A velha ordem internacional acabou, colocando o Brasil diante de complexas escolhas
Por William Waack – Jornal Estadão
Até aqui o governo Lula não parece ter entendido a natureza do conflito na Ucrânia. Ou pretende não entender.
Não se trata de ação armada fruto de “um equívoco”, como o presidente
descreve a invasão deflagrada por Putin. Na sua essência, é parte
relevante da contestação da ordem que vigorou desde a 2.ª Guerra
Mundial.
A ascensão veloz da China ao papel de desafiadora do “hegemon” (EUA),
por si só, já seria o grande fator de contestação. É o que faz
clássicos do hiper-realismo duvidarem que NÃO venha a ocorrer grave
conflito militar entre as superpotências.
Mas tanto China como Rússia “aceleraram” o processo. Ambas enxergam o
Ocidente como uma grandeza em declínio. Especialmente Putin juntou o
velho imperialismo russo de mais de dois séculos com seu entendimento da
“decadência moral” dos países ocidentais.
O resultado é uma profunda transformação na qual o que parecia
garantido – um regime internacional baseado em respeito a regras e
integração cada vez maior de comércio e cadeias produtivas, a tal
globalização – está recuando na própria substância.
Nesse novo contexto, multilateralismo e “governança” global passaram a
ser figuras de retórica, às quais o governo brasileiro parece abraçado.
Assim, é difícil imaginar um eixo sul-sul, em oposição a um “norte”,
quando se percebe que pelo menos dois integrantes dos Brics estão de um
lado no conflito, e não apenas na Ucrânia.
A guerra na Ucrânia não é um episódio isolado, diante do qual vamos é
ficar quietinhos, aproveitar as oportunidades, tratar de não ofender
ninguém e posar de bom moço repetindo platitudes inúteis sobre “paz” e
oferecendo-se para negociar entre beligerantes – o caminho trilhado por
Lula até aqui.
São forças históricas de imensa amplitude em ação, e que conduzem
países como o Brasil (potência média de influência regional) não
propriamente a escolher um “lado”. Mas, sim, a optar por um “mundo”.
A guerra em curso até aqui desmentiu os cálculos estratégicos de
China e Rússia, que presumiam sobretudo incapacidade de ação conjunta e
coesão por parte do adversário. O campo de batalha da Ucrânia demonstrou
não só a atual superioridade tecnológica ocidental, que a autocracia
chinesa é capaz de superar. A lição fundamental é a de que sociedades
abertas no fundo mudam mais rápido, adaptam-se melhor (a Alemanha
abandonou o pacifismo) e têm melhor desempenho na relação entre poder
civil e operações militares.
O que se explica pelos valores em torno dos quais essas sociedades se
desenvolveram e prosperaram. O Brasil é parte do mundo ocidental.
Um ano da guerra na Ucrânia: impactos e perspectivas
Por Da Redação – Jornal Estadão
Tensão sobre conflito aumentou após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar suspensão do acordo nuclear com EUA
A invasão russa à Ucrânia está completando um ano nesta semana,
deixando um legado devastador no leste europeu, milhares de fatalidades e
impactos econômicos e geopolíticos no restante do planeta.
Segundo a ONU, são mais de 8 mil civis mortos e 13 mil feridos. Os
números são subestimados — a própria organização afirmou que não
consegue aferir o número total pela dificuldade de acesso aos
territórios ainda em conflito.
Apesar de parecer viver um platô, o conflito segue e com perspectivas
de escalada. Na última terça-feira, 21, o presidente russo Vladimir
Putin anunciou a suspensão da participação do país no New Start — um
tratado de desarmamento nuclear assinado em 2010 entre a Rússia e os
Estados Unidos.
Na mesma semana, o presidente americano Joe Biden desembarcou em Kiev
para se encontrar com o presidente ucraniano Volodmir Zelenski. A ida
de Biden foi vista como um gesto de solidariedade próximo ao aniversário
da invasão russa, reiterou o apoio americano às forças ucranianas e
anunciou um novo pacote de ajuda de 500 milhões de dólares e mais
munição ao país.
No ‘Estadão Notícias’ desta quinta-feira, 23, vamos conversar sobre
as ações das principais forças geopolíticas durante a guerra com Gunther
Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM. Também vamos
falar sobre o futuro do conflito e a escalada do poderio militar russo
com o repórter especial do Estadão, Roberto Godoy.
Apresentação: Emanuel Bomfim Produção/Edição: Jefferson Perleberg,
Bárbara Rubira e Gabriela Forte Sonorização/Montagem: Moacir Biasi
Esta fotografia tirada em Kramatorsk, em 19 de fevereiro de 2023,
mostra bandeiras ucranianas sobre os túmulos de militares ucranianos
mortos (Foto: Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
Novo convoca convenção para decidir se utiliza Fundo Partidário e remunera dirigentes
Foto: Reprodução/ Instagram Felipe D’Avlia/ @lfdavila
Por Pedro Venceslau e Beatriz Bulla – Jornal Estadão
Proposta em discussão contraria premissa que marcou a criação do partido: de não utilizar verba pública para suas atividades
Após ver sua bancada encolher para apenas três deputados federais em
2022 e não atingir a cláusula de barreira – dispositivo que determina
porcentual mínimo de votos para manter acesso à propaganda partidária e
ao fundo eleitoral –, o Partido Novo convocou uma
convenção nacional para o dia 28 com o intuito de flexibilizar o
estatuto e permitir o uso de recursos públicos para o custeio da
agremiação. O dinheiro poderá ser usado para remuneração dos dirigentes.
Fundado em 2015, o Novo tem como uma de suas premissas o fato de abrir
mão dos recursos dos fundos eleitoral e Partidário.
Desde 2018, quando elegeu oito deputados federais e teve João Amoêdo como
candidato à Presidência, o Novo passou a depositar em juízo os
recursos. O argumento era de que o dinheiro seria repassado a outras
legendas se fosse devolvido. Segundo fontes do partido, o volume é de R$
100 milhões.
O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse que a
resolução é para o uso dos rendimentos – cerca de R$ 1 milhão por mês – e
não do fundo propriamente dito. “As regras para o uso desse montante
também serão deliberadas e definidas em convenção. A profissionalização
do partido, cujo funcionamento hoje se sustenta quase que integralmente
na forma de voluntariado, também será objeto de análise”, afirmou
Ribeiro, em nota. O texto não informa qual será o salário dos
dirigentes.
A convenção terá a participação da Executiva Nacional e dos
presidentes e vices dos diretórios estaduais do partido. Pelo estatuto,
parlamentares e detentores de cargos eletivos não participam.
A resolução sobre o uso do fundo, que foi amplamente rejeitada em uma
enquete interna, é alvo de críticas de deputados e dirigentes locais,
mas a tendência é de que a mudança seja aprovada. “Não concordo. Se
liberarem o fundo eleitoral, eu não vou usar. O partido foi fundado com
essa premissa”, disse o deputado federal Marcel van Hattem (RS).
“Isso de usar só os rendimentos é uma desculpa. Na prática vão pegar
recursos públicos para remunerar dirigentes que até então eram
voluntários. Esse era o ativo mais relevante que tinha sobrado do Novo.
