segunda-feira, 1 de maio de 2023

AGRONEGÓCIO VAI BEM MAS TEM GENTE QUE QUER ATRAPALHAR

 

Agronegócio

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


| Foto: Michel Willian/Arquivo/Gazeta do Povo

Nesta segunda-feira (1.º) abre a maior feira de tecnologia do agro, em Ribeirão Preto. Oitocentos expositores e centenas de milhares de visitantes esperados.

O crescimento do agro no Brasil, a explosão do agro, teve duas causas. Uma: construção de Brasília, que trouxe o Brasil do litoral para o Grande Centro-Oeste. E a outra foi a tecnologia que foi aplicada numa agricultura tropical, porque a agricultura era de país temperado.

A agricultura tropical deu certo. E hoje somos campeões do mundo em produção de grãos, de carne, de proteínas de proteínas nobres, de carboidratos, enfim, um sucesso, graças à tecnologia, graças ao agro.

E está cheio de gente que tem preconceito contra o agro. Eu faço um certo plágio de Mateus: eles não plantam nem colhem, mas comem – e falam mal do agro.

Pois, com esse preconceito, acabou que a direção do Agrishow cancelou a sua solenidade de abertura. Vai abrir e vai começar assim, por quê? Porque parece que tem gente que só fala em diversidade. Mas na hora da prática da diversidade, não vai.

Como assim, não pode o ministro da Agricultura de Lula conviver com o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro? E sendo que o ministro foi presidente da Aprosoja, a maior associação de produtores de grãos deste país, ele próprio é produtor rural de Mato Grosso, Carlos Fávaro.

Ah, vão cobrar dele sobre o MST? Não vão não, ele está contra as invasões. Quem está a favor das invasões é o presidente da República – e a favor do MST. Então foi noticiário preconceituoso que causou essa fofoca.

Bolsonaro chegou ontem a Ribeirão Preto, teve recepção calorosa, foi uma indicação de volta dele aos braços do povo, quatro meses depois. O primeiro evento público que se viu foi no aeroporto, recebido pelo povo, pelo governador Tarcísio.

E o ministro da Agricultura dizendo que não foi, que foi desconvidado. Não foi, a direção do Agrishow reafirmou o convite. Ele não foi talvez preocupado que o presidente da República achasse que ele estava do lado de Bolsonaro, talvez tenha sido isso. Porque diversidade é isso, é juntar os diferentes. Agora, no fundo, é o preconceito né, principalmente entre meus coleguinhas. Que não plantam nem colhem, mas comem.

Papa Francisco disse que ideologia do gênero é a mais perigosa das colonizações ideológicas
Eu queria salientar aqui o que eu ouvi do papa Francisco em Budapeste, Hungria, no sábado. Ele falou que a ideologia do gênero é a mais perigosa das colonizações ideológicas, porque pretende tirar as diferenças, as belíssimas diferenças entre homens e mulheres.

Falou defendendo a vida contra o aborto, e falou em defesa dos valores da família. Falou para a juventude em Budapeste, fazendo um apelo para que os jovens de todo mundo se dirijam, convirjam a Lisboa, onde vai ser realizado mais um encontro mundial anual da juventude.

Censura nas redes sociais: poderosos que tinham monopólio descobriram que o povo ganhou voz
E sobre censura nas redes sociais, os poderosos que tinham um monopólio da voz agora descobriram que o povo ganhou o voz com as redes sociais. Agora todo mundo tem voz. Todo mundo tem uma voz universal, que vai para toda parte. E os poderosos que dominavam o povo pelo monopólio, de serem os poucos que têm voz, estão querendo censura.

Só que a Constituição impede. Artigo 220. Veda a censura em qualquer plataforma, ideológica, artística, política. É vedado, não pode.

Felizmente bancadas estão se manifestando. A bancada evangélica já se manifestou contra, a Associação de Juristas Conservadores também, mostrando a lei, mostrando a Constituição.

Eu sei que tem muita gente que deveria ser guardiã da Constituição e passa por cima dela, aproveita-se da proximidade para fazer uma Constituição própria. Isso é terrível para o país.

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AGONEGÓCIO AVANÇA PARA UTILIZAR O BIOMETANO NAS SUAS MÁQUINAS

Energias renováveis

Por
Marcos Tosi – Gazeta do Povo
Brasilândia (MS)


Trator movido a biometano ao lado de estação de abastecimento da fazenda SF, em Brasilândia (MS): agronegócio avança na produção de biocombustível para substituir o diesel.| Foto: Divulgação/New Holland

O óleo diesel consumido por tratores, caminhões e colhedeiras é um dos insumos que mais pesam na planilha de custos dos agricultores brasileiros, chegando a responder por até 30% dos gastos de colheita. A guerra da Ucrânia e as instabilidades do mercado de combustíveis fósseis só têm feito essa conta aumentar. “Tenho 64 anos e pela primeira vez na vida eu vejo o preço do diesel mais caro que o da gasolina”, diz Fábio Pimentel de Barros, sócio-proprietário da granja de suinocultura da SF Agropecuária em Brasilândia, no Mato Grosso do Sul.

O preço do combustível, contudo, já não tira o sono de Barros. Ele largou na frente e poderá se tornar o primeiro produtor brasileiro a declarar independência em relação ao óleo diesel. Os dejetos da granja de suínos já produziam biogás para gerar energia elétrica. Agora, o gás passa por mais um estágio de transformação, e agregação de valor, por meio da separação do metano, que é usado para mover um trator de 180 cavalos da New Holland. Barros é o primeiro agricultor do país a comprar o modelo T6 180 Methane Power, que reduz a emissão de poluentes em até 80% na comparação com um motor diesel padrão.

À parte os benefícios ambientais do uso do biometano – se livrar de um passivo de excrementos, produzir adubo orgânico e sequestrar um poderoso gás de efeito estufa –, o resultado econômico fala por si só. A começar pela elegibilidade para créditos de descarbonização do programa Renovabio, que as distribuidoras são obrigadas a comprar. Mas também na comparação financeira direta entre biometano e óleo diesel.

Economia perto de 90% em relação ao diesel
“O preço do litro de óleo diesel e do metro cúbico do gás (GNV), na bomba, se equivalem. Mas devido à redução do consumo do trator movido a metano, você já sai com uma vantagem de 40%. Só que o gás está aqui, eu vou vender para mim mesmo. E o preço do gás produzido na fazenda é de apenas R$ 1 o metro cúbico. Daí a vantagem econômica passa a ser de 90%”, sublinha Barros.

O biometano, assim, seria “três vezes mais vantajoso” em termos de economia do que o próprio biogás, usado na geração de energia elétrica.

Barros investiu cerca de R$ 1 milhão na compra do trator T6 da New Holland, movido a biometano, cujos protótipos estava em testes no país há seis anos. Para viabilizar a inovação tecnológica, contudo, o empresário precisou implantar o seu próprio posto de combustível. No caso, uma estação compacta de purificação e compressão do gás natural desenvolvida em parceria da New Holland com as empresas Sebigas Cotica (instalação do biodigestor), Air Liquide (purificação do biogás) e FPT (motor a gás cogerador de energia elétrica).

O produtor Fábio Pimentel de Barros foi o primeiro a comprar um trator movido a biometano no país| Divulgação / New Holland

Joint-ventures assim já ocorreram na Europa, onde a tecnologia do biometano está mais madura, mas nunca tinham chegado à redução de escala obtida no Brasil, nem a uma solução integrada. Enquanto aqui a estação já pode ser movida com produção de 50 m3 de gás por hora, na Europa o mínimo exigido costuma variar entre 1 mil e 5 mil m3 por hora. Isso abre a possibilidade de que a tecnologia para geração de energia e combustível próprios, já utilizada por gigantes como a Raízen, chegue também para milhares de suinocultores, avicultores, criadores de gado de leite e de corte.

