quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

VIRUS DE MARBURG É UMA REALIDADE COMPROVADA PELA OMS

 

Tem surto confirmado pela OMS

Foto: Mike Hutchings/Reuters –

Por Redação – Jornal Estadão

Taxa de letalidade do vírus, ‘primo’ do Ebola que causa febre hemorrágica, é de 88%; nove mortes já foram confirmadas

Guiné Equatorial, na África Central, confirmou seu primeiro surto do vírus de Marburg, da mesma família do Ebola. A regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) na África informou na segunda-feira, 13, que nove mortes foram confirmadas e 16 casos são investigados como suspeitos.

A doença de Marburg causa febre hemorrágica, com taxa de letalidade de até 88%, de acordo com a OMS, o que faz dele um dos vírus mais mortais do mundo. O quadro começa abruptamente, com febre alta, dor de cabeça e mal-estar intensos. Muitos pacientes desenvolvem sintomas hemorrágicos graves dentro de sete dias.

“Marburg é altamente infeccioso. Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pode atingir todo o vapor rapidamente para salvarmos vidas e determos o vírus o mais rápido possível”, disse, em nota, Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS na África.

A doença foi detectada pela primeira vez em 1967, com surtos simultâneos nas cidades alemãs de Marburg e Frankfurt, e em Belgrado, na Sérvia. O vírus é transmitido aos humanos por morcegos frugívoros e se espalha entre os humanos por meio do contato direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infectados.

Por ora, não há vacinas ou tratamentos antivirais. Contudo, segundo a OMS, cuidados de suporte (reidratação com fluidos orais ou intravenosos) e tratamento de sintomas específicos melhoram a sobrevida do paciente.

Em 2004, um surto do vírus na Angola matou 90% dos 252 infectados. No ano passado, houve duas mortes relatadas pelo Marburg em Gana.

Trabalhadores borrifam desinfetantes durante surto mortal de febre hemorrágica de Marburg em Uige, no norte de Angola, em 2005
Trabalhadores borrifam desinfetantes durante surto mortal de febre hemorrágica de Marburg em Uige, no norte de Angola, em 2005 Foto: Stringer/Reuters – 27/03/2005

Reunião de emergência

Frente aos nove óbitos confirmados, a OMS anunciou na terça, 14, uma reunião de emergência do consórcio denominado Marvac, que promove a colaboração internacional para o desenvolvimento de vacinas contra o vírus de Marburg. O consórcio é coordenado pela OMS e inclui representantes da indústria farmacêutica, organizações sem fins lucrativos, autoridades e academia.

Os membros se reuniram para fazer um balanço da situação epidemiológica no país, bem como dos possíveis tratamentos e vacinas disponíveis./COM AGÊNCIAS

PALAVRAS NA MODA NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

Além do Hype
Três palavras do mundo dos negócios que estão na moda (e o que elas realmente significam)

Por
Allan Costa – Gazeta do Povo


Para além do hype: hoje, três palavras ganharam o mundo dos negócios. Mas o que elas realmente significam?| Foto: Rawpixel Busbus / Freepik

Já falei em artigos anteriores que, de tempos em tempos. o mundo dos negócios passa por hypes. Essas ondas são bons direcionamentos para mostrar para onde o mundo está indo, mas também trazem muitas armadilhas para aqueles que não souberem como se expor a estas novidades. Se expor cedo demais pode fazer com que você esteja oferecendo uma solução inovadora demais para a época. Contudo, se expor tarde demais pode fazer, no mínimo, com que você perca grandes oportunidades.

Pensando nisso, trouxe três palavras da moda do mundo dos negócios e o que elas realmente significam – para além do hype. Veja que algumas dessas palavras podem não estar na moda agora – enquanto outras estão – mas, com certeza, serão cada vez mais faladas ao longo dos próximos anos. Com isso, é fundamental separar aquilo que é um sinal daquilo que é um ruído.

Inteligência Artificial

A maior buzzword do momento, e que deve ser a principal palavra da moda de 2023, a Inteligência Artificial ganhou os noticiários depois do lançamento do ChatGPT, da OpenAI. A IA é, sem dúvida, revolucionária. Ela já é utilizada há muito tempo por gigantes da tecnologia e, agora, está se tornando uma tecnologia acessível a todos. Contudo, ela não é perfeita e não, não faz tudo, ao contrário do que muitas pessoas parecem acreditar. A Inteligência Artificial é uma ferramenta – sobretudo, de produtividade – que trará diversos ganhos para a sociedade, mas que não resolve todos os nossos problemas num estalar de dedos.

Comunidade

Outra palavra da moda que tem ganhado cada vez mais espaço no mundo dos negócios. Acredito fortemente que todo negócio, ainda esta década, precisará ter estratégia de construção e gerenciamento de comunidades. Ter uma comunidade forte será um grande diferencial competitivo. No entanto, ainda estamos a alguns anos de distância de descobrir quais são as reais boas práticas para chegarmos lá.

Como sempre, falar é muito mais fácil do que fazer. Além disso, construir uma comunidade não é o mais difícil. Mantê-la engajada ao longo do tempo é o que importa. Acredito que chegaremos lá, mas como sempre, precisaremos separar o que realmente faz sentido e o que é apenas conversa fiada para vender curso.

Blockchain

Já há alguns anos, blockchain é descrita como uma das tecnologias mais revolucionárias deste século. Continuo acreditando firmemente nisso, embora eu veja que ainda precisamos derrubar diversas barreiras para chegarmos lá. Esta tecnologia tem funcionado em ciclos. Desde o primeiro bloco do bitcoin, em 2009, passamos por diversos ciclos diferentes, como DeFi e NFTs. Cada um deles trouxe muito hype, mas também muitas inovações tecnológicas que ajudam a levar o ecossistema pra frente.

Blockchain nada mais é do que uma base de dados com características especiais, como imutabilidade, compossibilidade e o fato de ser auditado por qualquer um, a qualquer momento. A adoção em massa da blockchain não virá tão facilmente como a adoção da IA, como no caso do ChatGPT, mas terá tanto impacto quanto, conforme negócios e profissionais comecem a construir mais e mais, utilizando esta nova infraestrutura.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/voce-amanha/tres-palavras-do-mundo-dos-negocios-que-estao-na-moda/
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CARNES PRODUZIDAS A PARTIR DA RAIZ DO COGUMELO

 

Será que é uma boa ideia?

Tainá Freitas – Jornalista da StartSe

INOVAÇÃO

Conheça como o mercado de carne feita de plantas tem se desenvolvido no Brasil e no mundo – e quais são as startups para ficar de olho!

Embalagem da Fazenda Futuro para o mercado europeu (foto: Fazenda Futuro)

Acredite se quiser: a startup Meati, localizada em Montana, Estados Unidos, quer produzir milhares de toneladas de “carne” bovina e frango a partir de raízes de cogumelos – que, surpreendentemente, têm um gosto bem parecido com a proteína animal.

Como funciona? O fundador da companhia, Tyler Huggins, explicou que é possível obter o valor nutricional e a textura desejados ajustando a temperatura e os nutrientes para criar as condições ideais para o desenvolvimento das raízes.

De acordo com a Fast Company, quando a empresa estiver em pleno funcionamento no final de 2023, ela será capaz de produzir milhares de toneladas de produtos por ano, em uma escala comparável às maiores fazendas de gado dos Estados Unidos, utilizando praticamente 1% da terra. Será que vai dar certo?

