazer a interligação pela sua própria lógica. Aqui nós
temos tudo integrado, de forma viável, segura e robusta para o produtor
rural”, diz Caio Mogyca, diretor de desenvolvimento da Air Liquide para a
América do Sul.
A diminuição de escala representa democratização e oferta de
biometano no país inteiro, na avaliação de Alessandro Garnemann,
presidente da Associação Brasileira de Biogás (Abiogas).
“É economia circular na veia, agrega a substituição de combustíveis
caros como o diesel e o GLP, trazendo segurança energética. A gente não
pode esquecer que o biometano foi regulado não faz nem cinco anos. E só o
projeto de infraestrutura, e seu desenvolvimento, leva dois a três
anos. A oferta do trator a gás é a grande prova da viabilidade e da
importância deste combustível. Acho que o ciclo todo está se fechando,
tem tecnologia, tem matéria-prima disponível, tem oferta de equipamento.
Agora passam a surgir os projetos de referência, tais como esse que a
New Holland inaugurou”, enfatiza Garnemann.
O investimento do produtor pioneiro do Mato Grosso do Sul na estação
foi de R$ 1,7 milhão, que deve se pagar em dois a quatro anos, em função
da economia com o diesel. Em paralelo, o empresário começou um projeto
para substituir os caminhões por modelos movidos a gás. O biometano tem a
mesma especificação e se equivale ao gás natural extraído do petróleo.
Dejetos da suinocultura são uma das principais fontes para produção
de biometano no setor rural.| Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo
Biometano poderia substituir 70% do diesel Atualmente existem no
país mais de mil plantas de biogás, utilizado prioritariamente para
geração de energia. Isso coloca o país no quinto lugar mundial neste
mercado, atrás apenas de Alemanha, China, Estados Unidos e Itália.
Apesar disso, o Brasil utiliza apenas 3% das matérias-primas orgânicas
disponíveis para produção de gás renovável, como dejetos de animais,
descartes de frigoríficos e resíduos agrícolas. Se todo o potencial
fosse aproveitado, seria possível substituir 70% do consumo nacional de
óleo diesel.
O desafio agora é expandir esse ecossistema do biometano. O que
depende tanto da propaganda boca a boca dos produtores como do incentivo
de governos e entidades para adoção da tecnologia. Segundo a Abiogás,
há 41 projetos de usinas que devem decolar até 2027, elevando a produção
atual, de 400 mil m3 diários, para quase 3 milhões.
“As expectativas são as melhores possíveis. Não se trata de apenas um
trator, mas de todo um ecossistema. Tecnologia nós já temos. O
potencial é muito grande pelo lado da sustentabilidade, da substituição
dos combustíveis fósseis, da autossuficiência energética”, diz Claudio
Calaça, diretor de mercado da New Holland no Brasil.
Presidente Lula (PT) e vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB)| Foto: Ricardo Stuckert/PR
A
dependência do Brasil na importação de fertilizantes vem sendo debatida
há décadas e ganhou destaque novamente após o vice-presidente e
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo
Alckmin, defender a exploração de potássio na Amazônia. Em reunião
recente do Conselho Administrativo da da Superintendência da Zona Franca
de Manaus (Suframa), ele disse que a mina no Amazonas “pode ser um dos
maiores investimentos do país” e pode ser uma oportunidade para o Brasil
diminuir sua dependência de importação de potássio – atualmente, 98% do
que o país precisa vêm de outros países.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também demonstrou interesse
pelo tema ao defender que a produção de fertilizantes seja tratada como
assunto de segurança nacional e dizer que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) determinou que a Petrobras retome a produção do insumo.
Ele fez as afirmações em entrevista ao jornal O Globo, ainda em seus
primeiros dias à frente da pasta. Na entrevista, Fávaro afirmou também
que a Petrobras deve retomar a construção de três fábricas de
fertilizantes no país.
O tema da exploração de agrominerais no Brasil, considerados
estratégicos para o agronegócio, também gerou preocupações no começo de
2022, com a crise de fertilizantes desencadeada pela guerra entre a
Rússia e Ucrânia. Com o conflito, 50% da importação de potássio, que vem
da Rússia e de Belarus, por exemplo, ficou comprometida.
O alto percentual de importação de insumos para o agronegócio quase
comprometeu a safra brasileira no ano passado. No entanto, a visita do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao presidente russo, Vladimir Putin,
poucos dias antes do início da guerra com a Ucrânia, ajudou a manter as
remessas de fertilizantes para o Brasil. A ação da ex-ministra da
Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), atualmente senadora, de negociar
com o Canadá também contribuiu para a manutenção no fornecimento dos
fertilizantes.
O Brasil é o único polo agrícola que tem dependência de importação de
fertilizantes, de acordo com Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria
Cogo.
Apesar da sinalização de Alckmin, o ministro das Relações Exteriores,
Mauro Vieira, destacou a parceria comercial com a Rússia para o
fornecimento de fertilizantes químicos ao agronegócio brasileiro.
“Um quarto dos fertilizantes utilizados no Brasil são de produção
russa. Tratamos de um acordo para garantir o fluxo deste insumo de vital
importância para nossa agricultura”, disse Vieira, em declaração após o
encontro com o chanceler russo Serguei Lavrov, em 17 de abril.
VEJA TAMBÉM: Governo oficializa a demarcação de seis terras indígenas em seis estados do país O vale-tudo de alguns países para não importar do Brasil Após 45 invasões e CPI, governo Lula manobra para blindar MST
Ausência de planos estratégicos atrasa o setor Durante a crise de
2022, o governo Bolsonaro apresentou o Plano Nacional dos Fertilizantes
(PNF). Com o objetivo de diminuir a dependência externa, o plano
buscava a implementação de propostas legislativas para facilitar a
produção dos insumos no país.
No entanto, esta não foi a primeira iniciativa de governos
brasileiros ao longo das décadas. A criação de um Marco Regulatório para
o setor de potássio vem sendo debatida, pelo menos, desde 2009. À
época, Lula, em seu segundo mandato, defendia a necessidade de regular o
setor.
Naquele momento, o ex-ministro da Agricultura Reinhold Stephanes já
falava sobre a dependência do Brasil no setor e apontava a necessidade
de mais estudos sobre a exploração de potássio no Brasil. Ele havia
recebido informações da empresa Falcon, uma multinacional do ramo da
mineração, de que a terceira maior jazida de potássio do mundo estaria
localizada na região amazônica. Naquela época, Stephanes chegou a
afirmar que a autossuficiência do Brasil em potássio poderia ser
alcançada em 10 anos.