Um absurdo”, afirmou Amoêdo, que fundou o partido, mas se desfiliou.
Flexibilização
No ano passado, o Novo flexibilizou alianças com outras siglas e
acabou com a taxa cobrada para inscrição de candidaturas a cargos
eletivos. O objetivo era ampliar a base de candidatos da agremiação pelo
Brasil. A mudança, que tornou o Novo mais parecido com o modelo que
antes criticava, foi uma demanda do governador de Minas, Romeu Zema,
eleito em 2018 com o discurso da “nova política” e reeleito em 2022.
Observação: Se o partido Novo não começar a usar o Fundo Partidário
para o financiamento de campanhas políticas vai desaparecer dentro de
pouco tempo. Temos visto membros e dirigentes fazerem transferências na
época da política para outros partidos em busca do Fundo Partidário.
4 pilares fundamentais para criar um produto digital com acessibilidade
Débora Line – Designer e UX Research Sênior da Rethink
Tornar o seu negócio democrático é importante para o sucesso, por
isso a Rethink separou pontos essenciais de usabilidade para uma solução
inclusiva
De acordo com o último Censo Demográfico do IBGE (2010), 24% da
população brasileira, aproximadamente 45 milhões de pessoas, têm algum
tipo de deficiência. Ainda segundo o instituto, essas pessoas possuem
uma renda disponível de 5,3 bilhões de dólares e são potenciais
consumidores de marcas e produtos. Mesmo com esses dados significativos,
existe entre as empresas o mito de que criar estratégias de
acessibilidade é algo caro e difícil para elas investirem.
Diante deste cenário, Débora Line, Designer e UX Research Sênior da
Rethink, empresa que cria e repensa produtos digitais, destaca quatro
pontos essenciais para criar um produto digital com acessibilidade para
se tornar um negócio acessível e democrático, com foco no cliente,
aumentando o seu potencial de sucesso. Confira abaixo:
Integração entre áreas envolvidas
Débora ressalta que o primeiro passo é a integração entre as áreas
que vão criar ou repensar uma solução digital. “A equipe de produto faz
uma parte, o design faz outra e o desenvolvimento também. Então, a
acessibilidade precisa ser pensada em todos os setores que se interligam
na criação de um produto”.
Entender o processo de criação
Ela esclarece que é preciso conhecer muito bem o processo e o padrão a
ser seguido para criar um produto digital, pois para fazê-lo com
acessibilidade é fundamental quebrar esses padrões normativos para dar
lugar aos padrões da WCAG. “Quando as pessoas que criam o produto
digital não têm uma formação voltada para acessibilidade, muitas vezes,
elas deixam de perceber questões no design que podem prejudicar a
compreensão da mensagem por esse público. A escolha de textos, imagens e
ícones, por exemplo, precisa ser pensada de uma forma diferente do
padrão para garantir a acessibilidade. Por isso, é fundamental ter
profissionais especializados nisso em um projeto”, explica a designer.
Compreender qual o público que será o foco
Por isso, quando se fala em acessibilidade, é imprescindível
compreender que existem vários tipos de comprometimento que um público
pode ter para acessar um produto digital, como ser cego ou ter baixa
visão,perda auditiva, habilidades motoras reduzidas, entre outros. “É
nosso dever, como profissionais, pensar estratégias para incluir pessoas
com habilidade motora, visual, auditiva ou cognitiva reduzida.”, afirma
Débora. O uso de comunicação multissensorial é uma das alternativas
para esse desafio. “Vídeos com legendas, textos com áudios e imagens com
descrições tornam um produto muito mais inclusivo”, comenta a designer.
Testar com pessoas reais
Um ponto de atenção que a profissional destacou foi a importância de
testar os produtos digitais com pessoas que realmente possuam algum tipo
de limitação para usar um produto. É por meio desses testes, que a
efetividade de uma plataforma pode resultar em um produto digital
acessível e democrático. “Por incrível que pareça, fazer testes com
pessoas reais, com as características que procuramos, não é algo fácil,
já que as empresas nem sempre identificam quem são os seus consumidores
com algum tipo de limitação de acesso”.
Para a Débora, pessoas com deficiência e suas realidades moldaram
diversas tecnologias e inovações. Por causa disso, acaba sendo
contraditório as empresas não pensarem nas pessoas com deficiência na
hora de propor produtos digitais. “A pessoa com deficiência tem desejos,
tem dinheiro e consome. Assim, as empresas e os profissionais de
tecnologia necessitam compreender e ter a sensibilidade de que a
acessibilidade é muito mais que um amparo, é um plano de negócio”,
conclui Débora.
A Rethink é uma empresa especializada na criação de produtos
digitais. Fundada em 2017 em Belo Horizonte (MG), a iniciativa une
tecnologia, design e estratégia para ajudar outras empresas a entregarem
experiências digitais incríveis aos seus clientes. Com atuação remota e
com escritórios nas cidades de Belo Horizonte e Ipatinga, em Minas
Gerais, a Rethink possui um programa de formação de estagiários, que
busca desenvolver jovens profissionais para trabalharem nas áreas de
engenharia, design e produto. Atualmente, conta com mais de 200
colaboradores e tem entre os seus principais clientes a Smiles, Comgás,
Esfera, Gol e Abastece-aí.
NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!
COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO
NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER PROPAGANDA DAS
EMPRESAS DO VALE DO AÇO.
O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são
fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de
sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e
nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de
nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão
de existir.
E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através
do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves”
das empresas da região para incrementar as suas vendas.
Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das
mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento,
desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas
nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa
fórmula.
Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da
VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos
produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos
nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e
público.
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos compublicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para asmarcas
exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade evolume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do
mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas
desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na
divulgação de suas Empresas e durante esses três anos de nosso
funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia,
inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina das empresas.
Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências,
inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados
com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a
diferença buscando estar sempre um passo à frente.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
A então presidente Dilma Rousseff durante seu julgamento no
Senado, em agosto de 2016.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência
Brasil
Nesses primeiros dois meses do terceiro governo Lula, já
ficaram evidentes as prioridades do presidente e, para surpresa de
ninguém, elas estão longe de qualquer intenção de governar para todos os
brasileiros, ou mesmo para os representantes não petistas da tal
“frente ampla” de inocentes úteis arregimentados para apoiar a volta de
Lula ao poder. Trata-se apenas de desfazer praticamente tudo que seu
antecessor fez – especialmente o que fez de bom, como no caso da postura
brasileira em relação ao aborto –, declarar guerra ao Banco Central e à
atual meta de inflação, e reescrever a história recente do Brasil, com
destaque para o impeachment de Dilma Rousseff.
A reabilitação do “poste” que Lula escolheu a dedo para sucedê-lo em
2010 fez dele um dos maiores propagadores de fake news das últimas
semanas, sem inquéritos no Supremo nem agências de checagem para
chamá-lo à responsabilidade. É assim que Lula pode desmoralizar as
instituições brasileiras ao repetir no exterior, em mais de uma ocasião,
que Dilma fora vítima de um “golpe de Estado”, como fez na Argentina e
no Uruguai. O site institucional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)
também passou a se referir ao impeachment da ex-presidente como “golpe”.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se juntou ao coro em entrevista
recente à TV Brasil.
