quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

GOVERNO LULA QUER FICAR EM CIMA DO MURO NO CONFLITO DA UCRÂNIA

A velha ordem internacional acabou, colocando o Brasil diante de complexas escolhas

Por William Waack – Jornal Estadão

Até aqui o governo Lula não parece ter entendido a natureza do conflito na Ucrânia. Ou pretende não entender.

Não se trata de ação armada fruto de “um equívoco”, como o presidente descreve a invasão deflagrada por Putin. Na sua essência, é parte relevante da contestação da ordem que vigorou desde a 2.ª Guerra Mundial.

A ascensão veloz da China ao papel de desafiadora do “hegemon” (EUA), por si só, já seria o grande fator de contestação. É o que faz clássicos do hiper-realismo duvidarem que NÃO venha a ocorrer grave conflito militar entre as superpotências.

Mas tanto China como Rússia “aceleraram” o processo. Ambas enxergam o Ocidente como uma grandeza em declínio. Especialmente Putin juntou o velho imperialismo russo de mais de dois séculos com seu entendimento da “decadência moral” dos países ocidentais.

O presidente Lula em sua primeira visita à China como chefe do executivo, em 2004, cumprimentando o então presidente chinês, Hu Jintao.
O presidente Lula em sua primeira visita à China como chefe do executivo, em 2004, cumprimentando o então presidente chinês, Hu Jintao.  Foto: Sergio Dutti/AE

O resultado é uma profunda transformação na qual o que parecia garantido – um regime internacional baseado em respeito a regras e integração cada vez maior de comércio e cadeias produtivas, a tal globalização – está recuando na própria substância.

Nesse novo contexto, multilateralismo e “governança” global passaram a ser figuras de retórica, às quais o governo brasileiro parece abraçado. Assim, é difícil imaginar um eixo sul-sul, em oposição a um “norte”, quando se percebe que pelo menos dois integrantes dos Brics estão de um lado no conflito, e não apenas na Ucrânia.

A guerra na Ucrânia não é um episódio isolado, diante do qual vamos é ficar quietinhos, aproveitar as oportunidades, tratar de não ofender ninguém e posar de bom moço repetindo platitudes inúteis sobre “paz” e oferecendo-se para negociar entre beligerantes – o caminho trilhado por Lula até aqui.

São forças históricas de imensa amplitude em ação, e que conduzem países como o Brasil (potência média de influência regional) não propriamente a escolher um “lado”. Mas, sim, a optar por um “mundo”.

A guerra em curso até aqui desmentiu os cálculos estratégicos de China e Rússia, que presumiam sobretudo incapacidade de ação conjunta e coesão por parte do adversário. O campo de batalha da Ucrânia demonstrou não só a atual superioridade tecnológica ocidental, que a autocracia chinesa é capaz de superar. A lição fundamental é a de que sociedades abertas no fundo mudam mais rápido, adaptam-se melhor (a Alemanha abandonou o pacifismo) e têm melhor desempenho na relação entre poder civil e operações militares.

O que se explica pelos valores em torno dos quais essas sociedades se desenvolveram e prosperaram. O Brasil é parte do mundo ocidental.

Um ano da guerra na Ucrânia: impactos e perspectivas

Por Da Redação – Jornal Estadão

Tensão sobre conflito aumentou após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar suspensão do acordo nuclear com EUA

A invasão russa à Ucrânia está completando um ano nesta semana, deixando um legado devastador no leste europeu, milhares de fatalidades e impactos econômicos e geopolíticos no restante do planeta.

Segundo a ONU, são mais de 8 mil civis mortos e 13 mil feridos. Os números são subestimados — a própria organização afirmou que não consegue aferir o número total pela dificuldade de acesso aos territórios ainda em conflito.

Apesar de parecer viver um platô, o conflito segue e com perspectivas de escalada. Na última terça-feira, 21, o presidente russo Vladimir Putin anunciou a suspensão da participação do país no New Start — um tratado de desarmamento nuclear assinado em 2010 entre a Rússia e os Estados Unidos.

Na mesma semana, o presidente americano Joe Biden desembarcou em Kiev para se encontrar com o presidente ucraniano Volodmir Zelenski. A ida de Biden foi vista como um gesto de solidariedade próximo ao aniversário da invasão russa, reiterou o apoio americano às forças ucranianas e anunciou um novo pacote de ajuda de 500 milhões de dólares e mais munição ao país.

No ‘Estadão Notícias’ desta quinta-feira, 23, vamos conversar sobre as ações das principais forças geopolíticas durante a guerra com Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM. Também vamos falar sobre o futuro do conflito e a escalada do poderio militar russo com o repórter especial do Estadão, Roberto Godoy.

O ‘Estadão Notícias’ está disponível no Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google podcasts, ou no agregador de podcasts de sua preferência.

Apresentação: Emanuel Bomfim Produção/Edição: Jefferson Perleberg, Bárbara Rubira e Gabriela Forte Sonorização/Montagem: Moacir Biasi

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Esta fotografia tirada em Kramatorsk, em 19 de fevereiro de 2023, mostra bandeiras ucranianas sobre os túmulos de militares ucranianos mortos (Foto: Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)

 

O PARTIDO NOVO NÃO QUER O FUNDO PARTIDÁRIO MAS PRECISA DELE

 

Novo convoca convenção para decidir se utiliza Fundo Partidário e remunera dirigentes

Foto: Reprodução/ Instagram Felipe D’Avlia/ @lfdavila

Por Pedro Venceslau e Beatriz Bulla – Jornal Estadão

Proposta em discussão contraria premissa que marcou a criação do partido: de não utilizar verba pública para suas atividades

Após ver sua bancada encolher para apenas três deputados federais em 2022 e não atingir a cláusula de barreira – dispositivo que determina porcentual mínimo de votos para manter acesso à propaganda partidária e ao fundo eleitoral –, o Partido Novo convocou uma convenção nacional para o dia 28 com o intuito de flexibilizar o estatuto e permitir o uso de recursos públicos para o custeio da agremiação. O dinheiro poderá ser usado para remuneração dos dirigentes. Fundado em 2015, o Novo tem como uma de suas premissas o fato de abrir mão dos recursos dos fundos eleitoral e Partidário.

Desde 2018, quando elegeu oito deputados federais e teve João Amoêdo como candidato à Presidência, o Novo passou a depositar em juízo os recursos. O argumento era de que o dinheiro seria repassado a outras legendas se fosse devolvido. Segundo fontes do partido, o volume é de R$ 100 milhões.

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse que partido pretende usar rendimentos do fundo
O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse que partido pretende usar rendimentos do fundo Foto: Taba Benedicto/Estadão

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse que a resolução é para o uso dos rendimentos – cerca de R$ 1 milhão por mês – e não do fundo propriamente dito. “As regras para o uso desse montante também serão deliberadas e definidas em convenção. A profissionalização do partido, cujo funcionamento hoje se sustenta quase que integralmente na forma de voluntariado, também será objeto de análise”, afirmou Ribeiro, em nota. O texto não informa qual será o salário dos dirigentes.

A convenção terá a participação da Executiva Nacional e dos presidentes e vices dos diretórios estaduais do partido. Pelo estatuto, parlamentares e detentores de cargos eletivos não participam.

A resolução sobre o uso do fundo, que foi amplamente rejeitada em uma enquete interna, é alvo de críticas de deputados e dirigentes locais, mas a tendência é de que a mudança seja aprovada. “Não concordo. Se liberarem o fundo eleitoral, eu não vou usar. O partido foi fundado com essa premissa”, disse o deputado federal Marcel van Hattem (RS).

