Política Lula está contando com uma futura moeda digital estatal para aumentar seu poder?
Por Diogo Schelp
As CBDCs, moedas digitais estatais, podem enfraquecer os bancos privados e dar mais poder aos governos| Foto: Traxer / Unsplash
Será
que há algo a mais nessa guerra do governo Lula aos juros e na
indiferença que o presidente vem demonstrando em relação ao mercado
financeiro desde sua eleição? Talvez algo relacionado aos planos de
criar uma moeda digital estatal no país, a exemplo do que vem ocorrendo
globalmente? Ou será que vão querer interditar também este debate?
Antes de voltar à questão da moeda digital, falemos da interdição do
debate. A estratégia para pressionar o Banco Central (BC) a reduzir a
taxa básica de juros, nas últimas semanas, se deu em duas frentes. Na
primeira, o presidente Lula, ministros e parlamentares de esquerda
pautaram a discussão, criticando o presidente do BC Roberto Campos Neto e
classificando a Selic nos patamares atuais como “vergonhosa” e até como
uma traição ao povo brasileiro, como se os integrantes do Copom
tivessem prazer ou interesse político em frear a economia com juros
altos.
Que tal levantar outra lebre, a da moeda digital, estudada desde 2021
pelo Banco Central, e que tem potencial para enfraquecer os bancos
privados e aumentar o poder do Estado?
Na segunda frente, comentaristas políticos e colunistas alinhados ao
governo passaram a desqualificar os jornalistas que criticaram a pressão
de Lula e que lembraram que foi com a adoção do remédio amargo da
elevação da Selic que o BC conseguiu evitar que o Brasil tivesse uma
inflação ainda mais alta nos últimos meses, algo que outros países não
conseguiram. Teria sido um milagre? Tais jornalistas, dizem os
blogueiros de esquerda, estariam sendo pautados por analistas do mercado
financeiro e não estariam nem aí para o risco de desaceleração da
economia. Curioso que até alguns meses atrás, quando o presidente ainda
era Jair Bolsonaro, nenhum desses comentaristas que dizem amém a Lula
estava se insurgindo contra a Selic elevada.
Já que o debate que o próprio governo iniciou está interditado, que
tal levantar outra lebre, a da moeda digital que está sendo estudada
desde 2021 pelo Banco Central e que deve ser lançada no ano que vem, com
potencial para enfraquecer os bancos privados e aumentar o poder do
Estado sobre os cidadãos?
Diversos países do mundo estão lançado, ainda em caráter
experimental, sua própria CBDC (Central Bank Digital Currency, ou “moeda
digital do banco Central”). Na China, o processo está mais avançado.
Mais de 100 milhões de cidadãos têm sua carteira digital vinculada
diretamente ao banco central chinês, sem passar pela intermediação de
instituições bancárias de varejo, e já realizaram transações que somam
bilhões de yuans.
Um sistema financeiro controlado de ponta a ponta por Estados é o
futuro distópico que se vislumbra quando se pensa nas possibilidades
extremas das CBDCs.
Mas o que é uma CBDC? De maneira bem resumida, é uma moeda digital
que, ao contrário das de criptomoedas como Bitcoin ou Ethereum, não é
privada e tampouco descentralizada. Trata-se, como o próprio nome diz,
uma moeda digital criada e lastreada pelo Estado, por meio de seu banco
central. Cidadãos e empresas fazem transações digitais uns com os outros
de maneira virtual usando suas carteiras vinculadas ao BC, sem precisar
dos bancos.
Os bancos privados, com razão, estão apavorados, por mais que muitos
especialistas digam que seus serviços continuarão sendo necessários para
muitas outras coisas. Tudo depende de quais regras cada banco central
vai adotar para essas moedas. Por exemplo, se não houver limite do total
de moeda digital que cada pessoa ou empresa pode movimentar sem custos,
se o dinheiro depositado na carteira digital estatal for remunerado com
juros e se, além de tudo, o Estado ainda resolver fornecer crédito
diretamente aos cidadãos por meio de seu banco central, o que mais os
bancos convencionais poderão oferecer?
VEJA TAMBÉM: Mercadante no BNDES e a volta dos polêmicos financiamentos externos Lula vai conseguir reduzir os juros na marra? Fernando Haddad na Fazenda? Artigos mostram o que ele pensa sobre economia
Surge, aí, o componente político da questão. Enquanto a posse de
criptomoedas ou de dinheiro em espécie permite o anonimato (e mesmo os
depósitos bancários atuais garantem algum grau de sigilo), o mesmo não
tem como ocorrer com as moedas digitais estatais. O Estado consegue
saber quem pagou o quê para quem, até porque precisará rastrear
movimentações para finalidades criminosas (como terrorismo e
narcotráfico), e, em uma situação de totalitarismo, pode até impedir que
determinadas transações sejam feitas. Imagine um regime como a China
com o controle total sobre o principal — e, quem sabe, em algum momento,
o único — meio de pagamento disponível.
Um sistema financeiro controlado de ponta a ponta por Estados, sem
intermediários privados, esse é o futuro distópico que se vislumbra
quando se pensa nas possibilidades extremas das CBDCs.
O real digital é uma política de Estado, não de governo. Não começou
com Lula e, se for de fato implantado, não terminará com sua gestão.
Mais de 100 países já estão estudando — ou já concluíram, em fase
experimental — a implantação de suas próprias moedas digitais. Ninguém
quer ficar atrás. Claro que existe uma preocupação de afastar os temores
dos bancos. Muitas autoridades monetárias desmentem que o sistema vá
substituir o sistema financeiro atual.
Há dois meses, ao falar sobre os planos para uma moeda digital
estatal no Brasil, Roberto Campos Neto disse que o modelo será
basicamente uma junção do sistema de depósitos bancários já existente e
da nova carteira digital. “Você vai ter duas carteiras: o Pix, que vai
ser o integrador da carteira do dinheiro físico. E vai ter a carteira
digital”, disse Campos Neto.
Mas é óbvio que, com o passar do tempo e com a evolução das
tendências do setor em nível global, o sistema pode se tornar cada vez
mais centralizado.
Duvido que, pelo menos no caso do Brasil, o atual governo seja capaz
de antever as oportunidades totalitárias das moedas digitais estatais.
O real digital, portanto, é uma política de Estado, não de governo.
Não começou com Lula e, se for de fato implantado, não terminará com sua
gestão.
Mas é interessante se perguntar até que ponto essa nova realidade tão
próxima está motivando a atitude atual do governo Lula nas discussões
em torno da autonomia do Banco Central, do desprezo pelos humores do
“mercado” e da pressão sobre os juros sem preocupação com a inflação.
Vale lembrar que existem estudos, confirmados tanto pelo governo
brasileiro quanto pelo argentino, de criação de uma moeda comum para
transações comerciais no Mercosul — que seria nada mais, nada menos, do
que uma moeda digital.
VEJA TAMBÉM: O nacionalismo brasileiro tem futuro? O que esperar da política externa do terceiro mandato de Lula O Pacote de Democracia pode se tornar o Pacote da Censura
E também não se pode esquecer que Lula quer colocar a
ex-presidente Dilma Rousseff na presidência do banco dos Brics, grupo
que reúne Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. E que uma das
ideias é justamente a de usar uma ou mais CBDCs nas relações comerciais
entre esses países.
Alguém com tendências conspiracionistas poderia imaginar que os
governantes de alguns países, e talvez o próprio Lula, estão contando
com o futuro das moedas digitais estatais para aumentar seu poder. Sou
mais cético, e duvido que, pelo menos no caso do Brasil, o atual governo
seja capaz de antever as oportunidades totalitárias das moedas digitais
estatais.
Artigo Por Sérgio Czajkowski Júnior – Gazeta do Povo
| Foto: Unsplash
O futebol deixou de ser visto apenas como
um mero esporte e tornou-se uma atividade econômica, gerida por
businessmen e cada vez mais conectada ao ambiente empresarial; advindo
daí a expressão “indústria do esporte”. Tal fenômeno, iniciado com mais
força nos anos 90, é decorrente de diferentes variáveis, cuja sinergia
fez com que o modelo associativo clássico, até então vigente, passasse a
ser visto como defasado e anacrônico.