Colocar Dilma no “banco dos Brics” é conveniente para Lula, pois
transmite prestígio à sua antecessora – mais pelo nome da instituição
que por sua relevância, já que ela ainda está longe de ser uma força
econômica – sem trazê-la para o núcleo do governo
O impeachment de 2016, temos de reafirmar, nada teve de golpe. Os
truques orçamentários usados por Dilma para maquiar a contabilidade
nacional estavam fartamente documentados, e ocorreram tanto no primeiro
quanto no segundo mandato; o Tribunal de Contas da União chegou a
recomendar ao Congresso a rejeição das contas de Dilma em 2014. As
operações de crédito irregulares podem não ser tão escandalosas quanto o
mensalão ou o petrolão, mas são uma demonstração cabal de desprezo pela
transparência na gestão do dinheiro público, grave o suficiente para
também ser punida com a cassação. Mas Lula quer reduzir tudo a uma
conspiração motivada pela incapacidade política de Dilma, ao dizer que
“Dilma tecnicamente é uma pessoa inatacável, tem uma competência
extraordinária. Onde ela erra, na minha opinião, é na política. Ela não
tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar”.
Nunca será demais recordar também que, ainda que não tivesse cometido
nenhuma das irregularidades que a levaram a cassação, Dilma está muito
longe de ser “tecnicamente inatacável” e de ter “competência
extraordinária”. Foi ela, auxiliada pelo ministro Guido Mantega, quem
levou a pleno funcionamento a Nova Matriz Econômica petista, que já se
desenhava ao fim do segundo mandato Lula. A gastança desenfreada, como
todo brasileiro com alguma memória haverá de recordar, levou o Brasil à
pior recessão de sua história, algo que não foi igualado nem pelo
desastre da pandemia de Covid-19, o que explica a insistência do petismo
em fingir que o período 2015-16 jamais existiu.
Essa reabilitação, por fim, passa também pelo esforço de Lula
para colocar Dilma na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento
(NBD), o “banco dos Brics”. Para isso, o governo tem de convencer outro
brasileiro, Marcos Troyjo, a abrir mão do cargo a que tem direito até
2025. Fontes petistas acreditam que a nomeação poderia impulsionar a
liberação de recursos para o Brasil e melhorar as relações brasileiras
com a ditadura de Xi Jinping, até porque a sede do NBD fica em Xangai,
para onde a ex-presidente teria de se mudar caso assumisse o banco. Lula
tem viagem marcada para a China, com a vista programada para março.
Colocar Dilma no “banco dos Brics” é conveniente para Lula, pois
transmite prestígio à sua antecessora – mais pelo nome da instituição
que por sua relevância, já que o NBD ainda está longe de ser uma força
econômica – sem trazê-la para o núcleo do governo, demonstrando que, de
certa forma, Dilma ainda é um peso que poderia espantar os novos
aliados. Independentemente de a nomeação, se concretizada, configurar
isolamento ou reconhecimento, o que mais importa é evitar que o petismo
seja bem-sucedido em sua tentativa de fazer prevalecer a narrativa do
“golpe”, quando na verdade o impeachment de Dilma foi apenas a aplicação
da Constituição a uma governante cujas irregularidades foram
suficientemente comprovadas.
Solução simplória Entenda por que seria um desastre
Por Bruna Komarchesqui – Gazeta do Povo
Projeto sugere vedar “juros cujo valor supere 100% do valor do
bem ou serviço financiado mediante cartão de crédito e ou cheque
especial”| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Um projeto
apresentado pelo deputado federal Mauricio Neves (PP/SP), neste mês,
propõe a criação de uma lei antiganância, limitando a cobrança de juros
no Brasil. O PL 398/2023 sugere vedar “juros cujo valor supere 100% do
valor do bem ou serviço financiado mediante cartão de crédito e ou
cheque especial”. A ideia é que, quando o devedor pagar o equivalente ao
dobro do montante tomado inicialmente no empréstimo, a dívida fique
sanada, “independentemente de disposição contratual em contrário”. Toda a
cobrança excedente a esse limite, defende Neves, deve ser devolvida em
dobro ao tomador do empréstimo. De acordo com economistas ouvidos pela
Gazeta do Povo, trata-se de uma tentativa de solução simples para um
problema complexo, cujo efeito prático deve ser justamente o inverso do
pretendido pelo proponente.
O economista e doutor em relações internacionais Igor Lucena aponta
que a proposta é simplória, não levando em consideração fatores
econômicos importantes quando o assunto é crédito, como o risco. “Quem
paga mais juros é quem tem mais risco. A pessoa que empresta, seja
banco, instituição financeira ou qualquer operador de crédito, leva em
consideração a capacidade de pagamento do tomador, os impostos, o risco
de não receber. Não tem sentido dizer que todo mundo toma igual e paga
igual”, detalha.
Ou seja, se o legislador pressupõe que limitar os juros facilitará o
crédito, na prática, o efeito será o oposto. “Se essa lei fosse
aprovada, quem oferta crédito só ofertaria para aquelas pessoas que tem
certeza absoluta que vão pagar. Haveria uma diminuição drástica de
crédito na economia, ninguém daria crédito a possíveis devedores, de
ranking B e C. São ideias que, na cabeça do legislador, têm boa
intenção, mas falta conhecimento técnico para entender como funciona o
mercado. Isso mostra o nível rasteiro dos deputados e a falta de
assessoria”, critica Lucena.
O economista Claudio Shikida, professor do Ibmec MG, analisa que a
proposta é uma “espécie de tentativa de fazer teto”. “Parece muito com a
ideia de congelamento de preço. Você estabelece um teto arbitrário, um
número mágico de 100%, para dizer que esse é o total do tamanho do bolo,
mas não faz muito sentido”, critica. Para ele, é um contrassenso dizer
ao mercado de crédito “o cara que se endividar muito vai ser perdoado”.
“O que você está incentivando com isso? O comportamento endividador”,
conclui.
Igor Lucena acrescenta que a proposta seria um estímulo à fraude, uma
vez que sempre há aqueles cidadãos que procuram brechas na lei. “A
pessoa que pega mil reais e deixa de pagar por dois anos, vai ter uma
dívida em níveis atuais de quatro ou cinco mil. Se ela pega um e só paga
dois, a operação deixaria a financeira no prejuízo”, explica. O
cenário, portanto, “teria um efeito devastador, destruiria a economia
nacional”. “Hoje, no investimento de uma casa, por exemplo, na prática,
são pagas três ou quatro casas. Mas ninguém tem dinheiro para pagar à
vista. Se você cria um contexto de prejuízo para as instituições
financeiras, elas deixariam de emprestar. Isso faria secar drasticamente
a oferta de crédito no país”, prevê.