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Bioposto em escala menor multiplica potencial do metano
“É diferente de qualquer lugar do mundo. Essa solução antes não tinha escala nem estava integrada. Se você quisesse ter um equipamento desses, você tinha que comprar um sistema de purificação e um sistema de compressão e fazer a interligação pela sua própria lógica. Aqui nós temos tudo integrado, de forma viável, segura e robusta para o produtor rural”, diz Caio Mogyca, diretor de desenvolvimento da Air Liquide para a América do Sul.

A diminuição de escala representa democratização e oferta de biometano no país inteiro, na avaliação de Alessandro Garnemann, presidente da Associação Brasileira de Biogás (Abiogas).

“É economia circular na veia, agrega a substituição de combustíveis caros como o diesel e o GLP, trazendo segurança energética. A gente não pode esquecer que o biometano foi regulado não faz nem cinco anos. E só o projeto de infraestrutura, e seu desenvolvimento, leva dois a três anos. A oferta do trator a gás é a grande prova da viabilidade e da importância deste combustível. Acho que o ciclo todo está se fechando, tem tecnologia, tem matéria-prima disponível, tem oferta de equipamento. Agora passam a surgir os projetos de referência, tais como esse que a New Holland inaugurou”, enfatiza Garnemann.

O investimento do produtor pioneiro do Mato Grosso do Sul na estação foi de R$ 1,7 milhão, que deve se pagar em dois a quatro anos, em função da economia com o diesel. Em paralelo, o empresário começou um projeto para substituir os caminhões por modelos movidos a gás. O biometano tem a mesma especificação e se equivale ao gás natural extraído do petróleo.

Dejetos da suinocultura são uma das principais fontes para produção de biometano no setor rural.| Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo

Biometano poderia substituir 70% do diesel
Atualmente existem no país mais de mil plantas de biogás, utilizado prioritariamente para geração de energia. Isso coloca o país no quinto lugar mundial neste mercado, atrás apenas de Alemanha, China, Estados Unidos e Itália. Apesar disso, o Brasil utiliza apenas 3% das matérias-primas orgânicas disponíveis para produção de gás renovável, como dejetos de animais, descartes de frigoríficos e resíduos agrícolas. Se todo o potencial fosse aproveitado, seria possível substituir 70% do consumo nacional de óleo diesel.

O desafio agora é expandir esse ecossistema do biometano. O que depende tanto da propaganda boca a boca dos produtores como do incentivo de governos e entidades para adoção da tecnologia. Segundo a Abiogás, há 41 projetos de usinas que devem decolar até 2027, elevando a produção atual, de 400 mil m3 diários, para quase 3 milhões.

“As expectativas são as melhores possíveis. Não se trata de apenas um trator, mas de todo um ecossistema. Tecnologia nós já temos. O potencial é muito grande pelo lado da sustentabilidade, da substituição dos combustíveis fósseis, da autossuficiência energética”, diz Claudio Calaça, diretor de mercado da New Holland no Brasil.

*O jornalista viajou a convite da New Holland.


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BRASIL NÃO TOMA PROVIDÊNCIAS PARA EVITAR A DEPENDÊNCIA DE FERTILIZANTES DOS EXTERIOR

 

Potássio
Por
Aline Rechmann – Gazeta do Povo


Presidente Lula (PT) e vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB)| Foto: Ricardo Stuckert/PR

A dependência do Brasil na importação de fertilizantes vem sendo debatida há décadas e ganhou destaque novamente após o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, defender a exploração de potássio na Amazônia. Em reunião recente do Conselho Administrativo da da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), ele disse que a mina no Amazonas “pode ser um dos maiores investimentos do país” e pode ser uma oportunidade para o Brasil diminuir sua dependência de importação de potássio – atualmente, 98% do que o país precisa vêm de outros países.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também demonstrou interesse pelo tema ao defender que a produção de fertilizantes seja tratada como assunto de segurança nacional e dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a Petrobras retome a produção do insumo. Ele fez as afirmações em entrevista ao jornal O Globo, ainda em seus primeiros dias à frente da pasta. Na entrevista, Fávaro afirmou também que a Petrobras deve retomar a construção de três fábricas de fertilizantes no país.

O tema da exploração de agrominerais no Brasil, considerados estratégicos para o agronegócio, também gerou preocupações no começo de 2022, com a crise de fertilizantes desencadeada pela guerra entre a Rússia e Ucrânia. Com o conflito, 50% da importação de potássio, que vem da Rússia e de Belarus, por exemplo, ficou comprometida.

O alto percentual de importação de insumos para o agronegócio quase comprometeu a safra brasileira no ano passado. No entanto, a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao presidente russo, Vladimir Putin, poucos dias antes do início da guerra com a Ucrânia, ajudou a manter as remessas de fertilizantes para o Brasil. A ação da ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), atualmente senadora, de negociar com o Canadá também contribuiu para a manutenção no fornecimento dos fertilizantes.

O Brasil é o único polo agrícola que tem dependência de importação de fertilizantes, de acordo com Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria Cogo.

Apesar da sinalização de Alckmin, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou a parceria comercial com a Rússia para o fornecimento de fertilizantes químicos ao agronegócio brasileiro.

“Um quarto dos fertilizantes utilizados no Brasil são de produção russa. Tratamos de um acordo para garantir o fluxo deste insumo de vital importância para nossa agricultura”, disse Vieira, em declaração após o encontro com o chanceler russo Serguei Lavrov, em 17 de abril.

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Ausência de planos estratégicos atrasa o setor 
Durante a crise de 2022, o governo Bolsonaro apresentou o Plano Nacional dos Fertilizantes (PNF). Com o objetivo de diminuir a dependência externa, o plano buscava a implementação de propostas legislativas para facilitar a produção dos insumos no país.

No entanto, esta não foi a primeira iniciativa de governos brasileiros ao longo das décadas. A criação de um Marco Regulatório para o setor de potássio vem sendo debatida, pelo menos, desde 2009. À época, Lula, em seu segundo mandato, defendia a necessidade de regular o setor.

Naquele momento, o ex-ministro da Agricultura Reinhold Stephanes já falava sobre a dependência do Brasil no setor e apontava a necessidade de mais estudos sobre a exploração de potássio no Brasil. Ele havia recebido informações da empresa Falcon, uma multinacional do ramo da mineração, de que a terceira maior jazida de potássio do mundo estaria localizada na região amazônica. Naquela época, Stephanes chegou a afirmar que a autossuficiência do Brasil em potássio poderia ser alcançada em 10 anos.

Mas os planos não avançaram. Em 2010, Stephanes diz que chegou a convencer Lula e a então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff sobre a criação de um novo marco regulatório. Posteriormente, porém, ele deixou o ministério para ser candidato nas eleições e o novo titular da pasta não deu andamento ao tema.

Ao assumir o mandato de deputado federal, em 2014, Stephanes protocolou o Projeto de Lei (PL) 8.065/2014, que pretendia estabelecer o novo marco legal. O PL acabou apensado a outra matéria que dispõe sobre pesquisa e lavra de minerais e nunca avançou.

Os anos se passaram, mas a situação não mudou. O Plano Nacional dos Fertilizantes de Bolsonaro está parado desde o fim de 2022. Até agora, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não indicou os nomes dos novos gestores para o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), órgão responsável por coordenar e acompanhar a implementação do PNF.

