O deputado Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Ninguém
entende a dinâmica do Congresso Nacional mais do que a maior eminência
parda do Centrão: o poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Arthur
Lira. Alguns dias atrás ele deu um alerta ao governo em alto e bom som.
Disse que não há “base consistente nem na Câmara, nem no Senado para
enfrentar matérias de maioria simples, quanto mais matérias de quórum
constitucional”. Elmar Nascimento, senhorio da Codevasf no governo
Bolsonaro e líder do União Brasil, é outro notório conhecedor das
entranhas do poder. Em entrevista para a Folha de São Paulo deu a senha
de como resolver o problema: “fazer fluir o orçamento”.
Por “fluir o orçamento” entenda liberar emendas. Nascimento foi
explícito. “80% do Congresso, que é o baixo clero, quer saber da
execução orçamentária. Quer saber de levar o posto de saúde, a
pavimentação”, disse. Ciente da situação, o Palácio do Planalto opera
para atender o varejo das transações políticas. A primeira linha de ação
é turbinar o orçamento secreto, agora redivivo no Ministério das
Relações Institucionais. A outra é quebrar a espinha dorsal da Lei de
Proteção das Estatais, permitindo que as empresas públicas voltem a ser
colonizadas por partidos políticos e façam parte das negociatas.
O que se sabe é que o governo petista terá R$ 100 bilhões à disposição. O orçamento secreto não acabou, apenas fez o L.
No começo de março, os ministros Alexandre Padilha (Relações
Institucionais), Esther Dweck (Gestão) e Simone Tebet (Planejamento)
assinaram uma portaria regulamentado a liberação de verbas para
parlamentares. Ao invés de serem decididas exclusivamente pelos figurões
no Congresso, agora elas ficarão centralizadas no Executivo na pasta de
Padilha na modalidade de RP2. Os critérios discricionários continuam um
mistério. Nada de transparência. O que se sabe é que o governo petista
terá R$ 100 bilhões à disposição. O orçamento secreto não acabou, apenas
fez o L.
Na outra ponta, avança a descaracterização da Lei de Proteção das
Estatais, daí via Supremo Tribunal Federal. Atendendo a uma demanda do
Partido Comunista do Brasil, o ministro Ricardo Lewandoski concedeu
liminar, no curso da votação já em plenário, suspendendo dispositivos da
legislação. Passou por cima do colegiado para fazer valer sua vontade.
Se a maioria de seus pares tiver o mesmo entendimento, partidos
políticos poderão voltar a indicar livremente nomes para compor a
estrutura de estatais ou empresas de capital misto, tanto em seus
conselhos quanto em suas diretorias.
VEJA TAMBÉM: Elo de ministra do Turismo com milícia é o primeiro escândalo do governo Lula Lula escolheu Roberto Campos Neto como pichorra para bater Posições de Lula sobre guerra na Ucrânia vão da indecência à megalomania
Na entrevista para a Folha, o líder do União Brasil também
mencionou a possibilidade de ocupação de postos nas estruturas públicas,
inclusive os Correios, a Sudene e a própria Codevasf, cujo comando é de
um protegido seu. A mudança forçada na lei, que corre o risco de ser
declarada inconstitucional, facilita o caminho político, uma vez que não
será necessário aprovar um texto no Congresso ou debater o assunto com a
sociedade, o que pode gerar desgaste.
O governo Lula está ansioso para que as restrições a nomeação de
quadros políticos caiam, e o Centrão igualmente ansioso para,
imediatamente, reivindicar esses espaços tão influentes. Sem impeditivos
legais para distribuir cargos e com um volume inédito de emendas a
serem colocadas sobre a mesa de negociação, em breve o lulopetismo
deverá alcançar a sonhada ampla maioria no parlamento para aprovar o que
bem entender. Ou, como diz Elmar Nascimento, “fazer fluir”.
Sérgio Agudo – Country director da GoodHabitz no Brasil.
Pesquisa global da GoodHabitz mostra que 83% dos trabalhadores
brasileiros sentem a necessidade de aprimorar suas habilidades atuais
para se manterem bem-sucedidos e relevantes no futuro. É o maior índice
entre os países avaliados.
São Paulo, março de 2023 – O futuro do trabalho incita entusiasmo e
dúvidas na mesma proporção. Enquanto a chamada “transformação digital”,
processo de digitalização de diversos processos e atuações profissionais
ocorrido ao longo dos últimos anos e décadas, inunda o ambiente de
trabalho com inovações, novas tecnologias e agilidade, essas mesmas
mudanças geram insegurança nas pessoas.
Além de perceber que diversas atividades antes executadas por seres
humanos têm passado a ser automatizadas, especialmente diante da
evolução tecnológica e da Inteligência Artificial, por exemplo, o
capital humano tem ainda o desafio de se requalificar constantemente
para continuar sendo relevante em seus campos de atuação. E a velocidade
dessas transformações cresce exponencialmente.
Afinal, como manter-se um profissional atualizado e detentor das
principais habilidades e competências demandadas pelo mercado de
trabalho do futuro? Se você tem se feito essa pergunta recentemente,
saiba que você não está só. Pelo contrário: você faz parte da maioria
absoluta dos profissionais brasileiros, que temem a obsolescência
profissional.
Isto é o que aponta a pesquisa “E-Learning Monitor 2022/2023”,
conduzida pela GoodHabitz, principal plataforma de aprendizagem online
em nível global (e que passou a operar no Brasil em julho de 2022).
Segundo o estudo, 83% dos trabalhadores brasileiros sentem a
necessidade de aprimorar suas habilidades atuais para se manterem
bem-sucedidos no futuro. Ou seja, quase 9 em cada 10 profissionais que
atuam no Brasil percebem que precisam se requalificar para estarem à
altura das demandas do futuro do trabalho. Em nível global, esse índice
cai para 60%. “O Brasil apresentou o maior percentual entre todos os
países participantes, o que demonstra como o nosso capital humano está
sedento por conhecimento e capacitação. Reconhecer que esse gap existe é
um ótimo primeiro passo para que tenhamos uma força de trabalho
preparada para o que vem por aí nos próximos anos”, afirma Sérgio Agudo,
country director da GoodHabitz no Brasil.
Para que esse processo de requalificação aconteça da forma mais
facilitada possível, é importante contar com o apoio das organizações e,
nesse sentido, as empresas brasileiras demonstram estar sintonizadas,
uma vez que apenas 15% do nosso capital humano diz não sentir apoio de
sua empresa na construção das habilidades certas para o futuro. Este
índice sobe para 32% em Portugal, por exemplo, enquanto o México
apresenta o menor número da pesquisa: 12%.
COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS
“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.
Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.
Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e
conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as
empresas”.
É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é
casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem
resultados nessa aliança.
Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas
tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro
precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto
e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso,
mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro,
nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a
estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode
ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas.
É por isso, que normalmente, os parceiros são empresas formadas por
pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a
lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É
como um casamento mesmo!
