terça-feira, 11 de abril de 2023

APRENDIZAGEM ATIVA COLOCA O PROFISSIONAL COMO CENTRO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

 

Autoria: Marceli Tessmer Blank, Doutora em Educação, e Bruno Schwartzhaupt, Mestre em Linguística Aplicada. Arte: Giselle Buchholz da Costa, Designer Gráfico. Atualmente integram a equipe da Gerência de Serviços Digitais do SESI/RS.

A aprendizagem ativa é uma expressão utilizada, principalmente no campo da educação, para sinalizar um conjunto de práticas e metodologias de ensino que colocam o aluno como centro do processo de ensino- aprendizagem.

Nesse viés metodológico, é o próprio aluno que constrói a sua caminhada de conhecimento a partir de diferentes buscas ativas pela aprendizagem. Assim, o papel do professor torna-se mais orientador do processo do que detentor do conhecimento, e o aluno aprende a apreender.

Mas você deve estar se perguntando: o que a aprendizagem ativa tem a ver com o ambiente de trabalho? A resposta é: tudo! Quando aprendemos a apreender, não precisamos ficar horas e horas estudando e decorando um conteúdo.

O uso de metodologias ativas na educação não foi criado do nada. Ele deriva de inúmeras pesquisas que demonstram que, quando o aluno é protagonista do seu conhecimento, ele se torna mais autônomo e mais produtivo. Além disso, é capaz de apreender muito mais sobre o conteúdo estudado e em menos tempo.

As pesquisas também observam que o aluno de um ambiente educacional ativo consegue demonstrar as habilidades desenvolvidas em diferentes áreas da sua vida, como o trabalho.

É por isso que esse tipo de educação tem sido tendência na atualidade. Entretanto, se você, assim como 90% dos trabalhadores que estão hoje no mercado de trabalho, não teve uma educação baseada em metodologias ativas e entende que não está sendo protagonista do seu conhecimento, a ideia é achar estratégias para desenvolver essa habilidade, se tornar mais autônomo, reter mais conhecimentos e ser mais produtivo.

Se você não se percebe tão autônomo em relação ao seu conhecimento, aproveita estas dicas para desenvolver estratégias de aprendizagem ativa. São 3 técnicas para reter conhecimentos e 3 Apps para te auxiliar nesse processo.

Hoje, mais do que nunca, as empresas buscam profissionais que tenham a capacidade de perceber espaços para melhoria contínua em seu currículo e atuação. Não somente perceber essas lacunas, mas agir para preenchê-las.

Como afirma a Firjan SENAI (2021), levantamentos feitos com RHs de grandes empresas mostram o valor atribuído ao desejo de aprender e adaptabilidade. É preciso ir além da formação específica e compreender processos como um todo.

Isso se reflete, também, no papel de gestores e lideranças. O líder não é mais aquele que detém todas as respostas, e não se deve esperar dele o apontamento de um caminho para o aperfeiçoamento. Essa consciência e proatividade devem partir do liderado.

Agora que você conheceu estratégias para ser mais autônomo em relação ao seu conhecimento e pôde refletir sobre a importância da aprendizagem ativa, você deve estar pensando em investir mais na sua formação, não é?

Habilidades do futuro: 5 dicas para transformar o aprendizado profissional

Rebeca Toyama – Rebeca Toyama é fundadora da ACI que integra competências e inteligências e transforma propósitos em carreiras e negócios.

Em um cenário de muita diversidade, tecnologia e velocidade, o aprendizado tem que se tornar algo ativo e estratégico.

Essa é a segunda habilidade do ranking do ‘Relatório do Futuro do Trabalho’ do Fórum Econômico Mundial, a aprendizagem ativa e estratégica. Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, discute com muita clareza o tema e destaca as habilidades para garantir um espaço no mercado de trabalho.

Antes, a aprendizagem ativa era um termo apenas conhecido na área da educação e com o passar do tempo, começou a ganhar espaço também dentro das organizações, pois as empresas entenderam a sua responsabilidade no desenvolvimento de seus colaboradores.

E mais recentemente, o termo começou a ocupar espaço na agenda dos próprios profissionais, quando suspeitaram que essa é uma responsabilidade muito mais sua, do que de seus empregadores.

A aprendizagem ativa é um processo amplo e tem como principal característica a inserção do aprendiz como protagonista em sua própria realidade, ou seja, essa metodologia busca estimular a todo tempo a participação do aluno, sempre centralizando na realidade que está inserido. E para a especialista, essa metodologia é uma excelente estratégia que facilita o aprendizado de adultos.

“Como a aprendizagem ativa busca compreender um ensino centrado no aprendiz, essa com certeza pode ser uma estratégia para facilitar o aprendizado de adultos que respondem melhor quando desafiados a resolver problemas e a construir novos conhecimentos a partir daquilo que já conhecem.”, explica Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira.

E quais são as estratégias para ajudar na aprendizagem?

As estratégias por sua vez, são um conjunto de atividades organizadas que faz com que o aprendiz deixa de ficar apenas escutando ou assistindo conteúdos e passa a ser membro ativo no processo de aprendizagem, por meio de estratégias pedagógicas que estimulam a apropriação e produção de conhecimento e a análise de problemas.

Vale ainda ressaltar que a metodologia ativa não implica necessariamente no uso das tecnologias, embora seja aliada, mas o foco principal é promover a autonomia do aprendiz nos processos de ensino-aprendizagem.

Rebeca Toyama ainda cita o autor Fredy Kofman e o livro Metamanagent o sucesso além do sucesso, para comentar sobre o caminho do aprendizado em cinco etapas.

“O autor Kofman mostra em seu livro as cinco etapas do caminho para se aprender, e tudo se resume no aprendiz identificar o campo de ação e admitir que não consegue funcionar naquele domínio, e a partir daí, começam as mudanças. Logo o aprendiz terá experiência suficiente nas situações reais do mundo; Em seguida o pensamento analítico é combinado com uma execução e com certa dose de intuição; e finaliza quando baseado em experiências concretas, a ação do expert não é lógica nem racional, mas intuitiva.”, comenta.

É importante lembrar que aquisição de conhecimento é apenas uma parte, e para desenvolver uma competência é necessário praticar até adquirir uma habilidade, e acima de tudo ter uma atitude positiva e proativa perante a vida é o que realmente vai transformar o mundo.

“Como hoje vivemos um momento de muita oferta de conteúdo, vale ressaltar ainda que precisamos nos atentar que todo conteúdo que chega até você não é o que você mais está precisando, mas sim, o curso, o livro ou o vídeo que teve a melhor estratégia de marketing para te alcançar.”, finaliza Toyama.

Para auxiliar neste desafio, a especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama, elaborou 5 dicas para desenvolver uma estratégia para aprendizagem ativa.

Reconheça o cenário atual e o que realmente você quer e precisa ser mudado: sem perfeccionismo, teimosia ou vaidade;

Tenha clareza dos resultados esperados: metas, indicadores, objetivos ou novos comportamentos;

Identifique o que ainda precisa ser aprendido para levar você do cenário atual para o desejado, evite buscar culpados ou justificativas;

Pesquise boas fontes de aquisição de conhecimento: fuja das distrações ou conhecimentos fragmentados, como por exemplo uma lista de livros ou vídeos desconectados da essência de seus objetivos;

Seja protagonista de seu crescimento: dedicando-se à aquisição do conhecimento que transformará você na pessoa capaz de realizar o que você veio fazer no mundo.

E diante de tanta oferta de conteúdo, a especialista ainda deixa uma autorreflexão:

1. Quanto tempo de energia você tem gasto em frente da tela do computador lendo ou assistindo algo?

2. Como você efetivamente tem aplicado esse conteúdo?

3. Você tem se tornado uma pessoa melhor com o que tem aprendido?

4. Tem feito a vida de alguém melhor com o conteúdo absorvido?

CRESCIMENTO PESSOAL

Escrito por: Equipe Blog Portal Saraiva Educação

Aprendizagem ativa: como tomar o protagonismo na aquisição de novos conhecimentos

A partir das mudanças industriais, tecnológicas e sociais que acontecem no mundo, tudo que faz parte dele também muda, a economia, política, saúde. E claro que a educação não fica de fora.

Antigamente, o ensino era muito focado no professor, era ele quem possuía todo o conhecimento e o aluno simplesmente recebia o conteúdo. Na realidade atual, os estudantes possuem muito acesso a informação, conseguindo ser mais ativos na sala de aula, levantando questionamentos, dúvidas e novas informações.

Além disso, é com uma educação mais ativa que você vai se sentir engajado para buscar novos conhecimentos e também é assim que todo o conteúdo é colocado em prática, mostrando se você aprendeu o que deveria.

