sexta-feira, 31 de março de 2023

O PRÓPRIO LULA JÁ É UMA GRANDE ARMAÇÃO

Por
Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva.| Foto: EFE/André Borges

Lula resolveu falar de “armação”. Não daquelas que arquitetou, nas quais foi beneficiado. O problema são sempre os outros. Ele continua sendo “a alma mais honesta deste país”. Pode ser leviano, pode falar a mentira que bem entender… De alguma forma, ele será compreendido, defendido, protegido. Tudo o que faz de errado deve ter uma boa intenção, mesmo as maiores burradas. A ele é permitido todo tipo de insinuação, acusação, impropério, injustiça. Ele prescinde de provas, está acima dos fatos.

Os levianos estão contra ele, sempre estiveram. Até hoje, falam do dedo mínimo da mão esquerda perdido numa prensa. Não o dedo anelar, o médio, não um dedo da mão mais usada, a direita. Até hoje falam do sindicalista malandro, dado a golpes e armações, que começava e encerrava greves, atrás de dinheiro… Não para a categoria dos metalúrgicos, mas para um metalúrgico específico e seu grupo restrito. Sim, os levianos ainda falam disso.

Em breve, por lei, tudo o que Lula disser será verdade, será inquestionável. O que disserem contra ele será mentira deslavada, será banido, desaparecerá

Sobre os dois primeiros mandatos de Lula, juram que ele foi beneficiado por um período de bonança no planeta. Economia mundial aquecida, preços das matérias-primas que o Brasil exporta em alta… Juram que foi a turma econômica do PSDB, antes de Lula, que arrumou a casa. Metas de gestão das contas públicas, metas de inflação, liberação do câmbio. Como assim? O que deu estabilidade ao Brasil, o que permitiu ao país acumular reservas cambiais não foi obra do Lula? Leviandade pura.

Ficam imaginando como estaria o país se Lula tivesse feito, lá atrás, as reformas da Previdência, tributária, administrativa, política… Os levianos imaginam e falam qualquer coisa, que nos governos do PT a educação não melhorou, a saúde também não. Não melhorou o ambiente de negócios, não diminuiu a burocracia. O tamanho do Estado aumentou, o Estado gastou um bocado. E insistem até hoje em falar na corrupção sistêmica, bilionária, monumental: mensalão, petrolão… Tentaram envolver Lula nisso tudo. Tremenda armação, ele nunca soube de nada.

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Foi condenado, é verdade, por corrupção e lavagem de dinheiro, mas já decretou: tudo não passou de uma armação do juiz Sergio Moro. Esqueçam a pena aumentada no TRF4, em que Lula perdeu por unanimidade, assim como no STJ. Foram três instâncias de armações, foram armações sem limites. Tudo contra ele, “o maior líder popular do Brasil”. A seu favor moveu-se o mundo da retidão, da responsabilidade, da bondade e fraternidade, pelo bem do Brasil.

E, para que não reste dúvida, em breve, por lei, tudo o que Lula disser será verdade, será inquestionável. O que disserem contra ele será mentira deslavada, será banido, desaparecerá. O mundo será cristalino, estaremos protegidos. Os levianos vão dizer que nossa Constituição garante a liberdade de expressão… Vão ficar nesse papinho de que não dá para defender a democracia, implementando censura. Mas eles são levianos, eles não sabem o que dizem.


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PRIMEIRO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE LULA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Congresso

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Deputados apresentam pedido de impeachment contra Lula.| Foto: Apolos Neto / Assessoria do deputado Tenente Coronel Zucco

Na quinta-feira, 33 deputados apresentaram um requerimento ao presidente da Câmara para que abra processo de impeachment contra o atual presidente. O autor do pedido é o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, da família imperial brasileira. É uma das mentes mais brilhantes desse país; ele é do PL e representa São Paulo. Outros 32 assinaram, mas nem precisaria deste número, tanto que o impeachment de Dilma foi assinado por três pessoas; basta que haja algo concreto.

O artigo 85 da Constituição trata do que seria crime de responsabilidade do presidente da República, e esse pedido de impeachment parece que pega dois casos. O que atenta contra o livre exercício do Poder Legislativo é a afirmação do presidente de que queria acabar com Sergio Moro, que era juiz da Lava Jato e hoje é senador. O que atenta contra a segurança interna do país é o momento em que Lula disse que a operação da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça contra o PCC era uma armação de Moro. O pedido fala também da falta de decoro, porque Lula usou um palavrão que eu não ousei repetir aqui, em respeito a vocês que me acompanham. Em vez de “acabar” com Moro, ele disse uma palavra bem vulgar. O documento agora está nas mãos do presidente da Câmara, e ele certamente recebe com isso uma munição política.

Como os invasores do 8 de janeiro entraram tão facilmente no Planalto?

Chamou minha atenção o depoimento de um coronel da PM na CPI do 8 de janeiro, no Legislativo do Distrito Federal. Esse coronel, da inteligência da Secretaria de Segurança, disse que em 5 de janeiro receberam um documento do Ministério da Justiça, prevendo acontecimentos que poderiam levar a uma tentativa de derrubada do poder. Isso coincide com uma nova informação do senador Marcos do Val, que tem documentos da Abin e de outros órgãos de informação, pelos quais fica muito claro que a Presidência da República, o Ministério da Justiça, todo mundo foi avisado para se prevenir.

Coincidência ou não, o ex-presidente Bolsonaro – que chegou a Brasília na manhã de quinta, depois foi para a sede do PL e deu uma entrevista – disse que estranhou a entrada fácil no Palácio do Planalto porque ninguém arrombou porta. Ele lembrou que muitas vezes estava dentro do palácio e via a multidão lá fora, chamando o nome dele; ele pedia para abrirem a porta e demorava uns dez minutos até trazerem a chave. Mas essa porta foi aberta facilmente naquele 8 de janeiro, e ele desconfia que houve facilidade demais. Daí a necessidade de uma CPI no âmbito do Congresso Nacional, com deputados e senadores, para esclarecer essas responsabilidades também.

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As indenizações da Comissão de Anistia estão de volta 

A nova Comissão de Anistia do atual governo teve a primeira reunião nesta quinta. Foi uma reunião festiva por causa da “semana do nunca mais”, que lembra o 31 de março. Nesta sexta faz 59 anos que o presidente João Goulart foi derrubado. Primeiro, a Igreja pregou a derrubada dele, dizendo que vinha aí um regime comunista; depois veio a aprovação dos donos de jornais, que entraram na mesma campanha – só o jornal do Samuel Wainer ficou fora, todos os outros aprovaram. Depois, o povo foi para as ruas. E, por último, um general de Juiz de Fora tomou a iniciativa e aí desandou um dominó.

