Vandalismo Depois das imagens do Planalto, não tem como seguir adiando a CPI do 8 de janeiro
Por Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Gravações do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostram
ministro Gonçalves Dias (de camiseta azul e jaqueta escura) e agentes
do GSI em meio a invasores no 8 de janeiro.| Foto: CNN Brasil/reprodução
O presidente Lula vai participar de uma reunião virtual com 26 países
sobre o clima. Depois de todo esse zigue-zague na política externa com
China, Ucrânia, Rússia, Estados Unidos, ninguém sabe para que lado vai.
Ele se encontraria com Biden, mas vai ser difícil, porque é um evento
virtual. Eu lamento que entre esses 26 não esteja incluído o sol, porque
o sol é decisivo nas definições do clima da Terra. O que o sol quiser
vai ser, não tem jeito; ele esquenta mais ou menos os oceanos, e isso
muda para cima ou para baixo a temperatura da Terra.
Mas Lula deve estar preocupado mesmo é com uma CPI que vem aí com
força; não tem como evitar, depois do que a CNN mostrou com imagens do
Palácio do Planalto. Eu não sei como os jornalistas obtiveram o
material, porque Lula tinha decretado sigilo absoluto sobre as imagens
do Planalto. E, fazendo a maior força junto, estamos vendo a atuação de
Rodrigo Pacheco, que está fazendo de tudo para retardar o início dessa
CPI para ver se o pessoal esquece, contando com o periculum in mora,
quando a demora de algo faz com que desapareçam as razões, os fatos, as
provas de que houve um fato consumado. Pacheco é advogado e sabe muito
bem que o periculum in mora joga a seu favor. Eu não sei o que fazem os
outros 80 senadores diante disso; eles são representantes dos estados
brasileiros, e estamos todos de olho pelas redes sociais, acompanhando
essas imagens da CNN em que aparece um ministro de Lula. Não qualquer
ministro, algum recém-chegado, mas um antigo conhecido de Lula. O
general Gonçalves Dias, quando era major e tenente-coronel, foi da
segurança de Lula. Depois de destituído da 6.ª Região Militar por ter
recebido um bolo de aniversário da PM amotinada, ele foi trabalhar com
Dilma, e fez a segurança de Lula durante a campanha eleitoral de agora.
Ele, que tinha sido escolhido chefe do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, aparece nessas imagens de 8
de janeiro, circulando para lá e para cá no Palácio do Planalto entre os
manifestantes, chamados também de terroristas. Então, estava entre
terroristas, ofereceu água para os terroristas, abriu a porta para
terroristas, indicava a saída para terroristas… que estranho! Parece que
houve uma pré-invasão com quebra-quebra. Parece que houve uma instrução
de cima, dizendo que podiam deixar entrar que depois teriam um ótimo
pretexto. O relógio, por exemplo, foi derrubado duas vezes, porque
depois entraram manifestantes vestidos com camisa amarela e reergueram o
relógio, puseram de volta em cima da mesinha. E aí veio outro e jogou
de novo o relógio trazido pelo príncipe dom João. Então não tem como
Pacheco adiar mais essa CPI, está caindo de madura. Agora sabemos por
que o governo não quer CPI.
VEJA TAMBÉM: Contagem regressiva para a CPMI do 8 de janeiro Governo ainda trabalha duro para sabotar a CPI do 8 de janeiro A justiça exige que saibamos tudo sobre o 8 de janeiro
Portugueses estão de olho na incompreensível política externa de Lula Aqui
em Lisboa, enquanto eu almoçava nesta quarta, via no restaurante a
televisão portuguesa enlouquecida, mostrando Lula tomando posição ora de
um lado, ora de outro, entre China, Ucrânia, Rússia, Estados Unidos,
uma política externa incompreensível. Eles estão prestando atenção
porque na próxima semana o presidente brasileiro estará por aqui.
Governo está de olho em mais R$ 90 bilhões em impostos
Fernando Haddad já está dizendo que vai arrecadar mais R$ 90 bilhões.
Traduzindo para o bom português, vai cobrar mais R$ 90 bilhões de
pagadores de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social
sobre Lucro Líquido, além daquela tributação sobre apostas esportivas
eletrônicas, em que o governo sempre vai ganhar: 30% sobre o prêmio.
Governo Lula aposta em evento sobre clima para desfazer mal-estar com Biden
Foto: Divulgação
Por Felipe Frazão – Jornal Estadão
Presidente vai discursar no Major Economies
Forum on Energy and Climate nesta quinta-feira, um aceno à Casa Branca
após ter criticado o envolvimento dos EUA na guerra deflagrada pela
Rússia contra a Ucrânia
BRASÍLIA – Assessores presidenciais e diplomatas apostam na
participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta
quinta-feira, dia 20, em um fórum voltado ao meio ambiente promovido
pelo governo Joe Biden, como uma oportunidade para desfazer o mal-estar
causado por declarações recentes do petista, hostis aos Estados Unidos e
à Europa. Lula declarou durante viagem à China e aos Emirados Árabes
Unidos que as potências ocidentais contribuíam com a continuidade da
guerra da Rússia contra a Ucrânia, ao fornecer armas para a defesa
militar de Kiev.
A ideia de que Washington e Bruxelas incentivavam o conflito e
deveriam parar foi duramente rebatida, tanto pela Casa Branca quanto
pela Europa. Em tom pouco usual, os norte-americanos disseram que Lula
papagaiava a propaganda russa. Dias antes, o presidente brasileiro
questionara a dominância do dólar e defendera transações internacionais
em moedas locais, uma pauta que agrada a Pequim e Moscou.
Por videoconferência, Lula vai discursar no Major Economies Forum on Energy and Climate (Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima – MEF). O evento será aberto pelo presidente Biden, às 9h30.
Lula
vai discursar no Major Economies Forum on Energy and Climate, um aceno a
Joe Biden depois das críticas ao envolvimento dos EUA na guerra na
Ucrânia. FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO Foto: Wilton Junior/Estadão
A confirmação de que Lula participará do encontro, importante para
Biden, é vista por integrantes do governo brasileiro como uma
sinalização de boa vontade. A agenda climática é pauta comum de ambos e
liga seus projetos políticos. Os Estados Unidos se comprometeram a
ingressar no Fundo Amazônia e a doar ao menos U$ 50 milhões.
Não há garantias de que Lula vai usar o microfone para esclarecer a
posição do Brasil a respeito da guerra. A orientação é que ele não fuja
do tema, embora possa mencionar o conflito bélico e seus efeitos
energéticos, por exemplo. A posição adotada pela diplomacia brasileira é
que os assuntos devem ser tratados separadamente em cada fórum
adequado, mas nem sempre isso é seguido por todos os atores
diplomáticos. Alguns países tentam aproveitar reuniões multilaterais
para emplacar assuntos paralelos.
Ao falar sobre meio ambiente, Lula deve reforçar laços e sinalizar
compromisso com a agenda climática que está na agenda de democracias
ocidentais. Tentará mostrar que o País mantém, sob o novo governo, alta
prioridade à agenda verde, que voltou ao foco da política externa
brasileira. O País recuperou o status de ator incontornável, embora os
altos índices de desmatamento registrados nos primeiros meses de seu
governo tenham sido considerados decepcionantes no exterior.
Em seguida, Lula dará mais demonstrações às democracias ocidentais,
após as reclamações contundentes dos EUA e da União Europeia. Viajará a
Portugal e Espanha, onde cumpre agenda ao longo da próxima semana com
chefes de Estado e de governo, e em seguida participará da coroação do
Rei Charles III, no Reino Unido. Em Londres, será um dos cinco chefes de
Estado recebidos em reuniões bilaterais pelo premiê britânico, Rishi
Sunak.
Lula sentiu a repercussão negativa de suas declarações sobre a
guerra. Um dia depois de ser contestado em Washington e Bruxelas,
“voltou ao eixo”, como definiu um embaixador, e reiterou o cerne da
posição brasileira. Embora evite citar a Rússia e use termos mais
brandos do que gostariam americanos e europeus, disse que o Brasil
condena a violação territorial da Ucrânia, mas busca uma saída negociada
e se propõe a mediar um grupo que auxilie a selar a paz.
Na terça-feira, dia 19, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA,
Jake Sullivan, conversou com o ex-chanceler Celso Amorim, assessor
internacional de Lula. Os norte-americanos queriam mais detalhes sobre a
posição brasileira em relação à guerra, depois de verem o chanceler
russo, Sergei Lavrov, ser recebido com distinção por Lula e propagar,
sem nenhum reparo, que Moscou e Brasília partilhavam de visão similar.