Segundo o educador britânico Anthony Seldon, no seu livro “The Fourth Education Revolution” (A Quarta Revolução da Educação), estudantes que possuem um aprendizado ativo conseguem lembrar dos aprendizados a longo prazo.

Ou seja, a aprendizagem ativa é muito importante para o seu processo de conhecimento, por isso, cobrar por esse tipo de educação e colocá-la em prática no seu dia a dia de estudos vai fazer uma grande diferença na sua vida acadêmica e também na sua carreira. Quer saber mais sobre o assunto? É só continuar a leitura do artigo que preparamos para você!

O que é aprendizagem ativa?

A aprendizagem ativa é uma metodologia  de ensino que visa colocar o aluno como protagonista do seu próprio processo de conhecimento, participando de forma mais efetiva nos conteúdos que são estudados e não simplesmente só recebendo.

Isso quer dizer que o professor vai atuar mais no papel de mediador, auxiliando o estudante nos caminhos que ele deve seguir, nos lugares que deve procurar conteúdos e menos no papel de detentor de toda a informação.

A Teoria da Pirâmide de Aprendizagem

O psiquiatra norte-americano William Glasser (1925-2013) é um estudioso da área da saúde mental e comportamento humano, mas que também aplicou suas teorias no campo da educação. A Teoria da Pirâmide de Aprendizagem é uma delas.

Nela, ele mostra como as dinâmicas de  ensino ativo são muito mais efetivas no processo de aprendizagem que as do ensino passivo. Veja os resultados:

Aprendizagem passiva:

10% Ler

20% Escutar

30% Ver

50% Ver e escutar

Aprendizagem ativa:

70% Conversar, perguntar, debater, discutir, reproduzir

80% Praticar

95% Ensinar

Quais são os benefícios da aprendizagem ativa?

Quando você participa ativamente da sua própria formação e se torna o protagonista do processo de aprendizagem, você terá que pensar, praticar e ter uma opinião formada sobre os assuntos, desenvolvendo diversas habilidades.

Por isso, alguns dos benefícios da aprendizagem ativa são:

Pensamento crítico

Na aprendizagem ativa, você será estimulado a pensar sobre diversas questões relacionadas ao assunto e debater sobre elas, conseguindo assim desenvolver o seu pensamento crítico. Isso é importante para não aceitar qualquer informação que seja passada e ir cada vez mais além.

Independência e autonomia

O foco de um aprendizado ativo é dar autonomia para que você consiga ter mais independência nos seus estudos, podendo estudar não só o que é passado pelo professor, mas fazendo pesquisas de temas relacionados e criando discussões que forem pertinentes. Além de poder adiantar as matérias.

Melhores resultados nos estudos

Com a metodologia, você vai participar mais do seu processo de aprendizagem, entendendo o que você está aprendendo ou tendo dificuldade, se envolvendo mais com o conteúdo ao longo de todo o desenvolvimento e não só na hora de uma avaliação, por exemplo. Isso com certeza irá melhorar os seus resultados nos estudos.

Mais facilidade para preservar o conhecimento adquirido

Com o seu maior envolvimento com o próprio processo de aprendizagem e com os conteúdos que são estudados, você terá uma facilidade muito maior para reter os temas vistos. Isso será muito importante também para a sua vida profissional, conseguindo colocar em prática o que você estudou.

Autoconfiança

Outro benefício da aprendizagem ativa é que com ela você vai desenvolver ainda mais a sua autoconfiança, percebendo que é capaz de estudar sozinho e entender os conteúdos.

Quais são as metodologias de aprendizagem ativa?

A metodologia ativa pode ser colocada em prática de diversas formas no seu processo de aprendizagem. Muitas vezes por meio de ferramentas, avaliações, métodos, entre outras. A seguir vamos te mostrar as principais metodologias de aprendizagem ativa, para que você saiba se elas estão sendo aplicadas na instituição que você estuda.

Aprendizagem entre pares

A aprendizagem entre pares, conhecida em inglês como Peer to Peer ou “ de igual para igual”, é uma metodologia que tem como principal objetivo fazer com que o conhecimento sobre determinado assunto seja construído a partir da interação de dois ou mais alunos.

Ou seja, quando o seu professor passar uma questão ou um caso para que você e mais colegas estudem juntos, isso é a aprendizagem entre pares. É fazer com que você e sua turma consigam desenvolver questões, achar soluções juntos, sem que o professor interfira.

Sala de aula invertida

Outra metodologia que coloca a aprendizagem ativa em prática é a sala de aula invertida. Nesse método você terá contato com os conteúdos antes de a aula acontecer de fato, por meio de materiais que o professor irá disponibilizar.

Assim, no momento da aula, você estará mais preparado para entender o assunto e poderá também conduzir o professor fazendo perguntas e levantando discussões. Ou seja, não é o professor que irá decidir o rumo da aula e sim os alunos, a partir do contato que tiveram com o tema.

Rotação por estações

A metodologia de rotação por estações é uma prática em que a sala de aula é dividida em grupos e deverá funcionar como um circuito, em que todos irão trabalhar o mesmo tema, mas de formas diferentes, abordando diversos estilo de aprendizagem como: visual, escrito, auditivo, leitura, entre outros.

Esse método é muito importante para você descobrir várias formas de estudar um mesmo assunto. Além de incentivar sua criatividade, comunicação e colaboração.

Aprendizagem baseada em problemas

A metodologia de aprendizagem baseada em problemas consiste em um problema que será apresentado para a sua turma, a partir de determinado tema e vocês, juntos, terão que descobrir como solucioná-lo.

É uma abordagem que vai trabalhar muito o conhecimento teórico sobre o assunto, e vai fazer com que você tenha que detalhar e se aprofundar no caso para que ele seja resolvido.

Gamificação

A gamificação é um método que utiliza elementos de jogo, como design e recompensas, para ensinar uma matéria, fazendo com que o aprendizado seja mais autônomo, desafiador e até prazeroso.

Essa metodologia pode ser colocada em prática por meio de ferramentas ou até mesmo em dinâmicas na sala de aula, como uma competição entre os próprios alunos.

Aprendizagem baseada em projetos

Diferente da aprendizagem baseada em problemas, que vai trabalhar a sua capacidade analítica, a aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia prática que te ajuda a colocar a “mão na massa”.

Aqui são apresentados casos para os alunos, fazendo com que eles tenham que ir atrás de soluções reais e práticas para a solucioná-lo. Para o campo profissional, essa metodologia é muito importante para que você consiga entender de forma clara como será sua realidade.

Agora que você já sabe quais são as formas da aprendizagem ativa que podem ser aplicadas na instituição que você estuda, comece a observar se elas fazem parte do dia a dia e se os professores e coordenadores estão se preocupando com esse método.

Como tomar a iniciativa e ser mais ativo no seu aprendizado?

Além da aplicação na instituição, é essencial que você, como estudante, tome iniciativa para se tornar mais ativo no seu processo de aprendizagem. Essa metodologia não é aplicada só na sala de aula, mas também no dia a dia de estudo do aluno. Para te ajudar, separamos 8 formas de trazer a aprendizagem ativa para a sua rotina.

1- Faça perguntas

Depois de estudar um conteúdo, não deixe de anotar suas perguntas e levá-las para o professor. Mesmo que não seja especificamente uma dúvida, mas uma curiosidade sobre o tema. Além de fazê-la para o professor, você pode procurar a informação por conta própria.

2- Reflita sobre o conteúdo

Sempre reflita sobre o conteúdo estudado, faça conexões com outros assuntos, pense em reflexões que são importantes sobre o tema. No estudo ativo, você precisa trabalhar a sua capacidade de pensar além do que está no material, é preciso contextualizar e relacionar o assunto com a atualidade.

3- Coloque o estudo em prática

Um estudante passivo tende a separar o tema estudado e o seu dia a dia. Por isso, para ser um estudante ativo, é importante colocar o assunto em prática na sua realidade, relacionando e contextualizando com coisas da sua rotina.

4- Tenha suas estratégias de estudo

Criar suas próprias estratégias de estudo é muito importante para se tornar ativo no processo de aprendizagem. Cada um tem uma forma de aprender, por isso, seguir só o que o professor fala ou o que os seus colegas fazem pode não ser eficiente. Saiba o que funciona prá você e tenha sua própria rotina.

5- Procure materiais extras

Além dos materiais disponibilizados pelo professor, procure outros textos, vídeos, podcasts, matérias. Isso vai ampliar sua visão sobre o tema, fazendo com que você tenha acesso a diversas opiniões, conseguindo se aprofundar ainda mais no assunto estudado.