Mas os planos não avançaram. Em 2010, Stephanes diz que chegou a
convencer Lula e a então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff
sobre a criação de um novo marco regulatório. Posteriormente, porém, ele
deixou o ministério para ser candidato nas eleições e o novo titular da
pasta não deu andamento ao tema.
Ao assumir o mandato de deputado federal, em 2014, Stephanes
protocolou o Projeto de Lei (PL) 8.065/2014, que pretendia estabelecer o
novo marco legal. O PL acabou apensado a outra matéria que dispõe sobre
pesquisa e lavra de minerais e nunca avançou.
Os anos se passaram, mas a situação não mudou. O Plano Nacional dos
Fertilizantes de Bolsonaro está parado desde o fim de 2022. Até agora, o
governo de Luiz Inácio Lula da Silva não indicou os nomes dos novos
gestores para o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas
(Confert), órgão responsável por coordenar e acompanhar a implementação
do PNF.
Inicialmente ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República, o Confert vai passar para a alçada do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, chefiado
por Alckmin, que indicará o presidente do colegiado. O ministério
comandado por Carlos Fávaro terá assento na Secretaria Executiva.
“Bolsonaro infelizmente não avançou na matéria. Ficou na conversa, e
não sabemos por que ficou parado isso, se afinal é tão estratégico para o
país”, afirma o engenheiro agrônomo, Xico Graziano. Ele já alertava, em
artigo publicado em 2015, para a “ausência de uma política agrícola
para o setor, sem plano estratégico a longo prazo”. Para Graziano, tanto
no caso do Marco Regulatório do segundo mandato de Lula quanto no caso
mais recente do Plano Nacional de Fertilizantes, não avançar no tema
gera “uma perda de soberania roubada pelo descaso governamental. Falta
planejamento sobre o futuro do nosso país”.
Falta de conhecimento da geologia brasileira impede avanços na exploração Para
o porta-voz do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Rinaldo
Mancin, o Brasil precisa, antes de mais nada, expandir os conhecimentos
sobre a geologia do território. “Até o momento, só tivemos foco no solo
cristalino que abriga os materiais metálicos. Precisamos saber mais
sobre os terrenos sedimentares”. Mancin ressalta que a maior prova da
necessidade de investimento nas pesquisas é que as reservas de potássio
descobertas recentemente foram encontradas em estudos que almejavam o
petróleo.
A afirmação é comprovada em um levantamento publicado pelo Serviço
Geológico do Brasil (CPRM), instituição vinculada à Secretaria de
Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas
e Energia (MME), em 2020. O estudo, motivado pela crescente demanda
brasileira por potássio, impulsionou o governo a potencializar novas
descobertas na Bacia do Amazonas, e foi baseado em informações cedidas
pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Temos apenas cerca de 3% do território adequadamente mapeado.
Defendemos o modelo público-privado para acelerar a busca por mais
conhecimento geológico. Nós temos uma informação ainda precária. O
Brasil tem que aumentar o conhecimento dessas áreas”, pontuou o
porta-voz do Ibram.
Apesar do potencial já mapeado, atualmente, somente uma mina de
potássio é explorada no Brasil. Trata-se do Complexo Mineroquímico de
Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete (SE), descoberto em 1963, mas
com exploração iniciada apenas em meados da década de 1980. Desde 2017, a
operação de exploração foi comprada pela Mosaic Fertilizantes.
Recentemente, a empresa anunciou investimentos de aproximadamente R$ 800
milhões para manter a extração de silvinita, minério usado no
beneficiamento de potássio, com previsão de extensão da operação para,
pelo menos, até 2030.
Interlocução do setor com o governo Lula Entidades ligadas à
mineração, associações de produtores de fertilizantes e empresas têm
procurado o atual governo para tratar das demandas do setor.
A Associação Brasileira dos Produtores de Remineralizadores de Solo e
Fertilizantes Naturais (Abrefen), que teve participação na Câmara
Técnica de Cadeias Emergentes do Confert durante o governo Bolsonaro,
buscou o Ministério da Agricultura para uma reunião com Fávaro, do
governo petista.
Embora ainda não tenha recebido retorno sobre a agenda, o presidente
da Abrefen, Frederico Bernardez, acredita que medidas devem ser tomadas
pelo governo em atendimento às demandas expostas pela entidade. “Estamos
aguardando em conjunto com outras entidades agenda oportuna para
alinhamento com o ministro Carlos Fávaro. Mas, por conversas anteriores,
acreditamos muito na possibilidade de redução da dependência e na
possibilidade deste atual governo ajudar e apoiar desenvolvimento de
políticas públicas neste sentido”.
Apesar das recentes declarações do ministro da Agricultura destacando
a importância da exploração do potássio, a atuação do ministério no
debate, no entanto, ainda não foi definida. Em tentativa de contato com a
pasta sobre o tema, a reportagem foi direcionada para o Ministério de
Minas e Energia e não obteve retorno.
Em outra frente, o Ibram busca uma agenda com Alckmin para debater,
dentre outros assuntos, a questão dos fertilizantes. “A gente precisa de
um grande esforço nacional neste assunto. Uma parte importante vem para
poder ofertar fertilizantes para nossa sociedade”, destacou Rinaldo
Mancin, do Ibram.
Em visita a Manaus, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi
questionada sobre o motivo da exploração de potássio “estar travada por
incongruências em questões ambientais”. “A gente tem que pensar que ele
[projeto] tem que ter viabilidade econômica, viabilidade social e
viabilidade ambiental. Quando você tenta viabilizar todas essas
questões, não é que está travado, é que você tem que resolver o
problema”, justificou Marina.
Projeto Potássio Autazes O Projeto Potássio Autazes prevê a
exploração de um local próximo de terras indígenas e, por isso, precisa
passar por um processo de pré-consulta aos indígenas, que faz parte do
licenciamento ambiental Ele pode elevar o estado do Amazonas ao patamar
de maior produtor do fertilizante no Brasil, segundo a empresa Potássio
do Brasil.
Executivos da empresa já se encontraram com Alckmin para apresentar o
projeto. O empreendimento, que atualmente está em fase de licenciamento
ambiental, tem vida útil estimada em aproximadamente 23 anos.
Ainda de acordo com a empresa, “quando atingir a produção anual média
de 2,2 milhões de toneladas de Cloreto de Potássio, a oferta deste
insumo corresponderá a cerca de 20% do volume consumido no Brasil”.
Estudos preliminares indicam, entretanto, um potencial de aumento da
capacidade de produção, podendo atingir até 45% das necessidades
brasileiras.