O telefonema era aguardado no Itamaraty e no Palácio do Planalto. Era
também visto como o canal adequado para dirimir algum ponto. Eles
falaram sobre a guerra, sobre mudança climática e defesa da democracia.
Diplomatas dizem que os EUA foram lembrados que o País retomou
posições clássicas de sua política externa, o que inclui o não
alinhamento automático e a preservação de pontes e relações com todos os
atores, mesmo diante de uma geopolítica cada vez mais impregnada da
lógica da “guerra fria”. Consideram o acesso a Putin, evidenciado na
deferência com que o russo recebeu Celso Amorim, deve ser considerado um
ativo valioso e escasso.
O Brasil não será tutelado, afirmam embaixadores, nem se considera
devedor da defesa da democracia feita no ano passado pelo governo Biden,
quando o processo eleitoral foi questionado pelo ex-presidente Jair
Bolsonaro e, em janeiro, quando houve uma tentativa de golpe de Estado.
O Itamaraty também rebate a ideia, propagada pelos americanos, de que
o Brasil tenha comprometido sua capacidade de promover uma mesa de
negociação da paz, por causa das declarações de Lula, porque nenhum
processo avançará sem a participação de nações com posições muito mais
claras e polarizadas, com China e EUA.
O Ministério das Relações Exteriores notou que as queixas de
Washington, mais eloquentes, começaram a emergir depois que o Brasil
deixou de assinar uma declaração conjunta contra a Rússia, na última
edição da Cúpula da Democracia, promovida em março por Biden. O
documento teve o apoio de 76 países. O texto cobrava a retirada
“imediata, completa e incondicional” das tropas russas do território
ucraniano. O argumento do governo é que o assunto estava no foro
equivocado e já vem sendo tratado nas Nações Unidas, especialmente pelo
Conselho de Segurança.
Por Luiz Philippe Orleans e Bragança – Gazeta do Povo
| Foto: Divulgação
Venho insistindo há algum tempo para
que a direita faça uma catarse. Desde as eleições de 2022 e os eventos
de 8 de Janeiro de 2023 pecamos por não juntar os pedaços, conversar e
orientar. Muitos ainda estão com medo e acuados devido ao que aconteceu e
tem acontecido nesses últimos meses. Ou seja, não lavamos a roupa suja
em grupo e por isso não decidimos nem norteamos nossos ativistas. Essa
tem sido uma crítica recorrente de vários deles e pode ter gerado
alguns erros nos movimentos que dominam a opinião pública nas ruas e nas
redes sociais há 10 anos.
Para dar vazão a essa vontade de se expressar, dia 15 de abril de
2023, às 16h, no WTC de São Paulo, realizamos o 1º Simpósio da Direita
Unida – Fórum do Brasil, com a presença de líderes de movimentos de
direita e independentes, parlamentares e personalidades públicas em
geral. Foi um evento público, mas restrito a lideranças que se
mobilizam com frequência e por essa razão teve pouca divulgação.
Além de mim, que ocupei a tribuna como mediador, assumiram poltronas
no palco a deputada federal Bia Kicis; o secretário do desenvolvimento
social do Estado de São Paulo, Filipe Sabará; a vereadora de Porto
Alegre, Fernanda Barth; o deputado federal Ricardo Salles e o deputado
estadual Tomé Abduch.
Ou seja, não lavamos a roupa suja em grupo e por isso não decidimos nem norteamos nossos ativistas
Na plateia, estavam lideranças do Estado de São Paulo e de todo o
Brasil, dentre elas representantes do Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande
do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Bahia e cidades do interior
de São Paulo. Destacamos o jornalista Fernão Lara Mesquita, o cientista
político Paulo Moura; o presidente da entidade Agentes Investimentos
Livres, Alfredo Siqueira; o presidente do PTB de São Paulo, Otávio
Fakhouri; o ator Felipe Folgosi; o ex-presidente do IPHAN do Rio de
Janeiro, Olav Schrader; o presidente da Associação dos Proprietários de
Imóveis Tombados (APITO), Marcelo Magnani; a Presidente do PTB Mulher e
Afro, Luci Adão; o ex-secretário da cultura, Hélio Ferraz; o chanceler
do Círculo Monárquico de São Paulo, dr. Rubens Vieira de Brito; o Dr.
Alberto Danon, da ADCom Comunicação, os comunicadores Zoe Martinez,
Paulo Kogos e Adrilles Jorge; o administrador Stephen Kanitz; o editor
da Faro/Avis Rara, Pedro de Almeida e vários outros.
Entretanto, os verdadeiros protagonistas foram os mais de 40
ativistas que tiveram seu tempo de fala. Os eleitos ficaram no palco só
para responder perguntas, sem fazer palestras. Como deveria ser. Quem
ainda aguenta ir a um evento para escutar discurso de político e ter
pouco ou nenhum tempo para perguntar e se manifestar? Quem já foi a
algumas de minhas palestras sabe quanto tempo eu dedico ao debate. Só
que nesse evento inovamos.
Nenhum dos parlamentares fez discurso. Abrimos o microfone
imediatamente após o Hino Nacional para todos da plateia se
pronunciarem. O tema: o momento que vivemos, o que o movimento da
direita fez de certo, de errado e os próximos passos. Em uma das
primeiras manifestações, a ativista pedia para a plateia não confiar em
nenhum político, militar ou qualquer agente do estado para fazer o que a
sociedade tem de fazer por conta própria. E foi nesse espírito que o
evento prosseguiu.
Ao contrário de muitos eventos de movimentos e partidos que chegam a
suas convenções com a pauta pronta e manipulam as assembleias para
legitimar “democraticamente” seus planos, fizemos diferente. Nesse
evento não havia pauta definida. Praticamente 100% do conteúdo
discutido foi levantado pelos mais de 40 ativistas que se manifestaram
na plateia e chamamos várias questões a voto por aclamação. Os mais de
400 presentes puderam levantar as mãos em apoio ou rejeição de vários
pontos importantes, e até polêmicos, que a direita nunca antes havia
tido a oportunidade de discutir e colocar a voto num grupo maior.
O objetivo inicial era somente “botar para fora” ou “lavar a roupa
suja em público” mas fomos além e acabamos por definir uma pauta. Vários
temas foram levantados e críticas foram feitas. Destacamos 12 assuntos
submetidos a voto nesse encontro:
Perspectiva: As vitórias da direita nos últimos 10 anos não foram
fruto de organização, planejamento e ação, mas sim da rejeição à
corrupção, do esgotamento das ideias e do esvaziamento de lideranças da
esquerda;
Prefeituras: Erramos em não ter partido que nos representasse, plano de ação e ativismo para as eleições municipais de 2020;
Reformas: Erramos em não nos alinhar em torno de uma reforma do
sistema eleitoral (voto distrital), do sistema de voto e do TSE para
garantir representatividade, transparência e direito de contestação;
Movimento Nacional: Criação de um movimento nacional com pauta
unificada, para criar a coesão ideológica que ainda não existe e forjar
novas lideranças;
Próximas Eleições: União para cumprir a missão das eleições municipais de 2024;
Educação e Juventude: Foco no trabalho com a juventude, no
desenvolvimento de conteúdo e de currículo escolar alternativo ao da
ideologia de esquerda. Reacender as pautas levantadas pelo movimento
Escola Sem Partido;
Liberalismo: engajar a opinião pública na agenda social sustentável da direita: emprego, empreendedorismo e oportunidades;
Globalismo: acirrar a troca de informações e o combate ao globalismo, seus agentes e métodos;
Privatização: privatizar para diminuir o poder de corrupção que o executivo detém sobre o legislativo;
Cultura: remover o Estado do protagonismo cultural, pois a Cultura pertence à sociedade;
Promover reformas de soberania popular: regulamentar referendo
popular, projeto de lei de iniciativa popular, plebiscitos e recall de
mandato;
Ativismo: devemos voltar às ruas.
Todo evento presencial é limitado aos que nele estão e dificilmente
representa o todo, porém há eventos mais legítimos que outros. O
Simpósio Direita Unida chegou com atraso, mas tem forma e conteúdo
adequados para ter ampla adesão e capacidade de estimular o recomeço do
ativismo no Brasil. Apesar de ser um político com mandato, como alguns
presentes no evento, nunca deixamos de ser ativistas pelo Brasil e
esperamos ver novas lideranças assumindo protagonismo na sociedade.