“Isso de usar só os rendimentos é uma desculpa. Na prática vão pegar recursos públicos para remunerar dirigentes que até então eram voluntários. Esse era o ativo mais relevante que tinha sobrado do Novo. Um absurdo”, afirmou Amoêdo, que fundou o partido, mas se desfiliou.

Flexibilização

No ano passado, o Novo flexibilizou alianças com outras siglas e acabou com a taxa cobrada para inscrição de candidaturas a cargos eletivos. O objetivo era ampliar a base de candidatos da agremiação pelo Brasil. A mudança, que tornou o Novo mais parecido com o modelo que antes criticava, foi uma demanda do governador de Minas, Romeu Zema, eleito em 2018 com o discurso da “nova política” e reeleito em 2022.

Observação: Se o partido Novo não começar a usar o Fundo Partidário para o financiamento de campanhas políticas vai desaparecer dentro de pouco tempo. Temos visto membros e dirigentes fazerem transferências na época da política para outros partidos em busca do Fundo Partidário.

NEGÓCIO DEMOCRÁTICO É IMPORTANTE PARA O SUCESSO

4 pilares fundamentais para criar um produto digital com acessibilidade

Débora Line – Designer e UX Research Sênior da Rethink

Tornar o seu negócio democrático é importante para o sucesso, por isso a Rethink separou pontos essenciais de usabilidade para uma solução inclusiva

De acordo com o último Censo Demográfico do IBGE (2010), 24% da população brasileira, aproximadamente 45 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. Ainda segundo o instituto, essas pessoas possuem uma renda disponível de 5,3 bilhões de dólares e são potenciais consumidores de marcas e produtos. Mesmo com esses dados significativos, existe entre as empresas o mito de que criar estratégias de acessibilidade é algo caro e difícil para elas investirem.

Diante deste cenário, Débora Line, Designer e UX Research Sênior da Rethink, empresa que cria e repensa produtos digitais, destaca quatro pontos essenciais para criar um produto digital com acessibilidade para se tornar um negócio acessível e democrático, com foco no cliente, aumentando o seu potencial de sucesso. Confira abaixo:

Integração entre áreas envolvidas

Débora ressalta que o primeiro passo é a integração entre as áreas que vão criar ou repensar uma solução digital. “A equipe de produto faz uma parte, o design faz outra e o desenvolvimento também. Então, a acessibilidade precisa ser pensada em todos os setores que se interligam na criação de um produto”. 

Entender o processo de criação

Ela esclarece que é preciso conhecer muito bem o processo e o padrão a ser seguido para criar um produto digital, pois para fazê-lo com acessibilidade é fundamental quebrar esses padrões normativos para dar lugar aos padrões da WCAG. “Quando as pessoas que criam o produto digital não têm uma formação voltada para acessibilidade, muitas vezes, elas deixam de perceber questões no design que podem prejudicar a compreensão da mensagem por esse público. A escolha de textos, imagens e ícones, por exemplo, precisa ser pensada de uma forma diferente do padrão para garantir a acessibilidade. Por isso, é fundamental ter profissionais especializados nisso em um projeto”, explica a designer.

Compreender qual o público que será o foco

Por isso, quando se fala em acessibilidade, é imprescindível compreender que existem vários tipos de comprometimento que um público pode ter para acessar um produto digital, como ser cego ou ter baixa visão,perda auditiva, habilidades motoras reduzidas, entre outros. “É nosso dever, como profissionais, pensar estratégias para incluir pessoas com habilidade motora, visual, auditiva ou cognitiva reduzida.”, afirma Débora. O uso de comunicação multissensorial é uma das alternativas para esse desafio. “Vídeos com legendas, textos com áudios e imagens com descrições tornam um produto muito mais inclusivo”, comenta a designer.

Testar com pessoas reais

Um ponto de atenção que a profissional destacou foi a importância de testar os produtos digitais com pessoas que realmente possuam algum tipo de limitação para usar um produto. É por meio desses testes, que a efetividade de uma plataforma pode resultar em um produto digital acessível e democrático. “Por incrível que pareça, fazer testes com pessoas reais, com as características que procuramos, não é algo fácil, já que as empresas nem sempre identificam quem são os seus consumidores com algum tipo de limitação de acesso”.

Para a Débora, pessoas com deficiência e suas realidades moldaram diversas tecnologias e inovações. Por causa disso, acaba sendo contraditório as empresas não pensarem nas pessoas com deficiência na hora de propor produtos digitais. “A pessoa com deficiência tem desejos, tem dinheiro e consome. Assim, as empresas e os profissionais de tecnologia necessitam compreender e ter a sensibilidade de que a acessibilidade é muito mais que um amparo, é um plano de negócio”, conclui Débora.

A Rethink é uma empresa especializada na criação de produtos digitais. Fundada em 2017 em Belo Horizonte (MG), a iniciativa une tecnologia, design e estratégia para ajudar outras empresas a entregarem experiências digitais incríveis aos seus clientes. Com atuação remota e com escritórios nas cidades de Belo Horizonte e Ipatinga, em Minas Gerais, a Rethink possui um programa de formação de estagiários, que busca desenvolver jovens profissionais para trabalharem nas áreas de engenharia, design e produto. Atualmente, conta com mais de 200 colaboradores e tem entre os seus principais clientes a Smiles, Comgás, Esfera, Gol e Abastece-aí.

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

DILMA NÃO TEM ONDE SENTAR NO GOVERNO LULA ATÉ AGORA

 

Editorial

Prioridade do governo Lula
Por
Gazeta do Povo


A então presidente Dilma Rousseff durante seu julgamento no Senado, em agosto de 2016.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Nesses primeiros dois meses do terceiro governo Lula, já ficaram evidentes as prioridades do presidente e, para surpresa de ninguém, elas estão longe de qualquer intenção de governar para todos os brasileiros, ou mesmo para os representantes não petistas da tal “frente ampla” de inocentes úteis arregimentados para apoiar a volta de Lula ao poder. Trata-se apenas de desfazer praticamente tudo que seu antecessor fez – especialmente o que fez de bom, como no caso da postura brasileira em relação ao aborto –, declarar guerra ao Banco Central e à atual meta de inflação, e reescrever a história recente do Brasil, com destaque para o impeachment de Dilma Rousseff.

A reabilitação do “poste” que Lula escolheu a dedo para sucedê-lo em 2010 fez dele um dos maiores propagadores de fake news das últimas semanas, sem inquéritos no Supremo nem agências de checagem para chamá-lo à responsabilidade. É assim que Lula pode desmoralizar as instituições brasileiras ao repetir no exterior, em mais de uma ocasião, que Dilma fora vítima de um “golpe de Estado”, como fez na Argentina e no Uruguai. O site institucional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) também passou a se referir ao impeachment da ex-presidente como “golpe”. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se juntou ao coro em entrevista recente à TV Brasil.

Colocar Dilma no “banco dos Brics” é conveniente para Lula, pois transmite prestígio à sua antecessora – mais pelo nome da instituição que por sua relevância, já que ela ainda está longe de ser uma força econômica – sem trazê-la para o núcleo do governo

O impeachment de 2016, temos de reafirmar, nada teve de golpe. Os truques orçamentários usados por Dilma para maquiar a contabilidade nacional estavam fartamente documentados, e ocorreram tanto no primeiro quanto no segundo mandato; o Tribunal de Contas da União chegou a recomendar ao Congresso a rejeição das contas de Dilma em 2014. As operações de crédito irregulares podem não ser tão escandalosas quanto o mensalão ou o petrolão, mas são uma demonstração cabal de desprezo pela transparência na gestão do dinheiro público, grave o suficiente para também ser punida com a cassação. Mas Lula quer reduzir tudo a uma conspiração motivada pela incapacidade política de Dilma, ao dizer que “Dilma tecnicamente é uma pessoa inatacável, tem uma competência extraordinária. Onde ela erra, na minha opinião, é na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar”.