O projeto, no entanto, tem sido questionado na Justiça Federal por
supostamente violar essa etapa. Em 2016, o MPF já havia pedido à Justiça
Federal que suspendesse a licença concedida pelo Instituto de Proteção
Ambiental do Amazonas (Ipaam) à empresa Potássio do Brasil para
atividades de pesquisa e exploração no território Soares/Urucurituba.
Pronunciamento Lula diz que “tudo piorou nos últimos anos” e repete anúncios sobre salário mínimo e IR Por Gazeta do Povo
Em pronunciamento em cadeia de rádio e tevê, o ex-presidente Lula
disse que “tudo piorou nos últimos anos” e repetiu anúncios sobre o
salário mínimo e a faixa isenta de Imposto de Renda.| Foto:
Reprodução/YouTube
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
fez um pronunciamento em cadeia de rádio e tevê na noite deste domingo
(30) repetindo os anúncios de que, a partir desta segunda-feira (1.º), o
salário mínimo passará de R$ 1.302 para R$ 1.320 e a faixa isenta de
Imposto de Renda, para R$ 2.640.
Sem novidades, Lula repetiu a promessa de aumentar o salário mínimo
acima da inflação todos os anos até o fim de seu mandato, afirmando que
encaminhará um projeto de lei nesse sentido ao Congresso Nacional. Além
disso, voltou a prometer que até o fim de seu mandato a isenção do
Imposto de Renda incidirá até a faixa de R$ 5 mil.
“É um aumento pequeno, mas real, acima da inflação, pela primeira vez
depois de seis anos”, disse o presidente, referindo-se ao novo valor do
salário mínimo.
No pronunciamento, de cerca de quatro minutos, Lula afirmou que “tudo
piorou nos últimos anos”. “Os salários perderam poder de compra. A
inflação subiu. Os juros dispararam. Direitos conquistados ao longo de
décadas foram destruídos de um dia para o outro”, afirmou.
Em seu pronunciamento, o presidente da República destacou que “não
importa a profissão ou local de trabalho, o importante é que vocês são
os responsáveis pela geração da riqueza do Brasil”. E disse que recompor
as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras é prioridade
de seu governo.
Íntegra do pronunciamento de Lula Meus amigos e minhas amigas,
Amanhã, primeiro de maio, é dia de homenagear o povo trabalhador do Brasil.
Vocês que trabalham nas fábricas, na construção civil, nos bancos,
nas lojas ou nos escritórios. Vocês, trabalhadores de aplicativos.
Vocês, microempreendedores. Vocês, que trabalham na lavoura, nas
escolas, nos hospitais.
Vocês, jovens, que estão dando os primeiros passos no mundo do
trabalho. Vocês, aposentados e pensionistas, que, ao longo de uma vida
inteira, ajudaram a construir o Brasil com o fruto do seu suor.
Não importa a profissão ou o local de trabalho. O importante é que vocês são os responsáveis pela geração da riqueza do Brasil.
Vocês se lembram das conquistas que tiveram quando governamos o
Brasil. Geração recorde de empregos. Salário mínimo crescendo acima da
inflação. Direitos trabalhistas garantidos.
Tudo piorou nos últimos anos. O emprego sumiu. Os salários perderam
poder de compra. A inflação subiu. Os juros dispararam. Direitos
conquistados ao longo de décadas foram destruídos de um dia para o
outro.
Poucas vezes na história o povo brasileiro foi tratado com tanto desprezo, e teve tão pouco a comemorar.
Felizmente, esse mau tempo ficou no passado. O Brasil voltou a
reconhecer o papel fundamental do povo trabalhador na construção do
futuro do Brasil.
Desde o primeiro dia desse terceiro mandato que vocês me concederam, tenho trabalhado para consertar e reconstruir nosso país.
Recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras é prioridade do nosso governo.
A começar pela valorização do salário mínimo, que há seis anos não
tinha aumento real, e vinha perdendo poder de compra dia após dia. Mas
já estamos começando a reverter essa perda.
A partir de amanhã, o salário mínimo passa a valer R$ 1.320 reais
para trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. É um aumento
pequeno, mas real, acima da inflação, pela primeira vez depois de seis
anos.
Nos próximos dias, encaminharei ao Congresso Nacional um projeto de
lei para que esta conquista seja permanente, e o salário mínimo volte a
ser reajustado todos os anos acima da inflação, como acontecia quando
governamos o Brasil.
E, estejam certos de que, até o fim do meu mandato, ele voltará a ser
um grande instrumento de transformação social que foi no passado,
quando cresceu 74% acima da inflação.
Foi graças a isso que milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza e abriram caminho para uma vida melhor.
É preciso lembrar que a valorização do salário mínimo não é essencial apenas para quem ganha salário mínimo.
Com mais dinheiro em circulação, as vendas do comércio aumentam, a
indústria produz mais. A roda da economia volta a girar, e novos
empregos são criados.
Quero também anunciar outra medida muito importante. Estamos mudando a
faixa de isenção do Imposto de Renda que, há oito anos estava congelada
em R$ 1.903 reais.
A partir de agora, o valor até R$ 2.640 reais por mês não pagará mais
nem um centavo de imposto de renda. E, até o final do meu mandato, a
isenção valerá para até R$ 5 mil reais por mês.
Meus amigos e minhas amigas. Não haverá reconstrução do Brasil sem a valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras.
O Brasil vai voltar a crescer com inclusão social e novos empregos serão criados.
Podem estar certos de que o esforço do seu trabalho será cada vez mais reconhecido e recompensado.
E o Primeiro de Maio, que sempre foi um dia de luta, voltará a ser também um dia de conquistas para o povo trabalhador.
Sem-terra Lula convida MST para seu “Conselhão” após invasões e desgaste com agronegócio Por Gazeta do Povo
O presidente Lula convidou o MST a fazer parte do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão.| Foto: Marcelo
Camargo/Agência Brasil
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) fará parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
da Presidência da República, o chamado “Conselhão”, a convite do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação foi divulgada
pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em suas
redes sociais, na tarde deste sábado (29). O conselho assessora o
presidente da República na formulação de políticas públicas.
O convite, aceito pelas lideranças dos sem-terra, ocorre num momento
em que o governo federal é alvo de críticas por sua proximidade com o
MST. As críticas partem especialmente de representantes do agronegócio,
que condenam as recentes invasões de propriedades rurais promovidas pelo
movimento por todo o país e que podem ser alvo de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI).
Ao mesmo tempo, o convite vem quando o ex-presidente da República
Jair Bolsonaro (PL) retoma agendas públicas mostrando grande alinhamento
com o agronegócio. Convidado para participar da abertura da Agrishow,
maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que acontece de
1.º a 5 de maio em Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro confirmou presença.