O jornalista Fernão Lara Mesquita, ao observar a forma e os temas
tratados no evento, mencionou no evento: “a direita no Brasil não é
direita, ela é democrata: faz e representa tudo que todo verdadeiro
democrata representa, mas não se posiciona como tal ou sequer usa a
palavra ‘democracia’ em seus discursos. Se assim o fizesse, teria muito
mais sucesso”.
Só há uma maneira de “ser democrata”: da maneira certa, debaixo para
cima e a ouvidoria é o primeiro passo. Outros fóruns como esse já estão
sendo programados para acontecer em outras cidades. Na verdade, não é de
hoje que a tocha olímpica da vontade popular está nas mãos daqueles que
mobilizam o país, mas desde 2014, quando iniciou o processo de
impeachment de Dilma. Só cabe a alguns de nós lembrar de como era
feito. O recomeço começou.
Aprenda a desenvolver autoconfiança para tomar decisões
Homem pensativo (Fonte: Getty Images)
Nós já estamos sabendo que as habilidades comportamentais são
imprescindíveis na Nova Economia. Mas, ainda sobre o assunto, eis uma
pergunta: será que você tem pensamento crítico?
Quando um colega de trabalho surge com uma ideia supostamente
“inovadora”, você aceita na hora ou analisa os prós e contras? O
pensamento crítico é justamente a capacidade de analisar fatos com o
objetivo de formar uma opinião própria. Ele é importantíssimo para quem
quer ser protagonista; seja no âmbito pessoal ou profissional.
O pensamento crítico é um processo mental que envolve a análise
cuidadosa e reflexão sobre uma ideia, argumento ou problema, com o
objetivo de avaliar sua validade e consistência. Ele envolve a
habilidade de identificar e questionar suposições, reconhecer e avaliar
evidências, considerar diferentes perspectivas e chegar a uma conclusão
informada e bem fundamentada.
O pensamento crítico é uma habilidade valiosa em muitos aspectos da
vida, incluindo o trabalho, a educação, a tomada de decisões e o
envolvimento cívico. Ele pode ajudar a evitar a aceitação acrítica de
informações, a tomada de decisões precipitadas ou emocionais e a adoção
de posições baseadas em preconceitos ou crenças não fundamentadas.
Desenvolver o pensamento crítico requer prática e esforço consciente.
Isso pode envolver a busca de informações e evidências de fontes
confiáveis e diversas, avaliação cuidadosa de argumentos e evidências,
consideração de diferentes perspectivas e opiniões, e a disposição de
mudar de opinião com base em novas informações ou evidências.
Mas… Para conquistá-lo, é preciso muito repertório, afinal, você
precisa ter argumentos para embasar sua crítica – e nós vamos te ajudar
com isso!
CONFIRA 5 LIVROS SOBRE PENSAMENTO CRÍTICO.
O PODER DA DECISÃO, DE STEVE MCCLATCHY
O Poder da Decisão, Steve McClatchy (Fonte: Divulgação Amazon)
Nada melhor que um roteiro para te guiar com um planejamento, certo? É
isso que o livro oferece. Um guia prático, simples, para te mostrar
quais são as habilidades e estratégias necessárias para conseguir
desenvolver uma mentalidade forte, e que tenha a capacidade de tomar
grandes decisões no dia a dia.
Ah, e vale ressaltar que o autor, Steve McClatchy, é um dos maiores coachs de liderança da atualidade.
“Tudo ou nada”. É isso que, inevitavelmente, pensamos quando vamos
tomar alguma decisão. Por exemplo, se temos dúvidas sobre nosso
relacionamento, geralmente começamos a considerar se devemos ou não
terminar com nosso parceiro.
O problema é que processo de pensamento não nos deixa pensar em
alternativas e acabamos ficando presos à apenas duas possíveis
conclusões (o tudo ou o nada). De acordo com o livro, não precisa ser
assim e que existem outros caminhos.
No caso do relacionamento que citamos acima, vocês dois poderiam
fazer uma lista das coisas que precisam mudar para que ambos sejam
felizes no relacionamento. Que tal?
DESCUBRA SEUS PONTOS FORTES, POR MARCUS BUCKINGHAM & DONALD O. CLIFTON
Descubra seus pontos fortes, Marcus Buckingham & Donald O. Clifton (Fonte: Divulgação Amazon)
A importância do bom site da Valeon para o seu negócio
Moysés Peruhype Carlech
Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava
contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue
anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por
áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.
De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de
serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para
que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as
primeiras letras do alfabeto.
As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um
cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros
recursos, ele pesquisa por informações na internet.
O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada
pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24
horas por dia. Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente,
com identidade para ser reconhecida na internet.
Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público
através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os
motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros
devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o
público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de
marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o
produto ou a empresa procurada.
A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a
resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores
que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o
surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região
do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao
lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não
conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa
vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de
diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de
visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e
acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que
tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
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gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
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para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
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A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis
nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas
por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em
mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo
real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a
campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de
visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
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consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
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como:
Governo apresenta texto da nova regra fiscal; 13 despesas poderão crescer além do limite Por Gazeta do Povo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad.| Foto: Diogo Zacarias/MF.
O
governo federal divulgou nesta terça-feira (18) a proposta do novo
arcabouço fiscal com 13 itens que poderão ficar de fora do limite de
gastos a partir do ano que vem. Com isso, as despesas excluídas da nova
regra poderão crescer acima do limite de aumento real que vai de 0,6% a
2,5% por ano. Segundo o projeto, este “intervalo de crescimento real da
despesa” está previsto os exercícios de 2024 a 2027.
Entre os gastos que ficaram de fora do arcabouço fiscal, estão os
créditos extraordinários, como já ocorria no teto de gastos; algumas
transferências para municípios; transferências para custear o piso de
enfermagem; entre outros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, entregaram o texto ao presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), e ao vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo
(MDB-PB), em um evento fechado no Palácio do Planalto, informou a
Agência Brasil.
As seguintes despesas não serão incluídas na base de cálculo e, portanto, não serão limitadas pela nova regra fiscal: Transferências constitucionais a estados e municípios; Complementações para a educação básica de estados e municípios; Créditos extraordinários; Transferências a fundos de saúde de estados e municípios para o cumprimento do piso da enfermagem; Despesas
com projetos socioambientais ou relativos às mudanças climáticas
custeadas com recursos de doações, e despesas custeadas por acordos
firmados em decorrência de desastres ambientais; Despesas – que forem
custeadas com receitas próprias, de doações ou de convênios – de
universidades e instituições federais, de empresas públicas prestadoras
de serviços para hospitais universitários federais, e demais
instituições científicas, tecnológicas e de inovação; Despesas
custeadas com recursos oriundos de transferências dos demais entes da
Federação para a União destinados à execução direta de obras e serviços
de engenharia; Despesas em acordos para o pagamento de precatórios com desconto; Despesas com precatórios do Fundef devidos a estados e municípios; Despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições; Despesas com aumento de capital de empresas estatais não financeiras e não dependentes; Transferências legais, a estados e municípios, de recursos obtidos com concessão florestal e venda de imóveis da União; Despesas relativas à cobrança pela gestão de recursos hídricos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Investimentos Em
relação aos investimentos, como obras públicas e compra de
equipamentos, o governo incluiu uma trava. De 2025 a 2028, caso o
governo economize mais que a banda superior da meta de superávit
primário estabelecida pelo arcabouço, até R$ 25 bilhões poderão ser
remanejados para os investimentos. A proposta original apresentada no
fim de março previa que toda a sobra poderia ser destinada a
investimentos.
A mudança tem como objetivo, segundo o Ministério da Fazenda,
acelerar a redução da dívida pública em momentos de elevado crescimento
da economia. Esse valor de R$ 25 bilhões será corrigido ano a ano pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O piso de R$ 75
bilhões para investimentos, também corrigido anualmente pelo IPCA, está
mantido.
Manutenção do IPCA para correção do crescimento de despesas Em
relação à proposta original, também houve mudança no período do índice
de inflação que corrigirá o crescimento das despesas. Foi mantido o
sistema vigente no atual teto de gastos, que considera o IPCA apurado de
janeiro a junho e uma estimativa de julho a dezembro. Isso dará ao
governo atual uma pequena vantagem em 2024, caso o IPCA caia até meados
de 2023 e volte a subir antes do fim do ano.
