terça-feira, 4 de abril de 2023

É DESAFIO DE TODO PROFISSIONAL A SUA MELHORIA CONTÍNUA

 

Virgilio Marques do Santos, CEO da FM2S Educação e Consultoria

Virgilio Marques do Santos, CEO da FM2S Educação e Consultoria e Doutor em Engenharia Mecânica pela Unicamp, reflete sobre a dificuldade de colocar teoria em prática na vida profissional.

Dia desses estava ouvindo programa de rádio que gosto muito, principalmente quando estou na academia ou correndo. Acho interessante que o âncora sempre inicia com uma música. Nesse dia, ele colocou “Um Sonho”, de Gilberto Gil. Ouvindo-a, fiquei perplexo com a capacidade da letra em explicar uma decepção patente a todos nós, brasileiros que nos esforçamos para agregar conhecimento para nossas carreiras.

Pela lógica, quanto mais conhecimentos adquirirmos ao longo da vida, maior quantidade e dificuldade de problemas conseguiremos resolver. E, consequentemente, maior a nossa produtividade individual, e por conseguinte, da organização para qual trabalhamos e do país como um todo.

O problema é que nossa visão de uma nação melhor e mais produtiva vai encontrando dificuldades para se materializar. Ficava e ainda fico muito frustrado quando, mesmo sabendo o que fazer para solucionar um problema, não consigo o apoio necessário. Se vejo alguém cujo desafio eu sei resolver, não fazê-lo é frustrante demais.

Quantas vezes, em projetos de consultoria, a empresa me contratava para resolver um problema, mas a liderança não se empenhava na mudança… perdi as contas que nos foi vedada a possibilidade de demitir algumas vacas sagradas ou mudar a forma como um processo era executado. Depois de muitos anos, entendi que a minha função como consultor era apenas não conseguir resolver o problema. Minha contratação tinha como objetivo acalmar os colaboradores ou acionistas insatisfeitos e dar um sentimento de “agora vai”.

A minha surpresa se deu quando os versos dessa belíssima música mostram exatamente essa situação.

O que Gil fala em seu sonho?

“Eu tive um sonho. Que eu estava certo dia, num congresso mundial. Discutindo economia. Argumentava, em favor de mais trabalho, mais empenho, mais esforço, mais controle, mais-valia. Falei de pólos industriais, de energia. Demonstrei de mil maneiras como que um país crescia. E me bati pela pujança econômica baseada na tônica da tecnologia. Apresentei estatísticas e gráficos, demonstrando os maléficos efeitos da teoria. Principalmente a do lazer, do descanso e da ampliação do espaço cultural da poesia.

Disse por fim, para todos os presentes que um país só vai pra frente se trabalhar todo dia. Estava certo de que tudo o que eu dizia representava a verdade para todo mundo que ouvia. Foi quando um velho levantou-se da cadeira e saiu assoviando uma triste melodia. Que parecia um prelúdio bachiano, um frevo pernambucano, um choro do Pixinguinha.

E no salão todas as bocas sorriram, todos os olhos me olharam e todos os homens saíram. Um por um. Fiquei ali naquele salão vazio, de repente senti frio. Reparei que estava nu, me despertei assustado e ainda tonto me levantei e fui de pronto pra calçada ver o céu azul.

Os estudantes e operários que passavam, davam risada e gritavam: Viva o índio do Xingu!”

Ao ler essa belíssima letra, é impossível não trazê-la, de 1991, para a realidade de 2023, ano em que escrevo. A sensação que me toma é a de que Gil, em seu sonho, conseguiu estruturar a minha experiência em muitas organizações, empresas e órgãos públicos. Quantas vezes não demonstrei, por meio de dados e estatísticas, a minha teoria sobre como resolver um problema, de tornar o negócio mais produtivo e eficiente. E quantas vezes a liderança não fez igual ao velho, que levantou assoviando uma triste melodia…

Essa letra acalmou meu coração e meus sentimentos de frustração pois, pelo jeito, não fui o único. Às vezes, por mais estranho que pareça na cabeça de um engenheiro apaixonado pela lógica, as pessoas “não querem que o país vá para frente, se para isso precisarem trabalhar todo dia”. Nem sempre a eficiência é tônica comum a todos os brasileiros.

Nós, obcecados pela melhoria contínua, nos deixamos cegar em alguns momentos e não entendemos o real objetivo. Quando isso acontece, é melhor mudar a perspectiva e procurar entender os sinais não verbais e as entrelinhas do local.

Depois de ouvir essa música (por umas 20 vezes ou mais), ainda recordo uma situação diferente que vivi a cada vez.

Por isso, caro leitor, se for um caçador de desperdícios, um bastião da estatística, um herói da padronização e estiver em apuros, ouça Gil. Reflita sobre os versos desta calma melodia e procure se aquietar. Dê um passo atrás, faça a real leitura da situação e pergunte-se: vale a pena a briga? Ou é melhor entender o que as pessoas realmente querem nesse projeto?

Sem uma liderança comprada e consciente das mudanças, todos os esforços serão inócuos. Por mais teorias, estatísticas e conhecimento que você possua. Nesse caso, seja sincero e deixe claro que talvez a empresa ou organização não esteja preparada e que a continuidade causará frustração para todos. Se houver espaço, deixe Gil cantar o que vai acontecer. Talvez a voz do poeta abra uma janela para que mudem de ideia.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

Propagandas online e off-line

O analógico que me perdoe, mas o marketing digital é essencial!

A importância do marketing todo mundo já sabe. Construção de marca, comunicação – essa ciência não é exatamente nova, né?

Agora, o marketing digital… esse sim é novo. Em um mundo cada vez mais conectado, o seu produto não vai ficar para trás, no papel impresso ou no rádio.

Os recursos online ajudam a sua empresa a levar o marketing para outro nível: para além de barreiras geográficas, para além das restrições de tempo e espaço das quais somente as ferramentas de automação podem te livrar!

E aí, você não vai ficar parado esperando o digital chegar até a você, não é?

Desvantagens da propaganda de rádio

Outra das maiores desvantagens da publicidade no rádio é que os ouvintes geralmente não gostam de publicidade. Ao ouvir uma estação de rádio, muitos ouvintes mudam de estação durante os intervalos de anúncios. Eles geralmente preferem ouvir o programa principal, como música ou um talk show.

Quais são as desvantagens da propaganda de rádio?

Os passageiros diários são o principal público da propaganda no rádio.

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado, que muitas vezes se enche rapidamente.

Uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio é a falta de estimulação visual. Tudo o que a publicidade na rádio pode oferecer é áudio, como vozes e música. A propaganda na televisão, por outro lado, tem um elemento visual agregado. Muitos especialistas concordam que esse elemento visual adicionado costuma ser mais eficaz para se infiltrar na mente de um consumidor em potencial.

A propaganda no rádio geralmente depende do talento da estação no ar.

Os rádios são comumente usados para ruído de fundo em muitos lugares, incluindo residências, escritórios, lojas e veículos. Isso geralmente significa que os ouvintes geralmente não estão ouvindo rádio ativamente. Isso também pode resultar em uma das maiores desvantagens da propaganda de rádio – os ouvintes muitas vezes nem mesmo ouvem a maioria dos comerciais de rádio. Se eles não os ouvem e ouvem, geralmente têm menos probabilidade de patrocinar esses negócios específicos.

Estudos mostram que anúncios em jornais em sites podem ter mais sucesso do que outros métodos.

Outra das maiores desvantagens da publicidade no rádio é que os ouvintes geralmente não gostam de publicidade. Ao ouvir uma estação de rádio, muitos ouvintes mudam de estação durante os intervalos de anúncios. Eles geralmente preferem ouvir o programa principal, como música ou um talk show. Anúncios que os ouvintes de rádio não ouvem são ineficazes.

A impossibilidade de estudar uma propaganda no lazer do ouvinte é outra das grandes desvantagens da propaganda no rádio. Os leitores podem voltar e ler um anúncio de jornal, por exemplo ou site, mas não podem fazer isso com um anúncio de rádio. Se os ouvintes perderem alguma informação importante em um anúncio de rádio, eles geralmente terão que esperar até que o anúncio seja exibido novamente. Nesse momento, entretanto, eles podem ter se esquecido ou perdido o interesse.

A propaganda no rádio carece do apelo visual que outras mídias têm.

Vantagens da propaganda online?

Fábio Maciel

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital como o site da Valeon. E isso é uma atitude bastante arriscada. Por esse motivo, resolvemos fazer esse post. Nele, vamos mostrar as vantagens da propaganda online para o seu negócio.

Segmentação

A mídia que permite melhor segmentação hoje em dia é a internet. Com ela, é possível que você separe o seu público por interesses, demograficamente ou por características específicas. Isso faz com que sua publicidade seja ainda mais efetiva, evitando dispersão da mensagem.

Custo reduzido

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Dinamismo

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma do site da Valeon e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Você pode ainda pausar uma campanha a qualquer momento, caso ela não esteja dando os retornos esperados.

Acompanhamento em tempo real

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

Com este acompanhamento, fica mais simples fazer modificações para melhorar o desempenho da campanha. Como já foi dito, as alterações podem ser feitas em tempo real, fazendo com que seja possível perceber a performance de todo o conteúdo.

Engajamento

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Interação

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital como a Plataforma Comercial da Valeon, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Alcance

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

No entanto, é necessário ter cuidado ao anunciar para um público muito distante: você deve estar preparado para atender a demanda deste consumidor para não criar uma experiência ruim.