Inicialmente ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o Confert vai passar para a alçada do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, chefiado por Alckmin, que indicará o presidente do colegiado. O ministério comandado por Carlos Fávaro terá assento na Secretaria Executiva.

“Bolsonaro infelizmente não avançou na matéria. Ficou na conversa, e não sabemos por que ficou parado isso, se afinal é tão estratégico para o país”, afirma o engenheiro agrônomo, Xico Graziano. Ele já alertava, em artigo publicado em 2015, para a “ausência de uma política agrícola para o setor, sem plano estratégico a longo prazo”. Para Graziano, tanto no caso do Marco Regulatório do segundo mandato de Lula quanto no caso mais recente do Plano Nacional de Fertilizantes, não avançar no tema gera “uma perda de soberania roubada pelo descaso governamental. Falta planejamento sobre o futuro do nosso país”.

Falta de conhecimento da geologia brasileira impede avanços na exploração 
Para o porta-voz do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Rinaldo Mancin, o Brasil precisa, antes de mais nada, expandir os conhecimentos sobre a geologia do território. “Até o momento, só tivemos foco no solo cristalino que abriga os materiais metálicos. Precisamos saber mais sobre os terrenos sedimentares”. Mancin ressalta que a maior prova da necessidade de investimento nas pesquisas é que as reservas de potássio descobertas recentemente foram encontradas em estudos que almejavam o petróleo.

A afirmação é comprovada em um levantamento publicado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), instituição vinculada à Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas e Energia (MME), em 2020. O estudo, motivado pela crescente demanda brasileira por potássio, impulsionou o governo a potencializar novas descobertas na Bacia do Amazonas, e foi baseado em informações cedidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“Temos apenas cerca de 3% do território adequadamente mapeado. Defendemos o modelo público-privado para acelerar a busca por mais conhecimento geológico. Nós temos uma informação ainda precária. O Brasil tem que aumentar o conhecimento dessas áreas”, pontuou o porta-voz do Ibram.

Apesar do potencial já mapeado, atualmente, somente uma mina de potássio é explorada no Brasil. Trata-se do Complexo Mineroquímico de Taquari-Vassouras, em Rosário do Catete (SE), descoberto em 1963, mas com exploração iniciada apenas em meados da década de 1980. Desde 2017, a operação de exploração foi comprada pela Mosaic Fertilizantes. Recentemente, a empresa anunciou investimentos de aproximadamente R$ 800 milhões para manter a extração de silvinita, minério usado no beneficiamento de potássio, com previsão de extensão da operação para, pelo menos, até 2030.

Interlocução do setor com o governo Lula
Entidades ligadas à mineração, associações de produtores de fertilizantes e empresas têm procurado o atual governo para tratar das demandas do setor.

A Associação Brasileira dos Produtores de Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais (Abrefen), que teve participação na Câmara Técnica de Cadeias Emergentes do Confert durante o governo Bolsonaro, buscou o Ministério da Agricultura para uma reunião com Fávaro, do governo petista.

Embora ainda não tenha recebido retorno sobre a agenda, o presidente da Abrefen, Frederico Bernardez, acredita que medidas devem ser tomadas pelo governo em atendimento às demandas expostas pela entidade. “Estamos aguardando em conjunto com outras entidades agenda oportuna para alinhamento com o ministro Carlos Fávaro. Mas, por conversas anteriores, acreditamos muito na possibilidade de redução da dependência e na possibilidade deste atual governo ajudar e apoiar desenvolvimento de políticas públicas neste sentido”.

Apesar das recentes declarações do ministro da Agricultura destacando a importância da exploração do potássio, a atuação do ministério no debate, no entanto, ainda não foi definida. Em tentativa de contato com a pasta sobre o tema, a reportagem foi direcionada para o Ministério de Minas e Energia e não obteve retorno.

Em outra frente, o Ibram busca uma agenda com Alckmin para debater, dentre outros assuntos, a questão dos fertilizantes. “A gente precisa de um grande esforço nacional neste assunto. Uma parte importante vem para poder ofertar fertilizantes para nossa sociedade”, destacou Rinaldo Mancin, do Ibram.

Em visita a Manaus, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi questionada sobre o motivo da exploração de potássio “estar travada por incongruências em questões ambientais”. “A gente tem que pensar que ele [projeto] tem que ter viabilidade econômica, viabilidade social e viabilidade ambiental. Quando você tenta viabilizar todas essas questões, não é que está travado, é que você tem que resolver o problema”, justificou Marina.

Projeto Potássio Autazes
O Projeto Potássio Autazes prevê a exploração de um local próximo de terras indígenas e, por isso, precisa passar por um processo de pré-consulta aos indígenas, que faz parte do licenciamento ambiental Ele pode elevar o estado do Amazonas ao patamar de maior produtor do fertilizante no Brasil, segundo a empresa Potássio do Brasil.

Executivos da empresa já se encontraram com Alckmin para apresentar o projeto. O empreendimento, que atualmente está em fase de licenciamento ambiental, tem vida útil estimada em aproximadamente 23 anos.

Ainda de acordo com a empresa, “quando atingir a produção anual média de 2,2 milhões de toneladas de Cloreto de Potássio, a oferta deste insumo corresponderá a cerca de 20% do volume consumido no Brasil”. Estudos preliminares indicam, entretanto, um potencial de aumento da capacidade de produção, podendo atingir até 45% das necessidades brasileiras.

O projeto, no entanto, tem sido questionado na Justiça Federal por supostamente violar essa etapa. Em 2016, o MPF já havia pedido à Justiça Federal que suspendesse a licença concedida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) à empresa Potássio do Brasil para atividades de pesquisa e exploração no território Soares/Urucurituba.

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PRONUNCIAMENTO DE LULA NÃO TROUXE NENHUMA NOVIDADE

 

Pronunciamento
Lula diz que “tudo piorou nos últimos anos” e repete anúncios sobre salário mínimo e IR
Por
Gazeta do Povo


Em pronunciamento em cadeia de rádio e tevê, o ex-presidente Lula disse que “tudo piorou nos últimos anos” e repetiu anúncios sobre o salário mínimo e a faixa isenta de Imposto de Renda.| Foto: Reprodução/YouTube

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em cadeia de rádio e tevê na noite deste domingo (30) repetindo os anúncios de que, a partir desta segunda-feira (1.º), o salário mínimo passará de R$ 1.302 para R$ 1.320 e a faixa isenta de Imposto de Renda, para R$ 2.640.

Sem novidades, Lula repetiu a promessa de aumentar o salário mínimo acima da inflação todos os anos até o fim de seu mandato, afirmando que encaminhará um projeto de lei nesse sentido ao Congresso Nacional. Além disso, voltou a prometer que até o fim de seu mandato a isenção do Imposto de Renda incidirá até a faixa de R$ 5 mil.

“É um aumento pequeno, mas real, acima da inflação, pela primeira vez depois de seis anos”, disse o presidente, referindo-se ao novo valor do salário mínimo.

No pronunciamento, de cerca de quatro minutos, Lula afirmou que “tudo piorou nos últimos anos”. “Os salários perderam poder de compra. A inflação subiu. Os juros dispararam. Direitos conquistados ao longo de décadas foram destruídos de um dia para o outro”, afirmou.

Em seu pronunciamento, o presidente da República destacou que “não importa a profissão ou local de trabalho, o importante é que vocês são os responsáveis pela geração da riqueza do Brasil”. E disse que recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras é prioridade de seu governo.

