Não adianta nada tirar armas sem combater a cultura da violência
Por Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Governo Lula já revogou uma série de normas sobre posse e porte
de armas do governo Bolsonaro.| Foto: Hugo Harada/Arquivo Gazeta do
Povo/Arquivo.
A agropecuária brasileira está meio assustada. A avicultura está
preocupada com a gripe aviária na Argentina, e agora apareceu um caso de
vaca louca no Pará; a carcaça foi totalmente queimada. A China e o
Canadá levaram um susto, porque recebem carne brasileira. Este é o
primeiro desafio para o atual governo, para o novo ministro da
Agricultura, que é do ramo. Não podemos deixar entrar a gripe aviária – o
Rio Grande do Sul é o estado mais próximo – e precisa ficar bem claro
que este caso de vaca louca é isolado.
O mundo inteiro está de olho no nosso agro. Nós somos o terceiro
maior produtor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Já
ultrapassamos a Rússia, grande produtora de grãos, graças ao quê? Aos
brasileiros, que trabalham muito, 24 horas por dia, que não ficaram
esperando o governo trabalhar por eles.
Eventos climáticos extremos não são novidade, nós é que não investimos em prevenção
Na quinta-feira, alguns ministros foram ao Rio Grande do Sul ver as
consequências da seca. Vale para a seca o que vale para as chuvas no Rio
de Janeiro e São Paulo. Acontece todos os anos, não é novidade. É
preciso haver uma estrutura que diminua os efeitos, as consequências
ruins, tanto na Serra do Mar quanto no pampa gaúcho, onde a seca é mais
severa: investir em irrigação artificial, reservas, reservatórios.
Supremo desarmamentista toma lugar do Congresso Quem tem de perder a arma é bandido, não quem tem posse legalizada Estive
em Sinop nos anos 1970, era uma rua só; agora é uma cidade imensa, no
coração da grande produção de algodão, de milho e de soja desse
Brasilzão. E foi horrível essa execução de sete pessoas num salão de
sinuca, obra de dois homens armados que perderam o jogo, saíram, foram
buscar armas, voltaram e simplesmente se vingaram de todo mundo,
inclusive dos espectadores que estavam por ali e não tinham nada a ver. O
ministro da Justiça já aproveitou para continuar sua campanha para
retirar armas de fogo não dos bandidos, mas das pessoas que têm as armas
legalmente. Queria ver tirar todas aquelas armas de fogo dos bandidos
no Rio de Janeiro.
Voltando à questão das armas, pesquisei as estatísticas do Distrito
Federal sobre mulheres que foram mortas. Dos 65 casos de feminicídio,
como passaram a chamar esse crime, a maior parte não foi por arma de
fogo: apenas 13, ou seja, 20%, dois casos em cada dez. Nos outros 52
usaram faca, usaram as mãos, usaram paus, pedras, veneno. Isso confirma o
óbvio: que não adianta tirar arma de fogo, tem de desarmar os cérebros,
porque é o cérebro que dá a ordem para as mãos estrangularem, ou
pegarem um pedaço de pau, uma pedra, uma faca ou uma arma de fogo.
Segundo uma ONG mexicana, das 50 cidades mais violentas do mundo, a
primeira fica no México, e a mais violenta do Brasil seria Mossoró (RN).
E ainda há outras nove cidades brasileiras na lista, nas regiões Norte e
Nordeste. O que é isso? Deve ser alguma cultura, algo que está na
cabeça das pessoas. Não são as armas, porque faca todo mundo encontra em
qualquer cozinha e ninguém vai interditar cozinhas por causa disso.
Lula e a esquerda não suportam a liberdade de expressão e por isso querem censurar a internet
Por J.R. Guzzo – Gazeta do Povo
Lula e Felipe Neto: o youtuber foi convidado pelo governo a
integrar um grupo de trabalho para “combater o discurso de ódio” na
internet.| Foto: Reprodução/Redes Sociais
Entre todas as ideias
fixas que comandam hoje suas palavras e suas ações na política
brasileira, nenhuma parece deixar o presidente Lula tão agitado quando o
“controle social dos meios de comunicação”. Virou, a essa altura, um
tipo de obsessão. Sabe-se que quando Lula tem uma obsessão, o PT e a
esquerda ficam automaticamente obcecados com a mesma coisa; eis porque
se faz tanto barulho sobre algo que jamais fez parte, nem fará, das
preocupações básicas do cidadão brasileiro.
O fato é que Lula, e a multidão de bajuladores ao seu redor, não para
de falar no seu precioso “controle”. Ainda agora, mandou uma carta para
uma reunião de caciques da ONU dizendo, entre outras barbaridades, que
as redes sociais são uma ameaça à “democracia”.
Lula propõe um mundo onde o governo vai fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.
O surgimento da internet, pela primeira vez nos 10 mil anos de
história da humanidade, permitiu a todos os seres humanos, sem exceção,
manifestarem livremente suas opiniões e pensamentos; é uma conquista
imensa para o homem e para os seus direitos. É um perigo, porém, para as
ditaduras de todos os tipos – e por isso a comunicação através das
redes sociais tornou-se um dos alvos principais da repressão das
tiranias pelo mundo afora. Lula, desde a sua campanha eleitoral, se
juntou a esse coro; quer, também ele, censura do governo sobre a
internet.
Naturalmente, ele e a esquerda mais grosseira, com o apoio de
praticamente todo o aparelho judiciário, dizem que não é isso. Ao
contrário: aproveitando-se da fantasia, tão difundida e tão inútil,
segundo a qual “as leis” deveriam proibir que as pessoas dissessem
mentiras nas redes sociais, Lula propõe um mundo onde o governo vai
fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.
O “controle social” da mídia vai apenas criar a censura no Brasil –
um comitê de militantes do PT passará a decidir o que é mentira e
verdade, e isso quer dizer, na prática, que vai ser proibido publicar o
que o governo não quer seja publicado. Todo o resto é uma trapaça
monumental.
