quarta-feira, 12 de abril de 2023

A INOVAÇÃO É UMA EXTENSÃO DO PENSAMENTO ANALÍTICO

 

A inovação é uma extensão ao pensamento analítico, já que é ela que permite que problemas sejam solucionados a partir da criatividade e do surgimento de novas ideias e estratégias. Então, os dois se completam.

Mariana Fernandes – PUC GOIÁS

O pensamento analítico, ou seja, a capacidade de analisar informações e dados de forma lógica, é uma das habilidades do futuro.

Mas você sabe como desenvolver? 

Segundo uma pesquisa do Instituto McKinsey, ter o pensamento analítico é uma das habilidades esperadas do profissional do futuro. 

Isso significa desenvolver a competência de olhar para informações e dados e analisá-los de forma racional, utilizando estatística e contextos completos, antes de tomar uma decisão. 

E apesar de o pensamento analítico parecer algo que apenas pessoas de exatas têm, a habilidade de análise de dados pode ser desenvolvida por qualquer pessoa. 

Neste artigo, vamos falar sobre o que é o pensamento analítico, como ele aparece enquanto habilidade do futuro do trabalho, quais são suas etapas e como você pode fazer para desenvolvê-lo e se destacar no mercado de trabalho. 

Você vai conferir: 

O que é o pensamento analítico? 
Conceitos-chave do pensar de maneira analítica 
Pensamento analítico entre as habilidades do futuro 
Pensamento analítico X pensamento crítico 
As etapas do pensamento analítico 
A importância do pensamento analítico para a sua carreira 
Como desenvolver o pensamento analítico com 9 dicas 

O que é o pensamento analítico? 

O pensamento analítico é uma maneira cautelosa e dedutiva de pensar, onde a análise de dados e a lógica atuam juntas para a tomada de decisão. 

Esse tipo de pensamento usa indução e experimento, além de técnicas de pesquisa e análise estatística para dar sentido ao mundo. 

Basicamente, o que isso significa é que alguém que tem um pensamento analítico não vai tomar decisões por impulso ou pela emoção, mas pela lógica e analisando todas as informações. 

Outra característica do pensamento analítico é que ele compartimentaliza ideias e problemas a fim de entender o todo através de pequenos pedaços. 

Ou seja, para resolver um problema, o pensamento analítico não busca a solução do todo, mas uma solução para cada pequeno pedaço daquele problema. 

O que é um perfil analítico? 

Ter um perfil analítico significa ter a habilidade de produzir e relacionar informações diferentes de forma lógica. Ou seja, analisar os contextos completos para tomar as decisões certas. 

Um perfil analítico se refere à capacidade de avaliar e trabalhar com dados e informações. 

E apesar de muitas pessoas associarem o pensamento analítico à matemática e fórmulas, essa forma de pensar está muito mais próxima da análise de dados e informações. 

Isso significa que mesmo quem tem formação em humanas pode ter perfil analítico. 

Quais são as características de uma pessoa com perfil analítico? 

É comum que pessoas que tenham perfis analíticos gostem de seguir regras, serem mais reservadas e pensarem muito antes de agir, seja no ambiente de trabalho ou na vida pessoal. 

Dentro do mercado de trabalho, ter um pensamento analítico é bastante vantajoso, especialmente quando falamos em áreas que precisam de um senso de análise maior. 

Profissionais de perfil analítico são precisos e se dão bem em tarefas objetivas. Também costumam ser competitivos, curiosos e se comunicarem de forma constante.

Conceitos-chave do pensar de maneira analítica  

Para nos ajudar a entender ainda melhor como funciona o pensamento analítico, existem alguns conceitos-chave que podemos explorar. Confira: 

  • Planejamento: significa imaginar um objetivo e traçar um plano para chegar lá. Perfis analíticos são ótimos planejadores, pois conseguem perceber todas as nuances. 
  • Resolução de problemas: pessoas analíticas resolvem problemas utilizando a técnica de compartimentalização, analisando cada pedaço antes de chegar na solução do todo. 
  • Organização e integração: é a capacidade de organizar e estruturar informações para que elas façam sentido juntas. 
  • Análise de informação: perfis analíticos são mestres na análise de informação, que nada mais é do que entender a origem da informação, o que a caracteriza, relação com outras informações e conceitos e usabilidade. 
  • Questionamento: é o ato de sempre formular perguntas sobre uma situação para conseguir as respostas mais lógicas possível. 
  • Causa raiz: é chegar à origem do problema e resolvê-lo na raiz antes que ele interfira com outras situações. 
  • Previsão: pessoas de perfil analítico conseguem avaliar as chances de risco de uma situação e entender quais podem ser as consequências. 
  • Gerenciamento: é o ato de direcionar e controlar uma atividade e tornar o esforço individual e do grupo mais produtivo. 
  • Tomada de decisão: munida da análise de dados, uma pessoa analítica consegue tomar a decisão que parece mais acertada. 
  • Transferir conhecimento: algo importante para o perfil analítico é passar conhecimentos adiante. 

Pensamento analítico entre as habilidades do futuro 

Entrevistando 18 mil profissionais em 15 países diferentes, o Instituto McKinsey chegou em algumas conclusões sobre o futuro do trabalho e as habilidades que o profissional do futuro deverá ter. 

Entre as soft skills citadas, se destaca o pensamento analítico. 

De acordo com a pesquisa, o papel do profissional no futuro será agregar valor para além do que automações podem fazer. 

Ou seja, esse profissional será capaz de navegar bem pelo digital, mas também terá uma série de soft skills que ajudarão a ser adaptável. 

Além do pensamento analítico, a pesquisa identificou outras 56 competências que compõe o profissional do futuro. 

Elas podem ser divididas em quatro grandes grupos (cognitivas, interpessoais, digitais e de autogestão), mas nós vamos apresentá-las em seis categorias. Confira: 

  • Pensamento crítico e analítico: como o profissional lida com problemas e informações no dia a dia, como encara situações desafiadoras e toma decisões baseadas em dados. 
  • Comunicação e colaboração: saber colaborar com os colegas, escutar ativamente, comunicar decisões com clareza e falar bem em público. 
  • Adaptabilidade: não ser resistente a mudanças e entender todos os aspectos do local onde se encontra, também buscar novas maneiras de fazer algo. 
  • Inteligência emocional: entender seus colegas e gestores antes de tirar uma conclusão, ter empatia e saber resolver conflitos. 
  • Autogestão: ter responsabilidade com entregas e fazer gestão de tempo, mas também tomar as rédeas de sua própria carreira. 
  • Fluência digital: utilizar bem as ferramentas digitais, mas também ter aprendizado constante, curiosidade e buscar por soluções inovadoras. 

Pensamento analítico X pensamento crítico 

É importante aproveitarmos esse espaço para dizer que ter pensamento analítico não é a mesma coisa que ter pensamento crítico. 

De forma geral, o pensamento analítico está dentro da forma crítica de pensar, mas existem diferenças entre eles. 

Como dissemos, pensar de forma analítica pressupõe analisar dados para encontrar uma solução para um problema. Esse pensamento costuma terminar quando se chega a uma conclusão. 

E o que acontece depois disso é o pensamento crítico. Este outro tipo de pensamento pode ser caracterizado pela capacidade de aplicar interpretações às conclusões. 

Ou seja, a partir da conclusão que o pensamento analítico trouxe, você compara com teorias que conhece, pensamentos de autores e experiências para chegar no seu julgamento sobre a situação.  

As etapas do pensamento analítico 

Como dissemos acima, o pensamento analítico compartimentaliza uma situação a fim de buscar uma solução para cada uma das partes antes de solucionar o todo. 

E para que essa análise aconteça, existem algumas etapas que o pensamento analítico segue. Confira a descrição abaixo: 

  1. Identificar possíveis problemas e desafios; 
  2. Criar perguntas que ajudem a entender melhor o problema identificado; 
  3. Colher a maior quantidade possível de informações e dados sobre o problema, 
  4. Prestar atenção às informações que faltam sobre o problema; 
  5. Verificar todas as suposições sobre a solução; 
  6. Analisar o que levou às suposições sobre a solução porque o problema pode estar nelas; 
  7. Compreender o ponto de vista dos envolvidos no problema porque isso também influencia no problema; 
  8. Pensar nas implicações desse problema, nas consequências da solução e o que a decisão vai acarretar.