Eu fico imaginando: se não acontecesse aquilo, nós seríamos uma grande Cuba, e uma Cuba desse tamanho certamente teria evitado a extinção da União Soviética, o fim da Guerra Fria, seria uma pressão enorme contra os Estados Unidos, um país desse tamanho, com tanta matéria prima no Hemisfério Sul; enfim, são os caminhos da história.

Agora aparecem os anistiados, 59 anos depois tem gente pedindo indenização. Muitas foram negadas no último governo, mas agora anunciaram que muitos pedidos negados foram concedidos. As pessoas vão receber atrasado desde 1999, dá perto de R$ 1 milhão do seu dinheiro, dinheiro dos nossos impostos. Não sei exatamente qual o critério, mas até o deputado Ivan Valente (PSol) vai receber também uma indenização que foi aprovada na quinta.

Oposição quer derrubar decreto de Lula sobre armas

Por fim, só para lembrar, a oposição na Câmara está se mobilizando para fazer um decreto legislativo que anule os efeitos do decreto presidencial de 1.º de janeiro sobre armas, que prejudica clubes de tiro, lojas, empregos etc. ligados aos CACs, colecionadores, atiradores e caçadores.


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BOLSONARO VOLTA AO BRASIL E VAI TRABALHAR PARA O PL

 

Sem barulho, mas vivo e disposto a ir à luta: a volta de Bolsonaro ao Brasil

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


De volta ao Brasil, Bolsonaro diz que vai trabalhar para fazer PL e aliados elegerem mais da metade das prefeituras brasileiras nas eleições de 2024.| Foto: Luis Nova/EFE

Jair Bolsonaro voltou a fazer parte ativa da política nacional – desembarcou na manhã de quinta-feira (30) em Brasília, sem barulho e sem festa, mas vivo, inteiro e, ao que parece, disposto a ir à luta. Tem pela frente uma barreira formidável: o consórcio dos supremos tribunais de Brasília, que dá a entender que vai passar os próximos quatro anos fazendo exatamente a mesma coisa que fez nos quatro últimos.

Nestes últimos quatro anos, a ideia fixa do STF foi destruir o governo Bolsonaro – começou proibindo que ele nomeasse o seu próprio diretor da Polícia Federal, e a partir daí não parou nunca mais. Nos próximos quatro, a ideia continua fixa, só que com propósitos ainda mais radicais: cassar os seus direitos políticos, impedir com isso que ele se candidate a qualquer coisa pelo resto da vida e, se for possível, até para estabelecer alguma simetria com Lula, mandar o homem para a cadeia.

Tudo indica que, para morrer mesmo na política, Bolsonaro, como aliás tem sido o caso de Lula, ainda terá de morrer outras vezes.

Lula, a esquerda em peso e os advogados garantistas, mais o Jornal Nacional e boa parte da mídia, vão dar 1.000% de apoio ao projeto – já em execução cinco minutos depois de anunciado pelo TSE o resultado da eleição. Bolsonaro, para todos eles, continua sendo o principal problema da nação.

O ex-presidente, do seu lado, começou a se mexer de novo; chegou a dar a impressão de que estava morto, mas não está. Não houve recepção em massa – e nem seria permitido pelas autoridades de Brasília, que desde a suspensão e o pito passado no governador já querem chamar a polícia, bloquear ruas e pedir estado de sítio a cada vez que veem três pessoas juntas. Mas houve a reestreia formal de Bolsonaro na política brasileira em seu primeiro gesto oficial: uma recepção na sede do Partido Liberal, do qual é o presidente de honra. Falou de trabalho no Congresso. Falou do PL. Falou de sua prioridade, as eleições municipais do ano que vem, nas quais conta estar ao lado dos vencedores nos dez ou vinte maiores colégios eleitorais.

Teve, naturalmente, de responder à acusação de hoje da mídia – as joias da Arábia, que vieram se juntar às denuncias ininterruptas de cada um dos seus anos no governo. Nenhuma deu em rigorosamente nada, do ponto de vista legal. Mas vão continuar sendo feitas até o fim de sua vida natural, e isso não o impediu de ter 58 milhões de votos na última eleição – nem de continuar sendo a assombração número 1 do Supremo e do seu entorno.

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Bolsonaro, no momento, tem um cabo eleitoral dos sonhos de qualquer político de oposição, e um plano B. O cabo eleitoral é o governo Lula: está pior hoje do que estava apenas 90 dias atrás e tem tudo para ficar pior nos próximos 90. Não há limites, daí para frente. A esquerda, é claro, acha que esse tipo de observação é apenas “opinião errada”, ou “desinformação”, ou “bolsonarismo” – infelizmente, para quem está começando a sentir na própria pele os efeitos das decisões do governo, trata-se de fatos.

Não há como falsificar todos os fatos; uma parte sim, mas não todos, e isso é uma benção diária para quem está na oposição. Não ficam nunca sem material de trabalho; quando ficam, o governo fornece. O plano B do ex-presidente como novo líder não oficial da direita brasileira – e no caso de sua carreira política ir a pique nos tribunais – é jogar todo o seu capital no apoio a um nome forte e viável do seu mundo. Não será pouca coisa. Tudo indica que, para morrer mesmo na política, Bolsonaro, como aliás tem sido o caso de Lula, ainda terá de morrer outras vezes.


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MERCENÁRIO RUSSO AMEAÇA PUTIN E A GUERRA NA UCRÂNIA

 

Rússia
Briga entre Putin e grupo mercenário Wagner ameaça planos russos na Ucrânia

Por
Fábio Galão – Gazeta do Povo


O presidente russo, Vladimir Putin, e o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, em imagem de 2010: amizade foi abalada pelos desdobramentos da batalha de Bakhmut| Foto: Presidência da Rússia/Wikimedia Commons

Bakhmut, cidade no oblast de Donetsk, é desde o final do ano passado o principal palco da guerra deflagrada pela Rússia contra a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já disse que a queda de Bakhmut seria um golpe duro para a resistência de Kiev, pois abriria caminho para a Rússia ganhar ainda mais terreno no leste do país.

A principal força de assalto russa nessa batalha é o grupo mercenário Wagner, cujo líder, Yevgeny Prigozhin, é aliado do presidente Vladimir Putin. O grupo paramilitar recrutou presos em penitenciárias russas para lutar na Ucrânia, com a promessa de liberdade após servirem na guerra.

Na semana passada, Prigozhin informou que mais de 5 mil presos receberam indulto das suas penas após o término dos seus contratos para lutar pelo Wagner.

Entretanto, nos últimos meses surgiram vários indícios de desentendimentos entre o grupo mercenário e o Kremlin, o que pode comprometer os planos russos na Ucrânia.