CARNE FEITA DE PLANTAS: ENTENDA COMO FUNCIONA ESSE MERCADO BILIONÁRIO

Você pode até não comer as carnes “feitas de plantas”, mas deve começar a olhar atentamente para elas por outro motivo: o potencial mercadológico. Em 2019, o mercado global de carne vegetal foi avaliado em US$ 3,3 bilhões, de acordo com a GrandView Research.

Nos supermercados, esses produtos já concorrem com as carnes “tradicionais” nas gôndolas. São muitas as opções: hambúrgueres, linguiças, almôndegas, frangos e peixes. Elas são criadas com diferentes matérias-primas: soja, ervilha, batata, grão de bico, beterraba… A receita varia de acordo com o fabricante.

As carnes feitas de planta conquistam paladares pela semelhança e por todo o caminho percorrido até a mesa do consumidor. Isso porque não há sacrifício animal; e, em algumas marcas, há a premissa de um menor impacto ambiental.

Além da perspectiva ambiental, existe também a social: a estimativa da ONU é de que a população mundial alcance cerca de 10 bilhões de pessoas em 2050. Como alimentar tanta gente é uma das preocupações no mundo inteiro desde já – e a carne plant-based e até de laboratório se tornam alternativas cada vez mais viáveis.

É O FUTURO?

Futuro Burger 2030 (foto: reprodução/Fazenda Futuro)

Em 2017, Marcos Leta, fundador da empresa de sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky criaram a startup Fazenda Futuro. A empresa foi fundada após estudarem o mercado brasileiro de alimentos. Desde o início, a premissa foi concorrer com os frigoríficos, para ganhar o paladar de quem consome carne. O plant-based não se restringe aos vegetarianos e veganos.

A foodtech carrega em seu nome o que acredita – que, em breve, as carnes feitas de planta farão parte da fazenda do futuro. A iniciativa já é, em parte, uma realidade: a startup brasileira exporta seus produtos para 14 países.

Segundo dados do Grupo Pão de Açúcar disponibilizados pela companhia, a venda de carnes à base de plantas cresceu a uma média constante de 150% desde maio de 2019 nas lojas Extra e Pão de Açúcar. Atualmente, alternativas plant-based representam 1/3 da venda bruta total dos hambúrgueres congelados.

Mariana Tunis, líder de marketing da Fazenda Futuro, explica como a companhia tem trabalhado para se desempenhar em cada país: “Temos mercados que estão em desenvolvimento, como o Brasil, e ainda mercados mais competitivos tanto em produtos quanto em marcas. Em cada um deles temos algo novo a aprender sobre posicionamento. Aprendemos como consumidores entendem a categoria e como já é de nossa essência, hackeamos, e nos adaptamos para ser uma marca que efetivamente fala com o consumidor local”.

A RESPOSTA DOS FRIGORÍFICOS

No Brasil e no mundo, grandes frigoríficos não estão alheios à tendência. A americana Tyson Foods, por exemplo, já possui suas versões de nuggets plant-based. A JBS estuda criar uma empresa independente apenas para lidar com proteína vegetal. Nas prateleiras, a companhia traz seus produtos na linha “Incrível”, da Seara.

“Já esperávamos um movimento deles [frigoríficos] em relação a nossa chegada. Essa abertura de mercado é importante para a categoria, mas nós seguimos acreditando que temos um diferencial importante: além de pioneiros no Brasil, temos propósito. Queremos mudar como as pessoas consomem carne, trazendo também sustentabilidade, saudabilidade e sem sofrimento animal”, afirma Mariana Tunis.

… E DOS RESTAURANTES

McPlant oferecido no site do McDonald’s Dinamarca (foto: montagem/McDonald’s)

A mudança tem acontecido também em restaurantes, que passaram a oferecer alternativas plant-based, inspiradas em carnes ou não. No Brasil, a alternativa vegetariana do McDonald’s é um queijo coalho empanado, enquanto no Burger King existem duas opções: hambúrguer plant-based inspirado em carne ou de grão-de-bico.

Já nos Estados Unidos, o McDonald’s não apenas oferece uma versão de carne feita de plantas, como realizou uma parceria com a Beyond Meat – uma das maiores empresas do mercado – para desenvolvimento do “McPlant”, uma alternativa exclusiva para o fast-food de arcos dourados.

Enquanto isso, o Burger King dos Estados Unidos optou por fazer uma parceria com a concorrente da Beyond Meat. A Impossible Foods foi a empresa escolhida para oferecer os hambúrgueres na rede de restaurantes.

A Beyond Meat, fundada em 2009, possui capital aberto e o valor de mercado de US$ 8,97 bilhões. Já a Impossible Foods, de 2011 e do Vale do Silício, é de capital privado e já recebeu US$ 1,4 bilhão em investimentos.

ValeOn UMA STARTUP INOVADORA

A Startup ValeOn um marketplace que tem um site que é uma  Plataforma Comercial e também uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um forte relacionamento com a tecnologia.

Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.

Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o mercado já oferece para se destacar ainda mais.

Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.

inovação é a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado.

Nossa startup procura resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Carnes de cogumelos: será que é uma boa ideia?

Tainá Freitas – Jornalista da StartSe

INOVAÇÃO

Conheça como o mercado de carne feita de plantas tem se desenvolvido no Brasil e no mundo – e quais são as startups para ficar de olho!

Embalagem da Fazenda Futuro para o mercado europeu (foto: Fazenda Futuro)

Acredite se quiser: a startup Meati, localizada em Montana, Estados Unidos, quer produzir milhares de toneladas de “carne” bovina e frango a partir de raízes de cogumelos – que, surpreendentemente, têm um gosto bem parecido com a proteína animal.

Como funciona? O fundador da companhia, Tyler Huggins, explicou que é possível obter o valor nutricional e a textura desejados ajustando a temperatura e os nutrientes para criar as condições ideais para o desenvolvimento das raízes.

De acordo com a Fast Company, quando a empresa estiver em pleno funcionamento no final de 2023, ela será capaz de produzir milhares de toneladas de produtos por ano, em uma escala comparável às maiores fazendas de gado dos Estados Unidos, utilizando praticamente 1% da terra. Será que vai dar certo?

CARNE FEITA DE PLANTAS: ENTENDA COMO FUNCIONA ESSE MERCADO BILIONÁRIO

Você pode até não comer as carnes “feitas de plantas”, mas deve começar a olhar atentamente para elas por outro motivo: o potencial mercadológico. Em 2019, o mercado global de carne vegetal foi avaliado em US$ 3,3 bilhões, de acordo com a GrandView Research.

Nos supermercados, esses produtos já concorrem com as carnes “tradicionais” nas gôndolas. São muitas as opções: hambúrgueres, linguiças, almôndegas, frangos e peixes. Elas são criadas com diferentes matérias-primas: soja, ervilha, batata, grão de bico, beterraba… A receita varia de acordo com o fabricante.

As carnes feitas de planta conquistam paladares pela semelhança e por todo o caminho percorrido até a mesa do consumidor. Isso porque não há sacrifício animal; e, em algumas marcas, há a premissa de um menor impacto ambiental.

Além da perspectiva ambiental, existe também a social: a estimativa da ONU é de que a população mundial alcance cerca de 10 bilhões de pessoas em 2050. Como alimentar tanta gente é uma das preocupações no mundo inteiro desde já – e a carne plant-based e até de laboratório se tornam alternativas cada vez mais viáveis.

É O FUTURO?