Neste post, você viu um pouco mais sobre as vantagens da propaganda online. Não se esqueça que uma presença digital hoje é tão ou mais importante que a presença física. Por isso, é essencial que sua marca saiba se posicionar e tenha um bom reconhecimento na internet.

Por que você não aproveita o momento e divide seus conhecimentos com seus contatos? Através do site Valeon. Compartilhe este post nas suas redes sociais e mostre que você está antenado com as tendências do mercado.

As 11 principais vantagens das redes sociais e desvantagens no uso para as empresas

Wedoiti

Uma pesquisa feita em 2021 apontou que o Brasil passou a ocupar atualmente a 3ª posição no uso das redes sociais por sua população. Cada brasileiro passa, em média, 3 horas e 42 minutos por dia conectado às redes sociais. Nesse sentido, perdemos somente para as Filipinas e a Colômbia. A pesquisa em questão foi feita pela plataforma de descontos Cupom Valido que consolidou dados da Hootsuite e WeAreSocial, sobre o uso de redes sociais no país.

Além disso, uma outra pesquisa feita pela Kaspersky e Corpa, descobriu que sete em cada dez internautas brasileiros, entre 20 e 65 anos de idade, recorrem as redes sociais para se informar. No universo dos internautas pesquisados, 83% disseram cuidar de sua saúde com base em informações obtidas nas redes sociais. Da mesma forma, 88% mantêm-se informados sobre o funcionamento de serviços públicos e do comércio, pelas redes sociais.

Acima de tudo, o cenário atual apontado acima é uma grande oportunidade para sua empresa. Ela pode utilizar o marketing de redes sociais não somente para aumentar a visibilidade para sua marca, mas também para gerar mais leads e vendas. Porém, à medida que você aprende mais sobre o marketing para as redes sociais, você pode se perguntar sobre as vantagens e desvantagens das redes sociais.

Neste artigo, abordaremos as sete principais vantagens e quatro desvantagens no uso das redes sociais pelas empresas.

Quais são as vantagens das redes sociais?

As redes sociais são uma excelente oportunidade para fazer com que sua empresa cresça e apareça. Nesse sentido, vamos abordar primeiro os sete benefícios de usar o marketing para redes sociais.

A primeira das vantagens das redes sociais é que elas permitem alcançar um grande público

Existem milhões de pessoas usando plataformas de redes sociais no Brasil. Para ser mais exato, são 165 milhões de brasileiros em 2022, segundo o Statista. É uma ótima oportunidade para sua empresa atingir um grande grupo de pessoas interessadas em seus produtos ou serviços.

Confira os números das principais plataformas de redes sociais no Brasil e respectivos números de usuários em 2021.

250

 mihões usuários

99

 mihões usuários

99

 mihões usuários

45

 mihões usuários

37

 mihões usuários

22.5

 mihões usuários

7

 mihões usuários

Primordialmente, os números acima atestam as vantagens das redes sociais em atingir grandes públicos. Acima de tudo, elas abrem a porta da sua empresa para a chegada de leads que desejam seus produtos ou serviços.

As vantagens das redes sociais não se caracterizam somente pela grande afluência de público, mas também pelo tempo de permanência, conforme mencionado anteriormente. Definitivamente, os brasileiros usam muito as plataformas de redes sociais. Logo, isso cria inúmeras oportunidades para que sua empresa possa alcançar leads e assim poder envolvê-los nas diferentes plataformas.

Um restaurante especializado em camarões, em Florianópolis, por exemplo, poderia usar as redes sociais para alcançar não somente residentes, mas também turistas. Praticamente, todas as plataformas de redes sociais permitem segmentar usuários dentro de um determinado raio ou local ao criar anúncios sociais ou impulsionar postagens orgânicas. Ambas as estratégias podem ajudar a trazer tráfego de usuários locais para o restaurante dado como exemplo.

A segunda das vantagens das redes sociais é estabelecer uma conexão direta com seu público

O marketing para redes sociais é uma das poucas estratégias do marketing digital que permite que você se conecte diretamente com seu público-alvo. À princípio, você sabe quem está interessado em seu negócio, porque eles seguem seus perfis nas redes sociais e você consegue identificar quem eles são.

Sua empresa pode se beneficiar das vantagens das redes sociais, especificamente neste ponto, de várias maneiras. Veja a seguir :

Aumentar seu conhecimento sobre seu público-alvo

•             Logo, você pode oferecer conteúdo mais direcionado e interessante para eles. Assim você faz com que o conteúdo seja ainda mais personalizado baseado nos interesses deles. Como consequência, isso leva mais engajamento em seus perfis sociais e com seu negócio.

Melhorar o atendimento ao cliente

•             A princípio, quando você estabelece uma conexão direta com seu público-alvo, você facilita e acelera não somente o atendimento, mas também a resolução de problemas. Dessa forma, é possível abordá-los individualmente, lidar com o problema específico de cada um deles e assim desenvolver sua marca sob uma ótica positiva no processo.

Obter mais informações e insights sobre seus clientes

•             A conexão direta com seu público-alvo ajuda você a conhecê-lo melhor. Ou seja, você sabe quem interage com suas postagens e da mesma forma como eles interagem com elas. Como resultado, você obtém informações valiosas sobre o comportamento do seu público-alvo. Dessa forma isso o ajudará a adaptar sua estratégia de marketing para redes sociais para torná-la melhor para seus seguidores.

Melhorar sua percepção sobre seu negócio pelos olhos do seu público

•             Desde já, quem não quer saber como os outros veem o seu negócio? Com o marketing para redes sociais, você consegue saber o que seu público pensa da sua empresa. É uma grande vantagem do marketing para redes sociais porque você pode capitalizar sobre aspectos que as pessoas gostam em seu negócio e evitar elementos de que não gostam.

A conexão direta com seu público é uma ótima maneira de melhorar suas campanhas de marketing digital no geral. Você obterá insights de seus seguidores e será capaz de adaptar melhor sua estratégia de redes sociais para atender às necessidades deles.

A terceira das vantagens das redes sociais é que você pode criar conteúdo orgânico

A capacidade de postar conteúdo orgânico, sem custos, é um benefício incrível das redes sociais para as empresas. Isso abre muitas oportunidades para sua empresa se conectar com leads sem custo algum. Essa é uma das razões pelas quais as empresas adoram usar as plataformas de redes sociais.

Você pode postar a quantidade de conteúdo que quiser para envolver seu público. Além disso, as plataformas permitem a publicação de conteúdo em vários formatos. Dessa forma eles podem ser produzidos como fotos, vídeos e muito mais, dependendo da plataforma de redes sociais. É uma ótima maneira de divulgar sua marca para pessoas interessadas em sua empresa e ajudá-las a se familiarizarem com ela.

A quarta das vantagens das redes sociais são os serviços de publicidade paga

Se você quiser ir além da postagem orgânica, existe a opção de veicular anúncios pagos. Cada uma das plataformas de redes sociais oferece sua própria maneira de publicidade paga. Logo, os recursos de publicidade pagas variam de acordo com cada plataforma. A Plataforma Comercial da Valeon veicula o seu anúncio no seu site por um preço bem acessível.

Anúncios pagos oferecem ao seu negócio a oportunidade de se conectar com leads interessados que ainda não encontraram seu negócio. As plataformas de redes sociais permitem que você personalize seus anúncios para que apareçam nos feeds de pessoas que procuram seus produtos e serviços.

Isso cria uma grande oportunidade para sua empresa expandir seu alcance e obter novos leads. Você ajuda os leads mais interessados a encontrar sua empresa, o que resulta em novos seguidores, bem como em conversões para sua empresa.

A quinta das vantagens das redes sociais é a possibilidade de construir sua marca

Uma vantagem do marketing de redes sociais é a capacidade de construir sua marca. Quando você se conecta com leads interessados nela, você os expõe à sua marca. A capacidade de postar conteúdo orgânico gratuitamente permite que você construa o reconhecimento da marca de forma sistemática com seu público.

Isso gera fidelidade à marca. Quanto mais as pessoas ficam expostas à sua marca, mais se familiarizam com ela. A familiaridade com a marca leva a mais conversões no futuro porque as pessoas tendem a comprar de marcas que conhecem mais.

As redes sociais também ajudam a construir sua marca porque permite o compartilhamento. Você pode compartilhar, repostar e fixar novamente o conteúdo nas redes sociais. Isso significa que os seguidores podem compartilhar seu conteúdo com amigos e familiares, o que ajuda a expor sua marca a mais pessoas.

É uma excelente forma de obter novos clientes. Você pode alcançar leads que não alcançaria de outra forma. Isso ajuda você a aumentar seus seguidores e gerar mais leads.

Se você precisar de ajuda para fazer campanhas pagas nas redes sociais e no site da Valeon, fale conosco.

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A sexta das vantagens das redes sociais é direcionar tráfego para seu site

As redes sociais têm potencial para serem grandes geradores de tráfego para o site da sua empresa disponibilizado na Plataforma Comercial da Startup Valeon.

A maioria das plataformas de redes sociais permitem que você poste conteúdo com um link para o seu site. Quando você cria um conteúdo interessante, pode levar seu público para o site clicando num link. Isso os direciona exatamente para um lugar estratégico do seu site, onde podem comprar algo ou aprender mais sobre sua empresa.

É uma ótima oportunidade para você vender mais. Da mesma forma a ajudar seu público a se familiarizar mais com seu negócio.

Dependendo do seu negócio, você pode até permitir que as pessoas usem seu site para marcar compromissos ou pagar contas. Uma estratégia de marketing para redes sociais de clínicas e médicos, por exemplo, pode direcionar as pessoas a um site como o da VAleon para marcar sua primeira consulta e da mesma uma aula teste de ginástica.