Prigozhin causou constrangimentos a Putin ao reivindicar vitórias em batalhas antes que as próprias forças armadas da Rússia se pronunciassem, fez críticas públicas ao alto escalão militar russo e reclamou de falta de munição e apoio. Também se queixou de que não tinha mais acesso direto a Putin.

A batalha de Bakhmut já proporcionou grandes perdas ao Wagner e, após semanas de discurso confiante, Prigozhin afirmou na quarta-feira (29) que seu contingente na cidade ucraniana sofreu “graves danos”.

O fato de Putin ter admitido que o grupo mercenário permanecesse com pouco ou nenhum apoio numa batalha com grandes perdas fez surgir a teoria de que o objetivo do presidente russo é evitar que Prigozhin se torne popular demais e busque enfrentá-lo na eleição presidencial de 2024.

Essa teoria foi corroborada pelo analista George Barros, chefe da equipe de inteligência geoespacial que monitora a Rússia e a Ucrânia no Instituto de Estudos da Guerra (ISW, na sigla em inglês).

“Atualmente, nós avaliamos, devido às disputas internas entre o Ministério da Defesa russo e Yevgeny Prigozhin, que os russos estão usando Bakhmut para em grande parte destruir o grupo Wagner e, por assim dizer, colocar Prigozhin ‘no seu devido lugar’”, afirmou, durante um recente debate online sobre a Ucrânia. As declarações foram reproduzidas pelo jornal britânico The Independent.

O desentendimento entre Prigozhin e Putin seria tão profundo que o líder do grupo mercenário estaria disposto a voltar suas atenções para a África, onde o Wagner atua no Sudão, na República Centro-Africana, no Mali e em outros países, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.

No Telegram, Prigozhin disse que não sabia do que “a Bloomberg está falando”. “Aparentemente, eles sabem melhor do que eu o que vamos fazer em seguida. Enquanto formos necessários para nossa nação, seguiremos lutando no território da Ucrânia”, rebateu.

Um eventual rompimento com o Wagner poderia comprometer a ofensiva russa no país vizinho, visto que, como destacou George Barros, as tropas do Kremlin estão exauridas.

“As forças armadas convencionais russas foram derrotadas. Se considerarmos as forças russas como um todo, todas as unidades de combate importantes […] já lutaram na Ucrânia no ano passado, e todas sofreram níveis variados de perdas e foram reagrupadas até certo ponto”, explicou, citando que a Rússia está sendo obrigada a despachar para o campo de batalha homens cada vez mais inexperientes, “o que é muito bom para a Ucrânia”.

Curiosamente, um oficial de inteligência ucraniano informou à CNN que prisioneiros estão sendo recrutados diretamente pelo Ministério da Defesa russo para lutar como “bucha de canhão” na Ucrânia. Ou seja, no seu desespero, o Kremlin parece disposto a deixar de “terceirizar” o que o Wagner vinha fazendo.


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ARCABOUÇO FISCAL NÃO TERÁ PUNIÇÃO POR CRIME DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Arcabouço não terá punição por crime de responsabilidade fiscal, que levou a impeachment de Dilma

Foto: Eraldo Peres/AP

Por Adriana Fernandes e Anna Carolina Papp – Jornal Estadão

Regra fiscal prevê que, se a meta não for cumprida, haverá uma redução do crescimento de despesas no ano seguinte

BRASÍLIA – O novo arcabouço fiscal, apresentado nesta quinta-feira, 30, pela equipe econômica, não terá punições por crime de responsabilidade fiscal para os gestores que não cumprirem as metas estipuladas. Em 2016, a então presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment por crime de responsabilidade, pelas chamadas “pedaladas fiscais”.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que em nenhum lugar do mundo há criminalização da política fiscal. Ele fez questão de ressaltar que o mesmo acontece no sistema de metas de inflação adotado pelo Banco Central do Brasil. “Não cumpriu, não é que o presidente do BC vai para a cadeia, vai sofrer impeachment. Ele tem mecanismos de corrigir”, disse.

Guilherme Mello, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que em nenhum lugar do mundo há criminalização da política fiscal.
Guilherme Mello, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que em nenhum lugar do mundo há criminalização da política fiscal. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Na artilharia que tem sofrido do presidente Lula e ministros do governo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, porém, tem sido ameaçado por lideranças do PT de pedido de demissão do cargo por descumprimento das metas de inflação. Como ele tem mandato no cargo até 2024, o pedido teria de ser aprovado pelo Senado.

Segundo Mello, a ideia do modelo do arcabouço, ao contrário de punições criminais, é que haja “consequências” para o governo que não cumprir os objetivos que propôs.

O desenho prevê que, se a meta não for cumprida, haverá uma redução do crescimento de despesas no ano seguinte. Nesse caso, o limite de crescimento das despesas cai de 70% da variação da receita para 50%.

“Estamos colocando (o gatilho) mais rigoroso, que é um mecanismo impositivo para o ano seguinte, caso não cumpra o objetivo”, disse o secretário.

 

CHATGPT ÉUMA EVOLUÇÃO E E UM AVANÇO TECNOLÓGICO

 

Breno Lessa, CEO da Appia

Especialista explica o conceito e as aplicações no dia a dia

A tecnologia está evoluindo e promovendo novos avanços tecnológicos. Avanços esses que estão impactando cada vez mais o dia a dia das pessoas e podem ser uma aposta transformadora também para os pequenos negócios.  O que está em alta no momento é o Chat GPT, um algoritmo baseado em inteligência artificial que oferece ao usuário uma forma simples de conversar e obter respostas sobre os mais diversos assuntos.

Breno Lessa, CEO da Appia, ressalta que o Chat GPT é um modelo de linguagem criado e treinado por meio de uma extensa quantidade de conteúdos, textos e códigos disponíveis na internet. “Trata-se de um programa desenvolvido para gerar textos de forma autônoma, respondendo perguntas e buscando soluções para os questionamentos dos usuários. A ideia é que o Chat GPT pudesse desenvolver ainda mais a experiência e os recursos de assistentes virtuais, como o Google Assistente ou a Alexa”, explica.

Como toda inteligência artificial, o Chat GPT se fortalece através de informações que são coletadas na internet, sendo assim, o que está disponível atualmente é a base de dados do algoritmo. “O diferencial da plataforma é que as respostas podem ser criativas. Por exemplo, ao perguntar sobre um determinado assunto, diferente do que ocorre em um mecanismo de busca, que apenas retorna os resultados, o Chat GPT é capaz de contextualizá-los e elaborar textos, letras de música, poesias, contos, códigos de programação, receitas e assim por diante”, destaca Breno.