Futuro Burger 2030 (foto: reprodução/Fazenda Futuro)

Em 2017, Marcos Leta, fundador da empresa de sucos Do Bem, e seu sócio Alfredo Strechinsky criaram a startup Fazenda Futuro. A empresa foi fundada após estudarem o mercado brasileiro de alimentos. Desde o início, a premissa foi concorrer com os frigoríficos, para ganhar o paladar de quem consome carne. O plant-based não se restringe aos vegetarianos e veganos.

A foodtech carrega em seu nome o que acredita – que, em breve, as carnes feitas de planta farão parte da fazenda do futuro. A iniciativa já é, em parte, uma realidade: a startup brasileira exporta seus produtos para 14 países.

Segundo dados do Grupo Pão de Açúcar disponibilizados pela companhia, a venda de carnes à base de plantas cresceu a uma média constante de 150% desde maio de 2019 nas lojas Extra e Pão de Açúcar. Atualmente, alternativas plant-based representam 1/3 da venda bruta total dos hambúrgueres congelados.

Mariana Tunis, líder de marketing da Fazenda Futuro, explica como a companhia tem trabalhado para se desempenhar em cada país: “Temos mercados que estão em desenvolvimento, como o Brasil, e ainda mercados mais competitivos tanto em produtos quanto em marcas. Em cada um deles temos algo novo a aprender sobre posicionamento. Aprendemos como consumidores entendem a categoria e como já é de nossa essência, hackeamos, e nos adaptamos para ser uma marca que efetivamente fala com o consumidor local”.

A RESPOSTA DOS FRIGORÍFICOS

No Brasil e no mundo, grandes frigoríficos não estão alheios à tendência. A americana Tyson Foods, por exemplo, já possui suas versões de nuggets plant-based. A JBS estuda criar uma empresa independente apenas para lidar com proteína vegetal. Nas prateleiras, a companhia traz seus produtos na linha “Incrível”, da Seara.

“Já esperávamos um movimento deles [frigoríficos] em relação a nossa chegada. Essa abertura de mercado é importante para a categoria, mas nós seguimos acreditando que temos um diferencial importante: além de pioneiros no Brasil, temos propósito. Queremos mudar como as pessoas consomem carne, trazendo também sustentabilidade, saudabilidade e sem sofrimento animal”, afirma Mariana Tunis.

… E DOS RESTAURANTES

McPlant oferecido no site do McDonald’s Dinamarca (foto: montagem/McDonald’s)

A mudança tem acontecido também em restaurantes, que passaram a oferecer alternativas plant-based, inspiradas em carnes ou não. No Brasil, a alternativa vegetariana do McDonald’s é um queijo coalho empanado, enquanto no Burger King existem duas opções: hambúrguer plant-based inspirado em carne ou de grão-de-bico.

Já nos Estados Unidos, o McDonald’s não apenas oferece uma versão de carne feita de plantas, como realizou uma parceria com a Beyond Meat – uma das maiores empresas do mercado – para desenvolvimento do “McPlant”, uma alternativa exclusiva para o fast-food de arcos dourados.

Enquanto isso, o Burger King dos Estados Unidos optou por fazer uma parceria com a concorrente da Beyond Meat. A Impossible Foods foi a empresa escolhida para oferecer os hambúrgueres na rede de restaurantes.

A Beyond Meat, fundada em 2009, possui capital aberto e o valor de mercado de US$ 8,97 bilhões. Já a Impossible Foods, de 2011 e do Vale do Silício, é de capital privado e já recebeu US$ 1,4 bilhão em investimentos.

ValeOn UMA STARTUP INOVADORA

A Startup ValeOn um marketplace que tem um site que é uma  Plataforma Comercial e também uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um forte relacionamento com a tecnologia.

Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.

Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o mercado já oferece para se destacar ainda mais.

Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

O MODUS OPERNDI DO PT PARA CONQUISTAR MAIORI PARLAMENTAR

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O presidente da Câmara, Arhur Lira, e o presidente Lula, durante a solenidade de posse presidencial, em 1.º de janeiro.| Foto: Tauan Alencar/Câmara dos Deputados

O modus operandi do PT, quando se trata de conquistar maioria parlamentar para aprovar os projetos de seu interesse, ficou conhecido do país inteiro ainda no primeiro mandato de Lula, entre 2003 e 2006: a compra pura e simples de votos, individualmente ou em bloco. Foi assim com o mensalão e, uma vez desvendado o esquema e sendo fechada esta torneira, o petismo logo buscou outra forma de cooptar aliados. As estatais, principalmente a Petrobras, passaram a ser saqueadas em conluio com empreiteiras e partidos da base aliada, por meio da indicação de diretores e gerentes e das propinas em contratos. O petrolão era o “filhote maior” do mensalão, como chegou a dizer o ministro do STF Gilmar Mendes em 2016. E, logo no início do terceiro governo Lula, já está claro que não são apenas os mesmos nomes que estão de volta ao Planalto; os métodos também voltaram.

Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicada na sexta-feira, dia 10, mostra que Lula e seu novo melhor amigo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-PE), estão articulando a entrega de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares a 219 deputados recém-chegados. A lógica é bem simples: o deputado pode destinar alguns milhões de reais para investimentos em sua base eleitoral e, em troca, entrega seu voto ao governo, que hoje estima ter o apoio de 260 deputados, quase no limite mínimo para aprovar projetos de lei (a maioria simples é garantida com 257 votos) e bem abaixo dos 308 votos necessários para emendar a Constituição.

O brasileiro elegeu um Congresso pouco alinhado com o petismo. Mas, em vez de acenar aos parlamentares com um programa de governo mais ao centro, Lula prefere acenar com maços de dinheiro para poder seguir em frente com suas propostas mais tresloucadas

Mas tão evidente quanto a lógica do balcão é a sua ilegalidade: quem definiu as emendas parlamentares que serão executadas em 2023 foram os congressistas de 2022. Os 219 estreantes só teriam direito legal a emplacar emendas ao Orçamento de 2024. Mas, como se diz em inglês, “when there’s a will there’s a way”: quem realmente quer fazer algo acaba encontrando um jeito – e, de fato, Executivo e Legislativo já estão estudando as melhores formas de abrir o balcão, por exemplo usando parte dos quase R$ 10 bilhões adicionais que os ministérios conquistaram quando o Supremo decidiu pelo fim do “orçamento secreto”. Com isso, cada novato teria à disposição algo em torno de R$ 13 milhões, valor parecido com o que cada deputado da legislatura anterior adicionou às suas indicações, usando a fatia do “orçamento secreto” que acabou destinada a engordar emendas individuais.

Mas há uma diferença significativa. Talvez contando que a anestesia moral da tal “frente ampla” que “fez o L” em outubro de 2022 tenha longa duração, o deputado petista Jilmar Tatto – ele mesmo um “novato”, voltando à Câmara este ano depois de ter sido deputado entre 2007 e 2015 – admitiu sem o menor pudor que se trata de negociata para conquistar maioria parlamentar. “Se o governo estivesse forte, poderia não dar para os novos”, disse ao Estadão, reconhecendo que, por mais que o eleitor brasileiro (ou ao menos a maioria dos que optaram por algum candidato) tenha escolhido colocar Lula na cadeira presidencial, também elegeu um Congresso pouco alinhado com as convicções econômicas e morais do petismo. Mas, em vez de acenar a esses parlamentares com um programa de governo mais ao centro, Lula prefere acenar com maços de dinheiro para poder seguir em frente com suas propostas mais tresloucadas, capazes de devolver o país ao abismo. E aqui é preciso dizer que, se é lamentável (embora nem um pouco surpreendente) que o petismo continue agindo dessa forma, é também lamentável que haja quem aceite tal oferta, em muitos casos traindo explicitamente o voto recebido de eleitores que esperavam de seu representado um outro tipo de atuação no parlamento.