A intensificação desse processo deu origem a um novo modelo de gestão
desportiva, cuja profissionalização culminaria numa maior efetividade
gerencial, capaz de alavancar uma atração mais robusta de investimentos
e, pelo menos em tese, um maior ganho de competitividade dentro das
quatro linhas.
A profissionalização da gestão dos clubes é um fenômeno inevitável
que fará com que as paixões futebolísticas tenham de caminhar de forma
alinhada a determinados preceitos do ambiente empresarial.
Para que consigamos compreender o recente fenômeno de
profissionalização da gestão dos clubes de futebol ocorrida no Brasil e
que culminou com o advento dos chamados clubes empresa, é importante
voltarmos o olhar para a história da prática desse esporte em nosso
país. Como o ex-jogador e tricampeão mundial Tostão escreveu na revista
Placar, em 2000: o modelo, até então vigente no Brasil, pautado pelo
amadorismo e pela insegurança, estaria dando lugar a um “futebol dos
cifrões”, capaz de igualmente conferir maior transparência financeira e
uma gestão baseada na governança corporativa.
Portanto, quando analisamos, com um pouco mais de cuidado, o processo
histórico de consolidação do futebol como sendo o principal esporte
coletivo, bem como um dos principais símbolos da nossa cultura, é
importante ressaltarmos algumas peculiaridades históricas ocorridas por
aqui, e que não se fizeram presentes com a mesma intensidade em outras
regiões do mundo.
Diferentemente do que aconteceu em países como os Estados Unidos, nos
quais a prática de diferentes esportes coletivos como basquete,
beisebol e, em especial, o futebol americano, sempre existiu um forte
enlace entre a academia e a prática esportiva, a qual culminou com a
profissionalização bastante precoce desse setor; no Brasil, a maturação
desse processo ocorreu de forma diversa.
No nosso caso, a prática de esportes coletivos, especialmente do
futebol, sempre esteve fortemente vinculada à figura dos clubes e demais
agremiações e associações desportivas, cuja gestão, em muitos casos,
ficava a cargo de indivíduos que estabeleciam com estas organizações uma
forte conexão afetiva, a qual não necessariamente era acompanhada por
uma formação técnica/acadêmica específica.
Em paralelo, também é importante destacar que tais espaços, com o
passar do tempo (notadamente dos anos 50-60 em diante), se tornaram
locais privilegiados não só para a formação de uma grande quantidade de
jogadores, técnicos e demais profissionais, muitos dos quais iniciavam
suas carreiras nas categorias de base e, aos poucos, ascendiam aos times
principais, bem como das equipes gestoras. Estas, na ampla maioria dos
casos, acabavam sendo constituídas por indivíduos que ocupavam
determinados cargos em tempo parcial – movidos, geralmente, pelo vínculo
emocional com seus respectivos clubes. Ou seja, durante uma grande
quantidade de tempo, os clubes foram geridos por indivíduos que, mesmo
estando muito bem intencionados, aprendiam “na prática”, uma vez estando
inseridos no corpo gerencial dos clubes.
Entre as décadas de 1970 e 1980, o futebol, notadamente na Europa,
sofreu mudanças mais profundas, as quais acabaram culminando com a
adoção de práticas vinculadas ao ambiente empresarial e que passaram a
desidratar de forma contínua as ainda remanescentes do modal associativo
clássico.
Já nas últimas duas, três décadas, observamos, no Brasil, fenômeno
similar, diante da consolidação de uma nova leitura em torno da prática
desportiva, cujo motor deixou de ser alimentado apenas pela paixão,
vindo a ser vista como um “negócio”. Tal transformação culminou com a
infusão, mesmo que paulatina, de uma visão gerencial nos clubes de
futebol, a qual pode ser creditada à própria financeirização da economia
mundial atrelada à necessidade de muitos clubes incorporarem práticas
já consolidadas nas demais organizações, até mesmo para que se mantenham
saudáveis em termos contábeis.
VEJA TAMBÉM: Afinal, e-sports são práticas esportiva ou entretenimento? Os prejuízos da falta de regulamentação das apostas esportivas Copa do Mundo no Catar: a democracia não é um valor universal
Outro fenômeno igualmente relevante é a presença das figuras do
torcedor, ainda movido pela paixão, e do consumidor de espetáculo, que
passa a enxergar o desempenho do seu time por uma ótica igualmente
profissional/racional, em torno da cobrança por resultados cada vez mais
robustos e expressivos.
O que nos leva a concluir que a profissionalização da gestão dos
clubes é um fenômeno inevitável que, mesmo que não culmine com a
completa extinção das paixões futebolísticas, fará com que estas tenham
que caminhar de forma alinhada a determinados preceitos do ambiente
empresarial, até mesmo para que os times possam continuar atuando de
forma efetiva, em campo, e economicamente saudável e superavitária no
que diz respeito às suas contas.
Sérgio Czajkowski Júnior é formado em Direito e Publicidade e
Propaganda, especialista em Comunicação e Marketing, doutor em
Administração e professor de pós-graduação e MBA da Universidade
Positivo (UP).
Entendendo a SAF e o Clube-Empresa
Por: Aline Borges – Ciência da Bola
A Sociedade Anônima do Futebol, mais conhecida como SAF, foi aprovada pela Lei 14.193/2021.
Com essa lei, o clube passa a ter o Futebol como uma instituição com
fins lucrativos. Assim, caso haja outras modalidades no clube, elas não
receberão o investimento que o futebol receberá.
Ao consolidar a SAF, o clube torna-se clube em
formato empresarial, e a grande maioria dos estatutos dos antigos
clubes associativos, buscam investidores legalmente aceitos que comprem
no máximo 90% do clube. Os outros 10% são obrigatoriamente da parte
associativa do clube, que não deixa de existir mesmo com a SAF.
Atualmente
(em 2022), a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) é um dos temas mais
comentados do futebol brasileiro, principalmente pela movimentação de
alguns clubes. A motivação para se tornar clube-empresa é
o interesse e entendimento dos gestores de que o clube deixará de ser
associativo. Justamente esse ponto é o primeiro passo para se tornar
SAF, separar clube social e futebol; e o segundo passo é identificar dívidas.
No final de 2021, já vimos as movimentações de clubes e investidores
para iniciar o modelo clube-empresa no Brasil. O Cruzeiro e o Botafogo
foram os primeiros clubes a oficializarem o modelo, comprados por
Ronaldo Fenômeno e John Textor, respectivamente. Além deles, outros
clubes já oficializaram ou manifestaram o interesse em seguir o mesmo
caminho, como: Cuiabá, Coritiba, Figueirense, América-MG e Athletic-MG.
Qual a diferença entre SAF e Clube-Empresa?
Ao se transformar em Sociedade Anônima do Futebol o clube passa
automaticamente a ser clube-empresa, porém um clube-empresa não
necessariamente é SAF. Alguns clubes do Brasil já seguiam o modelo de
clube-empresa mesmo antes da aprovação da Lei da SAF.
Veja alguns exemplos de clube-empresa que já existiam no Brasil:
Red Bull Bragantino
– desde 2019 o time de Bragança Paulista-SP passou a receber
investimentos da marca de energéticos. A parceria vem rendendo bons
frutos para ambos os lados. No mesmo ano em que a parceria começou, o
time paulista conquistou a Série B do campeonato brasileiro. Em 2021 foi
vice-campeão da Copa Sul-Americana, e ficou em 6º lugar na Série A do
Brasileirão, conquistando vaga na Libertadores. Um ponto de destaque
dessa parceria é que apesar da marca possuir grande poder aquisitivo,
não faz altíssimos investimentos em jogadores. O clube prefere investir
menos em jogadores mais jovens para revender depois ou transferir para
clubes da mesma franquia. Além de oferecer diversas experiências aos
sócios fazendo conexões com outras modalidades que também fazem parte do
investimento da Red Bull.