Em relação ao crescimento das receitas, no entanto, o novo arcabouço
considerará a inflação entre julho de dois anos antes e junho do ano
anterior. Essa é a mesma regra que vigorou até 2021 no teto de gastos,
que limitava o crescimento do gasto federal à inflação. O intervalo foi
alterado com a Emenda Constitucional dos Precatórios.
O novo arcabouço fiscal limitará o crescimento real (acima da
inflação) das despesas a 70% do crescimento real das receitas líquidas
(descontadas as transferências para estados e municípios) no acumulado
em 12 meses.
Além disso, o novo arcabouço fiscal prevê que, caso a meta de
resultado primário não seja cumprida, o presidente da República deverá
encaminhar uma mensagem ao Congresso Nacional, até 31 de maio do
exercício seguinte, explicando as razões do descumprimento e as medidas
de correção.
Subvenção de custeio Governo espera arrecadar até R$ 90 bilhões com mudança em tributação de empresas
Por Célio Yano – Gazeta do Povo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera arrecadar R$ 90
bilhões com mudança na tributação de empresas.| Foto: Joédson
Alves/Agência Brasil
Entre as ações que o governo pretende tomar
para reforçar as receitas da União ainda este ano está a edição de uma
medida provisória (MP) para passar a incluir as chamadas subvenções de
custeio na base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A mudança,
segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode incrementar a
arrecadação em R$ 80 bilhões a R$ 90 bilhões.
Subvenções são auxílios econômicos concedidos por estados por meio de
benefícios fiscais, via ICMS, com a finalidade de custear parcialmente
atividade de interesse público exercida por empresa privada.
Conforme a Lei 12.973/2014, essas desonerações não entram no cálculo
do lucro real e, portanto, não estão sujeitas à incidência de IRPJ e
CSLL. Como contrapartida, o incentivo deveria ser revertido em
investimentos, ou seja, na expansão do negócio, abertura de postos de
trabalho ou criação de nova atividade econômica, por exemplo.
Uma alteração introduzida pela Lei Complementar 160/2017, no entanto,
permitiu que incentivos utilizados pela empresa beneficiada para fins
de custeio – ou seja, a manutenção de suas operações – também fossem
abatidos do cálculo da tributação federal.
A partir da nova lei, tanto o Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf) quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) passaram a
dar ganho de causa, em recursos da Fazenda, a contribuintes que tiveram
subvenções sem a contrapartida de investimentos.
Para Haddad, o dispositivo introduzido pelo Congresso é uma
“distorção” no sistema tributário brasileiro que precisa ser corrigida.
“Como uma decisão de um governador no que diz respeito ao ICMS pode
afetar a base tributária federal? Já é certa anomalia”, disse o ministro
no Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco BBI no
último dia 4.
“Mas vamos dizer que queiramos continuar subvencionando, em parceria
com decisões estaduais, investimentos. A expansão disso para custeio é
uma coisa completamente inaceitável”, prosseguiu. Segundo ele, as
subvenções para o custeio de empresas, que ele classificou como “uma
vergonha”, representam hoje quase o dobro do incentivo utilizado para
investimentos.
A medida provisória que está sendo preparada pelo governo não acaba
com as subvenções de custeio, que são definidas pelos governos
estaduais. Apenas passa a incluir os valores descontados da tributação
estadual na base de cálculo do IRPJ e da CSLL, de competência federal.
Além dessa, outras duas medidas integravam pacote do governo para
elevar as receitas da União e, com isso, reduzir o déficit primário
projetado para este ano: a taxação de apostas esportivas eletrônicas,
que a Fazenda estima gerar até R$ 15 bilhões, e o fim da isenção do
imposto de importação para remessas de até US$ 50 entre pessoas físicas
(R$ 8 bilhões).
A ideia de tributar as apostas segue em pé. Porém, o ministro
anunciou nesta terça-feira (18) que desistiu da taxação das importações,
a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia, agora, é
que o combate a sonegação de impostos em compras internacionais seja
feita somente pela via da fiscalização, segundo Haddad.
VEJA TAMBÉM: Lira diz que arcabouço fiscal deve ser aprovado “sem dificuldade” no Congresso Obsessão por curto prazo, volta ao passado e “fogo amigo” do PT marcam início de Lula 3
Medida visa taxar mais quem paga pouco imposto, segundo Haddad Em
geral, as subvenções são concedidas por parte de governos estaduais como
forma de estimular a instalação de operações de grandes empresas em
seus territórios. Nesse sentido, a retirada da isenção de tributos
federais sobre esses benefícios fiscais estaria em linha com a promessa
de Haddad de taxar quem paga pouco imposto.
“As empresas que têm essa redução de ICMS geralmente têm regimes
especiais de tributação, pertencem a alguns setores específicos, e
muitas vezes isso acaba sendo injusto com empresas menores, porque isso
impacta no concorrencial”, diz Dylliard Alessi, advogado tributarista da
Peccinin Advocacia. “Uma empresa que tem essa subvenção vai ter uma
alavancagem concorrencial que pode ser injusta em relação a seus
concorrentes”.
Por outro lado, avalia o advogado, existe a possibilidade de que a
alteração proposta pelo ministro da Fazenda gere possíveis efeitos
negativos à economia, como aumento de preços por parte das companhias
afetadas, especialmente no caso de grandes varejistas, que atendem
diretamente o consumidor final.
A opinião é compartilhada por Carlos Pinto, diretor do Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). “De fato, o correto é
que todas as empresas do país paguem tributo, até para ter o mesmo nível
de competitividade. Então as medidas dele [Haddad] tendem a trazer um
equilíbrio no resultado primário”, diz o executivo.
“Mas mexer com tributo tem uma série de consequências. No momento em
que se passa a tributar o que não se tributava, isso vai para o bolso do
contribuinte e pode desestimular a economia, a empregabilidade e uma
série de outros fatores”, afirma.
No último dia 6, em entrevista à rádio BandNews FM, Haddad disse que a
medida deve atingir entre 400 a 500 empresas. “Não estamos falando da
pequena empresa, da média empresa, não estamos falando sequer da grande
empresa. Estamos falando de enormes empresas”, afirmou.
“De 400 a 500 empresas com superlucros, que, por expedientes, na
minha opinião, ilegítimos, fizeram constar no sistema tributário, que é
indefensável, como subvencionar o custeio de uma empresa que está tendo
lucro. Se uma empresa está tendo lucro, por que o governo vai entrar com
dinheiro subvencionando essa empresa?”, questionou.
Na opinião de Alessi, a questão depende de uma análise mais minuciosa
de cada caso. “Se existe concorrência muito forte com o mercado
internacional, como a carga tributária brasileira é muito pesada, faz
sentido para algumas empresas que até mesmo o custeio seja
subvencionado”, opina.
“De outro lado, para empresas que não tem essa concorrência, minha
opinião é que realmente não faz sentido dar benefícios específicos para
custeio, porque não se está atuando em favor do interesse público e isso
ainda pode afetar a concorrência com empresas menores”, diz.
Lula dá entrevista para TV chinesa e admite que não tem plano de paz para a Ucrânia| Foto: CCTV
Em sua megalomania característica, Lula continua se achando capaz de
conseguir colocar um fim no conflito entre Rússia e Ucrânia e, quem
sabe, aumentar a relevância brasileira no cenário internacional – se na
esteira disso vier um Nobel da Paz, obviamente o petista não reclamaria
nem um pouco. No entanto, suas declarações mais recentes, algumas delas
feitas durante a viagem à China e ao Oriente Médio, se revelaram um
desastre completo. Se queria parecer neutro, pairando acima dos
beligerantes para se colocar em posição de mediador, o que Lula fez foi
rebaixar a diplomacia brasileira ao deixar muito evidente que ele tem um
lado – e não é o lado da vítima, da liberdade, da soberania e
autodeterminação das nações.
Fiel à ilusão de que a guerra poderia acabar em torno de uma mesa de
bar, Lula afirmou à televisão estatal chinesa CCTV, no último dia 14,
que não tem plano nenhum para seu alardeado “clube da paz”. Questionado
sobre qual seria sua proposta, o petista disse que “Eu não tenho plano
específico. Eu não tenho uma coisa produzida. A proposta vai sair de
muitas conversas entre muitas pessoas”, afirmou, antes de criticar as
democracias ocidentais por enviar armas para que a Ucrânia se defenda.