VEJA TAMBÉM: Sem manifestações: o novo regime do Brasil não tolera divergência política Nenhuma lei permite que Moraes faça o que fez com Constantino e Figueiredo Teremos Dilma 3 por que o PT não admite pensamentos que não sejam os do partido Lula
gostaria de um Brasil como o da campanha eleitoral – em que o TSE
proibia dizer que ele foi condenado pela Justiça como ladrão, ou que é
admirador do ditador da Nicarágua e por aí afora. Quer que tudo o que se
diga contra ele seja carimbado como “discurso do ódio – e cortado das
redes. Seu “controle social” dos meios de comunicação é o que se faz em
Cuba, Venezuela, Nicarágua, para não falar de China e Coreia.
Não existe nenhuma democracia no mundo que faça o que o Lula está
querendo fazer no Brasil. Ele e o PT falam que o direito de expressão
vai ser garantido, dizem que “há leis” de controle da internet em
“outros países”, que estão defendendo a “democracia” dos seus inimigos
etc. etc. etc. Não há um átomo de sinceridade, nem de seriedade, em nada
disso. A única maneira efetiva de se defender a liberdade de opinião é
não fazer lei nenhuma a respeito do assunto; é por isso que as ditaduras
têm todo o tipo de regras para “ampliar a livre expressão” de ideias – e
as pessoas não têm nenhum direito de abrir a boca. O problema de Lula e
da esquerda não tem nada a ver com verdade ou mentira. O que eles não
querem é a liberdade.
Suprema Corte dos EUA pode mudar a internet para sempre; entenda
Juízes americanos podem responsabilizar Big Techs pelo conteúdo impulsionado pelos algoritmos de suas plataformas
Por Pedro Doria
A Suprema Corte americana começou a analisar um caso que pode mudar a
cara da internet. Os pais de Nohemi Gonzalez, uma universitária de 23
anos que morreu num ataque terrorista em Paris, estão processando o YouTube.
Seus advogados alegam que os três responsáveis pelo ataque no Teatro
Bataclan, em 2015, foram radicalizados após assistirem a uma série de
vídeos recomendados pelo site e produzidos pelo Estado Islâmico.
A praxe da Corte americana é de escolher os casos que julgará. Ela
não é obrigada a aceitar nenhum, mas, sempre que considera haver uma
questão constitucional importante, entra no debate. Os advogados
submetem aos nove juízes seus argumentos por escrito e, depois, são
convidados a sessões de sustentação oral. É quando os ministros têm a
oportunidade de compreender melhor como cada lado vê o tema em debate. A
primeira sessão foi na última terça-feira, 21.
O que está sendo testado é a seção 230 do Ato das Telecomunicações,
aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Bill Clinton, em
1996. Em essência, a lei definiu que uma empresa com presença na web não
poderia ser responsabilizada pelo que dizem usuários que publicam em
seus sites. Em 1996, poucos sites ofereciam espaços para comentários.
Havia também espaços de discussão, fóruns, começando a se popularizar.
Não existiam ainda blogs, muito menos redes e algoritmos.
Ao falar de algoritmos, a partir de que momento as gigantes da tecnologia passam a ser responsáveis pelo que recomendam?
E esse é o argumento da família Gonzalez. A lei pode proteger o
YouTube de coisas que o EI tenha publicado. A partir do momento em que o
YouTube pinça um vídeo para sugerir a quem assiste, aí o exercício de
expressão não é mais dos terroristas. O YouTube, como qualquer outro
serviço baseado em algoritmos, se exprime através das escolhas de
conteúdo que faz. O responsável pela seleção não é quem produziu o
conteúdo. É o YouTube. Ou o Twitter. Ou o Facebook.
Mas alguns dos ministros exprimiram dúvidas. Afinal, mecanismos de
seleção de conteúdo baseados em algoritmos tornaram a internet viável.
Tornar as empresas responsáveis pelo que seus algoritmos recomendam não
poderia abrir uma imensa onda de processos que trariam impactos
econômicos inimagináveis?
A pergunta, que os juízes parecem estar fazendo, é onde está a linha
divisória. Por óbvio, outras indústrias são responsáveis pelos danos que
suas decisões internas causam. Ao falar de algoritmos, a partir de que
momento as gigantes da tecnologia passam a ser responsáveis? A Suprema
Corte tomará uma decisão este ano – e a decisão pode, inclusive, ser não
decidir nada. Por enquanto.
Ciência, história e até autoajuda: diferentes gêneros de livros que são presença obrigatória na estante de casa
Seja no Kindle ou na prateleira de casa, alguns livros são
absolutamente indispensáveis. Não só pela facilidade de revisitar
algumas histórias, mas também pela importância de saber que aquele livro
tão importante está ali, à disposição, sem precisar carregar nada.
E
caso não queria saber de uma estante física, e nem tenha espaço para
colocar livros em casa, sem problemas. Também indicamos os valores
dessas mesmas obras disponíveis para comprar em formato digital. Nem
sempre fica muito mais barato do que a edição física, mas pelo menos não
deixa aquelas pessoas fãs do digital fora da nossa seleção.
Confira, a seguir, uma seleção de três livros de não-ficção para ter na sua estante.
*Quando esta matéria foi publicada, o preço era de R$36,00
Lançado originalmente em 1988, Uma Breve História do Tempo é um dos
maiores sucessos do cientista Stephen Hawking — não à toa, vendeu mais
de 10 milhões de exemplares em todo o mundo e ficou incríveis 237
semanas na lista de mais vendidos do Sunday Times.
Aqui, Hawking
guia o leitor na busca por respostas a algumas das maiores dúvidas da
humanidade: qual a origem do universo? Ele é infinito? E o tempo? Sempre
existiu, ou houve um começo e haverá um fim? Existem outras dimensões
além das três espaciais?
A partir daí, com um texto que mistura
uma base científica sólida com uma escrita mais descontraída, com aquele
humor típico de Hawking, desenrola-se uma representação de conceitos
complexos. Para o leigo, é o vislumbre dos segredos mais profundos da
criação.
*Quando esta matéria foi publicada, o preço era de R$62,00
Qual a história por trás da ascensão e do sucesso do Homo sapiens? O
que nos diferencia a ponto de sermos capazes de criar obras de artes,
ciências e até mesmo guerra? É exatamente isso que investiga o ótimo
livro Sapiens: Uma Breve História da Humanidade.