Íntegra do pronunciamento de Lula
Meus amigos e minhas amigas,

Amanhã, primeiro de maio, é dia de homenagear o povo trabalhador do Brasil.

Vocês que trabalham nas fábricas, na construção civil, nos bancos, nas lojas ou nos escritórios. Vocês, trabalhadores de aplicativos. Vocês, microempreendedores. Vocês, que trabalham na lavoura, nas escolas, nos hospitais.

Vocês, jovens, que estão dando os primeiros passos no mundo do trabalho. Vocês, aposentados e pensionistas, que, ao longo de uma vida inteira, ajudaram a construir o Brasil com o fruto do seu suor.

Não importa a profissão ou o local de trabalho. O importante é que vocês são os responsáveis pela geração da riqueza do Brasil.

Vocês se lembram das conquistas que tiveram quando governamos o Brasil. Geração recorde de empregos. Salário mínimo crescendo acima da inflação. Direitos trabalhistas garantidos.

Tudo piorou nos últimos anos. O emprego sumiu. Os salários perderam poder de compra. A inflação subiu. Os juros dispararam. Direitos conquistados ao longo de décadas foram destruídos de um dia para o outro.

Poucas vezes na história o povo brasileiro foi tratado com tanto desprezo, e teve tão pouco a comemorar.

Felizmente, esse mau tempo ficou no passado. O Brasil voltou a reconhecer o papel fundamental do povo trabalhador na construção do futuro do Brasil.

Desde o primeiro dia desse terceiro mandato que vocês me concederam, tenho trabalhado para consertar e reconstruir nosso país.

Recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras é prioridade do nosso governo. 

A começar pela valorização do salário mínimo, que há seis anos não tinha aumento real, e vinha perdendo poder de compra dia após dia. Mas já estamos começando a reverter essa perda.

A partir de amanhã, o salário mínimo passa a valer R$ 1.320 reais para trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. É um aumento pequeno, mas real, acima da inflação, pela primeira vez depois de seis anos. 

Nos próximos dias, encaminharei ao Congresso Nacional um projeto de lei para que esta conquista seja permanente, e o salário mínimo volte a ser reajustado todos os anos acima da inflação, como acontecia quando governamos o Brasil.

E, estejam certos de que, até o fim do meu mandato, ele voltará a ser um grande instrumento de transformação social que foi no passado, quando cresceu 74% acima da inflação.

Foi graças a isso que milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza e abriram caminho para uma vida melhor.

É preciso lembrar que a valorização do salário mínimo não é essencial apenas para quem ganha salário mínimo.

Com mais dinheiro em circulação, as vendas do comércio aumentam, a indústria produz mais. A roda da economia volta a girar, e novos empregos são criados.

Quero também anunciar outra medida muito importante. Estamos mudando a faixa de isenção do Imposto de Renda que, há oito anos estava congelada em R$ 1.903 reais.

A partir de agora, o valor até R$ 2.640 reais por mês não pagará mais nem um centavo de imposto de renda. E, até o final do meu mandato, a isenção valerá para até R$ 5 mil reais por mês.

Meus amigos e minhas amigas. Não haverá reconstrução do Brasil sem a valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras.

O Brasil vai voltar a crescer com inclusão social e novos empregos serão criados.

Podem estar certos de que o esforço do seu trabalho ­­será cada vez mais reconhecido e recompensado.

E o Primeiro de Maio, que sempre foi um dia de luta, voltará a ser também um dia de conquistas para o povo trabalhador.

Muito obrigado, e feliz Primeiro de Maio.

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LULA CONVIDA O MST PARA PARTICIPAR DO SEU CONSELHÃO

 

Sem-terra
Lula convida MST para seu “Conselhão” após invasões e desgaste com agronegócio
Por
Gazeta do Povo


O presidente Lula convidou o MST a fazer parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fará parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, o chamado “Conselhão”, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação foi divulgada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em suas redes sociais, na tarde deste sábado (29). O conselho assessora o presidente da República na formulação de políticas públicas.

O convite, aceito pelas lideranças dos sem-terra, ocorre num momento em que o governo federal é alvo de críticas por sua proximidade com o MST. As críticas partem especialmente de representantes do agronegócio, que condenam as recentes invasões de propriedades rurais promovidas pelo movimento por todo o país e que podem ser alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Ao mesmo tempo, o convite vem quando o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) retoma agendas públicas mostrando grande alinhamento com o agronegócio. Convidado para participar da abertura da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que acontece de 1.º a 5 de maio em Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro confirmou presença.

O governo federal ameaçou suspender o patrocínio do Banco do Brasil à feira, e depois a organização do evento decidiu cancelar a cerimônia de abertura. Mesmo assim, Bolsonaro chegou a Ribeirão Preto na tarde deste domingo para participar da feira.

Outro importante evento do agro, a Expozebu, que está sendo realizada em Uberaba (MG) foi palco de duras críticas às recentes invasões de terra pelo país. Em seus discursos, na abertura da exposição, os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG) defenderam o direito à propriedade e pediram prisão dos envolvidos nas invasões.  

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MARCAÇÃO CERRADA FEITA PELA SOCIEDADE PARTA IMPEDIR A TRAMITAÇÃO DO PROJETO DAS FAKE NEWS

 

Editorial
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Gazeta do Povo


O relator do projeto de lei das fake news é o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).| Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.

As negociações foram longas e intensas, a ponto de o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do Projeto de Lei 2.630/20, o PL das Fake News, ter apresentado a mais recente versão do texto apenas no fim da noite de quinta-feira, quando pretendia tê-lo feito durante aquele dia. Esta versão trouxe mudanças significativas em relação à anterior, e indicam que a pressão popular e a atuação firme de parlamentares conscientes da importância de preservar a liberdade de expressão fizeram efeito. No entanto, esta é apenas uma etapa de uma tramitação que, por ocorrer de forma bastante precipitada, ainda permite retrocessos que só a continuação desta marcação cerrada feita pela sociedade poderá impedir.

O projeto tem pontos positivos que vale a pena destacar: por exemplo, avança no sentido de exigir mais transparência das redes na moderação de conteúdos, com a obrigação de justificar adequadamente qualquer remoção de publicações ou outras medidas restritivas (cancelamento, desmonetização, shadow ban etc.) e oferecer canais efetivos para contestação. É também positivo o fato de enfrentar algumas das hipóteses de responsabilização das plataformas de forma melhor que a feita no Marco Civil da Internet, embora sem desfigurá-lo. Vê-se, ainda, que o relator se esforçou para retirar do texto – em grande medida, mas não totalmente – novas restrições abstratas (novos tipos penais, por exemplo) à liberdade de expressão, preferindo apoiar-se em textos legais pré-existentes como o Código Penal ou estatutos específicos. Assim, por exemplo, evitou introduzir um crime genérico de fake news ou “desinformação”, o que caracterizaria afronta direta e imediata à liberdade de expressão. Além disso, as sugestões feitas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que incluíam pontos bastante controversos, acabaram não sendo incorporadas à mais recente versão do PL 2.630.

As mudanças significativas em relação à versão anterior do PL 2.630 indicam que a pressão popular e a atuação firme de parlamentares conscientes da importância de preservar a liberdade de expressão fizeram efeito

Especialmente positiva foi a remoção de alguns dispositivos que escancaravam portas para ataques sem precedentes a esse pilar da democracia que é a liberdade de expressão. Queríamos, aqui, jogar luz especialmente sobre a previsão de criação da “entidade autônoma de supervisão”, que segundo a penúltima versão do PL deveria ser estabelecida pelo Poder Executivo. Tratava-se de algo que sintetizaria o que pode haver de mais contrário aos princípios que sempre regeram a liberdade de expressão nas nações democráticas, e espanta-nos que boa parte da sociedade não tivesse se dado conta dos desdobramentos que a criação de um órgão desse tipo poderia trazer.