Mas o pior ainda estava por vir. Na passagem pelos Emirados Árabes
Unidos, em entrevista coletiva, Lula disse que “a decisão da guerra foi
tomada por dois países”, que “o presidente Putin não toma iniciativa de
parar, o Zelensky não toma iniciativa de parar. A Europa e os Estados
Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, e
que “nós precisamos convencer as pessoas de que a paz é a melhor forma
para se estabelecer qualquer processo de conversação”.
Ao criticar Zelensky e os ucranianos, que estão lutando pela própria
sobrevivência, por “não tomar a iniciativa de parar”, Lula deixa claro
que seu conceito de paz é a paz dos valentões, o mero apaziguamento
Ao culpar a Ucrânia pela guerra e colocá-la no mesmo nível moral que a
Rússia, Lula compra sem pestanejar todo o pacote de propaganda que
Vladimir Putin usa para justificar sua agressão. O petista certamente
não seria capaz de mencionar uma única atitude de Kyiv que tivesse
representado ameaça a Moscou e fosse razão suficiente para um ataque
militar de grande escala como o iniciado em fevereiro de 2022. A não
ser, claro, que Lula considere “provocação” o fato de os ucranianos
quererem decidir seu próprio destino – incluindo uma aproximação com o
ocidente – e que, para o presidente brasileiro, a Ucrânia realmente não
passe de um “apêndice” sobre o qual a Rússia tem pleno direito e que não
pode fazer nada sem pedir a autorização do vizinho maior. Pois o fato é
que a decisão da guerra foi tomada por um único país, que
unilateralmente atacou uma nação vizinha que exercia sua soberania. Não
há equiparação moral possível entre Rússia e Ucrânia: há agressor e
vítima claramente definidos.
Que a paz é o objetivo a atingir, disso não há dúvida. Mas que paz?
Quando Lula critica o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por “não
tomar a iniciativa de parar”, e ataca europeus e norte-americanos por
“dar a contribuição para a continuidade dessa guerra”, o petista deixa
subentendido que paz ele imagina. Afinal, não é difícil prever o que
aconteceria se Zelensky “tomasse a iniciativa de parar” e se as
democracias ocidentais parassem de ajudar os ucranianos a se defender. O
conceito de paz lulista, portanto, é a paz dos valentões, o mero
apaziguamento, a “paz para os nossos tempos” de que se gabou o britânico
Neville Chamberlain em 1938 após a assinatura dos Acordos de Munique,
que entregaram à Alemanha nazista partes da Tchecoslováquia na ilusão de
que Hitler pararia por ali (menos de um ano depois, começaria a Segunda
Guerra Mundial).
VEJA TAMBÉM: Diogo Schelp: Por que o Lula pacificador da guerra na Ucrânia é um tiro no pé Sergio Moro: Os filhos de Putin A volta do anão diplomático (editorial de 4 de maio de 2022)
Quando Lula, ainda antes de sua viagem, chegou a afirmar que
Zelensky “não pode querer tudo”, em uma referência à Crimeia,
ilegalmente anexada pela Rússia em 2014, já legitimou a agressão
imperialista. Pois o “tudo” que Zelensky e os ucranianos querem é
simplesmente o respeito à integridade de seu território, violada pelos
russos. Zelensky não pode “tomar a iniciativa de parar” porque isso
seria abrir mão de sua sobrevivência. Europeus e norte-americanos não
podem abandonar a Ucrânia porque alimentariam uma ameaça à manutenção da
ordem internacional e exporiam a Europa a novas aventuras
expansionistas. Por isso a condição primordial para qualquer negociação
de paz (a paz verdadeira, não a paz lulista) inclui o respeito às
fronteiras originais ucranianas. Zelensky, os ucranianos e as nações que
os apoiam têm toda a legitimidade para seguir lutando em busca desse
objetivo – que, no entanto, parece demais para Lula.
Na menos desastrosa das hipóteses, Lula quis colocar Ucrânia e Rússia
no mesmo patamar para se qualificar como mediador – e já teria errado
grotescamente, pois não faltam elementos para rejeitar qualquer tipo de
equiparação moral entre o invasor e a vítima. Mas há uma possibilidade
ainda mais abjeta, que descarta a mera ignorância geopolítica: Lula
estaria deliberadamente deslocando o Brasil para longe das democracias
ocidentais e aproximando-o das autocracias e ditaduras por um misto de
ultrapragmatismo econômico e antiamericanismo pueril. Em qualquer dos
casos, as escolhas do presidente lembram aquelas razões que levaram a
chancelaria israelense, em 2014, a chamar o Brasil de “anão diplomático”
– não por sua suposta irrelevância, mas pelas péssimas escolhas que o
petismo faz.
Brasília (DF) 30-03-2023 O ex-presidente Jair Bolsonaro chega à
sede do PL em Brasília e acena para apoiadores.| Foto: Fabio
Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
A derrota de Bolsonaro nas
eleições de outubro somada à prisão ilegal e indiscriminada de
manifestantes bolsonaristas em janeiro, serão no futuro, profetizo,
vistas como um evento só. A derrota eleitoral, sozinha, é só uma derrota
eleitoral. Mas os eventos de janeiro arrematam-na de tal maneira que é
difícil não enxergar em ambos um único episódio de humilhação. Primeiro,
o presidente perde por um triz o pleito. Em seguida, nos primeiros dias
do novo governo, centenas de apoiadores são presos em uma operação
policial à revelia de qualquer direito, por conta de um evento insólito
que ninguém consegue explicar, nem julgar definitivamente, com uma
apuração a qual o governo eleito luta para combater. O sentido para o
drama obriga a ver no episódio um ponto de virada na história que
começou em junho de 2013.
Dez anos de direitismo A unidade dramática torna-se ainda mais
obrigatória se levarmos em conta que junho de 2013 e janeiro de 2023
encerram quase exatamente uma década, que é o prazo que os antigos
cronistas romanos usavam para dividir suas narrativas. Alguma razão eles
tinham: uma década parece ser quase que o prazo natural para um
processo político adquirir inteligibilidade própria: antes disto ele não
assume uma forma, depois ele se deforma.
É mais ou menos o prazo que, na França, vai da Queda da Bastilha
(1789) ao 18 Brumário (1799); da fundação do Império (1804) até a
abdicação de Napoleão (1814). No Brasil, tenentismo (1920 a 1935) e o
governo Vargas (1930 a 1945) duraram mais, 15 anos, o arraial de
Canudos, menos, uns sete anos. O lulismo (2002 – 2013) quase um década
exata. É perda de tempo tentar estabelecer uma lei, mas isso não é
motivo para não atendermos ao significado heurístico do prazo, que é, ao
menos, superior às opções cronográficas disponíveis, como o calendário
eleitoral. Nada que dure muito menos de dez anos pode reverberar
historicamente; o que durar muito mais deve ser capaz de mudar para não
fenecer ou deformar-se.
Significarão os eventos que coroam os dez anos de bolsonarismo o seu
fim? O fim do bolsonarismo significaria o fim do direitismo
politicamente viável, ou seja, o fim da direita? Não é possível
responder ao certo essas perguntas, é preciso acompanhar a história para
saber o final. Mas alguma coisa já podemos e devemos saber da atmosfera
geral da nova fase que se inicia, inclusive para poder enxergar o seu
fio sem se perder. De saber acompanhar esse fio, depende a própria
existência do direitismo, pois, embora um movimento político não possa
ser totalmente consciente de si mesmo sem desencantar-se, também não
pode não ter nenhuma consciência do sentido do processo.
O esquerdismo e a razão. Do contorno geral da nova fase é
possível afirmar, já, o seguinte: o direitismo terá de aprender a
pensar. Ou ele o faz agora ou continuará sendo o que já é, e se diluirá
como realidade política.
E antes ele não pensava? Não. O direitismo até agora falou, escrachou, esculachou mas não pensou, e isso foi seu grande trunfo.
Como assim?
A velha esquerda, o marxismo, pretendia ser uma ciência e guiava-se
pela razão. Se propor a guiar a massa de trabalhadores sem estar fundada
em sólidos princípios científicos é pura fraude, disse Marx uma vez,
socando a mesa, para um proselitista alemão, em 1845. Para a tradição
socialista que foi vitoriosa até a segunda metade do século XX, o
socialismo era acima de tudo verdadeiro, inclusive moralmente. O defeito
da ciência burguesa e da moral burguesa era serem burguesas, não serem
científicas e morais.