A importância do pensamento analítico para a sua carreira 

Na vida profissional, ter pensamento analítico é essencial.

Não só porque é uma das habilidades do futuro, mas porque facilita o seu trabalho. 

Pensar de maneira analítica diminui as chances de erros, ajuda a trazer à tona dados relevantes, deixa as tomadas de decisão mais fáceis e economiza tempo, já que você não vai precisar voltar nas suas tarefas para corrigir erros. 

Assim, o seu desempenho e o da sua equipe melhoram, gerando resultados mais positivos para a empresa. 

Como o pensamento analítico ajuda sua vida pessoal 

Ter perfil analítico ajuda também a sua vida pessoal. 

Isso porque você consegue tomar decisões mais acertadas e gerencia melhor seus projetos pessoais. Você também se torna uma pessoa mais confiante e confiável. 

Como desenvolver o pensamento analítico com 9 dicas 

Agora que você já entendeu o que é o pensamento analítico e qual é a importância dele para a sua carreira no futuro, vamos falar sobre como você pode começar a desenvolvê-lo. 

Como dissemos, essa é uma habilidade que depende apenas da análise de dados, portanto, pode ser treinada.

Abaixo, listamos 9 dicas de como desenvolver o pensamento analítico: 

1 Seja mais observador

Observe as pessoas no ambiente de trabalho em busca de padrões, mas não restrinja esse comportamento para o escritório. Observe também as pessoas na rua e dentro da sua família. 

Para além de observar as pessoas, observe também como as coisas funcionam.

Perceba como as tarefas são feitas e como elas refletem no todo. 

2 Leia mais livros

Ler é uma ótima maneira de desenvolver o pensamento analítico, mas não apenas ler.

O ideal é que você tenha uma leitura ativa, ou seja, faça perguntas para si próprio antes e depois da leitura.

A dica aqui é não apenas aproveitar o conteúdo de um livro, mas aprender a pensar sobre ele e captar as mensagens que ele passa. 

3 Pratique jogos de lógica 

Uma boa ideia para treinar sua capacidade de análise é jogar xadrez, sudoku, palavras cruzadas e quebra-cabeças.

Esse tipo de jogo propõe um problema, entrega algumas ferramentas e espera que você consiga utilizá-las para encontrar a solução. 

4 Tente aprender uma coisa nova por dia 

Parte importante desse tipo de pensar é saber relacionar informações, então uma boa maneira de desenvolver um pensamento de análise é aprender coisas novas. 

Pode ser dentro da sua área de trabalho ou por diversão, mas torne hábito o ato de aprender. 

5 Exercite olhar por outros pontos de vista 

Treinar sua capacidade de olhar o mundo pelo ponto de vista de outra pessoa traz não só empatia e tolerância, como a habilidade de entender os porquês do outro. 

Tentar enxergar os motivos de uma pessoa para ter determinada opinião ou visão de mundo ajuda a treinar sua capacidade de análise. 

6 Faça perguntas 

Outro ponto essencial do pensamento analítico é fazer perguntas.

Isso porque, quando você faz perguntas, está explorando uma situação a fim de chegar em uma conclusão. 

Então, treine sempre se perguntar o porquê de algo.

7 Busque saber como as coisas funcionam 

Saber como as coisas funcionam ajuda você a entender processos. 

Seja dentro da sua área de trabalho, seja na sua vida pessoal, pergunte-se como algo funciona e por que funciona de tal maneira. 

8 Analise suas próprias decisões 

Além de observar as outras pessoas e se perguntar como tarefas são feitas e por que, tente também observar a si próprio. 

A jornada de desenvolver uma habilidade sempre vai passar pelo autoconhecimento, então nunca deixe de analisar suas próprias decisões e o que leva você a agir como age. 

9 Busque padrões 

Na hora de relacionar informações e analisar situações, os padrões (e até a falta deles) é essencial.

Por isso, tente observar os padrões do que acontece ao seu redor. 

Isso ajuda a encontrar relações entre coisas que não pareciam ser relacionadas à primeira vista e também ajuda a chegar em soluções criativas. 

Conclusão 

Chegando ao final deste conteúdo, esperamos que tenha ficado claro para você o que é o pensar de forma analítica, como essa habilidade é buscada pelas empresas e por que ela é essencial. 

Também esperamos que você tenha aproveitado nossas dicas de como desenvolver o pensamento analítico. 

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

terça-feira, 11 de abril de 2023

O PAPA FOI ENGANADO OU FEZ VISTA GROSSA PARA OS DELITOS DE LULA?

 

Por

Deltan Dallagnol – Gazeta do Povo

| Foto: EFE

Em entrevista que foi ao ar na última quinta-feira, o Papa Francisco questionou a condenação de Lula, dizendo que não existiam provas contra ele. O trecho com pouco mais de três minutos sobre o assunto, um dos tópicos de uma longa entrevista, pode ser conferido a partir do minuto 40.

O Papa Francisco é uma das principais lideranças cristãs e religiosas do mundo. Neste artigo, para além de expressar meu profundo respeito ao papa, apresento as informações que o papa não conhecia ao fazer seu comentário.

Primeiro, ser cristão e discípulo de Jesus me faz nutrir um profundo respeito pelo Papa. Eu me esforço para aprender diariamente com Jesus, meu maior mestre e inspiração. Busco fortalecer minha fé e minha prática todos os dias com exame de consciência, oração e leitura espiritual.

Jesus me ensinou que o propósito central da vida é amar a Deus e ao próximo. E foi por amor que entrei na Lava Jato e trabalhei manhãs, tardes e noites, com dedicação incansável e permanecendo firme mesmo diante de ameaças, ataques e retaliações.

Quem acha que meu objetivo na Lava Jato era prender pessoas está enganado. Meu propósito sempre foi defender os brasileiros que sofrem com o desvio de dinheiro público: com mortes em hospitais, uma educação pobre, falta de segurança e poucas oportunidades. Ao lutar por justiça, meu combustível sempre foi a compaixão.

Compaixão e indignação são duas faces da mesma moeda. Foi por compaixão que Jesus expressou sua indignação contra a corrupção dos governantes, virando as mesas do templo, o centro do governo judaico, por ter se transformado num covil de ladrões. Essa foi a única vez que a Bíblia descreve Jesus usando a força física contra a injustiça.

E foi por amor que entrei na Lava Jato e trabalhei manhãs, tardes e noites, com dedicação incansável e permanecendo firme mesmo diante de ameaças, ataques e retaliações

O primeiro grande opositor da corrupção política brasileira foi um cristão, padre Antônio Vieira. Ele foi muito corajoso em confrontar os governantes corruptos brasileiros, debaixo do risco de vinganças e retaliações. Para ele, a corrupção era a origem das nossas doenças e o verdadeiro ladrão não era o de galinhas, mas o governante que roubava e despojava os povos.

A dor desses povos despojados, especialmente dos pobres, faz pulsar o coração de muitos cristãos como o do Papa Francisco. Quando foi escolhido para ser o novo papa, dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, abraçou-o e disse “não se esqueça dos pobres”. Como o papa conta, esse se tornou o seu sonho, o de uma igreja que cuide dos pobres, o que foi a razão da escolha de seu nome papal, inspirado na vida de Francisco de Assis.

O cuidado dos pobres passa necessariamente pelo combate à corrupção. Políticos corruptos que sequestram o Estado usurpam os direitos de todos, mas quem mais sofre com isso são os pobres, justamente por dependerem mais dos serviços estatais de saúde, educação e segurança. Petrolão e Mensalão tiravam o dinheiro do povo que corria para farras de guardanapos, contas no exterior, malas em apartamentos, festas e triplex. É uma ilusão achar que quem rouba o país cuida dos pobres.

Justamente por isso o próprio Papa Francisco afirmou, em 2017, que “a corrupção deve ser combatida com força. É um mal baseado na idolatria do dinheiro que fere a dignidade humana”. Em 2021, ele endureceu as regras contra a corrupção no próprio Vaticano.

No ano passado, o papa sublinhou que os cristãos não podem ser indiferentes à corrupção num mundo cheio de “condutas desonestas, políticas injustas e egoísmos que dominam as escolhas dos indivíduos e das instituições”. Somos chamados a fazer o bem, disse ele. Eu não poderia concordar mais.