Ainda que se assegurasse a essa “entidade autônoma” o modelo de autonomia e independência das agências reguladoras (mandatos de sua diretoria descasados e sem possibilidade de demissão de integrantes, por exemplo), ele continuaria a ser um órgão governamental ou, se se quiser, de Estado. Ora, um princípio básico de qualquer democracia é que não pode haver – afora a previsão legal de restrições à liberdade de expressão claramente definidas e facilmente compreensíveis, com análise pontual pelo Judiciário, sempre mediante provocação – uma atuação estatal ad hoc ampliando ou reinterpretando as restrições estabelecidas legitimamente pelo Congresso. A “entidade autônoma”, tal como estava prevista em versões anteriores do projeto, daria ao governo a possibilidade de exercer ingerência direta sobre a forma como as mídias sociais operam no país, com o enorme poder de decidir o que poderia ou não poderia ser dito nas mídias sociais, graças a outro conceito inserido no projeto, o de “risco iminente” ou “risco sistêmico”, casos em que esse novo órgão estaria autorizado a agir.

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A definição de “risco iminente” ou “risco sistêmico” na penúltima versão do PL 2.630 ia muito além do cometimento de crimes concretos, incluindo também a possibilidade de “danos à dimensão coletiva de direitos fundamentais”, uma das situações que autorizariam a instalação de “protocolos de segurança” por parte da entidade autônoma de supervisão. A ideia de risco sistêmico, sem clara definição legal (que realmente não é factível), criaria de per si um novo modelo de restrição de impossível delimitação. Ou seja, por um viés indireto, ampliar-se-ia, sim, o que parecia querer evitar-se: um novo âmbito de ilícitos. Ainda que se tentasse defender o conceito afirmando que a noção abrangeria apenas situações de ofensas sistemáticas a normas penais já estabelecidas, o fato é que não era esse, no entanto, o espírito do projeto, como se depreendia, entre outras coisas, do conceito de “danos à dimensão coletiva de direitos fundamentais” e da possibilidade de punir meros riscos. Tudo isso poderia abarcar uma série de manifestações perfeitamente lícitas, como a crítica a determinados comportamentos ou a oposição veemente a políticas públicas ou projetos de lei, especialmente quando estão em jogo temas da chamada “pauta de costumes”. Assim, o conceito de “risco sistêmico” poderia ser usado para estabelecer autênticos tabus, inclusive criando obrigações para que as mídias sociais agissem “preventivamente” diante de certos conteúdos (ou seja, impedindo que eles fossem publicados). Assim, estaria criado um mecanismo sutil, mas extremamente poderoso e não menos pernicioso, de limitação severa da liberdade de expressão, sob o disfarce da “defesa de direitos”.

A liberdade de expressão, como já afirmamos em inúmeras ocasiões, não é absoluta. Mesmo assim, eventuais restrições, vale a pena repetir, devem ser sempre bastante pontuais e devidamente registradas na lei, que cabe ao Judiciário interpretar. A “entidade autônoma de supervisão” extrapolaria completamente este princípio. Não faz o menor sentido que uma entidade governamental pretenda regular a liberdade de expressão, interpretando, ampliando ou restringindo quais temas podem ou não ser comentados, e em que termos. Não se trata, portanto, de um órgão que pudesse ser tolerado desde que estivesse em boas mãos, mas de uma entidade cuja existência seria intrinsecamente incompatível com a defesa da liberdade de expressão. O fato de a penúltima versão do PL 2.630 ainda conceder a tal órgão superpoderes como os de limitar o encaminhamento de mensagens, instaurar “protocolos de segurança” e impor “medidas preventivas” às mídias sociais antes mesmo que se instaurassem processos administrativos era apenas agravante para algo que em si mesmo já ameaçaria frontalmente a democracia no Brasil.

O governo federal ainda não desistiu de tentar colocar de volta no texto do PL 2.630 a criação da “entidade autônoma de supervisão”, o que traria de volta uma série de ameaças graves à liberdade de expressão

É verdade que a mais recente versão do PL 2.630 eliminou completamente qualquer menção à “entidade autônoma de supervisão” e atenuou as menções aos “riscos sistêmicos”, delegando ao Comitê Gestor da Internet, um órgão já existente, algumas das atribuições que pertenceriam à nova entidade, e mesmo assim de forma bastante mitigada. Ocorre, no entanto, que, segundo informações de bastidores, o governo federal ainda não desistiu de tentar colocar de volta no texto do PL 2.630 a criação da “entidade autônoma”, o que traria de volta todos os riscos que acabamos de mencionar. E a tramitação em regime de urgência oferece condições bastante propícias a alterações de última hora que a Câmara sabe muito bem como fazer – ainda estão frescas na memória de todos os que se importam com o combate à corrupção, por exemplo, as “emendas da meia-noite” que destruíram o projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção, em 2016.

Este é um caso emblemático em que o dito de John Philpot Curran segundo o qual o preço da liberdade é a eterna vigilância deve ser entendido literalmente. Se os brasileiros não queremos que o PL das Fake News receba de volta trechos frontalmente contrários à liberdade de expressão, teremos de acompanhar cuidadosamente cada passo desta tramitação-relâmpago. Até aqui a pressão foi essencial para depurar o projeto de lei e retirar dele ameaças graves às garantias democráticas, enquanto passava a preservar mais explicitamente outros direitos, como no caso do discurso religioso, agora protegido com um dispositivo específico. Tudo que muitos desejam é que a sociedade baixe a guarda no momento mais importante, o da votação em plenário. Que não deixemos isso acontecer.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/pl-fake-news-liberdade-de-expressao/
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O FUTURO DO TRABALHO NO DIA DO TRABALHO

 

Futuro do trabalho: quais as profissões que serão criadas e eliminadas nos próximos anos

Foto: Unsplash/@sigmund

Por Bruna Klingspiegel e Jayanne Rodrigues – Jornal Estadão

Relatório do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Fundação Dom Cabral no Brasil, mostra que avanço da tecnologia e as preocupações ambientais vão mudar a cara do trabalho no mundo

O avanço acelerado da tecnologia, da inteligência artificial e das novas demandas ambientais vão provocar uma grande transformação no mercado de trabalho. Até 2027, a expectativa é que 23% dos atuais postos de trabalho se modifiquem. Alguns serão criados para atender novos mercados; outros passarão por adaptações; e há aqueles que simplesmente vão desaparecer. A equação dessas mudanças, no entanto, não deve ser positiva para o trabalhador.

Segundo relatório “O Futuro do Trabalho 2023″, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (organizador do Fórum de Davos) em 45 países, com a parceria da Fundação Dom Cabral no Brasil, a previsão é que 69 milhões de empregos sejam criados nos próximos anos enquanto 83 milhões, eliminados. O resultado é que 14 milhões de vagas vão desaparecer – ou seja 2% do emprego atual nos países analisados, segundo o estudo.

A pesquisa – que está na quarta edição – ouviu 803 empresas de 27 setores em 45 países, que juntas são responsáveis por mais de 11 milhões de postos de trabalho no mundo. Além da opinião dos executivos, foram avaliados dados estatísticos fornecidos pelo LinkedIn e pela plataforma de cursos online Coursera. O objetivo do trabalho é acompanhar o impacto dessa revolução no mercado de trabalho, identificando rupturas ocupacionais e estratégias para capacitar áreas em declínio capazes de assumir papéis emergentes.