Cuiabá –
o time mato-grossense é gerenciado pela família Dresch desde 2009, que
segue administrando o clube recebendo investimentos da Drebor. Empresa
da própria família Dresch, que no clube optou por utilizar uma estrutura
diferente em alguns setores. O clube não possui cargo de Diretor de
Futebol, ele foi substituído pelo departamento de mercado, para observar
e contratar jogadores. O Cuiabá possui 21 anos de existência e em
2020 subiu pela primeira vez para a elite do campeonato brasileiro. Em
2021, fez um bom campeonato e permaneceu na primeira divisão.
Será que SAF é a solução?
A SAF traz oportunidades para que haja mudanças na estrutura do
futebol, e a possibilidade dos clubes serem mais organizados. Além
disso, a SAF abre portas para novas oportunidades de mercados,
principalmente por ser um modelo comum fora do Brasil. Com isso, é
possível haver com mais facilidade a internacionalização dos clubes, com
venda de produtos e até abertura de escolinhas.
Apesar de haver certa euforia com a aprovação da SAF, o modelo não é a
solução para os clubes serem vitoriosos. A lei é um meio para que os
clubes consigam se reestruturar, porém, não vai mudar do dia para a
noite. O primeiro passo para dar certo no Brasil são os gestores mudarem a mentalidade e
abrirem mão da maior parte do clube. O investidor tratará o clube como
uma empresa, portanto buscará no mercado profissionais capacitados para
gerir todas as áreas. A profissionalização do futebol, governança e gestão são os principais pilares para a mudança de um time, sendo ele associativo ou empresa.
Entretanto, esse modelo não é garantia de sucesso, uma empresa mal
gerida também acumula dívidas e inclusive pode levar à falência. Assim
como a SAF, o modelo associativo com uma gestão séria, também pode gerar
bons resultados dentro e fora de campo.
Botafogo e Cruzeiro
Os primeiros clubes a se movimentarem após a aprovação da lei da SAF,
foram Botafogo e Cruzeiro, que já possuem investidores. Ambos
oficializados em dezembro de 2021, o Botafogo vai receber investimento
do americano John Textor, sócio do Crystal Palace da Inglaterra. Já o
Cruzeiro tem como investidor Ronaldo Fenômeno, que atualmente é dono do
Real Valladolid da Espanha.
O Botafogo já possui registro de CNPJ, registro que toda empresa tem. Além disso, já anunciou nomes da diretoria e do conselho. Segundo o GE,
John Textor terá direito aos 90% do clube-empresa permitido pela lei,
os 10% permanecem com o Botafogo associativo. O Botafogo SAF receberá
R$ 400 milhões de investimento, diluídos da seguinte forma:
R$ 100 milhões à vista (na data de assinatura dos documentos).
R$ 100 milhões em até 12 meses.
R$ 100 milhões em até 24 meses.
R$ 50 milhões em até 36 meses.
R$ 50 milhões ao modelo associativo.
O Cruzeiro, que também já possui o CNPJ registrado, vendeu 90% dos
seus direitos ao Ronaldo, os 10% permanecem no modelo associativo. Ronaldo fará um investimento de R$ 400 milhões nos próximos 4 anos. Através da SAF, o Cruzeiro terá 6 anos para quitar 60% da sua dívida, que chega a quase R$ 1 bilhão. Caso consiga atingir o objetivo, terá mais 4 anos para pagar o restante da dívida. Por fim, as punições esportivas permanecem as mesmas,
pode haver perda de direito de contratar, de pontos ou de mando de
campo. A gestão e o profissionalismo são sempre a solução para os times e
gestores, seja como SAF ou associativo.
Quais clubes no mundo deram certo com esse modelo?
No Brasil, o modelo clube-empresa ainda está engatinhando, mas na
Europa, esse modelo é muito comum e está presente na maioria dos
clubes. Segundo um levantamento realizado pela consultoria EY, 92% dos clubes das cinco maiores ligas europeias funcionam como empresas. Alguns deles possuem até ações na bolsa de valores.
PSV –essa é uma relação histórica na Europa, a
Philips e o PSV possuem anos de parceria. E o que muitos não sabem é que
o nome do clube é Philips Sport Verening Eindhoven.
Bayer Leverkusen – o time foi fundado pela empresa farmacêutica
Bayer, que tem sede em Leverkusen e fundou o time após pedido dos
funcionários. O time não possui outros investidores e todas as ações
pertencem à Bayer.
Manchester City – o time recebe cerca de 86% de investimento da Abu
Dhabi United, e os outros 14% pertencem ao China Media Capital. Além
disso, existe o Grupo City, onde clubes de outros países recebem
investimentos e facilita a transferência de jogadores entre os clubes do
Grupo.
Quais clubes deram errado?
Como citado anteriormente, a SAF não é a solução para os clubes
brasileiros e inclusive pode levar à falência. O investimento não é
sinal de que resultados dentro e fora de campo, eles precisam ser
conquistados com o tempo.
Figueirense –
o time catarinense havia vendido 95% do clube para a empresa Elephant, o
acordo de 20 anos foi rompido em 2 anos. A empresa foi acusada de
desviar dinheiro do investimento, atrasou salários, não pagou comida e
transporte para categorias de base.
Parma –
após a saída da Parmalat, que era a principal investidora do clube, o
time italiano precisou declarar falência. A dívida que era na casa de R$
200 milhões levou o time à Série D da divisão italiana. O time precisou
se reerguer e atualmente disputa a Série B da Itália.
O que podemos esperar com esse novo cenário?
Portanto, com tudo o que foi trazido neste texto, é possível concluir
que ser clube-empresa também tem seus prós e contras. O modelo não é
sinônimo de sucesso dentro de campo e nem de resultados rápidos, ninguém
vira vencedor do dia para noite.
A tendência é que haja uma maior adesão dos clubes brasileiros ao
modelo SAF. E além dos clubes, vai haver uma movimentação do mercado
esportivo, principalmente pela chegada de investidores nacionais e
internacionais.
Apesar da expectativa por essas movimentações do mercado esportivo
brasileiro serem boas, elas também devem ser cautelosas. O futebol
brasileiro possui diversos problemas com o calendário e a falta de união
dos clubes são um dos pontos negativos. Isso pode fazer os investidores
repensarem ao ter interesse no Brasil e até optar por investir em outro
país.
O caminho ainda é longo, mas os primeiros passos já foram dados.
Agora cabe aos profissionais do futebol aprimorarem seu conhecimento e
investir na profissionalização, independente de ser clube-empresa ou
associativo. Com profissionais especializados em cada área, a chance de
sucesso dentro e fora de campo é maior.
Só as ditaduras mais abjetas do mundo fazem coisas parecidas às que o Brasil faz hoje
Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão
A prisão de mais de 900 cidadãos numa penitenciária de Brasília, sob acusação de terem participado da
invasão e depredação dos edifícios dos três Poderes, é uma vergonha
nacional. Nunca houve na história da República prisões políticas em
massa como as do dia 8 de janeiro, nem o massacre da legalidade que está
sendo cometido contra os acusados pela máquina oficial de repressão; só
as ditaduras mais abjetas do mundo fazem coisas parecidas às que o
Brasil faz hoje.
As pessoas estão na cadeia, em condições que os grupos de defesa dos
“direitos humanos” achariam intoleráveis para criminosos comuns, há
quase dois meses. Até agora o aparelho judiciário do Estado, com
polícia, Ministério Público, juízes, STF, etc., etc., não foi capaz de
dizer, entre os 900, quem cometeu qual crime – ou mesmo quem não cometeu
crime nenhum. Como não sabe, mantém todos presos. Por quanto mais
tempo? Como nos campos de concentração, não há prazos, nem informação,
nem nada.