Não é assim com a dita “nova esquerda”, a tendência socialista que
passou a ser dominante a partir dos anos sessenta, acompanhando a
ascensão dos EUA no cenário econômico e geopolítico. As fontes
filosóficas, e a propriedade do rótulo de Nova Esquerda é um problema
que pode ficar para depois. Mesmo que ela não seja inspirada em Marx, e
mesmo que a nova esquerda não seja revolucionária, é inegável que ela é
parte da história do movimento socialista internacional, que deixou de
ser um movimento de trabalhadores, operários e sindicalistas para ser um
movimento de professores, artistas, jornalistas mas não deixou, por
isso, de ser o mesmo movimento político.
O item fundamental da doutrina da Nova Esquerda é a negação da
própria capacidade humana de pensar, da lógica, da ciência, até da
matemática. Todo o resto é consequência desse princípio. O leitor comum
não se dá conta, mas a teoria de gênero, que afirma, contra o bom senso
de todas as tradições éticas e religiosas da humanidade, que ser homem
ou mulher é uma questão convencional sem qualquer fundamento na
realidade (e como tal pode ser mudada a bel prazer), não é uma loucura.
Ao menos não loucura em sentido próprio. É o fruto da elaboração
intelectual de um século, o que a torna loucura em um sentido especial. E
não é possível entendê-la sem entender a diferença. A afirmação de que
não somos inteligentes, não somos capazes de distinguir o verdadeiro do
falso só parece um contrassenso – uma loucura simples – por que
pensamos, sem perceber, de acordo com a lógica aristotélica que ensina
que existem “substâncias” e “acidentes”. Mesmo que não o formulemos
dessa maneira sabemos que ser homem ou mulher não é, como as roupas e os
nomes, um traço acidental da personalidade de cada um mas sua própria
substância, e que, as convenções morais atribuídas a cada um, embora
sejam convencionais, são convenções naturais, distintas das convenções
puramente arbitrárias, como as cores dos sinais de trânsito ou os nomes
das coisas, que são notas acidentais delas. Quando alguém não pensa
assim ficamos chocados, e nos perguntamos como alguém é tão louco de
pensar assim. Só que essa não é pergunta correta. A pergunta correta não
é “como alguém pode pensar assim?”, mas “como alguém louco o suficiente
para pensar assim veio a adquirir autoridade?”. A loucura em sentido
especial não é um problema médico, mas um problema político.
Antes de vir alguém negar que a atribuição de diferentes obrigações
morais aos machos e fêmeas da espécie humana é não apenas uma convenção
sem fundamento, mas uma opressão política, o que faz de todo casamento e
toda família um mini estado fascista, havia alguém muito erudito para
explicar, uns 80 anos antes, em uma sala amadeirada de alguma
universidade alemã, que esse negócio de substância e acidente é só uma
coisa da cabeça de Aristóteles, e que ninguém era obrigado a acreditar
nisso. Gerentes de RH, organizadores de competições desportivas
professores e administradores escolares, todos que encontram-se
atualmente engolfados em uma confusão infinita nessa matéria antes
relativamente simples, confusão que acarreta prejuízos incontáveis para
milhares de adultos e crianças, não percebem mas a origem de seus
problemas está no fato de que dão crédito a filósofos que desconhecem, e
de cujas ideias tomaram conhecimento por meio de jornalistas que por
sua vez ouviam falar deles nas faculdades de comunicação social, e que
tem os escritos acompanhados pelas pessoas capazes de fazê-lo nas
respectivas organizações. O resto simplesmente aceita.
Não se combate uma doutrina assim com pensamento. Nem contra ele
serve o que tradicionalmente se concebe como o veículo preferencial do
pensamento nas sociedades modernas, a imprensa. Quem argumenta em
público contra o fato de que ser homem, mulher, criança, animal, não é
uma questão de simples convenção arbitrária, já perdeu. Contra teoria de
gênero, o que o filósofo John Rawls chama de Razão Pública, principal
fetiche do liberalismo, nada pode. É o que explica que o liberalismo
tenha tido um papel não mais que coadjuvante – até parasitário – no
caldo do recente direitismo brasileiro. E por que a hegemonia cultural
esquerdista dos anos noventa e dos anos dez ter sido quebrantada por um
filósofo cuja obra gira em torno da noção de “conhecimento por
presença[1]”, que é o conhecimento que precede o próprio processo de
pensamento.
A educação pelo escracho A esquerda reclamava da falta de
“ideias” de Olavo de Carvalho por que ela esperava ser combatida por
ideias. Mas o educador campinense foi efetivo precisamente por que não
se ocupou de, como ele mesmo dizia, combater ideias, mas pessoas.
Combater pessoas não significa, evidentemente, atacar grupos sociais, ou
simplesmente ofender nominalmente este ou aquele. Significa denunciar o
império universal da pose. Um pose não é uma tese, é uma atitude. E só
se corta o efeito retórico de uma atitude com a expressão contundente da
atitude contrária, que é para o que serviam os ataques às pessoas,
consumados com verve inigualável.
Verve que nunca teria a eficácia que teve se não viesse conjugada com
atitude aparentemente contrária, mas na verdade complementar, do
filósofo em sentido clássico. Somente por que entendia que a primeira
atitude, mais visível e barulhenta, era uma iniciação à primeira, o seu
público foi fiel e crescente e influente como o de nenhum comediante
pode ser. Para entender o efeito da arte do esculacho, que Olavo de
Carvalho desenvolveu até o limite, é preciso entender que e como ela se
coaduna com sua arte de ensinar filosofia socraticamente, pois são dois
lados da mesma moeda. Seus inimigos não gostam de ver, sob o palhaço, e
se veem forçados a defender a tese asinina de que um astrólogo maluco
saiu pela rede esculachando todo mundo, desmoralizou a esquerda no país e
ainda criou um movimento político cultural que conta com milhões de
simpatizantes e eleitores.
Mas o fato é que em política, a esculhambação pode muito, mas não
pode tudo. Como esculhambador, a obra de Olavo foi comparável, talvez, à
de Beppe Grillo, o comediante italiano que, de tanto esculachar a elite
política, terminou por fundar o movimento 5 estrelas, um dos principais
movimentos políticos de direita do mundo[2]. A diferença é que em vão o
leitor procurará nas livrarias italianas obras de Grillo, ou de
filósofos, romancistas e poetas publicados por inspiração sua. A arte
esculhambatória de Grillo foi um instrumento de um movimento
exclusivamente político — uma direita — mas não tinha substância para
alimentar um direitismo consistente, como a de Olavo tinha. Para o
primeiro, a crueza cínica era quase um fim em si; para o segundo, servia
a uma finalidade pedagógica. Como o esculacho pode ter uma finalidade
pedagógica não é difícil de compreender. Se seu público está
convictamente persuadido de que sua motivação para argumentar é o amor
pela verdade, você está livre para, além de argumentar, esculhambar. O
próprio fato de que você o faça servirá para enfatizar o amor. Agora, se
ninguém acredita que você queira de fato entender, conhecer a verdade, é
melhor que você use um terno e use palavras difíceis. Não dá para
parecer o que todos suspeitam que você seja.
Assim como o escracho, também o socratismo de Olavo de Carvalho
possui paralelos históricos a que devemos prestar atenção por que não dá
pra entender sem comparar. O direitismo brasileiro não foi o único
movimento político a ser inspirado pela atitude socrática de um pensador
antes que por sua doutrina propriamente dita[3]. Cito, como caso
análogo, a influência de Jan Patocka (1907-1977) na Revolução de Veludo
de 1989 na antiga Checoslováquia, que terminou levando seu discípulo,
Václav Havel, ao poder.
Como no caso da influência exercida pelo professor brasileiro, a de
Patocka se deu menos por suas ideias, que não eram ideias políticas
propriamente ditas, que pela imagem socrática do filósofo que Patocka
representava para seus discípulos, atitude que, depois, Havel chamou
“vida na verdade”, e que ele reconheceu ser o único recurso efetivo
contra aquele regime específico[4]. Também digna de menção é a
influência do filósofo judeu Leo Strauss (1899-1973) na formação de um
certo veio do republicanismo americano. Como Carvalho e Patocka, Strauss
foi um professor carismático, admirador da filosofia clássica, sem
programa ideológico definido, cuja atividade pedagógica – mais que as
obras filosóficas propriamente ditas – esteve na raiz de um movimento
político de considerável proporção sem caráter definido[5].