Entre as profissões que podem ter crescimento nos próximos quatro anos estão especialistas em inteligência artificial e aprendizagem de máquina, especialistas em sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e especialistas em segurança da informação. Cargos relacionados à transição energética também são destacados pela pesquisa, graças aos investimentos em energia renovável.

No olhar dos executivos, espera-se que as profissões relacionadas à educação, ao lado de agricultura e do comércio digital, tenham o maior crescimento em números absolutos. A expectativa é que os postos de trabalho no setor educacional cresçam cerca de 10%, levando a 3 milhões de empregos adicionais para professores de educação profissional e professores universitários. No setor agrícola, a previsão é de aumento de 15 a 30%, levando a mais de 4 milhões de empregos.

Crise

Neste contexto de mudanças, a tendência é de que a desigualdade seja acentuada em países emergentes, como é o caso do Brasil. Na prática, o mercado deve aumentar a busca por mão de obra qualificada. Pessoas preparadas vão ter acesso a uma oferta maior de empregabilidade. Em contrapartida, trabalhadores sem capacitações ou aqueles que têm somente educação básica serão os mais ameaçados, aponta o relatório.

O risco desse ciclo é uma possível escassez de mão de obra qualificada no Brasil, avalia Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC. “Pode haver uma alta da pressão por qualificação ou por esses poucos profissionais com mais habilidades”, estima. “Vamos notar um aumento do porcentual de pessoas que vão depender, provavelmente, do Bolsa Família e de outros recursos do governo por estarem desqualificados.”

A manobra para evitar essa escassez é investir em políticas públicas e em programas de retenção de talento, sugere Arruda, acrescentando que esse esgotamento é um comportamento global. “Essa falta de mão de obra qualificada não é exclusiva do Brasil.” À medida em que a procura por profissionais ligados à IA, agro tecnológico e sustentabilidade, aumenta, por outro lado, algumas áreas devem ser extintas nos próximos cinco anos, segundo o relatório.

As ocupações mais ameaçadas são caixas de banco e funcionários relacionados, caixas e cobradores, escriturários de entrada de dados, secretários administrativos e executivos, assistentes de registro de produtos e estoque, escriturários de contabilidade, legisladores e oficiais judiciários, atendentes estatísticos, financeiros e de seguros e vendedores de porta em porta e ambulantes.

Até 2027, as organizações estimam em torno de 28 milhões de empregos a menos por conta da automação e digitalização. No caso do Brasil, a expectativa é de que algumas profissões se mantenham, é o caso do ambulante. Isso porque, a consolidação do processo de automação neste intervalo de tempo está prevista para os países avançados, explica Arruda. “Não vai ter gente vendendo na rua nem de porta em porta. Porque vai estar tudo online, pagamento digital, etc. Mas na nossa realidade de país emergente ainda há essas funções mais básicas (ambulantes)”.

O economista do FGV Social, Marcelo Neri, prevê que as novas tecnologias devem acelerar o barateamento de alguns serviços, a exemplo do trabalho feito por entregadores. “No Brasil, a economia dos aplicativos deu uma turbinada nessa profissão (entregadores) usando uma metodologia, mas os drones podem ser uma revolução adversa nesse movimento”.

Apesar de o relatório global apontar que a categoria de ambulantes está entre as profissões extintas a partir dos próximos cinco anos, no Brasil, trabalho deve continuar Foto: Werther Santana/Estadão

Essa contradição impacta diretamente na rotatividade de emprego. Segundo Arruda, o desaparecimento de trabalhos tradicionais vai dar espaço para o acréscimo de novos empregos, com o diferencial da qualificação nas áreas projetadas pelo documento. “Nas empresas consultadas para o relatório, não há uma estimativa de desemprego, mas de compensação e substituição. Por isso, o papel fundamental de requalificação dos skills (habilidades), que as empresas estão preocupadas em realizar”.

Outro fenômeno que pode ser visto com mais atenção nos próximos cinco anos tem a ver com dualidade: por um lado, a redução do número de jovens no mercado de trabalho e, por outro, o envelhecimento da população. “A vida produtiva das pessoas está se estendendo, com os desafios previdenciários projetados para o futuro. A pessoa vai precisar de uma educação ao longo da vida, não é mais uma educação acumulada somente durante a juventude ou vida adulta, isso vai gerar demanda”, afirma Marcelo Neri.

De acordo com o relatório, 39% dos trabalhadores não devem precisar de treinamento até 2027. Porém, 15% dos empregados necessitam de capacitação, mas não terão acesso a um programa de requalificação. “Por isso, vem o efeito de mais empregos qualificados em países desenvolvidos e trabalho menos qualificados nos emergentes”. No total, 85% vão estar prontos para as novas tecnologias ou estarão sendo treinados para a mudança.

Competências

O avanço das chamadas soft skills, sobretudo após a pandemia, foi observado com maior predominância dentro das empresas. Daqui para frente, conforme o relatório, a tendência é de que as corporações priorizem a criatividade, o pensamento analítico e o uso de IA e Big Data. A preferência foi apresentada por 42% das empresas consultadas pelo relatório. O investimento no capital humano e automação de processo deve atingir 80% das corporações, que devem priorizar mulheres, seguido de jovens menores de 25 e pessoas com deficiência.

Executivos brasileiros, por sua vez, almejam que 53% das habilidades do trabalho permaneçam as mesmas. Para os próximos cinco anos, entre as competências que devem ser consideradas prioridades nas contratações no País, estão: IA e Big Data; Pensamento criativo; Resiliência, Flexibilidade e agilidade; Pensamento analítico.

Já os cargos mais selecionados no Brasil pelas organizações que participaram da pesquisa, com base no saldo líquido positivos de empregos, são analistas e cientista de dados, cerca de 31%, profissionais de desenvolvimento de negócios, com 25%, gerente de operações e advogados, respectivamente, 13%. Para driblar a escassez de mão de obra qualificada, executivos brasileiros pretendem investir na promoção e progressão de carreira, no fornecimento de requalificação e qualificação eficazes e em uma articulação do propósito e impacto do negócio.

VOCÊ É UMA PESSOA RESILIÊNTE? DESCUBRA ISSO.

 

Moysés Peruhype Carlech – ChatGPT

O que é ter resiliência?

Ter resiliência é ter a capacidade de se adaptar e se recuperar de situações difíceis ou adversidades. É a habilidade de superar desafios, resistir à pressão e lidar com as dificuldades de forma positiva e construtiva, sem se deixar abalar ou desistir diante dos obstáculos.

A resiliência envolve uma combinação de características pessoais, como autoconfiança, perseverança, flexibilidade, otimismo e capacidade de lidar com emoções negativas. Pessoas resilientes são capazes de aprender com as experiências adversas, crescer e se desenvolver a partir delas, ao invés de serem destruídas ou desmotivadas por elas.

Ter resiliência não significa que a pessoa não sinta medo, tristeza ou desânimo, mas sim que ela consegue lidar com essas emoções de forma saudável e construtiva, sem se deixar dominar por elas. A resiliência é uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida, por meio de experiências, aprendizados, desafios e apoio emocional de outras pessoas.