É um insulto espetacular à lei. O passo mais elementar da ação penal,
sem o qual não se pode ter processo nenhum, é acusar um indivíduo
determinado, com identidade estabelecida além de qualquer dúvida, por
ter cometido este ou aquele crime previsto no Código Penal. É a tão
falada “individualização” da “conduta criminosa”. Sem isso não se vai a
lugar nenhum; a obrigação mínima da autoridade pública, ao prender
alguém, é dizer o que ele fez, ou do que é acusado. Não existe no Brasil
o crime coletivo, algo a ser praticado por uma massa de gente. A
acusação tem, obrigatoriamente, de se dirigir a um indivíduo específico,
e por um ato específico. E se o crime foi praticado por 20 pessoas?
Cada uma das 20 tem de ser denunciada, individualmente. Também não é
crime estar perto do crime, ou de criminosos – da mesma forma como não é
crime estar dentro de um estádio de futebol quando bandos de marginais
brigam entre si nas torcidas organizadas. Nada disso está valendo para
os presos de Brasília. Eles são de direita – por isso não têm direitos.
É chocante o ex-governador Sérgio Cabral, condenado a 400 anos por
corrupção, estar solto enquanto centenas de brasileiros estão presos sem
o devido processo legal. O mesmo espanto ocorre quando assassinos,
assaltantes ou estupradores presos em flagrante saem da cadeia assim que
chega o advogado – ou quando o MST, em mais um ato de terrorismo no
campo nas proximidades de Brasília, agride selvagemente um cidadão, e os
criminosos são soltos cinco minutos depois de assinar um pedaço de
papel numa delegacia. É simplesmente incompreensível, para o brasileiro
comum. Isso é justiça? Isso é democracia?
Judiciário Presos por vandalismo em Brasília só poderão receber visitas com autorização de Moraes PorGazeta do Povo
Vândalos invadiram os prédios dos Três Poderes no dia 08 de janeiro| Foto: José Cruz/Agência Brasil
O
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou que os presos pelos atos de vandalismo em Brasília só poderão
receber visitas com autorização da Justiça. Na decisão, o magistrado
afirma que os custodiados não podem ser submetidos à mesma portaria da
Vara de Execuções Penais (VEP/DF) que regula a visita a outros presos.
De acordo com Moraes, os que foram presos em 9 de janeiro, no
Quartel-General do Exército, podem receber visitas conforme as regras do
sistema prisional do Distrito Federal, que estão previstas na Portaria
008/2016, da Vara de Execuções Penais.
“A Portaria VEP (Vara de Execuções Penais do Distrito Federal)
008/2016 — que regulamenta o ingresso de visitantes nos estabelecimentos
prisionais no âmbito do sistema penitenciário do Distrito Federal –
aplica-se, integral e igualmente, às visitas ao estabelecimento
prisional em relação às prisões efetuadas em 9/1/2023 por decisão desta
Suprema Corte”, afirmou Moraes.
A exigência foi feita porque as investigações ainda tramitam sob
sigilo no STF. Os suspeitos são investigados por crimes de associação
criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de
Estado, incitação ao crime, entre outros.
Mais de 900 pessoas detidas em flagrante no dia dos atos tiveram as
prisões convertidas em preventivas. Ou seja, por tempo indeterminado.
O cramulhão está na moda: como o diabo assumiu o protagonismo na guerra cultural
Por Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo
Na entrega do Grammy e também nas passarelas do samba, há um
cheiro de enxofre no ar. De repente, virou moda homenagear o diabo.|
Foto: Reprodução/ Twitter
Há algumas semanas, durante a premiação
do Grammy (“o Oscar da música”, como fazem questão de nos lembrar os
clichês), um cantor cujo nome faço questão de não citar se apresentou
fantasiado de diabo e cercado por demônios. Aplausos. Furor. Você talvez
não, mas seu filho ou neto viram. Alguns provavelmente gostaram. Outros
devem ter achado oh! ousado. E assim se corrompem os inocentes.
Na época, pretendi escrever alguma coisa. Cheguei até a rascunhar um
texto em que falava da exaltação das nossas fraquezas como sinônimo de
“beleza” quando, na verdade, a beleza está na forma como lutamos contra
essas fraquezas. Mas esse é um processo antigo e tem a ver até mesmo com
aquele que considero o mito fundador do modernismo e que chamo de “A
Paixão Mundana de Van Gogh”. Mas deixei para lá. Falar das artimanhas do
tinhoso é sempre desagradável.
Mas aí fiquei sabendo que, pelo segundo ano consecutivo, o cramulhão
foi de alguma forma celebrado nas passarelas do samba. Outro clichê. Deu
para perceber que é intencional, né? Em São Paulo, a Gaviões da Fiel
exaltou o coxo; no Rio, o elogio satânico ao coisa-ruim coube à
Salgueiro. As celebrações do ardiloso, ainda mais vindas de agremiações
supostamente populares, conseguem ser mais despudoradas do que a nudez
artificial de suas rainhas de bateria.
Se bem que, em termos cronológicos, dá para se dizer, sem medo de
parecer comentarista de desfile de escola de samba, que o despudor
físico e carnal (não confundir com Karnal) só fez abrir as portas para
esse despudor que é assim o Everest, não!, a apoteose dos despudores: a
adoração explícita da maldade. Das trevas. E, por consequência, a ofensa
gratuita, compartilhada com milhões de espectadores, a Deus. E mais não
digo.
Digo, sim O satanismo sempre existiu. Sempre houve pessoas que se
sentiram atraídas pelas ofertas mirabolantes do rebelde. E não é mesmo
fácil resistir às tentações do canhoto. Dinheiro, fama, reconhecimento.
Imortalidade, no sentido mais draculaniano da palavra. Mas essas pessoas
sempre foram consideradas párias. Uma gente caída, digna de pena; uma
gente perdida, mas também elas dignas do arrependimento e do perdão.
Essa condição marginal sempre foi um dos atrativos da diabofilia. Eis
aí mais um truque do sem-nome: fazer com que as pessoas se sintam
especiais e diferentes, especiais porque diferentes, ao adorá-lo. Taí a
música “Simpathy for the Devil”, dos Rolling Stones, que não me deixa
mentir. Não à toa, o satanismo sempre atraiu pessoas com certo “pendor
artístico”. Até pela associação evidente entre o orgulho e a rebeldia
que são a origem do mal.
Aliás, dá para dizer que o renegado esteve presente em toda a arte a
partir de John Milton. Mas a motivação era clara: alertar para os
perigos de se flertar com as forças subterrâneas. De “Fausto” ao heavy
metal, passando por “Grande Sertão: Veredas” e o filme “O Advogado do
Diabo”, são muitas as obras que tem o cão como protagonista. (O inferno
de a “Divina Comédia”! Como pude me esquecer da “Divina Comédia”?!).
Justamente para nos dizer: não permita que o diabo seja protagonista na
sua vida.
Mas, a julgar pelo que se viu no Grammy e nos desfiles de escolas de
samba, algo mudou. E é aí que o demônio torce o rabo. Parece que agora o
djanho está se sentindo à vontade para se exibir ao lado de seus
pupilos. E seus pupilos se sentem à vontade para pregar a antipalavra.
Para elevar o pecado. Para sacrificar a alma no altar público da
desgraça. A demonhofilia perdeu a vergonha. O senso do ridículo.
Medo? Não tenho muito, não. Obrigado por perguntar. Digo, estou
vacinado e tomo doses de reforço todos os dias. Mas temo por meu filho e
netos, que crescerão num mundo que dá como certo, como “fato
científico” (sic), a inexistência de Deus, ao mesmo tempo em que
ressalta e adora a existência do chifrudo. Aí complica.
Confira as empresas que tiveram momentos muito dramáticos em suas
trajetórias e que conseguiram se reinventar e se tornar mais fortes. Se a
sua estiver em situação parecida, aposte em inovação: tirar uma empresa
da crise muitas vezes é necessário alcançar novos mercados e inovar.
Apple (Foto: Pexels)
Grandes empresas muitas vezes quebram. Um grande número delas já
desapareceu nos últimos anos por falta de inovação: onde estão gigantes
como Blockbuster, Yahoo, Kodak e Atari? Outras, porém, enfrentaram a
morte e saíram mais fortes do que antes, depois de apostar em inovação e
novos produtos.