Nunca será demais recordar também que, ainda que não tivesse cometido nenhuma das irregularidades que a levaram a cassação, Dilma está muito longe de ser “tecnicamente inatacável” e de ter “competência extraordinária”. Foi ela, auxiliada pelo ministro Guido Mantega, quem levou a pleno funcionamento a Nova Matriz Econômica petista, que já se desenhava ao fim do segundo mandato Lula. A gastança desenfreada, como todo brasileiro com alguma memória haverá de recordar, levou o Brasil à pior recessão de sua história, algo que não foi igualado nem pelo desastre da pandemia de Covid-19, o que explica a insistência do petismo em fingir que o período 2015-16 jamais existiu.


Essa reabilitação, por fim, passa também pelo esforço de Lula para colocar Dilma na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o “banco dos Brics”. Para isso, o governo tem de convencer outro brasileiro, Marcos Troyjo, a abrir mão do cargo a que tem direito até 2025. Fontes petistas acreditam que a nomeação poderia impulsionar a liberação de recursos para o Brasil e melhorar as relações brasileiras com a ditadura de Xi Jinping, até porque a sede do NBD fica em Xangai, para onde a ex-presidente teria de se mudar caso assumisse o banco. Lula tem viagem marcada para a China, com a vista programada para março.

Colocar Dilma no “banco dos Brics” é conveniente para Lula, pois transmite prestígio à sua antecessora – mais pelo nome da instituição que por sua relevância, já que o NBD ainda está longe de ser uma força econômica – sem trazê-la para o núcleo do governo, demonstrando que, de certa forma, Dilma ainda é um peso que poderia espantar os novos aliados. Independentemente de a nomeação, se concretizada, configurar isolamento ou reconhecimento, o que mais importa é evitar que o petismo seja bem-sucedido em sua tentativa de fazer prevalecer a narrativa do “golpe”, quando na verdade o impeachment de Dilma foi apenas a aplicação da Constituição a uma governante cujas irregularidades foram suficientemente comprovadas.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/lula-dilma-impeachment-banco-brics/
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PROJETO QUER LIMITAR OS JUROS DE EMPRÉSTIMOS

 

Solução simplória
Entenda por que seria um desastre

Por
Bruna Komarchesqui – Gazeta do Povo


Projeto sugere vedar “juros cujo valor supere 100% do valor do bem ou serviço financiado mediante cartão de crédito e ou cheque especial”| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um projeto apresentado pelo deputado federal Mauricio Neves (PP/SP), neste mês, propõe a criação de uma lei antiganância, limitando a cobrança de juros no Brasil. O PL 398/2023 sugere vedar “juros cujo valor supere 100% do valor do bem ou serviço financiado mediante cartão de crédito e ou cheque especial”. A ideia é que, quando o devedor pagar o equivalente ao dobro do montante tomado inicialmente no empréstimo, a dívida fique sanada, “independentemente de disposição contratual em contrário”. Toda a cobrança excedente a esse limite, defende Neves, deve ser devolvida em dobro ao tomador do empréstimo. De acordo com economistas ouvidos pela Gazeta do Povo, trata-se de uma tentativa de solução simples para um problema complexo, cujo efeito prático deve ser justamente o inverso do pretendido pelo proponente.

O economista e doutor em relações internacionais Igor Lucena aponta que a proposta é simplória, não levando em consideração fatores econômicos importantes quando o assunto é crédito, como o risco. “Quem paga mais juros é quem tem mais risco. A pessoa que empresta, seja banco, instituição financeira ou qualquer operador de crédito, leva em consideração a capacidade de pagamento do tomador, os impostos, o risco de não receber. Não tem sentido dizer que todo mundo toma igual e paga igual”, detalha.

Ou seja, se o legislador pressupõe que limitar os juros facilitará o crédito, na prática, o efeito será o oposto. “Se essa lei fosse aprovada, quem oferta crédito só ofertaria para aquelas pessoas que tem certeza absoluta que vão pagar. Haveria uma diminuição drástica de crédito na economia, ninguém daria crédito a possíveis devedores, de ranking B e C. São ideias que, na cabeça do legislador, têm boa intenção, mas falta conhecimento técnico para entender como funciona o mercado. Isso mostra o nível rasteiro dos deputados e a falta de assessoria”, critica Lucena.

O economista Claudio Shikida, professor do Ibmec MG, analisa que a proposta é uma “espécie de tentativa de fazer teto”. “Parece muito com a ideia de congelamento de preço. Você estabelece um teto arbitrário, um número mágico de 100%, para dizer que esse é o total do tamanho do bolo, mas não faz muito sentido”, critica. Para ele, é um contrassenso dizer ao mercado de crédito “o cara que se endividar muito vai ser perdoado”. “O que você está incentivando com isso? O comportamento endividador”, conclui.

Igor Lucena acrescenta que a proposta seria um estímulo à fraude, uma vez que sempre há aqueles cidadãos que procuram brechas na lei. “A pessoa que pega mil reais e deixa de pagar por dois anos, vai ter uma dívida em níveis atuais de quatro ou cinco mil. Se ela pega um e só paga dois, a operação deixaria a financeira no prejuízo”, explica. O cenário, portanto, “teria um efeito devastador, destruiria a economia nacional”. “Hoje, no investimento de uma casa, por exemplo, na prática, são pagas três ou quatro casas. Mas ninguém tem dinheiro para pagar à vista. Se você cria um contexto de prejuízo para as instituições financeiras, elas deixariam de emprestar. Isso faria secar drasticamente a oferta de crédito no país”, prevê.

Campanha presidencial 
A ideia não é inédita. Durante a campanha presidencial, em agosto do ano passado, o candidato Ciro Gomes (PDT) propôs a chamada “lei antiganância”, quando participava de uma entrevista no Jornal Nacional. No dia seguinte, ele detalhou a proposta, que não estava em seu plano de governo registrado no TSE: “Eu estudei as experiências internacionais e achei a inglesa, em que você toma R$ 100 emprestado e, qualquer que seja o prazo, quando contratar e pagar R$ 200, a lei determina a quitação. O brasileiro hoje não sabe, mas ele toma R$ 100 emprestado e, em um ano apenas, está devendo R$ 400. Quero colocar um limite em que o dobro do valor emprestado seja o limite legal para a dívida dos brasileiros”, justificou na época.

Ciro Gomes não explicou como seriam as articulações com o setor bancário para alcançar o objetivo. Para o então candidato, o mais importante era mudar a situação de 66,6 milhões de brasileiros com o nome negativado no Serasa (algo como quatro em cada dez pessoas, um recorde desde o início da série histórica da instituição), o que geraria o “constrangimento” de não ter acesso a crédito em decorrência de dívidas bancárias. “E isso explode no desemprego, porque se as famílias não têm crédito e renda, elas não consomem. E, se não consomem, a economia para e o desemprego explode, que é o que estamos assistindo”, disse.