Características das pessoas resilientes

As pessoas resilientes têm algumas características comuns que as ajudam a lidar com os desafios e adversidades da vida de uma forma saudável e construtiva. Aqui estão algumas dessas características:

  1. Adaptabilidade: as pessoas resilientes têm a capacidade de se adaptar a novas situações e mudanças, sem perder a sua capacidade de funcionar bem.
  2. Autoconfiança: elas têm confiança em si mesmas e na sua capacidade de lidar com desafios e superar obstáculos.
  3. Flexibilidade: as pessoas resilientes são flexíveis e abertas a diferentes perspectivas e soluções, o que lhes permite encontrar maneiras criativas de resolver problemas.
  4. Forte rede de apoio: ter amigos, familiares e colegas de trabalho confiáveis e solidários é importante para as pessoas resilientes, pois lhes dá um senso de segurança e pertencimento.
  5. Foco no futuro: as pessoas resilientes tendem a se concentrar no futuro, em vez de se prenderem ao passado ou ao presente. Elas têm metas claras e são capazes de manter o foco no que querem alcançar.
  6. Autocontrole: elas têm uma boa capacidade de gerenciar suas emoções e reações diante de situações estressantes, o que lhes permite manter a calma e tomar decisões melhores.
  7. Mentalidade positiva: as pessoas resilientes tendem a ter uma mentalidade positiva, acreditando que coisas boas podem acontecer, mesmo em tempos difíceis.

Essas características não são exclusivas das pessoas resilientes, mas são comuns entre elas e podem ser desenvolvidas por qualquer pessoa que deseje aumentar sua resiliência.

Como ter tolerância ao estresse e flexibilidade

Para ter tolerância ao estresse e flexibilidade, é importante seguir algumas práticas e hábitos saudáveis. Aqui estão algumas sugestões:

  1. Pratique mindfulness: a meditação mindfulness pode ajudá-lo a desenvolver a capacidade de se concentrar no momento presente e gerenciar seus pensamentos e emoções de forma mais eficaz. Isso pode ajudar a reduzir o estresse e aumentar a sua capacidade de lidar com situações desafiadoras.
  2. Exercite-se regularmente: fazer exercícios físicos regularmente pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o humor. Além disso, o exercício pode aumentar a sua resistência ao estresse, tornando-o mais resiliente.
  3. Pratique a respiração profunda: a respiração profunda pode ajudá-lo a se acalmar e relaxar em momentos de estresse. Experimente fazer algumas respirações profundas quando se sentir ansioso ou sobrecarregado.
  4. Desenvolva habilidades de resolução de problemas: aprender a resolver problemas de forma eficaz pode ajudá-lo a lidar com situações estressantes de forma mais eficaz. Tente identificar soluções práticas para os problemas que você enfrenta e colocá-las em prática.
  5. Mantenha um estilo de vida saudável: certifique-se de dormir o suficiente, comer bem e manter-se hidratado. Um estilo de vida saudável pode ajudar a aumentar sua resistência ao estresse.
  6. Pratique a autocompaixão: trate-se com gentileza e compaixão. Quando você enfrentar um desafio, tente ser gentil consigo mesmo e evite se criticar ou se culpar.
  7. Mantenha relacionamentos saudáveis: ter um sistema de suporte forte pode ajudá-lo a lidar com o estresse. Certifique-se de manter relacionamentos saudáveis com amigos e familiares e busque ajuda quando precisar.

UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?

Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.

Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de mais de 220.000 acessos.

O sucesso do modelo dos marketplaces está expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020 chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.

Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.

A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso, as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às ofertas de produtos.

Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.

Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do público.

Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.

1- Otimização dos recursos

A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem consolidados.

Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado. Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência significativa.

Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso, essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que seus parceiros possam desenvolver seus negócios.

2- Alcance de clientes

Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para alcançar um número maior de clientes.

Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o integram.

Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon, não divide os custos de marketing  com os seus parceiros custeando ele próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.

3- Volume de dados

Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.

Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.

Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de converter os visitantes do marketplace em seus clientes.

4- Integração com outras ferramentas

Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de preços ou inventários.

Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.

É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.

5- Aumento de vendas

Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair um bom volume de visitantes para o seu site.

Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.

6- Diversificação de público

Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro momento, não conseguiria atingir.

Isso contribui para a diversificação do seu público-alvo e faça com que a sua base de clientes possa crescer.

Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para atender a sua nova demanda.

Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.

Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?

Marketplace e o crescimento das empresas

Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.

Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em 2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.

Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.

Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.

O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e testado.

Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.

Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.

Exemplo disso é a plataforma comercial da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.

Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no marketplace.

Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.

domingo, 30 de abril de 2023

ECONOMIA CRIATIVA GERA MAIS EMPREGOS E PROGRESSO INDUSTRIAL

 


SXSW, Cannes e Frankfurt: negócios “criativos” ganham representatividade internacional
Por
Raquel Hoshino, especial para a Gazeta do Povo


Reunião de preparação de participantes da missão do SXSW, em 1º de março de 2023, na Sala São Paulo, localizada no centro da capital paulista.| Foto: Divulgação/InvestSP

A economia criativa paulista, pautada em investimentos, missões, capacitação e internacionalização, tem movimentado a economia para o Brasil e ganhando destaque externo. É em São Paulo que está concentrada a maior quantidade de empresas culturais e criativas do país.

O movimento tem por base o uso de criatividade para criar um produto ou serviço. E envolve tudo o que é produzido por empresas que realizam desde atividades artesanais, passando por música, editorial, cinema, rádio, TV e artes cênicas, indo até publicidade, arquitetura e desenvolvimento de softwares e jogos digitais.

Desde os anos 2000, a indústria criativa vem ganhando representatividade. Segundo um levantamento da Fundação Itaú, por meio do Observatório Itaú Cultural, o Produto Interno Bruto (PIB) da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas do Brasil (Ecic) atingiu 3,11% do PIB da economia brasileira, em 2020. Construção civil, indústria extrativa e transporte alcançaram 3,6%, 3,1% e 3,6%, respectivamente. “Com a valorização do conhecimento como insumo essencial para a dinâmica atual da economia e, mesmo, diante da mudança do paradigma de consumo, com consumidores migrando de bens para serviços, os setores culturais e criativos ganharam maior representatividade nos últimos anos” – afirma o estudo.

Junto com São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná foram os estados que mais contribuíram para este índice. “Quando a gente pensa, por exemplo, num pequeno teatro, um coletivo de teatro que logo em seguida abre um bar; e logo em seguida, vem um restaurante; e se instala, enfim, um hotel, você começa a ver exatamente o que é essa economia criativa acontecendo e rodando”, explica a secretária de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, Marília Marton. E foi com este espírito que a InvestSP, uma agência de promoção de investimentos (IPA) ligada ao governo estadual, e a Secretaria de Cultura e Economia estadual se uniram para ajudar empresas do setor criativo a se internacionalizar.

Economia criativa tem impulso com oportunidades de negócio no exterior
Este é o segundo ano do programa Creative SP, que atua capacitando, levando e acompanhando empresas paulistas em eventos internacionais importantes, as chamadas “missões”, como o inovador festival americano SXSW, o tradicional Festival de Cinema de Cannes, na França, e a prestigiada Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, para buscar oportunidades de negócios e firmar parcerias. “O objetivo é que a gente cubra o máximo de setores possível dentro da economia criativa”, conta Julia Saluh.

“Não é só levar o projeto. É feito todo um apoio técnico para que elas possam, ali, encontrar, e para como elas ajam, a partir desses encontros, dessas mesas de vendas dos seus produtos”, explica a secretária Marília Marton.

Além da capacitação e da assistência, as dez instituições selecionadas para participar de cada evento recebem o reembolso de despesas de até 3 mil dólares (cerca de R$ 15 mil), o que, segundo Julia, faz bastante diferença para as companhias. Elas são selecionadas segundo a capacidade de internacionalização, por meio de uma chamada pública.