6- Resolva exercícios

Fazer exercícios é uma ótima forma de colocar o aprendizado em prática. Só assistir às aulas ou ler o material é muito básico, não vai fazer com que você aprenda o tema. Procure exercícios extras também, pode ser que você se acostume com a didática do seu professor, busque outras atividades que vão te ajudar a entender melhor o conteúdo.

7- Anote o que estudou

Anotar e fazer mapas mentais do que foi estudado é muito importante e vai te ajudar a desenvolver um pensamento mais reflexivo sobre o assunto. Não fique só lendo, coloque no papel e vá fazendo conexões, anotando dúvidas, até para não esquecer no momento que chegar na sala de aula.

8- Ensine alguém

Como vimos na Teoria da Pirâmide de Aprendizagem, ensinar alguém é uma ótima forma de aprender e é também um método que vai te ajudar a se tornar um aluno ativo. Fale com algum parente ou amigo sobre o assunto, você pode até fazer uma explicação para você mesmo, na frente do espelho, como se estivesse treinando para uma apresentação, por exemplo.

Isso faz com que você não fique só no ciclo de assistir aulas, ler materiais e realizar avaliações, conseguindo demonstrar de formas mais clara o que aprendeu daquela disciplina.

Esperamos que você tenha entendido o que é aprendizagem ativa e sua importância para o seu processo de conhecimento. Não deixe de colocar em prática as dicas que passamos para se tornar protagonista do seu ensino. Para continuar estudando sobre o tema, conheça 8 tipos de metodologias ativas, que são fundamentais para que você se torne protagonista do seu processo de aquisição de novos conhecimentos.

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

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Moysés Peruhype Carlech

Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

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segunda-feira, 10 de abril de 2023

GOVERNO LULA COM CRISES E POPULARIDADE BAIXA

 

Gestão Petista
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Governo Lula completa 100 dias nesta segunda-feira (10)| Foto: EFE/ Andre Borges

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa nesta segunda-feira (10) a marca de 100 dias de governo, período que ficou marcado por queda de popularidade, crises e contradições. Nestes pouco mais de três meses, Lula ainda não conseguiu apresentar novidades e tem investido em velhos programas do PT, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e até o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Levantamento mais recente do Datafolha mostrou que o petista começou o seu terceiro mandato com uma reprovação maior do que em outros mandatos. De acordo com a pesquisa, Lula é considerado “ótimo” ou “bom” por 38% dos entrevistados, enquanto 29% consideraram esse início de gestão “ruim” ou “péssimo” e 30% o classificaram como “regular”. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

No mesmo período do seu primeiro mandato, em 2003, Lula tinha 43% de aprovação e apenas 10% de reprovação. Quatro anos depois, no início de 2007, ele era aprovado por 48% e reprovado por 14%. Além disso, o Datafolha mostrou que o atual índice de “ruim/péssimo” de Lula iguala sua pior marca nos oito anos anteriores de governo, obtida em 2005, durante o escândalo do mensalão.

A pesquisa acendeu um alerta dentro do Palácio do Planalto e Lula ampliou a cobrança sobre os seus ministros para que o governo acelere as entregas de programas. Na avaliação do petista, é preciso que os ministros divulguem os feitos de suas pastas, porque avalia que essas informações não estão chegando à população na ponta.

“Vamos fazer avaliação dos cem dias e vamos ter que anunciar o que a gente vai fazer para frente, porque os cem dias vão fazer parte do passado. A gente vai ter que discutir o que fazer do ponto de vista do investimento na área industrial agrícola, o que a gente vai fazer na área de ciência e tecnologia”, disse o petista durante reunião ministerial da semana passada.

Discurso de pacificação foi abandonado por Lula nos últimos 100 dias
Apesar da promessa de pacificar o país após a sua vitória, o presidente Lula mudou o tom e apostou em críticas aos seus adversários. O alvo mais recente foi o senador Sergio Moro (União-PR), a quem Lula acusou de “armação”, após a Polícia Federal revelar um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar diversas autoridades. Moro era um dos alvos do plano.

Antes disso, durante uma viagem ao Uruguai, o presidente atacou o ex-presidente Michel Temer (MDB). De acordo com ele, o emedebista e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “destruíram” os programas deixados pelo PT.

“Quase tudo que fizemos de benefício social no meu país, em 13 anos de governo, foi destruído em seis anos, ou em sete anos, nos três do golpista Michel Temer, e quatro, do governo Bolsonaro”, disse Lula na ocasião.

Ainda sobre o ex-presidente Bolsonaro, Lula chegou a afirmar que pretende trabalhar para que o “genocida” não volte ao Planalto. “Vou lutar pelo nosso partido e vamos lutar pelo povo brasileiro, para que nunca mais um genocida ganhe eleições com base na mentira e na indústria da mentira”, disparou o presidente durante o aniversário do PT.

Fora do campo político, o alvo preferido de Lula neste período foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O petista e integrantes do governo pressionam para que o BC baixe a taxa básica de juros, a Selic, fixada atualmente em 13,75%.

“É humanamente inexplicável a taxa de juros de 13%, juro real [descontada a inflação] de 8,5%. Não é possível a economia funcionar, e não é o Lula que está dizendo isso. Qualquer empresário que vocês entrevistarem daqui para frente vai dizer”, afirmou o presidente durante café com jornalistas nesta quinta-feira (6) no Planalto.

Lula afirmou ainda que irá mudar os diretores do Banco Central “de acordo com os interesses do governo”. O presidente poderá substituir dois dos nove integrantes ainda em 2023 e criticou Campos Neto, que assumiu o cargo durante o governo Bolsonaro.

“Não vou ficar brigando com o presidente do Banco Central, ele tem dois anos de mandato, quem indicou ele foi o Senado [na verdade, o Senado aprovou a indicação feita por Jair Bolsonaro]. E daqui a dois anos vai-se discutir o novo presidente do Banco Central. E os novos diretores, nós vamos mudar de acordo com os interesses do governo”, completou.

Lula reformula orçamento secreto para atender aliados no Congresso Nacional
Outra contradição do petista ao longo dos últimos cem dias foi em relação ao orçamento secreto, que foi julgado inconstitucional por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de ter criticado o mecanismo criado durante a gestão do antecessor, o governo Lula tem permitido que o Congresso indique a destinação de verbas, o que deveria ser atribuição dos ministérios.

Até o ano passado, a transação era executada pelas emendas do relator do Orçamento, conhecidas como “RP9”. A partir deste ano, porém, o mesmo mecanismo foi “reciclado” e começou a ser feito com outra rubrica, a “RP2”, usada na destinação de verbas dos ministérios. Nos dois casos a falta de transparência permite que o governo use esse dinheiro para fazer barganhas políticas com o Parlamento.

O movimento faz parte de uma estratégia de Lula para tentar ampliar a sua base dentro do Congresso Nacional, incluindo uma aproximação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Os recursos que podem ser distribuídos pelo governo petista, com o objetivo de obter apoio político, chegam neste ano ao patamar de R$ 46 bilhões.

Eles estão divididos entre concessão de emendas individuais a parlamentares e as emendas de ministérios, que já existiam e são chamadas pelo jargão técnico de RP2. A verba prevista no governo de Bolsonaro em 2023 para fim semelhante, apenas de orçamento secreto, era mais baixa: R$ 19,4 bilhões.

Pelo modelo atual, a liberação de verbas ficou concentrada no ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O chefe da pasta é responsável pela interlocução com os líderes da Câmara e do Senado.

Até o momento, Lula e seus auxiliares não se manifestaram sobre as críticas envolvendo a nova sistemática para manter ativo o orçamento secreto. Na campanha, o petista chegou a rotular o modelo de negociação com o Congresso Nacional como “bandidagem”.

Brasil deixou acordo internacional contra o aborto
No campo ideológico, o presidente Lula retirou o Brasil do acordo internacional do Consenso de Genebra, em defesa da vida, da saúde das mulheres, do fortalecimento da família e da soberania de cada nação na política global. O acordo havia sido feito em outubro de 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na época da assinatura do acordo, o ex-chanceler Ernesto Araújo gravou um vídeo defendendo “a centralidade da família como unidade fundamental da sociedade” e a rejeição do aborto como método de planejamento familiar. A saída do Brasil do pacto antiaborto foi confirmada por meio de nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores, da Saúde, das Mulheres, dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Ainda durante a campanha, Lula chegou a afirmar que era contra o aborto. O movimento do petista ocorreu em meio a uma estratégia durante o período eleitoral reduzir a rejeição entre o eleitorado evangélico.

Lula também usou os 100 primeiros dias de governo numa estratégia de “reposicionar o Brasil ” no cenário internacional. Nesse período, Lula e o PT se aproximam do presidente Vladimir Putin em meio a ofensiva diplomática da Rússia contra o Ocidente. Lula também restabeleceu relações com Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, visitou os Estados Unidos, Argentina e Uruguai neste período.