VEJA TAMBÉM:
Um país em marcha a ré (editorial de 4 de janeiro de 2023)
O Lula sindicalista está de volta (editorial de 7 de fevereiro de 2023)
O petismo e o controle estatal da economia (editorial de 6 de fevereiro de 2023)


Mais uma vez assumindo o papel de bombeiro, como fez com os ataques de Lula ao Banco Central, o ministro Alexandre Padilha fez uma ressalva: só serão contemplados os deputados que tiverem “bons projetos, boas propostas”. Só faltou explicar como a “bondade” justifica o atropelo da legalidade – um dos princípios da administração pública consagrados no artigo 37 da Constituição, ao lado da moralidade. Além disso, a essa altura o país inteiro já sabe, ou deveria saber, que para o PT só existe um critério para definir o que é “bom”: aquilo que atende aos interesses do partido e o ajuda a consolidar seu projeto de poder.

 

ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA DE MINSTRO DO STF COM O MST

 


Encontro de Lewandowski com o MST rompe com isenção prevista na Constituição e em códigos de ética

Por
Bruna Komarchesqui – Gazeta do Povo


O ministro Lewandowski plantando um ipê amarelo ao fim do evento com o MST| Foto: Reprodução/MST/Sara Sulamita

A participação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), neste sábado (11), rompe o distanciamento necessário entre magistrados e atividades político-partidárias, preconizado pela Constituição Federal e pelos Códigos de Ética da Magistratura e do STF. Segundo juristas ouvidos pela Gazeta do Povo, ao se aproximar publicamente do movimento, o ministro perde a isenção indispensável em julgamentos futuros ou passados envolvendo o MST.

No artigo 95, a Constituição Federal veda aos juízes a participação em “atividade político-partidária”. O artigo 4º do Código de Ética do STF preconiza, entre os “princípios éticos que norteiam a conduta funcional dos servidores” do Supremo, “a impessoalidade e a imparcialidade”, além da “neutralidade político-partidária, religiosa e ideológica”.

Orientação semelhante aparece no Código de Ética da Magistratura, publicado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No artigo 5º, o dispositivo afirma que “impõe-se ao magistrado pautar-se no desempenho de suas atividades sem receber indevidas influências externas e estranhas à justa convicção que deve formar para a solução dos casos que lhe sejam submetidos”. E completa no 7º que “a independência judicial implica que ao magistrado é vedado participar de atividade político-partidária”.

A relação do MST com o PT é histórica e amplamente conhecida. Nas últimas eleições, o Movimento elegeu seis de seus 15 candidatos (dois deputados federais e quatro estaduais), todos filiados ao Partido dos Trabalhadores. “Uma vez que o MST é uma organização notadamente política vinculada ao PT, poderíamos considerar a participação do ministro, ainda mais pela sua fala clara de apoio ao movimento, uma inadequação”, analisa o advogado e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo Alessandro Chiarottino.

“Os juízes deveriam guardar um certo distanciamento de participar desse tipo de manifestação de hipotecar apoio público, para que isso não possa deslegitimar sua atuação quando forem instados a julgar causas em que esses grupos podem figurar como parte”, explica o advogado civilista Afonso Oliveira. “Mas infelizmente estamos falando de um STF que faz militância política, o ativismo judicial do STF é flagrante”, lamenta o jurista, reforçando que Lewandowski e outros pares “do mesmo viés” demonstram dar pouca importância “ao que diz o Estatuto da Magistratura, a ética e o bom senso”.

“A participação em um evento promovido pelo MST, para nós do Direito, é uma afronta à postura que o magistrado deveria guardar”, completa Olivera. Ele recorda que Lewandowski, que foi indicado por Lula, em 2006, já agiu “na direção contrária à Constituição”, no impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

“Lewandowski é aquele que, no processo de impeachment da Dilma, fatiou a Constituição Federal e, de uma forma arbitrária, preservou os direitos políticos depois que ela foi condenada. Ela deveria ser destituída imediatamente do cargo de presidente da República e perder os direitos políticos por oito anos, entretanto ele manteve esses direitos políticos, inovando, com uma interpretação totalmente absurda”, recorda.

Crítica ao Estado de Direito

Alessandro Chiarottino ressalta que, além da participação “questionável” do ministro no evento, merece atenção sua crítica ao que chamou de “democracia liberal” e “democracia burguesa”.

Durante o evento, Lewandowski afirmou que “a democracia está em crise, todos dizem isso. Mas o que está em crise, na verdade, é a democracia representativa, liberal burguesa, a democracia dos partidos, na qual, tenho certeza, nenhum de nós se sente representado adequadamente. Essas crises sucessivas têm uma raiz profunda, que é o sistema político que, de fato, não nos representa”.

Chiarottino lembra que, ao longo da história, o Estado de Direito só existiu em democracias liberais ou democracias que o ministro chama de burguesas. “As democracias populares, que tivemos diversos exemplos no século XX, foram sempre sistemas ditatoriais, que não poderíamos reconduzir de modo algum ao Estado de Direito. Parece uma crítica bastante estranha, porque, enquanto ministro do STF, ele deveria, ao contrário, se pautar pela defesa do Estado de Direito”, opina.

Liberdade de expressão tem preço

Para Chiarottino, um dos principais objetivos da imparcialidade preconizada aos magistrados é “que o público tenha a visão de uma magistratura imparcial”. “Isso é importante. A legitimidade das nossas instituições judiciais está muito ligada à questão da imparcialidade. Se o público começa a ter uma percepção de que tal juiz esposa apoio a uma determinada instituição ou partido político, isso evidentemente é ruim.” O jurista defende que, como ocorre na Suprema Corte americana, que serve de modelo à brasileira, os juízes “devem ter suas convicções do ponto de vista jurídico”. “Os juízes lá têm posições mais conservadoras ou mais progressistas, mas não existe esse envolvimento com determinados partidos e movimentos sociais. Há uma razão forte: isso mina a visão de imparcialidade que o público deve ter sobre nossos tribunais”, explica.

O advogado André Marsiglia, especialista em liberdade de expressão, entende que, ao proibir a vinculação de magistrados a partidos políticos e a manifestação deles sobre processos em julgamento, a Lei Orgânica da Magistratura não pretende violar o direito constitucional à liberdade de expressão dos juízes. Assim sendo, “um juiz pode ir a um evento do MST e se manifestar, pode ter ideologia. Não há impedimento legal”, defende.

“Não vejo nem impedimento ético, seria ótimo que os juízes dissessem o que pensam, em quem votam, qual visão possuem de mundo e parassem de ficar dando indiretas na televisão. O que entendo ser antiético e ilegal não é que manifestem suas preferências políticas, mas que, ao julgarem pessoas e partidos alinhados a seus gostos, não se declarem impedidos e suspeitos”, completa o jurista.

Nesse caso, entretanto, Marsiglia ressalta que, ao fazer uso de sua liberdade de manifestar preferências políticas, o juiz precisa “declarar-se suspeito e não julgar nenhum caso de pessoas e partidos alinhados com seus gostos”. “Se ele assume ser fã do MST e julga o MST, não apenas será antitético, mas ilegal”, assegura o advogado, acrescentando que o princípio vale para processos antigos e futuros. “Se já há processos com ele do MST é imperativo que ele se afaste já, ou passará a poder ser questionado eticamente e legalmente, por demonstrar preferência por esse movimento.”