Em 2022, o programa levou 73 empresas de pequeno, médio e grande portes para nove eventos internacionais voltados para entretenimento, tecnologia, cinema, games, música, literatura, artes visuais e design. Segundo a agência, os participantes tiveram contato com mais de 2 mil possíveis parceiros, em cerca de 100 países, gerando quase R$ 360 milhões em negócios e de até 6,6 mil empregos no setor cultural paulista, no período de até um ano após a missão. “Para cada real que o Estado investiu no projeto, foram gerados R$ 64,9 em negócios por essas empresas. E eu estou falando em resultado direto”, pontua Julia Saluh.

Arvore, um estúdio desenvolvedor de games e de experiências imersivas, com foco em realidade virtual aumentada e mista, e a produtora de audiovisual Gallune, responsável por sucessos como “Que Horas Ela Volta?”, premiado nos festivais de Sundance e Berlim; do documentário “A Última Floresta”, prêmio de audiência no Festival de Berlim; e “Ninguém Tá Olhando”, vencedor do Emmy Internacional (iEmmys) de melhor série de comédia, são duas empresas que participaram de missões do programa.

Para Laura Rossi, head de Internacional da Gallune, a vontade de querer se aproximar do mercado norte-americano, até pouco tempo atrás bastante fechado, foi o que levou a produtora a participar de uma missão. “O principal dessas políticas públicas, que as pessoas não têm noção, é a abertura que isso dá. Ter esse suporte de entidades que conseguem chegar com uma maior relevância para esses organizadores, para grandes players do mercado. Eles têm capacidade de abrir portas para esses brasileiros que vão para lá conhecer, se estabelecer ou crescer a atuação no mercado”.

Para Rodrigo Terra, cofundador da Arvore, que desenvolveu a franquia de games “Pixel Ripped” e a narrativa “The Line”, ganhadora do Emmy de Inovação em Programação Interativa e de Melhor Experiência em Realidade Virtual do Festival Internacional de Cinema de Veneza, ter participado de missões, no ano passado e neste, deu à empresa a possibilidade de realizar prospecção de negócios nos mercados europeu e asiático e de fazer networking. “Mostramos um pouco mais a cara do nosso time”, acrescenta ele, o que acabou sendo “importante para ajudar no andamento de negociações”.

Na avaliação de Terra, que também é presidente da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames), percebe-se que cada vez mais as manifestações regionais do país ganhando projeção lá fora. Das duas missões que aconteceram este ano, uma para a Game Developers Conference 2023 e outra para o festival SXSW, o balanço do governo paulista é que, em 12 meses, sejam geradas 398 vagas de empregos diretos e indiretos, além da geração de negócios de aproximadamente R$ 88,95 milhões.


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INTERFERÊNCIA DO GOVERNO NA PETROBRAS PODE ACABAR COM A PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

 

Combustíveis
Petrobras sob assédio estatal: Venezuela e Bolívia são os exemplos que o Brasil insiste em ignorar

Por
Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo


Lula, o ex-presidente boliviano Evo Morales e o falecido ditador venezuelano Hugo Chávez, juntos durante a Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe, no México, em fevereiro de 2010| Foto: EFE/Roberto Escobar

Em 2006, quando o então presidente da Bolívia nacionalizou a extração de petróleo e a produção de seus derivados, ele avançou sobre refinarias estrangeiras, entre as quais, duas da Petrobras. Na linha o petróleo e o gás “son nuestros”, ele prometeu aos bolivianos reverter para eles 100% da riqueza gerada pelo negócio, antecipando até o seu ventríloquo Hugo Chávez, que no ano seguinte faria o mesmo.

A Bolívia está assentada sobre reservas gigantescas de gás natural. Quando Morales assumiu a presidência, no mesmo ano em que ele nacionalizou a produção, encontrou tudo prontinho e acreditou que era só mudar as regras para bamburrar. O país tinha um contrato vantajoso com o vizinho Brasil, que garantia receitas monumentais por anos a fio.

Morales, que tem origem no sindicalismo cocaleiro, entregou o negócio para sindicalistas e membros do seu partido. O resultado não poderia ser diferente. Sem investir na prospecção de novas reservas, apenas cinco anos depois da nacionalização, os estoques provados de gás entraram em declínio.

O sucateamento da indústria de gás da Bolívia é tão acentuado que, em sete anos, estima-se que o país não será capaz de produzir o suficiente para atender sequer a sua demanda interna. Em 2030, os bolivianos, portanto, deixarão de ser exportadores para passar à condição de importadores de gás.

As projeções não indicam que a Bolívia se beneficiará de um boom econômico-industrial. A demanda será quase a mesma. O que está acontecendo por lá é a morte rápida de uma indústria próspera que foi entregue para os compañeros de Morales.

A Bolívia traçou um caminho idêntico ao da Venezuela. Hugo Chávez assumiu a presidência em 1999 com a produção de petróleo nas alturas e o preço da commodity no chão. Viu os preços subirem como nunca, resultando em uma dinheirama sem precedentes que serviu para ele financiar governos de esquerda, organizações criminosas e o terrorismo internacional. O boom petroleiro está intrinsecamente ligado ao sucesso do empreendimento bolivariano. Mas também adiou a descoberta de um problema que está na origem da tragédia política, econômica e social que implodiu a Venezuela.

Sob Chávez, entre 1999 e 2012, e com Maduro nos últimos dez anos, a produção petroleira da Venezuela caiu ano a ano, tendo chegado a níveis inferiores aos medidos na primeira metade do século passado. Sem investimentos, pilhada por corrupção e à deriva sob o comando de inaptos, a indústria petroleira da Venezuela encolheu ao ponto de o país que tem as maiores reservas de petróleo do planeta precisar importar combustível, pois é incapaz de produzir o suficiente para o consumo de sua população.

O colapso da produção de gás na Bolívia não será capaz, sozinho, de empurrar o país para o mesmo padrão de crise que se abateu sobre a Venezuela. Mas é seguro afirmar que a Bolívia de hoje é muito mais frágil que a Venezuela antes de colapsar. Um novo vizinho em debacle pode gerar instabilidade, migração descontrolada e avanço do crime, considerando-se que, depois do gás, o tráfico de cocaína muito certamente é a principal atividade econômica da Bolívia.

Sem ser capaz de produzir gás para atender seu mercado interno, a Bolívia, obviamente, não poderá mais atender o seu principal cliente, o Brasil. Isso significa que, enquanto políticos brasileiros passam a mão na cabeça dos seus colegas bolivianos, o mercado brasileiro se avizinha de uma crise no fornecimento de energia. Todos no Brasil, direta ou indiretamente, pagarão pelos erros dos bolivarianos de La Paz.

No Brasil, a Petrobras está constantemente sob assédio estatal. Focando apenas nos exemplos mais recentes, a companhia foi alvo da pilhagem revelada pela Operação Lava Jato. Esteve sob intervenção do governo Bolsonaro, que mexeu na política de preços, e agora está sob a mira do petismo, que quer que a receita da companhia cubra os custos do populismo eleitoral que ajudou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar ao poder – e não deixa de ser parte importante da estratégia para que ele permaneça.

Tratar a Petrobras como uma fábrica de dinheiro (seja para corrupção, política – ainda que legítima – ou para malabarismo político-eleitoral) é um erro já testado, como se vê nos casos da Bolívia e da Venezuela.

É sempre bom destacar que Brasil é Brasil, Bolívia é Bolívia, Venezuela é Venezuela. Mas nunca é demais lembrar que o Brasil não está muito longe. Nem na geografia, nem na mania de repetir erros.


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