Separamos aqui empresas que tiveram momentos muito dramáticos em suas
trajetórias e que conseguiram se reinventar e se tornar mais fortes. Se
a sua estiver em situação parecida, aposte em inovação: tirar uma
empresa da crise muitas vezes é necessário alcançar novos mercados e
inovar. Saiba como a XP Investimentos superou a crise de 2008 e as
lições que ajudaram a StartSe em 2020.
dono da apple atual
APPLE
A precursora dos computadores pessoais passou por grandes
dificuldades na década de 90. Depois da saída de Steve Jobs da Apple
pela 1ª vez, parece que a companhia só fez produto perdedor – quem não
se lembra do Newton – e estava em uma crise sem tamanho. Na virada do
século, prestes a quebrar, chamou o fundador novamente para ser CEO da
companhia (ao comprar sua startup, a NeXT).
Jobs agiu rapidamente, com a introdução do iMac (que foi um sucesso
moderado), conseguiu um investimento polêmico com a Microsoft e focou em
inovações. Pouco tempo depois, introduziu ao mercado o iPod,
responsável por transformar a Apple nos olhos do consumidor e leva-la ao
posto de uma das maiores empresas do mundo.
Crise resolvida, a companhia ainda desenvolveu o iPhone em 2007,
aparelho que levou a Apple ao patamar de empresa mais valiosa do mundo e
representante de mais de 50% das vendas da empresa nos últimos anos. A
companhia hoje vale mais de US$ 1 trilhão e é comandada há quase uma
década por Tim Cook, sucessor de Jobs.
BMW (Foto: Pexels)
BMW
Várias montadoras já quase morreram em suas trajetórias. Talvez
nenhuma tenha tido um caso tão forte quanto a BMW, que amargou 14 anos
de prejuízo desde o final da segunda guerra mundial, até o ano de 1959.
Uma votação de acionistas foi chamada nesta época para discutir a
dissolução da empresa.
A ideia era vender tudo ou uma fusão com a Daimler-Benz, dona da
Mercedes-Benz, que se tornaria a grande rival da BMW eventualmente. As
propostas foram negadas pelos acionistas da empresa, que resolveram
investir na criação de carros para atingir um novo segmento que a BMW
não atingia, os sedãs de 4 portas – com o BMW New Class. Deu certo e a
empresa ganhou fôlego.
A partir daquele ano, a BMW voltou a lucrar e comprou uma outra
montadora alemã, a Glas, que tinha produtos complementares aos seus e
garantiu o crescimento do corpo técnico da BMW para iniciar novos
modelos. Logo depois, a BMW iniciaria as séries 3, 5 e 7, que são seus
carros mais icônicos até hoje.
MARVEL
Dona dos “Vingadores”, a Marvel quase também morreu logo antes de
começar a produzir seu universo cinematográfico. A década de 1990 foi
extremamente ruim para a companhia – com a queda da venda de quadrinhos
-, principalmente na sua segunda metade, com a companhia acumulando
prejuízos e crescente dívida até pedir falência em 1996.
Durante a falência, a empresa procurou formas de obter novas receitas
e entrar em novos mercados. Nesta mesma época, vendeu os direitos de
cinema e suas duas principais franquias (Homem-Aranha e X-Men) para
estúdios consagrados de Hollywood. Deu certo e a empresa começou a
planejar um universo cinematográfico com suas franquias “B”.
Deu certo e levou um dos personagens mais fracos da Marvel, o Homem
de Ferro, ao posto de super estrela. A Marvel começou a ganhar muito
dinheiro com os filmes e licenciamentos e acabou sendo comprada pela
Disney, que viu no modelo de negócios uma grande oportunidade de ganhar
ainda mais dinheiro.
LEGO
Outra empresa que teve o final da década de 90 difícil, a Lego chegou
em um momento de queda de popularidade e problemas financeiros –
afinal, a empresa PERDIA dinheiro por cada produto vendido, ao invés de
ganhar. A obsessão da indústria de brinquedos por outros produtos (como
videogames) também era grande. Em 2004, teve que demitir boa parte de
seus funcionários, afundada em crise.
A Lego fez um plano, apostou pesado em licenciamento de marcas
populares (por exemplo, Star Wars e Harry Potter) e fortaleceu a sua
própria marca também, com produtos que passavam o universo da própria
Lego. A empresa fez uma série de filmes, fortaleceu seus parques de
diversões e até mesmo jogos de videogame (transformando os inimigos em…
parceiros).
Hoje, a empresa está na liderança das empresas de brinquedo
(ultrapassando a Mattel) e conta com poderosos licenciamentos, tanto de
terceiros (o Star Wars continua forte) quanto próprios, com a criação da
linha Ninjago, que foi para além dos brinquedos e conta com uma forte
exposição em televisão, criando brand awareness.
NOKIA
Uma reconstrução em andamento! A Nokia foi a dona do segmento de
celulares, dominando-o como nenhuma empresa já o dominou. A empresa da
Finlândia chegou a ter 80% dele e praticamente o controlava, tendo
criado alguns dos primeiros smartphones (radicalmente diferentes de como
são hoje) e até mesmo produtos híbridos (como o Ngage).
O primeiro sinal de desgaste veio com o Blackberry, que mostrava que
um celular era capaz de fazer mais coisas que os celulares da Nokia
faziam. E então veio a Apple, com o iPhone e destruiu os celulares
Nokia. A companhia até tentou sobreviver, mas apostou no Windows Mobile
(que perdeu frente iOS e Android) e teve sua divisão de celulares
comprada pela Microsoft por uma fração do que ela já chegou a valer.
A Nokia agora foca em soluções de tecnologia, pesquisou o 5G
aplicável a celulares e pode receber cerca de R$ 15 por smartphone, de
qualquer marca, que resolver utilizar sua tecnologia. Além disso, a
companhia também prepara uma nova divisão de celulares, agora apostando
no sistema operacional Android.
NINTENDO
Quem conhece a Nintendo de hoje, não sabe o quanto a empresa é
radicalmente diferente de quando ela começou. Nascida como fabricante de
um jogo de cartas tradicional japonês, o Hanafuda, a empresa teve que
se reinventar como fabricante de videogames na virada da déca de 70 para
90, após as vendas de cartas despencarem nos anos 60.
A empresa anteviu essa queda e investiu em novos negócios na década
de 50 e 60, mas todos foram um fracasso (por motivos diferentes). A
companhia de táxi teve problemas por conta de sindicatos, a rede de
motéis (sim) faliu, assim como a iniciativa de vender comida congelada e
a rede de televisões. Em 1966, uma série de brinquedos funcionou e
levou a companhia para um novo direcionamento.
Primeiro vieram os brinquedos eletrônicos, para depois desenvolver os
primeiros videogames. O Nintendo Entertainment System teve tanto
sucesso que conseguiu reviver a indústria de videogames no ocidente. Nos
anos recentes, a empresa passou por crises diversas, mas vem
conseguindo dar a volta por cima com produtos inovadores como o Wii e o
Switch.
STARBUCKS
A Starbucks é um caso um pouco diferente, mas tão importante de se
estudar quanto. O quanto uma empresa depende da visão de seus
fundadores. Com 2.500 lojas no ano 2000, a empresa era super rentável,
quando o fundador e CEO, Howard Schultz, resolveu sair da companhia.
Seu sucessor empreendeu uma expansão muito rápida da rede, chegando a
16.000 lojas em 2008. Isso destruiu a rentabilidade das lojas (muitas
vezes, havia uma loja da rede a cada esquina, disputando mercado) e
colaborou para um enfraquecimento da marca perante seu público.
Nesse cenário de caos, Howard Schultz resolveu retomar sua posição
como CEO da empresa. Ele fechou todas as lojas da Starbucks
temporariamente para ensinar os funcionários a fazer um bom café (com o
intuito de melhorar a qualidade do produto) e diminuiu a competição
entre lojas da companhia. Além disso, fez com que todos os funcionários
aprendessem os valores da companhia. Deu certo e a Starbucks voltou a
ser uma empresa rentável, com cerca de 20 mil lojas melhores espalhadas
hoje em dia.