É importante também que os parceiros tenham know how e competênciascomplementares,
que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos
pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de
uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no
corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs e Steve Wozniak.
Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970.
Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para
vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:
“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa
que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs)
pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele
dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava
pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo
pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.
Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.
As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.
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potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
O “E-Learning Monitor 2022/2023”, da GoodHabitz, contou com a
participação de 24.235 profissionais espalhados por 17 países. A
pesquisa tem como base um questionário de 34 perguntas e um percentual
de confiançaacerto de 95%. Só no Brasil, mais de 1.500 trabalhadores
responderam à pesquisa.
—
Sobre a GoodHabitz
Fundada em 2011, a GoodHabitz é uma startup de aprendizagem online
com sede em Eindhoven, nos Países Baixos. É a principal EdTech da
Europa, com presença em diversos países do continente, e está em forte
expansão para outros mercados em nível global. Em 2021, a empresa passou
a ser controlada pela Prosus (também principal controller de operações
como o Ifood e OLX), numa operação de 212 milhões de euros. Neste ano,
além de desembarcar no mercado brasileiro, passou a ter operação também
na Argentina, México e Austrália. Com cursos 100% projetados do zero, a
GoodHabitz tem como proposta tornar os processos de aprendizagem muito
mais divertidos e engajantes, contribuindo decisivamente para o sucesso
dos programas de Educação/Desenvolvimento das empresas.
Relações Internacionais Comitiva de Lula vai à China em meio a fortalecimento de bloco de ditadores antiocidentais Por Wesley Oliveira – Gazeta do Povo Brasília
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva| Foto: EFE/André Borges
Uma
comitiva composta por quase 250 pessoas e liderada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) desembarca na próxima semana na China. Isso
ocorre em meio à ampliação dos esforços do líder chinês, Xi Jinping,
para criar um bloco ideológico de países unidos por um sentimento
antiocidente.
Nesta terça-feira (21), Xi Jinping se reuniu em Moscou com o
presidente russo Vladimir Putin, que está isolado internacionalmente
após determinar a invasão da Ucrânia no ano passado. Ele é alvo de um
mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (órgão ligado à ONU)
por participação em crimes de guerra. Mesmo assim, Putin ainda foi
convidado por Jinping a retribuir a visita e viajar à China em breve.
Essa foi a mais importante ação diplomática entre as duas nações
desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. A visita de
Jinping mostrou a disposição de Pequim e de Moscou para reforçar sua
parceria. Essa união pode ser a base de uma frente de países unidos
ideologicamente pelo ressentimento contra os Estados Unidos e seus
aliados europeus, segundo analistas ocidentais.
China e Rússia dizem estar sendo pressionadas por forças militares do
Ocidente. A Otan (aliança militar ocidental) estaria cada vez mais
exercendo influência sobre países e mares que Pequim e Moscou consideram
suas áreas de influência, especialmente no sudeste asiático e no leste
europeu. Mas, um documento conjunto foi divulgado afirmando que a
parceria não é uma aliança político-militar.
No início do mês, Jinping havia negociado a retomada do diálogo entre
outras duas ditaduras: Irã e Arábia Saudita. Segundo analistas, o
presidente chinês trabalha para atrair os dois países para o bloco
formado por governos autoritários, que também conta com a Coreia do
Norte, que é aliada da China. Outro país que vem sendo cortejado é a
África do Sul, embora seja uma democracia.
A comitiva de Lula chegará à China cinco dias após a visita de
Jinping a Putin. Portanto, é nesse contexto de consolidação de um
cenário que analistas vêm chamando de “Guerra Fria 2.0” que o Brasil vai
a Pequim. O argumento brasileiro é negociar acordos comerciais e atrair
investimentos, mas não está claro se Xi Jinping tentará trazer Lula
para próximo de seu grupo ideológico.
Comitiva de Lula minimiza rivalidade da China com países do Ocidente Desde
que voltou ao poder neste ano, o presidente Lula tenta retomar a
política externa de seus primeiros governos. Ela era focada em tornar o
Brasil um país mais relevante no cenário internacional.
Na época, Lula costurou a participação do país na missão de paz da
ONU no Haiti. O objetivo de conseguir uma vaga permanente no Conselho de
Segurança da ONU nunca se concretizou, mas o Haiti recebeu ajuda
importante de militares brasileiros durante 13 anos consecutivos.
Lula também tentou mediar um fracassado acordo para tentar impedir
que o Irã desenvolva armas nucleares, financiou a reforma do Porto de
Mariel, em Cuba, e tentou aumentar a presença de empresas brasileiras na
África, entre outras ações internacionais.
Neste ano, o presidente já visitou os Estados Unidos, a Argentina e o
Uruguai. Mas, a relevância dos resultados práticos dessas viagens é
questionada por críticos. Isso porque nenhum acordo de grande
envergadura foi firmado.
A comitiva do Palácio do Planalto vê agora a viagem para a China como
estratégica para o Brasil e minimiza o fato do governo anfitrião ser
uma autocracia comunista.
Lula desembarca em Pequim no próximo dia 26 à frente de 240 pessoas.
Entre elas estão 90 representantes do agronegócio, 24 deputados e seis
senadores, além de governadores e ministros.
Balança comercial brasileira depende de comércio com a China A
avaliação do governo brasileiro é de que seria preciso estreitar as
relações com o gigante asiático, principal parceiro comercial do país
desde 2009. Em 2022, o Brasil registrou um superávit no comércio com a
China de cerca de US$ 30 bilhões (R$ 157 bilhões), principalmente por
causa da exportação de produtos como soja, carne e minérios.
No ano passado, o superávit total da balança comercial brasileira foi
de aproximadamente US$ 60 bilhões (R$ 314 bilhões). Ou seja, a grosso
modo, o comércio com a China foi responsável pela metade desse resultado
positivo.
Agora, a expectativa do governo brasileiro é de que pelo menos 20
acordos devem ser celebrados nas áreas de agronegócio, ciência e
tecnologia, comércio, educação e cultura.
Além disso, o governo petista acredita que a aproximação com Pequim
pode pressionar o governo dos Estados Unidos a oferecer ao Brasil novas
parcerias de investimento, comércio e cooperação.
Isso porque, tradicionalmente, a política externa do Itamaraty adota
uma postura de não alinhamento com nenhuma potência. Por isso, o Brasil é
visto no exterior como um país pêndulo – que se alinha momentaneamente
com a nação que oferecer mais vantagens.
Para o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações
Exteriores (MRE), embaixador Eduardo Paes Saboia, a visita de Lula à
China, logo após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe
Biden, em fevereiro, não implica em um mal estar diplomático.
“Não há desconforto diplomático, Lula foi aos Estados Unidos, outros
líderes irão à China. É natural, visitas e contatos entre os líderes
ajudam a melhorar as coisas”, disse Saboia.
De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o governo vai
trabalhar em acordos comerciais e na simplificação de processos de
importação e exportação por meio da digitalização. Outro objetivo é
abrir mercado para novos produtos brasileiros junto às autoridades
chinesas.