O governo federal ameaçou suspender o patrocínio do Banco do Brasil à
feira, e depois a organização do evento decidiu cancelar a cerimônia de
abertura. Mesmo assim, Bolsonaro chegou a Ribeirão Preto na tarde deste
domingo para participar da feira.
Outro importante evento do agro, a Expozebu, que está sendo realizada
em Uberaba (MG) foi palco de duras críticas às recentes invasões de
terra pelo país. Em seus discursos, na abertura da exposição, os
governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema
(MG) defenderam o direito à propriedade e pediram prisão dos envolvidos
nas invasões.
O relator do projeto de lei das fake news é o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).| Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.
As
negociações foram longas e intensas, a ponto de o deputado Orlando
Silva (PCdoB-SP), relator do Projeto de Lei 2.630/20, o PL das Fake
News, ter apresentado a mais recente versão do texto apenas no fim da
noite de quinta-feira, quando pretendia tê-lo feito durante aquele dia.
Esta versão trouxe mudanças significativas em relação à anterior, e
indicam que a pressão popular e a atuação firme de parlamentares
conscientes da importância de preservar a liberdade de expressão fizeram
efeito. No entanto, esta é apenas uma etapa de uma tramitação que, por
ocorrer de forma bastante precipitada, ainda permite retrocessos que só a
continuação desta marcação cerrada feita pela sociedade poderá impedir.
O projeto tem pontos positivos que vale a pena destacar: por exemplo,
avança no sentido de exigir mais transparência das redes na moderação
de conteúdos, com a obrigação de justificar adequadamente qualquer
remoção de publicações ou outras medidas restritivas (cancelamento,
desmonetização, shadow ban etc.) e oferecer canais efetivos para
contestação. É também positivo o fato de enfrentar algumas das hipóteses
de responsabilização das plataformas de forma melhor que a feita no
Marco Civil da Internet, embora sem desfigurá-lo. Vê-se, ainda, que o
relator se esforçou para retirar do texto – em grande medida, mas não
totalmente – novas restrições abstratas (novos tipos penais, por
exemplo) à liberdade de expressão, preferindo apoiar-se em textos legais
pré-existentes como o Código Penal ou estatutos específicos. Assim, por
exemplo, evitou introduzir um crime genérico de fake news ou
“desinformação”, o que caracterizaria afronta direta e imediata à
liberdade de expressão. Além disso, as sugestões feitas pelo ministro do
STF Alexandre de Moraes, que incluíam pontos bastante controversos,
acabaram não sendo incorporadas à mais recente versão do PL 2.630.
As mudanças significativas em relação à versão anterior do PL 2.630
indicam que a pressão popular e a atuação firme de parlamentares
conscientes da importância de preservar a liberdade de expressão fizeram
efeito
Especialmente positiva foi a remoção de alguns dispositivos que
escancaravam portas para ataques sem precedentes a esse pilar da
democracia que é a liberdade de expressão. Queríamos, aqui, jogar luz
especialmente sobre a previsão de criação da “entidade autônoma de
supervisão”, que segundo a penúltima versão do PL deveria ser
estabelecida pelo Poder Executivo. Tratava-se de algo que sintetizaria o
que pode haver de mais contrário aos princípios que sempre regeram a
liberdade de expressão nas nações democráticas, e espanta-nos que boa
parte da sociedade não tivesse se dado conta dos desdobramentos que a
criação de um órgão desse tipo poderia trazer.
Ainda que se assegurasse a essa “entidade autônoma” o modelo de
autonomia e independência das agências reguladoras (mandatos de sua
diretoria descasados e sem possibilidade de demissão de integrantes, por
exemplo), ele continuaria a ser um órgão governamental ou, se se
quiser, de Estado. Ora, um princípio básico de qualquer democracia é que
não pode haver – afora a previsão legal de restrições à liberdade de
expressão claramente definidas e facilmente compreensíveis, com análise
pontual pelo Judiciário, sempre mediante provocação – uma atuação
estatal ad hoc ampliando ou reinterpretando as restrições estabelecidas
legitimamente pelo Congresso. A “entidade autônoma”, tal como estava
prevista em versões anteriores do projeto, daria ao governo a
possibilidade de exercer ingerência direta sobre a forma como as mídias
sociais operam no país, com o enorme poder de decidir o que poderia ou
não poderia ser dito nas mídias sociais, graças a outro conceito
inserido no projeto, o de “risco iminente” ou “risco sistêmico”, casos
em que esse novo órgão estaria autorizado a agir.
VEJA TAMBÉM: Deltan Dallagnol: Sete razões para você se posicionar contra o projeto da censura Lacombe: Cinco sonetos contra a censura Madeleine Lacsko: Conseguiremos discutir a regulação das redes como adultos no Brasil?
A definição de “risco iminente” ou “risco sistêmico” na penúltima
versão do PL 2.630 ia muito além do cometimento de crimes concretos,
incluindo também a possibilidade de “danos à dimensão coletiva de
direitos fundamentais”, uma das situações que autorizariam a instalação
de “protocolos de segurança” por parte da entidade autônoma de
supervisão. A ideia de risco sistêmico, sem clara definição legal (que
realmente não é factível), criaria de per si um novo modelo de restrição
de impossível delimitação. Ou seja, por um viés indireto,
ampliar-se-ia, sim, o que parecia querer evitar-se: um novo âmbito de
ilícitos. Ainda que se tentasse defender o conceito afirmando que a
noção abrangeria apenas situações de ofensas sistemáticas a normas
penais já estabelecidas, o fato é que não era esse, no entanto, o
espírito do projeto, como se depreendia, entre outras coisas, do
conceito de “danos à dimensão coletiva de direitos fundamentais” e da
possibilidade de punir meros riscos. Tudo isso poderia abarcar uma série
de manifestações perfeitamente lícitas, como a crítica a determinados
comportamentos ou a oposição veemente a políticas públicas ou projetos
de lei, especialmente quando estão em jogo temas da chamada “pauta de
costumes”. Assim, o conceito de “risco sistêmico” poderia ser usado para
estabelecer autênticos tabus, inclusive criando obrigações para que as
mídias sociais agissem “preventivamente” diante de certos conteúdos (ou
seja, impedindo que eles fossem publicados). Assim, estaria criado um
mecanismo sutil, mas extremamente poderoso e não menos pernicioso, de
limitação severa da liberdade de expressão, sob o disfarce da “defesa de
direitos”.