O cuidado dos pobres passa necessariamente pelo combate à corrupção. Políticos corruptos que sequestram o Estado usurpam os direitos de todos, mas quem mais sofre com isso são os pobres, justamente por dependerem mais dos serviços estatais de saúde, educação e segurança

Tendo expressado meu imenso respeito ao papa e que compartilho dos mesmos valores e princípios bíblicos que levam os cristãos a lutar contra a corrupção, devo dizer: o que existiu contra Lula foi um processo correto que fez valer a lei contra a corrupção, porque encontrou um caminhão de provas de que Lula era culpado de um esquema de desvios e lavagem de dinheiro.

Eu tenho certeza absoluta de que não foram levadas ao Papa Francisco todas as informações que constam nas acusações e condenações, por isso vou retratar um pouco do conteúdo da Lava Jato que é de conhecimento público, mas é essencial para entender o caso Lula.

Acredito que não contaram ao papa que há provas do desvio de dezenas de bilhões de reais da Petrobras e de outros órgãos e ministérios por parte de pessoas nomeadas diretamente por Lula, que criminosos confessos devolveram 15 bilhões de reais e que as empreiteiras beneficiadas nos esquemas deram benefícios milionários para Lula.

Creio que o papa não soube, por exemplo, das adulterações documentais e provas que demonstraram, segundo a Justiça, que o triplex foi dado pela OAS para Lula como contrapartida de benefícios que este concedeu à empreiteira quando era presidente. Aposto que o papa não sabe, ainda, que a empreiteira OAS colocou cozinhas caríssimas no triplex e no sítio usados por Lula sem cobrar um real por isso de ninguém.

Será que informaram o papa de que as empreiteiras que investiram milhões na reforma do triplex e do sítio usado por Lula não faziam esse tipo de serviço pequeno para ninguém, mas sim construíam grandes obras de engenharia como pontes, usinas e estradas?

Soube o papa que as condenações de Lula mostraram que o dinheiro para essas obras que beneficiaram Lula não saiu do seu bolso, mas foram pagas por meio de obras cartelizadas, superfaturadas ou irregularmente concedidas pelo governo petista? Contaram para o papa que havia planilha para controlar os valores das propinas devidas e pagas ao governo?

Será que o papa sabe que Lula e seu partido jamais expulsaram José Dirceu, que era braço direito de Lula quando o esquema de corrupção Mensalão aconteceu e foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, não só no Mensalão, mas também na Lava Jato? Será que o papa sabe que Lula elogiou recentemente Dirceu no aniversário do Partido dos Trabalhadores, como se fosse um político modelo?

Talvez não tenham contado ao papa que o apartamento do lado de onde Lula morava em São Bernardo do Campo foi comprado com dinheiro da Odebrecht e que ele quebrou a parede e passou a usar o apartamento como seu, conforme o Ministério Público apontou no terceiro processo contra Lula.

Creio que o papa não soube, por exemplo, das adulterações documentais e provas que demonstraram, segundo a Justiça, que o triplex foi dado pela OAS para Lula como contrapartida de benefícios que este concedeu à empreiteira quando era presidente

Será que contaram ao papa que mais de duzentos criminosos confessaram seus crimes e devolveram valores que variaram entre poucos milhões até bilhões? Que um gerente da Petrobras e um ex-governador do Rio tinham 100 milhões de dólares cada em contas no exterior?

Será que o papa soube que dezessete empreiteiras reconheceram seus crimes, incluindo as que pagaram propinas a Lula, como a OAS que assinou acordo no valor de 1,9 bilhão de reais, e a Odebrecht que se comprometeu a devolver 2,7 bilhões de reais? E tomou conhecimento de que esse trabalho envolveu centenas de agentes públicos?

É importante contar para o papa que os processos contra Lula não foram uma armação. Foram movidos por um conjunto de quinze a vinte procuradores só na primeira instância, todos concursados, com grande experiência e respeitados pelos trabalhos que fizeram ao longo de sua história no Ministério Público.

E será que o papa sabe que vários desses procuradores que acusaram Lula e pediram sua condenação por crimes haviam votado em Lula, mas apresentaram a acusação para cumprir o seu dever com a verdade e a justiça? Será que o papa tem conhecimento de que dentre os procuradores havia vários progressistas?

Acredito que não relataram ao papa que Lula não foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro apenas por Moro, mas também por outra juíza, a Gabriela Hardt. E será que tem conhecimento de que quatro desembargadores mantiveram as condenações e de que quatro Ministros do Superior Tribunal de Justiça já haviam confirmado a primeira delas?

Será que o papa sabe que o Supremo Tribunal Federal não absolveu Lula nem analisou o mérito do seu caso, mas anulou o processo por questões formais, em uma decisão de 7 votos contra 4? E será que tomou conhecimento de que, dentre os 7 ministros vitoriosos, 4 foram nomeados pelo próprio Lula?

Papa Francisco é uma pessoa boa, correta e tenho certeza de que não sabe disso tudo. Na disputa de narrativas, as pessoas sofrem a influência de quem grita mais e mais alto. Lula e o PT sabem que uma mentira gritada mil vezes vira “verdade” e conseguiram iludir muita gente – até o papa.

E se você ficou chateado e quer parar de ir à igreja por conta disso, você está errado. Primeiro, porque a solução é outra: a disseminação das informações verdadeiras e o exercício da cidadania. O próprio papa disse em 2013 que “devemos estar sempre em guarda contra o engano”.

Segundo, porque a razão que nos une em igreja não é uma discussão sobre um caso criminal, mas o compromisso último da existência, a nossa fé em Cristo. O que nos une em igreja no fundo não são pessoas, mas Deus.

Meu propósito é amar e servir a Deus e aos homens, fazendo o meu melhor. Acredito no amor, na compaixão, na indignação santa e na justiça. Por isso, seguirei lutando com perseverança e com todas as forças pelo que eu amo e acredito, levando informações a todos para que o bem, a verdade e a justiça possam, no fim, prevalecer.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/deltan-dallagnol/lula-enganou-ate-o-papa-francisco/?utm_source=salesforce&utm_medium=emkt&utm_campaign=newsletter-combateacorrupcao&utm_content=combateacorrupcao

Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados

OPOSIÇÃO SE ORGANIZA PARA FISCALIZAR OS MINISTÉRIOS DO GOVERNO LULA

23 áreas

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo


Oposição se inspira no modelo de “shadow cabinet”| Foto: EFE/ Andre Borges

A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional deu mais um passo no processo de organização e coordenação do enfrentamento e monitoramento à gestão petista. Opositores da Câmara dos Deputados e do Senado irão anunciar nesta terça-feira (11) a formação de uma estrutura que terá por objetivo fiscalizar as ações do governo, os chamados “ministérios-espelhos”.

Cada ministro e ministério de Lula terá um parlamentar responsável “por fiscalizar e apresentar contrapropostas” para a pasta que escolheu para ser ‘espelho’, explica o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP). Ele atuará nessa tarefa em relação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Dessa forma, a oposição vai organizar a divisão de tarefas e promover a fiscalização especializada dos principais ministérios do governo Lula no que diz respeito às políticas públicas e aos contratos públicos, e também quer dar transparência e publicidade à atividade fiscalizatória exercida pelo Congresso.

Os opositores também têm como objetivo promover a participação da sociedade civil na atividade parlamentar fiscalizatória mediante conselhos de especialistas nas políticas públicas e contribuir para o aperfeiçoamento dessas medidas por meio do exame crítico, organizado, especializado e transparente. Outro ponto será o exame crítico dos contratos e gastos ministeriais, por meio do qual se quer incentivar a integridade na gestão da coisa pública.

A criação dos “ministérios-espelhos” é a concretização maturada de uma proposta organizada pelo líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), que iniciou a montagem de uma equipe especializada em diversas áreas para acompanhar criticamente a rotina do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios.

Marinho se inspirou no modelo de “shadow cabinet” (gabinete sombra, em tradução livre do inglês) utilizado em países parlamentaristas, como o Reino Unido. Nele, partidos de oposição rastreiam cuidadosamente ações governamentais e se preparam para assumir o poder em caso de vitória nas eleições seguintes, com propostas alternativas. No modelo original, contudo, o “gabinete” é composto por parlamentares “espelho”, que fiscalizam diretamente ministros que são as suas contrapartes no governo.