“É uma comitiva bastante eclética, contemplando a diversidade do
agronegócio brasileiro, não só daqueles que estão interessados em vender
seus produtos, mas também em comprar, para que possamos avançar na
agroindústria”, explicou Fávaro.
Mas, o grupo também deve ter viajantes controversos, como os
empresários Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS. Flagrados por
corrupção relacionada ao Partido dos Trabalhadores, eles firmaram um
acordo de delação premiada com a Justiça em 2017.
Influência da China sobre o Brasil vira alvo de questionamentos dos EUA Apesar
da estratégia do Itamaraty para tentar minimizar as críticas por conta
de uma eventual aproximação com o regime de Xi Jinping, senadores dos
EUA questionaram autoridades do governo Joe Biden sobre a dependência do
Brasil em relação a Pequim.
Na semana passada, no Comitê de Relações Exteriores do Senado dos
EUA, os parlamentares receberam Brian Nichols, secretário-assistente de
Estado para Hemisfério Ocidental, e Richard Duke, vice-enviado especial
para o Clima. O objetivo era discutir o estado das relações diplomáticas
entre Brasil e EUA.
“A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil e o maior
mercado para muitas das commodities brasileiras. Também é o maior
investidor em projetos de infraestrutura. A China investiu em construir
fortes relações com legisladores e com outros líderes brasileiros. Há
uma forte base pró-China no país”, disse Duke, assistente de John Kerry,
ex-secretário de Estado que esteve no Brasil recentemente.
O governo norte-americano tem mostrado preocupação com a expansão da
influência chinesa na América Latina, sobretudo pela chamada Nova Rota
da Seda. Trata-se de uma iniciativa de financiamento de projetos de
infraestrutura em nações em desenvolvimento que atingiu seu ápice em
2016 e vem declinando nos últimos anos. Ela deve ser substituída
gradualmente por um programa chamado Iniciativa de Desenvolvimento
Global.
O Brasil oficialmente não faz parte formalmente do projeto chinês,
mas ainda assim recebe investimentos de Pequim por meio de empresas
chinesas que se estabeleceram no país.
Além disso, os senadores cobraram que o governo dos EUA aumente a
pressão sobre o Brasil para condenar a Rússia na guerra da Ucrânia. “A
verdade é que o Brasil não tem apoiado muito as sanções contra a
Rússia”, disse o senador o democrata Ben Cardin. O republicano Ricketts
lembrou do pleito do Brasil de se tornar um membro permanente no
Conselho de Segurança da ONU e questionou a “falta de apoio à
integridade territorial da Ucrânia”, bem como a recusa em enviar ao país
munições de defesa antiaérea.
Como fica o “clube da paz”de Lula após posicionamento chinês sobre a guerra? O
Brasil depende da importação de fertilizantes da Rússia e tem evitado
criticar Moscou abertamente. O presidente Lula chegou a afirmar que
conseguiria resolver a guerra da Ucrânia convidando Putin e o presidente
ucraniano Volodymyr Zelensky para “tomar cerveja”.
Depois, Lula defendeu para o presidente americano e para o próprio
Zelensky a ideia de formar um “clube da paz”, que envolveria diversos
países para mediar uma solução pacífica da invasão russa. A ideia chegou
a ter o apoio do presidente francês Emmanuel Macron.
Mas, apesar de ter lançado a ideia, Lula nunca se pronunciou
objetivamente sobre o ponto chave que tem frustrado todas as tentativas
de mediação da paz na Ucrânia. A proposta de paz defendida por Zelensky e
apoiada pelo Ocidente está baseada na premissa da retirada de todas as
tropas russas do território ucraniano invadido. Já a Rússia quer um
cessar-fogo que consolide as fronteiras do momento sem a retirada das
tropas. Isso significaria que a Ucrânia teria que abrir mão de parte de
quatro de suas províncias e da península da Crimeia.
Nesta terça-feira (21), Putin apoiou uma proposta de paz chinesa
apresentada na semana passada por Xi Jinping. Apesar de tentar alcançar o
fim das hostilidades, essa proposta favorece a Rússia ao não requisitar
a retirada das tropas do Kremlin do território invadido na Ucrânia. O
Ocidente avalia que um cessar-fogo nesses moldes só daria mais tempo
para a Rússia preparar novas ofensivas armadas no futuro.
Reforma
trabalhista completa um ano, mas geração de empregos é baixa.
A reforma trabalhista passou pelo Congresso Nacional com a garantia que a
modernização das leis que regem o mercado de trabalho era necessária
para que o país voltasse a gerar empregos e reduzir a informalidade. Foi
aprovada em julho do ano passado e passou a valer em novembro. Segundo o
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, do Ministério do
Trabalho, com as novas regras foram criados 372,7 mil postos de
empregos formais em todo país.
Na foto: Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Foto: Ana Volpe/Agência Senado
| Foto: Ana Volpe/Agência Senado
Coincidência ou não, no primeiro trimestre completo com a perspectiva
de Lula na Presidência da República – presidente eleito em novembro e
dezembro de 2022, e já tendo tomado posse em janeiro de 2023 –, o
desemprego voltou a subir, após dez quedas consecutivas. E não subiu
pouco: a elevação foi de meio ponto porcentual, de 7,9% no último
trimestre do ano passado para 8,4% no trimestre móvel encerrado em
janeiro. O número de brasileiros desempregados, que era de 12 milhões no
início do ano passado e foi caindo até fechar o ano em 8,6 milhões,
agora voltou para os 9 milhões.
Como a definição de “desempregado” do IBGE exige não apenas que a
pessoa esteja sem trabalho, mas também que esteja procurando por ele,
alguém mais otimista até poderia imaginar que o número cresceu porque
muitos brasileiros teriam deixado uma situação de desalento – quando a
pessoa não tem trabalho e não está nem mesmo procurando emprego – para
voltar a tentar um posto no mercado de trabalho, mas não foi isso o que
aconteceu. Na comparação do trimestre móvel encerrado em janeiro com o
trimestre móvel encerrado em dezembro de 2022, o número de desalentados
permaneceu o mesmo, cerca de 4 milhões; quase todo o resto caiu: a
população ocupada (de 99,4 milhões para 98,6 milhões), o número de
brasileiros com carteira assinada (36,9 milhões para 36,8 milhões), os
empregados sem carteira assinada (13,2 milhões para 13,1 milhões), os
trabalhadores por conta própria (25,5 milhões para 25,3 milhões), e até
mesmo os informais (38,6 milhões para 38,5 milhões). O único grupo a
registrar elevação foi o dos trabalhadores domésticos, de 5,8 milhões
para 5,9 milhões.