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ARTICULAÇÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS PARA CONVOCAÇÃO DE HADDAD

 

Câmara dos Deputados
Para “enquadrar” governo após críticas ao BC

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou teor da ata do Banco Central sobre a manutenção da Selic a 13,75% ao ano: oposição do governo na Câmara quer convocar o chefe da equipe econômica| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara articula a convocação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), para prestar esclarecimentos sobre a política econômica do governo e se posicionar sobre as recentes críticas de Lula e de parte da base governista contra a autonomia do Banco Central (BC) e a gestão do presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

O objetivo da oposição é responder à altura as críticas e movimentos do governo e da esquerda de forma estratégica. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), por exemplo, protocolou na quarta-feira (8) um requerimento para que Campos Neto seja convocado pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e explique a política monetária do país.

Os requerimentos de convocação são diferentes dos de convite e são usados politicamente como formas de “enquadrar” a autoridade em questão, uma vez que, na convocação, existe a obrigação de comparecimento sob pena de incorrer em crime de responsabilidade. É com o mesmo intuito que os opositores planejam uma convocação de Haddad, a fim de emparedar Lula e seu governo tendo seu chefe da equipe econômica como intermediário.

“Só vamos esperar passar o carnaval e, assim que as comissões estiverem instaladas e os trabalhadores voltarem tudo certinho, podemos propor isso”, diz o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES), que é cotado para assumir a liderança da minoria na Câmara, um espaço de oposição ao governo vigente.

O parlamentar propõe uma oposição programática e estratégica contra Lula e sustenta que o regimento da Câmara permite o instrumento do convite e até o da convocação a um ministro de Estado. O parlamentar cita, porém, a proposta de um convite, que poderia ser negado por Haddad. “A oposição não tem dificuldade em fazer convite de uma audiência pública e posso ser até o autor de um convite”, destaca.

A proposta de convite não inviabiliza uma posterior convocação, mas outros opositores discordam da estratégia. O deputado federal Sanderson (PL-RS), por exemplo, fala em convocar não apenas Haddad, mas também o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. “Vamos pedir a convocação dos dois, para que possam responder sobre essa questão do Banco Central, como também sobre a questão da substituição do atual presidente do Banco dos BRICS, um economista respeitado, pela [ex-presidente petista] Dilma Rousseff”, sustenta.

O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) é outro a defender a ideia. Ele entende e concorda com as críticas de Lula ao atual patamar da taxa básica de juros (Selic), de 13,75% ao ano, mas discorda sobre a forma como o PT tem se posicionado. Para ele, o partido constrói uma narrativa de associar Campos Neto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e de responsabilizar o presidente do BC pelos juros elevados.

“O PT tenta criar uma narrativa de politização do Banco Central de que tem um bolsonarista na presidência que teria interesses do não crescimento do país [pare prejudicar Lula]. Então, se o PT acha que Bolsonaro tem a presidência do BC, Lula tem a liderança da Fazenda”, comenta. “Se eles querem politizar convocando o presidente Campos Neto para fazer politização, nós também vamos convocar o homem de Lula [Haddad]. E aí, cada um vai ter o seu espaço para defender a sua política econômica”, complementa Otoni.


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VIISITA DE LULA AOS EUA NÃO RENDEU O ESPERADO

 

CNN
Lula teve deslizes

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Lula durante entrevista à CNN americana nesta sexta-feira (10).| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente da República está visitando o Nordeste. Na visita que fez a Washington, antes de se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, ele deu uma entrevista para a CNN americana. Na maior parte do tempo, Lula se saiu muito bem na argumentação, mas discordei de alguns trechos, como quando ele disse que metade das mortes por Covid foi causada por irresponsabilidade do governo. Vocês sabem muito bem o que eu vi no dia a dia, marido de médica curando umas 200 pessoas, havia essa possibilidade de cura em poucos dias, três, quatro, cinco dias. Mas evitaram que muitas pessoas fossem tratadas e curadas. E nem preciso falar da vacina: as pessoas foram vacinadas e continuaram pegando Covid, ou seja, a vacina não imunizou.

Outra afirmação de Lula pode até ter um pouco de verdade, mas o presidente poderia ter dito de uma forma diferente. A entrevistadora, Christiane Amanpour, perguntou se Lula não via dificuldades em um Brasil dividido pela metade, com uma dessas metades que não gosta dele. Lula disse que não, que o brasileiro não é radical, porque o brasileiro gosta mesmo é de carnaval, de dançar e de cantar. Poderia ter dito que o brasileiro também gosta de trabalhar, gosta de ver as coisas certas, gosta que o país todo cumpra a lei, dito que queremos ser um país sério… mas a resposta de Lula dá a impressão de aqui vivemos de festa, cantando feito bobos. Dessa parte eu não gostei, mas, no geral, ele se saiu bem na entrevista.

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Um outro lado sobre a questão dos yanomamis
Caso dos yanomamis não deve ser usado como propaganda política

Lula puxa a economia para baixo, agro puxa a economia para cima
Onde Lula não está se saindo bem é nessa briga com o Banco Central. Os ataques ao BC estão prejudicando a economia brasileira, não vão baixar os juros, mas elevam o valor do dólar e desvalorizam o real; com isso, a inflação sobe e o Brasil cresce menos. É um problema muito sério. Enquanto isso, o agro está respondendo: toda a preparação do ano passado vai resultar, neste ano, em um recorde de 302 milhões de toneladas, 15% a mais em relação à safra anterior, sendo que a ocupação do solo subiu apenas 3,5%. Isso significa aumento de produtividade, crescimento vertical e não horizontal. Eu fico me perguntando: são 39 milhões de toneladas a mais de um ano para o outro, mas será que o agro vai continuar tendo apoio, agora que o governo está cheio de pessoas cuja ideologia é de preconceito contra o agro, que está segurando a economia brasileira já há muitos anos?

Novo prazo para garimpeiros deixarem terra yanomami é sensato
A Força Aérea Brasileira, com muita sensatez, prorrogou para 6 de maio o prazo de saída dos garimpeiros das áreas dos yanomamis. É a melhor forma de tratar o assunto. Não adianta querer fazer como disse o ministro da Justiça, “vamos lá, vamos prender os garimpeiros”. Vão prender 30 mil brasileiros que estavam trabalhando de sol a sol, sob o mosquito da malária, em busca de um futuro na vida, gente paupérrima? Sim, estão ilegais, ocupando reserva indígena, algo que só o Congresso Nacional pode autorizar; têm de sair, mas pacificamente, como brasileiros que foram tentar a vida. Enfim, se saírem aos montes, improvisadamente, vai haver muita morte no caminho, de confronto com índio a picada de cobra e gente perdida na floresta. As distâncias são imensas, a reserva é do tamanho de Portugal, do tamanho de Pernambuco, sem contar o lado venezuelano, que é ainda maior. É uma boa solução dar mais tempo para uma retirada pacífica, inclusive e principalmente por via aérea.