VEJA TAMBÉM:

Lula chega aos 100 dias de governo com crises, contradições e baixa popularidade

Com críticas a Bolsonaro, Lula faz balanço dos primeiros 100 dias de governo

Governo ignora “herança bendita” de projetos que podem melhorar ambiente de negócios


Quem são os “ministros-espelhos” que fiscalizarão o governo Lula

O anúncio dos “ministros-espelhos” está marcado para as 16h30 desta terça-feira, no Salão Verde da Câmara. O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que será o “espelho” do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), promete uma atuação “implacável, programática e estratégica”.

“Vamos manter o pique [da organização da oposição] e teremos, naturalmente, mais uma semana de ‘bombardeio’ [ao governo]”, destaca Melo em referência à expectativa de comparecimento de oito ministros de Lula à Câmara, entre terça e quarta-feira (12), em atendimento a convites articulados por opositores do governo.

O deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) será um dos que irão atuar na fiscalização da ações do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta é comandada por Flávio Dino (PSB) na gestão petista.

Ao todo, serão anunciados 23 “ministérios-espelhos”, dos quais duas “pastas” terão um trabalho conjunto feito por mais de um parlamentar, segundo um arquivo interno da oposição obtido pela Gazeta do Povo. Confira:

Economia: deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP);
Justiça e Segurança Pública: deputados Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e Alfredo Gaspar (União Brasil-AL);
Educação: deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE);
Saúde: deputadas Adriana Ventura (Novo-SP) e Rosângela Moro (União Brasil-SP);
Relações Exteriores: deputado Marcel van Hattem (Novo-RS);
Transportes: senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS);
Direitos Humanos: senador Eduardo Girão (Novo-CE);
Mulher: deputada Chris Tonietto (PL-RJ);
Defesa: deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP);
Minas e Energia: deputado Alex Manente (Cidadania-SP);
Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar: deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES);
Meio Ambiente: deputado Pedro Aihara (Patriota-MG);
Planejamento: deputado Gilson Marques (Novo-SC);
Advocacia-Geral da União (AGU): deputado Sanderson (PL-RS);
Esporte: deputado Luiz Lima (PL-RJ);
Trabalho: deputada Any Ortiz (Cidadania-RS);
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços: deputado Joaquim Passarinho (PL-PA);
Agricultura e Pecuária: senadora Tereza Cristina (PP-MS);
Pesca: senador Jorge Seif (PL-SC);
Previdência: deputado Samuel Viana (PL-MG);
Cidades: deputado Amon Mandel (Cidadania-AM);
Secretaria de Comunicação Social (Secom) e Ministério das Comunicações: deputado Maurício Marcon (Podemos-RS);
Ciência e Tecnologia: senador Marcos Pontes (PL-SP).
Como foram definidos os “ministros-espelhos” e o que esperar da atuação
Sem um “primeiro-ministro” para liderar a atuação dos “ministérios-espelhos”, seus integrantes foram definidos por afinidade e atuação na respectiva “pasta” ministerial, esclarece o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). “Eu sou forte na parte econômica e tributária, e também na de relações exteriores e defesa [nacional]”, destaca.

Orleans e Bragança diz que sua atuação se dará primordialmente com membros de seu gabinete, mas esclarece que a oposição está alinhada e disposta a atuar de maneira conjunta em áreas de mútua afinidade com outros “ministros-espelhos”. “A função de ter um ministério paralelo é, primeiro, fazer a cobrança como deve ser feita. Segundo, é já criar uma experiência parlamentarista, o Brasil está inexoravelmente indo para este lado. Terceiro, é focar deputados na sua ação, e é importante você ter um deputado ou outro que tenha foco de ação e de uma maneira mais explícita”, sustenta.

O deputado do PL considera que o Brasil está “indefeso” e peca pela “omissão” na área de defesa nacional. “Os militares falam da falta de recursos, mas eu penso que é falta de alocação correta e definição de que tipo de Exército a gente tem, que ainda adota um modelo antigo, mas as Forças Armadas estão ficando cada vez mais modernizadas no mundo e estamos muito atrás na corrida tecnológica. Nossa função é monitorar o que o Ministério [da Defesa] está fazendo e propor mudanças, ajustes, ver se está tudo condizente”, comenta.

Já o deputado Joaquim Passarinho tem uma área de atuação forte nos setores de Minas e Energia e também na área de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, até mesmo por sua atuação em frentes parlamentares ligadas à defesa de setores produtivos e do empreendedorismo. Como “ministro-espelho” do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) — que também é o titular do Mdic —, ele se compromete a promover uma fiscalização e oposição construtiva.

“Farei pedido de audiência ao ministro até para dizer que não há uma definição de chegar lá e fazer oposição por fazer, mas sim acompanhar se o ministério está trabalhando, se as propostas faladas dão certo, se têm andamento ou não”, afirma. “Se o governo fizer coisa que a gente acha que está errado ou trabalhando de maneira errada, vamos denunciar e tentar consertar os rumos”, acrescenta.

Passarinho destaca que a própria composição dos integrantes e dos partidos que integrarão os “ministérios-espelhos” denota o interesse da oposição em promover um trabalho de fiscalização firme e criterioso, mas construtivo. “Não tem um único partido político certo, é uma mistura. A grande maioria é um pessoal mais de centro, centro-direita, que não quer discutir [em torno do ex-presidente Jair] Bolsonaro, mas sim fazer um apanhado do que acontece no governo [Lula] e fazer a critica construtiva”, diz. “Até para dizer se o governo tem boas ideias e dinheiro, ou não, e por que”, complementa.

Quais os compromissos firmados pelos “ministros-espelhos”
Até por se tratar de um modelo inaugural para o Brasil do ponto de vista pluripartidário, os “ministérios-espelhos” estão preparados para aprender com erros e acertos, e analisar os efeitos obtidos e corrigir as falhas ao longo do caminho. Para isso, seus coordenadores definiram compromissos e práticas de fiscalização.

A ideia é que cada “ministro-espelho” designe ao menos um assessor parlamentar de seu gabinete para atuar nas atividades e incentive a sociedade civil a participar de sua “pasta”, de modo a contribuir para as atividades de fiscalização. Também ficou definida a meta de divulgar relatórios trimestrais sobre a avaliação das atividades do ministério espelhado, sempre na primeira segunda-feira de cada trimestre.

Outro compromisso firmado é a divulgação anual, na primeira quinzena de março, de um relatório de avaliação sobre as atividades das pastas fiscalizadas referente ao ano anterior. Os “ministros-espelhos” também deverão participar de reuniões bimestrais, em que irão compartilhar aprendizados e estratégias.

O deputado Maurício Marcon classifica a fiscalização de um governo como uma das mais importantes funções de um parlamentar, sobretudo em um terceiro governo Lula. “Tendo em vista que hoje o nosso país é novamente governado por uma força política com histórico completamente manchado e confessadamente movido por um espírito de vingança, a atividade fiscalizatória ganha ainda mais importância”, destaca.

Para isso, ele entende que a definição dos compromissos e metas será importante para que a oposição tenha um bom grau de unidade estratégica, possa explorar o melhor de cada parlamentar e evitar retrocessos. “Vamos dividir tarefas e coordenar as ações de fiscalização de contratos e políticas públicas do governo Lula. A ideia é estimular a integridade na gestão pública e evitar a consumação de retrocessos com os quais o governo petista ameaça o Brasil, defendendo os princípios e valores básicos da Constituição: Democracia, Estado de Direito e independência e equilíbrio entre os poderes, por exemplo”, sustenta.

Em seu caso específico, de ser o “ministro-espelho” ligado às áreas de comunicação, ele atribui a afinidade com o setor à sua defesa da liberdade de expressão. “Que, com a internet, passou por um processo de democratização do acesso à informação. Isso incomoda muito aquelas elites políticas e econômicas que pretendem controlar o discurso alheio, calar e censurar opositores e concorrentes e minar a liberdade de manifestação em nosso país”, comenta. “Os brasileiros podem esperar de mim e de meu gabinete uma firme oposição a esse tipo de iniciativa corrupta e totalitária e, por isso, uma atuação sempre em evolução e articulada com o restante do grupo na fiscalização da comunicação do governo Lula”, acrescenta.