É bem provável que a realidade do mercado de trabalho reflita uma
combinação de fatores sazonais, uma desaceleração real e o desestímulo
provocado pela ascensão de um governo hostil ao setor produtivo
O índice de desemprego poderia ter sido até mais alto que 8,4%.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE,
“o processo de busca por trabalho no mês de janeiro não costuma ser dos
mais intensos” porque “é mês de férias. Empresas têm paradas técnicas,
ou férias”. Em outras palavras, se todos os que perderam trabalho
recentemente estivessem à procura de recolocação, o desemprego teria
sido ainda maior. A observação deixa implícito algo que é preciso levar
em conta ao olhar os números: os últimos meses de um ano e primeiros
meses do ano seguinte são momentos atípicos do mercado de trabalho, com
muitos fatores sazonais (das festas de fim de ano às férias de verão)
que têm seu efeito nos indicadores. Por isso, Beringuy ainda afirma: “Eu
não sei até que ponto o que está prevalecendo é um comportamento
sazonal ou uma perda de força” do mercado de trabalho, embora também
seja verdadeiro que o recente ciclo de alta dos juros para conter a
inflação já mostra seu impacto nos investimentos e na consequente
geração de empregos.
No entanto, tão inegável quanto o efeito dos juros sobre a atividade
econômica é a deterioração das expectativas causada pela vitória
eleitoral de Lula. Um presidente que passou a campanha toda demonizando
os esforços de ajuste fiscal, que aposta no aumento de impostos e
arrecadação para conter o déficit público, que tem horror à liberdade
econômica, que não hesita em demonstrar preconceito contra empresários e
o agronegócio, que bombardeia o processo de adesão brasileira à OCDE e
que culpa a autonomia do Banco Central por todos os indicadores ruins
que aparecem envia uma péssima mensagem aos empreendedores brasileiros e
estrangeiros. Portanto, é bem provável que a realidade do mercado de
trabalho reflita uma combinação de fatores sazonais, uma desaceleração
real e o desestímulo provocado pela ascensão de um governo hostil ao
setor produtivo.
VEJA TAMBÉM: O mercado de trabalho perde força e o PT busca o “culpado de sempre” (editorial de 13 de março de 2023) Liberdade econômica, sonho que ficou ainda mais distante (editorial de 11 de março de 2023) O desemprego recua em 2022 – e as perspectivas para 2023 (editorial de 1.º de março de 2023)
O governo, obviamente, continuará acreditando que não tem nada a
ver com isso, que o desemprego subiu por culpa do Banco Central e que
basta estimular artificialmente o crédito que tudo estará resolvido.
Lula e seu ministro do Trabalho, Luiz Marinho, não acordaram com os
dados do Caged e provavelmente não acordarão com os números do
desemprego, desperdiçando mais um alerta. Marinho seguirá obcecado com a
regulamentação dos aplicativos, o saque-aniversário do FGTS e o fim da
reforma trabalhista de 2017, sem mover um dedo para incentivar a redução
da carga tributária sobre a folha salarial ou o aumento da segurança
jurídica nas relações de trabalho. Ganham apenas os “companheiros”, mas
perde um país inteiro, pois quem não tem emprego tem pressa.
Fronteira em Tucson, no estado americano do Arizona, usada para a
travessia de pessoas e de drogas, como o fentanil vindo da China, do
México para os EUA| Foto: EFE/Paula Díaz
A droga que mais mata
nos Estados Unidos foi apreendida pela primeira vez no Brasil,
levantando temores de que a substância responsável por uma epidemia de
overdoses na América se alastre pelo país. No mês de fevereiro, a
Polícia Civil do Espírito Santo encontrou 31 frascos de fentanil
(analgésico cem vezes mais potente que a morfina) com um fornecedor do
tráfico em Cariacica, na Grande Vitória. A principal linha de
investigação supõe que o medicamento esteja sendo usado para batizar
cocaína e outras drogas sintéticas, procedimento comum também nos EUA.
A mistura geralmente é feita pelos cartéis para potencializar e
baratear as drogas, aumentando o lucro dos traficantes. Dessa forma, a
maior parte de quem usa fentanil não sabe disso, o que contribui para o
aumento de overdoses, já que o consumo de apenas 2 miligramas do produto
pode ser fatal para um adulto médio. O baixo preço também é um dos
fatores de popularização da droga: uma dose chega a custar menos de dois
dólares, segundo estimativas.
Atualmente, a overdose é a principal causa de morte de americanos
entre 18 e 45 anos. Os dados mais recentes mostram que a expectativa de
vida no país teve a maior queda dos últimos 100 anos, sendo o uso
excessivo de drogas um dos fatores que contribuíram para isso. Em 2021,
os EUA registraram mais de 107 mil mortes por envenenamento decorrente
do uso de drogas, sendo que, segundo o Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC, na sigla em inglês), quase 70% delas foram causadas por
opioides sintéticos como o fentanil. O número é 15% maior que as mais de
93 mil pessoas mortas por overdose em 2020. Em 2019, haviam sido 71 mil
registros, o que representa um crescimento de 30% em um ano. Duas
décadas antes, em 1999, foram pouco mais de 8 mil mortes por overdose.
Entre 2019 e 2021 os casos de morte de adolescentes (entre 10 e 18
anos) por abuso de drogas mais que dobrou no país (a média mensal de
eventos cresceu 109% em três anos). No ano passado, o órgão federal de
combate às drogas nos Estados Unidos apreendeu 4.500 quilos de fentanil,
o dobro do ano anterior, e quantidade suficiente para matar todos os
330 milhões de habitantes do país.
Como Chefe de Toxicologia Médica na Escola de Medicina da
Universidade de Massachusetts, a médica Kavita Babu estudou o fentanil e
seus análogos durante anos. Ela conta que a entrada do opioide no
mercado de drogas americano foi identificada quando os casos de overdose
explodiram. “Em 2016, meus colegas e eu descobrimos que os pacientes
que chegavam ao pronto-socorro relatando uma overdose de heroína
geralmente apresentavam apenas fentanil nos resultados dos testes de
drogas”, recorda. O uso do medicamento na adulteração de outras drogas,
tornou-o “onipresente nos Estados Unidos”, transformando o mercado de
entorpecentes e aumentando as estatísticas de mortes.
Por sua potência analgésica, o fentanil é usado na medicina para
alívio imediato da dor, sedação ou como anestesia para cirurgias. “Mesmo
nas condições controladas de um hospital, existe o risco de que o
fentanil reduza as taxas de respiração a níveis perigosamente baixos, o
que é a principal causa de mortes por overdose de opioides”, explica
Babu, que também leciona a disciplina de Emergência Médica.
Brasil No Brasil, o fentanil é uma medicação de uso exclusivo
hospitalar. Os frascos apreendidos no Espírito Santo foram produzidos em
Minas Gerais e seriam oficialmente entregues a um hospital capixaba. A
polícia ainda investiga se houve desvio do material durante o transporte
ou se chegou a ser entregue à instituição hospitalar e foi vendido para
o tráfico depois disso.
Especialistas em segurança pública explicam que é difícil prever se o
fentanil passará a ser uma droga dominante por aqui, como ocorre nos
EUA. “É possível. O fentanil é muito potente e faz efeito rápido. Por
isso mata dezenas de milhares de pessoas por ano nos EUA. A introdução
de uma droga nova é influenciada tanto pela repressão (que no Brasil tem
se mostrado particularmente eficiente nos últimos anos) quanto por
decisões ‘de mercado’ tomadas pelos cartéis do narcotráfico”, explica
Roberto Motta, autor do livro A construção da maldade: como ocorreu a
destruição da segurança pública brasileira (Avis Rara, 2022).