Yuval Noah
Harari, doutor em história pela Universidade de Oxford, aborda em
Sapiens a história da humanidade sob uma perspectiva inovadora. Não só
busca compreender como subjugou outras espécies, mas também coloca essa
herança em uma perspectiva moderna.
Explica, com uma visão
aprofundada, como o capitalismo é a mais bem-sucedida religião, que o
imperialismo é o sistema político mais lucrativo, que nós, humanos
modernos, podemos ser mais poderosos que os nossos ancestrais, mas que
não somos mais felizes.
*Quando esta matéria foi publicada, o preço era de R$49,00
Escrito por Charles Duhigg, repórter investigativo do The New York
Times, O Poder do Hábito mostra que a chave para o sucesso é entender
como os hábitos funcionam – e como podemos transformá-los. Um livro
marcante e um dos mais vendidos de não-ficção.
Tudo isso a partir
de histórias reais sobre mudanças de hábitos, ou, melhor, percepções de
como os hábitos surgem e se modificam. É o jovem que para de fumar e
muda os padrões cerebrais. A campanha publicitária que percebe uma
mudança de hábito e fatura bilhões.
Ou, uma das melhores
histórias contadas por Duhigg no livro, sobre um executivo que faz de
tudo para que uma empresa mude os hábitos de segurança de seus
funcionários. Aos poucos, isso faz com que ela ganhe uma força
extraordinária e passe a valer bilhões.
Todas essas histórias
têm, em comum, o fato de que conseguiram sucesso apenas focando em mudar
padrões ou, melhor, perceber seus próprios hábitos. A partir daí,
Charles Duhigg apresenta o novo entendimento da natureza humana e seu
potencial para a transformação.
Crédito da primeira foto: Kimberly Farmer/Unsplash
Empresas de tecnologia apostam em gestão do conhecimento para reduzir defasagem de mão de obra no setor
Fábio Barros – CEO da Infox Tecnologia
Nos próximos anos, profissões ligadas à tecnologia devem sofrer defasagem de mais de meio milhão de pessoas
Não é de hoje que a área de tecnologia da informação vive um apagão
de profissionais qualificados. Dados do Fórum Econômico Mundial apontam
que 55% das empresas do setor encontram lacunas de competências para a
contratação de trabalhadores nesse ramo. No Brasil, a situação não é
diferente. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação
e Comunicação e de Tecnologias Digitais, o país deve ter um déficit de
532 mil pessoas para trabalhar na área. Diante da alta defasagem,
algumas empresas têm apostado na criação de uma área para a construção
do conhecimento e capacitação.
Na tentativa de driblar a alta defasagem profissional no mercado de
tecnologia para desenvolvimento de projetos, o CEO da Infox Tecnologia,
Fábio Barros, aposta na criação de uma área para a construção do
conhecimento e capacitação de seus colaboradores.
“Estamos investindo na criação de uma área de gestão de conhecimento,
pesquisa e inovação. Focaremos em trilhas de formação de hard skills
que precisamos. Isso é um trabalho de médio e longo prazo, mas que
precisa começar agora. Precisamos não só preparar nossos colaboradores
para novas tecnologias, como também precisamos ir atrás de coisas que
serão tendências daqui a 3 ou 4 anos. É isso que nos colocará na
vanguarda dos serviços que prestamos para nossos clientes”, destacou o
CEO.
De acordo com Barros, a relação entre o tempo de formação e as
exigências têm, atualmente, grande incompatibilidade, mas que nos
próximos anos a expectativa é de que isso possa ser corrigido. “Os
movimentos das universidades corporativas e a adaptação do sistema de
ensino formal, para as novas tecnologias, deve reduzir isso. Os próximos
3 ou 4 anos ainda serão de uma relação deficitária entre vagas e
profissionais. Há muito espaço para ser preenchido. Parte desse espaço
deve ser tomado pelo mecanismo de reciclagem de profissionais que estão
se atualizando e isto terá um impacto no médio prazo, com certeza”,
disse.
Alguns estudos apontam a baixa capacitação profissional neste setor
como principal empecilho para a produção de novas tecnologias. O
relatório “O impacto e o futuro da Inteligência Artificial no Brasil”,
produzido pelo Google for Startups, destacou que 57% das empresas
acreditam que o déficit de colaboradores qualificados é o que mais
prejudica o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) no Brasil,
por exemplo. Para a Infox, o “hype” está fazendo muita gente querer este
mecanismo em qualquer solução tecnológica, sem observar a esteira de
formação profissional no país.
Para Fábio Barros, o desenvolvimento dessas novas tecnologias
revisita alguns desafios que o setor e as empresas enfrentarão nos
próximos anos. “A pesquisa e o desenvolvimento das empresas e das
universidades precisam pensar não só no produto fim que a Inteligência
Artificial pode gerar, mas em como se constrói um novo algoritmo, uma
nova solução antes do produto-fim. Isso pode ser o grande diferencial do
Brasil nesse setor”, pontuou.
Em 2023, a área de tecnologia deve continuar liderando as intenções e
procura do mercado de trabalho. Entre os cargos que devem continuar em
alta, estão os ligados à inovação, transformação digital, e-commerce e
desenvolvimento. E a inovação é uma das áreas onde a
empresa atuará neste ano, investindo em novas tecnologias para os
produtos ofertados pela empresa. “Um exemplo disso é que queremos trazer
mais inteligência de dados para dentro dos nossos produtos. Manipulamos
um monte de informações, mas ainda entregamos pouco sobre o que essas
informações representam para os nossos clientes”, concluiu.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
Ministério dos Direitos Humanos Governo Lula monta liga de inimigos da direita para combater “discurso de ódio” Por Leonardo Desideri – Gazeta do Povo Brasília
Felipe Neto, Manuela d’Ávila e Débora Diniz integram o grupo de
trabalho do governo Lula com objetivo alegado de combater o “discurso de
ódio”. | Foto: Reprodução/STF/Marcelo Camargo/Agência Brasil
O
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira (22) a criação de
um grupo de trabalho com o objetivo alegado de combater “o discurso de
ódio e o extremismo”. A equipe será comandada pela ex-deputada federal
Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) e terá a participação do youtuber Felipe
Neto.