Como os “ministérios-espelhos” planejam fiscalizar o governo Lula
Os “ministros-espelhos” deverão promover a análise das políticas públicas adotadas pela pasta fiscalizada, promover análise comparativa das políticas públicas com a de outras administrações nacionais ou internacionais, atuais ou anteriores, além de formar grupos de especialistas da sociedade civil para a análise de políticas públicas do ministério espelhado.

Outras práticas de fiscalização previstas são a promoção de análise do orçamento, contratos e gastos públicos do ministério espelhado; a formação de grupos de especialistas da sociedade civil para a análise das políticas públicas; a realização de sugestões de medidas alternativas ou de aperfeiçoamento das políticas públicas existentes; a investigação e análise a respeito dos beneficiários intermediários e finais das emendas parlamentares do ministério espelhado, bem como dos locais em que são aplicados os recursos.

Também existe a ideia de formar grupos de cidadãos para a análise do orçamento, contratos e gastos públicos do ministério espelhado; a formulação de relatórios contendo análises das secretarias do ministério espelhado, de sua organização e composição; a análise da vida profissional, política e de antecedentes criminais dos ministros espelhados e seus secretários; e a realização de sugestões de políticas públicas alternativas ou de aperfeiçoamento das políticas públicas existentes.

O deputado Gilson Marques diz que a experiência com as práticas de fiscalização não é nova para ele e os deputados do Novo na Câmara. “Nós, na legislatura passada, éramos o único [partido] que tinha um setor específico de fiscalização e, mesmo com a bancada reduzida, ainda permanecemos muito atuantes”, destaca.

Com três deputados e um senador, o Novo é o único partido a ter todos os seus integrantes do Congresso entre os “ministérios-espelhos”. Marques enfatiza que a legenda se notabilizou pela judicialização de propostas consideradas ilegais e entende que a experiência pode ajudar todo o grupo opositor a replicar a linha de atuação contra o governo Lula.

Qual é a linha de atuação que opositores planejam adotar com o governo
Antes mesmo do anúncio programado, deputados e senadores conversavam entre si em grupos de parlamentares, inclusive compartilhando ideias e promovendo análises de viabilidade de ações contra o governo Lula, ou mesmo de auxílio e troca de experiências. A ideia, agora, é ampliar isso no modelo de “ministérios-espelhos”.

Na prática, o grupo de fiscalização vai promover uma coordenação junto às estratégias já organizadas pela oposição. A ideia, portanto, é que os “ministros-espelhos” atuem para a convocação de audiências públicas e entrevistas coletivas; requisitem informações; e provoquem o governo por meio das comissões especializadas ou nas comissões de Fiscalização e Controle da Câmara e do Senado; e promovam a interlocução com as comissões temáticas do Congresso relacionadas ao ministério espelhado.

Também há o interesse de que o grupo abra editais para a inscrição de especialistas e cidadãos interessados em participar de conselhos de fiscalização e envie a apuração de possíveis irregularidades que tiver conhecimento ao Ministério Público, à Polícia Federal (PF), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Oposição também quer comissão externa para monitorar governo
Os opositores também querem promover uma comissão externa para fiscalizar o governo. O objetivo é que a comissão possa realizar o deslocamento para a fiscalização, usar a estrutura da casa para reservas de plenário para a realização dos trabalhos na Casa legislativa, bem como da estrutura de áudio e vídeo de transmissão via internet.

A comissão externa poderá definir a quantidade de membros e sua composição sem observar a proporcionalidade partidária. Para fiscalizações em território nacional, será permitido o afastamento autorizado por oito sessões e de 30 sessões para a fiscalização no exterior. Seus membros ficarão responsáveis por auxiliar a aprovação de requerimentos de informação; convidar ministros e membros do governo para audiência pública; realizar audiências públicas, produzir relatórios parciais e finais com a ajuda da consultoria legislativa da Casa.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/oposicao-lanca-ministerios-espelhos-fiscalizar-acoes-governo-lula/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

RICARDO LEWANDOWISK MINISTRO DO STF APOSENTA A PARTIR DE HOJE

Editoriais
Por
Gazeta do Povo


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski.| Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Esta terça-feira, 11 de abril, marca a despedida de Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal. O ministro, que completa 75 anos em 11 de maio, decidiu antecipar em um mês sua aposentadoria. Indicado ao STF em 2006, no primeiro mandato de Lula, Lewandowski faz parte daquela minoria de ministros que já tinha carreira na magistratura antes de chegar à suprema corte. Infelizmente, o legado que ele deixa em sua passagem de 17 anos pelo STF ajuda a compreender todo o processo de descrédito pelo qual o Supremo vem passando nos últimos anos.

Apesar disso, é preciso também ressaltar que, ao menos quando estava em jogo a defesa da vida e da família, ou outros temas importantes de ordem moral, Lewandowski se destacou por estar do lado correto. Em 2012, apenas ele e Cezar Peluso foram contrários à liberação do aborto de fetos anencéfalos. Mais recentemente, em 2019, ele e Dias Toffoli foram os únicos votos contra a equiparação da homofobia ao racismo, e Lewandowski também votou contra o reconhecimento de uniões estáveis simultâneas, o que equivaleria a um reconhecimento da bigamia no Brasil. Mesmo quando aceitou o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas, em 2008, reconheceu que o embrião tinha direitos a serem tutelados e afirmou que embriões viáveis não poderiam ser destruídos. Não seria exagero presumir que, em um eventual julgamento da ADPF 442, que pretende descriminalizar o aborto no Brasil, Lewandowski seria um voto em favor da vida do nascituro.

Apesar de bons votos em temas como a defesa da vida e da família, Lewandowski se destacou também pelo ativismo judicial e, especialmente, por seus votos sempre favoráveis aos réus em escândalos como o mensalão e o petrolão

Os elogios, entretanto, terminam aí, pois fora destes temas Lewandowski acabou se revelando um péssimo intérprete da Constituição, isso quando não resolveu ser seu redator. Especialmente significativo foi o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, quando Lewandowski, que presidia a sessão do Senado, aceitou passivamente que os senadores cassassem a presidente, mas mantivessem seus direitos políticos, por mais que o artigo 52 da Carta Magna fosse claro sobre o caráter automático da inabilitação como consequência do impeachment. Já o Lewandowski ativista judicial se revelou principalmente quando estava em jogo o destino e a governança de empresas estatais: em 2018, o ministro proibiu que o governo vendesse estatais sem autorização do Congresso, interpretando a Constituição em desacordo com o constituinte, para quem a presença direta do Estado na economia era uma exceção, não a regra; mais recentemente, liminar sua derrubou um trecho da Lei das Estatais devidamente aprovado pelo Congresso e que nada tinha de inconstitucional, em decisão que abriu novamente as portas a indicações políticas. Embora não diga respeito a votos ou decisões, também foi extremamente lamentável o episódio ocorrido dentro de um avião, quando o ministro ameaçou de prisão um advogado que se dirigiu a ele fazendo críticas ao Supremo.

No entanto, o que deve realmente se consolidar como a marca de Lewandowski no STF é seu papel nos casos de corrupção que teve de julgar. Na ação penal do mensalão, atuando como revisor, ele foi a nêmesis do relator Joaquim Barbosa, sempre pleiteando a absolvição ou a redução de penas dos responsáveis pelo que era, até então, o maior esquema de corrupção da história do país – se não pelos valores movimentados, pela intenção clara de fraudar a democracia brasileira pela compra de apoio parlamentar a Lula. E, quando o mensalão foi substituído por um esquema ainda maior e mais grave, o petrolão, Lewandowski continuou sendo voto certo em favor dos réus, tanto no plenário quanto na Segunda Turma. Das anulações de julgamentos por puro formalismo à surreal suspeição de Sergio Moro, o desmonte completo da Lava Jato no STF não teria sido possível sem Lewandowski. Por mais que o ministro estivesse completamente convencido de que fazia a coisa certa, objetivamente seus votos ajudaram a enviar uma “mensagem de leniência em favor da corrupção”, nas palavras certeiras do então procurador e hoje deputado Deltan Dallagnol.