Neste período, Lula também emplacou nomes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em órgãos do governo federal. As nomeações ocorrem em meio a volta de invasões de propriedades por parte do movimento agrário em diversos estados do país. O petista, no entanto, ainda se manifestou sobre a volta da violência no campo.

Lula reciclou velhos programas das gestões petistas para os 100 dias de governo

Ainda sem encontrar uma marca para a sua gestão, Lula aproveitou para reempacotar velhos programas que serão a tônica do que pretende apresentar como resultado dos seus primeiros cem dias de governo. Os focos principais são a nova versão do Bolsa Família e a retomada do Minha Casa, Minha Vida, além de um pacote de obras que vai ser anunciado ao longo dos próximos dias.

Além disso, o petista relançou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e o novo Mais Médicos. Lula tem repetido aos seus auxiliares que sua gestão tem se ocupado mais em reconstruir programas sociais desmontados pelo antecessor, Jair Bolsonaro. A avaliação interna é de que episódios como do 08 de janeiro desviaram o enfoque das cobranças, mas Lula sabe que o “prazo de carência” para apresentar resultados está acabando.

A principal aposta agora da gestão petista é o novo PAC, que será rebatizado ao ser lançado. A mudança de nome foi solicitada pelo próprio Lula como uma forma de mostrar que o governo “está inovando”.

A expectativa inicial era de que o programa fosse lançado por Lula durante as comemorações de 100 dias. Mas o prazo teve que ser adiado, pois o governo ainda não definiu quais empreendimentos sugeridos por estados e municípios serão atendidos. Ao todo, a Casa Civil analisa 417 obras apresentadas pelos governadores para fazer a seleção.

Sem essa definição, a expectativa agora é de que Lula use o marco de cem dias para lançar uma nova versão do Água para Todos, voltado para combater a seca, e do Programa de Aquisição de Alimentos para distribuição para famílias carentes.

Paralelamente, o governo vai investir em campanhas publicitárias para divulgar os feitos do petista nesse período. O slogan principal das peças de propaganda será “o Brasil voltou”. A proposta foi desenvolvida pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), em parceria com agências de publicidade, e aprovado diretamente por Lula em reuniões nos últimos dias.


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100 DIAS PERDIDOS NO GOVERNO LULA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, completa 100 dias de governo logo após a Páscoa.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Apesar de ter escolhido para seu governo o slogan “união e reconstrução”, Lula chega aos 100 dias de seu terceiro mandato sem entregar nem uma, nem outra. Esses quase três meses e meio de governo foram perdidos em factoides, discussões desnecessárias, a volta do tradicional “nós contra eles”, a tolerância com ministros encrencados, o simples desmonte de uma série de avanços do governo anterior, o fim da tal “frente ampla” costurada para levar Lula à vitória eleitoral e a ausência quase completa de projetos estruturantes para o país. Com esta quase paralisia em assuntos fundamentais para o país, resta a Lula usar o “modo palanque” em tempo integral para dar a impressão de que está governando. Mesmo descontando-se a comoção nacional causada pelos atos golpistas de 8 de janeiro, que monopolizaram – merecidamente, dada a sua gravidade – as atenções durante boa parte do primeiro mês de governo Lula, o saldo até agora não é nada positivo.

Diante de um parlamento com perfil ideológico bastante diferente do seu, qualquer governante de bom senso perceberia a necessidade de apostar em projetos que tivessem capacidade agregadora e de compartilhar o poder com as outras forças políticas que o ajudaram a se eleger. Mas não Lula: acreditando que os 51% de votos válidos recebidos eram uma carta branca de eleitores entusiasmados com seu nome, e não o resultado de uma rejeição ainda maior a seu adversário, Lula e o PT quiseram tudo: deixaram nacos de poder no primeiro escalão aos aliados da “frente ampla”, e não conseguiram nem mesmo garantir o apoio de legendas que, mesmo tendo sido da base aliada de Jair Bolsonaro, não pensariam duas vezes antes de abraçar o petista. Este é um dos fatores que explicam, por exemplo, a manutenção de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações depois dos sucessivos escândalos que o envolvem, do uso de dinheiro do “orçamento secreto” para asfaltar estradas que passam por suas propriedades até o uso de um jato da Força Aérea, com pagamento de diárias, para que ele participasse de eventos ligados a seu hobby, a criação de cavalos.

Diante da quase paralisia em assuntos fundamentais para o país, resta a Lula usar o “modo palanque” em tempo integral para dar a impressão de que está governando

Sem a certeza de ter uma base parlamentar mínima para conseguir aprovar projetos, Lula não leva adiante absolutamente nada que dependa do Congresso para entrar em vigor. O único projeto relevante anunciado até agora ainda nem chegou formalmente ao Legislativo: o novo arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos. Um plano cheio de incertezas, que institui um “piso de gastos” pelo qual o governo poderá sempre elevar a despesa em termos reais ainda que a economia esteja mal, e com metas que, segundo muitos analistas, só poderão ser atingidas com forte elevação na carga tributária. As dúvidas a respeito da capacidade de este plano estabilizar ou reduzir a dívida pública como proporção do PIB e promover o ajuste fiscal de que o país precisa são muito pertinentes.

Sem projetos, resta a Lula comprar brigas com adversários reais ou inventados. A guerra contra o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto, já vem de antes da posse e ignora que a Selic é consequência, não causa, dos problemas econômicos do país, e que os juros sobem porque mais ninguém além do BC está atuando com seriedade para conter a inflação, já que Executivo e Legislativo se irmanaram pela elevação do gasto público. O setor produtivo continua a ser alvo da retórica governamental: “Empresário não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou. Ele ganha muito dinheiro porque os trabalhadores dele trabalharam”, disse Lula, enquanto no campo o Movimento dos Sem-Terra volta a ganhar passe livre, a ponto de ser moralmente igualado aos donos das propriedades que ele invade, e o agronegócio é denunciado como desmatador por quem tem a missão institucional de promover as exportações brasileiras. Até mesmo a verdade dos fatos entrou na mira do governo, empenhado em criar órgãos para controlar o discurso, especialmente nas mídias sociais. E, em seu ódio pela Lava Jato, Lula não poupa nem a Polícia Federal e o Ministério da Justiça ao chamar de “armação” um plano do crime organizado descoberto pelos órgãos de investigação, tudo porque um dos alvos era o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro.

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A “tolerância zero” de Lula fracassa no primeiro teste (editorial de 9 de março de 2023)
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Por fim, sobra apenas o “modo destruição” pelo qual decretos, portarias ministeriais e ativismo judicial são usados para desfazer o legado de seus antecessores. O Marco Legal do Saneamento está sendo desfigurado para que estatais ineficientes possam continuar prestando um serviço de baixa qualidade à população, longe da sonhada universalização da oferta de água tratada e rede de esgoto. As políticas pró-vida do Ministério da Saúde já foram todas revogadas, trazendo de volta as regulamentações feitas sob medida para deixar brechas ao aborto amplo, geral e irrestrito disfarçado de atendimento à violência sexual. Sem conseguir mudar no Congresso a Lei das Estatais, o petismo pede a seus satélites que recorram ao Supremo para derrubar os trechos inconvenientes, que previnem o aparelhamento político das empresas públicas.

Sem nenhum aceno à parcela da população que não endossou seu nome nas urnas, Lula só conseguiu até agora reconstruir o gigantismo na Esplanada dos Ministérios (com direito a um constrangedor evento de “inauguração” do letreiro que identifica o prédio do Ministério da Cultura), o aparelhamento das instituições e a insegurança a respeito dos rumos da economia. Esses 100 dias não deixam a menor perspectiva de uma necessária correção de rumos, apenas permitem prever que Lula não hesitará em fazer do Brasil terra arrasada em nome do seu “acerto de contas” com todos aqueles que ele acredita terem tramado para levá-lo à cadeia.

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JUSTIÇA CULPADA PELA REINCIDÊNCIA DOS CRIMES

 


Decisões judiciais recentes devolvem criminosos às ruas e comprometem segurança pública
Por
Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo


Cada vez mais comum no Judiciário brasileiro, “garantismo penal” corrói o sistema de persecução criminal e compromete a segurança pública como um todo| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

No dia 13 de março, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu reformar uma sentença na qual um homem havia sido condenado por, dentre outros crimes, desobediência à ordem de autoridade policial por ter empreendido fuga da polícia durante 20 minutos em um carro roubado em alta velocidade.