Sua empresa está realmente preparada para disputar espaço com as
empresas que já nasceram ou se tornaram digitais? Conheça o projeto da
Startup Valeon que tem um Site Marketplace para a divulgação da sua
Empresa, Serviços e Profissionais Liberais ou não.
A importância do bom site da Valeon para o seu negócio
Moysés Peruhype Carlech
Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava
contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue
anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por
áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.
De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de
serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para
que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as
primeiras letras do alfabeto.
As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um
cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros
recursos, ele pesquisa por informações na internet.
O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada
pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24
horas por dia. Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente,
com identidade para ser reconhecida na internet.
Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público
através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os
motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros
devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o
público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de
marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o
produto ou a empresa procurada.
A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a
resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores
que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o
surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região
do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao
lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não
conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa
vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de
diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de
visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e
acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que
tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET
Moysés Peruhype Carlech
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do
mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados
satisfatórios para o seu negócio.
Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.
Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada
para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis
nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas
por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em
mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo
real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a
campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de
visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
VOCÊ CONHECE A ValeOn?
A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO
TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace
que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço,
agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta
diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa
e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores
como:
PIS/Cofins Reedita impasse entre Haddad e ala política do governo
Por Célio Yano – Gazeta do Povo
Retomada do imposto da gasolina reedita impasse entre o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, e a ala política do governo Lula.| Foto:
Marcello Casal Jr/Agência Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) tem até o início da próxima semana para decidir se retoma a
cobrança de impostos federais sobre a gasolina e o etanol, em meio a um
impasse que opõe a equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, e aliados que compõem a chamada ala política do
governo.
A tributação federal sobre os combustíveis está suspensa desde o ano
passado, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a Lei
14.352/2022 com o objetivo de reduzir os preços dos derivados de
petróleo ao consumidor. Proposto e aprovado às vésperas do início da
campanha eleitoral, o texto estabeleceu a isenção apenas até o último
dia 31 de dezembro.
No dia 1.º de janeiro, Lula assinou medida provisória (MP) que
manteve a isenção de PIS, Cofins e Cide Combustíveis sobre os produtos. A
desoneração sobre gasolina e etanol foi prorrogada por dois meses –
portanto, até 28 de fevereiro –, enquanto diesel e gás de cozinha estão
livres da tributação federal até 31 de dezembro de 2023.
Segundo relatos de bastidores veiculados na imprensa, ministros e
lideranças parlamentares, além da cúpula do PT, defendem que a alíquota
zero dos impostos seja prorrogada mais uma vez. Eles temem um desgaste à
imagem do governo e o efeito da retomada da tributação sobre a
inflação, já projetada pelo mercado acima do teto da meta para este ano.
Para esse grupo, a isenção poderia ser mantida até que a Petrobras
altere a política de formação de preços dos derivados de petróleo, de
modo a reduzir os valores dos combustíveis praticados nas refinarias.
Com isso, a revogação da desoneração geraria menor impacto.
Indicado por Lula, o atual presidente da companhia, o ex-senador Jean
Paul Prates, é favorável ao fim da política de preço de paridade de
importação (PPI), segundo a qual a estatal define o valor dos
combustíveis a partir da cotação internacional do petróleo, baseada em
dólar.
Haddad, por sua vez, considera necessária a volta imediata dos
tributos para elevação da arrecadação. No pacote de ajuste fiscal
anunciado em janeiro, ele incluiu o fim da desoneração a partir de março
como medida responsável por garantir R$ 28,88 bilhões em receita até o
fim do ano.
O recurso ajudaria a aliviar a previsão de resultado primário,
estimada em um déficit de R$ 231,55 bilhões no Orçamento de 2023. Para
fins de comparação, o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 a partir
de 1.º de maio deve custar aos cofres públicos R$ 5,6 bilhões, enquanto o
reajuste de 7,8% do funcionalismo público, com adicional de R$ 200 de
vale-alimentação, cerca de R$ 11,2 bilhões.
Na quinta-feira (23), durante entrevista coletiva na apresentação dos
resultados da arrecadação federal de janeiro, o chefe do Centro de
Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir
Malaquias, disse que “a reoneração está prevista conforme a norma que
está vigendo”.
O economista Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, considera
importante a reoneração dos combustíveis como forma de reduzir o déficit
fiscal projetado para 2023. “Já estávamos com a volta do PIS/Cofins na
nossa conta”, diz.
Nesta sexta-feira (24), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, veio a
público marcar posição em uma série de postagens no Twitter. Ela
declarou não ser contra a taxação de combustíveis, mas que acabar com a
isenção neste momento seria “penalizar o consumidor, gerar mais inflação
e descumprir compromisso de campanha.”
“Antes de falar em retomar tributos sobre combustíveis, é preciso
definir uma nova política de preços para a Petrobras. Isso será possível
a partir de abril, quando o Conselho de Administração for renovado, com
pessoas comprometidas com a reconstrução da empresa e de seu papel para
o país”, escreveu.
A decisão final sobre o dilema cabe a Lula. A disputa reedita
situação ocorrida na última semana de 2022, às vésperas da posse, quando
Haddad – já anunciado como futuro ministro – defendia o fim da
desoneração. A decisão de prorrogar o benefício era defendida pelo
núcleo político do PT, liderado por Gleisi e pelo atual presidente do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio
Mercadante.
À época, o desentendimento veio a público com uma série de
desencontro de informações. No dia 27 de dezembro, diversos jornais
chegaram a divulgar a informação de que Haddad teria selado um acordo
com seu antecessor, Paulo Guedes, para que fosse editada uma MP mantendo
a desoneração sobre combustíveis por mais 30 dias.
Ainda no mesmo dia, a equipe de comunicação do atual ministro
declarou que não haveria prorrogação naquele momento. Segundo noticiou o
jornal “O Globo”, ele teria conversado com Lula sobre o tema e, na
sequência, voltado atrás no acordo com Guedes.
“Eu levei um pedido de que o governo atual se abstenha de tomar
qualquer medida que venha a impactar o futuro governo, sobretudo em
temas que podem ser decididos sem atropelos. Para que a gente tenha
sobriedade de fazer cálculo de impacto, verificar a trajetória que a
gente espera para as contas públicas nos próximos anos”, disse Haddad à
publicação na ocasião. “Ele (Guedes) respondeu afirmativamente”.
A solicitação foi criticada pelo então ministro de Minas e Energia,
Adolfo Sachsida. “O governo do PT optou por não prorrogar a isenção de
tributos federais sobre combustíveis”, disse o economista em um vídeo
publicado em uma rede social no dia 29 de dezembro.
No dia 1.º de janeiro, no entanto, entre as primeiras MPs editadas no
atual governo, Lula prorrogou a desoneração, adiando a decisão sobre a
retomada da cobrança dos impostos para o fim de fevereiro.
Segundo o “Valor Econômico”, o ministro da Casa Civil, Rui Costa,
ainda não tomou lado na discussão. De acordo com interlocutores ouvidos
pelo jornal, ele estaria observando “aspectos técnicos e políticos da
medida” para ajudar Lula a tomar uma decisão.
Débora Diniz, Felipe Neto e Manuela d’Ávila integram o grupo de
trabalho do governo Lula com objetivo alegado de combater o “discurso de
ódio”.| Foto: Reprodução/STF/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em sua obsessão por controlar o discurso no Brasil e determinar o que
pode ou não pode ser dito publicamente, especialmente nas mídias
sociais, o governo Lula vem a cada dia buscando novas formas de ampliar
seu repertório de mordaças. O Executivo já havia criado uma Procuradoria
Nacional da União de Defesa da Democracia, dentro da Advocacia-Geral da
União, e um Departamento de Promoção da Liberdade de Expressão, ligado à
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República – e os
nomes são um exemplo perfeito da novilíngua orwelliana, já que seu
intuito não é nem defender a democracia, nem promover a liberdade de
expressão, mas caçar os críticos do governo. Agora, é a vez de o
Ministério dos Direitos Humanos criar um grupo de trabalho para, diz-se,
“combater o discurso de ódio e o extremismo”.