VEJA TAMBÉM:
Lewandowski abre a porteira para indicações políticas nas estatais (editorial de 17 de março de 2023)
Ameaça às privatizações (editorial de 9 de julho de 2018)
Lewandowski e as críticas ao Supremo (editorial de 5 de dezembro de 2018)


Pelo conjunto da obra, portanto, Lewandowski encerra sua passagem pelo Supremo sem deixar muitas saudades. Ele só será lembrado com alguma nostalgia em termos comparativos, no caso de Lula resolver substituí-lo por alguém que seja igualmente “garantista” na hora de julgar os casos de corrupção, mas que, ao contrário de Lewandowski, também compre todo o pacote militante-identitário que tem caracterizado a esquerda nos últimos anos. Dado o gosto de Lula por depredar instituições, este infelizmente é um cenário bem possível, e que só não se tornará realidade se o Senado finalmente abandonar uma longa tradição de “carimbador” de escolhas presidenciais e cumprir seu papel de zelar para que as cadeiras do Supremo sejam ocupadas por pessoas dignas da tarefa de guardar a Constituição.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/ricardo-lewandowski-aposentadoria-legado/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

FALA PRECONCEITUOSA DE JANONES NÃO É INVESTIGADA

 

Duplo-padrão
Homofobia do bem?
Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo


Na Câmara, deputado André Janones chamou Nikolas Ferreira de “chupetinha”, apelido criado após viralização de vídeo pornográfico falso| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

As semanas que se seguem à ofensa homofóbica que o deputado federal André Janones (Avante-MG), aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dirigiu ao colega Nikolas Ferreira (PL-MG) durante audiência na Câmara dos Deputados no final do mês passado, em 28 de março, trouxeram um detalhe interessante: as principais entidades LGBT, de abrangência nacional, evitaram se manifestar sobre o assunto. Outras autoridades, partidos e parlamentares que costumam se posicionar sobre temas correlatos também ignoraram o episódio.

A ausência de notas de repúdio ou denúncias à Justiça causa estranheza, uma vez que o próprio Nikolas Ferreira foi alvo de uma série de medidas desse tipo no último dia 8 de março após ter protagonizado um episódio, em uma sessão na Câmara, em que colocou uma peruca loira e intitulou-se “deputada Nikole” para fazer críticas à ideologia de gênero.

Na ocasião, associações representativas da comunidade LGBT, como a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas, acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma notícia-crime contra o deputado. A bancada do PSOL na Câmara também ingressou com uma notícia-crime no STF por suposta transfobia e chegou a pedir a cassação do mandato do parlamentar. Outras entidades, como o Ministério Público Federal (MPF), divulgaram notas de repúdio à fala do deputado do PL. As declarações de Ferreira motivaram, ainda, uma “reprimenda pública” do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), por “exibicionismo” e “discurso preconceituoso”.

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP), uma das que assinaram pedido de cassação do mandato de Nikolas Ferreira por suposta transfobia, foi outra que ignorou o episódio. No dia seguinte à ofensa, pelo Twitter, ela compartilhou uma publicação que questionava seu silêncio quanto ao caso acrescentando uma frase irônica: “Estou trabalhando”, disse a deputada.

Já o deputado alvo das ofensas de Janones questionou o duplo padrão de tratamento em relação a supostos discursos homofóbicos: “A tara da esquerda é acusar hétero de ser gay. Usam a homossexualidade como ofensa”, questionou o deputado pelas redes sociais.

VEJA TAMBÉM:
André Janones defende uso de fake news contra Bolsonaro: “É pela democracia”
Autor de fake news, Janones faz sucesso ao defender radicalização “pela democracia”


Ofensa homofóbica não foi advertida por deputado petista que conduzia a audiência
A ofensa de cunho sexual ocorreu durante a audiência na Câmara dos Deputados com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Durante o tempo que Nikolas Ferreira dispunha para fazer sua pergunta ao ministro, Janones chamou o colega de “chupeta” e “chupetinha” seguidas vezes (veja o vídeo).

“Ó o chupetinha tumultuando”, disse Janones em uma das interrupções. Após Ferreira pedir que a contagem do tempo fosse parada devido à interrupção, o aliado de Lula prossegue: “Nikole! Deixa a Nikole falar”. “Posso continuar?”, pergunta o parlamentar do PL ao deputado Rui Falcão (PT-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que conduzia a audiência. “Vai, chupetinha”, grita novamente Janones.

Ao ser interceptado mais uma vez, Ferreira interrompeu sua fala e passou a questionar o teor das ofensas. “Presidente, só uma questão antes do meu tempo. Se eu faço isso aqui com qualquer deputado, me colocam no Conselho de Ética. Todo mundo aqui é adulto para poder ver que isso aqui aconteceu. Então, presidente, que o senhor tome alguma decisão quanto a isso, porque se fosse o contrário estava todo mundo ovulando já. Vamos ser no mínimo justos”.

Novamente, no meio desta fala, Janones o interrompe. “Cala a boca e fala logo, rapaz” e “parabéns, chupeta”, diz, com o microfone aberto enquanto todos os demais haviam sido silenciados pelo presidente da CCJ, que não advertiu o parlamentar ofensor.

VEJA TAMBÉM:
Influenciador digital diz que acabou a “esquerda paz e amor”

Alcunha “chupetinha” foi criada após Janones relacionar Nikolas Ferreira a vídeo pornográfico falso
O emprego das palavras “chupeta” ou “chupetinha” em relação a Nikolas Ferreira teve início durante a campanha eleitoral do ano passado, semanas antes da votação em segundo turno para a presidência. Enquanto Janones atuava nas redes sociais como um dos principais cabos eleitorais de Lula, Ferreira fazia campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em uma das várias postagens polêmicas, o parlamentar pró-Lula compartilhou um vídeo pornográfico em que apareciam dois homens fazendo sexo oral. Como um dos atores tinha semelhança física com Nikolas Ferreira, Janones passou a afirmar nas postagens que era o parlamentar rival quem participava da cena, o que resultou em uma série de compartilhamentos. O caso ganhou espaço em alguns veículos de imprensa, que não apontaram diretamente que se tratava de uma correlação falsa.

Mesmo assim, nos dias seguintes Janones dirigiu seguidamente ironias relacionadas a sexo oral ao colega parlamentar. “Mete a boca Nikolas”, disse em uma publicação. “Isso aí, abre a boca. Você já aguentou muita porra calado. Força!”, escreveu em outra postagem. Dias depois, o deputado começou a usar a palavra “chupetinha” em referência a Ferreira.

Agora, entretanto, o apoiador de Lula nega que o emprego da ofensa tenha a ver com conotação sexual. Em nota divulgada pelo Twitter nesta tarde, o parlamentar disse que “o apelido chupeta, até onde sei, não tem qualquer relação com a orientação sexual do deputado bolsonarista”.

Segundo Janones, quem teria criado o rótulo seria o influenciador Felipe Neto, que também fez campanha eleitoral para Lula. No mês passado, Neto passou a fazer parte de um grupo de trabalho criado pelo Ministério dos Direitos Humanos, do governo federal, que teria como objetivo combater “discursos de ódio”. O próprio influenciador, entretanto, ignorou a conotação homofóbica da fala de Janones e foi às redes sociais comemorar a declaração: “Ver o Brasil inteiro chamando esse mlq de chupetinha é um dos maiores orgulhos q tenho na vida”, tuitou. Felipe Neto é um dos entusiastas da regulamentação das redes sociais, defendida pelo governo Lula. Para ele, a medida reduziria ofensas e discurso de ódio na internet.

CURSO GRÁTIS

Ponto de partida para entender o conservadorismo
O curso apresentará um ponto de partida para a compreensão do conservadorismo moderno, do seu surgimento ao atual contexto brasileiro.

INSCREVA-SE!
PL levará caso ao Conselho de Ética; deputado processa Janones por homofobia

No dia seguinte à agressão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, pelas redes sociais, que o Partido Liberal (PL) faria uma denúncia no Conselho de Ética da Câmara contra André Janones, o que ainda não ocorreu. “Telefonei de manhã para o presidente Valdemar do PL, legitimado a representar no conselho de ética, e ficou acertado que o PL ingressará contra o dep. Janones no conselho de ética. Outras medidas estão sendo estudadas também”, afirmou Eduardo Bolsonaro.

Já o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) informou que protocolaria uma denúncia ao STF e à Procuradoria-Geral da República (PGR) pela prática do crime de homofobia. “Ontem vocês presenciaram na CCJ o absurdo de o André Janones chamando o deputado Nikolas de chupetinha. Nós não vamos tolerar esse tipo de comportamento. A denúncia foi feita. André Janones vai responder pelo crime de homofobia”, disse.