O envolvimento da China e de outros países não ocidentais na produção
da substância é outro fator que quebraria uma das barreiras hoje
existentes ao comércio ilegal do fentanil em território brasileiro. Nos
Estados Unidos, o setor de Imigração e Alfândega identificou a China
como a principal fonte de fentanil ilícito e outros analgésicos análogos
que entram no país. O tráfico ocorre tanto pela fronteira com o México
quanto por correio diretamente para os EUA, inclusive por envelopes de
cartas comuns.
Sem necessidade de plantio, como a heroína e outras drogas, o
fentanil requer menos tempo e espaço de produção, podendo ser fabricado
em pequenos laboratórios. A margem de lucro também é alta: um
investimento de US$ 3 mil (R$ 15.750) pode gerar ganhos de US$ 1 ,5
milhão (R$ 7,87 milhões).
“A República Popular da China, maior fonte do problema do fentanil, é
o maior fabricante e exportador mundial de ingredientes farmacêuticos.
Talvez 40% da produção farmacêutica global venha da China, mas o regime
comunista tem poucas leis que regem substâncias controladas como o
fentanil. A regulamentação inadequada de medicamentos na China abriu
espaço para cerca de 160 mil empresas químicas com capacidade de
produzir e exportar fentanil”, explica Peyton Smith, membro do Programa
de Jovens Líderes da Heritage Foundation, um think tank conservador
norte-americano com sede em Washington, DC.
Consequência de políticas Uma importante rota de distribuição do
fentanil via México é o estado americano do Arizona, onde os custos
econômicos da crise de opioides quadruplicaram em uma década, segundo um
relatório publicado pelo Common Sense Institute (Instituto Senso Comum,
em tradução livre), organização de pesquisa apartidária dedicada à
proteção e promoção da economia estadual.
De acordo com o economista Glenn Farley, autor do levantamento, foram
US$ 53 bilhões gastos pelo Arizona em 2021 com aplicação da lei,
assistência médica e tratamento de abuso de substâncias. Ele analisa que
a popularização do fentanil foi desencadeada não intencionalmente por
decisões políticas, como: repressão de opioides prescritos (que levou os
viciados a buscar soluções nas ruas); esforços de descriminalização em
alguns estados (o que tornou o uso menos dispendioso); e políticas de
fronteira mais “humanitárias” do governo Biden (com o aumento sem
precedentes de migrantes chegando do México, o que desviou a atenção dos
agentes de fronteira em relação ao fluxo de drogas para o país).
“Essas três coisas realmente combinaram e interagiram de maneiras que
ninguém pensou”, disse Farley à National Review. O abuso de opioides
começou a crescer nos EUA na década de 1970, com as alternativas à
morfina sendo prescritas para o tratamento da dor. Em 1999, foram 116
milhões de prescrições de opioides no país, número que atingiu um pico
de 255 milhões em 2012. A preocupação com o abuso dessas substâncias
levou à criação de leis estaduais e federais, como a Lei de Epidemia de
Opioides do Arizona em 2018. Porém, a demanda não caiu com a dificuldade
de obter as drogas legalmente.
Paralelamente, estados da Costa Oeste, como Califórnia, Colorado e
Oregon, começaram a descriminalizar as drogas, o que levou cidades como
Denver, Portland e San Francisco a se transformarem em mercados de
entorpecentes ao ar livre. “Ao mesmo tempo em que nos tornamos menos
tolerantes com o uso de medicamentos prescritos, nos tornamos mais
tolerantes com o uso de drogas de rua”, pontua Farley. “Sem surpresa, as
pessoas reduziram o uso de medicamentos prescritos e aumentaram o uso
de drogas de rua”, completa.
De olho nos EUA, BC define juros com crise de bancos lá fora, PIB freando e inflação alta
Por Vandré Kramer – Gazeta do Povo
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto: mercado prevê
manutenção da taxa Selic, apesar de pressão de Lula e do PT por queda
dos juros.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central define no início da noite
desta quarta-feira (22) a taxa básica de juros (Selic), de olho no
comportamento do Fed, o banco central dos Estados Unidos, que horas
antes decidirá se continua ou não com seu ciclo de aperto monetário.
Por aqui, em meio a um cenário dos mais complexos, a expectativa da
maior parte do mercado financeiro é de que a Selic seja mantida em
13,75% ao ano. Ao que parece, não surtirá efeito a pressão por redução
dos juros feita desde o início do ano pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), por parte de seu governo e também pelo seu partido – que
convocou protestos nesta terça (21) pela saída do presidente do BC,
Roberto Campos Neto.
A decisão do BC norte-americano é relevante porque afeta o fluxo do
dinheiro no mundo. Se continuar elevando os juros, os EUA tendem a
atrair investimentos (em títulos do Tesouro, por exemplo), estimulando a
saída de recursos de países como o Brasil. Isso empurra para cima a
cotação do dólar, o que por pressiona inflação e juros aqui por aqui.
Analistas apontam que a decisão desta quarta-feira é mais complexa
que o habitual, para os BCs dos EUA e do Brasil, devido a uma série de
fatores:
nos EUA, três bancos entraram em colapso nas últimas duas semanas e
um quarto recebeu auxílio de grandes instituições financeiras locais. No
Brasil, há os rescaldos do caso Americanas e um aperto no mercado de
crédito; o mercado de trabalho norte-americano continua aquecido. As
contratações não agrícolas vieram acima das expectativas no primeiro
bimestre do ano, o que significa manutenção das pressões sobre a
inflação; a inflação segue acima das metas nos EUA e no Brasil; e no
Brasil, o saldo do emprego formal ainda é positivo, mas declinante, em
linha com a desaceleração da atividade econômica observada desde o fim
de 2022. Tanto Fed quanto Copom devem olhar o cenário com maior
cautela. Parte dos efeitos potenciais desse cenário são recessivos e, de
alguma forma, podem a ajudar a combater a inflação.
A alta nos preços é, justamente, o maior foco de atenção das
autoridades monetárias. Na maior economia global, o objetivo final do
Fed é uma inflação de 2% ao ano. Na última apuração, divulgada no dia 14
pelo US Bureau of Labor Statistics, a inflação acumulada em 12 meses
até fevereiro estava em 6%.
No Brasil, para uma meta fixada em 3,25%, com intervalo de tolerância
de 1,5 ponto porcentual, a inflação em 12 meses até fevereiro era de
5,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo para prazos mais longos, as expectativas de inflação não estão
acomodadas. O boletim Focus, do BC, mostrou nesta segunda (20) um
aumento nas projeções para a alta nos preços em 2024, de 4,02% para
4,11%. O teto da meta do ano que vem, de 4,5%, está ficando cada vez
mais próximo. Também piorou o cenário para 2025 e 2026.