Para entender como as intenções torpes se escondem atrás do
palavreado bonito, basta analisar a composição do grupo, que é bem
diverso sob vários aspectos, mas homogêneo justamente onde deveria haver
mais variedade: a filiação ideológica. O grupo, que será comandado pela
ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB-RS), é amplamente dominado
por integrantes da esquerda e defensores de pautas identitárias – aqui, a
única divergência permitida está no grau de esquerdismo. Como se não
bastasse, vários de seus integrantes já se notabilizaram exatamente por
espalhar ódio na internet, especialmente o ódio religioso e o ódio
político. Afinal, como classificar a afirmação de que a facada em Jair
Bolsonaro, em setembro de 2018, foi “mal dada”? Como classificar a
insinuação de que católicos não poderiam participar do debate público
sobre o aborto? Como classificar integrantes de um partido que ainda
hoje exalta genocidas como Josef Stalin? Em um colegiado com tal perfil,
só faltou o convite a Mauro Iasi, aquele que em 2015 propôs lidar com
os conservadores usando a solução de Bertolt Brecht: “encostar-te a um
bom paredão e matar-te com uma boa bala de uma boa espingarda e
enterrar-te com uma boa pá na boa terra”.
Vários integrantes do novo grupo de trabalho contra o “extremismo” já
se notabilizaram exatamente por espalhar ódio na internet,
especialmente o ódio religioso e o ódio político
Um grupo genuinamente preocupado em conter o extremismo e o discurso
de ódio (que inegavelmente existem), como lembrou o colunista da Gazeta
do Povo Guilherme de Carvalho, teria sido formado apenas por moderados
ao centro, à direita e à esquerda, um perfil bastante abundante na
sociedade brasileira, mas que o ministro Sílvio Almeida ignorou. Além
disso, precisaria de membros que tivessem consciência plena da
importância da liberdade de expressão como pilar da democracia,
inclusive – e especialmente – como “liberdade para as ideias que
detestamos”, nas palavras imortais de Oliver Wendell Holmes Jr., juiz da
Suprema Corte norte-americana. Pessoas que tivessem a percepção clara
do apagão a que a liberdade de expressão tem sido submetida no Brasil
nos últimos anos. Mas nenhum dos membros escolhidos pelo ministro de
Direitos Humanos tem esse perfil, pelo contrário: vários deles defendem
explicitamente “regulamentações” que não passam de censura pura e
simples.
O que deve resultar do trabalho de um grupo assim escolhido é
evidente: a não ser que os membros tenham uma epifania e se tornem
defensores incondicionais da liberdade de expressão, o mais provável
será a tentativa de criminalizar, como “discurso de ódio” e
“extremismo”, qualquer manifestação tida como conservadora ou que
contrarie o discurso da esquerda e do governo: a afirmação de que a vida
humana começa na concepção, a defesa do casamento natural, verdades
inconvenientes a respeito da biografia e das alianças do presidente
Lula, o questionamento bem fundamentado a supostos “consensos”
científicos… o Brasil já sentiu um gostinho disso na campanha (agora
apagada) do governo baiano no Instagram (comandado por um petista, o que
não é mera coincidência) que chegou a classificar a atividade de
evangelização como “discurso de ódio”, ao tratar como crime frases como
“você precisa encontrar Jesus”.
VEJA TAMBÉM: J.R. Guzzo: Lula e a esquerda não suportam a liberdade de expressão e por isso querem censurar a internet Guilherme de Carvalho: O petismo confunde liberdade religiosa com ódio. Silvio Almeida conseguirá fazer melhor?
O PT cria seu Ministério da Verdade (editorial de 5 de janeiro de 2023) Se
o desfecho do trabalho do grupo é razoavelmente previsível, o que fazer
com ele? Além da reação contundente da opinião pública, será essencial
que o Congresso Nacional bloqueie qualquer proposta oriunda do colegiado
que possa resultar em censura. Um caso exemplar foi o da reforma do
Código Penal, que uma década atrás o então presidente do Senado, José
Sarney, confiou a uma Comissão Especial de Juristas. Eles entregaram um
texto tão ruim, tão repleto de absurdos, tão desproporcional nas penas
em comparação com os delitos, que o jurista Miguel Reale Junior o chamou
de “obscenidade” que “não tem conserto”. O PLS 236/2012 já foi bastante
emendado, vários trechos foram retirados, e mesmo assim ele ainda não
chegou a ser votado. Assim como naquela ocasião os senadores perceberam a
aberração que tinham em mãos, é preciso que os congressistas permaneçam
atentos para que a liberdade de expressão no Brasil não pereça sob
novas agressões.
Dizem que no Brasil tudo
acaba em samba e em pizza. Neste carnaval, eu tive um sonho curioso.
Assistia aos desfiles de Carnaval e ao enredo de uma escola de samba que
tratava dos esquemas revelados pela Lava Jato. Vou contar o que eu vi.
“Ó abre alas, que eu quero roubar”… com essa música, começou o
imponente desfile. A primeira ala veio com o tema “o petróleo é nosso”. A
avenida ficou vermelha com gente que levou a sério a frase de Getúlio
Vargas e, por um problema de interpretação de texto, apropriou-se da
Petrobras. Afinal, a gramática nunca foi mesmo o forte “delus”.
Em seguida, a avenida central do sambódromo mudou de cor, do vermelho
para o colorido. Entrou o grupo “unidos pelas malas de dinheiro”. Era
um grupo muito diverso e plural, sem qualquer discriminação partidária,
representando as dezenas de partidos cujos políticos se envolveram
nesses crimes. O carro alegórico disparava confetes de notas de cem
reais.
Eles carregavam atrás de si, enquanto dançavam alegres e beijavam o
dinheiro, malas para todo gosto: tinha de viagem, grande, média e
pequena, daquelas que às vezes recheiam um apartamento; tinha mala de
mão com rodinha, boa para dar aquela corridinha numa pizzaria em São
Paulo; e tinha até pochete e cueca estourando de dólares que iam caindo
pelo chão.
Em um dado momento, todos convergiram e se uniram numa grande
felicidade, um momento glorioso de “farra dos guardanapos”, com muita
festa feita com o seu dinheiro regado por champanhe, comida francesa e
luxo parisiense.
Entrou o grupo “unidos pelas malas de dinheiro”. Era um grupo muito
diverso e plural, sem qualquer discriminação partidária, representando
as dezenas de partidos cujos políticos se envolveram nesses crimes
Um grande carro alegórico foi passando, nesse momento, com
representações de sítios, triplex, bancos em paraísos fiscais, joias e
bolsas luxuosas e barras de ouro, tudo brilhando, devidamente lavado por
profissionais.
No ponto mais alto e em destaque nesse carro, estava o último preso
da Lava Jato cantando como se explicasse para a plateia um segredo
fundamental sobre seu vício: “não existe pecado do lado de baixo do
Equador. Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor”.
Outros carros alegóricos passaram com esplendor, exibindo miniaturas
de obras faraônicas: refinarias, estádios da copa, concessões
rodoviárias, navios e pontes. Todo mundo olhava admirado e ficava
pensando: como alguém conseguiu gastar tanto para fazer aquelas
miniaturas!?
As paredes e armações dos carros, ao fundo das obras, representavam
diferentes países: Brasil, Angola, Argentina, Colômbia, Cuba, Equador,
Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru, República Dominicana,
Venezuela e outros em que o dinheiro brasileiro do BNDES pode chegar
para, em seguida, ser desviado.
Adentrou, depois, a turma dos funcionários públicos corrompidos.
Numerosos diretores e gerentes das estatais pendurados nas mamas delas,
cantando “mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar”. Veio
também o bloco dos amigos da onça, mas esse, diferente do bloco carioca
de rua, estava cheio de delatores que não deixaram nada felizes seus
antigos aliados.