Condenado por fake news, Janones coleciona discursos de ódio nas redes sociais
Nas eleições do ano passado, André Janones assumiu a linha de frente de uma campanha eleitoral pró-Lula pela internet em que defendeu enfaticamente o uso de fake news contra a campanha do rival, Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, uso de fake news, a linguagem sensacionalista e a radicalização do debate serviriam para “combater o fascismo e a extrema-direita”.

Em uma das notícias falsas divulgadas pelo deputado, a Justiça Eleitoral determinou a exclusão da postagem quando a mensagem já havia sido compartilhada mais de 5 mil vezes somente no Twitter.

Uma radicalização ainda maior veio após o resultado do primeiro turno. Em publicações diversas, o deputado fez acusações ou suposições, sem provas, de que Bolsonaro seria agressor de mulheres e praticante de canibalismo, que reduziria o salário mínimo em eventual novo mandato e que teria feito um “pacto” na maçonaria – esta última fake news tinha com foco aumentar a rejeição do ex-presidente pelo eleitorado cristão.

Janones também tentou cunhar em Bolsonaro o rótulo de pedófilo, assim como fez com o próprio Nikolas Ferreira. Em ambos os casos, a narrativa ficou apenas na especulação e as provas nunca apareceram.

Durante a campanha, o deputado sustentou diversas vezes que eventual vitória de Lula contra Bolsonaro significaria o “amor vencendo o ódio”. No entanto, dias após o resultado das urnas, no qual Lula saiu vencedor, o parlamentar fez uma série de postagens nas redes socais em que se refere a eleitores que votaram em Bolsonaro como “raça maldita” a ser eliminada.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/homofobia-do-bem-entidades-lgbt-ignoram-fala-andre-janones-aliado-lula-contra-nikolas-ferreira/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

POLÍCIA PRENDE E A JUSTIÇA SOLTA E DEIXA OS BANDIDOS NA RUA NOVAMENTE

 

Segurança pública

Por
Alexandre Garcia


“Polícia prende, Justiça solta” tem se tornado uma frase adequada para descrever o que vem ocorrendo em tribunais Brasil afora.| Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Eu tenho falado aqui sobre as causas da invasão da creche e a morte de quatro crianças por um desviado mental, um monstro, que pulou um muro com uma machadinha. Monstro que já tinha passado pela polícia várias vezes, só que estava na rua. Eu tenho salientado que não é o videogame, não é a televisão, não é arma de fogo, não é ódio, não é nem falta de polícia, é falta de lei e justiça.

A Gazeta do Povo mostrou que, por exemplo, agora em 13 de março, o Tribunal de Justiça de São Paulo mandou soltar um sujeito que já tinha sido condenado por roubo, extorsão, desobediência, desacato… A polícia mandou que ele parasse, e ele fugiu de carro. Houve uma perseguição de 20 minutos pelas ruas de São Paulo, inclusive com helicóptero. Ele bateu em vários carros, abandonou o seu veículo, na fuga pegou um bebê que ele viu pelo caminho, foi preso e o tribunal mandou soltar. Sabem qual a razão da soltura dele? Foi legítima defesa, “autodefesa” instintiva. Que bonito, todo criminoso tem “autodefesa instintiva”, não?

Outro caso: uma juíza plantonista havia mandado prender um sujeito encontrado pela polícia com um computador, que ele usava para entrar no sistema digital da polícia de São Paulo e repassar informações para o PCC. Encontraram toda essa conexão no computador dele, e ele confessou que recebia para passar as informações ao PCC. Sabem o que a juíza do caso decidiu, agora em 16 de março? Relaxar a prisão, porque não havia provas suficientes para manter a pessoa presa.

VEJA TAMBÉM:
Nossas leis e tribunais também são responsáveis pela tragédia em Blumenau
A busca pelos motivos do massacre na creche de Blumenau
Ex-governador petista sabota o agro na China
Agroindústria desprezada enquanto o MST ganha liberdade para invadir


No campo o crime corre solto, passam por cima do direito de propriedade, com violência, e agora mesmo João Pedro Stédile, o “general” do Lula, como ele já mencionou uma vez, anunciou que em abril haverá muitas invasões em busca de uma reforma agrária. Como assim? Nunca se distribuiu tanto título de terra como no governo anterior. Nunca tantos ficaram proprietários de sua terra, podendo dar garantias ao banco, podendo garantir a sucessão para os seus filhos. Mas Stédile diz que vai haver invasão em busca da reforma agrária, pegando o latifúndio improdutivo. Isso já não existe mais no Brasil, o que está disponível está plantado, em toda parte, basta perguntar para quem anda por aí.

Essa falácia faz parte do governo Lula, que completou 100 dias, mas parece uma velharia de 100 anos: as novidades dele são todas coisas velhas. E não fez nada ainda pela agroindústria. Esse era um tema que deveria ter sido discutido na campanha eleitoral, mas não foi; 60 milhões de pessoas votaram nele mesmo não tendo discutido programas, e agora ele está aí, procurando programa; pega programa velho e dá uma renovada para ver se funciona, já que não funcionou o PAC da Dilma.

A agroindústria não é só emprego, não é só imposto, é o beneficiamento do produto agrícola que é exportado para o exterior, com esse acréscimo do trabalho brasileiro. Faz parte da garantia, não só na produção de maquinário, de insumos para produzir alimentos, como no beneficiamento desses alimentos. Essa agroindústria já responde por quase um terço do PIB brasileiro, e o presidente ainda não lembrou dela.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/justica-decisoes-soltura-bandidos/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

VIAGEM PARA FAZER POLÍTICA OU DEFENDER OS INTERESSES DO BRASIL

 

Agenda internacional do presidente demonstra forte interesse pelo Brasil

Petista, que deve anunciar novas parcerias e investimentos com chineses, prepara ida à Europa no fim do mês e é convidado para participar da reunião do G-7, em maio

Por Silvio Cascione – Jornal Estadão

governo Lula cumpriu seus primeiros cem dias, e os jornais estão repletos de balanços sobre esse período. A base no Congresso ainda está se organizando, e grande parte das promessas de campanha depende de medidas que ainda estão sendo implementadas, como a nova regra fiscal.

Mas, se quisermos entender o governo Lula e as oportunidades para o Brasil, precisamos tomar o cuidado de não olhar apenas para os bastidores de Brasília. Às vezes, é preciso olhar para fora. Lula embarca para a China nesta semana, viajará à Europa no fim do mês, e foi convidado a participar da reunião do G-7 em maio – pela primeira vez desde 2009. A intensa agenda internacional revela um interesse enorme não apenas pelo presidente, mas também – e principalmente – pelo Brasil, que está bem situado em um mundo cada vez mais instável.

O país está distante das principais zonas de conflito, tem energia limpa em abundância, uma enorme população, e um sistema democrático e previsível, apesar das turbulências recentes. Com a sucessão de choques geopolíticos dos últimos anos, há um grande apetite por parcerias com o Brasil, e isso tem sido facilitado pela diplomacia ativa do atual governo, que reverteu o afastamento causado pela retórica radical do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou às 7 horas desta terça-feira, 10, com destino a Pequim, onde deve se reunir com o presidente da China, Xi Jinping.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou às 7 horas desta terça-feira, 10, com destino a Pequim, onde deve se reunir com o presidente da China, Xi Jinping.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Na China, Lula deve anunciar novas parcerias e investimentos. Muitas das iniciativas a serem divulgadas foram oferecidas pelos próprios chineses, que querem aprofundar as relações com o Brasil. Da mesma forma, na Europa, Lula deve dar mais um passo na direção de uma acordo comercial entre Mercosul e União Europeia que está sendo empurrado, em grande medida, pelo interesse dos próprios europeus.

Leia mais

Uma parte muito importante da agenda de longo prazo do governo Lula tem a ver com esse contexto internacional. A reforma tributária, que tende a ser aprovada neste ano, alinha o Brasil com padrões internacionais, e é um dos principais requisitos das empresas para aumentar investimentos no país. A agenda energética, com investimentos em fontes renováveis, e o mercado de carbono, com regulação no Congresso prevista para esse ano, também estão em sintonia com a pauta internacional. Nesse sentido, o governo Lula se diferencia do governo Dilma, que tinha uma agenda econômica voltada mais para dentro, presa à cartilha desenvolvimentista.