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ÍNDIOS YANOMAMIS SÃO MANTIDOS POR ONGS PARA SATISFAZER OS SEUS INTERESSES

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Surucucu (RR), 09/02/2023 – Mulheres e crianças yanomami em Surucucu, na Terra Indígena Yanomami. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil


| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Há poucos escândalos no Brasil que alcançam, em matéria de perversidade em estado puro, a situação dos índios condenados às suas terras ancestrais, protegidas em reservas e isoladas da civilização por leis de todo o tipo, proclamações de respeito e dogmas da esquerda. A natureza deste escândalo é exatamente o contrário daquilo que se ouve nas pregações de alta moral publicadas todos os dias na mídia, e aos gritos. O que a imprensa oferece ao público é um barulho histérico, durante o tempo todo, contra a “perseguição” que os índios sofrem da “civilização branca” – e, por extensão, da “direita”, etc. etc. O que acontece no mundo das realidades é a flagrante exploração dessas comunidades para satisfazer os interesses materiais de ONGs, padres e movimentos supostamente políticos. Essa brutalidade acontece em absoluto silêncio. Seus beneficiários estão protegidos por terem o certificado de “progressistas” – é virtualmente proibido, portanto, dizer o que eles fazem, e qualquer menção aos delitos que cometem é apontada de imediato como “ato antidemocrático”. É por isso que a população não é informada quase nunca sobre a situação real dos índios brasileiros.

As ONGs e demais agrupamentos que exigem todos os dias “mais terras” para os índios, e o seu isolamento do resto da humanidade, não estão agindo na defesa de índio nenhum – estão num negócio. Salvo uma ou outra exceção, falam em “proteger” a “cultura ancestral” das tribos e promover a sua felicidade como habitantes da Idade da Pedra, mas querem mantê-las na miséria, na ignorância e na falta de acesso aos benefícios básicos da civilização humana para poder ganhar dinheiro com isso. Índio cidadão não rende nada. Índio morrendo de fome no meio do mato rende doações em dólar ou euro, por parte de americanos, europeus e demais condôminos do bioma rico – aflitos com suas consciências, obcecados pela “natureza” e ansiosos em participar de alguma causa politicamente correta. Esse dinheiro é coletado pelas ONGs; os índios não veem realmente um tostão da fortuna capturada em seu nome. Se vissem, por que continuam na miséria de sempre?

O que acontece no mundo das realidades é a flagrante exploração dessas comunidades para satisfazer os interesses materiais de ONGs, padres e movimentos supostamente políticos

A defesa da “cultura” indígena também serve para atender a baixos interesses políticos. O presidente da República, naturalmente, não poderia estar ausente deste bonde. Inventou um “Ministério do Índio”, que está forrando a militância de esquerda com empregos e vai torrar bilhões em dinheiro público – sem diminuir em um átomo a desgraça geral das comunidades indígenas. Numa de suas primeiras viagens, foi ao território dos yanomamis para uma ação indecente de falcatrua política; disse que os índios, enterrados durante os seus dois governos na mesma miséria em que vivem hoje, tinham sido vítimas de um “genocídio” executado deliberadamente durante o mandato do seu antecessor. Os yanomamis, a propósito, são um dos exemplos mais trágicos do escândalo todo. Sua tribo, com 20.000 pessoas, tem um território maior que a Bélgica – mas muitos são moradores de rua nas cidades fora da reserva, e os que vivem lá estão devastados pela doença e pela fome. O que adianta para eles toda essa terra? Não adianta nada. Mas as ONGs querem aumentar as suas reservas – e, principalmente, não querem que ninguém chegue perto. É essencial que permaneçam na sua desgraça. O dia em que tiverem a situação resolvida, os yanomamis, e quaisquer outros índios brasileiros, deixam de ser uma fonte de renda – e de motivo para exploração política.


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ESTATAIS DE SANEAMENTO BÁSICO ESTÃO IRREGULARES

 

Contratos irregulares de estatais de saneamento em municípios viram dor de cabeça para a União

Foto: Fabio Motta|Estadão

Por Amanda Pupo – Jornal Estadão

Assunto foi discutido ontem durante segunda rodada de reuniões com associações de saneamento promovida pela Casa Civil e pelo Ministério das Cidades

BRASÍLIA – O governo Lula deve enfrentar impasse nas negociações para resolver o embaraço em cerca de 1 mil operações de estatais de saneamento que hoje estão em situação irregular.

De um lado, a entidade que reúne as companhias estaduais públicas, Aesbe, tenta saídas para apresentar ao Executivo uma forma de viabilizar e salvar todo o pacote, o que garantiria a manutenção das estatais na prestação de serviços de água e esgoto.

Já as empresas privadas indicam que só aceitam a regularização de 393 contratos que, inicialmente, não passaram na fase de comprovação da capacidade econômico-financeira, exigida pelo marco legal do saneamento. Para esse setor, não há forma de as estatais se manterem nas outras 567 operações irregulares sem que a lei seja violada. Outro questionamento levantado é por qual razão dar mais uma chance às companhias públicas, após o predomínio delas por décadas não ter levado o País à universalização do atendimento de água e esgoto.

Governo Lula deve enfrentar impasse nas negociações para resolver as cerca de 1 mil operações de estatais de saneamento em situação irregular
Governo Lula deve enfrentar impasse nas negociações para resolver as cerca de 1 mil operações de estatais de saneamento em situação irregular Foto: José Lucena/Futura Press

O assunto foi discutido ontem na segunda rodada de reuniões com associações de saneamento promovida pela Casa Civil e pelo Ministério das Cidades. As pastas tentam mediar acordo entre as entidades, que rivalizaram sobre vários aspectos da nova lei durante as discussões no Congresso.

Licitação

Em especial, a briga ocorre em torno dos contratos de programa, fechados diretamente entre as estatais e as prefeituras. Como o marco legal passou a exigir licitação para que os municípios fechem novos acordos, as companhias públicas estaduais tentaram embutir na lei algum tipo de sobrevida aos negócios atuais. Há hoje três tipos de operações irregulares: 446 contratos de programa vencidos, mas que ainda há prestação de serviços pelas estatais, 121 operações que são feitas sem contrato por essas companhias, e as 393 operações que não passaram na comprovação de capacidade econômico-financeira.

O secretário executivo da Aesbe, Sergio Antonio Gonçalves, citou a possibilidade de se fechar um “instrumento precário” entre Estado e município que seja condicionado a uma modelagem para Parceria Público-Privada (PPP) pela estatal, por exemplo. Diretor executivo da Abcon, Percy Soares afirmou que, mesmo que se encontre uma “chicana jurídica”, a insegurança poderia inviabilizar as parcerias entre as estatais e a iniciativa privada para gerar investimentos.

Novas Regras

Tanto a Aesbe quanto a Abcon afirmaram que a palavra de ordem na mesa de negociação é de não mexer na lei do marco do saneamento. Nesse contexto, as empresas privadas e especialistas não conseguem ver maneiras de salvar via decreto as 567 operações que não têm contratos ou que estão com contratos vencidos, justamente porque a lei proibiu que novos negócios sem licitação sejam assinados. Como essas companhias rejeitam qualquer iniciativa de alteração legal, se cria um impasse entre as entidades.

Diretor executivo da Abcon, Percy Soares afirmou que uma solução precária pode trazer problemas. “Quando você cria uma relação que não é juridicamente estável, que não para em pé, tende a gerar contestação. E, se gera contestação, gera insegurança jurídica, e aí tem menos apetite para investimento”, disse Soares ao Estadão/Broadcast.

Para a Abcon, um novo decreto pode abarcar 393 contratos que não passaram na fase de comprovação da capacidade econômico-financeira.

”Não vemos forma de regularizar contratos de programa vencidos ou operações irregulares, porque ensejaria a assinatura de um novo contrato sem licitação”, explicou. “Estamos dispostos a ouvir as alternativas. Mas, do ponto de vista jurídico, do entendimento da Abcon, o contrato de programa não existe mais”, disse.