Durante esse tempo, o criminoso – que é reincidente e já havia sido condenado anteriormente por roubo, extorsão e resistência – colocou várias pessoas em risco e colidiu com outros veículos. Até mesmo um helicóptero da Polícia Militar foi acionado para a ocorrência. Ao final, o rapaz tentou fugir a pé e chegou a pegar uma criança desconhecida no colo na tentativa de despistar os policiais.

Apesar das circunstâncias, três desembargadores do Judiciário paulista decidiram absolver o réu do crime de desobediência sob a alegação de que fuga de abordagem policial configurou um “exercício da autodefesa”. Os magistrados ainda destacaram que os 20 minutos despendidos na fuga foram apenas um “reflexo instintivo de preservar a liberdade”, e não propriamente “vontade de desobediência à ordem legal”.

Em outra decisão proferida três dias depois, o TJ-SP mandou soltar um homem preso sob a acusação de acessar os sistemas da Polícia Militar e do Detecta, programa de monitoramento e inteligência do Governo de São Paulo, a fim de repassar informações privilegiadas para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Na casa do rapaz, preso em outubro de 2022, a polícia encontrou um computador logado na intranet da Polícia Militar do estado. Segundo o Ministério Público, que apresentou a denúncia, o homem acessava o sistema havia quase dois anos e vendia as informações sigilosas à facção criminosa. “Em especial, a invasão dos sistemas da Polícia Militar visava à prática de roubos, viabilizando fugas e acompanhamento da localização de viaturas policiais”, menciona a denúncia. Na época da prisão, a juíza plantonista do TJSP informou que o rapaz “confessou com detalhes a prática criminosa” ao converter o flagrante em prisão preventiva.

Apesar disso, no dia 16 de março, a juíza do processo entendeu que não havia provas suficientes para enquadrá-lo por associação criminosa e decidiu rejeitar a denúncia do Ministério Público. A prisão foi revogada, e o rapaz foi solto.

Decisões como essas, fundamentadas no chamado “garantismo penal” – teoria que, ao buscar controlar excessivamente o poder de punir do Estado, cria um ambiente propício à reincidência criminal –, têm sido uma realidade cada vez mais comum no Judiciário brasileiro.

Na prática, a fragilização do sistema de persecução criminal em curso por atores do poder Judiciário tem feito com que o ditado “a polícia prende, a Justiça solta” faça cada vez mais sentido. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, os resultados de decisões garantistas aplicadas em série são a devolução massiva de criminosos às ruas sob argumentos frágeis; o aumento da reincidência criminal; e a desmotivação de policiais, reduzindo a atuação proativa das forças de segurança.

Em outras palavras, a criminalidade aumenta ao passo que o combate ao crime enfraquece, criando um cenário bastante desfavorável à segurança pública. “Talvez o efeito mais devastador dessas decisões seja a mensagem que elas passam. É como se no Brasil a atividade criminosa fosse um mal menor, uma atividade que, apesar de ilegal, de certa forma se justifica pela fraca reação do Estado”, explica Luiz Fernando Ramos Aguiar, especialista em segurança pública e major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

“A consequência é que criminosos se tornam cada vez mais ousados e violentos. Apostam que mesmo que seus atos sejam extremamente cruéis ou repulsivos, funcionam já que não existe uma punição que seja suficiente para inibir as vantagens decorrentes da atividade ilegal”, destaca.

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Bandeira do governo Lula, garantismo penal é abraçado pela alta cúpula do Judiciário

Em maio de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a chamada busca pessoal a suspeitos – prática popularmente conhecida como “revista”, “enquadro”, “geral”, entre outros – feita por agentes de segurança é ilegal caso seja realizada sob a justificativa de atitude suspeita ou mesmo a partir de denúncias anônimas. A alegação dos ministros foi de que a medida combateria o “racismo estrutural”. Como mostrado pela Gazeta do Povo, especialistas em segurança pública apontam riscos diversos como consequência da decisão do tribunal.

Na decisão, os ministros anularam a condenação de um homem detido pela polícia com 72 porções de cocaína, 50 de maconha e uma balança digital em sua mochila. O STJ apontou que a abordagem foi irregular porque os policiais não descreveram precisamente o que havia motivado a suspeita.

Como resultado, a medida tem motivado a anulação de diversas provas – e, consequentemente, de condenações – nos tribunais do país. Em fevereiro, o mesmo STJ concedeu liberdade a um homem que mantinha 66 quilos de maconha em sua residência. A alegação dos ministros foi de que a prisão era ilegal, já que “a entrada dos policiais no domicílio do homem dependia de validação e regularidade em razões justas e fundamentadas”.

A bandeira do garantismo penal também é erguida pela maior parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que, na prática, significa uma interpretação da Constituição de forma mais favorável aos réus. No fim de março, ao anunciar a antecipação de sua aposentadoria, o ministro Ricardo Lewandowski destacou que em seus 33 anos de magistratura, incluindo o período como desembargador, priorizou os direitos fundamentais dos acusados. “A minha judicatura, desde quando eu entrei no Tribunal de Alçada Criminal, em 1990, sempre se pautou por essa visão, uma visão garantista, uma visão que prestigia os direitos fundamentais”, declarou.

Uma das decisões da Corte que ganhou ampla repercussão foi a soltura, em 2020, de um dos principais líderes do PCC, conhecido como “André do Rap” – condenado a 25 anos de prisão – por meio de um habeas corpus concedido pelo ex-ministro Marco Aurélio Mello. Diante de uma forte onda de críticas à Corte, a decisão foi revogada pelo ministro Luiz Fux, na época presidente do STF, e referendada pelo plenário. No entanto, a essa altura o criminoso já havia sido solto. Passados dois anos e meio da decisão do Supremo, o criminoso segue foragido e é procurado até pela Interpol.

No poder Executivo, o presidente Lula (PT) também é um ferrenho defensor do garantismo e coleciona declarações polêmicas sobre o combate à criminalidade que foram bastante exploradas por adversários durante a campanha eleitoral do ano passado.

Ao discursar no mês passado durante o lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Lula fez declarações críticas às forças policiais e com pedidos de maior tolerância da Justiça com criminosos presos. Ao falar sobre o encarceramento de jovens, o petista chegou a dizer que infratores frequentemente são inocentes e “vítimas de um delito”.

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Para especialistas, garantismo exacerbado multiplica violência e criminalidade
Na avaliação de Eduardo Matos de Alencar, doutor em sociologia e autor do livro “De quem é o Comando? O desafio de governar uma prisão no Brasil”, decisões judiciais excessivamente garantistas afetam diretamente o dia a dia da população, além de prejudicar a atividade policial e a gestão de segurança pública como um todo.

“São decisões que vão gerando uma ambiência institucional de condescendência com o crime que é tão precária para a segurança pública que já passou do ponto do garantismo. Acho que já é fruto de um ativismo judicial irresponsável por parte de ministros e juízes que não estão com ‘a pele em jogo’, que não vão pagar o preço de suas decisões”, declara.

Para Alencar, o fato de uma eventual responsabilização por decisões judiciais ser muito rara permite que magistrados tenham ampla liberdade para seguir com medidas questionáveis. “No Brasil, se um gestor público quiser ser garantista demais e amarrar a mão da polícia, isso terá um impacto direto sobre a quantidade de crimes e ele pagará isso eleitoralmente. Mas um juiz não. Então há um espaço para que ele aplique as teorias acadêmicas mais diversas numa realidade prática de segurança pública que ele pouco conhece”, aponta.

Ramos Aguiar, por outro lado, enfatiza os efeitos práticos do garantismo penal na forma como criminosos encaram o sistema de persecução penal, o que favorece a sensação de impunidade e, consequentemente, a reincidência criminal. “Mesmo sendo preso em flagrante, dificilmente um criminoso fica preso. O mais comum é que esteja de volta às ruas poucas horas depois em decorrência das audiências de custódia. Mesmo se for condenado, ele passa um período muito pequeno de sua pena realmente preso. A consequência disso é que gera um forte sentimento de impunidade, de que o crime compensa, o que leva o criminoso à reincidência”, explica.

“Na experiência do trabalho nas ruas, notamos que os crimes são cometidos de forma geral por reincidentes, pessoas com diversas passagens pela polícia e/ou condenações. Se essas pessoas estivessem presas, esses crimes não seriam cometidos”, reforça o major da PMDF.


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TSE QUER TORNAR O BOLSONARO INELEGÍVEL

Ex-Ministro Do STF
Marco Aurélio vê como “ato extremo” a inelegibilidade de Bolsonaro
PorGazeta do Povo


O ex-ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).| Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ex-ministro Marco Aurélio Mello afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro não deveria se tornar inelegível na ação sobre os embaixadores estrangeiros. O processo contra Bolsonaro pode ser analisado ainda neste mês de abril pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“É pouco, é muito pouco, sob a minha ótica, para chegar a esse ato extremo, que é o ato da inelegibilidade. Ele teve uma reunião com os embaixadores e atuou como presidente da República utilizando o direito de expressão”, afirmou Marco Aurélio, que deixou o STF em 2021, em entrevista à Jovem Pan.