Aplicações do Chat GPT

Assistentes virtuais: Pode ser usado para criar assistentes virtuais que ajudam as pessoas a fazer coisas como agendar compromissos, fazer reservas e responder perguntas gerais. Ele também pode ser usado para criar chatbots personalizados para diferentes indústrias, como saúde, educação, negócios, entre outros;

Geração de conteúdo automatizado: Pode ser usado para gerar conteúdo automatizado, como artigos de notícias, resumos de livros, descrições de produtos e muito mais. Isso pode ser útil para empresas que precisam produzir grandes volumes de conteúdo rapidamente e de forma eficiente;

Redação de relatórios: Também pode ser usado para gerar relatórios de forma automatizada, como relatórios financeiros, relatórios de vendas, relatórios de gerenciamento de projetos, entre outros. Isso pode ajudar as empresas a economizar tempo e recursos ao automatizar essas tarefas;

Tradução automática: Pode ser usado para tradução automática de idiomas, o que é útil para empresas que atuam em múltiplos mercados e precisam se comunicar com clientes em diferentes idiomas;

Pesquisa Científica: É utilizado para produzir resumos automáticos de artigos científicos, para ajudar os pesquisadores a encontrar e entender rapidamente as informações mais importantes.

20 coisas que eu gostaria de saber aos 20 anos (mas tive que aprender sozinho)

Karen Nimmo – Psicóloga

“Espírito primeiro. Porque isso é o mais importante. Não é o quão bem você pode executar ou quanto dinheiro você pode ganhar. Mas se você não é o ser humano que deveria ser, você não está fazendo isso corretamente.” — Gladys Knight.

Uma jovem cliente que estava terminando sua terapia tinha um pedido final.

Ela queria alguns conselhos genéricos de vida: que tal 20 coisas para 2020? ela disse, lançando um desafio.

Eu não tive que pensar sobre isso por muito tempo. Quanto mais velho você fica, mais você vê, mais você erra, mais você tem a dizer.

MAS…

Quanto mais medo você tem de dizer isso, porque sabe que não existe uma estratégia de tamanho único para a vida – que cada um de nós precisa seguir seu próprio caminho.

Ainda assim, eu estava pronto para o desafio. Aqui estão algumas coisas para ponderar.

20 coisas que eu gostaria de ter sabido nos meus vinte anos

1. Bons amigos valem ouro.

Ao longo da vida, apenas algumas pessoas realmente “pegarão” você. E alguns deles também não ficarão por aqui. Portanto, cuide de quem o faz. Mas também vale a pena saber que a amizade (e o amor) se desenvolve em lugares surpreendentes, em todas as idades e fases. Fique aberto a isso.

2. Ninguém se importa com o que você faz da sua vida.

Bem, alguns fazem um pouco – espero que isso inclua seus pais. Mas a maioria das pessoas está muito ocupada trilhando seus próprios caminhos para se preocupar com o que você está fazendo no seu. No final, até seus pais só querem que você seja feliz e autossuficiente. Aponte para isso.

3. A paixão por hambúrgueres com queijo e batatas fritas tem consequências.

Apenas dizendo.

4. A vida não dura para sempre.

Certa vez, tive um colega de apartamento cujo resumo da experiência humana era o seguinte: “você nasce, vive um pouco e depois morre”. Achei que ele era um Bisonho; Acontece que ele estava certo. Espero que você tenha um longo intervalo entre o começo e o fim. Mas nenhum de nós sabe o que está por vir. Use bem o seu tempo.

5. Nem o planeta.

Você não pode salvar tudo sozinho, mas pode fazer a sua parte.

6. A vida às vezes é entediante – precisa ser.

Tente viver em altas rotações 24 horas por dia, 7 dias por semana, e você saberá o que quero dizer. Tempo de inatividade, manchas planas, tédio – como você quiser chamar – é necessário para recuperar e recarregar, pensar e criar – e fazer mudanças.

O tédio crônico é um problema, portanto, se você se encontrar lá, faça tudo o que puder para mudá-lo.

7. Sua saúde mental é um trabalho em andamento.

Humores e emoções não são consistentes. É mais difícil do que você pensa ficar em um bom espaço mentalmente. Haverá altos e baixos, dias bons e ruins, então você precisa aprender ferramentas e estratégias para lidar com ambos. E você precisa continuar usando-os.

8. Assim como sua saúde física.

Os corpos também não se cuidam. Eles brincam, ficam doentes, precisam de remédios, exames de saúde e manutenção regular. Quanto mais velho você fica, mais alto “use-o ou perca-o” soa em seus ouvidos. Quanto mais cedo você prestar atenção nisso, melhor.

9. Mentiras são corredores rápidos.

Uma vez ouvi dizer: uma mentira pode dar meia volta ao mundo antes mesmo de a verdade calçar seus sapatos de salto alto. É verdade. As mentiras se espalham rapidamente – e machucam. Pense nisso por um tempo.

10. Você precisa usar tanto as mãos quanto a cabeça.

Passar muito tempo em sua cabeça o deixará louco – e fará de você um insone. Fazer coisas é a melhor maneira de combatê-lo – tira você da cabeça e o leva para o corpo. Isso é bom pra você.

11. A maioria das pessoas está fazendo o melhor que pode. Mas alguns não são.

Verdadeiramente, a maioria das pessoas está se esforçando com o que tem. A maioria das pessoas quer ser um ser humano bom, gentil e que contribui. Algumas pessoas são idiotas, e mesmo que tenham uma razão válida para isso, você precisa ficar longe delas.

12. Poder regular tudo é tudo.

Comida, álcool, substâncias, pornografia/sexo, humores, emoções, reações – ter propriedade sobre isso é possuir sua própria vida. NB: Não espere muito em breve, leva tempo e prática.

13. Tentar fazer os outros felizes é perda de tempo.

Você não pode. Você pode apoiá-los e estar lá para eles, mas criar uma vida boa é o trabalho deles. Assim como criar o seu é seu.

14. Ficar sozinho é legal. Estar sozinho é difícil.

Estar sozinho, para experimentar, pensar e sonhar, sustentará e até fortalecerá sua saúde mental. Mas sentir-se isolado o levará para o outro lado. Faça o possível para se manter conectado – com as pessoas, com os vizinhos, com os animais de estimação, com o caixa do supermercado. E se você não está sozinho, fique de olho nos que estão. Uma palavra gentil faz uma grande diferença.

15. O arrependimento é bom; pendurar no passado é ruim.

Ter arrependimentos mostra que você está ciente dos erros que cometeu, das maneiras não tão boas como tratou os outros ou a si mesmo. Apegar-se a coisas que você não pode mudar irá destruí-lo, então treine seus olhos na estrada à sua frente.