Quem já tomou uma decisão em relação ao dilema entre preços e
situação do sistema financeiro foi a zona do euro. Em meio à derrocada
do banco Credit Suisse, que no fim de semana acabou sendo adquirido pelo
UBS, a estratégia do Banco Central Europeu (BCE) foi a de priorizar o
combate à inflação. Na quinta-feira (16), a instituição elevou o juro
básico em meio ponto porcentual. “Não há escolha entre estabilidade
financeira e inflação”, enfatizou Christine Lagarde, presidente do BCE.
VEJA TAMBÉM: Nobel de Economia diz que taxas de juros no Brasil são “chocantes” e equivalem a “pena de morte” Governo termina reunião do consignado sem solução; juros devem subir Reforma de impostos com alíquota única de IVA, como quer governo, pode encarecer a comida
Sinalização de manutenção da Selic no Brasil As expectativas para o
Brasil, segundo levantamento do boletim Focus, indicam que o Copom deve
manter a taxa Selic em 13,75% ao ano nas próximas duas reuniões – a que
se encerra nesta quarta e a do início de maio.
A expectativa da economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, é
de que, na reunião, o Banco Central indique uma mudança no balanço de
riscos para a inflação, o que abre espaço para o início do corte nos
juros antes do esperado.
“O cenário à frente será de desaceleração da atividade. A elevação de
juros em vários países vem resultando em aumento do risco de recessão. A
maior cautela por parte de investidores e bancos deve reduzir a oferta
de crédito”, destaca a economista do Inter.
O Itaú é mais cauteloso. “O comitê deve sinalizar que ainda vê riscos
simétricos para a inflação”, apontam analistas em relatório.
Segundo eles, o Copom deve mencionar que vai continuar acompanhando
“com serenidade e atenção” os desenvolvimentos futuros da política
fiscal, com atenção para a evolução do arcabouço fiscal do país e
estímulos fiscais que implicam sustentação da demanda agregada e,
adicionalmente, os impactos dos episódios de crédito corporativo
recentes.
Em relação ao cenário externo, o banco avalia que o BC vai continuar
monitorando os desdobramentos dos eventos bancários (colapso do SVB e
crise do Credit Suisse) com “serenidade” e acompanhando seus efeitos nos
preços de ativos e atividade global.
Os cenários para queda futura na taxa Selic A XP Investimentos
espera manutenção da taxa em 13,75% nesta reunião e que o comunicado
pós-decisão deixe as “portas abertas” para a frente. Economistas da
corretora, entretanto, consideram a possibilidade de que cortes ocorram
antes do fim do ano, a depender da evolução dos choques financeiros e da
forma como o Copom optará por administrar o balanço entre a
desaceleração da atividade e convergência da inflação às metas.
O banco Inter reviu sua expectativa para o início do ciclo de cortes
na taxa Selic, atualmente em 13,75%, de agosto para junho. O argumento
do banco é de que o aperto no cenário de credito e a redução do risco
fiscal, com a apresentação do novo arcabouço, deve possibilitar uma
antecipação da redução no juro.
O Inter também considera que os recentes eventos globais – o colapso
de três instituições financeiras nos EUA, o socorro a uma quarta e a
crise no Credit Suisse – também aumentaram o risco de uma recessão,
refletido na queda no preço das commodities, o que pode contribuir para
uma desinflação.
Para o economista Sílvio Campos Neto, sócio da Tendências
Consultoria, uma eventual sinalização para o início da queda dos juros
deve ocorrer apenas na reunião de maio. “O Copom vai aguardar ter mais
informações sobre o cenário. O momento é de análise do balanço de
riscos”, diz.
Outra questão a que o comitê ficará atento é o desdobramento da
apresentação das novas regras fiscais. Segundo o economista, é preciso
ver se elas serão confiáveis e como ocorrerá a tramitação no Congresso.
“A bola está com o Executivo”, diz o economista-chefe da Porto Asset
Management, José Pena. Ele destaca que uma proposta robusta abriria
espaço para valorização da moeda brasileira frente ao dólar, o que
possibilitaria a queda das commodities em reais e ajudaria a levar a
inflação para baixo.
Segundo Pena, uma série de dados deverá ser analisada pelo Copom
antes de tomar uma decisão. De um lado, a inflação não permite cortes na
taxa Selic, devido ao comportamento dos dados correntes e das
expectativas. Por outro lado, a atividade econômica já está se
desacelerando, em função da alta no custo do dinheiro. “E no meio está a
questão externa, que forma uma parte relevante da inflação doméstica”,
diz.
A BlueLine Asset Management aponta que a decisão do Copom nesta
semana está cercada de pressões políticas para um corte na Selic, que
ainda não é autorizado pelos fundamentos da inflação.
O C6 Bank não acredita em redução dos juros neste ano. A equipe de
economia do banco avalia que o BC irá manter a Selic em 13,75% até que
as expectativas de inflação estejam ancoradas e que a inflação
prospectiva nos modelos do BC esteja na meta. “Ele deve deixar claro que
só vai cortar juros depois que essas duas condições forem atingidas”,
escrevem os analistas em relatório.
A Suno Research, mais otimista, acredita que os juros começam a cair
em agosto. “Analistas de mercado começam a precificar quedas em maio ou
junho, mas acreditamos que a tramitação da nova âncora fiscal não deverá
ser tão rápida, o que retarda qualquer corte. E a reforma tributária
tende a ser votada no segundo semestre”, diz o economista-chefe, Gustavo
Sung.
A situação nos Estados Unidos Sobre a decisão da taxa de juros dos
EUA, Sung avalia que o pico da inflação, tanto lá quanto na zona do
euro, parece ter ficado para trás.
“Porém, ela continua em patamares elevados, principalmente os preços
de serviços. Esse é um fator preocupante. Os dados não dão sinais claros
de convergência para as metas de longo prazo, o que dificulta os
trabalhos dos BCs”, afirma.
Para o economista, apesar dos episódios recentes envolvendo o banco
SVB, nos Estados Unidos, e o Credit Suisse, na Suíça, a expectativa é de
que os juros continuem subindo. “Ainda é cedo para compreender o
verdadeiro tamanho do problema e, portanto, não deve influenciar nas
decisões de juros no curtíssimo prazo”, diz. A expectativa dele é de uma
alta de 0,25 ponto percentual no juro norte-americano.
Vitória, do Inter, avalia que o Fed tem uma decisão difícil pela
frente, já que a crise bancária é um risco e é provável que o mercado de
crédito sofra um aperto adicional nesse cenário de maior aversão a
risco.
“A autoridade monetária americana pode optar por uma pausa para
avaliar a evolução no cenário de liquidez e retomar o ciclo de alta em
maio, ou pode considerar que os instrumentos para fornecer liquidez não
interferem na trajetória da inflação e ainda é necessário elevar os
juros, conforme antecipado”, diz a economista.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está encabeçando grupo
de empresários do agronegócio que já está na China, em preparação à
visita de Lula.| Foto: Antonio Araujo/Mapa
Nesse momento, os integrantes da delegacão brasileira do agronegócio,
que chegaram nesta terça-feira à China, já estão trabalhando em Pequim.