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‘Boa vontade’

Gonçalves, da Aesbe, também afirmou que a entidade está aberta para a negociação e que há “boa vontade de todos os lados”. Por ora, porém, a associação insistirá no plano de salvar o máximo de contratos possíveis. Por isso não há, nesse momento, uma posição sobre aceitar ou não o “meio do caminho”, em que sejam resgatadas apenas 393 operações, explicou.

“O pessoal está quebrando a cabeça. Pode ser até que se chegue e fale: não dá. Mas enquanto não tivermos a garantia, estamos tentando as saídas para todos os tipos de municípios”, afirmou.

AVIÕES MOVIDOS A HIDROGÊNIO PODERÃO SER AS NOVIDADES DO FUTURO

 

Será que algum dia aviões serão movidos a ar? Companhias aéreas estão apostando nisso

Foto: EFE/Johan Nilsson

Por Paige McClanahan – Jornal Estadão

Novas tecnologias, entre elas um combustível extraído da própria atmosfera, podem transformar as viagens aéreas em algo mais sustentável; porém, ainda há muitos desafios e não se sabe quando isso poderia ser possível

Até a metade deste século, a maioria dos carros e dos ônibus devem ser movidos a combustíveis derivados de energia renovável, enquanto bicicletas, trens elétricos e nossos próprios pés vão continuar a ter pouco impacto no clima. E se a aviação global alcançar a meta traçada no ano passado, então seu voo em 2050 de Nova York para Hong Kong lançará “zero” emissões líquidas de dióxido de carbono na atmosfera.

Não há garantias de que o setor vá conseguir isso, mas as tecnologias sendo desenvolvidas com este objetivo mudarão a aviação, independentemente de a meta ser alcançada ou não.

Nos anos que antecederam a pandemia, a aviação emitiu aproximadamente um bilhão de toneladas métricas de dióxido de carbono por ano, quase o mesmo que todo o continente sul-americano em 2021. E os números estão voltando rapidamente àqueles níveis conforme os passageiros retomam as viagens. Contudo, as principais companhias aéreas, inclusive seis das maiores dos Estados Unidos, comprometeram-se a zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, se não antes. Em uma reunião realizada em outubro da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), agência das Nações Unidas dedicada à aviação civil, delegados de 184 países adotaram o objetivo de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050 como um “objetivo global ambicioso de longo prazo”.

“Ambicioso” é a palavra-chave. A aviação é vista pelos especialistas como um setor de transição difícil no processo de zerar as emissões líquidas de carbono, pois atualmente não existem tecnologias simples e prontas para o mercado que possam reduzir de forma drástica suas emissões de carbono. E o qualificador “líquidas” que acompanha o objetivo significa que as companhias aéreas podem responder por qualquer CO2 que continuem a emitir, seja recorrendo às tradicionais compensações de carbono, uma prática bastante criticada, ou por meio da captura de dióxido de carbono diretamente da atmosfera.

Aviação emite gases de efeito estufa ao queimar combustível - o principal utilizado é o querosene, derivado do petróleo. Foto: Toby Melville/Reuters
Aviação emite gases de efeito estufa ao queimar combustível – o principal utilizado é o querosene, derivado do petróleo. Foto: Toby Melville/Reuters Foto: Toby Melville / Reuters

s cientistas também descobriram que as trilhas de condensação – aquelas nuvens ralas e de curta duração que às vezes aparecem como rastro de um avião – afetam a temperatura do planeta, talvez ainda mais do que o dióxido de carbono liberado pelas aeronaves. Tudo isso contribui para um cenário complexo, principalmente levando em consideração que a demanda global da aviação deverá duplicar nos próximos 20 anos.

Mas novas tecnologias estão em desenvolvimento, como as aeronaves movidas a hidrogênio, os aviões totalmente elétricos e o combustível de aviação sintético feito de dióxido de carbono extraído da atmosfera. Várias companhias aéreas já começaram a adicionar uma pequena quantidade de biocombustível de combustão mais limpa – conhecido no setor como combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) – ao seu abastecimento habitual, uma tendência que deve se intensificar. Muitas empresas estão se adiantando às regulamentações governamentais, investindo em melhorias na eficiência para diminuir as emissões e, em alguns casos, fazendo grandes apostas em inovações que são tiros no escuro, mas poderiam reduzir drasticamente as emissões no futuro.

“Temos que começar agora”, disse Steven Barrett, professor de aeronáutica e astronáutica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e diretor do Laboratório de Aviação e Meio Ambiente da instituição. “Há uma inércia tão grande no sistema que é preciso de verdade começar por conta própria décadas antes.”

Mas a mudança não está acontecendo tão depressa quanto poderia, disse Pedro Piris-Cabezas, diretor sênior de transporte global e economista-chefe do Fundo de Defesa Ambiental (EDF, na sigla em inglês), um grupo ambientalista sem fins lucrativos com sede em Nova York.

Ele observou que os delegados daquela reunião de outubro da OACI ainda não tinham adotado um plano concreto para alcançar seu objetivo em 2050. “Precisamos que essas metas de curto e médio prazo comecem a se tornar mais rigorosas”, disse Piris-Cabezas.

Rumo aos combustíveis alternativos

As companhias aéreas já estão investindo em melhorias que podem proporcionar vitórias relativamente rápidas: deixar de usar as aeronaves mais antigas, encontrar rotas mais eficientes, fazer com que seus aviões taxiem com apenas um motor ligado. Mas essas medidas têm efeitos limitados.

Outra inovação de curto prazo é o combustível sustentável de aviação, um tipo de biocombustível que costuma ser feito a partir de óleo de cozinha usado e biomassa semelhante. Durante seu ciclo de vida, o SAF produz menos dióxido de carbono que o combustível de aviação convencional, com o qual ele pode ser misturado. No entanto, a produção de SAF continua limitada e tem custo elevado, por isso a adesão a ele pelas companhias aéreas tem sido lenta, com elas misturando pequenas quantidades dele ao seu estoque de combustível convencional em locais específicos.

Contudo, o entusiasmo dentro do setor é grande.

“Nós amamos o SAF como uma indústria”, disse Sara Bogdan, chefe de sustentabilidade e governança ambiental e social da JetBlue Airways. Ela disse que o SAF é adicionado ao combustível convencional no abastecimento das aeronaves da JetBlue que partem dos aeroportos internacionais de São Francisco e Los Angeles. A escolha dos locais não é aleatória: um dos poucos grandes fornecedores de SAF tem uma instalação de produção na Califórnia, além disso, o estado aprovou uma lei para combustíveis com baixa emissão de carbono que incentiva o SAF e outras alternativas.

Setor busca alternativas para se descarbonizar. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Setor busca alternativas para se descarbonizar. Foto: Daniel Teixeira/Estadão Foto: DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO

A United Airlines também concentrou o uso do SAF em alguns de seus voos na Califórnia. Lauren Riley, diretora de sustentabilidade da empresa, disse que o SAF era misturado ao combustível de todos os aviões da United que partiam do Aeroporto Internacional de Los Angeles, desde 2016, e do Aeroporto de Schiphol, em Amsterdam, desde o ano passado. A United também reuniu um grupo de empresas – entre elas a Deloitte, a Nike e a Siemens – que pagam para ajudar a companhia aérea a cobrir os custos adicionais com o SAF em suas viagens de negócios.

“Comprar combustível sustentável de aviação por conta própria seria de duas a quatro vezes mais caro do que o custo do combustível de aviação convencional”, disse Lauren. “Não podemos arcar com isso sozinhos.”