16. O luto é uma merda.

As pessoas que você ama e se preocupam estarão perdidas para você, e você terá que encontrar maneiras de lidar com isso. Leva muito mais tempo do que você pensa, às vezes para sempre. Mas você precisa saber que pode viver uma vida boa, até ótima, ao lado dela.

17. As pessoas são criaturas de hábitos E incrivelmente imprevisíveis. Incluindo você.

Abandone suas elevadas expectativas em relação às pessoas. Até de si mesmo.

18. Você vai se machucar — mas não precisa se agarrar a isso.

Mágoa, rejeição e dor fazem parte do trato humano. Mas continue aprendendo a deixar ir, ou pelo menos afrouxar seu controle sobre isso.

19. Coisas ruins acontecem com pessoas boas.

Sim, eles fazem. E grandes coisas acontecem para significar pessoas. Vai saber.

20. A diversão também está em toda parte – mas às vezes está escondida.

Para citar os atemporais Desiderata de Max Ehrmann: “Apesar de toda a sua farsa, labuta e sonhos desfeitos, ainda é um mundo lindo.”

Nem sempre parece assim, eu sei. Às vezes parece que a beleza foi sugada dele. Mas há muita coisa boa no mundo. Faça da sua missão continuar procurando por ele.

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quinta-feira, 30 de março de 2023

GOVERNO LULA E STF QUEREM LIMITAR A INTERNET A SEU FAVOR

Marco Civil da Internet
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília


Audiência pública no STF sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet.| Foto: Carlos Alves Moura/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) fez, na terça e nesta quarta-feira (28 e 29), uma audiência pública para rediscutir o artigo 19 do Marco Civil da Internet, que trata do dever das redes sociais na remoção de conteúdos ilícitos. Nas entrelinhas, a discussão é um jogo de empurra-empurra entre o Estado brasileiro e as Big Techs para definir a quem cabe vigiar e censurar a expressão nas redes sociais, o que deve gerar preocupação para a direita.

Na lei atual, aprovada em 2014, as redes só são punidas conforme o artigo 19 se, após ordem judicial, não tirarem o conteúdo ilícito do ar. STF e governo querem que elas arquem com mais do que isso, removendo ativamente – sem ordem judicial – postagens que se encaixem nos rótulos de pretexto para censura empregados pelo tribunal nos últimos anos, como “fake news”, “desinformação”, “discurso de ódio” e “antidemocrático”.

Essas etiquetas, aliás, foram usadas à exaustão nas exposições da audiência, especialmente por membros da Corte e do governo federal nas sessões da terça-feira de manhã. O 8 de janeiro, como muitos previram logo após os ataques, tornou-se o pretexto perfeito para a necessidade de uma revisão do marco, e as autoridades fizeram questão de mencioná-lo reiteradamente para defender seus pontos de vista.

Casos mais objetivos de comportamentos ilícitos, como abuso sexual, pedofilia ou tráfico de drogas, foram quase ignorados pelas autoridades em suas intervenções, embora também estejam no guarda-chuva do artigo 19 do marco. Os dois julgamentos que motivaram a audiência tratam de crimes contra a honra, mas essa categoria penal foi outra negligenciada nos discursos.

O ministro Gilmar Mendes afirmou que os atos de vandalismo do 8/1 “guardam conexão direta com o uso abusivo da internet”. “O sistema jurídico precisa encontrar meios e modos de lidar com esta temática”, defendeu. O ministro Alexandre de Moraes disse que as plataformas digitais “foram instrumentalizadas para o que nós vimos que ocorreu no dia 8”.

O anseio de controle estatal da expressão contra a direita ficou subentendido em diversos momentos. O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, falou na necessidade de um “freio institucional que permita uma reorientação cultural e ideológica da sociedade”. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), integrante de uma legenda com “comunista” no nome, disse que não é admissível “um modelo de negócios que se apoie no extremismo político”, em referência às redes sociais. O ministro do Supremo Luís Roberto Barroso afirmou que, contra a “desinformação” e a “disseminação do ódio”, são necessárias “regulação estatal moderada, autorregulação ampla, monitoramento adequado e independente do cumprimento dessa regulação e educação midiática”.

Para essas autoridades, as plataformas precisam aceitar um novo paradigma: devem ser elas, a partir de agora, as protagonistas em coibir os discursos que supostamente atentam contra a democracia. A expressão “dever de cuidado”, usada para designar essa responsabilidade, virou palavra de ordem durante a audiência.

Entre os órgãos do governo convidados para discursar estava a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia – o chamado “Ministério da Verdade” da Advocacia Geral da União (AGU). Marcelo Eugênio Almeida, que comanda essa nova estrutura, disse na audiência que o órgão “nasce como resposta ao extremismo que este prédio [do STF] testemunhou recentemente” e chamou as redes sociais de “armas de destruição da democracia em massa”.

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Em uma audiência que toca diretamente no tema da liberdade de expressão dentro das redes sociais, nenhum expositor fez ponderações explícitas sobre as ameaças de silenciamento digital do maior alvo das decisões de censura nos últimos tempos: a direita. No braço de ferro entre Estado brasileiro e as Big Techs, o foco da discussão não era a liberdade de expressão em si, mas quem cuidaria de limitá-la.

Mudar o artigo 19 transferindo responsabilidade para as redes sociais traz, para as autoridades brasileiras, duas vantagens: liberar-se da custosa tarefa de vigiar os conteúdos na internet e evitar o desgaste com a opinião pública ante as reiteradas iniciativas de censura. A vilania, nesse caso, seria trasladada para as plataformas. Ao mesmo tempo, o Poder Judiciário não perderia a capacidade de censurar conteúdos por decisão própria, sempre que achasse necessário.

As Big Techs, por outro lado, querem afastar de si o “dever de cuidado” e tentam convencer o Estado brasileiro de que já fazem muito para combater o “discurso de ódio” e os comportamentos “antidemocráticos”. O advogado representante do Google, Guilherme Cardoso Sanchez, destacou que a empresa removeu do YouTube, no ano passado, “10 mil vídeos com desinformação sobre eleições”.

Outros argumentos entraram em jogo. Sanchez disse que “a conta da irresponsabilidade pode cair na empresa” e, com isso, as pessoas podem se sentir menos responsáveis pelo que dizem nas redes. O argumento econômico também foi usado: Google e Facebook dizem que não obtêm vantagem financeira nenhuma com o extremismo.

Em meio a essas ponderações, as plataformas deram menor destaque ao tema da liberdade de expressão, mas não deixaram de mencioná-lo. Rodrigo Ruf Martins, gerente jurídico do Facebook Brasil, disse que estabelecer o chamado “dever de cuidado” suporia o risco de exclusão de conteúdos cuja ilegalidade é subjetiva, o que seria um problema para a livre expressão. Temendo punições, as redes seriam obrigadas a pesar a mão na censura, coibindo expressões potencialmente legítimas. Esse foi, no primeiro dia de audiência pública, o máximo de contundência pró-liberdade de expressão que se extraiu das exposições.