Campanha presidencial A ideia não é inédita. Durante a campanha
presidencial, em agosto do ano passado, o candidato Ciro Gomes (PDT)
propôs a chamada “lei antiganância”, quando participava de uma
entrevista no Jornal Nacional. No dia seguinte, ele detalhou a proposta,
que não estava em seu plano de governo registrado no TSE: “Eu estudei
as experiências internacionais e achei a inglesa, em que você toma R$
100 emprestado e, qualquer que seja o prazo, quando contratar e pagar R$
200, a lei determina a quitação. O brasileiro hoje não sabe, mas ele
toma R$ 100 emprestado e, em um ano apenas, está devendo R$ 400. Quero
colocar um limite em que o dobro do valor emprestado seja o limite legal
para a dívida dos brasileiros”, justificou na época.
Ciro Gomes não explicou como seriam as articulações com o setor
bancário para alcançar o objetivo. Para o então candidato, o mais
importante era mudar a situação de 66,6 milhões de brasileiros com o
nome negativado no Serasa (algo como quatro em cada dez pessoas, um
recorde desde o início da série histórica da instituição), o que geraria
o “constrangimento” de não ter acesso a crédito em decorrência de
dívidas bancárias. “E isso explode no desemprego, porque se as famílias
não têm crédito e renda, elas não consomem. E, se não consomem, a
economia para e o desemprego explode, que é o que estamos assistindo”,
disse.
No texto do projeto de lei, o deputado Marcio Neves também cita o
modelo britânico como exemplo. Por lá, explica, o alvo de limitação
legal de juros, desde 2015, são os empréstimos do tipo “curto prazo e
custo alto” (high-cost short-term credit). “Trata-se de crédito
utilizado para cobrir despesas cotidianas e, por isso, acredito possa
ser disciplinado de mesmo modo também aqui, porque, no Brasil, despesas
cotidianas são feitas cada vez mais por meio de cartão de crédito e
cheque especial provocando super endividamentos e, também, porque
aprovada a medida, certamente estaremos contribuindo para a
racionalização da cobrança de juros no País”, diz o inteiro teor do PL.
Igor Lucena explica que, ao focar em pequenos empréstimos, a
legislação britânica é mais semelhante à lei da usura brasileira
(Decreto 22626). Segundo o artigo 13, “é considerado delito de usura,
toda a simulação ou prática tendente a ocultar a verdadeira taxa do juro
ou a fraudar os dispositivos desta lei, para o fim de sujeitar o
devedor a maiores prestações ou encargos, além dos estabelecidos no
respectivo título ou instrumento”. “Aquelas financeiras que cobram
1.000% de juro estão agindo à margem da lei. Isso acontece em operações
de crédito menores. Se fosse um projeto voltado a essas financeiras,
talvez fosse mais lógico, mas não é o caso. Buscar solução simples para
problema complexo termina criando um problema mais complexo ainda”,
analisa o economista.
Faltam estudos de viabilidade O doutor em relações internacionais
reforça que, embora baixar os juros seja do interesse de muitos,
fazê-lo “na canetada, como em 2015, 2016” não funciona. “O efeito
prático é que as taxas de juros de longo prazo, controladas pelo
mercado, sobem. Você diminui a oferta de crédito, há um aumento da
inflação. É basicamente a mesma coisa [do projeto antiganância], toma-se
uma atitude em tese positiva pelo meio errado. Até agora, não vi nenhum
estudo sobre isso”, acentua Lucena.
Claudio Shikida concorda que é “estranho” uma proposta do tipo
aparecer em campanhas políticas, uma vez que candidatos têm assessoria
econômica. “Me parece uma proposta para ganhar voto, porque atrai as
pessoas. Tem perfil de consumidor endividado no Brasil que vem desde a
pandemia”, analisa. “Entendo que a lógica dos votos é mais importante,
mas seria interessante que qualquer proposta assim viesse acompanhada de
um estudo de avaliação de impacto, mostrando o custo e o benefício. Uma
análise vem feita, séria, quantitativa. Como nos últimos anos o governo
federal fez com relativo sucesso, criando aquela lei de avaliação de
impacto regulatório. Acho que valeria a pena ter uma avaliação de
impacto dessas mudanças que são propostas”, defende.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o gabinete do deputado
Mauricio Neves, para questionar a existência de um estudo de viabilidade
do projeto, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Ensino público Entenda prós e contras do plano Por Leonardo Desideri – Gazeta do Povo Brasília
Expansão das escolas públicas de tempo integral é um objetivo de Camilo Santana, ministro da Educação.| Foto: Eugenio Barreto
O
ministro da Educação, Camilo Santana, manifestou em janeiro seu desejo
de expandir a oferta de ensino em tempo integral nas escolas públicas do
Brasil. A medida pode ter alguns pontos positivos, como mitigar
temporariamente o contato dos jovens com a criminalidade, mas
pesquisadores e especialistas em educação alertam para a ineficácia do
tempo integral na aprendizagem, para os gastos exorbitantes em
detrimento do baixo benefício que esse tipo de educação supõe, e para o
erro de foco, que deveria estar na qualidade do ensino oferecido, e não
na quantidade de horas em sala de aula.
Santana disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que
defende a ampliação do tempo integral “em todas as séries”, mas que o
planejamento disso se iniciará pelo ensino médio e pelas últimas séries
do fundamental, que, segundo ele, são “os anos mais delicados para o
jovem”. “É uma política de proteção da meninada. A maior política de
prevenção à violência é implementar a escola em tempo integral em todos
os níveis”, afirmou.
O tema é suscitado na esfera federal ao mesmo tempo em que seu debate
vem à tona em diversas secretarias de educação estaduais. No Ceará, por
exemplo, o governo anunciou recentemente que criará mais 80 escolas de
ensino médio em tempo integral, o que fará com que mais de 70% da rede
estadual cearense funcione em jornada ampliada. No Paraná, o governador
Ratinho Junior (PSD) anunciou que mais 86 instituições da rede pública
passarão a oferecer ensino integral, totalizando 253 colégios e
abarcando 55 mil estudantes.
Em São Paulo, por outro lado, o governador Tarcísio de Freitas
(Republicanos) quer refrear a expansão acelerada que o governo Doria
promoveu na oferta de ensino em tempo integral. Em entrevista recente à
Rádio Bandeirantes, Tarcísio disse que “não adianta ter escolas de tempo
integral se a escola não tiver infraestrutura”. “Hoje você tem,
principalmente nas regiões periféricas, pouca oferta de salas de aula,
salas de aulas lotadas”, comentou.
As instituições de tempo integral, para ele, podem acabar
desvalorizando os profissionais de educação. “Vamos supor: ‘Ah, vou
montar uma escola de tempo integral…’ Aquele profissional que tinha que
ter trabalhar em duas escolas diferentes para garantir o seu sustento,
quando ele ficar preso a uma escola só, não vai ter recurso. A escola de
tempo integral só faz sentido se eu tiver a bonificação necessária para
fixar aquele profissional numa escola só.”
A tendência nacional de crescimento da oferta do ensino integral na
rede pública segue uma determinação do Plano Nacional de Educação (PNE)
de 2013. A meta 6 do PNE é oferecer educação nesse modelo em, no mínimo,
50% das escolas públicas, atendendo ao menos 25% dos alunos.