O grupo poderá realizar estudos e propor políticas públicas de
direitos humanos “para combater o discurso de ódio e o extremismo”, de
acordo com a portaria que o instituiu. Será composto por cinco
representantes do MDHC e 24 pessoas representantes da sociedade civil.
Além de Neto e Manuela, vários dos designados para a tarefa são figuras
que se notabilizaram pelo discurso radical contra ideias associadas à
direita nos últimos anos. Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e
da Cidadania, afirmou nesta quarta que o grupo é “composto por
profissionais e estudiosos de várias áreas que se dedicam a pensar a
formação de uma cultura de paz”.
A antropóloga Débora Diniz, que está entre os nomes, é uma das
principais militantes pró-aborto do país e fundadora da ONG abortista
Anis. Recentemente, ela fez ataques no Twitter contra o cardeal Odilo
Scherer e o catolicismo, insinuando que os católicos deveriam se afastar
do debate público na discussão sobre a vida de bebês em gestação.
“Aborto é sobre cuidado e prevenção. Uma religião que prega o perdão
deveria se distanciar de punição que mata e adoece mulheres. Igreja
Católica pode ter suas crenças particulares. Só não pode ter a pretensão
de transformá-las em regra de bem viver para todos”, afirmou em
resposta a um tuíte do cardeal.
A ativista feminista Lola Aronovich, que também faz parte da lista, é
feminista radical e, em 2020, fez uma postagem em seu blog com o título
“Facada mal dada do Ca*”, em referência ao atentado do
qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi vítima em 2018. Lola já
questionou diversas vezes a veracidade do atentado. Convocada ao grupo
de trabalho para combater o extremismo, ela classificou recentemente os
senadores Rogério Marinho (PL) e Eduardo Girão (Novo) como
representantes da extrema-direita.
O sociólogo Michel Gherman, outro integrante do novo grupo de
trabalho, afirmou via Twitter, em 2021, que era necessário parar de
tratar os apoiadores do governo Bolsonaro como “bolsonaristas” e passar a
chamá-los só de “nazistas” ou “fascistas”. Em palestra recente na
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele afirmou que o Brasil
enfrenta uma “epidemia de nazismo”.
Outro nome da lista é o da socióloga Esther Solano, que em artigo à
revista Carta Capital fez uma defesa explícita da estratégia de aliciar
evangélicos com um discurso dissimulado para conseguir virar votos nas
eleições de 2022. “Faço aqui um apelo a toda a militância petista, a
todos os simpatizantes, mas sobretudo às figuras que têm um perfil
público. Por favor, vamos pensar antes de falar publicamente sobre os
fiéis e as igrejas evangélicas. Vamos aprender as sutilezas
comunicacionais do que dizer, como dizer, com quem dizer, o léxico
inteligente a se usar, o léxico que não é. Depois das eleições, a partir
do conforto de nosso lugar recuperado em Brasília, falamos como vocês
quiserem, mas antes não, antes, por favor, temos de ganhar estas
eleições e nossa vitória não está garantida”, disse ela.
Grupo sobre discurso de ódio pode se unir a “Ministério da Verdade” em tentativa de controlar as redes
O grupo de trabalho, que começará a atuar no dia 1º de março, deverá
produzir um relatório 180 dias após o início de suas atividades a ser
encaminhado ao ministro Silvio Almeida para avaliação. Em sua primeira
reunião, o grupo estabelecerá o calendário de encontros, seu modo de
funcionamento e um plano de trabalho.
No anúncio do lançamento do grupo, Almeida sinalizou a intenção de
coibir certos tipos de discursos em redes sociais. Ele afirmou que
discursos de ódio “estão sendo naturalizados no ambiente público,
principalmente nas chamadas redes sociais, onde certos grupos se sentem
absolutamente à vontade para destilar o ódio e reforçar preconceitos”.
“Esses discursos que pregam ódio, discursos fascistas, inspirados em
experiências históricas de destruição, como o nazismo, não estão dentro
daquilo que a gente chama de democracia e de liberdade de expressão.
Eles têm que ser fortemente combatidos, não podem chegar ao coração das
pessoas”, observou.
O funcionamento do novo grupo de trabalho é semelhante ao de
conselhos que combinam a participação de membros da sociedade civil com
representantes de órgãos do Executivo, e que foram cruciais no
aparelhamento do Estado promovido por gestões petistas no passado.
Embora não seja um conselho, o grupo tem o mesmo tipo de funcionamento
colegiado e de poder consultivo.
A criação de um órgão para combate ao “discurso de ódio” é mais uma
iniciativa do governo Lula que apela à índole de censura e que tem
ganhado força na esquerda nos últimos anos, especialmente em temas
relacionados ao controle da liberdade de expressão nas redes. Dentro da
Advocacia Geral da União (AGU), foi criada a Procuradoria Nacional da
União de Defesa da Democracia; na Secretaria de Comunicação Social
(Secom) da Presidência da República, estabeleceu-se o Departamento de
Promoção da Liberdade de Expressão. Esses órgãos têm sido apelidados de
“Ministério da Verdade”.
Notas de real. Imagem ilustrativa| Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Depois de uma redução inesperada, as perspectivas para a dívida
pública como porcentagem do PIB sofreram uma reversão drástica e não são
nada boas. A explosão de gastos públicos durante a fase inicial da
pandemia de Covid-19 elevou o indicador para o recorde de 87,6%, mas no
fim de 2021 a dívida já havia recuado para 80,4% e o mercado esperava
que até 2030 ela se mantivesse ligeiramente abaixo de 80%. No entanto, a
dívida caiu mais que o esperado, chegando a 73,5% no fim do ano
passado, graças a um forte aumento na arrecadação e ao crescimento da
economia – apesar disso, as projeções do mercado agora apontam para uma
dívida que seguirá crescendo até chegar a 90,4% do PIB no fim da década.
O que aconteceu em tão pouco tempo para uma mudança tão grande nas
expectativas, e o que pode ser feito para impedir que o Brasil entre em
uma perigosa espiral de endividamento?