Muitas dessas medidas são de longa maturação, e não gerarão frutos para o próprio Lula. O povo tem mais pressa, e se o crescimento da economia não vier rápido, o governo enfrentará dificuldades e pode entrar em um círculo vicioso. Mas, mesmo se isso ocorrer, é preciso estar atento ao contexto internacional. Para quem olha o Brasil de fora, distante dos barulhos de Brasília, essa ainda será uma história interessante, e várias medidas a serem implantadas agora, somadas a reformas feitas nos últimos anos, ainda renderão frutos assim que o cenário político e econômico começar a clarear.

EM DEFESA DE TAIWAN ESTÃO A CHINA E OS EUA

EUA expandem presença militar perto de Taiwan para conter a China e lançam manobra de guerra inédita

Foto: An Ni

Por Luiz Henrique Gomes

Exercícios ocorrem apenas um dia depois de a China realizar manobras militares no Estreito de Taiwan em retaliação à visita da presidente Tsai Ing-wen aos Estados Unidos

As Forças Armadas dos Estados Unidos começam nesta terça-feira, 11, nas Filipinas, as maiores manobras de guerra da história da região do Indo-Pacífico. O ensaio naval reunirá mais de 17 mil soldados, observadores militares do Japão e Austrália e envolverá a simulação de defesa da Ilhas Spratly, um arquipelago ao sul de Taiwan reivindicado pelas Filipinas e controlado pela China. Os exercícios ocorrem apenas um dia depois de a China realizar manobras militares no estreito de Taiwan em retaliação à visita da presidente Tsai Ing-wen aos Estados Unidos na semana passada.

A manobra também faz parte de um plano do Pentágono de ampliar a presença militar americana na região para conter a China, lançado em 2022. Desde então, os EUA instalaram quatro novas bases militares no Pacífico, intensificaram treinamentos, criaram novas alianças e convenceram países da região a aumentarem seus gastos de defesa. Em paralelo, os americanos tem ampliado o apoio a Taiwan, que tem apostado em drones militares para resistir ao acosso chinês.

China diz que ‘independência de Taiwan e paz são incompatíveis’ ao encerrar exercícios militares

A razão para essa reação militar americana é que desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, Pequim tem adotado uma retórica cada vez mais agressiva em relação a Taiwan. Em uma reunião com militares no mês passado, Xi Jinping prometeu modernizar sua máquina de guerra, que tem tido nos últimos anos um investimento cada vez maior. A diplomacia mais agressiva dos chineses tem sido uma marca do atual mandato de Xi.

Aliança pós-Duterte

Um exercício militar com o tamanho atual é resultado de uma reaproximação dos governos dos EUA e da Filipinas, com a chegada de Ferdinand Marcos Jr, filho do ditador Ferdinand Marcos, ao poder no ano passado, sucedendo Rodrigo Duterte, visto como simpático a Pequim.

Em fevereiro, Marcos garantiu ao governo de Joe Biden quatro novas áreas militares do país aos EUA, que há seis anos estavam sem tropas no Mar do Sul da China. Os novos laços atendem o interesse das duas nações: do lado americano, aumentar a defesa de Taiwan; do lado filipino, ter uma força aliada numa área em que o país disputa com a China.

General Xavier Brunson, comandante do corpo de Fuzileiros Navais dos EUA na Ásia, fala em abertura da cerimônia de exercícios militares nas Filipinas
General Xavier Brunson, comandante do corpo de Fuzileiros Navais dos EUA na Ásia, fala em abertura da cerimônia de exercícios militares nas Filipinas  Foto: Lisa Marie David/Reuters

O compromisso americano em defender Taiwan tem objetivos geopolíticos bem claros. Aliada dos americanos desde que se separou da China continental em 1949, ano em que Mao Tsé-tung criou a República Popular da China ao ascender ao poder com a Revolução Chinesa, a ilha oferece uma forte posição militar e econômica para os EUA e seus aliados na região.

Nesse sentido, o papel de Taipé como líder na produção de semicondutores – um item essencial para a construção de celulares, carros, computadores e equipamentos militares, como mísseis e drones – amplifica a importância para a Casa Branca.

Taiwan está localizada entre Japão e Filipinas, dois aliados dos EUA. Se Pequim toma a ilha para si, se torna muito mais difícil para os americanos garantirem as defesas de seus dois aliados

David Sacks, analista do Council on Foreign Relations

O resultado de uma reanexação de Taiwan pela China seria um reordenamento na influência da região. Com ela, os EUA teriam mais dificuldades de garantir proteção para seus aliados desde a 2.ª Guerra e haveria um afastamento desses países para não provocar tensões com a China. “Se os EUA falham em defender Taiwan, os aliados na região questionariam se poderiam confiar em nós para defendê-los e se acomodariam com a China”, disse o analista do Council on Foreign Relations, David Sacks.

Para os EUA, esse cenário diminuiria sua influência global e daria a Pequim o poder de mandar nas regras do jogo do Pacífico. No campo econômico, isso envolveria perdas para os americanos no comércio marítimo e a primazia sobre os semicondutores de Taiwan.

Uma nova estratégia militar e diplomática

Como resposta a esse risco, o governo de Joe Biden estabeleceu uma nova estratégia para o Indo-Pacífico. O objetivo é fortalecer a rede de alianças e parcerias de segurança, aumentando exercícios militares conjuntos e programas de capacitação para segurança marítima e segurança cibernética, segundo o documento de estratégia americana para a região divulgado no ano passado.

O orçamento de defesa do Pentágono para a região neste ano é de de US$ 9,1 bilhões (equivalente a R$ 46 bilhões). Para o ano que vem, o secretário de defesa dos EUA, Lloyd Austin, planeja um aumento de 40% neste orçamento, chegando a US$ 12,4 bilhões (R$ 62 bilhões). “No Pacífico, o Departamento está investindo em uma força mais resiliente e incrementando o tamanho e a complexidade dos exercícios com outras nações”, disse o secretário no dia 28 de fevereiro, durante uma audiência no Congresso.

A reaproximação com as Filipinas, que aumentaram as bases americanas de três para sete no Mar do Sul da China, é um dos primeiros passos da nova estratégia dos EUA no Indo-Pacífico, que visa melhorar posições militares e uma maior presença diplomática. Uma das novas bases está localizada na Baía de Subic, garantindo aos americanos uma posição militar que dá acesso tanto ao Mar do Sul da China quanto ao Canal de Bashi, que separa Taiwan e as Filipinas.

Os americanos também melhoraram as posições militares no Japão, com um acordo para melhorar as defesas navais na ilha de Okinawa, ao norte de Taiwan, necessárias no caso de uma incursão chinesa na ilha. Os laços de defesa com os japoneses também foi melhorado no tratado de segurança que existe há décadas entre os dois países, com um acréscimo que estabelece que ataques dentro do espaço da aliança pode desencadear defesa mútua.

Com a Coreia do Sul, os EUA planejam aumentar os ativos militares na Península Coreana, incluindo novos caças e porta-aviões para impulsionar treinamento e planejamento conjunto. Também há a nova aliança militar dos EUA com Austrália e no Reino Unido criada no ano passado, que garantiu a venda de submarinos movidos a energia nuclear aos australianos em março.

Na frente diplomática, que também faz parte da nova estratégica americana para o Indo-Pacífico, a abertura de uma embaixada americana nas Ilhas Salomão em fevereiro, depois da última ter sido fechada há 30 anos, é o maior exemplo do esforço dos EUA para combater a crescente influência da China. O país reconheceu o governo de Pequim em 2019, após anos de laços diplomáticos com Taipei, e assinou um pacto de segurança com os chineses no ano passado, o que aumentou o temor de um acúmulo militar de Pequim na região.

O governo Biden também anunciou no fim de março a reabertura diplomática em Vanuatu, no Pacífico Sul, com os mesmos objetivos. “Consistente com a estratégia dos EUA para o Indo-Pacífico, uma presença diplomática permanente em Vanuatu permitiria que o governo dos EUA aprofundasse as relações com as autoridades e a sociedade de Vanuatu”, diz o comunicado do Departamento de Estado dos EUA que informa a reabertura.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...