O presente também precisa homenagear o passado. Em uma bela honraria
àqueles que colocaram as fundações dos grandes esquemas no passado,
apareceu o bloco do “me dá um dinheiro aí”, com representantes dos
esquemas dos Anões do Orçamento, Sanguessugas, Mensalão e vários outros
escândalos.
O desfile não acaba aí. Entra em seguida, com toda pompa, a ala
“unidos contra a prisão em segunda instância”. É sem dúvida a ala mais
superlotada do desfile, porque todo político enroscado na justiça deu um
jeito de virar passista no grupo, ainda que tivesse que subornar quem
liberava a entrada na avenida – afinal, eram entusiastas do programa
popular “minha propina, minha vida” – popular, diga-se, entre parte dos
políticos com acesso exclusivo a ele.
Colado nessa ala surgiu, com pompa e circunstância, o bloco dos
engravatados. Com figurões de Brasília, veio cantando uma marchinha: “a
lava jato já morreu, quem manda neste país sou eu”. Junto com esse,
apareceu a ala da hipocrisia, com o lema: “impunidade para meus
políticos de estimação, e para os adversários anistia não”.
Apareceu, então, o Rei Momo, bonachão, alegre, distribuindo para
todos os seus sorrisos e benesses, sendo aclamado por todos os que antes
passaram por ali. Muita gente aplaudia a passagem do rei por aqueles
blocos. O rei retribuía, afinal, tudo o que tinha era dos seus amigos. E
é importante deixar claro: se seus súditos mais íntimos fizeram algo
ruim em seu benefício e no seu reinado, é claro que ele não sabia de
nada.
As alas foram passando e fiquei olhando com expectativa o bloco que
eu mais esperava, o das vítimas. Era com elas que eu me preocupava:
idosos lesados pelas fraudes nos fundos de pensão que choraram nos meus
ombros por perderem suas aposentadorias, os quais viriam certamente ao
lado das mais de quatrocentas famílias que tiveram seus integrantes
mortos nas estradas que não foram duplicadas por conta de desvios.
O rei retribuía, afinal, tudo o que tinha era dos seus amigos. E é
importante deixar claro: se seus súditos mais íntimos fizeram algo ruim
em seu benefício e no seu reinado, é claro que ele não sabia de nada
Esperei ver as pessoas com câncer que não receberam o tratamento
tempestivo no Hospital Pedro Ernesto, no Rio, que fechava setores e mais
setores enquanto o dinheiro era desviado da saúde; ou ainda parentes
das vítimas soterradas por deslizamentos em Petrópolis que poderiam ter
sido evitados se bilhões não tivessem sido desviados da secretaria de
obras.
Aguardei a passagem dos brasileiros pobres, doentes e carentes de
educação, de infraestrutura, de emprego e de renda, que tiveram sua vida
impactada por todos aqueles foliões que passaram antes deles pela
avenida.
Contudo, não veio ninguém. Virei para o lado e perguntei:
-E onde está a ala das vítimas?
-Ah, as vítimas? Elas não importam no Brasil.
Como eu disse, no Brasil, tudo acaba não só em samba, mas também em pizza.
Artigo Por que uma moeda comum para Argentina e Brasil é uma má ideia Por Marcos Falcone – Gazeta do Povo National Review
Os presidentes argentino, Alberto Fernández, e brasileiro, Luiz
Inácio Lula da Silva, em encontro em Janeiro em Buenos Aires| Foto: EFE/
Enrique García Medina
Algumas semanas atrás, o ministro da
economia da Argentina, Sergio Massa, disse ao Financial Times (FT) que
seu país e o Brasil estão iniciando os preparativos para uma moeda
comum. Sabemos que essa é uma ideia antiga, pois vem sendo lançada pelo
menos desde a década de 1980. Mas é uma boa ideia?
A forma como foi divulgada a notícia de uma moeda comum para Brasil e
Argentina é um tanto confusa. Na entrevista ao FT, Massa parecia
sugerir que os dois países abandonariam suas moedas atuais em favor de
uma nova, assim como os países da zona do euro fizeram algumas décadas
atrás. Mas, alguns dias depois, o presidente brasileiro, Luiz Inácio
Lula da Silva, disse que os dois países estavam conversando sobre uma
“moeda comercial”, o que é bem diferente.
A lógica dos governos argentino e brasileiro é que uma moeda
comercial impulsionaria o comércio bilateral entre os dois países, o que
à primeira vista parece positivo, mas na verdade é problemático. De
fato, basta olhar para a história recente da América do Sul para
perceber onde está o problema: nenhum dos países está interessado no
livre comércio e, ao contrário, ambos estão bastante interessados em
apoiar os capitalistas amigos.
O exemplo do Mercosul, bloco que Brasil e Argentina formaram com
Uruguai e Paraguai na década de 1990, é notável porque não conseguiu
expandir o comércio além de suas fronteiras. Ao contrário do que deveria
ser, o Mercosul simplesmente transformou alguns países protecionistas
em um grande bloco protecionista que prejudica os consumidores. Isso
ficou tão evidente que o Uruguai agora ameaça assinar acordos
unilaterais de livre comércio com outras nações.
De fato, a única vez que Brasil e Argentina estiveram perto de
avançar para um comércio mais livre foi durante as negociações entre o
Mercosul e a União Europeia, e isso resultou em um acordo em 2019, mas
as circunstâncias são diferentes agora. Naquela época, os dois países
tinham governos relativamente pró-livre mercado, e a única razão pela
qual o acordo nunca entrou em vigor foram preocupações ambientais e
preocupações protecionistas por parte da UE. Hoje, porém, a esquerda
está de volta à América do Sul: Lula da Silva já disse que buscará
renegociar o acordo em favor do desenvolvimento industrial de seu país,
enquanto o presidente argentino Alberto Fernández tem preocupações
semelhantes e é ainda mais relutante a seguir em frente. Não parece,
então, que o livre comércio esteja nos planos de nenhum dos dois
governos.
Citando isso como uma vantagem, no caso da Argentina, algumas
autoridades afirmaram que um maior nível de comércio com o Brasil
removeria a única barreira ao crescimento econômico do país, mas isso é
flagrantemente falso. Embora os consumidores argentinos certamente se
beneficiem de bens e serviços mais baratos, é improvável que os obtenham
apenas do Brasil, que já é o principal parceiro comercial do país. Mais
importante, no entanto, a maioria dos problemas econômicos de longa
data da Argentina não tem nada a ver com comércio, mas com políticas
fiscais e monetárias irresponsáveis que causaram várias crises de
dívida e uma taxa de inflação anual de pouco menos de 100%. São os
déficits fiscais persistentes que causam condições estagflacionárias,
bem como a “falta de dólares” a que o governo alude: Quando o governo
fica com 100 por cento dos lucros comerciais, as pessoas mantêm seu
dinheiro longe dele a todo custo.
O que brasileiros e argentinos precisam são de reformas fiscais que
permitam aos indivíduos manter mais de seus ganhos e não apenas a metade
deles, como é o caso atualmente, mas é improvável que os esquerdistas
que agora governam os dois países avancem com cortes de impostos. No
caso brasileiro, o ministro da Economia, Fernando Haddad, ainda
disse que planeja aumentar significativamente os gastos públicos, algo
que o governo argentino também tentou fazer nos últimos anos de forma
mais limitada, buscando cumprir um acordo de resgate com o FMI. Mais
impostos, mais gastos públicos: nenhum dos dois governos está pensando
em reformas para lidar com seus déficits fiscais.
No mínimo, ao invés de uma boa ideia, o anúncio inicial do argentino
Sergio Massa e os comentários posteriores feitos por outras autoridades
brasileiras e argentinas parecem ter sido uma cortina de fumaça
projetada para evitar a discussão da reforma real. De fato, nenhum dos
lados está interessado em promover o livre comércio ou em tornar seus
países mais atraentes para investidores locais e estrangeiros. Mas,
enquanto esses objetivos estiverem fora da agenda, o crescimento
econômico provavelmente escapará do Brasil e da Argentina, e a qualidade
de vida de seus cidadãos provavelmente não melhorará, não importa quão
fortes sejam seus laços protecionistas.