Entre o fim de 2021 e o fim de 2022 o Brasil presenciou a morte de
sua âncora fiscal. O teto de gastos, se fosse devidamente cumprido,
tinha entre suas consequências positivas o fato de que entradas
adicionais de dinheiro – seja com arrecadação maior, seja com eventos
extraordinários como privatizações e concessões – pudessem ser
destinadas ao abatimento da dívida pública. Mas o governo de Jair
Bolsonaro e o governo eleito de Lula patrocinaram três PECs que
demoliram o teto. As PECs dos Precatórios e dos Benefícios
desmoralizaram o instrumento, colocando cada vez mais despesas fora do
alcance da regra; a da Transição ficou conhecida como “fura-teto”, mas
ela não representava apenas mais um rombo no teto: ela formalmente
decretava o seu fim e sua substituição por um novo arcabouço fiscal que
ainda está por ser conhecido. A vitória, na eleição presidencial, de um
partido adepto da gastança em nada ajudou nas perspectivas para o
endividamento.
Endividar-se nos mesmos níveis de um país desenvolvido, mas sem o
mesmo grau de confiabilidade dessas nações, é um destino que o Brasil
precisa evitar, mas para o qual parece estar se encaminhando
O tamanho do problema que se avizinha pode ser melhor compreendido
comparando a dívida brasileira com a de outros países. O critério mais
usado no Brasil exclui os títulos da dívida que estão em posse do Banco
Central, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) inclui esses
títulos em sua conta. Na edição mais recente de seu Monitor Fiscal, de
outubro de 2022, a dívida brasileira corresponde a 88,2% do PIB,
enquanto a média da América Latina é de 68% e a das nações emergentes,
de 65,1%. As nações ricas, é verdade, estão ainda mais endividadas: a
média registrada pelo Monitor Fiscal é de 112,4% do PIB e a do G7 é
ainda maior, de 128,3%. No entanto, esses países são capazes de rolar
sua dívida a juros baixos, ao contrário do Brasil.
Este é um destino que o Brasil precisa evitar, mas para o qual parece
estar se encaminhando: endividar-se nos mesmos níveis de um país
desenvolvido, mas sem o mesmo grau de confiabilidade dessas nações. PIB
estagnado – para este ano, as previsões mais recentes estão em 0,76% – e
o gasto público em alta apontam para uma alta forte da dívida como
porcentagem do PIB nos próximos anos. Não há outra forma de reverter
essa trajetória a não ser pela construção de superávits primários
sólidos (de 2,5% do PIB neste ano e 1,5% em média nos próximos anos),
como aponta a Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao
Senado.
VEJA TAMBÉM: Pacote contra déficit está muito longe do ajuste necessário (editorial de 14 de janeiro de 2023) A dívida pública e o autoengano (editorial de 13 de dezembro de 2022) A difícil missão de controlar a dívida pública (editorial de 31 de julho de 2021)
O governo Lula até compreendeu a necessidade de melhorar o
resultado primário, mas os primeiros movimentos apontam para uma
correção equivocada, feita pelo lado da receita, e não da despesa: o
aumento na carga tributária correspondia a dois terços do efeito do
pacote anunciado pelo ministro Fernando Haddad na primeira quinzena de
janeiro. Mas a fome de qualquer governo tem um limite, a partir do qual
começa a prejudicar a atividade econômica e, consequentemente, a sua
arrecadação. Não há outro caminho possível a não ser um ajuste fiscal
sólido, com um novo arcabouço fiscal eficiente – técnicos do Tesouro
elaboraram um modelo que usa a própria dívida como critério para
permitir elevação de gastos acima da inflação – e medidas de enxugamento
e otimização do Estado; no entanto, como o petismo tem verdadeira
ojeriza a boa parte das medidas necessárias, como reforma administrativa
e privatizações, apenas uma feliz confluência de eventos benéficos será
capaz de manter a dívida pública sob controle pelos próximos anos.
Troca de apoio ICMS e obras entram na articulação de Lula com governadores por base no Congresso Por Wesley Oliveira – Gazeta do Povo Brasília
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com governadores para negociar ICMS| Foto: Mauricio Tonetto / Palácio Piratini
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem investido na aproximação
com governadores para tentar ampliar a base do governo no Congresso
Nacional. A troca de apoio passa pelas negociações para recompor o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e pela
liberação de verbas para obras no estados.
Nos cálculos de lideranças do Palácio do Planalto, os governadores
exercem certa influência sobre as bancadas de deputados e senadores em
seus estados. Com isso, um alinhamento com o presidente Lula poderia
atrair parlamentares para a base do governo em votações estratégicas,
como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal que será apresentado
pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda nesse semestre.
Lula fez um encontro com todos os governadores no final de janeiro e
indicou que não fará distinção entre aqueles que o apoiam ou fazem
oposição ao governo federal. Na ocasião, os governantes apresentaram
suas demandas e, desde então, técnicos do Planalto estão trabalhando nas
pautas prioritárias.
Entre elas está a recomposição das alíquotas do ICMS, que passou a
ser uma das prioridades do Palácio do Planalto junto aos governadores.
Os chefes dos Executivos estaduais querem que o governo federal compense
o rombo nos cofres dos estados, na ordem de R$ 38,6 bilhões. Na semana
passada, Haddad esteve reunido com sete governadores de diferentes
partidos e indicou que medida que fixou alíquota do ICMS e reduziu preço
dos combustíveis foi ”lambança” do governo anterior.
Recomposição do ICMS visa apoio para pautas no Congresso No ano
passado, o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) encaminhou e
aprovou no Congresso duas leis que impuseram mudanças na base de cálculo
do tributo estadual sobre combustíveis, energia e telecomunicações. Com
a medida, a alíquota passou a ser unificada, variando entre 17% e 18%.
Aos governadores, Haddad indicou que o Palácio do Planalto está
empenhado em achar uma alternativa que atenda os estados. Uma das
possibilidades seria a compensação pela perda de arrecadação dos valores
retroativos ao segundo semestre de 2022 em até quatro anos.
Outro ponto defendido foi a imediata execução de uma portaria editada
pelo próprio Ministério da Economia, em setembro do ano passado, que
prevê a compensação caso a queda de receita seja acima de 5%. Com essa
estimativa, a União desembolsaria cerca de 18 bilhões de reais na
transferência de recursos.