No último dia 31, o ministro Benedito Gonçalves, relator do processo, encerrou a instrução probatória da ação de investigação judicial eleitoral (aije). Ele considerou que já foram juntadas as provas necessárias para tomar uma decisão e abriu prazo para as partes – o PDT, autor da ação, e Bolsonaro, acusado de abuso de poder político – apresentem suas alegações finais, na última manifestação no processo.

Depois disso, a Procuradoria Geral Eleitoral terá um prazo para apresentar seu parecer sobre o caso. Com isso, Gonçalves deve elaborar seu voto, e pedir uma data ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes, para julgar o caso.

Leia Também: Processo que pode tornar Bolsonaro inelegível foi turbinado e andou a jato no TSE


Flávio Dino
Ministro da Justiça pede que Twitter exclua 161 perfis após ataques em escolas
PorGazeta do Povo

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante audiência na CCJ da Câmara dos Deputados. | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse neste domingo (9) que pediu para suspender 161 contas no Twitter “em razão de hashtags relacionadas a ataques contra escolas”. A solicitação se deu a partir da Operação Escola Segura, iniciada depois dos ataques às instituições de ensino em 2023.

Ainda no sábado (8), Dino anunciou que a operação levou à apreensão 7 armas, além da prisão de um suspeito. O ministério também solicitou a exclusão de 270 perfis no Twitter que “veiculavam hashtags relacionadas a ataques contra escolas”. Ele disse que os autores das publicações são investigados. Naquele dia, outros dois pedidos de suspensão de contas foi feito ao TikTok, por viralizarem “conteúdo que incitava medo nas famílias”.


Santa Catarina
Professor que “apoiou” ataque a creche em Blumenau vai usar tornozeleira eletrônica
PorGazeta do Povo

Creche foi alvo de ataque na manhã de 5 de abril, em Blumenau. | Foto: Cristóvão Vieira/O Município Blumenau

A Polícia Civil de Santa Catarina instaurou um inquérito para apurar a conduta de um professor de um escola pública de Joinville acusado de ter feito comentários ofensivos sobre o massacre na creche em Blumenau. A Justiça afastou o docente de suas funções e ele também terá de usar tornozeleira eletrônica e está proibido de se aproximar dos alunos.

Em vídeo gravado por estudantes, o professor disse que “mataria mais do que quatro pessoas, pois a população está muito grande”. “Mataria uns 15, 20. Entrar com dois facões, um em cada mão e ‘pá’. Passar correndo e acertando”. As informações são do jornal O Globo.


Governador De SP
Tarcísio é aprovado por 44% dos paulistas, segundo Datafolha
PorGazeta do Povo

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) | Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP

Levantamento Datafolha, divulgado neste domingo (9), mostrou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é avaliados como ótimo ou bom por 44% dos entrevistados. Ainda de acordo com a pesquisa, outros 39% avaliam o governo como regular, enquanto 11% consideram seu desempenho ruim ou péssimo.

Além disso, 45% dos paulistas avaliam que Tarcísio fez pelo estado menos do que eles esperavam. O grupo é maior do que o de entrevistados que pensam que ele realizou exatamente o que era previsto nesse período (37%). Para 12%, o chefe do Executivo superou expectativas e fez mais do que o esperado.

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MOTIVOS DO MASSACRE SÃO MUITOS E A JUSTIÇA TEM MUITA CULPA

 

Tragédia
Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

BRA50. BLUMENAU (BRASIL), 05/04/2023.- Peritos forenses revisan la escena donde sucedió el ataque con un arma blanca en la guardería Cantinho Bom Pastor, hoy, en Blumenau (Brasil). Al menos cuatro niños murieron este miércoles y tres resultaron heridos en un ataque a una guardería en la ciudad de Blumenau, en el sur de Brasil, según informó el Cuerpo de Bomberos. EFE/ Sávio James


Peritos criminais investigam o local onde ocorreu o ataque na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau.| Foto: EFE/Sávio James

Tem muita gente dando palpite sobre o que moveu o assassino da creche de Blumenau.

Eu vi que um sujeito chegou a gritar atrás de uma repórter de uma grande rede de televisão: “O sangue dessas crianças está nas mãos de vocês”.

Eu não acho que seja televisão. Tem gente que diz que foi arma de fogo. Como assim, arma de fogo? O sujeito usou um machado e um canivete.

Outro diz: os jogos eletrônicos. Gente, toda a minha geração só viu filme de violência, de tiroteio de cowboy, de polícia. A gente lia história em quadrinhos, a gente brincava com revólver – de brinquedo, claro – e não aconteceu nada.

Dizem: “Ah, esse ódio contra a diversidade”. Como assim, contra a diversidade? O que é isso? Que bobagem é essa? Outros dizem que o atacante é uma vítima da sociedade. É o vitimismo, todo bandido é vítima da sociedade.

O ministro da Justiça chegou a insinuar: “O ódio…”. Ele não disse que é de bolsonaristas – mas, mais ou menos ele quis dizer isso, né? É o ódio dos bolsonaristas.

O presidente Lula também não entendeu, dizendo que basta botar a polícia nas escolas que não vai ter mais ataque. Não é por aí. Olha o que está acontecendo no Chile. O Chile nunca teve crime. A única coisa perigosa que o Chile tinha era terremoto.

A força dos carabineiros é sensacional. Mas o novo presidente, o esquerdista Boric, começou a falar mal da polícia, que a polícia está praticando excessos, que a polícia é muito severa etc. E aí, o crime está aumentando. O crime apareceu no Chile e está aumentando.

O que é? É a autoridade que deixa de apoiar a polícia. Bolsonaro apoiou a polícia e os homicídios despencaram no Brasil.

Mas é sobretudo o arcabouço legal que induz o Judiciário a soltar bandido. O sujeito matou e daqui a pouco ele está na rua. Sujeito é um corrupto que levou uma fortuna de propina, daqui a pouco está na rua. Sujeito assaltou e no mesmo dia: “Ah, mas coitadinho, ele só assaltou pela primeira vez”. Então ele recebe a chance de praticar mais um assalto, e assim vai.

Eu estou dizendo isso porque essa é a razão. A humanidade, há milênios, veio criando freios para evitar os desvios. É uma forma de tirar o ânimo homicida, o ânimo criminoso das pessoas que têm esse potencial: o medo da punição. Agora, aqui no Brasil não há medo da punição. É o país da impunidade, porque nós fizemos leis boazinhas, para favorecer o crime. Em toda parte a gente vê isso, todo dia a gente está vendo isso.

Então eu estou contando para vocês para pressionarem os seus empregados na Câmara e no Senado, que são os deputados e senadores, porque eles têm o poder de mudar as leis.

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Contagem regressiva para a CPMI do 8 de janeiro

Ex-governador petista sabota o agro na China


Lula vai à China e leva Rodrigo Pacheco junto
Mudando de assunto, o presidente da República está indo à China, enfim. Vai amanhã. E vai levar o presidente do Senado, que é presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, para ele adiar um pouquinho mais a instalação da CPI mista para investigar o que aconteceu realmente no dia 8 de janeiro.

O governo não quer de jeito nenhum que se investigue isso. E isso faz com que a gente fique ainda mais estimulado a promover uma investigação.

Rodrigo Pacheco tinha dito que ia ler o requerimento logo depois da Páscoa. Mas hoje é depois da Páscoa, e amanhã ele vai embora. Agora ele está dizendo que vai ler na volta. Já marcou para o meio-dia do dia 18. Falou em “meio-dia”, assim, para dar um ar de credibilidade.

Está com 192 assinaturas de deputados – bastariam 171 – e 37 assinaturas de senadores – e bastariam 27. Então tem mais do que o suficiente para investigar.

Agora, por que o governo não quer esclarecer? Isso não é assunto só de delegacia de polícia. Foi notícia no mundo inteiro. Nunca se invadiu a sede dos Três Poderes no mesmo dia. É a mesma coisa que invadir no mesmo dia a Suprema Corte dos Estados Unidos, o Capitólio e a Casa Branca.

Então isso é assunto para o Congresso Nacional, não apenas para uma delegacia de polícia. E o governo não quer. Mas, enfim, temos que cobrar do senhor Rodrigo Pacheco.

Presidente Lula convidou também o presidente da Câmara, Arthur Lira, para ir junto. Para disfarçar, né? Para dizer: “Estou convidando os dois”. Mas Arthur Lira não entrou nessa.