A liberdade de expressão, como já afirmamos em inúmeras ocasiões, não
é absoluta. Mesmo assim, eventuais restrições, vale a pena repetir,
devem ser sempre bastante pontuais e devidamente registradas na lei, que
cabe ao Judiciário interpretar. A “entidade autônoma de supervisão”
extrapolaria completamente este princípio. Não faz o menor sentido que
uma entidade governamental pretenda regular a liberdade de expressão,
interpretando, ampliando ou restringindo quais temas podem ou não ser
comentados, e em que termos. Não se trata, portanto, de um órgão que
pudesse ser tolerado desde que estivesse em boas mãos, mas de uma
entidade cuja existência seria intrinsecamente incompatível com a defesa
da liberdade de expressão. O fato de a penúltima versão do PL 2.630
ainda conceder a tal órgão superpoderes como os de limitar o
encaminhamento de mensagens, instaurar “protocolos de segurança” e impor
“medidas preventivas” às mídias sociais antes mesmo que se instaurassem
processos administrativos era apenas agravante para algo que em si
mesmo já ameaçaria frontalmente a democracia no Brasil.
O governo federal ainda não desistiu de tentar colocar de volta no
texto do PL 2.630 a criação da “entidade autônoma de supervisão”, o que
traria de volta uma série de ameaças graves à liberdade de expressão
É verdade que a mais recente versão do PL 2.630 eliminou
completamente qualquer menção à “entidade autônoma de supervisão” e
atenuou as menções aos “riscos sistêmicos”, delegando ao Comitê Gestor
da Internet, um órgão já existente, algumas das atribuições que
pertenceriam à nova entidade, e mesmo assim de forma bastante mitigada.
Ocorre, no entanto, que, segundo informações de bastidores, o governo
federal ainda não desistiu de tentar colocar de volta no texto do PL
2.630 a criação da “entidade autônoma”, o que traria de volta todos os
riscos que acabamos de mencionar. E a tramitação em regime de urgência
oferece condições bastante propícias a alterações de última hora que a
Câmara sabe muito bem como fazer – ainda estão frescas na memória de
todos os que se importam com o combate à corrupção, por exemplo, as
“emendas da meia-noite” que destruíram o projeto das Dez Medidas Contra a
Corrupção, em 2016.
Este é um caso emblemático em que o dito de John Philpot Curran
segundo o qual o preço da liberdade é a eterna vigilância deve ser
entendido literalmente. Se os brasileiros não queremos que o PL das Fake
News receba de volta trechos frontalmente contrários à liberdade de
expressão, teremos de acompanhar cuidadosamente cada passo desta
tramitação-relâmpago. Até aqui a pressão foi essencial para depurar o
projeto de lei e retirar dele ameaças graves às garantias democráticas,
enquanto passava a preservar mais explicitamente outros direitos, como
no caso do discurso religioso, agora protegido com um dispositivo
específico. Tudo que muitos desejam é que a sociedade baixe a guarda no
momento mais importante, o da votação em plenário. Que não deixemos isso
acontecer.
Futuro do trabalho: quais as profissões que serão criadas e eliminadas nos próximos anos
Foto: Unsplash/@sigmund
Por Bruna Klingspiegel e Jayanne Rodrigues – Jornal Estadão
Relatório do Fórum Econômico Mundial, em
parceria com a Fundação Dom Cabral no Brasil, mostra que avanço da
tecnologia e as preocupações ambientais vão mudar a cara do trabalho no
mundo
O avanço acelerado da tecnologia, da inteligência artificial e das
novas demandas ambientais vão provocar uma grande transformação no
mercado de trabalho. Até 2027, a expectativa é que 23% dos atuais postos
de trabalho se modifiquem. Alguns serão criados para atender novos
mercados; outros passarão por adaptações; e há aqueles que simplesmente
vão desaparecer. A equação dessas mudanças, no entanto, não deve ser
positiva para o trabalhador.
Segundo relatório “O Futuro do Trabalho 2023″, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (organizador do Fórum de Davos) em 45 países, com a parceria da Fundação Dom Cabralno
Brasil, a previsão é que 69 milhões de empregos sejam criados nos
próximos anos enquanto 83 milhões, eliminados. O resultado é que 14
milhões de vagas vão desaparecer – ou seja 2% do emprego atual nos
países analisados, segundo o estudo.
A pesquisa – que está na quarta edição – ouviu 803 empresas de 27
setores em 45 países, que juntas são responsáveis por mais de 11 milhões
de postos de trabalho no mundo. Além da opinião dos executivos, foram
avaliados dados estatísticos fornecidos pelo LinkedIn e pela plataforma de cursos online Coursera.
O objetivo do trabalho é acompanhar o impacto dessa revolução no
mercado de trabalho, identificando rupturas ocupacionais e estratégias
para capacitar áreas em declínio capazes de assumir papéis emergentes.
Entre as profissões que podem ter crescimento nos próximos quatro
anos estão especialistas em inteligência artificial e aprendizagem de
máquina, especialistas em sustentabilidade, analistas de inteligência de
negócios e especialistas em segurança da informação. Cargos
relacionados à transição energética também são destacados pela pesquisa,
graças aos investimentos em energia renovável.
No olhar dos executivos, espera-se que as profissões relacionadas à educação, ao lado de agriculturae do comércio digital,
tenham o maior crescimento em números absolutos. A expectativa é que os
postos de trabalho no setor educacional cresçam cerca de 10%, levando a
3 milhões de empregos adicionais
para professores de educação profissional e professores universitários.
No setor agrícola, a previsão é de aumento de 15 a 30%, levando a mais
de 4 milhões de empregos.
Crise
Neste contexto de mudanças, a tendência é de que a desigualdade seja
acentuada em países emergentes, como é o caso do Brasil. Na prática, o
mercado deve aumentar a busca por mão de obra qualificada. Pessoas
preparadas vão ter acesso a uma oferta maior de empregabilidade. Em
contrapartida, trabalhadores sem capacitações ou aqueles que têm somente
educação básica serão os mais ameaçados, aponta o relatório.
O risco desse ciclo é uma possível escassez de mão de obra
qualificada no Brasil, avalia Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de
Inovação e Empreendedorismo da FDC. “Pode haver uma alta da pressão por
qualificação ou por esses poucos profissionais com mais habilidades”,
estima. “Vamos notar um aumento do porcentual de pessoas que vão
depender, provavelmente, do Bolsa Família e de outros recursos do
governo por estarem desqualificados.”
A manobra para evitar essa escassez é investir em políticas públicas e
em programas de retenção de talento, sugere Arruda, acrescentando que
esse esgotamento é um comportamento global. “Essa falta de mão de obra
qualificada não é exclusiva do Brasil.” À medida em que a procura por
profissionais ligados à IA, agro tecnológico e sustentabilidade,
aumenta, por outro lado, algumas áreas devem ser extintas nos próximos
cinco anos, segundo o relatório.