O encontro reuniu os chefes do Executivo de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicanos); do Amazonas, Wilson Lima (União); do Espírito
Santo, Renato Casagrande (PSB); do Maranhão, Carlos Brandão (PSB); do
Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); e o do Piauí, Rafael Fonteles
(PT).
“A gente sabe que a União tem seus próprios desafios fiscais e
sabemos da situação difícil dos estados. Temos disposição de negociar
uma solução que não sobreonere a União, mas que também não deixe os
estados numa situação difícil”, disse Eduardo Leite após o encontro.
Paralelamente, Haddad pediu apoio aos governadores para que o
Congresso Nacional aprove as medidas de recuperação econômica. Além da
proposta de reforma tributária e da proposta que vai substituir o teto
de gastos, o Planalto tenta manter o texto da medida provisória editada
por Lula que muda as regras de julgamento do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf). Como a Gazeta do Povo mostrou, a MP enfrenta
resistência por parte dos congressistas.
Estratégia de aproximação de Lula mira governadores aliados de Bolsonaro Além
do encontro de Haddad com Tarcísio para tratar da recomposição do ICMS,
Lula esteve ao lado do governador paulista durante o feriado de
carnaval para tratar das ações de recuperação do litoral norte de São
Paulo após as fortes chuvas que atingiram a região. Durante seu
discurso, Lula celebrou a união com Tarcísio durante o momento de crise.
“Essa parceria que estamos fazendo é uma fotografia boa para o nosso
país. Eu sei em que partido Tarcísio disputou as eleições, vocês sabem
em que partido eu disputei as eleições e veja que coisa bonita e
simples: nós estamos juntos. Acabou a eleição”, disse Lula puxando para
seu lado Tarcísio e Felipe Augusto (PSDB), prefeito da cidade de São
Sebastião (SP).
Além de Tarcísio, os articuladores de Lula também estão buscando se
aproximar de outros governadores ligados ao governo anterior. Entre
eles, os governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Mauro Mendes
(Mato Grosso) e Ronaldo Caiado (Goiás).
“Lula reforça a importância da democracia e diz que questões
políticas não podem estar acima do interesse da população”, defendeu o
senador Humberto Costa (PT-PE).
Recentemente, durante uma visita ao Rio de Janeiro, Lula indicou que
pretende trabalhar ao lado de Castro para levar mais investimentos para o
estado, que é reduto eleitoral da família Bolsonaro. Castro integra o
mesmo partido de Bolsonaro, o PL, mas vem negociando uma filiação a
outros partidos, entre eles o PSD, que conta com três ministérios no
governo Lula.
“O que importa é que temos maturidade, presidente Lula, pois juntos
temos a missão de trabalhar para esse povo”, disse Castro na ocasião.
O Palácio do Planalto criou o Conselho da Federação, uma entidade que
terá Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministros,
governadores e prefeitos e que vai organizar uma agenda prioritária de
obras e parcerias.
Tarcísio apresentou como demanda, por exemplo, a concessão do Porto
de Santos, obras como o Túnel Santos-Guarujá, investimentos em trens e
metrôs, renegociação de dívidas de hospitais com bancos federais e mais
verbas para a saúde. Já Mauro Mendes cobrou o destravamento da
implantação do Ferrogrão em Mato Grosso.
Lula ampliou pressão para ampliar base do governo no Congresso Nacional A
avaliação dos articuladores de Lula é de que esse movimento será
determinante para que os governadores articulem pelo governo federal
junto aos deputados e senadores no Congresso Nacional. Até o momento,
integrantes do governo não indicam qual seria o tamanho da base de apoio
de Lula no Congresso Nacional.
Recentemente, durante uma reunião do conselho político, Lula disse
que a falta de uma base fora dos partidos de esquerda pode deixar “mais
caro” aprovar as medidas no Legislativo.
“Nós precisamos ser mais precisos, porque quanto mais a gente demora
para encontrar uma solução, seja num acordo simples de votação de uma
medida provisória, de um projeto de lei, de uma emenda constitucional,
quanto mais tempo passa, mais fica caro você aprovar aquelas coisas. Ou
seja, fica muito mais crivada entre nós a desarmonia e nós não queremos
desarmonia”, afirmou Lula.
Estima-se que o apoio atual seja de 228 deputados e de cerca de 40
senadores. Assim, o governo teria dificuldades para aprovar, por
exemplo, uma proposta de emenda constitucional, que depende dos votos de
308 deputados e 49 senadores.
Manifestantes detidos na Academia Nacional de Polícia em
Brasília. Imagem do local na terça-feira (10)| Foto: Reprodução / Redes
sociais
Visitei na semana passada os presídios do Distrito
Federal, tanto o feminino da Colmeia como o masculino da Papuda. Voltei
de lá com muitos relatos do ocorrido no dia 8 de janeiro, pedidos de
ajuda, dezenas de bilhetes a serem encaminhados a familiares e uma
inelutável convicção: não há dúvida nenhuma de que os terríveis atos de
vandalismo realizados aos Três Poderes em Brasília precisam ser
investigados e os responsáveis punidos, mas as prisões efetuadas
supostamente em decorrência das depredações são, senão todas, quase
todas ilegais, inconstitucionais e abusivas. São quase mil presos hoje,
praticamente nenhum com passagem anterior na polícia. São quase mil
pessoas que provavelmente nunca pisaram em uma delegacia (a não ser,
talvez, como vítimas da violência endêmica no Brasil) com suas vidas
paradas, seus familiares e amigos aos prantos, seus empregos e negócios
perdidos.
Sob o ponto de vista jurídico, é simplesmente inadmissível o que está
acontecendo nesse momento no Brasil: no dia em que visitei a Colmeia,
também esteve presente no presídio o oficial de Justiça para citar as
detentas. Todas as citações que vi, sigilosas e de difícil acesso até
mesmo para advogados, eram praticamente idênticas, um copia e cola de
argumentos e narrativas sem provas da participação individual da pessoa
citada. A individualização da conduta, característica básica do processo
penal, inexiste por completo. As audiências de custódia, feitas
anteriormente e que levaram um total de nove dias em lugar das 24h
previstas em lei, foram apenas para dar verniz de processualidade. Os
juízes escalados para realizá-las não tinham sequer o poder de decidir
sobre a manutenção das prisões, pois o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Alexandre de Moraes, é o único com poderes para, com sua
caneta, definir o futuro de cada um dos detentos.