A implementação de escolas públicas de tempo integral no Brasil
começou antes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), contudo, com o
Programa Mais Educação, criado em 2007. A ideia do projeto foi ampliar a
jornada escolar nas instituições públicas para no mínimo 7 horas
diárias, com a previsão de atividades optativas como educação ambiental,
cultura digital, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das
ciências da natureza e educação econômica.
VEJA TAMBÉM: Apesar de bem-sucedido, programa de escolas militares está sob risco Lula veta aula de programação e robótica nas escolas
Foco deveria ser melhorar qualidade do ensino, e não ampliar quantidade de tempo, dizem especialistas Para
Ilona Becskeházy, ex-secretária de Educação Básica do MEC e colunista
da Gazeta do Povo, não adianta aumentar a quantidade de tempo que os
jovens passam na escola sem aprimorar a qualidade dos currículos, que
têm sido uma pedra no sapato da educação básica no Brasil. “Sem
currículo, podemos ter aula 24/7 que não vai mudar nada”, critica.
A especialista considera que a ampliação da oferta de escolas em
tempo integral servirá como pretexto para aumentar investimento com
pouca previsão de retorno. “A esquerda sempre gosta de gastar mais e
contratar mais. E não há refém melhor para justificar gasto que aluno
que não aprende”, observa.
A educadora Anamaria Camargo, presidente e diretora-executiva do
Livre pra Escolher, diz que as escolas em tempo integral da rede pública
tendem a funcionar, em certa medida, “como um depósito de crianças”. “É
muito aquele pensamento de que ‘é melhor deixar na escola do que deixar
na rua, porque tem violência, porque tem tráfico de drogas’. Nesse
aspecto social, pode até ter algum papel, mas, educativamente falando,
não há ganho”, comenta.
Para ela, é necessário pensar sobretudo na relação custo-benefício, e
as evidências sobre os resultados obtidos com o ensino integral não
justificam o aumento de gastos. “Vale a pena gastar 2% do PIB em
‘depósito de adolescentes’? Outras medidas não seriam melhores? A gente
sabe que, dificilmente, com os projetos que costumam surgir, com os
mesmos professores, com os mesmos alunos, dificilmente esses 2% do PIB
vão se transformar em educação de qualidade.”
Anamaria recorda que boa parte das pessoas que entram em cursos de
Pedagogia tem baixo desempenho na escola, e que são essas mesmas pessoas
que conduzirão as salas de aula nas instituições de tempo integral.
“Sem querer desmerecer a boa vontade dos professores, o esforço. Mas em
termos cognitivos, de preparação, o Brasil seleciona muito mal seus
professores. Para entrar em um curso de Pedagogia, para ser professor, o
nível de exigência é muito baixo. A gente seleciona entre os piores. E é
esse mesmo grupo de pessoas que é contratado para o contraturno da
escola”, diz.
A perspectiva de resultados tende a ser ainda mais baixa levando em
conta algumas mudanças implementadas pelo Novo Ensino Médio – projeto de
reforma previsto na BNCC que começou a ser implementado em 2022.
Recentemente, reportagem do jornal O Globo mostrou que disciplinas
tradicionais têm perdido espaço em algumas escolas, enquanto surgem
matérias como “RPG”, “Brigadeiro caseiro” e “Mundo Pets SA”. A mudança
faz parte de um processo previsto pela BNCC chamado “itinerários
formativos”, que busca trazer para a escola algumas áreas de
conhecimento que seriam de interesse dos estudantes.
Para Anamaria, esse é mais um motivo pelo qual a expansão do ensino
em tempo integral tende a dar pouco resultado. “Provavelmente não vai
ter nenhum efeito em termos de preparação acadêmica do aluno. Eles vão
preencher o tempo usando essas disciplinas esquisitas, tipo ‘brigadeiro
caseiro’ ou coisas assim.”
Pesquisa revela ineficácia do ensino em tempo integral na aprendizagem de alunos da rede pública Ilona
Becskeházy avalia que a falta de embasamento científico é outro
problema da decisão de ampliar o ensino em tempo integral. Para ela, a
medida suporá um aumento nos gastos sem previsão de benefícios, já que a
ampliação do tempo dos estudantes nas escolas não tem sua eficácia
comprovada por pesquisas científicas. “Como qualquer desenho de
políticas públicas, é preciso usar evidências científicas para pautar
gastos”, diz.
Em 2019, a pesquisadora Juliana Viana Gandra, doutoranda do Centro de
Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências
Econômicas (Cedeplar) da UFMG, constatou em pesquisa quantitativa que o
Programa Mais Educação, de expansão do ensino de tempo integral, piorou o
desempenho médio de alunos nas avaliações de português e matemática da
Prova Brasil.
“Na amostra analisada, o Mais Educação contribuiu negativamente para o
desempenho médio (exceto em alguns casos em que o efeito foi
inexistente). Os resultados encontrados indicam a possibilidade de
problemas no desenho do programa, e, desenvolvidas da forma como estão,
as atividades propostas aos estudantes podem ser ineficientes para
promover as habilidades que são cobradas em testes padronizados como a
Prova Brasil”, afirmou o estudo.
A pesquisadora apresenta algumas hipóteses para a queda no
rendimento, como a possibilidade de que o perfil dos alunos que
decidiram recorrer às escolas do Programa Mais Educação seja diferente
do estudante médio matriculado em turno único. “Estudos constataram que a
presença do Mais Educação reduz as taxas de reprovação e abandono. É
natural intuir que estes alunos que contaram com a ajuda do programa
para permanecerem na escola ou progredir de ano apresentam um rendimento
inferior aos outros”, explica.
Outra hipótese, segundo ela, é “a pouca conexão entre as atividades
desenvolvidas pelos alunos do programa e as habilidades cobradas nos
testes da Prova Brasil”. “As escolas participantes do programa não
necessariamente estão trabalhando no contraturno assuntos relacionados
aos conteúdos cobrados na Prova Brasil”, diz.
Para Anamaria Camargo, em vez de aumentar o uso de recursos para
projetos com resultados incertos, a educação pública brasileira deveria
focar na melhor aplicação de “um currículo mínimo, enxuto e robusto”.
“Uma vez que isso seja garantido, aí eles comecem a ensinar a fazer
brigadeiro. Mas, primeiro, tem que fazer por merecer os recursos que a
gente coloca lá. Ano após ano aumentam o investimento, os gastos com
educação, e os resultados continuam péssimos. Não houve qualquer avanço
no desempenho no Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos].
Zero”, afirma.
O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).| Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O Rio Amazonas vai assistir a um recorde brasileiro. De Itaituba até
Barcarena, que é um terminal lá do ladinho de Belém, vão ser
transportadas 70 mil toneladas de grãos de uma só vez, colhidos na
região produtora de Mato Grosso, do sul do Pará, etc. E num trajeto aí
de uns 1200 quilômetros, o equivalente ou substituindo 1666 caminhões. O
recorde é um comboio de 35 barcaças juntas, dá uma largura de 75
metros, um comprimento de 364 metros, e uma carga de 70 mil toneladas.