Eu estive lá numa missão mais ou menos pioneira do presidente
Figueiredo, em maio de 1984, mas naquela época não tínhamos uma
delegação desse tamanho, de 102 empresários da agricultura, da pecuária,
da agroindústria, do setor de exportação. Quando fui, tínhamos muita
gente da indústria; ainda sonhávamos em vender produtos industriais para
a China, essa China que hoje está nos enchendo de produtos da sua
indústria. Vendemos minério de ferro pra eles, e eles nos vendem trilhos
feitos com o nosso minério de ferro, é incrível.
A China é um grande parceiro, o maior parceiro comercial do Brasil; o
fluxo de exportação e importação no ano passado foi de US$ 150 bilhões.
O agro vende para a China proteínas (na forma de carnes bovina, suína e
de aves) e soja, e ainda ajuda a vestir o chinês vendendo algodão
também. Eu ainda sonho que seremos capazes de vender tecidos de algodão,
e não algodão para fazer o tecido na China. Talvez consigamos isso com
esses 102 brasileiros de todos os setores do agro que estão lá nesta
missão encabeçada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que já
foi presidente da Aprosoja, ou seja, tem uma ligação muito próxima com
eles. Os brasileiros vão lá assinar acordos para melhorar ainda mais o
comércio, os pagamentos, menos burocracia, e o Brasil quer ampliar os
produtos do agro que a China compra.
VEJA TAMBÉM: Poder debilitado Ovos de ouro Governo tem de começar a reconhecer a importância do agronegócio
Lula não esconde seu desejo de vingança contra Sergio Moro O
presidente Lula chega à China no dia 26; talvez ele se aproxime do agro,
porque vemos que o governo não gosta do agro, majoritariamente eleitor
de Bolsonaro, que aliás fez 68 anos nesta terça. No mesmo dia, Lula
comentou com um grupo que foi ao Palácio do Planalto que as memórias
dele do cárcere são de revanche, de vingança; disse que estava lá para
se vingar dessa gente, usou até um termo chulo que eu não vou repetir
aqui, mas quis dizer que tinha de acabar com Sergio Moro. Tomara que
Lula esqueça um pouco do espírito de revanche se encontrando com a
delegação do agro lá na China. Depois ele também se encontra com Xi
Jinping, que esteve na segunda-feira com Vladimir Putin, tratando de um
plano de paz entre Rússia e Ucrânia.
Doleiro da Lava Jato está preso novamente, mas a operação já foi destruída O
doleiro Alberto Youssef, com quem começou a Lava Jato, foi preso pelo
juiz Eduardo Appio, que substitui Sergio Moro na 13.ª Vara Federal de
Curitiba. Youssef está preso na Polícia Federal, em Curitiba, e entrou
com um habeas corpus no tribunal revisor, que é o TRF4, em Porto Alegre.
Ganhou o habeas corpus, mas não foi solto porque o juiz Appio entrou
com outro pedido de prisão, por outro motivo.
Todo mundo teve esperança de que a Lava Jato pudesse ressurgir, mas
está difícil. Ela foi destruída, destroçada, inclusive pela suprema
corte do Brasil. Estão destroçando também as boas leis do período Temer,
como o teto de gastos e, agora, a Lei das Estatais, que estão mudando
casuisticamente para poderem colocar os presidentes da Petrobras, do
BNDES e do Banco do Nordeste.
Ricardo Lewandowski vê “discriminação odiosa e injustificável” em afastamento de políticos das estatais| Foto: Carlos Moura/STF
A
denominada Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) sinalizou um avanço na
adoção de práticas de boa governança e combate à corrupção empresarial. A
referida lei trouxe uma série de importantes alterações. Umas das
inovações mais relevantes foi a proibição de que determinadas pessoas
que exercem ou têm funções ou ligações políticas ocupem diretorias ou
conselhos das estatais. A Lei das Estatais foi assinada em junho de 2016
pelo então presidente Michel Temer, momento em que a Operação Lava Jato
estava a todo vapor, tendo sido classificada pelo governo como um
instrumento de caráter altamente moralizador das empresas públicas.
Assim, o principal objetivo da Lei das Estatais era afastar nomeações
políticas das empresas públicas (EP´s) e sociedades de economia mista
(SEC´s), trazendo, assim, mais transparência, bem como possibilitando
que os cargos nessas empresas fossem ocupados exclusivamente por
técnicos e com comprovada experiência. De acordo com a lei, os
administradores das EP´s e SEC´s – ou seja, os conselheiros e diretores –
deverão ser cidadãos de reputação ilibada; com notório conhecimento;
formação acadêmica compatível com o cargo; e experiência profissional
mínima.
Especialistas em compliance e em Direito Administrativo não verificam a inconstitucionalidade da lei nem de trechos dela.
A Lei 13.303/16 também proíbe que esses cargos sejam ocupados por uma
série de pessoas, tais como: ministros e secretários de Estado;
secretários municipais; titulares de mandato no Poder Legislativo;
dirigentes estatutários de partido político; pessoas que exercem cargo
em sindicatos; ou quem participa (ou participou) da estrutura decisória
de partido político, dentre outros. Necessário mencionar que essas
vedações também alcançam os parentes consanguíneos, ou por afinidade,
desses indivíduos.
Todas essas proibições – e os demais tópicos da lei – visam a atender
as regras básicas de governança e transparência, tais como gestão de
risco; códigos de condutas; e formas de fiscalização. Importante
consignar que a Lei das Estatais se aplica para as empresas da União,
dos estados e dos municípios, sejam as estatais que exploram a atividade
econômica (como Petrobras e Banco do Brasil) como as prestadoras de
serviços públicos (Correios e Infraero). A referida lei também
disciplina os procedimentos de licitação a serem adotados pelas EP´s e
SEC´s, tais como os casos em que se aplica a dispensa ou inexigibilidade
de licitação.
Recentemente, a Lei das Estatais está ocupando os noticiários, pois
em dezembro de 2022 o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ajuizou uma
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) perante o STF contra alguns
artigos da Lei das Estatais, sob argumento que referida lei esvazia o
exercício de direitos constitucionais à isonomia, à liberdade de
expressão e à autonomia partidária; e que as proibições da lei afastam
da administração das estatais profissionais com habilidades e
experiências necessárias para implementar as finalidades públicas dessas
empresas.
O partido solicitou concessão de liminar ao STF para que fosse
permitida a indicação de políticos (dentre outros) aos cargos de
diretores e conselheiros; bem como também fosse suspensa a quarentena de
3 anos para indivíduos que exerceram cargos políticos. No dia 16 de
março último, o ministro Ricardo Lewandowski concedeu a liminar
requerida pelo PCdoB, permitindo que políticos assumam cargos de direção
nas estatais, bem como suspendendo a quarentena de 3 anos.