O Congresso Nacional precisa agir, esclarecer tudo, fazer justiça a quem deve e corrigir as injustiças feitas a quem não deve.
Também assusta que o flagrante, tão necessário para que se efetue uma
prisão naquelas circunstâncias, é duvidoso, quando não incerto,
distorcido apenas para justificar as detenções ilegais. Não se pode
atestar, com base nas prisões realizadas na área dos Três Poderes, se as
pessoas detidas ali e agora aprisionadas de fato concorreram para a
depredação ou se, pelo contrário, tentavam impedir quem ali estivesse
para quebrar tudo ou, até mesmo como alguns alegam, buscavam refúgio em
lugar seguro, no interior dos recintos, no momento mais crítico da
necessária ação das forças de segurança para conter a depredação.
Já as prisões realizadas no Quartel General do Exército, na manhã do
dia 9 de janeiro, nas palavras do meu colega deputado federal Sanderson
(PL-RS), foram todas ilegais. Todas. Não havia flagrante e, pior ainda,
muitos dos que até hoje estão presos chegaram ao acampamento apenas na
noite do dia 8, horas depois de terminados os atos de vandalismo.
Conforme relato que escutei, até um motorista de aplicativo, que teria
deixado um passageiro naquela noite de domingo no QG, ao descer do carro
para observar como o acampamento teria ficado, foi impedido de sair
como todos os demais que lá estavam. No dia seguinte, foi encaminhado,
preso juntamente com os demais, incluindo crianças e idosos, em ônibus à
Academia da Polícia Federal.
No entanto, a falta de devido processo e a injustiça cometidas contra
quem apenas protestava por um país melhor, ainda que discordemos das
pautas defendidas, são inaceitáveis.
“Disseram-nos que nos levariam a um lugar seguro, ninguém anunciou
prisão. Fomos enganados”, relatou-me um detento. Depois da triagem na
Polícia Federal, que chegou a durar 72 horas em condições improvisadas e
degradantes, em um ginásio sem as condições de receber presos, muito
menos centenas deles, as mulheres que não foram liberadas foram levadas
gradativamente à Colmeia; os homens, à Papuda. Registre-se: as prisões
em massa determinadas pelo STF geraram um enorme excedente nos
presídios. Na Papuda, passaram de 1,2 mil para mais de 2 mil presos. Na
Colmeia liberaram presas por crimes comuns para cumprir pena domiciliar
para dar lugar às detentas dos dias 8 e 9.
Na Papuda encontrei um “vendedor itinerante”, como ele próprio se
intitula. Perguntei-lhe se viajou a Brasília de graça: “Não, paguei R$
580 na passagem”. Ao lhe questionar se teria, financeiramente, valido a
pena, retirou do bolso do uniforme branco fornecido pelo presídio maços
de dinheiro. “Está aqui, R$ 4 mil”. O vendedor de bandeiras alega que
veio a Brasília trabalhar e vender seus produtos a quem estava no QG.
Agora, está preso. Várias foram às vezes em que externei minha opinião
de que protestar diante de quartéis não era adequado. Contudo, jamais
poderia imaginar que, no Brasil, simplesmente estar diante do principal
prédio do Exército Brasileiro, protestando ou mesmo trabalhando, um dia
poderia dar cadeia.
Durante minhas diligências, em que pese a boa vontade das
administrações e funcionários de ambas as penitenciárias em atender com a
dignidade possível quem lá está, vi e colhi depoimentos de aberrações
inexplicáveis. Na Colmeia, uma esposa de policial militar, visivelmente
atordoada pelo uso de remédios, havia tentado poucos dias antes o
suicídio; outra senhora, de 70 anos, pedia com os olhos cheios de
lágrimas que intercedêssemos para desfazer o suposto mal entendido que a
teria levado àquele lugar; uma professora, mãe de um filho de 7 e outro
de 10 anos, pedia também ajuda para que saísse logo, pois, ainda por
cima, era responsável pelo pai doente com quem, obviamente, agora não
tem mais contato.
O Supremo Tribunal Federal age como se a defesa da democracia no
Brasil dependesse de ações coletivas de perseguição política e
amedrontamento.
Um homem circulava na Papuda com bolsa de colostomia, vitimado por um
câncer; outro, com quem conversei, é aposentado por invalidez, disse-me
onde poderia encontrar seu laudo médico atestando a deficiência mental e
me questionava se o seu auxílio-doença continuaria a ser pago. Na
própria conversa foi fácil perceber que falava a verdade. Difícil mesmo
era compreender como segue preso provisoriamente um senhor perto dos
seus 60 anos que cuida na fronteira gaúcha do seu pai, de 84, portador
de marcapasso, e que foi a Brasília numa “excursão” acompanhado de um
amigo. “Por Deus, quero perder minhas duas vistas, não mereço estar
aqui”, dizia com olhos marejados, em meio a soluços esparsos que dava
enquanto ouvia outro preso, ao seu lado, relatando seu caso. A equipe de
saúde local, resumida a um único médico acompanhado de uma equipe
mínima em cada um dos presídios, claramente não dá conta das novas
demandas surgidas com tantos presos a mais nas unidades, ainda mais
considerando a idade média mais avançada das detentas e dos detentos dos
dias 8 e 9 de janeiro em comparação com os criminosos que já estavam
encarcerados antes de chegarem os novos hóspedes.
Repito: àqueles que depredaram, vandalizaram, profanaram com
violência os palácios da nossa democracia, os rigores da lei e as
premissas da nossa Constituição. No entanto, a falta de devido processo e
a injustiça cometidas contra quem apenas protestava por um país melhor,
ainda que discordemos das pautas defendidas, são inaceitáveis. O mesmo
Supremo Tribunal Federal que por vezes tem sido brando, para dizer o
mínimo, com a corrupção e a criminalidade, que solta bandidos condenados
e concede habeas corpus a traficantes perigosos, agora age como se a
defesa da democracia no Brasil dependesse de ações coletivas de
perseguição política e amedrontamento. Age fora da lei, fora da
Constituição. Com a complacência da maior parte da mídia brasileira e o
silêncio obsequioso de instituições como a OAB, os abusos de autoridade
se multiplicam. Até quando toleraremos tamanha injustiça?