Imaginem a racionalidade desse transporte. Já chega lá no porto de
exportação. É o Brasil do agro. É por conta da Hidrovias do Brasil esse
registro.
Em 1978, folião não tinha medo Ontem foi terça-feira gorda e saiu
às ruas o bloco organizado por jornalistas e intelectuais de Brasília
(DF). Foi criado em 1978, eu me lembro, para satirizar o governo. Aliás,
jornalismo é a oposição, como diz Millôr Fernandes. O resto são secos e
molhados. Não estou vendo isso agora, mas é assim. O bloco já saiu de
cara satirizando o pacote de abril de Ernesto Geisel, que inventou o
senador biônico, aumentou o mandato do presidente, etc. E o primeiro
versinho da primeira marchinha era (fazendo trocadilho com o aiatolá do
Irã): “Geisel você nos atolou, Figueiredo também vai nos atolar”. E
ninguém foi preso. Era o governo militar e ninguém foi preso.
Estou dizendo isso pra comparar com hoje. Em 1978, debochando de
Geisel e Figueiredo, dois generais, e ninguém terminou preso, não. Foi
todo mundo para a casa. Se é que foi para a casa, não foi para o boteco
de novo. Só para a gente comparar e eu vivi aquele tempo. O que estou
vivendo agora são pessoas postas em ônibus de repente, sem saber para
onde vão, e acabam na prisão, sem saber o porquê.
A marcha estranha do Judiciário Por falar nisso, acho estranho o
que está acontecendo com o Daniel Silveira, o ex-deputado. Está preso de
novo. Foi indultado, mas está preso, porque não teria cumprido a ordem
judicial de andar de tornozeleira eletrônica, não fazer declarações nas
redes sociais e não dar entrevista. Encontraram na casa dele, na batida
policial, em Teresópolis, R$ 270 mil. E agora a polícia está perguntando
para o Supremo Tribunal Federal se tem de investigar a origem desse
dinheiro.
Em primeiro lugar, a gente sabe que ele está com as contas
bloqueadas, portanto não pode usar banco. E também perguntam a origem
dos quatro carros que estavam na casa dele. Creio que não são Mercedes,
nem Audi, nem BMW, porque se não estaria no noticiário. Mas acho
estranho o seguinte: estou registrando isso porque ele não é mais
deputado, não tem mais foro privilegiado no Supremo. Ele é primeira
instância. E o Supremo já decidiu isso em relação ao Bolsonaro, com as
denúncias de partido político, do Randolfe Rodrigues e tal. O Supremo já
disse que é primeira instância porque o Bolsonaro não tem mais foro
privilegiado. Então, não sei por que com o Daniel Silveira ficou
diferente. São essas coisas que a gente não consegue entender pensando
na lógica do devido processo legal, dos hábitos do poder judiciário.
Uma organização copiada de algo semelhante que
existe na militância política extremista dos Estados Unidos, e da qual
importou até o nome em inglês, está agredindo de maneira flagrante,
sistemática e sem qualquer controle das autoridades públicas um dos
mandamentos mais elementares da Constituição Federal do Brasil – a
liberdade de expressão. O grupo se dá o nome de “Sleeping Giants”, ou
“Gigantes Adormecidos”, e a sua atividade central é fazer chantagem e
ameaças contra empresas privadas que anunciam seus produtos e serviços
nos veículos brasileiros de comunicação. Funciona como uma polícia da
mídia: eles intimam as empresas a deixarem de anunciar neste ou naquele
órgão de imprensa que entrou em sua lista negra, sob pena de sofrerem
ataques difamatórios nas redes sociais. Os veículos perseguidos pela
organização são, sem nenhuma exceção, publicações que não fazem parte da
confederação nacional das redações “de esquerda”; são, portanto, “de
direita” e na visão do SG devem ser fechadas. Sua arma é a sabotagem
econômica. Imaginam que eliminando receitas dos órgãos que perseguem vão
levar todos ao fechamento.
A Gazeta do Povo já foi agredida pela organização; não admitem, lá,
que este jornal tenha um conteúdo independente, e não aceite se submeter
ao consórcio pró-esquerda e pró-Lula que administra hoje o que foram,
no passado, os meios de comunicação deste país. Não deu certo, pois a
Gazeta continua viva e atuante, mas o SG é um deboche aberto às
instituições brasileiras. As mais supremas autoridades do Brasil
insistem o tempo todo que é proibido pregar contra os princípios
democráticos – ninguém pode, por exemplo, propor a “desmonetização” das
eleições, ou do Congresso e muito menos do STF, com o propósito de
fechar tudo por falta de dinheiro; aliás, corre o risco de ir para a
cadeia se fizer isso. O SG propõe, diretamente, a eliminação de um
preceito constitucional, a liberdade de expressão, que tem tanto valor
quando a realização de eleições e o funcionamento dos Poderes
Legislativo e Judiciário. É como pregar a volta do Ato 5 e da sua
censura – algo que o STF garante que está proibido.
Sua arma é a sabotagem econômica. Imaginam que eliminando receitas dos órgãos que perseguem vão levar todos ao fechamento
A Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão soltou uma
nota em que acusa o SG de praticar intimidação contra empresas e
veículos de imprensa, e denuncia as suas ações destrutivas em relação ao
direito constitucional do pensamento e da palavra livres. É disso,
precisamente, que se trata: intimidação, apesar de toda a hipocrisia
utilizada pelo SG para justificar suas atividades. Empresas fracas,
conduzidas por dirigentes medrosos, entram em pânico quando o SG bate à
sua porta exigindo que suspendam anúncios no veículo “A” ou “B” – chamam
os advogados, convocam os gerentes de “imagem”, abrem mão do seu
direito de anunciarem livremente e obedecem correndo as ordens que
recebem. É uma desgraça a mais, na escalada cada vez mais intolerante
contra a diversidade de ideias no Brasil.
Com proposta de preparo dos alimentos de forma saudável, várias
marcas disputam a preferência dos consumidores numa faixa média de
preços
Ela virou uma verdadeira paixão nacional: a airfryer deixou há muito
de ser artigo de luxo e hoje está cada vez mais presente nas cozinhas
brasileiras.
Muito mais do que apenas “fritar” alimentos com ar
quente, sem óleo, como batata, carnes, etc, o que elas fazem com
maestria, essas máquinas são capazes de preparar pães, pão de queijo,
bolo, pudim e uma infinidade de outras receitas.
Existem, claro,
modelos com maior capacidade no cesto e mais sofisticados, contando até
mesmo com controle digital de temperatura, botões touch e até mesmo
conexão com aplicativo para download de receitas e monitoramento do
aquecimento, além de comando de voz.
Abaixo, apresentamos opções mais em conta de marcas reconhecidas com
excelente custo-benefício e ótimas capacidade e potência, que certamente
se tornarão uma peça-chave na sua cozinha e indispensáveis no seu dia a
dia.