As ocupações mais ameaçadas são caixas de banco e funcionários
relacionados, caixas e cobradores, escriturários de entrada de dados,
secretários administrativos e executivos, assistentes de registro de
produtos e estoque, escriturários de contabilidade, legisladores e
oficiais judiciários, atendentes estatísticos, financeiros e de seguros e
vendedores de porta em porta e ambulantes.
Até 2027, as organizações estimam em torno de 28 milhões de empregos a
menos por conta da automação e digitalização. No caso do Brasil, a
expectativa é de que algumas profissões se mantenham, é o caso do
ambulante. Isso porque, a consolidação do processo de automação neste
intervalo de tempo está prevista para os países avançados, explica
Arruda. “Não vai ter gente vendendo na rua nem de porta em porta. Porque
vai estar tudo online, pagamento digital, etc. Mas na nossa realidade
de país emergente ainda há essas funções mais básicas (ambulantes)”.
O economista do FGV Social, Marcelo Neri, prevê que as novas
tecnologias devem acelerar o barateamento de alguns serviços, a exemplo
do trabalho feito por entregadores. “No Brasil, a economia dos
aplicativos deu uma turbinada nessa profissão (entregadores) usando uma
metodologia, mas os drones podem ser uma revolução adversa nesse
movimento”.
Apesar de o relatório global apontar que a categoria de ambulantes
está entre as profissões extintas a partir dos próximos cinco anos, no
Brasil, trabalho deve continuar Foto: Werther Santana/Estadão
Essa contradição impacta diretamente na rotatividade de emprego.
Segundo Arruda, o desaparecimento de trabalhos tradicionais vai dar
espaço para o acréscimo de novos empregos, com o diferencial da
qualificação nas áreas projetadas pelo documento. “Nas empresas
consultadas para o relatório, não há uma estimativa de desemprego, mas
de compensação e substituição. Por isso, o papel fundamental de
requalificação dos skills (habilidades), que as empresas estão
preocupadas em realizar”.
Outro fenômeno que pode ser visto com mais atenção nos próximos cinco
anos tem a ver com dualidade: por um lado, a redução do número de
jovens no mercado de trabalho e, por outro, o envelhecimento da
população. “A vida produtiva das pessoas está se estendendo, com os
desafios previdenciários projetados para o futuro. A pessoa vai precisar
de uma educação ao longo da vida, não é mais uma educação acumulada
somente durante a juventude ou vida adulta, isso vai gerar demanda”,
afirma Marcelo Neri.
De acordo com o relatório, 39% dos trabalhadores não devem precisar
de treinamento até 2027. Porém, 15% dos empregados necessitam de
capacitação, mas não terão acesso a um programa de requalificação. “Por
isso, vem o efeito de mais empregos qualificados em países desenvolvidos
e trabalho menos qualificados nos emergentes”. No total, 85% vão estar
prontos para as novas tecnologias ou estarão sendo treinados para a
mudança.
Competências
O avanço das chamadas soft skills, sobretudo após a pandemia, foi
observado com maior predominância dentro das empresas. Daqui para
frente, conforme o relatório, a tendência é de que as corporações
priorizem a criatividade, o pensamento analítico e o uso de IA e Big Data.
A preferência foi apresentada por 42% das empresas consultadas pelo
relatório. O investimento no capital humano e automação de processo deve
atingir 80% das corporações, que devem priorizar mulheres, seguido de
jovens menores de 25 e pessoas com deficiência.
Executivos brasileiros, por sua vez, almejam que 53% das habilidades
do trabalho permaneçam as mesmas. Para os próximos cinco anos, entre as
competências que devem ser consideradas prioridades nas contratações no
País, estão: IA e Big Data; Pensamento criativo; Resiliência,
Flexibilidade e agilidade; Pensamento analítico.
Já os cargos mais selecionados no Brasil pelas organizações que
participaram da pesquisa, com base no saldo líquido positivos de
empregos, são analistas e cientista de dados, cerca de 31%,
profissionais de desenvolvimento de negócios, com 25%, gerente de
operações e advogados, respectivamente, 13%. Para driblar a escassez de
mão de obra qualificada, executivos brasileiros pretendem investir na
promoção e progressão de carreira, no fornecimento de requalificação e
qualificação eficazes e em uma articulação do propósito e impacto do
negócio.
Ter resiliência é ter a capacidade de se adaptar e se recuperar de
situações difíceis ou adversidades. É a habilidade de superar desafios,
resistir à pressão e lidar com as dificuldades de forma positiva e
construtiva, sem se deixar abalar ou desistir diante dos obstáculos.
A resiliência envolve uma combinação de características pessoais,
como autoconfiança, perseverança, flexibilidade, otimismo e capacidade
de lidar com emoções negativas. Pessoas resilientes são capazes de
aprender com as experiências adversas, crescer e se desenvolver a partir
delas, ao invés de serem destruídas ou desmotivadas por elas.
Ter resiliência não significa que a pessoa não sinta medo, tristeza
ou desânimo, mas sim que ela consegue lidar com essas emoções de forma
saudável e construtiva, sem se deixar dominar por elas. A resiliência é
uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida, por meio de
experiências, aprendizados, desafios e apoio emocional de outras
pessoas.
Características das pessoas resilientes
As pessoas resilientes têm algumas características comuns que as
ajudam a lidar com os desafios e adversidades da vida de uma forma
saudável e construtiva. Aqui estão algumas dessas características:
Adaptabilidade: as pessoas resilientes têm a capacidade de se
adaptar a novas situações e mudanças, sem perder a sua capacidade de
funcionar bem.
Autoconfiança: elas têm confiança em si mesmas e na sua capacidade de lidar com desafios e superar obstáculos.
Flexibilidade: as pessoas resilientes são flexíveis e abertas a
diferentes perspectivas e soluções, o que lhes permite encontrar
maneiras criativas de resolver problemas.
Forte rede de apoio: ter amigos, familiares e colegas de trabalho
confiáveis e solidários é importante para as pessoas resilientes, pois
lhes dá um senso de segurança e pertencimento.
Foco no futuro: as pessoas resilientes tendem a se concentrar no
futuro, em vez de se prenderem ao passado ou ao presente. Elas têm metas
claras e são capazes de manter o foco no que querem alcançar.
Autocontrole: elas têm uma boa capacidade de gerenciar suas emoções e
reações diante de situações estressantes, o que lhes permite manter a
calma e tomar decisões melhores.
Mentalidade positiva: as pessoas resilientes tendem a ter uma
mentalidade positiva, acreditando que coisas boas podem acontecer, mesmo
em tempos difíceis.