Mais tráfego em seu site também ajuda seus outros esforços de marketing, porque você direcionará tráfego mais relevante para seus perfis sociais.

A sétima e última das vantagens das redes sociais é poder avaliar seu desempenho

A sétima vantagem do marketing de redes sociais é a capacidade de avaliar seu desempenho. Sempre que você realiza uma campanha de marketing, deseja saber como ela está se saindo. As plataformas de redes sociais facilitam o rastreamento de sua campanha para ver se você está gerando bons resultados.

Você pode determinar quantas pessoas veem suas postagens, comentam, gostam, compartilham e muito mais. Se você veicular uma campanha publicitária, também poderá visualizar as métricas dessa campanha. Você verá métricas como impressões, cliques e conversões.

Quando você pode avaliar o desempenho de sua estratégia de redes sociais, logo você pode otimizá-la e melhorá-la para gerar melhores resultados.

Quais são as desvantagens das redes sociais?

Em qualquer estratégia de marketing, sempre há desvantagens. As desvantagens não significam que a abordagem não seja eficaz, mas sim, que apresentam obstáculos potenciais que você pode ter que superar durante a execução de suas campanhas. Estas são as quatro principais desvantagens do marketing de redes sociais.

1 – Você pode receber feedback negativo e é necessário lidar com ele

As pessoas usam as redes sociais para postar conteúdo que gostam, mas também as usam para compartilhar experiências que não gostam. Se alguém teve uma experiência ruim com seu negócio, as redes sociais são portas amplificadas para que ele compartilhe sua experiência ruim com outras pessoas.

Esse feedback negativo vem de diferentes formas. Em plataformas como o Facebook, alguém pode deixar um comentário negativo em sua página e compartilhar sua experiência negativa. Da próxima vez que alguém verificar sua empresa, ela verá os comentários e verá o feedback negativo.

Em sites como o Twitter, os usuários podem marcar uma empresa em suas postagens e compartilhar sua experiência negativa. As pessoas podem retuitar essa experiência ruim e espalhá-la pela rede.

As plataformas de mídia social são catalisadoras de reclamações e de feedbacks negativos. As pessoas usam seus perfis para ajudar outras pessoas a entender sua experiência ruim. Muitas pessoas sentem que há uma obrigação social de compartilhar suas experiências negativas para evitar que outras pessoas tenham a mesma experiência.

Ter muito feedback negativo pode impactar negativamente seus esforços de marketing no futuro.

As pessoas confiam nas outras pessoas para lhes dar uma visão sobre a sua empresa, especialmente se for a primeira vez que ouvem falar dela. Com as redes sociais, é possível que o feedback negativo possa impedir sua empresa de ganhar novos leads.

Como administrar o feedback negativo

Sempre que você receber um feedback negativo, em qualquer das plataformas, responda a ele. Não deixe as queixas e preocupações das pessoas sem solução. Nem todo mundo terá uma experiência positiva com sua empresa, mas lidar com os problemas, pode falar muito sobre sua empresa e seus valores.

2 – Você abre possibilidades para o cancelamento da sua marca

Não é difícil para algumas postagens se tornarem virais nas redes sociais. As pessoas ficam de olho nas coisas boas e ruins nas redes sociais. Se você não tomar cuidado com o conteúdo que publica, pode acabar criando uma situação de cancelamento para sua marca sem nem perceber.

Um bom exemplo neste caso, foi o que aconteceu com a Natura. Ela veiculou uma campanha de Dia dos Pais tendo um homem trans no papel de um pai de família. No entanto, parte do seu público, mais ligado a questões religiosas e contrário ao movimento LGBTQIA+, cancelou a marca nas redes sociais. Dessa forma, a Natura passou a ser a marca mais cancelada pelo público que deseja ver os princípios e valores de sua religião na sociedade.

Todavia, a Natura não é o único exemplo. Uma infinidade de marcas já passou por uma situação de cancelamento nas redes sociais.

Como evitar o cancelamento nas redes sociais

Sempre faça uma pesquisa antes de postar conteúdo nas redes sociais. Seja uma foto, uma hashtag ou um vídeo, faça uma pesquisa para ver se há alguma maneira de interpretarem de forma errada seu conteúdo. A pesquisa ajuda você a adaptar seu conteúdo para evitar cancelamento para sua empresa.

3 – O investimento de tempo é muito alto

As redes sociais não são o único canal de marketing digital. Todavia elas exigem que você crie constantemente conteúdo novo para postar e se envolver com seu público. Uma grande desvantagem das redes sociais é que elas consomem muito tempo das empresas.

Se você tem uma pequena empresa, um pequeno departamento de marketing ou recursos limitados, é um desafio gerenciar uma campanha de marketing de redes sociais.

Você tem que encontrar tempo para equilibrar a postagem de conteúdo, monitorar esse conteúdo, responder às pessoas e medir o impacto do seu conteúdo. Se você não tiver os recursos, pode ser uma tarefa difícil.

Se você não está fazendo o suficiente com suas redes sociais porque não tem tempo, pessoas ou software para ajudá-lo a executar sua estratégia de marketing para as redes sociais, suas campanhas serão prejudicadas. Você não será tão eficaz quanto um concorrente que tem os recursos necessários para executar uma campanha de sucesso.

Como administrar essa desvantagem da exigência de tempo

Se você não tem os recursos, considere terceirizar sua campanha de marketing para redes sociais para uma agência de marketing digital como a Startup Valeon. Nós podemos lidar com suas campanhas enquanto você administra seu negócio. Sem mencionar que você fará parceria com pessoas que têm anos de experiência na execução de campanhas nas redes sociais e sabem como promover o sucesso do seu negócio.

4 – Você tem que esperar algum tempo para ver os resultados

Quando as empresas investem em estratégias de marketing, elas querem ver resultados imediatos. Você quer saber se suas estratégias estão funcionando e se vale a pena investir seu tempo e dinheiro nelas. Com o marketing de redes sociais, você não vê resultados imediatos.

O sucesso do marketing de redes sociais depende do sucesso geral das campanhas. Publicar um único conteúdo não determina o sucesso de sua campanha. Você deve postar várias peças de conteúdo durante um certo período para determinar o verdadeiro sucesso de suas campanhas.

Esta é uma desvantagem das redes sociais porque você tem que esperar para ver os resultados. Você deve ser paciente e esperar algumas semanas para ver os resultados antes de ajustar sua campanha.

Como se adaptar a essa desvantagem das redes sociais

A única adaptação verdadeira é ser paciente. Você deve se lembrar que você não pode ver resultados imediatos até que sua campanha esteja em execução por algum tempo. A melhor coisa que você pode fazer é acompanhar o desempenho de suas postagens à medida que as publica, para tê-las prontas para comparação quando sua campanha estiver em execução por algum tempo.

Conclusão

O marketing de redes sociais cria muitas oportunidades para sua empresa gerar novos leads. É uma ótima maneira de se conectar com seu público e ajudá-lo a se familiarizar com sua empresa. Se você está pronto para começar a colher os benefícios das redes sociais, a Startup Valeon o ajudará a criar sua campanha.

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Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

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Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

•             Publicidade e Propaganda de várias Categorias de Empresas e Serviços;

•             Informações detalhadas dos Shoppings de Ipatinga;

•             Elaboração e formação de coletâneas de informações sobre o Turismo da nossa região;

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segunda-feira, 3 de abril de 2023

DENUNCIAS DA PGR CONTRA MANIFESTANTES DO 8 DE JANEIRO CONTRARIAM STF

 

Individualização da conduta

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília


Manifestantes invadem Congresso, no dia 8 de janeiro.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra mais de mil pessoas que, de algum modo, estavam presentes no Quartel-General do Exército ou na Praça dos Três Poderes, no dia da invasão aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal, em Brasília, não seguem o entendimento recente dos tribunais superiores quanto à individualização da conduta de cada pessoa.

Desde o 8 de janeiro, o órgão já denunciou 1.037 pessoas. A maioria delas, cerca de 800, foi acusada pelos crimes de incitação de animosidade das Forças Armadas contra as instituições democráticas e associação criminosa, cujas penas somam menos de 4 anos de detenção, em caso de condenação.

As demais, que participaram da invasão das sedes dos Poderes, foram denunciadas por crimes mais graves, como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado, cujas penas podem superar os 30 anos de prisão, na hipótese de serem condenadas.

Ocorre que, ao menos para esses dois grupos, as centenas de denúncias são praticamente idênticas, nas quais se muda apenas o nome e os dados pessoais da pessoa acusada, para identificá-la. As denúncias do primeiro grupo, chamados de “incitadores”, possuem 12 páginas e narram que os acampados do QG contestavam a lisura das eleições, a soltura e candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que passaram a pedir ao Exército uma intervenção militar, para “a tomada dos Poderes Constituídos e a instalação de uma ditadura”.

Com base em reportagens, a denúncia mostra fotos da estrutura montada em Brasília em frente ao QG. Depois, diz que a pessoa “aderiu a essa associação, cujo desiderato era a prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito”.

A PGR, no entanto, não diz o que a pessoa efetivamente fez: se, por exemplo, entrou em contato com militares para incentivar um golpe, ou se portou faixas ou entoou gritos de ordem em favor da intervenção. Com base em fotos, a denúncia registra que esse tipo de manifestação fazia parte do acampamento, e deduz que a pessoa atuou nesse sentido.