Lauren acrescentou que, em qualquer ano, o SAF representa menos de 0,1% do fornecimento total de combustível da United – um valor que vale para todo o setor. A United e a JetBlue estão entre as mais de vinte companhias aéreas que participam de uma aliança, liderada pelo Fórum Econômico Mundial, que se comprometeu a tornar o SAF responsável por 10% do abastecimento de combustível da aviação até 2030.

Mas Piris-Cabezas advertiu que é fundamental se proteger contra o risco de, por exemplo, o óleo de cozinha supostamente usado na produção do SAF não ser de fato óleo de palma fresco que nunca entrou numa cozinha. Em uma situação como essa, afirmou, o SAF feito a partir de biomassa poderia, na verdade, ter um impacto negativo, promovendo o desmatamento de florestas para plantações de monoculturas.

“É extremamente importante garantir que tenhamos um sistema robusto, com rastreabilidade e que incentive apenas combustíveis de confiança que não terão esses impactos negativos nas florestas”, disse Piris-Cabezas, que classificou o SAF em circulação hoje como “não transparente” e observou que os consumidores poderiam pressionar as companhias aéreas por uma maior transparência.

Combustível da atmosfera

Transparência à parte, há um empecilho importante para a produção de grandes volumes de SAF, disse Andreas Schäfer, diretor do Laboratório de Sistemas de Transporte Aéreo da Universidade College London: não temos óleo de cozinha usado o suficiente ou resíduos de biomassa semelhantes para produzir algo próximo da quantidade de combustível que a aviação requer. (Schäfer também disse que combustível sustentável de aviação não é um nome adequado: “Deveria ser combustível mais sustentável de aviação”, afirmou, porque a alternativa ainda emite dióxido de carbono.)

Os cientistas estão pesquisando fontes alternativas de carbono para o SAF, incluindo algas, restos de gramas cortadas e resíduos alimentares. Mas talvez a possível fonte mais intrigante seja o ar que respiramos, que, naturalmente, está repleto de dióxido de carbono.

Os pesquisadores já desenvolveram a tecnologia para este processo, conhecida como “power to liquid” (energia para líquidos, em tradução livre). Ela usa ventiladores enormes para remover o dióxido de carbono da atmosfera e, em seguida, extrair o carbono da molécula de CO2 antes de combiná-lo com o hidrogênio produzido a partir de eletrólise da água, que acontece usando energia renovável. O resultado é um hidrocarboneto que pode ser usado como combustível para um avião.

“É promissor”, disse Schäfer, “porque houve um desenvolvimento bastante rápido nesta área. O principal desafio é o custo elevado”.

Esse custo deve-se principalmente à enorme quantidade de energia limpa necessária para produzir o combustível em volumes consideráveis. Porém, o custo da eletricidade de fonte renovável está caindo tão depressa que, até 2035, as tecnologias que convertem eletricidade em combustível sintético com emissão neutra de carbono poderiam ser mais baratas de se produzir do que a maioria dos SAF feitos com biomassa.

Outra inovação tem estado no radar desde, pelo menos, a Guerra Fria: os aviões movidos a hidrogênio. Mas os desafios de engenharia nesse caso são consideráveis. Por ser um gás, o hidrogênio é volumoso demais para ser armazenado em quantidades adequadas a bordo de um avião, então precisa ser resfriado até -253 °C, a temperatura na qual o hidrogênio se condensa num líquido. Também seria necessário construir infraestruturas criogênicas para abastecimento e armazenamento nos aeroportos de todo o mundo.

Entretanto, a tecnologia existe: a NASA e a Agência Espacial Europeia a utilizam com sucesso há muito tempo, e os pesquisadores de empresas como a Airbus e a Rolls-Royce estão trabalhando para adaptar a tecnologia à aviação comercial.

“Com o hidrogênio, é possível realmente chegar ao ponto em que não há emissões de carbono”, disse Lahiru Ranasinghe, gestora sênior de sustentabilidade da easyJet, companhia aérea europeia de baixo custo que está investindo na tecnologia a base de hidrogênio.

Aeronaves movidas a eletricidade são outra opção com baixa emissão de carbono. Devido às limitações atuais de baterias para acionar seus motores, as aeronaves totalmente elétricas não têm força suficiente para voos de longa duração, mas poderiam oferecer uma solução para aviões menores voarem rotas mais curtas. Nesta área, a Noruega parece estar abrindo o caminho. De acordo com a Avinor, a operadora aeroportuária norueguesa, todas as aeronaves usadas em voos domésticos no país devem ser totalmente elétricas até 2040. A Wideroe, companhia aérea norueguesa com destaque na região, planeja ter sua primeira aeronave totalmente elétrica em serviço até 2026.

Um inimigo ralo e congelante do clima

O setor de aviação tem focado em cortar as emissões de carbono, mas muitos estudiosos dizem que há uma missão mais simples em termos de redução do impacto dos voos no clima. Descobriu-se que as trilhas de condensação têm um efeito enorme na temperatura do planeta.

“Sabemos há mais de 20 anos que, em um grau muito elevado, o aquecimento provocado pelas trilhas de condensação tem sido bastante significativo – e comparável ao causado pelo CO2″, disse Barrett, do MIT.

A ciência por trás disso não é simples, disse Barrett, porque o efeito do rastro depende da hora do dia em que ele é lançado na atmosfera. À noite, as trilhas de condensação conservam o calor irradiado pela superfície terrestre, levando a um aquecimento adicional. Mas durante o dia, os rastros também irradiam a energia do sol de volta para a atmosfera e podem, na verdade, causar um efeito de resfriamento. Entretanto, estudos mostram que o impacto global no geral é um aquecimento considerável – algo em torno de metade a três vezes o efeito das emissões de dióxido de carbono do setor de aviação.

Barrett está trabalhando em parceria com a Delta Air Lines para analisar como fazer pequenas mudanças nas rotas de voo poderia ajudar. Ele diz que há potencial para conquistas simples: os rastros se formam apenas em condições específicas (quando está frio e úmido) e em faixas limitadas de altitude. Isso significa que é relativamente fácil – e barato – para as companhias aéreas redirecionar seus aviões e evitá-los.

“Acabar com as trilhas de condensação é uma ação importante para mitigar o impacto da aviação no clima”, disse ele.

David Victor, codiretor da Deep Decarbonization Initiative (Iniciativa de Descarbonização Profunda) da Universidade da Califórnia em San Diego, fez coro sobre a importância de abordar os impactos do aquecimento provocado pelos rastros, assim como Schäfer, da Universidade College London.

Mas em relação às iniciativas do setor para cortar as emissões de carbono, Victor argumentou que, num mundo ideal, o mercado de compensação de carbono estaria fora de cogitação.

“O histórico de demonstrar virtudes é tão atroz”, disse Victor a respeito das tradicionais compensações de carbono. “Você tem essa enxurrada de compensações de lixo no mercado. Isso tem feito cair o preço como um todo, assim como a qualidade.”

Ele sugeriu que os viajantes preocupados com o tema poderiam usar uma calculadora on-line de pegada de carbono para ver como seus hábitos de voo se enquadram no impacto geral no clima. Mas frisou que as decisões individuais só vão fazer diferença nas margens; o sistema todo precisa de uma mudança radical, afirmou.

“Se fizermos tudo isso de uma forma que nos torne infelizes, então não é sustentável”, disse Victor. “Tem que ser algo que toda a sociedade vai fazer.” / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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