VEJA TAMBÉM: As joias sauditas: uma análise jurídica A corrupção afeta a economia de um país? A lista tríplice e a escolha do procurador-geral da República
No entendimento do ministro do STF, trechos da lei seriam
inconstitucionais, pois violariam os princípios constitucionais da
isonomia, da proporcionalidade e da razoabilidade. O ministro
Lewandowski também vislumbrou risco de dano irreparável, pois os
executivos das estatais seriam eleitos até o final do mês de abril,
assim, como relator da presente ADI, o ministro concedeu a medida
liminar solicitada. Posteriormente, o plenário virtual do STF deverá se
manifestar, onde os demais ministros irão votar a eventual
inconstitucionalidade da Lei das Estatais.
Especialistas em compliance e em Direito Administrativo não verificam
a inconstitucionalidade da lei nem de trechos dela, pois, segundo eles,
seu objetivo essencial não é pura e simplesmente limitar que
determinados indivíduos participem das estatais, mas, sim, implementar
regras de governança, integridade, gestão e eficiência, afastando,
assim, a ingerência estritamente política nessas empresas. E você?
Também entende que esses trechos da Lei das Estatais seriam
inconstitucionais?
Após esperar 45 minutos pelo chefe da Casa Civil, ministro da Fazenda levantou e foi embora
Por Vera Rosa
Há no governo uma disputa de bastidor entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chefe da Casa Civil, Rui Costa. E, no meio dos dois, o PT. O partido do presidente Lula, de Haddad e de Costa não quer saber de ajuste para ressuscitar superávit primário nem controlar gastos.
A avaliação é a de que um arcabouço fiscal assim levará o projeto de
poder petista à ruína e abrirá caminho para a volta de Jair Bolsonaro ou
de um nome apadrinhado pela extrema direita, caso ele fique inelegível.
No Palácio do Planalto, Lula é conhecido por arbitrar “genialidades”.
Mas o embate da vez entre Haddad e Costa não repete a velha briga entre
a equipe econômica e a ala política do governo, como ocorria entre
Antônio Palocci e José Dirceu, no primeiro mandato de Lula. É mais do
que isso.
À época, Dirceu tinha o apoio do PT para fazer as críticas e Palocci
era visto como um fiscalista que só se preocupava com números, não com o
social. Hoje, Costa não conta com a simpatia da cúpula do partido. Ao
contrário: o PT o considera “liberal” e “privatista”. Além disso, o
atual chefe da Casa Civil não quer impedir superávit primário. Pretende,
sim, se consolidar como “capitão do time” e controlar o processo.
Haddad, por sua vez, não abre mão de seu papel.
Ministros
Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) disputam decisão
sobre ajuste para ressuscitar superávit primário Foto: Wilton
Junior/Estadão
Na temporada “Lula 3″, o duelo entre Fazenda e Casa Civil é mais por
espaço de dois possíveis candidatos à sucessão do presidente – fator que
também apareceu de 2003 a 2005, quando estourou o mensalão – do que por
antagonismo de posições, o ingrediente ideológico do primeiro mandato.
O problema é que, para piorar o cenário, os petistas já deram sinais
de que não vão facilitar a vida de Haddad. E continuarão pedindo a
cabeça do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o vilão da
série de juros estratosféricos.
Nessa troca de cotoveladas, até a maldição da Casa Civil bate à
porta. A exemplo da presidente cassada Dilma Rousseff, que já ocupou
aquele ministério, Costa é dono de temperamento definido como “difícil”
por interlocutores. Em mais de uma reunião, por exemplo, o ex-governador
da Bahia interrompeu colegas, como o próprio Haddad.
Na manhã de ontem, o ministro da Fazenda foi ao Planalto e esperou
Costa por quase uma hora para a reunião da Junta Orçamentária, com
Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão). Depois de 45
minutos, não pensou duas vezes: levantou e foi embora. Deixou ali como
representante o secretário do Tesouro, Rogério Ceron.
Como se diz em Brasília, Haddad terá de engolir muito sapo e ainda pedir a receita. E não só para o Centrão.
Joel Backschat, host do Podcast Orange Juice e CIO do Grupo FCamara,
Executivo do Grupo FCamara indica longas-metragens para quem deseja
se aprofundar no universo de TI e ainda ter bom entretenimento
O mercado de tecnologia está em constante mudança. Cada vez mais
novos aplicativos são criados e dispositivos são atualizados. Segundo a
Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), os investimentos
em tecnologia no Brasil devem aumentar 14% em 2022, na comparação com o
ano passado – um sinal de que muita novidade ainda deve vir por aí. Em
um setor em constante transformação e crescimento, é essencial se manter
antenado.
“Saber mais sobre tecnologia em um mundo tão automatizado como o que
vivemos hoje em dia e onde todos estão conectados de alguma forma é
essencial. E o aprendizado pode vir de muitas fontes, inclusive é
possível aprender enquanto realizamos uma atividade de lazer, como
assistir a um filme”, afirma Joel Backschat, host do Podcast Orange
Juice e CIO do Grupo FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que
potencializa a transformação dos negócios ao prover desenvolvimento e
soluções tecnológicas.
Por isso, Joel selecionou cinco filmes que abordam tecnologias e que trazem aprendizado junto a um bom entretenimento. Confira:
1. Matrix
O filme traz uma realidade simulada, criada por máquinas. Os humanos
servem de baterias das máquinas, onde são alimentados e produzem energia
para essas máquinas. Além disso, o filme traz bastante coisa sobre a
realidade virtual, ainda recente e em implementação para nós, mas já
falada em seus filmes.
2. Her
O drama conta a história de um jovem que se apaixona por uma máquina,
mas na verdade, achava que ela era uma mulher praticamente muda. O
filme gira em torno do objetivo de retratar que as inteligências
artificiais podem ser cada vez mais próximas aos humanos, levando afeto
em seu formato digital.
3. Ex_Machina: Instinto Artificial
O filme relata a experiência de um programador de destaque que ganha
um concurso na empresa em que trabalha e recebe a oportunidade de passar
uma semana na casa do presidente da companhia. Lá, acaba descobrindo
que foi escolhido para participar de um teste com a última criação do
seu chefe, um robô com inteligência artificial. Porém, conforme os
testes evoluem, a criatura se mostra surpreendente e o jovem não sabe
mais em quem pode ou não confiar.
4. Chappie
Esse filme de ação futurista conta a história de policiais humanos
que são substituídos por robôs ultra resistentes de inteligência
artificial. O cientista que criou as máquinas tenta trazer os robôs de
uma formato mais próximo de humanos, fazendo com que sinta e pense por
si próprio, fator que para o governo não é favorável, e, por isso,
tentam acabar com ele.
5. O Jogo da Imitação
Um aluno da Universidade de Cambridge é chamado pela agência de
inteligência britânica MI6 para desvendar códigos nazistas, incluindo o
“Enigma”, que os criptógrafos acreditavam ser inquebrável. Eles inventam
uma máquina capaz de decifrar esses códigos e obtém sucesso na tarefa.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.