Denúncias rejeitadas no STF e no STJ
Um levantamento da reportagem da Gazeta do Povo sobre decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aponta, no entanto, a exigência de que, em acusações contra pessoas envolvidas em crimes coletivos, haja “um esforço de identificação da contribuição” de cada um para a abertura de uma ação penal. Caso contrário, a denúncia deve ser rejeitada.

A expressão foi utilizada pelo ministro Gilmar Mendes ao extinguir, em 2016, um processo criminal contra seis sócios de uma editora, acusados de crimes tributários, por prestarem declarações falsas à Receita para pagar menos impostos. Ao denunciá-los, o Ministério Público optou por acusar todos eles pelo fato de figuraram no contrato social como responsáveis pela gestão. Para Gilmar Mendes, não era suficiente. “Tenho por insuficiente a descrição das condutas dos denunciados, devendo a ação penal ser extinta, sem prejuízo de nova propositura, sanado o vício”, votou o ministro, no que foi seguido por outros três integrantes da Segunda Turma do STF: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Teori Zavascki.

A decisão marcou uma guinada em relação a decisões anteriores, relacionadas a crimes societários, que não exigiam, na fase de denúncia, uma descrição muito pormenorizada da conduta de cada um dos acusados. A jurisprudência admitia que isso fosse feito no curso da ação penal, fase seguinte, em que as partes apresentam mais provas e aprofundam o caso.

Depois disso, em agosto de 2021, a Segunda Turma do STF rejeitou uma denúncia contra Ciro Nogueira (PP), ex-ministro da Casa Civil na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apresentada na Lava Jato, por falta de individualização da conduta. Junto com outros dois políticos do PP, o deputado Eduardo da Fonte e o ex-deputado Marcio Junqueira, ele era acusado de embaraçar investigação criminal que envolve organização criminosa. O grupo teria tentado subornar e até ameaçar de morte José Expedito, um ex-funcionário, para que desistisse de delatá-los em esquemas de corrupção.

Em seu voto, Gilmar Mendes afirmou que a PGR não descreveu, de forma satisfatória, as circunstâncias, a forma e os meios pelos quais Ciro Nogueira e o deputado federal Eduardo da Fonte, outro acusado, teriam participado desses atos, deixando ainda de indicar elementos de prova que apontariam a pressão deles sobre o ex-funcionário. “Essas tentativas de embaraço à justiça teriam ocorrido em encontros presenciais entre José Expedito e Marcio Junqueira”, destacou. “Não há nenhum elemento probatório que possa sugerir que Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte tenham se encontrado ou mesmo se comunicado com a testemunha”.

José Expedito afirmou que recebeu pagamentos para obstruir as investigações contra os políticos. Mas, segundo Gilmar Mendes, não havia, na investigação e na denúncia, provas da entrega ou do recebimento desses valores. Ele foi seguido por Lewandowski e Nunes Marques. A denúncia foi arquivada.

Entendimento semelhante já havia sido firmado pelo STJ, ainda em 2017. Na época, a Corte Especial, formada pelos 15 ministros mais experientes, rejeitou de forma unânime denúncia contra o ex-governador do Amapá e atual ministro do Desenvolvimento Social, Waldez Góes. Ele era acusado de integrar um grupo, também formado por servidores e empresários, que teria fraudado licitação no estado. Ele foi denunciado por associação criminosa, peculato, frustração do caráter competitivo da licitação e prorrogação ilegal de contrato.

Relatora do caso, a ministra Nancy Andrighi considerou que os fatos narrados pelo Ministério Público não foram suficientemente delimitados para demonstrar, de forma individualizada, como o governador teria contribuído para a frustração da licitação. “A denúncia pode ser qualificada como genérica, pois prejudica a adequada representação dos supostos fatos criminosos e impede a compreensão da acusação que é imputa ao denunciado, causando, por consequência, prejuízo a seu direito de ampla defesa”, concluiu.

Casos de violência coletiva também exigem individualização

A jurisprudência firmada nos tribunais superiores também se reflete em casos envolvendo violência com grupos de pessoas. Em 2018, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro contestou a prisão de 159 suspeitos de integrar a maior milícia do estado, detidos durante uma festa. Todos eram suspeitos de porte ilegal de arma e constituição de milícia privada.

“É muito porosa essa situação de que haveria ali um estado de flagrância. Até porque as armas não foram encontradas com ninguém específico. O que falta é a especificação pormenorizada dos detalhes e a individualização da conduta de cada um”, disse, à época, ao site Conjur o defensor público Ricardo André de Souza.

Na época, o governo do então presidente Michel Temer cogitava autorizar, durante a intervenção federal na segurança do Rio, a expedição de mandados coletivos de busca e apreensão ou prisão, sem identificar exatamente os alvos, mas regiões inteiras dominadas por facções, especialmente em favelas. A medida acabou descartada por pressão da comunidade jurídica, que apontava falta de individualização das condutas.

Em 2016, a Justiça soltou dois homens flagrados com fuzil, uma pistola e mais de 4 quilos de maconha, no Morro da Carioca, pelo mesmo motivo. Um dia após a prisão, durante audiência de custódia, a juíza do caso apontou que a conduta de cada um dos acusados não foi detalhada pela Polícia Civil no boletim de ocorrência. “Verifico frágil a regularidade do flagrante, tento em vista que as circunstâncias da prisão não se encontram claras, tampouco a individualização das condutas dos flagranteados, assistindo razão à defesa.”

Em setembro do mesmo ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou a condenação de 73 policiais militares pela morte de 111 detentos do presídio do Carandiru, em 1992. Os desembargadores entenderam não haver elementos capazes de demonstrar quais foram os crimes cometidos por cada um dos agentes.

O que diz um advogado de presos em 8 de janeiro
Para considerar uma denúncia genérica, o Judiciário se baseia no artigo 41 do Código de Processo Penal (CPP), segundo o qual a acusação deve conter “a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.”

Defensor de vários participantes do ato de 8 de janeiro, o advogado Calebe Ribeiro diz que, desde o início do caso, PGR, polícia e Judiciário têm falhado na descrição individual das condutas. “Se iniciou no auto de prisão em flagrante. O certo, pelo artigo 312 do CPP, seria que os presos fossem levados até a autoridade policial, o delegado, que iria tipificar a conduta, de acordo com o fato narrado pelos policiais”, diz.

Na noite do dia 8 de janeiro, no entanto, foi o ministro Alexandre de Moraes quem primeiro imputou diversos crimes aos participantes, incluindo o de terrorismo, já contestado pela PGR, por não abarcar atos com motivação política.

Calebe também contesta a tipificação dada – de forma geral – a quem estava acampado e de quem participou das invasões. “Só por estarem sentadas numa barraca, pacificamente, foram denunciadas. Pelo fato de estarem no QG, imputaram a elas o crime de incitação à animosidade das Forças Armadas contra as instituições, e associação para a prática de crime contra o Estado. A denúncia trata como se todas as pessoas estivessem uníssonas para um golpe de Estado. Está errado. Tinha gente querendo deposição violenta de Lula? Talvez, mas a maioria estava questionando a lisura das urnas, não satisfeitos com a transparência do processo. Algumas acreditavam que havia interpretação da Constituição, equivocada, para que as Forças Armadas interviessem para fazer uma recontagem dos votos”, diz o advogado.

Quanto aos invasores dos prédios dos Três Poderes, o defensor afirma que deveriam ser apenas denunciados por dano ao patrimônio público. Para ele, a acusação deveria dizer o que cada um quebrou dentro dos edifícios. “Tentativa de deposição do Estado de Direito sem armas? Eles atacaram as edificações, não as autoridades. Era uma demonstração de revolta, como outras que já haviam ocorrido, nas jornadas de junho de 2013, e na invasão do Congresso pelo MST, em 2006. Em nenhum desses casos, os participantes foram acusados de terrorismo ou golpe de Estado”, argumenta Calebe.

Contra esse tipo de crítica e para rebater os questionamentos, a PGR tem sustentado que cumpre, sim, com o requisito da individualização. Faz isso ao separar os denunciados em grupos: os de incitadores (acampados no QG) e os de invasores (que depredaram os prédios).

“Embora, pela peculiaridade do caso, as denúncias contenham trechos semelhantes – o que é natural, uma vez que versam sobre o mesmo fato (atos de 8 de janeiro) -, as petições narram os diversos comportamentos apurados nos ataques às sedes dos Três Poderes, de modo a permitir que todos os denunciados possam se defender de forma adequada e conforme a legislação, o que será feito no curso da ação penal, se recebida a denúncia pelo Judiciário”, disse o órgão, em nota publicada em seu site oficial.

No último dia 9, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, declarou que, para ele, há individualização das condutas. “O STF está analisando de forma detalhada e individualizada para que, rapidamente, aqueles que praticaram crime sejam responsabilizados nos termos da lei. Quem praticou crime mais leve terá sanção mais leve, quem praticou crime mais grave terá sanção mais grave”, afirmou.

Ainda não se sabe, ao certo, se o próprio STF vai analisar as denúncias, como e quando. Pelo regimento da Casa, essa decisão – que permite a abertura de uma ação penal – é tomada pelo plenário, formado pelos 11 ministros. O texto da regra, no entanto, diz que ela vale para autoridades com foro privilegiado, que não é o caso dos acampados e invasores. Dentro do STF, há sugestões para que, encerradas as denúncias, tudo seja enviado para a primeira instância, onde juízes comuns passariam a tocar os processos.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/denuncia-generica-contra-participantes-do-8-de-janeiro-contraria-entendimento-do-stf/
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PARTIDO NOVO FAZ FIRME OPOSIÇÃO AO GOVERNO LULA 3

Entrevista com Eduardo Ribeiro

Mas descarta Bolsonaro para 2026

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
e

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


O partido Novo está apostando suas fichas em uma firme oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para voltar a crescer, após reeleger apenas três deputados federais em 2022. Na visão do presidente da legenda, o empresário Eduardo Ribeiro, a gestão petista já mostrou ser uma “catástrofe”, não só pela reversão da agenda liberal, mas também por aprofundar a radicalização dentro da sociedade.