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100 DIAS DE DESTRUIÇÃO DE LULA

 

Única obra que o presidente anunciou até agora foi um gasoduto na Argentina chamado ‘Vaca Muerta’

Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão

Sharm El Sheikh (Egypt), 17/11/2022.- Brazilian president-elect Luiz Inacio Lula da Silva speaks at a meeting with young activists at the 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), in Sharm El-Sheikh, Egypt, 17 November 2022. The 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), runs from 06-18 November, and is expected to host one of the largest number of participants in the annual global climate conference as over 40,000 estimated attendees, including heads of states and governments, civil society, media and other relevant stakeholders will attend. The events will include a Climate Implementation Summit, thematic days, flagship initiatives, and Green Zone activities engaging with climate and other global challenges. (Brasil, Egipto) EFE/EPA/SEDAT SUNA

balanço dos primeiros 100 dias do governo Lula se resume a uma palavra: nada. Esse “nada” não é uma “força de expressão”, como se diz. É nada mesmo – significa que o governo conseguiu não realizar uma única coisa útil do dia 1.º de janeiro até hoje e, quando tomou alguma decisão, foi para piorar o que já existia quando chegou lá. Nada mostra isso com tanta clareza, possivelmente, quanto o único mérito que os seus devotos foram capazes de atribuir a Lula até agora – o de que ele estaria fazendo uma complicadíssima obra de “costura política”. É o clássico elogio que se faz quando não há nada para elogiar. “Costura política” jamais rendeu um único emprego, ou pôs um prato de comida na mesa de alguém.

A única obra que Lula anunciou até agora foi na Argentina – um gasoduto chamado, acredite se quiser, de “Vaca Muerta”. O resto é processamento, embalagem e entrega de vapor. Diz que vai ressuscitar algo que nunca existiu – o “PAC” de Dilma Rousseff, uma trapaça de propaganda cuja obra máxima foi o “Trem-Bala”, para o qual não se colocou até hoje um único metro de trilho no chão. Ficaram três meses fazendo simulação de trabalho com algo chamado “arcabouço fiscal”, que não contém uma única providência prática – é só uma apresentação tumultuada de desejos, onde se revela que o governo quer pagar sua despesa com “aumento da arrecadação”.

O que Lula tem feito, mesmo, é um trabalho de destruição. Já destruiu o novo marco do saneamento – com um rabisco, anulou uma lei aprovada pelo Congresso e que era a única esperança para 100 milhões de brasileiros que até hoje não têm esgotos. Destruiu o novo sistema de ensino médio – outra lei aprovada pelo Congresso, e que some com uma canetada.

Lula completa 100 dias do seu terceiro mandato nesta segunda-feira
Lula completa 100 dias do seu terceiro mandato nesta segunda-feira Foto: Wilton Junior/Estadão

Destruiu até a Medalha da Princesa Isabel, que oficialmente não tem mais importância na abolição da escravatura; 135 de história jogados no lixo pela decisão particular de um grupinho que nunca recebeu um voto na vida. Fora a destruição, há o desejo de destruir – desde o teto de gastos públicos até a meta da inflação. (Lula acha que a meta “está errada”; quer mais inflação.) Quer enfiar o seu advogado pessoal no STF – e por aí vai.

É apenas uma lista de fatos. Não há remédio para isso.

FINLÂNDIA ELEITA O MELHOR PAÍS DO MUNDO PARA A FELICIDADE

 

Saber quando se tem o suficiente

Foto: Jake Michaels/The New York Times

Por Penelope Colston – Jornal Estadão

País nórdico foi classificado como o mais feliz do mundo por seis anos consecutivos. Mas quando você conversa com finlandeses individualmente, a realidade é um pouco mais complicada

THE NEW YORK TIMES – LIFE/STYLE – Em 20 de março, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas divulgou seu Relatório Mundial de Felicidade anual, que avalia o bem-estar em países de todo o mundo. Pelo sexto ano consecutivo, a Finlândia ficou no topo.

Mas os próprios finlandeses dizem que o ranking aponta para uma realidade mais complexa.

“Eu não diria que nos consideramos muito felizes”, disse Nina Hansen, de 58 anos, professora de inglês do ensino médio de Kokkola, uma cidade de médio porte na costa oeste da Finlândia. “Eu sou um pouco desconfiada dessa palavra, na verdade.”

Modo de vida finlandês pode ser resumido como 'sisu', ou 'determinação severa diante das dificuldades'
Modo de vida finlandês pode ser resumido como ‘sisu’, ou ‘determinação severa diante das dificuldades’ Foto: Jake Michaels/The New York Times

Hansen foi uma entre mais de uma dúzia de finlandeses com quem o The New York Times conversou – incluindo uma imigrante do Zimbábue, um violinista de folk metal, uma ex-atleta olímpica e um fazendeiro aposentado – sobre o que, supostamente, faz a Finlândia tão feliz. As pessoas tinham idades entre 13 e 88 anos e representavam uma variedade de gêneros, orientações sexuais, etnias e profissões. Eles vieram de Kokkola, bem como da capital, Helsinque; Turku, uma cidade na costa sudoeste; e três aldeias no sul, leste e oeste da Finlândia.

Enquanto as pessoas elogiavam a forte rede de segurança social da Finlândia e falavam com entusiasmo sobre os benefícios psicológicos da natureza e as alegrias pessoais trazidas pelos esportes ou pela música, também falavam sobre culpaansiedade e solidão. Em vez de “felizes”, eles eram mais propensos a caracterizar os finlandeses como “bastante sombrios”, “um pouco mal-humorados” ou não habituados a sorrisos desnecessários.

O fato é que mesmo as pessoas mais felizes do mundo não são tão felizes assim. Elas estão mais próximas de um sentimento de satisfação.

Os finlandeses obtêm satisfação ao levar uma vida sustentável e compreendem o sucesso financeiro como algo capaz de identificar e atender às necessidades básicas, disse Arto O. Salonen, professor da University of Eastern Finland que pesquisou o bem-estar na sociedade finlandesa. “Em outras palavras”, ele escreveu em um e-mail, “quando você sabe o que é suficiente, você fica feliz”.

O casal grato por uma rede de segurança

“‘Felicidade’ – às vezes é uma palavra leve e usada como se fosse apenas um sorriso no rosto”, disse Teemu Kiiski, CEO da Finland Design Shop. “Mas acho que essa felicidade nórdica é algo que tem mais a ver com a base.”

'A felicidade nórdica é algo que tem mais a ver com a base', diz Teemu Kiiski ao lado da mulher, Hertta
‘A felicidade nórdica é algo que tem mais a ver com a base’, diz Teemu Kiiski ao lado da mulher, Hertta Foto: Jake Michaels/The New York Times

A alta qualidade de vida na Finlândia está profundamente enraizada no sistema de bem-estar do país, disse Kiiski, de 47 anos, que mora em Turku. “Faz com que as pessoas se sintam seguras e protegidas por não serem deixadas de fora da sociedade.”

O financiamento público para educação e artes, incluindo bolsas individuais para artistas, dá a pessoas como sua esposa, Hertta Kiiski, de 49 anos, uma artista de técnica mista, a liberdade de perseguir suas paixões criativas. “Também afeta o tipo de trabalho que fazemos, porque não precisamos pensar no valor comercial da arte”, disse Hertta Kiiski. “Então, o que muitos dos artistas fazem aqui é bastante experimental.”

O porta-voz lutando para ser ouvido

Como um negro na Finlândia – que é mais de 90% branca – Jani Toivola, de 45 anos, passou grande parte de sua vida se sentindo isolado. “Muitas vezes, eu acho, você ainda sente, como um gay negro na Finlândia, que você é a única pessoa na sala”, disse Toivola. Seu pai, queniano, esteve ausente durante grande parte de sua vida, e Toivola, cuja mãe é branca, teve dificuldades para encontrar modelos negros com os quais pudesse se relacionar.

'Como homem gay, acho que é um milagre poder ver minha filha crescer', afirma Jani Toivola
‘Como homem gay, acho que é um milagre poder ver minha filha crescer’, afirma Jani Toivola Foto: Jake Michaels/The New York Times

Em 2011, ele se tornou o primeiro membro negro do Parlamento da Finlândia, onde ajudou a liderar a luta pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Depois de cumprir dois mandatos, Toivola deixou a política para atuar, dançar e escrever. Ele agora mora em Helsinque com o marido e a filha e continua a defender os direitos LGBTQ na Finlândia. “Como homem gay, ainda acho que é um milagre poder ver minha filha crescer”, disse ele.

Os adolescentes criados para serem felizes

A sabedoria convencional diz que é mais fácil ser feliz em um país como a Finlândia, onde o governo garante uma base segura sobre a qual construir uma vida plena e um futuro promissor. Mas essa expectativa também pode criar pressão para fazer jus à reputação nacional.