Fritadeira elétrica Grand Airfryer
EAF30, da Electrolux
Esse modelo apresenta um belo design em cinza-chumbo e botões
prateados, trazendo um cesto interno removível e antiaderente com grande
capacidade – são 4L – enquanto a cuba comporta ao todo 4,5L. Esse
modelo também está disponível aqui na cor vermelha.Compre na AmazonCompre na Fast ShopCompre na Casas Bahia
*Quando esta matéria foi publicada, o preço era entre R$ 399,00 e R$ 509,00
Combinando o uso do timer e do controle de temperatura, você pode
preparar com facilidade receitas pré-definidas que vêm estampadas na
parte superior. Isto também é uma mão na roda se você estiver com
dúvidas, por exemplo, de como fazer a programação ideal de um
determinado alimento, garantindo que obterá um resultado perfeito.
Um indicador luminoso de funcionamento avisa quando a fritadeira está em funcionamento, com segurança e praticidade.
Sua
potência é de ótimos 1400W e, pelas avaliações, é bastante prática de
limpar, devendo-se apenas tomar cuidado com as borrachinhas de
sustentação na base do cesto, que costumam se soltar.
O modelo da Electrolux sai por R$ 399,99 nas Casas Bahia, custa R$ 482,13 na Fast Shop e é vendido por R$ 509,90 na Amazon.
*Quando esta matéria foi publicada, o preço era entre R$ 340,00 e R$ 380,00
Apresenta uma potência muito boa de 1500W e combina um controle de
temperatura, capaz de atingir até 200°C a um timer de até uma hora, com
cinco sugestões de receitas gravadas na parte superior, que servem como
guia para preparar diversos alimentos.
Como diferencial, esse
produto tem o cesto revestido por Duraflon, material antiaderente
exclusivo da Mondial, e ainda duas lâmpadas indicativas de
funcionamento, para você monitorar as fases de aquecimento e
funcionamento. Seu painel frontal é bastante resistente, feito de aço
inox.
Alguns links e valores para você adquirir: no Magazine
Luiza por R$ 341,05; nas Americanas por R$ 350,50; ou na Amazon custando
R$ 378,99.
*Quando esta matéria foi publicada, o preço era entre R$ 320,00 e R$ 500,00
Com design bastante diferente, mais bojudo na parte inferior, para
abrigar um cesto de formato quadrado – permitindo acomodar mais
alimentos no mesmo espaço, com uma distribuição mais eficiente – este
modelo da Midea é um sério candidato a estrela da sua cozinha.
Tem
uma trava de segurança para evitar a liberação inadvertida do cesto e
sistema que desliga automaticamente a circulação de ar assim que ele é
retirado.
Com potência de 1500W, é revestida totalmente de aço
inox internamente e está disponível nas versões preta e branca, esta
última com custo mais elevado.
Esta air fryer custa R$ 327,75 nas Americanas, R$ 351,73 no Shoptime (preta) e R$ 491,92 na Amazon (branca)
O que toda nova tecnologia faz é desafiar práticas obsoletas que seguem entre nós
Por Mauricio Benvenutti
Quando comparada à atual força de trabalho, a nova geração de
profissionais desenvolverá um conjunto de habilidades bem diferente. E
o ChatGPT é
só uma prévia do que veremos no mercado como um todo. Precisaremos nos
adaptar com a produção automática de textos assim como nos adaptamos com
tantas outras inovações no passado.
Na educação, já vi professores preocupados com o uso dessa tecnologia
no dever de casa dos estudantes. Por outro lado, também vi muitos
falarem: “Caramba, isso é uma espécie de instrutor particular para cada
aluno!”. É bem provável que o ChatGPT ensine coisas às crianças – com
precisão e rapidez jamais vistas – sem que elas precisem abrir um só
livro didático. É um mundo novo, sim. E o mundo exterior é sempre mais
avançado do que as crenças e verdades existentes no interior das
organizações.
Apesar do ChatGPT ser recente, é interessante observar que a primeira
reação de muita gente é temer as inovações e jogar na defensiva diante
delas, como se isso fosse pará-las. Nesse tipo de situação, em que algo é
capaz de mudar as “regras do jogo” e criar uma fronteira de novas
possibilidades, o melhor questionamento não é sobre parar ou não, mas
como administrar o fato de que o seu uso é inevitável.
Desde o início do ano, centenas de escolas proibiram o ChatGPT em
suas dependências. E é fácil entender o porquê. Afinal, trata-se de um
serviço poderoso, que apareceu sem aviso prévio, com desempenho
satisfatório para resolver inúmeras tarefas acadêmicas. Porém, com a
abordagem certa, ele pode ser um instrumento de ensino extremamente
eficaz. A professora do ensino médio americano Cherie Shields, por
exemplo, pediu que seus alunos criassem rascunhos com o ChatGPT para
comparar dois contos do século 19. Após fazerem isso, eles guardaram os
laptops e escreveram uma redação à mão. O processo não só aprofundou a
compreensão dos alunos sobre as histórias, mas também os ensinou a
interagir com a inteligência artificial para obter respostas úteis e
aplicáveis ao que precisavam.
O que toda nova tecnologia faz é desafiar práticas obsoletas e
ultrapassadas que seguem convivendo insistentemente entre nós, não
importa a indústria. Os jovens de hoje vão se graduar em um mundo
repleto de recursos inimagináveis anos atrás, sendo a inteligência
artificial generativa um deles. Conhecer essas ferramentas e saber
trabalhar com elas não será nada menos do que uma vantagem competitiva
enorme.
Chat GPT: o que é, como funciona e como usar
Inteligência artificial promete ser uma revolução capaz de rivalizar
até mesmo com o Google, mudando a maneira como nos relacionamos com a
tecnologia
Se hoje você faz pesquisas e encontra sites usando o Google,
pode ser que no futuro o ChatGPT seja a sua primeira opção. A
ferramenta de inteligência artificial lançada no final de 2022 se tornou
um sucesso e deixou os concorrentes assustados. Mas, afinal: o que é, como funciona e como usar o Chat GPT?
Preparamos um artigo especial para tirar todas as suas dúvidas sobre essa ferramenta. Ao menos por enquanto, o uso é completamente gratuito,
mas planos pagos já estão sendo lançados. A inteligência artificial do
ChatGPT pode ser integrada em diversos outros aplicativos e serviços, o
que pode representar uma mudança de paradigma em muitos sentidos.
O que é o Chat GPT?
O Chat GPT é um algoritmo baseado em inteligência artificial.
Ele foi criado por um laboratório de pesquisas em inteligência
artificial dos EUA chamado OpenAI, com sede em San Francisco. O nome
ChatGPT é uma sigla para “Generative Pre-Trained Transformer” – algo como “Transformador pré-treinado generativo”.
O algoritmo do ChatGPT teve seu desenvolvimento pautado em redes
neurais e machine learning, tendo sido criado com foco em diálogos
virtuais. A ideia é que ele pudesse aprimorar a experiência e os
recursos oferecidos por assistentes virtuais, como Alexa ou Google
Assistente. O sucesso da ferramenta está em oferecer ao usuário uma
forma simples de conversar e obter respostas.
A arquitetura do ChatGPT se baseia em uma rede neural chamada
Transformer, projetada especialmente para lidar com textos. O modelo de
inteligência artificial tem várias camadas que permitem à plataforma
prestar atenção nas palavras-chave, ao contexto e aos diferentes
significados que as palavras podem ter. Trata-se de um modelo
extremamente avançado de geração de texto.