Para combater o PT, Ribeiro, que comanda o Novo há três anos, diz contar com parlamentares articulados e um bom time de advogados. Quando necessário, diz que acionará o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar retrocessos no legado liberal na economia deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta entrevista à Gazeta do Povo, ele também explica como o partido, criado em 2011, tem se tornado mais pragmático, buscando alianças políticas e permitindo o uso de rendimentos do Fundo Partidário, o que era reprovado pela legenda até pouco tempo atrás.

Questionado sobre um eventual apoio a Bolsonaro, o presidente do Novo recua. Diz que é cedo, e aposta mais no surgimento de novas lideranças na direita, não necessariamente do partido. Naturalmente, cita o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), mas também o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o senador Sergio Moro (União-PR), e até Hamilton Mourão (Republicanos-RS), senador e ex-vice-presidente da República.

E por que não Bolsonaro? Para ele, o discurso dúbio de do ex-presidente em relação à defesa da democracia ajudou a criar o ambiente que resultou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no 8 de janeiro. Na visão dele, algo lamentável, que acabou manchando a imagem de toda a direita. “Particularmente, não vejo sentido na direita apostar, novamente, em algo que não funcionou. Perdemos a eleição para o Lula, alguém que tinha sido condenado e estava preso até pouco tempo atrás, tinha uma rejeição enorme, e conseguimos perder para o PT”.

Leia, abaixo, a entrevista. No vídeo que acompanha esse texto, a íntegra da conversa, gravada na última quarta-feira, 29 de março.

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Como o Partido Novo avalia esse início do governo Lula?

Eduardo Ribeiro: Minha avaliação é de um início desastroso do governo Lula 3. Obviamente, já sabíamos que do ponto de vista de agenda programática, não houve nenhuma mentira. O Lula nunca escondeu que tentaria retroagir, do nosso ponto de vista, em diversos temas. Como na Lei das Estatais, no novo Ensino Médio, que querem agora revogar. Posicionamentos bastante estranhos do ministro do Trabalho, querendo revogar avanços feitos na reforma trabalhista, e agora querendo, contra a vontade dos motoristas, regulamentar o serviço de transporte por aplicativo, o que já foi feito em outros países e não funcionou, e as empresas [acabaram] saindo.

Agora, tem um aspecto de estelionato eleitoral, na medida em que o governo se propôs a ser de pacificação, de união e reconstrução, como está em sua logomarca e slogan, mas não está fazendo nada disso. Basicamente, o Lula continuou com a polarização, continua com declarações agressivas contra adversários políticos, criando políticas contestáveis, contra as quais temos lutado muito, como de regulamentar redes sociais, que avança sobre o direito à liberdade de expressão, que para o Novo é muito caro.

Do ponto de vista de agenda econômica e de Estado, já sabíamos que deveria haver muitos retrocessos, mas que do ponto de vista de pacificação, mentiu. Ao ponto de hoje criar teorias conspiratórias a respeito do plano de assassinar o Sergio Moro e sua família, como se fosse um plano dele mesmo, algo absurdo e condenável, que não deveria vir da boca de um presidente da República. Esse início de governo é uma catástrofe.

O Novo é muito pequeno na Câmara e no Senado, sem força numérica para impor agenda, nem margem para negociar mudanças em propostas e obstruir votações. Qual a estratégia para ser relevante na política nacional e barrar retrocessos no governo Lula?

Nessas eleições, sofremos impacto da polarização. O PT e o PL, por terem polarizado e verticalizado na candidatura presidencial, acabaram levando consigo as maiores bancadas de deputados federais. Assim como outros partidos, sofremos um pouco desse mal. Até pelo Novo não ter uma base de municípios com vereadores que pudessem lhe sustentar.

Apesar de termos uma bancada reduzida, é muito bem articulada. Nosso deputado federal Marcel Van Hattem [RS], um dos expoentes do liberalismo e do conservadorismo no Brasil hoje, é uma das grandes vozes da oposição, inclusive é o primeiro vice-líder do bloco de oposição na Câmara. O senador [Eduardo] Girão [CE], que nem era do Novo, mas veio recentemente, é uma pessoa incrível e muito alinhada conosco, também tem poder de articulação e respeitabilidade muito grande dentro do Senado.

Então, apesar de termos um partido aparentemente pequeno, nossos membros têm bom poder de articulação, são respeitados e conseguem trabalhar em conjunto com as outras forças políticas.

Mas a oposição não se dará apenas no Parlamento. Nós somos um partido político, e constitucionalmente, ele tem prerrogativas de atuar também, com instrumentos democráticos e republicanos, fora. Como, por exemplo, pelo meio judicial. Talvez seja a grande alçada do Novo, temos excelentes advogados e juristas dentro e próximos do partido para nos ajudar.

Fomos o partido que mais entrou com representações e ações contra o PT, que quer fazer tudo atrapalhadamente, passar por cima da legislação e da Constituição para impor sua agenda. Não vamos permitir e esperamos que o Judiciário entenda que certos limites não podem ser ultrapassados. Só que para isso, precisa ser provocado e é preciso ter um partido com a coragem e a liberdade para fazer isso. O Novo vai ser o grande farol no campo da atuação com representações judicias dentro da oposição, e já temos feito isso.

Por outro lado, há um incômodo no Congresso, especialmente na direita, nos últimos anos, com a projeção que Supremo ganhou, justamente por ter sido acionado a todo momento pela oposição ao governo Bolsonaro. Isso não é ruim?

Precisamos confiar nas instituições. E o Judiciário já é separado do Executivo e do Legislativo para ter essa autonomia de tomar suas decisões de acordo com suas convicções, mas dentro do quadro constitucional. Então, precisamos confiar que as instituições vão ser preservadas para tomarem essas decisões.

Mas não seremos um partido de ativismo judicial, que entra apenas para fazer barulho. Todas as nossas peças são muito fundamentadas. Ao longo dos últimos anos, tivemos muita parcimônia. Entramos apenas em questões de muita relevância, porque sempre preservamos e respeitamos a decisão política.

Mas, quando entendemos que há um flagrante desprezo ou risco à Constituição, vamos entrar. Porque entendemos que temos que brigar até a última trincheira.

Temos essa liberdade e coragem porque não temos cargo nenhum no governo, como não tivemos no governo Bolsonaro. Temos essa independência, para que o partido não tenha nenhuma amarra para provocar o Judiciário quando necessário, quando julgarmos que um grande risco existe para uma legislação ou política pública, dentro do aspecto constitucional.

Mas também há um desconforto do Partido Novo pelo que tem sido feito ao longo dos últimos anos [no Judiciário]. Algumas situações que não condizem com o decoro e a liturgia do cargo de ministro, seja do Supremo, seja do Tribunal Superior Eleitoral, ou de outras instâncias. Mas devemos lembrar que não é um poder monocrático, há outros ministros que sempre preservaram a Constituição e temos que trabalhar com a ideia de órgão colegiado.

Na política, críticos do Novo entendem que o partido é muito ideológico e, assim como o Psol é na esquerda, há um entendimento de que é fiel até demais às suas convicções na direita, ao evitar composições políticas. Isso pode ser negativo?

Acho que amadurecemos bastante ao longo dos últimos 10 anos, em especial nos últimos 4, em que tivemos um governo no segundo maior estado do Brasil, que é Minas Gerais, com Romeu Zema. Uma bancada expressiva na Câmara e agora duas prefeituras, além de vários vereadores pelo Brasil, fez com que o Novo amadurecesse bastante.

Se você olhar a árvore genealógica dos partidos políticos, o Novo é o único criado de fora do circuito de políticos. O Psol foi um desmembramento do PT em 2003 após uma reforma da previdência [do setor público], um grupo mais radical que saiu e formou o partido. E isso é uma regra, todos foram criados a partir de uma divisão ou segmentação de um partido. E o Novo não, 90% dos filiados nunca foram filiados a outro partido político.

A maioria dos nossos deputados eleitos e o próprio governador Zema nunca tinha sido político, candidato a nada. Isso demandaria um certo amadurecimento, que aconteceu. Vejo um partido muito mais maduro dentro na forma de política republicana.

O pessoal daqui que gosta muito de sociologia cita Max Weber, que fala muito da ética da convicção frente à ética da responsabilidade. A ética da convicção muitas vezes não se adequa dentro do ambiente político, porque você precisa, como político, ter responsabilidade com toda a sociedade. Às vezes uma decisão que precisa tomar não necessariamente é aquela que você está mais convicto, mas é a necessária naquele momento, para que a sociedade dê um passo à frente.

Então, você abre mão, faz concessões para que consiga dar um passo à frente. Isso não quer dizer abrir mão de princípios, são negociações políticas, de forma transparente e republicana. O que o Novo não faz é trocar apoio por cargo. Tem diretrizes internas para que isso seja vedado, justamente para que nossos políticos façam julgamentos políticos nas nossas decisões, mas que não estejam amarrados frente a pressões ou em função de cargos.