No texto do projeto de lei, o deputado Marcio Neves também cita o modelo britânico como exemplo. Por lá, explica, o alvo de limitação legal de juros, desde 2015, são os empréstimos do tipo “curto prazo e custo alto” (high-cost short-term credit). “Trata-se de crédito utilizado para cobrir despesas cotidianas e, por isso, acredito possa ser disciplinado de mesmo modo também aqui, porque, no Brasil, despesas cotidianas são feitas cada vez mais por meio de cartão de crédito e cheque especial provocando super endividamentos e, também, porque aprovada a medida, certamente estaremos contribuindo para a racionalização da cobrança de juros no País”, diz o inteiro teor do PL.

Igor Lucena explica que, ao focar em pequenos empréstimos, a legislação britânica é mais semelhante à lei da usura brasileira (Decreto 22626). Segundo o artigo 13, “é considerado delito de usura, toda a simulação ou prática tendente a ocultar a verdadeira taxa do juro ou a fraudar os dispositivos desta lei, para o fim de sujeitar o devedor a maiores prestações ou encargos, além dos estabelecidos no respectivo título ou instrumento”. “Aquelas financeiras que cobram 1.000% de juro estão agindo à margem da lei. Isso acontece em operações de crédito menores. Se fosse um projeto voltado a essas financeiras, talvez fosse mais lógico, mas não é o caso. Buscar solução simples para problema complexo termina criando um problema mais complexo ainda”, analisa o economista.

Faltam estudos de viabilidade 
O doutor em relações internacionais reforça que, embora baixar os juros seja do interesse de muitos, fazê-lo “na canetada, como em 2015, 2016” não funciona. “O efeito prático é que as taxas de juros de longo prazo, controladas pelo mercado, sobem. Você diminui a oferta de crédito, há um aumento da inflação. É basicamente a mesma coisa [do projeto antiganância], toma-se uma atitude em tese positiva pelo meio errado. Até agora, não vi nenhum estudo sobre isso”, acentua Lucena.

Claudio Shikida concorda que é “estranho” uma proposta do tipo aparecer em campanhas políticas, uma vez que candidatos têm assessoria econômica. “Me parece uma proposta para ganhar voto, porque atrai as pessoas. Tem perfil de consumidor endividado no Brasil que vem desde a pandemia”, analisa. “Entendo que a lógica dos votos é mais importante, mas seria interessante que qualquer proposta assim viesse acompanhada de um estudo de avaliação de impacto, mostrando o custo e o benefício. Uma análise vem feita, séria, quantitativa. Como nos últimos anos o governo federal fez com relativo sucesso, criando aquela lei de avaliação de impacto regulatório. Acho que valeria a pena ter uma avaliação de impacto dessas mudanças que são propostas”, defende.

A Gazeta do Povo entrou em contato com o gabinete do deputado Mauricio Neves, para questionar a existência de um estudo de viabilidade do projeto, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/projeto-de-lei-antiganancia-quer-limitar-juros-no-brasil-entenda-por-que-seria-um-desastre/
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QUAL A MELHOR SOLUÇÃO: MAIS ESCOLAS INTEGRAIS OU MELHOR ENSINO?

 

Ensino público
Entenda prós e contras do plano
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília


Expansão das escolas públicas de tempo integral é um objetivo de Camilo Santana, ministro da Educação.| Foto: Eugenio Barreto

O ministro da Educação, Camilo Santana, manifestou em janeiro seu desejo de expandir a oferta de ensino em tempo integral nas escolas públicas do Brasil. A medida pode ter alguns pontos positivos, como mitigar temporariamente o contato dos jovens com a criminalidade, mas pesquisadores e especialistas em educação alertam para a ineficácia do tempo integral na aprendizagem, para os gastos exorbitantes em detrimento do baixo benefício que esse tipo de educação supõe, e para o erro de foco, que deveria estar na qualidade do ensino oferecido, e não na quantidade de horas em sala de aula.

Santana disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que defende a ampliação do tempo integral “em todas as séries”, mas que o planejamento disso se iniciará pelo ensino médio e pelas últimas séries do fundamental, que, segundo ele, são “os anos mais delicados para o jovem”. “É uma política de proteção da meninada. A maior política de prevenção à violência é implementar a escola em tempo integral em todos os níveis”, afirmou.

O tema é suscitado na esfera federal ao mesmo tempo em que seu debate vem à tona em diversas secretarias de educação estaduais. No Ceará, por exemplo, o governo anunciou recentemente que criará mais 80 escolas de ensino médio em tempo integral, o que fará com que mais de 70% da rede estadual cearense funcione em jornada ampliada. No Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) anunciou que mais 86 instituições da rede pública passarão a oferecer ensino integral, totalizando 253 colégios e abarcando 55 mil estudantes.

Em São Paulo, por outro lado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quer refrear a expansão acelerada que o governo Doria promoveu na oferta de ensino em tempo integral. Em entrevista recente à Rádio Bandeirantes, Tarcísio disse que “não adianta ter escolas de tempo integral se a escola não tiver infraestrutura”. “Hoje você tem, principalmente nas regiões periféricas, pouca oferta de salas de aula, salas de aulas lotadas”, comentou.

As instituições de tempo integral, para ele, podem acabar desvalorizando os profissionais de educação. “Vamos supor: ‘Ah, vou montar uma escola de tempo integral…’ Aquele profissional que tinha que ter trabalhar em duas escolas diferentes para garantir o seu sustento, quando ele ficar preso a uma escola só, não vai ter recurso. A escola de tempo integral só faz sentido se eu tiver a bonificação necessária para fixar aquele profissional numa escola só.”

A tendência nacional de crescimento da oferta do ensino integral na rede pública segue uma determinação do Plano Nacional de Educação (PNE) de 2013. A meta 6 do PNE é oferecer educação nesse modelo em, no mínimo, 50% das escolas públicas, atendendo ao menos 25% dos alunos.

A implementação de escolas públicas de tempo integral no Brasil começou antes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), contudo, com o Programa Mais Educação, criado em 2007. A ideia do projeto foi ampliar a jornada escolar nas instituições públicas para no mínimo 7 horas diárias, com a previsão de atividades optativas como educação ambiental, cultura digital, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica.

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Foco deveria ser melhorar qualidade do ensino, e não ampliar quantidade de tempo, dizem especialistas
Para Ilona Becskeházy, ex-secretária de Educação Básica do MEC e colunista da Gazeta do Povo, não adianta aumentar a quantidade de tempo que os jovens passam na escola sem aprimorar a qualidade dos currículos, que têm sido uma pedra no sapato da educação básica no Brasil. “Sem currículo, podemos ter aula 24/7 que não vai mudar nada”, critica.

A especialista considera que a ampliação da oferta de escolas em tempo integral servirá como pretexto para aumentar investimento com pouca previsão de retorno. “A esquerda sempre gosta de gastar mais e contratar mais. E não há refém melhor para justificar gasto que aluno que não aprende”, observa.

A educadora Anamaria Camargo, presidente e diretora-executiva do Livre pra Escolher, diz que as escolas em tempo integral da rede pública tendem a funcionar, em certa medida, “como um depósito de crianças”. “É muito aquele pensamento de que ‘é melhor deixar na escola do que deixar na rua, porque tem violência, porque tem tráfico de drogas’. Nesse aspecto social, pode até ter algum papel, mas, educativamente falando, não há ganho”, comenta.