“Somos muito privilegiados e sabemos do nosso privilégio”, disse Clara Paasimaki, de 19 anos, uma das alunas de Hansen em Kokkola, “então também temos medo de dizer que estamos descontentes com qualquer coisa, porque sabemos que temos muito mais do que outras pessoas”, especialmente em países não nórdicos.

'Somos muito privilegiados e sabemos do nosso privilégio', diz Clara Paasimaki
‘Somos muito privilegiados e sabemos do nosso privilégio’, diz Clara Paasimaki Foto: Jake Michaels/The New York Times

O modo de vida finlandês pode ser resumido como “sisu”, uma característica considerada parte do caráter nacional. A palavra se traduz aproximadamente como “determinação severa diante das dificuldades”, tais como os longos invernos do país: mesmo na adversidade, espera-se que um finlandês persevere, sem reclamar.

“Antigamente, quando não era tão fácil sobreviver ao inverno, as pessoas tinham de lutar, e isso meio que passou de geração para geração”, disse Matias From, de 18 anos, colega de classe de Paasimaki. “Nossos pais eram assim. Nossos avós eram assim. Fortes e sem ficar se preocupando com tudo. Apenas vivendo a vida.”

A empresária que sente falta da alegria de sua pátria

Desde que emigrou do Zimbábue, em 1992, Julia Wilson-Hangasmaa, de 59 anos, passou a apreciar a liberdade que a Finlândia oferece às pessoas para perseguir seus sonhos sem se preocupar com as necessidades básicas. Professora aposentada, ela agora administra sua própria agência de recrutamento e consultoria em Vaaksy, um vilarejo a nordeste de Helsinque.

'O que mais sinto falta, percebo quando vou ao Zimbábue, são os sorrisos', conta Julia Wilson-Hangasmaa
‘O que mais sinto falta, percebo quando vou ao Zimbábue, são os sorrisos’, conta Julia Wilson-Hangasmaa Foto: Jake Michaels/The New York Times

Mas ela também observou o aumento do sentimento anti-imigração, exacerbado pela crise migratória de 2015, e se preocupa com a sustentabilidade da alta qualidade de vida na Finlândia. “Se tivermos atitudes do tipo ‘a Finlândia é para os finlandeses’, quem cuidará de nós quando formos idosos?”, ela disse, referindo-se a um slogan comum da direita. “Quem vai dirigir o caminhão que entrega a comida no supermercado para você ir fazer compras?”

Quando retorna ao seu país de origem, ela fica impressionada com a “boa energia” que vem não da satisfação do “sisu”, mas de uma alegria exuberante.

“O que mais sinto falta, percebo quando entro no Zimbábue, são os sorrisos”, disse ela, entre “essas pessoas que não têm muito, em comparação com os padrões ocidentais, mas que são ricas em espírito”.

O fazendeiro e sua filha violoncelista

Tuomo Puutio, de 74 anos, começou a trabalhar aos 15 e sustentou sua família por décadas como criador de gado e produtor de leite. Graças ao sistema escolar da Finlândia, que inclui educação musical para todas as crianças, sua filha Marjukka Puutio, de 47, conseguiu realizar seu sonho de uma carreira musical fora de sua aldeia.

“Você tem a chance de ser violoncelista, mesmo sendo filha de um fazendeiro”, disse ela.

'Você pode ser violoncelista mesmo sendo filha de um fazendeiro', afirma Marjukka ao lado do pai, Tuomo Puutio
‘Você pode ser violoncelista mesmo sendo filha de um fazendeiro’, afirma Marjukka ao lado do pai, Tuomo Puutio Foto: Jake Michaels/The New York Times

música é uma fonte de bem-estar para muitos finlandeses, muitos dos quais cantam em coros, aprendem instrumentos ou vão a concertos regulares, especialmente durante os longos e escuros invernos do país. Mas Marjukka Puutio teme que essas oportunidades não estejam disponíveis para as gerações futuras.

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“A música, algo que me apaixona, cria uma mentalidade onde você pode enfrentar seus sentimentos e medos internos”, disse Puutio, que agora dirige uma orquestra. “Toca partes da nossa alma que de outra forma não poderíamos alcançar. E isso terá um efeito de longo prazo na vida das pessoas se essas experiências forem tiradas de nós.”

A ex-atleta olímpica e a terapeuta

Muitos dos entrevistados citaram a abundância da natureza como crucial para a felicidade finlandesa: quase 75% da Finlândia é coberta por uma floresta e ela está aberta a todos, graças a uma lei conhecida como “jokamiehen oikeudet” ou “direito de todos”, que dá às pessoas o direito de circular livremente por quaisquer áreas naturais, em terras públicas ou privadas.

“Gosto da paz e do movimento da natureza”, disse Helina Marjamaa, de 66 anos, ex-competidora de atletismo que representou o país nos Jogos Olímpicos de 1980 e 1984. “É aí que eu ganho força. Os pássaros estão cantando, a neve está derretendo e a natureza está ganhando vida. É incrivelmente lindo.”

Helina Marjamaa aponta o contato constante com a natureza como uma vantagem
Helina Marjamaa aponta o contato constante com a natureza como uma vantagem Foto: Jake Michaels/The New York Times

Sua filha Mimmi, professora de dança e terapeuta sexual, recentemente ficou noiva de sua namorada. Mimmi, de 36 anos, disse que se sente encorajada pela abertura e compreensão mais profunda de gênero e sexualidade que vê na próxima geração.

“Muitos adolescentes já se mostram como são”, disse ela. Como adultos, “precisamos encorajar isso”.

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O violinista que teme um planeta em aquecimento

Os tesouros naturais da Finlândia – cerca de um terço está acima do Círculo Polar Ártico – são particularmente vulneráveis aos efeitos da crise climática. Como Marjukka Puutio, Tuomas Rounakari, de 46 anos, um compositor mais conhecido na Finlândia como ex-integrante da banda de folk metal Korpiklaani, está preocupado com a crescente popularidade de grupos como o Partido dos Finlandeses e as políticas anticlimáticas que eles defendem.

Compositor Tuomas Rounakari teme os efeitos das mudanças climáticas
Compositor Tuomas Rounakari teme os efeitos das mudanças climáticas Foto: Jake Michaels/The New York Times

“Estou preocupado com esse nível de ignorância que temos em relação ao nosso próprio meio ambiente”, disse ele, citando espécies ameaçadas de extinção e mudanças climáticas. A ameaça, disse ele, “ainda não parece mudar o pensamento político”.

O pai do badminton e seus filhos

Os motivos para o otimismo podem ser pessoais. Para a família Hukari, esse motivo é o badminton.

Uma instalação esportiva na comunidade rural de Toholampi permitiu que Henna, de 16 anos, e Niklas, de 13, competissem em nível europeu, expondo-os a novos lugares e jogadores de todo o continente. O jogo deu aos adolescentes um hobby gratificante em uma área remota e a seus pais, Lasse e Marika Hukari, otimismo sobre o futuro de seus filhos.

Lasse Hukari, de 49 anos, espera que, com o tempo, as crianças venham a aproveitar plenamente as oportunidades que ganharam com o badminton. “Agora talvez eles não entendam o que têm, mas quando tiverem a minha idade, sei que entenderão”, disse ele.

A matriarca e sua neta

Nascida 17 anos depois que a Finlândia conquistou a independência da Rússia, Eeva Valtonen viu sua pátria se transformar ao longo de anos de reconstrução da devastação da Segunda Guerra Mundial em uma nação considerada um exemplo para o mundo.

'É muito escuro lá fora e podemos ser bastante sombrios', diz Ruut Eerikainen ao lado da avó Eeva
‘É muito escuro lá fora e podemos ser bastante sombrios’, diz Ruut Eerikainen ao lado da avó Eeva Foto: Jake Michaels/The New York Times

“Minha mãe costumava dizer: ‘Lembre-se, a bênção da vida está no trabalho, e todo trabalho que você faz, faça-o bem’”, disse Valtonen, de 88 anos. “Acho que os finlandeses têm agido assim. Todos fizeram tudo juntos e se ajudaram.”

Sua neta Ruut Eerikainen, de 29 anos, ficou surpresa ao ver a Finlândia agora classificada como o lugar mais feliz da Terra. “Para ser honesta, os finlandeses não parecem tão felizes”, disse ela. “É muito escuro lá fora e podemos ser bastante sombrios.”

Talvez os finlandeses não sejam muito mais felizes do que todos os outros. Talvez suas expectativas de contentamento sejam mais razoáveis e, se não forem atendidas, no espírito do “sisu”, eles perseveram. “Não reclamamos”, disse Eerikainen. “Nós apenas fazemos.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

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