O sr. mencionou o Zema e as convicções do Novo. Recentemente, ele disse ter praticamente as mesmas convicções do ex-presidente Jair Bolsonaro. Hoje, o PL já corteja Zema como opção de candidato em 2026, caso Bolsonaro fique inelegível. O sr. e o Novo acham que o Bolsonaro deve e tem o direito de se candidatar daqui a 4 anos?

Ainda tem muita água para rolar. Mas olhando o histórico: já tivemos duas eleições em que Bolsonaro foi candidato à Presidência, nas duas o Novo lançou candidato próprio, não apoiou oficialmente ele, porque entendemos que faltava estrutura mais clara de visão de governo. Para que conseguisse não só fazer reformas, colocar o país nos eixos, no campo da direita liberal, mas também que tivesse condições de preservar a direita como um todo.

Tínhamos muito medo do que uma liderança como Bolsonaro pudesse corromper ou comprometer a imagem da direita. Infelizmente isso, em algum grau, aconteceu. A forma como ele conduziu o governo, em especial nos últimos três anos, prejudicou muito, não só a imagem do próprio governo, que acabou sendo responsável pela sua derrota nas eleições, mas da direita como um todo.

Instigando, de maneira velada, ou com discursos muitas vezes dúbios, sobre até onde iria, em termos de preservar as instituições e nosso ambiente democrático. Fez com que se criasse um ambiente para o que aconteceu em 8 de janeiro. Aquela coisa absolutamente lamentável, de vândalos invadindo a Praça dos Três Poderes e destruindo o centro do poder do Brasil, como se isso fosse resolver alguma coisa. Todo o campo da direita foi atingido, de alguma maneira.

Nós condenamos, contestamos, mas aquilo ali, em algum grau, foi obra de um ambiente que foi criado, infelizmente, pela postura do Jair Bolsonaro. Então, particularmente não vejo sentido na direita apostar, novamente, em algo que não funcionou. Perdemos a eleição para o Lula, alguém que tinha sido condenado e estava preso até pouco tempo atrás, tinha uma rejeição enorme, e conseguimos perder para o PT.

Acho que em 2026 vão surgir novas lideranças. O Zema evidentemente é falado como uma delas, mas há também o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo, do Republicanos], tem o Sergio Moro [do União Brasil], que conseguiu vencer uma eleição difícil para senador no Paraná. Existe a possibilidade de outras lideranças surgirem e acho que isso precisa ser fomentado. Inclusive para consertar um pouco a imagem da direita que ficou desgastada.

Mas você acha que Bolsonaro deveria ter ao menos o direito de se candidatar em 2026?

Nós, durante a campanha, fomos muito críticos ao TSE, pelas decisões que haviam sido tomadas, que prejudicaram bastante a campanha do Bolsonaro. Isso é inegável, nunca escondemos isso. Sempre defendemos que as eleições fossem justas e, no nosso entendimento, pesou muito contrário à campanha do presidente [Bolsonaro], de fato prejudicou sua eleição.

Agora, tem muita coisa que a gente viu e não concorda, muita coisa que a gente não sabe e que pode aparecer. A questão de ele se tornar inelegível ou não, ele que vai ter que resolver junto com a Justiça.

Concordo que houve um legado econômico liberal, inclusive apoiamos muito a pauta do Paulo Guedes, que gosta muito de nossos deputados, trabalhamos muito juntos.

Mas eu acredito que surjam novas lideranças para que a própria direita possa se reerguer das cinzas e construir novos discursos e narrativas para conseguir se proliferar. Uma das coisas que nós, liberais, sempre defendemos é que não existe salvador da pátria. Precisamos de lideranças. Mas o processo de construção de imagem quase que mitológica não é muito a nossa cara. Porque isso pode acabar num ambiente fundamentalista, que a gente não quer, de polarização exacerbada e a discussão mais racional fique de lado.

O sr. mencionou Zema, Tarcísio, mas já surgem mais nomes, como o de Damares Alves…

Hamilton Mourão, também, com certeza…

Essa oferta ofusca uma possível candidatura do Novo? Mas caso o partido não lance, haveria possibilidade de compor com um desses?

De maneira alguma ofusca. Nós amadurecemos. E a ideia de lançar candidatos é para tornar o partido mais conhecido. Mas, além de mais maduros, já estamos em outro estágio, de certa relevância política. Não só por um ativo que temos com o governador de Minas Gerais, mas também de recentes mudanças. O partido tem um caixa muito relevante.

Em termos financeiros, tudo que foi acumulado em Fundo Partidário, mais de R$ 100 milhões, somos um dos partidos com maior caixa. Em termos de estrutura, de capilaridade, somos um partido médio. O que não temos ainda são deputados federais, mas vamos trabalhar para reconstruir isso já nas próximas eleições. Mas de forma alguma outras lideranças ofuscam.

E fico muito feliz de ver isso. Até porque isso vai demandar da direita um diálogo maior para se construir consensos, e de fato, não dividir. Se fôssemos trazer para um cenário de hoje, a visão majoritária do partido é de sentar e escolher a pessoa com maior capacidade de liderar e de chegar lá. Respeitando todo o ambiente democrático, as instituições, mas que consiga conduzir uma agenda de direita, e vencer o adversário que vier do PT.

Porque quem imagina que o PT vá ceder espaço para uma candidatura de outro partido de esquerda em 2026 está muito enganado. Eles disputaram todas as eleições desde a redemocratização. O PT tem um projeto de poder hegemônico. Então, nosso adversário e de outros partidos que venham querer compor dentro da direita vai ser sempre o PT. E nós precisamos unir forças contra qualquer adversário que vier do lado de lá.

Então, há abertura no Novo para convergência em torno do nome mais forte que surgir na direita…

Hoje entendo que sim. É outro momento. E entendo que já em muitos municípios, já na eleição de 2024, isso já vai ser visto. O Novo, por imaturidade ou dogmas criados no passado, tinha uma resistência inclusive a formar coligações. E isso já foi superado em Minas Gerais.

Conseguimos trabalhar uma coligação ampla para o governador Zema, com muito diálogo e construção com partidos da base, com humildade e respeito, para que fôssemos chapa pura. Mas que permitiu que essa coalizão vencesse [Alexandre] Kalil logo no primeiro turno, com 53%, e hoje tem uma base relevante, sempre preservando a independência dos partidos, mas tão grande a ponto de ter dois blocos governistas hoje na assembleia. O que vai permitir que Zema faça um governo muito mais amplo e efetivo que foi no primeiro mandato.

Esse aprendizado vai para as próximas eleições, seja o Novo como cabeça de chapa, seja outro partido. Mas o Novo usando suas lideranças e capilaridade para enfrentar o mal maior, o PT. Mas lógico que temos lideranças capazes de sentar na mesa e eventualmente, se precisar, ser a liderança a conduzir.

Na legislatura anterior, o Novo tinha oito deputados. Agora, são três deputados e um senador. Quais são as metas para ser um partido mais forte? Como aumentar a bancada e o número de prefeitos, por exemplo?

Me permita uma retrospectiva do que foi feito de 2019 para 2020, que não concordei e foi um grande problema interno do partido, com impacto direto nas eleições de 2022. O Novo poderia ter crescido tranquilamente [nas eleições municipais] para 250, 300 ou até 400 cidades, porque havia ali movimento e desejo de renovação latente na sociedade, que se demonstrou em 2018 e continuou até as eleições de 2020.

Mas, por uma estratégia muito mais conservadora, o partido decidiu disputar apenas em 46 municípios. Isso restringiu muito o poder de capilaridade do Novo que poderíamos ter para 2026. E aqui falo de ter vereadores, prefeitos, mostrando a real atuação do Novo nos seus municípios.

A votação em que o Felipe D’Ávila foi proporcionalmente mais bem votado foi Joinville [SC], onde nós temos o prefeito. Ou seja, a cartilha do Novo, sendo aplicada no dia a dia, onde o prefeito tem mais de 92% de aprovação e as pessoas vincularem isso a uma agenda do Novo, fez com que aquilo que se transformasse em voto para o nosso candidato a presidente, que nem era tão conhecido. Capilaridade é isso.

Se tivéssemos mais exemplos, certamente poderíamos ter transformado isso em portas abrindo para candidatos a deputado federal, que em sua imensa maioria também são desconhecidos. O Novo acaba sendo uma plataforma que atrai mais gente de fora da política que de dentro. E essa é outra filosofia que estamos mudando, sendo um pouco mais flexível.

Tinha uma cultura no passado de que o Novo não aceitava gente de outros partidos. O que era uma grande bobagem. Tem muita gente boa em outros partidos que gostam e se alinham ao Novo e querem vir. Tivemos o prefeito de Patos de Minas [MG], o Luiz Eduardo Falcão, que veio. O senador Eduardo Girão que também migrou. E tem outras lideranças que conversamos que podem vir a compor ainda nessa legislatura, tanto na Câmara quanto no Senado. Além de inúmeros vereadores e prefeitos que querem vir. O Novo conseguiu manter essa marca apesar da estratégia errada de 2020.

Falando em metas, estabelecemos numa comissão de dirigentes, regras de governança para que possamos distribuir os rendimentos do Fundo Partidário, que aprovamos recentemente seu uso, o que dá um poder de estrutura quatro vezes maior que temos hoje e permite essa capilaridade. Mas há um cenário bastante possível de disputar [em 2024] em no mínimo 300 cidades, seja com vereador, seja com prefeito.

Cravar quantos vamos eleger é difícil. Mas o que está dentro do nosso controle é montar essas chapas, e o Novo sempre tem um eleitorado cativo em cidades que permitam eleger um, dois ou quatro vereadores, dependendo do cenário local.