Patocka e Strauss compartilhavam com Olavo de Carvalho um grande
número de preferências filosóficas, entre as quais ressaltam a filosofia
alemã do começo do século em sua vertente fenomenológica e
existencialista, de modo que a semelhança que os une está longe de ser
uma mera questão de atitude. Compartilhavam, além disso, os três, da
convicção de que a filosofia clássica era superior a moderna, e que ser
um verdadeiro filósofo era, em última instância ser um imitador de
Sócrates. E que, portanto, segundo o exemplo desse, a filosofia não era
um sistema de conhecimento teórico mas uma arte de viver.
Por último, compartilhavam a ideia de que essa vida verdadeiramente
vivida era o único ensino realmente eficaz contra o socialismo
pós-marxista. Este já não era uma doutrina propriamente dita mas uma
negação da realidade e da inteligência em favor de uma emancipação
social concebida não mais em termos socioeconômicos como no velho
marxismo, mas antropológicos.
A libertação, tal como a nova esquerda a concebe, já não é a
libertação das correntes da opressão econômica e política mas da própria
natureza humana. A tentativa de realizá-la não resulta apenas em um
sistema politicamente opressivo e economicamente falido, como resultou o
experimento do socialismo marxista mas em sociedade fundada na mentira,
na confusão artificialmente provocada usada como meio de poder. Frente a
um regime como esse, a tarefa do intelectual não pode ser mais a de
contrapor um sistema de ideias verdadeiras a um sistema falso mas,
simplesmente, de ensinar a vida verdadeira. Não dizer a verdade, mas
vida de alguém que naturalmente o faz.
A admiração pela filosofia política antiga não foi, claro, exclusiva
apenas desses pensadores. Muito pelo contrário. A recuperação do “saber
dos antigos” é um dos fatos mais característicos da filosofia política
do século passado. Quase todos os grandes pensadores políticos do século
XX, reportaram-se, de um modo ou outro à herança grega, em agudo
contraste com século que os precedeu. Muito menos são estes os únicos
filósofos que pregaram a filosofia como arte de viver no século XX.
O próprio Michel Foucault, talvez a maior celebridade francesa da
Nova esquerda, cultivou, no fim da vida, inspirado pelo trabalho de
Pierre Hadot, uma versão peculiar do socratismo. A obra de filosofia
alemã mais badalada dos anos oitenta, A critica da Razão cínica, de
1983, de Peter Sloterdijk, é uma defesa, à sua maneira, uma visão
socrática da filosofia.
O que torna o movimento da Carta 77 que deu origem à revolução de
veludo, o straussianismo na cultura americana dos anos oitenta e o
direitismo brasileiro análogos não é somente o fato de que foram
inspirados por uma certa concepção da filosofia grega antiga — isso, por
si só, já é um pouco insólito, se se tem em mente o resultado político —
mas o fato de que, além disso, foram movimentos ideologicamente
ecumênicos que tinham como único princípio o antiesquerdismo. E vistas
as coisas em retrospectiva, considerando o pouco de onde partiram, quem
dirá que não souberam mostrar-se rivais à altura? No futuro, uma
história intelectual global do século XX deverá, para ser justa, incluir
um tópico sobre as “reações socráticas” que ocorreram na
Checoslováquia, dos Estados Unidos e do Brasil contra a forma decadente
do socialismo. E quem sabe que outros casos poderiam ser aduzidos.
Direitismo sem olavismo As reações socráticas sofrem, porém, de
um defeito fundamental, que é só a outra face de sua qualidade
fundamental: não possuem um programa ideológico definido, o que
significa que não são feitas para durar como movimento político
organizado. Sua eficácia como discurso deriva da expressão de uma
atitude fundamental, não da persuasividade de um programa. Mas a
expressão de uma atitude, se serve para inspirar uma maioria silenciosa
submetida aos ditados do politicamente correto, não pode orientar um
movimento político partidário organizado, para isso é preciso um
programa positivo amparado em uma tradição de pensamento político
discernível.
Nem a reação socrática patockiana nem a straussiana puderam subsistir
como forças políticas autênticas depois de consumada sua reação. A
primeira se diluiu num vago esquerdismo democrático, inteligente,
crítico dos regimes totalitários, mas não muito mais do que isso. O
straussianismo se converteu em uma vertente minoritária da política
externa norte americana que, não obstante a mitologia que se tem
construído em torno do tema, tem poucas conexões com as ideias do
mestre. Converteu-se, também, é verdade, em um movimento pedagógico
imensamente benéfico, centrado na leitura quase religiosa pelos chamados
grandes livros da cultura ocidental. Mas o fato que, em termos de
discurso político, o straussianismo não vai muito além de um civismo
indefinido.
Olavo de Carvalho morreu em janeiro de 2022, quase dez anos depois de
publicar o livro que selou sua influência política efetiva, a coletânea
de artigos intitulada ‘O mínimo que você precisa para não ser um
idiota’, de 2013. Não é sensato esperar que sua atividade pedagógica
tenha um destino diferente da de seus antecessores, que é a de findar
naturalmente uma vez cumprida a sua tarefa. O caso brasileiro possui,
porém, como sempre, uma especificidade, quiça uma distorção. Abaixo do
Equador, as coisas são mais complicadas.
Tanto o ensino de Patocka como o de Strauss se desenvolveram por
meios tradicionais perante um público letrado tradicional. Isso
significa que, encerrada a sua atuação negativa, havia um conteúdo
ideológico positivo latente na cultura do país a que os discípulos
poderiam recorrer caso quisessem continuar a disputa política, que foi
exatamente o que aconteceu. Seu trabalho inspirou uma direita, mas não
criou um direitismo.
Tal seria impossível no caso da Checoslováquia dos anos setenta, que
ainda era um regime comunista (o próprio Patocka morreu depois de um
interrogatório na delegacia) e desnecessário na América dos anos oitenta
e noventa, que até uns anos antes tinha o socialismo como inimigo
público. De modo que, se sua obra não foi principalmente conceitual, o
ambiente em que ela se desenvolveu era dona de uma herança conceitual
poderosa, apropriada para mediar uma interpretação realidade política ao
mesmo tempo verdadeira e útil a seu ponto de vista — que é o que se
espera de um programa ideológico, sem o qual não existe luta política
consistente.
Já a influência de Olavo de Carvalho não se exerceu pelos meios
tradicionais da universidade mas pelo novo médium da internet
introduzido exatamente naquela geração o qual ele foi o pioneiro
intelectual público brasileiro a usar com eficácia. Graças à rede, ele
pôde alcançar um público novo, desencantado com um sistema universitário
intelectualmente esclerosado ao entusiasmo pioneiro do qual se deveu
toda a sua presença popular. A outra da face do mesmo fenômeno é que o
mesmo desencanto que tornou um número expressivo de jovens estudantes
apto a apreciar um pensador original, os tornou marginais ao mesmo
sistema em comparação com o qual o novo professor se fazia tão
interessante.
Por sua própria natureza, olavismo jamais poderia ou poderá tornar-se
uma ideologia política mas o direitismo, subproduto seu, poderia, e
deverá fazê-lo, caso queira subsistir como recurso de poder. O problema é
que, sem os benefícios de lazer e influência proporcionados pelo
aparato universitário, ele queda desprovido dos meios que tornam a
interpretação conceitual da realidade social ela própria uma realidade
social.
A inspiração negativa, puramente antiesquerdista do filósofo, foi
multiplicada quando se coadunou com o novo médium. Nem Patocka nem
Strauss deixaram de ser discretos professores ao passo que Olavo de
Carvalho, a cujo carisma pessoal somou-se o carisma da novidade do
médium, teve a foto exibida em cartazes de “Olavo tem Razão”, sobre ele
se fizeram filmes, entrevistas, vídeos.
A questão está em que, quando o carisma pessoal dos discretos
professores desapareceu, sua inspiração socrática pôde ser transformada
por um aparato educacional em uma tradição pedagógica
institucionalizada, fonte permanente de renovação para uma tradição
positiva de interpretação da realidade política.
Nada disso está disponível para direitismo brasileiro, que entretanto
precisa dela para que haja uma ponte entre o direitismo e a direita.
Pois são as ideias, os programas, e a interpretação da realidade
política de que esse dependem que mediam o direitismo — a agitação da
propaganda, apoiada na insatisfação difusa — e a direita, a ação
política partidária. Sem a mediação do pensamento, não há movimento
político capaz de contar como um fator na luta pelo poder. O que quer
que venha a ser o direitismo brasileiro pelos próximos dez anos
dependerá da resposta que se dê a esse desafio.