Transferir o “dever de cuidado” às redes traz risco de censura invisível, diz especialista em Direito Civil
O advogado Rodrigo Xavier, representante da Rede de Pesquisa de Direito Civil Contemporâneo, destacou no segundo dia da audiência, na quarta-feira (29), que possíveis limitações do artigo 19 do Marco Civil não significam que ele seja inconstitucional, o que torna o Supremo um âmbito inadequado para a discussão sobre sua mudança. “Essa é uma questão que não seria desafiada por um juízo de constitucionalidade, mas sim por possíveis alterações no Legislativo”, afirmou.

Além disso, para ele, transferir o “dever de cuidado” às redes sociais suporia um risco à liberdade de expressão. As plataformas, segundo Xavier, estariam “numa situação, se não exatamente, muito próxima da sujeição: ou retirar de imediato o conteúdo ou assumir a responsabilidade de pagar por isso”.

“Já há alguns estudos na Alemanha no sentido de que a majoração desses deveres para os provedores gera o pior tipo de censura: a censura invisível. Quando o Poder Judiciário é levado a decidir na ponderação de conflitos, isso é feito publicamente e abertamente. Quando a plataforma é levada a decidir como um tribunal privado – quase como uma arbitragem coativa a que todas as pessoas estariam sujeitas –, o que se decide? Como se decide? Qual é a jurisprudência dessa decisão? É silenciosa, é desconhecida. E, pior do que a censura, é a censura escondida; é a censura que não pode ser sindicada”, observou.


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GOVERNO LULA QUER IMPLANTAR A MORDAÇA PARA QUEM FALA MAL DO GOVERNO

 


Por
Gazeta do Povo


Fake news espalhadas por Lula e outros petistas são ignoradas no portal “Brasil contra fake”.| Foto: Andre Borges/EFE

Enquanto não consegue implantar a mordaça pura e simples na imprensa independente com sua “regulação da mídia”, nem calar qualquer um que ouse criticar Lula nas mídias sociais com mudanças em leis como o Marco Civil da Internet, o governo federal continua “comendo pelas beiradas”. Depois da criação de dois órgãos dentro da Advocacia-Geral da União e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, apelidados de “Ministério da Verdade” (e que nem seria o primeiro “ministério” do gênero, já que a primazia parece pertencer a certos gabinetes supremos), a novidade é o lançamento de um portal chamado “Brasil contra fake”, por iniciativa também da Secom e hospedado no site oficial do Planalto.

O objetivo é bem simples e consiste em uma reedição do “nós contra eles”. No caso, “eles” são todos os que, audácia das audácias, se opõem ao governo Lula, mentirosos que tramam contra o presidente dia e noite por meio de fake news espalhadas deliberadamente nas mídias sociais. “Nós”, claro, são Lula e os demais petistas, sempre honestos, sempre vítimas de armações e trapaças, sempre prontos a guerrear pelo povo brasileiro. Isso explica que absolutamente todos os conteúdos sejam laudatórios ao atual governo, isso quando não trazem consigo acusações contra seu antecessor, Jair Bolsonaro. O site costuma aproveitar material de outras agências de checagem, ou simplesmente reproduzir notas que trazem a versão do governo sobre algum fato, a exemplo da recente aparição da primeira-dama Janja na TV Brasil.

Ainda que o governo atual fosse formado por pessoas completamente virtuosas, o portal “Brasil contra fake” já seria um absurdo, pois governo nenhum pode pretender ser árbitro da verdade e dizer o que é fato ou o que é fake

Tudo muito natural, pois, se Lula é a “alma mais honesta do Brasil”, sua virtude deixa para trás até mesmo a mitologia criada em torno do ex-presidente norte-americano George Washington. E a honestidade é tanta que transborda para seus companheiros de partido, também incapazes de mentir. Lula pode dizer que a Venezuela tem “democracia em excesso”, como fez em 2005; que o mensalão nunca existiu; que a Previdência Social teve superávit em 2014; que a Operação Lava Jato era apenas uma trama de procuradores do MPF para destruir o PT e a indústria nacional; que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe das elites; que o Brasil é líder mundial em mortes por Covid-19 como proporção da população; e que o plano do PCC para sequestrar e matar Sergio Moro, desarticulado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público paulista, não passava de “armação” do ex-juiz e senador – o tipo de afirmação que, se tivesse vindo de um certo ex-presidente para se referir a um adversário político, já teria sido incluída em um certo inquérito, ou ao menos rendido prazo para explicações por “desacreditar instituições” como a PF, o MP-SP e o Ministério da Justiça. Da mesma forma, Marina Silva pode dizer em Davos que 120 milhões de brasileiros passam fome, e parlamentares governistas podem dizer que o princípio da anterioridade impede que Lula reajuste a tabela do Imposto de Renda em 2023, como prometera na campanha.

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Tudo isso é mentira, é fake news no sentido mais cristalino do termo: afirmação comprovadamente falsa sobre algo factual. Mas, no mundo petista, quando tais afirmações não são consideradas a mais pura verdade, são no máximo um “deslize”, um “equívoco”, um “excesso de autenticidade” ou coisa parecida. Daí a Secom não ver a menor necessidade de incluir tais falas em seu portal “Brasil contra fake”. Para os responsáveis pelo site, petistas não mentem; só os outros são capazes disso, sempre movidos pelas razões mais sórdidas. Apenas eles merecem ser desmascarados. A parcialidade é tanta que mesmo as agências de checagem, muitas vezes criticadas por deixarem transparecer um certo viés político-partidário naquilo que escolhem verificar e na forma como o fazem, se incomodaram com a iniciativa governista.

Ainda que o governo atual fosse formado por pessoas completamente virtuosas, o portal “Brasil contra fake” já seria um absurdo, pois governo nenhum pode pretender ser árbitro da verdade e dizer o que é fato ou o que é fake. O absurdo se torna acinte quando se sabe muito bem que o Executivo é ocupado por mentirosos contumazes, pelo império da mentira. Não queremos com isso dizer que não existam fake news sobre o governo Lula, pois existem; muito menos que seja impossível chegar à verdade objetiva sobre os fatos – ela não só existe como tem de ser buscada e divulgada. Mas este não é trabalho do governo, muito menos de um governo que tem um conceito muito peculiar de verdade: não a “adequação do pensamento à coisa real” tomista ou o “dizer do que é que é e do que não é que não é, é dizer o verdadeiro” aristotélico, mas apenas “o que eu quero que seja verdade”, nem que para isso seja preciso repetir a mentira mil vezes.