Para ela, é necessário pensar sobretudo na relação custo-benefício, e as evidências sobre os resultados obtidos com o ensino integral não justificam o aumento de gastos. “Vale a pena gastar 2% do PIB em ‘depósito de adolescentes’? Outras medidas não seriam melhores? A gente sabe que, dificilmente, com os projetos que costumam surgir, com os mesmos professores, com os mesmos alunos, dificilmente esses 2% do PIB vão se transformar em educação de qualidade.”

Anamaria recorda que boa parte das pessoas que entram em cursos de Pedagogia tem baixo desempenho na escola, e que são essas mesmas pessoas que conduzirão as salas de aula nas instituições de tempo integral. “Sem querer desmerecer a boa vontade dos professores, o esforço. Mas em termos cognitivos, de preparação, o Brasil seleciona muito mal seus professores. Para entrar em um curso de Pedagogia, para ser professor, o nível de exigência é muito baixo. A gente seleciona entre os piores. E é esse mesmo grupo de pessoas que é contratado para o contraturno da escola”, diz.

A perspectiva de resultados tende a ser ainda mais baixa levando em conta algumas mudanças implementadas pelo Novo Ensino Médio – projeto de reforma previsto na BNCC que começou a ser implementado em 2022. Recentemente, reportagem do jornal O Globo mostrou que disciplinas tradicionais têm perdido espaço em algumas escolas, enquanto surgem matérias como “RPG”, “Brigadeiro caseiro” e “Mundo Pets SA”. A mudança faz parte de um processo previsto pela BNCC chamado “itinerários formativos”, que busca trazer para a escola algumas áreas de conhecimento que seriam de interesse dos estudantes.

Para Anamaria, esse é mais um motivo pelo qual a expansão do ensino em tempo integral tende a dar pouco resultado. “Provavelmente não vai ter nenhum efeito em termos de preparação acadêmica do aluno. Eles vão preencher o tempo usando essas disciplinas esquisitas, tipo ‘brigadeiro caseiro’ ou coisas assim.”

Pesquisa revela ineficácia do ensino em tempo integral na aprendizagem de alunos da rede pública
Ilona Becskeházy avalia que a falta de embasamento científico é outro problema da decisão de ampliar o ensino em tempo integral. Para ela, a medida suporá um aumento nos gastos sem previsão de benefícios, já que a ampliação do tempo dos estudantes nas escolas não tem sua eficácia comprovada por pesquisas científicas. “Como qualquer desenho de políticas públicas, é preciso usar evidências científicas para pautar gastos”, diz.

Em 2019, a pesquisadora Juliana Viana Gandra, doutoranda do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas (Cedeplar) da UFMG, constatou em pesquisa quantitativa que o Programa Mais Educação, de expansão do ensino de tempo integral, piorou o desempenho médio de alunos nas avaliações de português e matemática da Prova Brasil.

“Na amostra analisada, o Mais Educação contribuiu negativamente para o desempenho médio (exceto em alguns casos em que o efeito foi inexistente). Os resultados encontrados indicam a possibilidade de problemas no desenho do programa, e, desenvolvidas da forma como estão, as atividades propostas aos estudantes podem ser ineficientes para promover as habilidades que são cobradas em testes padronizados como a Prova Brasil”, afirmou o estudo.

A pesquisadora apresenta algumas hipóteses para a queda no rendimento, como a possibilidade de que o perfil dos alunos que decidiram recorrer às escolas do Programa Mais Educação seja diferente do estudante médio matriculado em turno único. “Estudos constataram que a presença do Mais Educação reduz as taxas de reprovação e abandono. É natural intuir que estes alunos que contaram com a ajuda do programa para permanecerem na escola ou progredir de ano apresentam um rendimento inferior aos outros”, explica.

Outra hipótese, segundo ela, é “a pouca conexão entre as atividades desenvolvidas pelos alunos do programa e as habilidades cobradas nos testes da Prova Brasil”. “As escolas participantes do programa não necessariamente estão trabalhando no contraturno assuntos relacionados aos conteúdos cobrados na Prova Brasil”, diz.

Para Anamaria Camargo, em vez de aumentar o uso de recursos para projetos com resultados incertos, a educação pública brasileira deveria focar na melhor aplicação de “um currículo mínimo, enxuto e robusto”. “Uma vez que isso seja garantido, aí eles comecem a ensinar a fazer brigadeiro. Mas, primeiro, tem que fazer por merecer os recursos que a gente coloca lá. Ano após ano aumentam o investimento, os gastos com educação, e os resultados continuam péssimos. Não houve qualquer avanço no desempenho no Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos]. Zero”, afirma.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/mec-quer-mais-escolas-em-tempo-integral-entenda-pros-e-contras/
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EX-DEPUTADO PRESO E O BLOCO DO AGRO SAIU ILESO

 

Fim da folia
Daniel Silveira que segue preso

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).| Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O Rio Amazonas vai assistir a um recorde brasileiro. De Itaituba até Barcarena, que é um terminal lá do ladinho de Belém, vão ser transportadas 70 mil toneladas de grãos de uma só vez, colhidos na região produtora de Mato Grosso, do sul do Pará, etc. E num trajeto aí de uns 1200 quilômetros, o equivalente ou substituindo 1666 caminhões. O recorde é um comboio de 35 barcaças juntas, dá uma largura de 75 metros, um comprimento de 364 metros, e uma carga de 70 mil toneladas. Imaginem a racionalidade desse transporte. Já chega lá no porto de exportação. É o Brasil do agro. É por conta da Hidrovias do Brasil esse registro.

Em 1978, folião não tinha medo
Ontem foi terça-feira gorda e saiu às ruas o bloco organizado por jornalistas e intelectuais de Brasília (DF). Foi criado em 1978, eu me lembro, para satirizar o governo. Aliás, jornalismo é a oposição, como diz Millôr Fernandes. O resto são secos e molhados. Não estou vendo isso agora, mas é assim. O bloco já saiu de cara satirizando o pacote de abril de Ernesto Geisel, que inventou o senador biônico, aumentou o mandato do presidente, etc. E o primeiro versinho da primeira marchinha era (fazendo trocadilho com o aiatolá do Irã): “Geisel você nos atolou, Figueiredo também vai nos atolar”. E ninguém foi preso. Era o governo militar e ninguém foi preso.

Estou dizendo isso pra comparar com hoje. Em 1978, debochando de Geisel e Figueiredo, dois generais, e ninguém terminou preso, não. Foi todo mundo para a casa. Se é que foi para a casa, não foi para o boteco de novo. Só para a gente comparar e eu vivi aquele tempo. O que estou vivendo agora são pessoas postas em ônibus de repente, sem saber para onde vão, e acabam na prisão, sem saber o porquê.

A marcha estranha do Judiciário
Por falar nisso, acho estranho o que está acontecendo com o Daniel Silveira, o ex-deputado. Está preso de novo. Foi indultado, mas está preso, porque não teria cumprido a ordem judicial de andar de tornozeleira eletrônica, não fazer declarações nas redes sociais e não dar entrevista. Encontraram na casa dele, na batida policial, em Teresópolis, R$ 270 mil. E agora a polícia está perguntando para o Supremo Tribunal Federal se tem de investigar a origem desse dinheiro.

Em primeiro lugar, a gente sabe que ele está com as contas bloqueadas, portanto não pode usar banco. E também perguntam a origem dos quatro carros que estavam na casa dele. Creio que não são Mercedes, nem Audi, nem BMW, porque se não estaria no noticiário. Mas acho estranho o seguinte: estou registrando isso porque ele não é mais deputado, não tem mais foro privilegiado no Supremo. Ele é primeira instância. E o Supremo já decidiu isso em relação ao Bolsonaro, com as denúncias de partido político, do Randolfe Rodrigues e tal. O Supremo já disse que é primeira instância porque o Bolsonaro não tem mais foro privilegiado. Então, não sei por que com o Daniel Silveira ficou diferente. São essas coisas que a gente não consegue entender pensando na lógica do devido processo legal, dos hábitos do poder judiciário.