Alexandre Marques é professor de Teoria Política na Universidade
Federal do Piauí e autor de ‘A religião de Carl Schmitt: verdade cristã,
autoridade letrada e o poder do Estado no século XX’
[1]Ver Robson, Ronald. Conhecimento por presença: em torno da filosofia de Olavo de Carvalho, Vide, 2020.
[2]Sobre Grillo e o novo direitismo internacional, ver Da Empoli, Giulianno. ‘Os engenheiros do caos’, Vestígio, 2019.
[3]Ensino socrático é uma arte de ensinar filosofia praticada por
professores e filósofos durante toda a história da filosofia. Sua
principal característica é que compreende a filosofia como uma “arte de
viver” e, até, certo ponto, de expressar-se falando ou escrevendo, não
como uma doutrina abstrata, e que tem como fonte última os diálogos
socráticos de Platão. Boa introdução ao tema em Nehamas, Alexander. ‘The
art of living: socratic reflections from Plato to Foucault’, University
of California Press, 1998.
[4]Havel, Václav. Le Pouvoir du sans Pouvoir, In: Essais politiques,
Seuil, 1991. Para a conexão entre o seu pensamento e o de Patocka,
Findlay, Edward. ‘Classical Ethics and postmodern critique: political
philosophy in Václav Havel and Jan Patocka, Review of Politics, Vol. 61,
No 3, Verão de 1999.
[5]O straussianismo foi objeto de uma longa polêmica entre filósofos
americanos ´nas últimas décadas. Ver um histórico dela, e uma defesa de
Strauss, em Minowits, Peter. Straussophobia, Lexington books, 2009.
Alexandre de Moraes diz ser “evidente” ligação de deputados com
invasões e acampamento do 8 de janeiro| Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
No
voto que proferiu para tornar réus 100 pessoas envolvidas nos protestos
e atos de vandalismo contra os três Poderes no 8 de janeiro, o ministro
Alexandre de Moraes indicou que políticos de direita também poderão ser
responsabilizados criminalmente pelos atos. Em seu voto, ele citou
nominalmente um senador e 14 deputados já investigados no Supremo
Tribunal Federal (STF), apontando conexão de suas condutas com a dos
manifestantes denunciados.
A conexão foi apontada como justificativa do ministro para manter os
casos no STF, já que os 100 denunciados pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) não têm foro privilegiado. Ele escreveu que “a extensão e
as consequências” da associação criminosa e de outros delitos
supostamente cometidos pelos participantes do ato são objeto de outros
procedimentos em andamento na Corte “direcionados a descobrir a autoria
dos financiadores e dos incitadores, inclusive autoridades públicas,
entre eles àqueles detentores de prerrogativa de foro”.
Em suma, nessas outras investigações, o ministro quer descobrir se
parlamentares, que têm foro no STF, instigaram os manifestantes ou
bancaram o acampamento, a viagem ou a alimentação deles em Brasília. Há
dois grupos de congressistas citados por Moraes.
O primeiro é formado pelos deputados federais Clarissa Tércio
(PP-PE), André Fernandes (PL-CE), Silvia Waiãpi (PL-AP), Coronel
Fernanda (PL-MT) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), todos eles apoiadores do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e eleitos no ano passado pela
primeira vez para a Câmara dos Deputados.
Bolsonaro também é investigado no caso, mas em outro inquérito,
dedicado a apurar supostos “autores intelectuais” dos atos. A pedido da
PGR, o ministro determinou que a Polícia Federal tome o depoimento dele
em até 10 dias. O ex-presidente é investigado por ter postado e depois
apagado um vídeo questionando o resultado das eleições dias após as
invasões.
Cada um dos cinco deputados citados no primeiro grupo responde a
inquéritos específicos pelo fato de terem, no dia 8 de janeiro,
publicado postagens ou vídeos nas redes sociais comentando ou
repercutindo as invasões às sedes do Congresso, do Palácio do Planalto e
do STF. Para a PGR, que pediu a investigação deles, todos podem ter
cometido o crime de incitar a tentativa de abolir o Estado Democrático
de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes
constitucionais.
Waiãpi é investigada por ter postado a seguinte frase no Instagram:
“Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder
pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho”, em meio a
vídeos da manifestação. André Fernandes, por ter anunciado a
manifestação antes de sua ocorrência: “Neste final de semana acontecerá,
na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula.
Estaremos lá”, escreveu o deputado no Twitter.
A base para pedir a investigação de Clarissa Tércio foi a postagem de
um vídeo em que uma mulher dizia: “Acabamos de tomar o poder. Estamos
dentro do Congresso. Todo povo está aqui em cima. Isso vai ficar para a
história, a história dos meus netos, dos meus bisnetos”.
Gilberto Silva é investigado por postar que “o povo não aguenta mais
ser estrangulado por quem deveria ser o guardião da Constituição” – para
a PGR, ele não cometeu crime, mas Moraes ainda não mandou arquivar a
investigação contra ele, pedida pelo PSOL. O inquérito contra Coronel
Fernanda está em sigilo, e o motivo de sua investigação é desconhecido.
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR).| Foto: Pedro França/Agência Senado.
O primeiro assunto de hoje é a denúncia oferecida pela
vice-procuradora-geral da República Lindôra Araujo contra Sergio Moro. A
relatora já está escolhida: é a ministra Cármen Lúcia. Imediatamente,
assim que se soube que Sergio Moro teria dito que Gilmar Mendes vende
habeas corpus, o advogado do ministro encaminhou esse pedido à PGR,
imediatamente o caso seguiu para o Supremo e já tem relator. É tudo
muito rápido quando se trata de ministro da própria casa, mas o serviço
público é gerido pela moralidade, diz o artigo 37 da Constituição, ou
tratamento igual para todos, e há muita gente esperando há anos o
desfecho de seus casos no Supremo.
Também acho isso estranho porque o artigo 53 da Constituição diz que
senadores e deputados são invioláveis por quaisquer palavras. E aí surge
uma outra questão: o também senador Jorge Kajuru, outro dia, disse que
Gilmar Mendes vende sentenças e isso estava para ser arquivado. Só que
agora daria muito na vista esse contraste, e então a vice-procuradora
Lindôra Araújo desistiu de arquivar o caso e encaminhou também ao STF a
denúncia de calúnia por parte desse outro senador. E a Gazeta do Povo
lembrou que André Janones, na época da discussão sobre Brumadinho,
aquele desastre que matou tanta gente, chamou Gilmar Mendes de “canalha”
quando o ministro concedeu habeas corpus para o presidente da Vale, e
não aconteceu nada. São essas coisas estranhas que a gente vê no Brasil
de hoje.
Lula e ministros no modo “metamorfose ambulante”
As idas e vindas não acontecem apenas no Judiciário, mas no governo
também. O presidente Lula um dia defende a Rússia, agora condena a
invasão do território ucraniano. O seu ministro da Fazenda volta atrás e
não vai mais taxar as compras de varejistas chinesas abaixo de US$ 50. O
próprio governo deve estar confuso sobre o que fazer e sofre um grande
desgaste com isso.
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Nova pesquisa lança mais dúvidas sobre segurança de vacinas Mais
um aviso sobre vacinas. Eu estava lendo aqui uma reportagem escrita por
um físico e um médico da Austrália sobre uma pesquisa com 44 ratas e
macacas. Essas fêmeas receberam a vacina; a perda gestacional dobrou, e
também aumentaram a anormalidade fetal e a concentração de nanolipídios
nos ovários, o que interfere no seu funcionamento. Aí eles perguntam: se
está acontecendo isso com fêmeas dessas espécies, que têm uma genética
parecida com a nossa – não somos muito diferentes dos ratos, eu acho que
temos mais de 90% de semelhança genética, e mais ainda com os macacos,
primatas como nós – podemos dizer que a vacina é segura para humanas?
São questões que só agora estamos discutindo, parece que agora, sim,
estão se preocupando.
Portugueses preparam manifestações contra Lula Para encerrar, já
que estou em Lisboa, há um partido político aqui – o Chega, que é
liderado pelo deputado André Ventura, chamado de “Bolsonaro de Portugal”
– que vai fazer oposição ao presidente Lula, que virá aqui no dia 25 de
abril. Interessante: o partido de um país europeu vai fazer oposição a
um presidente sul-americano, fazendo reuniões e preparando manifestações
contra Lula no parlamento e nas ruas de Lisboa.