VEJA TAMBÉM: Lula Ódio e Rancor Banco Central independente protege o governo Lula de si mesmo Secos e molhados
Diante de tantas irregularidades, um grupo de parlamentares
incluindo o deputado Sanderson (PL-RS), Adriana Ventura (NOVO-SP) – que
também visitou os presídios – e eu, está atuando para que a lei seja
respeitada. Ainda nesta semana apresentaremos ofícios à Ordem dos
Advogados do Brasil e a Defensoria Pública para que todos os presos
possam ter seu direito à defesa garantido. Já para a Procuradoria-Geral
da República solicitaremos a individualização das condutas, conforme
determina a legislação penal. Também estamos em contato com o Conselho
Federal de Medicina e com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal para
avaliar a possibilidade de atendimento dos presos com comorbidades por
médicos voluntários já dispostos a auxiliar.
O Congresso Nacional precisa se posicionar em defesa do seu povo, da
Justiça e da nossa Constituição. A instalação da CPI do Abuso de
Autoridade do STF e do TSE, bem como a CPMI dos atos de 8 de janeiro,
demonstram-se a cada dia mais importantes. A decisão do governo Lula de
impor sigilo sobre as imagens das câmeras de segurança no Palácio do
Planalto é, no mínimo, suspeita. Um dos pedidos mais vocais que me foi
feito por muitos detentos presos ainda no dia 8 era de que todas as
imagens de todas as câmeras nos Três Poderes fossem liberadas o quanto
antes, pois, quem não deve, também quer ver esse pesadelo ter fim o
quanto antes. O Congresso Nacional precisa agir e as Comissões
Parlamentares de Inquérito, na falta de outro poder, esclarecer tudo,
fazer justiça a quem deve e corrigir as injustiças feitas a quem não
deve.
Seca no RS Governo tem de começar a reconhecer a importância do agronegócio
Por Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Cidades em situação de emergência por estiagem no RS podem
solicitar recursos para assistência aos moradores.| Foto: Paola
Stumpf/SEMA
Na manhã desta quinta está chegando a São Sebastião, no litoral de
São Paulo, a nau capitânia da Marinha brasileira, o Atlântico. É um
navio-aeródromo com e múltiplas tarefas: leva seis helicópteros e tem um
hospital de campanha com 200 leitos. Os 150 fuzileiros navais a bordo
vão chegar à praia com barcaças de desembarque para ajudar as pessoas.
Também na manhã de quinta está saindo de Brasília uma comitiva,
enviada pelo presidente da República, para o interior do Rio Grande do
Sul, que tem 371 municípios em emergência por causa da seca. São 371 de
497 municípios no estado. É muita seca: 90 dias sem chuva,
principalmente na região sul do estado, exatamente para onde vai a
comitiva, que pousa em Porto Alegre e segue via rodoviária até Bagé,
onde vai anunciar medidas. Acho até que tem dois ministros nesse grupo
que nunca foram ao Rio Grande do Sul: Wellington Dias, que foi
governador do Piauí, e Waldez Góes, que foi governador do Amapá. Também
vai o futuro presidente da Companhia Brasileira de Abastecimento
(Conab).
O governo mostra disposição de reconhecer a importância do
agronegócio. Um governo que foi eleito por muita gente que tem
preconceito contra o agro, que detesta o agro, que apoia o MST, por
exemplo. Mas é um sinal que o governo envia depois de ter cortado linhas
de crédito do BNDES para o agronegócio. E quem pulou carnaval sabe que
tudo dependeu do agro, não? Se tomou cerveja, tem cevada, lúpulo, malte.
Se tomou refrigerante, tem açúcar, guaraná, laranja, limão. Se viu o
carro alegórico passando, ele estava movido a biodiesel ou álcool. No
combustível do carro tem álcool de qualquer maneira. Na fantasia tem o
algodão. Comeu sanduíche? Estão lá o trigo, a linguiça, o ovo. Tudo veio
do agro. Não tem como ignorar. É preciso parar com esse negativismo, é
ridículo tentar negar a existência do agro brasileiro e sua importância
nas nossas contas. O agro está precisando empregar muita gente também,
está cheio de vaga, está precisando de gente. O agro brasileiro é um
caso de sucesso.
VEJA TAMBÉM: O Brasil do agro, o bloco que saiu ileso e Daniel Silveira que segue preso Reforma tributária não vai reduzir impostos A justiça exige que saibamos tudo sobre o 8 de janeiro
Reforma tributária para bancar governo inchado O governo está
anunciando reforma tributária em seis meses. Que pressa é essa? Por quê?
Porque é preciso arrecadar mais. Porque subiu o gasto do governo com o
próprio governo. Eram 22 ministérios e agora são 37, então a despesa
aumenta, não é? Vejo gabinetes lotados de gente, como na Lei de
Parkinson, que diz que o trabalho aumenta na medida em que houver gente
disponível para fazê-lo. Então, inventam coisas para a pessoa fazer,
coisas que não têm nenhuma produtividade, nada, zero. Para que serve o
Estado, se não for para prestar serviço público? Não produz nada, não
cria riqueza, só tira a riqueza de uns para aplicar, mas se aplicar no
próprio Estado não adianta nada. Tem de aplicar em serviço público. Em
outras palavras, duvido muito que uma reforma tributária seja para
baixar os impostos. Só se eu fosse muito ingênuo para acreditar numa
coisa dessas.
Senador Girão quer detalhes sobre prisões pós-8 de janeiro
O senador Eduardo Girão está oficiando para o ministro de Direitos
Humanos, atrás de esclarecimentos sobre as cerca de 900 pessoas que
estão presas, com dificuldades de saúde, de alimentação, de higiene, sem
saber exatamente o porquê. Essa é uma questão básica, que tem de ser
considerada pelos deputados, senadores, nossos representantes. O
Congresso vai se encolher ou vai investigar o fato político que teve
repercussão mundial? Vai deixar que esse fato político, com essas
dimensões, seja tratado apenas como uma ocorrência policial?