O Novo, pelo que o sr. disse, tem se tornado mais pragmático, aceitando alianças e usando o Fundo Partidário. O ex-presidente João Amôedo tem criticado essa nova orientação, a ponto de até declarar voto em Lula em 2022. Como o sr. rebate essas críticas, inclusive sobre o uso dos rendimentos do fundo?

Fico muito triste com as críticas porque sempre defendemos que o Novo fosse uma instituição que não tinha dono. Infelizmente, ele acabou escolhendo um caminho diferente do partido, e tem toda legitimidade e o direito de mudar a forma como pensa. O que não concordamos é que queira arrastar o partido junto e todas as suas lideranças, mediante a sua visão de mundo, dado que ela mudou ao longo do tempo. O partido se manteve intacto.

Lógico que teve algumas mudanças, avanços em posicionamentos, um ajuste aqui e outro ali, mas a essência do Novo sempre ficou muito clara. Que nós somos o completo oposto do PT. Não tem a menor chance de o Novo estar perto de algo parecido com o PT. Então, ao declarar voto no Lula, e o Novo se colocou de forma muito clara contra o PT no segundo turno, o partido se sentiu, com suas lideranças e mandatários, bastante atingido e ofendido. O que acabou tornando inviável sua manutenção dentro do partido.

Críticas acabaram se sucedendo em função de outras decisões que foram tomadas, no momento em que o partido também precisa se modernizar e se adequar à nova realidade. Sempre defendemos a ideia de que era possível manter o partido apenas com as doações de seus filiados, mas, infelizmente, temos milhares de justificativas de desfiliações em função do próprio João Amôedo. Dos seus posicionamentos que fizeram com que muitos filiados saíssem e levassem embora suas contribuições. Isso acabou sangrando bastante o financiamento.

Nada que eventualmente comprometesse. Agora mesmo o partido está num viés de alta, com muitos filiados voltando e fazendo com que possa aumentar sua arrecadação. Mas a decisão por utilizar os rendimentos do Fundo Partidário vai um pouco além disso.

No nosso diagnóstico, quando o partido foi fundado em 2011, era completamente diferente. O Fundo Partidário era uma fração apenas do que é hoje. Não existia o Fundo Eleitoral. Eram permitidas as doações de pessoas jurídicas, não havia limites para doações de pessoas físicas. E ao longo de 10 anos isso tudo mudou radicalmente.

Para encerrar, o Novo se vê ameaçado, como partido de direita, por uma eventual regulamentação das redes sociais, como querem o governo, a esquerda no Congresso e o STF? Todos esses atores falam em combater “discursos de ódio”, manifestações “antidemocráticas” ou de “ataque às instituições”. Mas, se levarmos em conta o que já foi feito em nome disso, veremos intensa perseguição à direita, quase exclusivamente.

A preocupação é imensa. É mais um movimento sendo feito pelos atores do sistema para tentar evitar que novos supostos entrantes surjam ou que novas ideias possam proliferar, sob um discurso bonitinho de que está sendo combatido o discurso de ódio, ofensas, etc.

No fundo, não é nada disso. Para isso já existe legislação. Você pode levar à Justiça e discutir qualquer ofensa que venha a sentir. O que nos preocupa é essa ânsia do governo em regulamentar e trazer para si o poder de fiscalizar o que é certo e errado, que é verdade e mentira. Esse é o primeiro passo para o autoritarismo.

Quando a liberdade de expressão, que é a mãe de todas as outras liberdades, passa a ser ameaçada, nós temos que ligar o sinal de alerta e combater.

É um mundo perfeito a internet, um ambiente confortável? Certamente não. Todo mundo que usa redes sociais sabe que não é o local mais civilizado do mundo. Mas é o que se tem hoje e talvez algo que precisamos aprender a usar. Tenho defendido muito a tese de que é um problema geracional. Por muito tempo, os meios de comunicação tiveram a hegemonia e monopólio de trazer a informação, e com as redes sociais, isso se rompeu. Qualquer um com um celular consegue dar uma notícia, uma informação.

Evidente que mentiras podem ser criadas por qualquer um dos lados. E como todo mundo sabe, ela dá volta ao mundo antes de a verdade chegar. Mas é um problema geracional. Quem tem mais familiaridade com as ferramentas de internet sabe identificar que isso ou aquilo não faz tanto sentido. O melhor modelo para combater esse tipo de notícia falsa ou desinformação é trabalhando para que as pessoas conheçam melhor como usar a ferramenta, que não é o problema. É como a gente usa e como interpretamos como chega lá.


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CENSORES PREVALECEM SOBRE MÍDIAS SOCIAIS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Audiência no STF sobre Marco Civil da Internet reuniu ministros da corte e do governo Lula.| Foto: Carlos Alves Moura/STF

Governo e Supremo contra as Big Techs, e todos contra a liberdade de expressão. É possível resumir assim, em pouquíssimas palavras, o resultado dos dois dias de audiência pública no Supremo Tribunal Federal que discutiram a responsabilização das empresas de mídia social quanto aos conteúdos publicados por seus usuários. Uma discussão que deveria ter sido puramente técnica acabou, como era de se esperar, sequestrada por aqueles que, com pouquíssimas exceções, usaram a ocasião para defender conceito tão peculiar quanto equivocado de liberdade de expressão, que basicamente consiste em suprimir o discurso que lhes é desagradável.

A audiência tinha como objetivo alegado discutir um único artigo do Marco Civil da Internet, o 19, cujo caput prevê que “Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário”. De início, é preciso atentar para o fato de tal discussão se dar no âmbito do STF. Ainda que o pano de fundo fosse o de dois casos que estão sendo julgados pela corte, de imediato ficou evidente que a discussão não girava em torno dos episódios concretos ou de como a lei se aplicava a eles, mas sobre a própria conveniência do texto legal, o que é missão do Legislativo, não do Judiciário.

Sem que recuperemos a convicção firme sobre o caráter essencial dessa liberdade, qualquer discussão sobre regulamentação de mídias sociais corre o risco de descambar para a legalização da censura pura e simples

Sobre esse ponto, até é possível alegar que o artigo 19 dá uma proteção excessiva às Big Techs ao responsabilizá-las apenas pelo que não for apagado mesmo com determinação judicial de remoção de conteúdo. Afinal, há conteúdos nitidamente criminosos – pensemos, por exemplo, em conteúdos racistas ou de pornografia infantil – que não só podem como devem ser removidos por iniciativa das próprias mídias assim que elas se dão conta da existência de tais publicações, sem ter de esperar por uma decisão judicial para isso. Em artigo recente na imprensa paulista, os criadores do Marco Civil da Internet alegaram que esse tipo de situação já se encontra contemplado na expressão “ressalvadas as disposições legais em contrário”, mas sugerem que a lei explicite melhor tais casos, da forma mais objetiva possível. Entretanto, como dissemos, esta seria tarefa que caberia ao Legislativo, dispensando a necessidade de audiências no Supremo a esse respeito.

No entanto, a quase totalidade das manifestações na audiência – seja de ministros do Supremo, de integrantes do governo federal, das próprias Big Techs e de membros da sociedade civil organizada – extrapolou completamente o âmbito da discussão sobre o artigo 19 do Marco Civil. Tanto na terça-feira quanto na quarta-feira, o que se viu foi um festival de manifestações pedindo mais e mais censura contra fake news, “discurso de ódio”, “desinformação”, “ataques à democracia” e “teorias da conspiração”, em um afã que usa termos polidos como “defesa da democracia” para esconder uma autêntica convicção liberticida que se aproveita, como agravante, da ausência completa de preocupação em definir estes conceitos com a precisão que o tema exige.

VEJA TAMBÉM:
O império da mentira quer definir o que é verdade (editorial de 29 de março de 2023)
A regulamentação das Big Techs e a liberdade de expressão ainda às escuras (editorial de 14 de março de 2023)
O governo prepara uma nova mordaça (editorial de 24 de fevereiro de 2023)


A Gazeta do Povo vem insistindo há muito que a retomada do respeito à liberdade de expressão é uma prioridade nacional. De tanto repetirem que “a liberdade de expressão não é absoluta” (e de fato não o é), autoridades e ministros parecem ter se convencido de que, na verdade, ela é meramente acessória. Mas não; a liberdade de expressão é um pilar da democracia, e não pode ser relativizada da forma como vem ocorrendo no Brasil. Sem que recuperemos a convicção firme sobre o caráter essencial dessa liberdade, qualquer discussão sobre regulamentação de mídias sociais corre o risco de descambar para a legalização da censura pura e simples, ajudada pela confusão geral que coloca no mesmo balaio o crime contra a honra, a informação factual inverídica, a crítica legítima, afirmações de caráter opinativo, possíveis explicações para determinados fatos e uma miríade de outras modalidades de manifestação nas mídias sociais. Ocorre que essa confusão é benéfica para muitos dos participantes deste debate, pois com isso “fake news”, “discurso de ódio”, “ataques à democracia” e expressões semelhantes se tornam muletas que permitem a supressão de qualquer discurso que lhes desagrade e a imposição de um modo de pensar único. Isso explica, por exemplo, que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, tenha defendido na audiência a necessidade de um “freio institucional que permita uma reorientação cultural e ideológica da sociedade” (grifo nosso).