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SLEEPING GIANTS NO BRASIL

Sleeping Giants

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


| Foto:

Uma organização copiada de algo semelhante que existe na militância política extremista dos Estados Unidos, e da qual importou até o nome em inglês, está agredindo de maneira flagrante, sistemática e sem qualquer controle das autoridades públicas um dos mandamentos mais elementares da Constituição Federal do Brasil – a liberdade de expressão. O grupo se dá o nome de “Sleeping Giants”, ou “Gigantes Adormecidos”, e a sua atividade central é fazer chantagem e ameaças contra empresas privadas que anunciam seus produtos e serviços nos veículos brasileiros de comunicação. Funciona como uma polícia da mídia: eles intimam as empresas a deixarem de anunciar neste ou naquele órgão de imprensa que entrou em sua lista negra, sob pena de sofrerem ataques difamatórios nas redes sociais. Os veículos perseguidos pela organização são, sem nenhuma exceção, publicações que não fazem parte da confederação nacional das redações “de esquerda”; são, portanto, “de direita” e na visão do SG devem ser fechadas. Sua arma é a sabotagem econômica. Imaginam que eliminando receitas dos órgãos que perseguem vão levar todos ao fechamento.

A Gazeta do Povo já foi agredida pela organização; não admitem, lá, que este jornal tenha um conteúdo independente, e não aceite se submeter ao consórcio pró-esquerda e pró-Lula que administra hoje o que foram, no passado, os meios de comunicação deste país. Não deu certo, pois a Gazeta continua viva e atuante, mas o SG é um deboche aberto às instituições brasileiras. As mais supremas autoridades do Brasil insistem o tempo todo que é proibido pregar contra os princípios democráticos – ninguém pode, por exemplo, propor a “desmonetização” das eleições, ou do Congresso e muito menos do STF, com o propósito de fechar tudo por falta de dinheiro; aliás, corre o risco de ir para a cadeia se fizer isso. O SG propõe, diretamente, a eliminação de um preceito constitucional, a liberdade de expressão, que tem tanto valor quando a realização de eleições e o funcionamento dos Poderes Legislativo e Judiciário. É como pregar a volta do Ato 5 e da sua censura – algo que o STF garante que está proibido.

Sua arma é a sabotagem econômica. Imaginam que eliminando receitas dos órgãos que perseguem vão levar todos ao fechamento

A Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão soltou uma nota em que acusa o SG de praticar intimidação contra empresas e veículos de imprensa, e denuncia as suas ações destrutivas em relação ao direito constitucional do pensamento e da palavra livres. É disso, precisamente, que se trata: intimidação, apesar de toda a hipocrisia utilizada pelo SG para justificar suas atividades. Empresas fracas, conduzidas por dirigentes medrosos, entram em pânico quando o SG bate à sua porta exigindo que suspendam anúncios no veículo “A” ou “B” – chamam os advogados, convocam os gerentes de “imagem”, abrem mão do seu direito de anunciarem livremente e obedecem correndo as ordens que recebem. É uma desgraça a mais, na escalada cada vez mais intolerante contra a diversidade de ideias no Brasil.


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FRITADEIRAS SEM ÓLEO DO MERCADO

 

Eletrodomésticos

Campeãs do custo-benefício

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Com proposta de preparo dos alimentos de forma saudável, várias marcas disputam a preferência dos consumidores numa faixa média de preços

Ela virou uma verdadeira paixão nacional: a airfryer deixou há muito de ser artigo de luxo e hoje está cada vez mais presente nas cozinhas brasileiras.

Muito mais do que apenas “fritar” alimentos com ar quente, sem óleo, como batata, carnes, etc, o que elas fazem com maestria, essas máquinas são capazes de preparar pães, pão de queijo, bolo, pudim e uma infinidade de outras receitas.

Existem, claro, modelos com maior capacidade no cesto e mais sofisticados, contando até mesmo com controle digital de temperatura, botões touch e até mesmo conexão com aplicativo para download de receitas e monitoramento do aquecimento, além de comando de voz.

Abaixo, apresentamos opções mais em conta de marcas reconhecidas com excelente custo-benefício e ótimas capacidade e potência, que certamente se tornarão uma peça-chave na sua cozinha e indispensáveis no seu dia a dia.

Fritadeira elétrica Grand Airfryer

EAF30, da Electrolux

Esse modelo apresenta um belo design em cinza-chumbo e botões prateados, trazendo um cesto interno removível e antiaderente com grande capacidade – são 4L – enquanto a cuba comporta ao todo 4,5L. Esse modelo também está disponível aqui na cor vermelha.Compre na AmazonCompre na Fast ShopCompre na Casas Bahia

*Quando esta matéria foi publicada, o preço era entre R$ 399,00 e R$ 509,00

Combinando o uso do timer e do controle de temperatura, você pode preparar com facilidade receitas pré-definidas que vêm estampadas na parte superior. Isto também é uma mão na roda se você estiver com dúvidas, por exemplo, de como fazer a programação ideal de um determinado alimento, garantindo que obterá um resultado perfeito.

Um indicador luminoso de funcionamento avisa quando a fritadeira está em funcionamento, com segurança e praticidade.

Sua potência é de ótimos 1400W e, pelas avaliações, é bastante prática de limpar, devendo-se apenas tomar cuidado com as borrachinhas de sustentação na base do cesto, que costumam se soltar.

O modelo da Electrolux sai por R$ 399,99 nas Casas Bahia, custa R$ 482,13 na Fast Shop e é vendido por R$ 509,90 na Amazon.

Fritadeira sem óleo

AF-30, da Mondial

Mais compacto, este modelo da Mondial tem capacidade de 3,5L no cesto, mais do que suficiente para preparações em boa quantidade para a família.Compre na AmericanasCompre na Magazine LuizaCompre na Amazon

*Quando esta matéria foi publicada, o preço era entre R$ 340,00 e R$ 380,00

Apresenta uma potência muito boa de 1500W e combina um controle de temperatura, capaz de atingir até 200°C a um timer de até uma hora, com cinco sugestões de receitas gravadas na parte superior, que servem como guia para preparar diversos alimentos.

Como diferencial, esse produto tem o cesto revestido por Duraflon, material antiaderente exclusivo da Mondial, e ainda duas lâmpadas indicativas de funcionamento, para você monitorar as fases de aquecimento e funcionamento. Seu painel frontal é bastante resistente, feito de aço inox.

Alguns links e valores para você adquirir: no Magazine Luiza por R$ 341,05; nas Americanas por R$ 350,50; ou na Amazon custando R$ 378,99.

Leia também o teste prático de Paladar com oito modelos de airfryer.

Fritadeira Airfryer sem óleo

Branco 127V Midea

Trata-se da única 4L do mercado com cesto neste formato – e ele pode inclusive ser posto diretamente na lava-louças, sem risco de estragar.Compre na AmazonCompre na Shop TimeCompre na Americanas

*Quando esta matéria foi publicada, o preço era entre R$ 320,00 e R$ 500,00

Com design bastante diferente, mais bojudo na parte inferior, para abrigar um cesto de formato quadrado – permitindo acomodar mais alimentos no mesmo espaço, com uma distribuição mais eficiente – este modelo da Midea é um sério candidato a estrela da sua cozinha.