Essas características não são exclusivas das pessoas resilientes, mas
são comuns entre elas e podem ser desenvolvidas por qualquer pessoa que
deseje aumentar sua resiliência.
Como ter tolerância ao estresse e flexibilidade
Para ter tolerância ao estresse e flexibilidade, é importante seguir
algumas práticas e hábitos saudáveis. Aqui estão algumas sugestões:
Pratique mindfulness: a meditação mindfulness pode ajudá-lo a
desenvolver a capacidade de se concentrar no momento presente e
gerenciar seus pensamentos e emoções de forma mais eficaz. Isso pode
ajudar a reduzir o estresse e aumentar a sua capacidade de lidar com
situações desafiadoras.
Exercite-se regularmente: fazer exercícios físicos regularmente pode
ajudar a reduzir o estresse e melhorar o humor. Além disso, o exercício
pode aumentar a sua resistência ao estresse, tornando-o mais
resiliente.
Pratique a respiração profunda: a respiração profunda pode ajudá-lo a
se acalmar e relaxar em momentos de estresse. Experimente fazer algumas
respirações profundas quando se sentir ansioso ou sobrecarregado.
Desenvolva habilidades de resolução de problemas: aprender a
resolver problemas de forma eficaz pode ajudá-lo a lidar com situações
estressantes de forma mais eficaz. Tente identificar soluções práticas
para os problemas que você enfrenta e colocá-las em prática.
Mantenha um estilo de vida saudável: certifique-se de dormir o
suficiente, comer bem e manter-se hidratado. Um estilo de vida saudável
pode ajudar a aumentar sua resistência ao estresse.
Pratique a autocompaixão: trate-se com gentileza e compaixão. Quando
você enfrentar um desafio, tente ser gentil consigo mesmo e evite se
criticar ou se culpar.
Mantenha relacionamentos saudáveis: ter um sistema de suporte forte
pode ajudá-lo a lidar com o estresse. Certifique-se de manter
relacionamentos saudáveis com amigos e familiares e busque ajuda quando
precisar.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 220.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
SXSW, Cannes e Frankfurt: negócios “criativos” ganham representatividade internacional Por Raquel Hoshino, especial para a Gazeta do Povo
Reunião de preparação de participantes da missão do SXSW, em 1º
de março de 2023, na Sala São Paulo, localizada no centro da capital
paulista.| Foto: Divulgação/InvestSP
A economia criativa
paulista, pautada em investimentos, missões, capacitação e
internacionalização, tem movimentado a economia para o Brasil e ganhando
destaque externo. É em São Paulo que está concentrada a maior
quantidade de empresas culturais e criativas do país.
O movimento tem por base o uso de criatividade para criar um produto
ou serviço. E envolve tudo o que é produzido por empresas que realizam
desde atividades artesanais, passando por música, editorial, cinema,
rádio, TV e artes cênicas, indo até publicidade, arquitetura e
desenvolvimento de softwares e jogos digitais.
Desde os anos 2000, a indústria criativa vem ganhando
representatividade. Segundo um levantamento da Fundação Itaú, por meio
do Observatório Itaú Cultural, o Produto Interno Bruto (PIB) da Economia
da Cultura e das Indústrias Criativas do Brasil (Ecic) atingiu 3,11% do
PIB da economia brasileira, em 2020. Construção civil, indústria
extrativa e transporte alcançaram 3,6%, 3,1% e 3,6%, respectivamente.
“Com a valorização do conhecimento como insumo essencial para a dinâmica
atual da economia e, mesmo, diante da mudança do paradigma de consumo,
com consumidores migrando de bens para serviços, os setores culturais e
criativos ganharam maior representatividade nos últimos anos” – afirma o
estudo.
Junto com São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e
Paraná foram os estados que mais contribuíram para este índice. “Quando a
gente pensa, por exemplo, num pequeno teatro, um coletivo de teatro que
logo em seguida abre um bar; e logo em seguida, vem um restaurante; e
se instala, enfim, um hotel, você começa a ver exatamente o que é essa
economia criativa acontecendo e rodando”, explica a secretária de
Cultura e Economia Criativa de São Paulo, Marília Marton. E foi com este
espírito que a InvestSP, uma agência de promoção de investimentos (IPA)
ligada ao governo estadual, e a Secretaria de Cultura e Economia
estadual se uniram para ajudar empresas do setor criativo a se
internacionalizar.
Economia criativa tem impulso com oportunidades de negócio no exterior Este
é o segundo ano do programa Creative SP, que atua capacitando, levando e
acompanhando empresas paulistas em eventos internacionais importantes,
as chamadas “missões”, como o inovador festival americano SXSW, o
tradicional Festival de Cinema de Cannes, na França, e a prestigiada
Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, para buscar oportunidades de
negócios e firmar parcerias. “O objetivo é que a gente cubra o máximo de
setores possível dentro da economia criativa”, conta Julia Saluh.
“Não é só levar o projeto. É feito todo um apoio técnico para que
elas possam, ali, encontrar, e para como elas ajam, a partir desses
encontros, dessas mesas de vendas dos seus produtos”, explica a
secretária Marília Marton.
Além da capacitação e da assistência, as dez instituições
selecionadas para participar de cada evento recebem o reembolso de
despesas de até 3 mil dólares (cerca de R$ 15 mil), o que, segundo
Julia, faz bastante diferença para as companhias. Elas são selecionadas
segundo a capacidade de internacionalização, por meio de uma chamada
pública.
Em 2022, o programa levou 73 empresas de pequeno, médio e grande
portes para nove eventos internacionais voltados para entretenimento,
tecnologia, cinema, games, música, literatura, artes visuais e design.
Segundo a agência, os participantes tiveram contato com mais de 2 mil
possíveis parceiros, em cerca de 100 países, gerando quase R$ 360
milhões em negócios e de até 6,6 mil empregos no setor cultural
paulista, no período de até um ano após a missão. “Para cada real que o
Estado investiu no projeto, foram gerados R$ 64,9 em negócios por essas
empresas. E eu estou falando em resultado direto”, pontua Julia Saluh.
Arvore, um estúdio desenvolvedor de games e de experiências
imersivas, com foco em realidade virtual aumentada e mista, e a
produtora de audiovisual Gallune, responsável por sucessos como “Que
Horas Ela Volta?”, premiado nos festivais de Sundance e Berlim; do
documentário “A Última Floresta”, prêmio de audiência no Festival de
Berlim; e “Ninguém Tá Olhando”, vencedor do Emmy Internacional (iEmmys)
de melhor série de comédia, são duas empresas que participaram de
missões do programa.