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O CONGRESSO BRASILEIRO NÃO RESPEITA AS SUAS PRÓPRIAS LEIS

 

Por
Marcel van Hattem – Gazeta do Povo


Sessão conjunta do Congresso Nacional.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

A disputa de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco a respeito da forma como devem tramitar as medidas provisórias na Câmara esconde um vício muito mais profundo e que tem sido cada vez mais inerente aos comandos da Câmara dos Deputados e do Senado: o desrespeito aos ritos estabelecidos em seus respectivos regimentos e, até mesmo, na Constituição. As ilegalidades promovidas por Lira e Pacheco, mas não por eles inauguradas, foram agravadas com a pandemia.

Dada a necessidade, a partir de março de 2020, de fazer o Parlamento funcionar com seus membros nas bases, trancados em casa, uma série de ritos e protocolos foram alterados, abreviados ou simplesmente eliminados. Foi a chance de os líderes partidários, cujo poder havia sido duramente desafiado nas eleições de 2018, recobrarem e redobrarem suas forças após um 2019 muito difícil. À época, no calor do Plenário e com a pressão dos demais colegas, era muito mais fácil um parlamentar votar diferentemente da orientação do líder partidário. Com as votações pelo celular em razão da pandemia essa capacidade de influência reduziu drasticamente. Além disso, os poderes das presidências das Casas, encasteladas em Brasília, também se agigantaram. É esse o caso da tramitação das medidas provisórias, cujo estopim de crise só se acendeu porque uma Casa julgou-se preterida em relação à outra na balança de poder.

Assim como a sociedade se adaptou a um “novo normal”, também o Congresso precisa fazê-lo, e o “normal” de um Parlamento sempre estará insculpido em seu regimento e na Constituição

Antes da pandemia, medidas provisórias (MPs) seguiam o rito estabelecido pela Constituição. Assim que editadas e publicadas pelo governo, eram enviadas a uma comissão parlamentar mista do Congresso Nacional composta por doze deputados e doze senadores. Os congressistas eram indicados pelos partidos políticos observando a proporcionalidade e as comissões escolhiam seu presidente e relator. Com vigência máxima de 120 dias, as MPs precisavam passar pelo crivo da comissão especial antes de serem submetidas ao Plenário da Câmara dos Deputados. De lá, quando aprovadas, seguiam ao Senado e, somente então, iam para a sanção presidencial se aprovadas sem alteração ou, caso contrário, retornavam à Câmara para posterior sanção.

Com o advento da pandemia de Covid-19 e a subsequente paralisação dos trabalhos de todas as comissões, uma liminar de Alexandre de Moraes, do STF – mais uma vez intervindo no processo legislativo –, autorizou em abril de 2020, a adoção de um rito simplificado para a tramitação das MPs. A partir de então, os textos poderiam ser avaliados por apenas um relator no plenário da Câmara e um relator no plenário do Senado. Em ato conjunto das Mesas das duas Casas, os então presidentes Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre regulamentaram a conveniente autorização liminar judicial sem que se fizesse a devida alteração constitucional pelos Plenários das duas Casas.

Se o Congresso quer legislar para a sociedade deve começar por respeitar as regras que definem o seu próprio funcionamento e que foram elaboradas também por parlamentares.

Começou torto: o que estava previsto na Constituição foi desfeito por um ato conjunto decorrente de decisão do Supremo, não por nova emenda constitucional. O ato estipulou, por exemplo, sem autorização constitucional para tal, regras detalhadas de tramitação, como o prazo de apenas dois dias para apresentação de emendas. No entanto, parte importante da decisão judicial que escusava a edição do ato não foi questionada: que a tramitação especial ocorreria apenas durante o período da pandemia.

Na prática, medidas provisórias que antes eram debatidas em colegiado de 24 congressistas e, depois, analisadas em Plenário com muito mais profundidade e conhecimento dos demais parlamentares, agora são conduzidas por apenas um deputado na Câmara e um senador no Senado, ambos escolhidos a dedo e tão somente pelos presidentes de cada Casa. Frequentemente, os relatórios são apresentados em Plenário minutos antes da votação, contendo modificações substanciais, algumas incluídas de última hora, justamente para evitar repercussão negativa junto à opinião pública. É acintoso! Para os senadores, tanto pior: se antes podiam participar do debate inicial na comissão mista, agora se ressentem do fato de receber o texto pronto da Câmara para analisar no Senado em no máximo 30 dos 120 dias de suas vigências.

A Casa de Leis brasileiras, que decide o que a sociedade deve ou não deve fazer, com frequência não faz aplicar internamente o que dizem as suas próprias leis ou mesmo a Constituição.

É importante lembrar que o estado de calamidade pública decorrente da pandemia do novo coronavírus se encerrou em 31 de dezembro de 2020. Já a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional teve seu fim decretado em 22 de maio do ano passado. Ou seja: sob qualquer marco temporal determinado, o Congresso Nacional segue adotando trâmites do período pandêmico muito depois do seu fim – e o exemplo da tramitação das medidas provisórias é apenas um de tantos que se poderiam dar. Se o formato anterior de tramitação das MPs merece ser rediscutido, que o seja, mas com a devida mudança constitucional. Seguir utilizando agora um modelo que serviu – mal, na minha opinião – no período pandêmico é desrespeitar a Constituição.

A ameaça representada pelo coronavírus já passou há muito tempo, mas o Parlamento nacional adquiriu sequelas graves. As lideranças das duas Casas, acostumadas e até mesmo atendidas por grande parte dessas alterações que concentraram poder em suas mãos, não fazem esforço para tratá-las. Desmerecem, assim, o devido processo legislativo, seus próprios regimentos internos e, claro, os parlamentares. Numa atualização do “casa de ferreiro, espeto de pau”, em vez do desleixo geralmente atribuído ao ditado, trata-se aqui de desrespeito intencional de suas próprias leis por parte da Casa que faz as leis que a sociedade brasileira deve seguir. Em outras palavras: a Casa de Leis brasileiras, que decide o que a sociedade do lado de fora do Congresso Nacional deve ou não deve fazer, com frequência não faz aplicar internamente o que dizem as suas próprias leis (seu regimento interno) ou mesmo a Constituição.

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No caso da tramitação das medidas provisórias, o escracho regimental veio à tona por conta do conflito entre os interesses de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, entre os interesses de determinados líderes na Câmara e do Senado. Sem entrar no mérito da discussão sobre o melhor método para a tramitação das medidas provisórias (que, aliás, merecem um artigo à parte para tratar da incoerência de sua existência no nosso sistema presidencialista de governo), é preciso que o processo constitucional seja respeitado. Há males que vêm para o bem e crises institucionais que deixam resultados positivos. Tomara que seja este o caso aqui.