Este processo, lamentavelmente, vem sendo levado adiante pelos mais altos escalões do poder. Em muitas ocasiões, já explicamos como o STF tem protagonizado o “apagão da liberdade de expressão” no país. Do governo federal nem é preciso falar, empenhado que está na criação de seu “Ministério da Verdade” e em reescrever a história recente dos escândalos de corrupção no Brasil. Diante de um Alexandre de Moraes ou de um petista padrão, as Big Techs podem até ter soado como paladinas da liberdade de expressão na audiência, mas também elas já demonstraram seu viés político-ideológico na moderação de conteúdos, algo que os Twitter Files só tornaram mais evidente. O mundo dos sonhos das mídias sociais é aquele em que elas são legalmente caracterizadas como plataformas neutras, sem sofrer responsabilização pelo que nelas é publicado, mas ao mesmo tempo moderam ou suprimem conteúdos arbitrariamente, sem transparência nenhuma, com critérios próprios, agindo não como plataformas, mas como editores.

Há pouquíssimo interesse em combater o apagão conceitual a respeito de cada tipo de discurso e da proteção que a Constituição concede a cada um deles ao tratar a liberdade de expressão como garantia individual

Os raros lampejos de defesa da liberdade de expressão vieram de uma fala específica do gerente jurídico do Facebook no Brasil, que na terça-feira alertou para o risco de as mídias passarem a excluir qualquer conteúdo meramente suspeito de ilegalidade; e do advogado Rodrigo Xavier Leonardo, da Rede de Pesquisa de Direito Civil Contemporâneo, que, além de lembrar que o STF não era o locus adequado para aquela discussão, foi bastante enfático em seu aviso de que havia a possibilidade de enveredarmos para “o pior tipo de censura: a censura invisível (…) a censura escondida; é a censura que não pode ser sindicada”, caso a responsabilidade fosse colocada toda na mão das Big Techs sem a devida conceituação do que está ou não protegido pela liberdade de expressão.

Infelizmente, esses dois dias de audiência no STF mostraram que há pouquíssimo interesse em combater o apagão conceitual a respeito de cada tipo de discurso e da proteção que a Constituição concede a cada um deles ao tratar a liberdade de expressão como garantia individual. Os que ganham com a confusão são os mesmos que estão em posições de decisão, e que usam esses conceitos definidos de forma difusa e imprecisa como pretexto para ir atrás de qualquer discurso que eles queiram perseguir, ainda que se trate de opiniões ou críticas legítimas. Se esse animus prevalecer à medida que projetos de regulamentação de mídias sociais avançarem no país, podemos prever tempos ainda mais difíceis para a liberdade de expressão no Brasil.


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COREANA EXALTA AS VIRTUDES DA LIBERDADE E DO CAPITALISMO

 

Artigo
Refugiada norte-coreana que se tornou uma autora best-seller
Por
Jon Miltimore
Foundation for Economic Education – Gazeta do Povo


Yeonmi Park, autora de best-sellers que escapou do regime comunista da Coreia do Norte, celebra seu sucesso em um país capitalista. Foto de 2015, encontro internacional de estudantes pela liberdade em Washington D.C., EUA.| Foto: Flickr/Gage Skidmore

Em 2022, tive a oportunidade de participar de uma conferência de dois dias no Colorado. O evento foi organizado pelo Objective Standard Institute.

Embora houvesse muitos oradores de peso, a história que mais me cativou foi a de Yeonmi Park, uma desertora norte-coreana que conseguiu escapar de seu país totalitário em 2007, quando tinha 13 anos de idade, depois de o seu pai ter sido condenado a um campo de trabalho forçado. (Seu “crime”? Ele estava comercializando ilegalmente açúcar, sal e outras especiarias.)

Depois de ter ido para a China, Park foi vendida como escrava, mas conseguiu escapar novamente, desta vez para a Mongólia. Depois ela acabou indo para a Coréia do Sul, e, em 2014, para os Estados Unidos.

Ouvir sobre as tribulações de Park quase me levou às lágrimas. O que foi surpreendente foi como sua visão da vida era positiva mesmo depois de suportar tais dificuldades, perdas pessoais e privações.

“Eu escapei por uma tigela de arroz”, disse Park à plateia.

Desapegados da História, Desvinculados da Realidade
As violações dos direitos humanos na Coreia do Norte são bem conhecidas. O país comunista tem usado notoriamente a fome como arma para subjugar seu povo por décadas e manter um controle de ferro sobre o poder. Há mais de uma década, uma contagem dos EUA citou relatórios que estimam que três milhões de pessoas morreram de fome no país durante a década de 1990.

Kim Jong-un, que em 2011 sucedeu seu pai como Líder Supremo da Coreia do Norte e tornou-se chefe do Partido dos Trabalhadores da Coreia em 2012, utilizou métodos semelhantes no país de cerca de 26 milhões de pessoas, e chegou a resultados semelhantes. Relatórios recentes indicam que a segurança alimentar na Coreia do Norte está “no seu pior nível desde a fome dos anos 90”.

Ouvir sobre a fome e as violações dos direitos humanos em abstrato, no entanto, é diferente de ouvir sobre a experiência de Park, que não só foi infernal como bizarra. Em seu livro de 2016 “Para poder viver: a jornada de uma garota norte-coreana para a liberdade” (Trad. Paulo Geigner, Companhia das Letras), a bela e jovem autora descreve a propaganda estatal à qual foi submetida quando criança.

“Na escola, cantamos uma canção sobre Kim Jong Il e como ele trabalhou tanto para dar instrução aos nossos trabalhadores locais enquanto viajava pelo país, dormindo em seu carro e comendo apenas pequenas refeições de arroz”, escreveu. “‘Por favor, por favor, Caro Líder, descanse bem por nós!’, cantávamos chorando. ‘Estamos todos chorando por você'”.

Park acabaria descobrindo que tudo o que lhe foi ensinado na escola sobre equidade, comunismo e o “querido líder” da Coreia do Norte era uma mentira. Viver nos EUA também lhe deu uma nova apreciação das virtudes da liberdade e do capitalismo.

“Minha história só é possível no capitalismo”, Park publicou em sua conta no Twitter recentemente. “Os EUA são verdadeiramente uma terra de oportunidades para qualquer um que esteja disposto a trabalhar duro e perseverar. Saí da Coreia do Norte sem falar uma palavra de inglês, sem um tostão, e aqui sou autora de dois best-sellers…”

Park estava se referindo a seu mais novo livro, “While Time Remains: A North Korean Defector’s Search for Freedom in America” (“Enquanto o tempo permanecer: a busca de uma desertora norte-coreana pela liberdade nos EUA”, em tradução livre. Ainda sem previsão de publicação no Brasil), que inclui um prefácio do escritor popular Jordan B. Peterson. O livro, que chegou ao número 1 na seção de liberdade política na Amazon, adverte os americanos a não consideraram garantida a sua liberdade, e os exorta a aprenderem com a história.

“Quando um povo se desapega de sua história, quando se desvincula da realidade, quando perde a capacidade de entender causa e efeito, eles estão no ponto certo para serem explorados por aqueles que detêm o poder real”, escreve Park.

Cegos para a prosperidade ao nosso redor
O livro de Park não poderia ter sido mais oportuno. Embora o capitalismo tenha inaugurado uma prosperidade humana sem precedentes, é uma realidade para a qual muitos americanos são cegos, particularmente os americanos mais jovens.

“Vejo pessoas falando livremente, trabalhando em seus MacBooks, pedindo comida que recebem em poucos instantes, vendo carros passando do lado de fora, e foi isso que me fez perceber”, escreveu Alyssa Ahlgren em um artigo viral de 2019 intitulado “Minha geração é cega para a prosperidade ao nosso redor”.

“Vivemos na época mais privilegiada da nação mais próspera e nos tornamos completamente cegos para ela. Veículos, alimentos, tecnologia, liberdade de associação… Estas coisas estão tão arraigadas em nosso modo de vida americano que não pensamos realmente sobre isso. Estamos tão bem aqui nos Estados Unidos que nossa linha de pobreza começa 31 vezes acima da média global”, afirma Ahlgren.

Se você acredita que Ahlgren estava exagerando, considere as recentes observações da escritora de tecnologia do jornal Washington Post, Taylor Lorenz.

“As pessoas ficam dizendo coisas como ‘por que as crianças estão tão deprimidas? devem ser seus CELULARES’! Mas esquecem de mencionar o fato de que estamos vivendo a fase final do inferno capitalista, durante o curso de uma pandemia mortal, em um período que registra uma desigualdade de renda, sem nenhuma rede de segurança social e do trabalho, enquanto a mudança climática cozinha o mundo… você tem que estar delirando para olhar a vida em nosso país neste momento e ter um pingo de esperança ou otimismo”.

É de se notar que Lorenz, ao contrário de Park, nasceu no privilégio capitalista. Ela foi criada em Greenwich, Connecticut, frequentou um prestigioso (e caro) colégio interno suíço e recebeu um diploma de ciências políticas das Faculdades Hobart e William Smith (matrícula: US$ 61 mil [R$ 309 mil]). Antes de ingressar no Washington Post de Jeff Bezos, escrevia para algumas das publicações mais prestigiosas da mídia, incluindo The New York Times, The Daily Beast, e Business Insider.

Apesar deste privilégio e sucesso, Lorenz vê vários problemas. A triste verdade é que ela provavelmente acredita verdadeiramente que vive em uma paisagem do “inferno capitalista”. Como muitos, ela parece cega às virtudes do capitalismo, e a todos os luxos e confortos aos quais se acostumou.

Yeonmi Park não é cega a estas realidades. Ela viu o inferno de perto.

Se Taylor Lorenz quer realmente entender como é o inferno, ela deveria comprar um exemplar do novo livro de Park. Isso provavelmente lhe oferecerá uma perspectiva necessária.


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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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