Para Laura Rossi, head de Internacional da Gallune, a vontade de
querer se aproximar do mercado norte-americano, até pouco tempo atrás
bastante fechado, foi o que levou a produtora a participar de uma
missão. “O principal dessas políticas públicas, que as pessoas não têm
noção, é a abertura que isso dá. Ter esse suporte de entidades que
conseguem chegar com uma maior relevância para esses organizadores, para
grandes players do mercado. Eles têm capacidade de abrir portas para
esses brasileiros que vão para lá conhecer, se estabelecer ou crescer a
atuação no mercado”.
Para Rodrigo Terra, cofundador da Arvore, que desenvolveu a franquia
de games “Pixel Ripped” e a narrativa “The Line”, ganhadora do Emmy de
Inovação em Programação Interativa e de Melhor Experiência em Realidade
Virtual do Festival Internacional de Cinema de Veneza, ter participado
de missões, no ano passado e neste, deu à empresa a possibilidade de
realizar prospecção de negócios nos mercados europeu e asiático e de
fazer networking. “Mostramos um pouco mais a cara do nosso time”,
acrescenta ele, o que acabou sendo “importante para ajudar no andamento
de negociações”.
Na avaliação de Terra, que também é presidente da Associação
Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames), percebe-se que cada
vez mais as manifestações regionais do país ganhando projeção lá fora.
Das duas missões que aconteceram este ano, uma para a Game Developers
Conference 2023 e outra para o festival SXSW, o balanço do governo
paulista é que, em 12 meses, sejam geradas 398 vagas de empregos diretos
e indiretos, além da geração de negócios de aproximadamente R$ 88,95
milhões.
Combustíveis Petrobras sob assédio estatal: Venezuela e Bolívia são os exemplos que o Brasil insiste em ignorar
Por Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo
Lula, o ex-presidente boliviano Evo Morales e o falecido ditador
venezuelano Hugo Chávez, juntos durante a Cúpula da Unidade da América
Latina e do Caribe, no México, em fevereiro de 2010| Foto: EFE/Roberto
Escobar
Em 2006, quando o então presidente da Bolívia
nacionalizou a extração de petróleo e a produção de seus derivados, ele
avançou sobre refinarias estrangeiras, entre as quais, duas da
Petrobras. Na linha o petróleo e o gás “son nuestros”, ele prometeu aos
bolivianos reverter para eles 100% da riqueza gerada pelo negócio,
antecipando até o seu ventríloquo Hugo Chávez, que no ano seguinte faria
o mesmo.
A Bolívia está assentada sobre reservas gigantescas de gás natural.
Quando Morales assumiu a presidência, no mesmo ano em que ele
nacionalizou a produção, encontrou tudo prontinho e acreditou que era só
mudar as regras para bamburrar. O país tinha um contrato vantajoso com o
vizinho Brasil, que garantia receitas monumentais por anos a fio.
Morales, que tem origem no sindicalismo cocaleiro, entregou o negócio
para sindicalistas e membros do seu partido. O resultado não poderia
ser diferente. Sem investir na prospecção de novas reservas, apenas
cinco anos depois da nacionalização, os estoques provados de gás
entraram em declínio.
O sucateamento da indústria de gás da Bolívia é tão acentuado que, em
sete anos, estima-se que o país não será capaz de produzir o suficiente
para atender sequer a sua demanda interna. Em 2030, os bolivianos,
portanto, deixarão de ser exportadores para passar à condição de
importadores de gás.
As projeções não indicam que a Bolívia se beneficiará de um boom
econômico-industrial. A demanda será quase a mesma. O que está
acontecendo por lá é a morte rápida de uma indústria próspera que foi
entregue para os compañeros de Morales.
A Bolívia traçou um caminho idêntico ao da Venezuela. Hugo Chávez
assumiu a presidência em 1999 com a produção de petróleo nas alturas e o
preço da commodity no chão. Viu os preços subirem como nunca,
resultando em uma dinheirama sem precedentes que serviu para ele
financiar governos de esquerda, organizações criminosas e o terrorismo
internacional. O boom petroleiro está intrinsecamente ligado ao sucesso
do empreendimento bolivariano. Mas também adiou a descoberta de um
problema que está na origem da tragédia política, econômica e social que
implodiu a Venezuela.
Sob Chávez, entre 1999 e 2012, e com Maduro nos últimos dez anos, a
produção petroleira da Venezuela caiu ano a ano, tendo chegado a níveis
inferiores aos medidos na primeira metade do século passado. Sem
investimentos, pilhada por corrupção e à deriva sob o comando de
inaptos, a indústria petroleira da Venezuela encolheu ao ponto de o país
que tem as maiores reservas de petróleo do planeta precisar importar
combustível, pois é incapaz de produzir o suficiente para o consumo de
sua população.
O colapso da produção de gás na Bolívia não será capaz, sozinho, de
empurrar o país para o mesmo padrão de crise que se abateu sobre a
Venezuela. Mas é seguro afirmar que a Bolívia de hoje é muito mais
frágil que a Venezuela antes de colapsar. Um novo vizinho em debacle
pode gerar instabilidade, migração descontrolada e avanço do crime,
considerando-se que, depois do gás, o tráfico de cocaína muito
certamente é a principal atividade econômica da Bolívia.
Sem ser capaz de produzir gás para atender seu mercado interno, a
Bolívia, obviamente, não poderá mais atender o seu principal cliente, o
Brasil. Isso significa que, enquanto políticos brasileiros passam a mão
na cabeça dos seus colegas bolivianos, o mercado brasileiro se avizinha
de uma crise no fornecimento de energia. Todos no Brasil, direta ou
indiretamente, pagarão pelos erros dos bolivarianos de La Paz.
No Brasil, a Petrobras está constantemente sob assédio estatal.
Focando apenas nos exemplos mais recentes, a companhia foi alvo da
pilhagem revelada pela Operação Lava Jato. Esteve sob intervenção do
governo Bolsonaro, que mexeu na política de preços, e agora está sob a
mira do petismo, que quer que a receita da companhia cubra os custos do
populismo eleitoral que ajudou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
voltar ao poder – e não deixa de ser parte importante da estratégia para
que ele permaneça.
Tratar a Petrobras como uma fábrica de dinheiro (seja para corrupção,
política – ainda que legítima – ou para malabarismo político-eleitoral)
é um erro já testado, como se vê nos casos da Bolívia e da Venezuela.
É sempre bom destacar que Brasil é Brasil, Bolívia é Bolívia,
Venezuela é Venezuela. Mas nunca é demais lembrar que o Brasil não está
muito longe. Nem na geografia, nem na mania de repetir erros.