Tem uma trava de segurança para evitar a liberação inadvertida do cesto e sistema que desliga automaticamente a circulação de ar assim que ele é retirado.

Com potência de 1500W, é revestida totalmente de aço inox internamente e está disponível nas versões preta e branca, esta última com custo mais elevado.

Esta air fryer custa R$ 327,75 nas Americanas, R$ 351,73 no Shoptime (preta) e R$ 491,92 na Amazon (branca)



Crédito da primeira foto: Louis Hansel / Unsplash

Tudo que recomendamos

Fritadeira elétrica

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CHATGPT É UMA NOVA TECNOLOGIA PARA DESAFIAR PRÁTICAS OBSOLETAS

 

E a adaptação é inevitável

O que toda nova tecnologia faz é desafiar práticas obsoletas que seguem entre nós

Por Mauricio Benvenutti

Quando comparada à atual força de trabalho, a nova geração de profissionais desenvolverá um conjunto de habilidades bem diferente. E o ChatGPT é só uma prévia do que veremos no mercado como um todo. Precisaremos nos adaptar com a produção automática de textos assim como nos adaptamos com tantas outras inovações no passado.

Na educação, já vi professores preocupados com o uso dessa tecnologia no dever de casa dos estudantes. Por outro lado, também vi muitos falarem: “Caramba, isso é uma espécie de instrutor particular para cada aluno!”. É bem provável que o ChatGPT ensine coisas às crianças – com precisão e rapidez jamais vistas – sem que elas precisem abrir um só livro didático. É um mundo novo, sim. E o mundo exterior é sempre mais avançado do que as crenças e verdades existentes no interior das organizações.

Faculdade de Medicina da USP discute impacto do ChatGPT na saúde

Apesar do ChatGPT ser recente, é interessante observar que a primeira reação de muita gente é temer as inovações e jogar na defensiva diante delas, como se isso fosse pará-las. Nesse tipo de situação, em que algo é capaz de mudar as “regras do jogo” e criar uma fronteira de novas possibilidades, o melhor questionamento não é sobre parar ou não, mas como administrar o fato de que o seu uso é inevitável.

Desde o início do ano, centenas de escolas proibiram o ChatGPT em suas dependências. E é fácil entender o porquê. Afinal, trata-se de um serviço poderoso, que apareceu sem aviso prévio, com desempenho satisfatório para resolver inúmeras tarefas acadêmicas. Porém, com a abordagem certa, ele pode ser um instrumento de ensino extremamente eficaz. A professora do ensino médio americano Cherie Shields, por exemplo, pediu que seus alunos criassem rascunhos com o ChatGPT para comparar dois contos do século 19. Após fazerem isso, eles guardaram os laptops e escreveram uma redação à mão. O processo não só aprofundou a compreensão dos alunos sobre as histórias, mas também os ensinou a interagir com a inteligência artificial para obter respostas úteis e aplicáveis ao que precisavam.

O que toda nova tecnologia faz é desafiar práticas obsoletas e ultrapassadas que seguem convivendo insistentemente entre nós, não importa a indústria. Os jovens de hoje vão se graduar em um mundo repleto de recursos inimagináveis anos atrás, sendo a inteligência artificial generativa um deles. Conhecer essas ferramentas e saber trabalhar com elas não será nada menos do que uma vantagem competitiva enorme.

Chat GPT: o que é, como funciona e como usar

Inteligência artificial promete ser uma revolução capaz de rivalizar até mesmo com o Google, mudando a maneira como nos relacionamos com a tecnologia

Por Wikerson Landim – Mundo Conectado

Chat GPT: o que é, como funciona e como usar

Se hoje você faz pesquisas e encontra sites usando o Google, pode ser que no futuro o ChatGPT seja a sua primeira opção. A ferramenta de inteligência artificial lançada no final de 2022 se tornou um sucesso e deixou os concorrentes assustados. Mas, afinal: o que é, como funciona e como usar o Chat GPT?

Preparamos um artigo especial para tirar todas as suas dúvidas sobre essa ferramenta. Ao menos por enquanto, o uso é completamente gratuito, mas planos pagos já estão sendo lançados. A inteligência artificial do ChatGPT pode ser integrada em diversos outros aplicativos e serviços, o que pode representar uma mudança de paradigma em muitos sentidos.

O que é o Chat GPT?

O Chat GPT é um algoritmo baseado em inteligência artificial. Ele foi criado por um laboratório de pesquisas em inteligência artificial dos EUA chamado OpenAI, com sede em San Francisco. O nome ChatGPT é uma sigla para “Generative Pre-Trained Transformer” – algo como “Transformador pré-treinado generativo”.

O algoritmo do ChatGPT teve seu desenvolvimento pautado em redes neurais e machine learning, tendo sido criado com foco em diálogos virtuais. A ideia é que ele pudesse aprimorar a experiência e os recursos oferecidos por assistentes virtuais, como Alexa ou Google Assistente. O sucesso da ferramenta está em oferecer ao usuário uma forma simples de conversar e obter respostas.

A arquitetura do ChatGPT se baseia em uma rede neural chamada Transformer, projetada especialmente para lidar com textos. O modelo de inteligência artificial tem várias camadas que permitem à plataforma prestar atenção nas palavras-chave, ao contexto e aos diferentes significados que as palavras podem ter. Trata-se de um modelo extremamente avançado de geração de texto.

ELON MUSK É UM DOS CRIADORES DA OPENAI, EMPRESA SEM FINS LUCRATIVOS RESPONSÁVEL PELO CHATGPT

E quem é o dono do ChatGPT? A organização OpenAI, criada em 2015, em tese é sem fins lucrativos, e vem recebendo aporte financeiro de diversas empresas com objetivo de desenvolver a tecnologia. Elon Musk, criador da Tesla e da SpaceX, é também um dos cofundadores da OpenAI, mas deixou a empresa. Além dele, estão na lista Sam Altman, que está à frente das operações; Peter Thiel, cofundador do PayPal; e Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn, entre outros.

OpenAI e ChatGPT: por que Elon Musk abandonou a empresa mais promissora da atualidade

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Bilionário ajudou a fundar a empresa, ainda investe nela, mas diz ter se afastado após discordâncias com parte do time

Como funciona o ChatGPT?

Como toda inteligência artificial, o ChatGPT se alimenta de informações que coleta na internet. Portanto, o que está disponível na internet atualmente é a base de dados do algoritmo. Baseado em padrões e no cruzamento das informações, o ChatGPT transforma as querys, os questionamentos dos usuários, em respostas.

OpenAI: a dona do Chat GPT

OpenAI: a dona do ChatGPT

O grande diferencial aqui é que essas respostas podem ser criativas. Por exemplo, ao perguntar sobre um determinado assunto, diferente do que ocorre em um mecanismo de busca, que apenas retorna os resultados, o Chat GPT é capaz de contextualizá-los e elaborar textos, letras de música, poesias, contos, códigos de programação, receitas e assim por diante.

O CHATGPT É CAPAZ DE CRIAR TEXTOS, CONTOS, POESIAS, RECEITAS, CÓDIGOS DE PROGRAMAÇÃO E MUITO MAIS

Além disso, o algoritmo pode ser integrado a outros aplicativos por meio de uma API, transformando a experiência do usuário. Em outras palavras, não será necessário acessar um determinado site e fazer as suas perguntas: elas podem ser incorporadas em serviços como o Microsoft Word, o WhatsApp, chatbots de atendimento e assim por diante.