ELON MUSK É UM DOS CRIADORES DA OPENAI, EMPRESA SEM FINS LUCRATIVOS RESPONSÁVEL PELO CHATGPT
E quem é o dono do ChatGPT? A organização OpenAI,
criada em 2015, em tese é sem fins lucrativos, e vem recebendo aporte
financeiro de diversas empresas com objetivo de desenvolver a
tecnologia. Elon Musk, criador da Tesla e da SpaceX, é também um dos cofundadores da OpenAI, mas deixou a empresa.
Além dele, estão na lista Sam Altman, que está à frente das operações;
Peter Thiel, cofundador do PayPal; e Reid Hoffman, cofundador do
LinkedIn, entre outros.
Como toda inteligência artificial, o ChatGPT se alimenta de
informações que coleta na internet. Portanto, o que está disponível na
internet atualmente é a base de dados do algoritmo. Baseado em padrões e
no cruzamento das informações, o ChatGPT transforma as querys, os questionamentos dos usuários, em respostas.
OpenAI: a dona do ChatGPT
O grande diferencial aqui é que essas respostas podem ser criativas.
Por exemplo, ao perguntar sobre um determinado assunto, diferente do que
ocorre em um mecanismo de busca, que apenas retorna os resultados, o
Chat GPT é capaz de contextualizá-los e elaborar textos, letras de
música, poesias, contos, códigos de programação, receitas e assim por
diante.
O CHATGPT É CAPAZ DE CRIAR TEXTOS, CONTOS, POESIAS, RECEITAS, CÓDIGOS DE PROGRAMAÇÃO E MUITO MAIS
Além disso, o algoritmo pode ser integrado a outros aplicativos por
meio de uma API, transformando a experiência do usuário. Em outras
palavras, não será necessário acessar um determinado site e fazer as
suas perguntas: elas podem ser incorporadas em serviços como o Microsoft
Word, o WhatsApp, chatbots de atendimento e assim por diante.
Você está pronto para usar o ChatGPT?
Como usar o ChatGPT?
Se você nunca teve a oportunidade de testar o ChatGPT, aqui vai o passo a passo para usar a ferramenta. Vale lembrar que o ChatGPT já está disponível em português, o que facilita a vida dos brasileiros. Outra menção é importante é o fato de que a o ChatGPT é gratuito, mas devido ao grande volume de acessos o serviço tem encontrado algumas instabilidades.
Passo 2. Na página inicial, clique em “Try Chat GPT”.
Tela de login do Chat GPT
Passo 3. Na tela seguinte, clique em “Log In” para fazer seu login na plataforma.
Passo 4. O sistema permite que você o acesse de três
formas. 1) com uma conta Google; 2) com uma conta Microsoft; 3) criando
uma conta na plataforma. Escolha qual das opções mais agradar.
ChatGPT quer saber quem é você
Passo 5. Na tela seguinte, digite nome e sobrenome e clique em “Continue”. Ao fazer isso você concorda com os termos de uso do serviço e confirma que tem mais de 18 anos.
Use um número de telefone válido no Chat GPT
Passo 6. Insira o seu número de telefone para verificação. Não se esqueça de adicionar o DDD e o código do país. Clique em “Send Code”. Você receberá o código de seis dígitos por mensagem de texto no seu celular.
Passo 7. Pronto! Agora é só digitar as perguntas que você desejar no campo de busca, localizado no rodapé da página.
O que é o ChatGPT?
ChatGPT não é perfeito, mas será aperfeiçoado
Ainda não é possível se basear no ChatGPT para tomar todas as suas
decisões. Isso porque os próprios criadores da plataforma alertam que as respostas dadas por ele podem ser imprecisas e o mecanismo ainda se encontra em fase beta. Portanto, ainda que os resultados sejam próximos do ideal, erros podem acontecer.
Os textos escritos pela plataforma, especialmente em português, ainda
têm uma qualidade abaixo do conteúdo produzido por um profissional.
Entretanto, a expectativa é que a inteligência artificial evolua e com o
tempo possa escrever textos mais complexos e mais difíceis de serem
identificados como gerados por uma máquina.
Receita de bolo feita pelo Chat GPT
O sistema conta ainda com recursos que impedem o uso da ferramenta de forma nociva. São evitados termos chulos e mesmo conteúdo que possa reforçar estereótipos ou aspectos de preconceito também não é aceito. O
sistema foi alimentado com informações sobre o que ocorreu até 2021:
eventos a partir dessa data, portanto, não são compreendidos pelo
algoritmo, uma vez que ele não tem uma base de dados posterior.
Faça o teste: pergunte algo sobre a Copa do Mundo de 2022 e você verá que as respostas serão imprecisas, vagas ou incorretas.
Chat GPT não sabe quem ganhou a Copa do Mundo 2022
Por que o Google está preocupado com o Chat GPT?
Líder no mercado de buscas há algumas décadas, a Google pela primeira vez vê seu principal produto ameaçado. O temor é de que as pessoas troquem o Google pelo ChatGPT,
o que acendeu um sinal de alerta na sede da empresa em Mountain View,
na Califórnia. Até mesmo Larry Page e Sergey Brin, fundadores do Google,
foram chamados de volta para atuar no dia a dia da empresa visando
encontrar soluções que possam combater de imediato essa ameaça.
A expectativa é que o Google incorpore a tecnologia do ChatGPT em seu mecanismo de busca ou, ainda, apresente uma alternativa similar,
permitindo que os usuários “conversem” com o mecanismo de busca, além
de fazerem as pesquisas convencionais. Vale lembrar ainda que usuários
mais jovens têm deixado de lado o Google e feito pesquisas diretamente
em redes sociais como o TikTok ou o Instagram. Portanto, podemos estar
diante de uma mudança de paradigma com relação à forma como as pessoas
buscam informações.
ChatGPT vai transformar a maneira como escrevemos?
Ainda é cedo para fazer qualquer tipo de afirmação nesse sentido. As primeiras experiências com a tecnologia mostram que os textos produzidos ainda têm uma qualidade inferior àquela das publicações escritas por profissionais.
Sites de notícia internacionais como o CNET fizeram experiências
utilizando chatbots para escrever textos sobre relatórios financeiros e o
resultado foi a publicação de textos com imprecisões, o que pegou mal
para a empresa.
Por outro lado, o BuzzFeed anunciou a demissão de redatores e
informou que utilizará mais o ChatGPT para criar conteúdos baseados em
listas ou testes. A resposta do público à mudança não foi positiva, mas
há que se aguardar os resultados para entender qual será o impacto da
adoção desse tipo de tecnologia nas redações.
Fazer resumos, tirar dúvidas sobre livros, ter ideias para o TCC ou
até mesmo criar simulados sobre temas específicos são algumas das
possibilidades. Preparamos um conteúdo especial com muitas dicas de como
usar o ChatGPT para estudar. Confira!
Você já testou o Chat GPT? O que achou dos recursos que a ferramenta
oferece? Será que vem uma revolução por aí? Conte para a gente a sua
opinião nos comentários.