A pandemia já passou, felizmente, e faz tempo. Assim como a sociedade se adaptou a um “novo normal”, também o Congresso precisa fazê-lo, e o “normal” de um Parlamento sempre estará insculpido em seu regimento e na Constituição. Caso o rito das medidas provisórias, e tantos outros alterados durante a pandemia, mereça rediscussão, que se faça no ambiente correto de uma comissão especial (não de um Grupo de Trabalho, outra excrescência inventada ao arrepio do regimento) e que se altere devidamente a Constituição. Tentar manter soluções temporárias e que hoje são plenamente ilegais e inconstitucionais na base da guerra política depõe contra a respeitabilidade da própria Casa de Leis brasileira. Se o Congresso quer legislar para a sociedade, deve começar por respeitar as regras que definem o seu próprio funcionamento e que foram elaboradas também por parlamentares.


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OS PILARES DE SUSTENTAÇÃO DE LULA NO GOVERNO CAIRAM QUASE TODOS

 

Por
Luiz Philippe Orleans e Bragança


Cinco pilares de sustentação do governo Lula III já caíram.| Foto: Bradyn Trollip/Unsplash

Em menos de 90 dias, o governo se autoimpôs uma crise maior do que as piores expectativas dos mais pessimistas. Vamos comparar situações semelhantes, relembrando o não tão distante impeachment de Dilma Rousseff em outubro de 2016. Nessa ocasião, os seis pilares listados abaixo caíram em “efeito dominó” e consolidaram uma situação clara de impeachment.

Opinião Pública
O primeiro pilar de sustentação que Dilma perdeu e serviu de pano de fundo para os pedidos de impeachment foi a aprovação da opinião pública. Ainda na reeleição, com o suposto embate com Aécio Neves, ela tinha perdido o apoio da população já perto de assumir o novo mandato. Desde outubro de 2014 havia manifestações contrárias à presidente; e em dezembro já surgia o primeiro pedido de impeachment, antes mesmo de sua posse. A opinião pública a respeito da petista estava abalada; mas, com tantas provas contra sua administração, em 2015 este pilar começa a ruir.

Apoio parlamentar

O segundo pilar tem muita relação com o primeiro. Eleitores e parlamentares passaram a ter uma relação mais direta e constante. Ativistas e pessoas comuns passaram a ligar, mandar e-mails e acessar as redes sociais de deputados e senadores para pressioná-los a não darem apoio às medidas do governo.

Congressistas começaram a barrar vários projetos do governo. Dilma perdeu apoio na Câmara na medida em que os deputados reconheceram que poderiam perder apoio popular se mantivessem o apoio à presidente.

Ministros
O terceiro pilar a cair no governo Dilma também tem a ver com a administração pública e foi uma sinalização importante de perda de apoio político. Vários ministros que faziam parte de partidos da base do governo renunciaram a seus cargos. O fato, de certa forma, foi decorrente da perda de apoio da população e dos parlamentares, e ocorreu em sequência. Nenhum partido desejava estar associado a um governo que, além de não ter a opinião pública a seu lado e tampouco apoio parlamentar, sairia perdedor em eventual processo, acusado de crimes de lesa-pátria e pedalada fiscal.

Importante ressaltar que o impeachment é um processo político, mas, para ser instaurado, é necessário que haja um crime para embasar o pedido. No caso de Dilma, vários crimes forma cometidos, mas foram as pedaladas fiscais, fartamente comprovadas, que selaram seu destino.

Grandes Empresários
O mesmo pilar que apoiou o Lula em 2022 foi o quarto pilar a ruir. Diversos grandes empresários que apoiaram Dilma na eleição retiraram seus apoios. Isto aconteceu no final de 2015 e no início de 2016, enfraquecendo ainda mais o governo. Para ela, teria sobrado um último pilar.

Grande Mídia

O quinto pilar desaparece no mesmo período. Trata-se do apoio da mídia tradicional e de outros veículos, notadamente a Globo e outros canais, como UOL e Folha, que se juntaram ao coro e reconheceram que o impeachment seria inevitável. As manifestações cresceram em número de participantes e na frequência. Além das pedaladas, surgiram novas provas de outros crimes, também objetos de diversos pedidos de impeachment que não foram contemplados. Um desses exemplos é o caso do “Bessias”, em que a presidente da República se dispõe a dar um ministério a Lula para que este não fosse preso, em uma tentativa de blindá-lo das consequências de seus atos. Dilma chegou a escrever um ofício nesse sentido, o que não poderia deixar de ser noticiado, mesmo pela imprensa que sempre a apoiou.

Era uma evidente obstrução da justiça; e embora esse dado nem tenha sido incorporado ao pedido de impeachment, deu combustível para que a mídia retirasse seu aval ao governo.

STF
Como sexto pilar, temos o Poder Judiciário. Como um todo, ele também reconheceu a legitimidade do pedido de impeachment de Dilma, pois o processo foi muito bem construído, e o “efeito dominó” já estava em curso em todas as instâncias da vida pública. Só restava ao STF amenizar as consequências de um eventual impacto judicial para a própria Dilma. Assim, mudou a lei e o regimento, preservando os direitos políticos de uma presidente deposta, em evidente violação da Constituição (prática que perdura até os dias atuais).


Este foi o histórico dos anos 2014 – 2016, quando do impeachment de Dilma. Mas como o governo Lula se sustenta politicamente? É dono de enorme impopularidade; não tem apoio da população ou dos parlamentares, uma vez que a oposição no congresso é maioria; nos bastidores, especula-se que alguns ministros estão querendo se retirar do governo; vários empresários já se manifestaram contra o governo e a destruição da Economia em tempo recorde que este está promovendo (pois em menos de 90 dias o governo criou um cenário caótico para o dia a dia de empresas, consumidores e cidadãos); a imprensa já tece críticas a este mandato, deixando claro que está em desacordo com essa gestão. Não se sabe se judiciário, caso haja um processo de impeachment, defenderá seu candidato ou se validará o processo parlamentar.

Mas está faltando um ingrediente chave para colocar toda essa engrenagem em funcionamento: a Mobilização Popular. Os ativistas ainda estão acuados depois dos infelizes episódios das eleições e do 8 de janeiro. Hoje temos um governo fraco, impopular, sem base e com possível conspiração de ministros, empresários e mídia. Todos eles são contrários às ações promovidas pelo governo, mas nenhum tem força para desencadear o processo. O que o Brasil honesto, próspero, líder, seguro e estável está esperando é a Mobilização para desencadear o “efeito dominó”. Como o próprio Lula dizia antes do início do processo de Impeachment do Fernando Collor: “balança que ele cai”.


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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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