Você está pronto para usar o Chat GPT?

Você está pronto para usar o ChatGPT?

Como usar o ChatGPT?

Se você nunca teve a oportunidade de testar o ChatGPT, aqui vai o passo a passo para usar a ferramenta. Vale lembrar que o ChatGPT já está disponível em português, o que facilita a vida dos brasileiros. Outra menção é importante é o fato de que a o ChatGPT é gratuito, mas devido ao grande volume de acessos o serviço tem encontrado algumas instabilidades.

Planos pagos já estão disponíveis e custam cerca de US$ 20 por mês – o equivalente a aproximadamente R$ 100, mais impostos. A principal vantagem de pagar é ter acesso prioritário ao algoritmo, mesmo em momentos nos quais a plataforma se mostra congestionada.

Passo 1. Acesse o site oficial do Chat GPT neste link.

Página inicial do Chat GPT

Página inicial do Chat GPT

Passo 2. Na página inicial, clique em “Try Chat GPT”.

Tela de login do Chat GPT

Tela de login do Chat GPT

Passo 3. Na tela seguinte, clique em “Log In” para fazer seu login na plataforma.

Passo 4. O sistema permite que você o acesse de três formas. 1) com uma conta Google; 2) com uma conta Microsoft; 3) criando uma conta na plataforma. Escolha qual das opções mais agradar.

Chat GPT quer saber quem é você

ChatGPT quer saber quem é você

Passo 5. Na tela seguinte, digite nome e sobrenome e clique em “Continue”. Ao fazer isso você concorda com os termos de uso do serviço e confirma que tem mais de 18 anos.

Use um número de telefone válido no Chat GPT

Use um número de telefone válido no Chat GPT

Passo 6. Insira o seu número de telefone para verificação. Não se esqueça de adicionar o DDD e o código do país. Clique em “Send Code”. Você receberá o código de seis dígitos por mensagem de texto no seu celular.

Passo 7. Pronto! Agora é só digitar as perguntas que você desejar no campo de busca, localizado no rodapé da página.

O que é o Chat GPT?

O que é o ChatGPT?

ChatGPT não é perfeito, mas será aperfeiçoado

Ainda não é possível se basear no ChatGPT para tomar todas as suas decisões. Isso porque os próprios criadores da plataforma alertam que as respostas dadas por ele podem ser imprecisas e o mecanismo ainda se encontra em fase beta. Portanto, ainda que os resultados sejam próximos do ideal, erros podem acontecer.

Os textos escritos pela plataforma, especialmente em português, ainda têm uma qualidade abaixo do conteúdo produzido por um profissional. Entretanto, a expectativa é que a inteligência artificial evolua e com o tempo possa escrever textos mais complexos e mais difíceis de serem identificados como gerados por uma máquina.

Receita de bolo feita pelo Chat GPT

Receita de bolo feita pelo Chat GPT

O sistema conta ainda com recursos que impedem o uso da ferramenta de forma nociva. São evitados termos chulos e mesmo conteúdo que possa reforçar estereótipos ou aspectos de preconceito também não é aceito. O sistema foi alimentado com informações sobre o que ocorreu até 2021: eventos a partir dessa data, portanto, não são compreendidos pelo algoritmo, uma vez que ele não tem uma base de dados posterior.

Faça o teste: pergunte algo sobre a Copa do Mundo de 2022 e você verá que as respostas serão imprecisas, vagas ou incorretas.

Chat GPT não sabe quem ganhou a Copa do Mundo 2022

Chat GPT não sabe quem ganhou a Copa do Mundo 2022

Por que o Google está preocupado com o Chat GPT?

Líder no mercado de buscas há algumas décadas, a Google pela primeira vez vê seu principal produto ameaçado. O temor é de que as pessoas troquem o Google pelo ChatGPT, o que acendeu um sinal de alerta na sede da empresa em Mountain View, na Califórnia. Até mesmo Larry Page e Sergey Brin, fundadores do Google, foram chamados de volta para atuar no dia a dia da empresa visando encontrar soluções que possam combater de imediato essa ameaça. 

A expectativa é que o Google incorpore a tecnologia do ChatGPT em seu mecanismo de busca ou, ainda, apresente uma alternativa similar, permitindo que os usuários “conversem” com o mecanismo de busca, além de fazerem as pesquisas convencionais. Vale lembrar ainda que usuários mais jovens têm deixado de lado o Google e feito pesquisas diretamente em redes sociais como o TikTok ou o Instagram. Portanto, podemos estar diante de uma mudança de paradigma com relação à forma como as pessoas buscam informações.

Chat GPT: inteligência artificial derrota 80% dos candidatos em processo seletivo

Por outro lado, empresas como a Microsoft veem no ChatGPT uma grande oportunidade de se diferenciar no mercado. A companhia de Redmond planeja incluir recursos de inteligência artificial no Windows 11 e em todos seus produtos já existentes, como o Bing, o Microsoft Word e o Microsoft Teams. Já a Meta preferiu desdenhar do ChatGPT, dizendo que ele não é nada revolucionário. Além disso, novos mecanismos de busca mais aperfeiçoados podem surgir. Na China, o Baidu também promete lançar a sua versão do ChatGPT.

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ChatGPT vai transformar a maneira como escrevemos?

Ainda é cedo para fazer qualquer tipo de afirmação nesse sentido. As primeiras experiências com a tecnologia mostram que os textos produzidos ainda têm uma qualidade inferior àquela das publicações escritas por profissionais. Sites de notícia internacionais como o CNET fizeram experiências utilizando chatbots para escrever textos sobre relatórios financeiros e o resultado foi a publicação de textos com imprecisões, o que pegou mal para a empresa.

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Por outro lado, o BuzzFeed anunciou a demissão de redatores e informou que utilizará mais o ChatGPT para criar conteúdos baseados em listas ou testes. A resposta do público à mudança não foi positiva, mas há que se aguardar os resultados para entender qual será o impacto da adoção desse tipo de tecnologia nas redações.

Criadores do ChatGPT lançam ferramenta para identificar textos feitos por inteligência artificial

Por fim, escolas e universidades estão em alerta para evitar que estudantes utilizem o ChatGPT para fazer trabalhos escolares e acadêmicos. De fato, deixar uma inteligência artificial substituir o pensamento pode impactar negativamente no desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes no futuro. Entretanto, os meios para se descobrir textos que foram criados na plataforma ainda não funcionam muito bem, dificultando o trabalho dos professores.

Como usar o ChatGPT para estudar para provas e concursos?

Listamos algumas sugestões de como usar o ChatGPT para estudar para provas e concursos. Sim, professores, o ChatGPT pode ser benéfico para os estudantes, desde que utilizado da maneira correta. Ele pode até mesmo ajudar você, professor, a preparar suas aulas.

Fazer resumos, tirar dúvidas sobre livros, ter ideias para o TCC ou até mesmo criar simulados sobre temas específicos são algumas das possibilidades. Preparamos um conteúdo especial com muitas dicas de como usar o ChatGPT para estudar. Confira!

Como usar o ChatGPT para estudar para provas e concursos

Como usar o ChatGPT para estudar para provas e concursos
Tire proveito dos recursos de inteligência artificial e faça ele trabalhar a seu favor na hora de estudar e fazer trabalhos na escola ou na universidade

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Você já testou o Chat GPT? O que achou dos recursos que a ferramenta oferece? Será que vem uma revolução por aí? Conte para a gente a sua opinião nos comentários.

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