A velha imprensa fez de tudo para derrotar Bolsonaro, desde
demonizar o ex-presidente como se fosse o próprio vírus chinês, passando
pela recusa em reconhecer qualquer acerto ou virtude em seu governo, e
chegando a passar pano para seu único adversário com chances concretas.
Foi assim que surgiu o Lula moderado e responsável que liderava uma
“frente ampla pela democracia”. Uma narrativa ridícula, mas que a mídia
em geral endossou sem qualquer pudor. E eis que, agora, diante do
radicalismo raivoso e temerário de Lula, os veículos de comunicação
começam a se afastar lentamente, sem qualquer confissão do crime.
A Folha de SP, por exemplo, destaca que Lula “se desfaz de promessa e
muda opiniões de campanha em um mês de governo”. “Petista se tornou
aliado de Lira e alterou postura sobre a possibilidade de reeleição,
entre outros pontos”, diz o jornal. É um esforço comovente para não
falar em estelionato eleitoral, até porque a Folha teria de admitir que
fez parte da trama.
Em sua coluna de hoje na Gazeta, Lacombe resume bem a farsa: “Não
existe o Lula pacificador, ‘paz e amor’, o Lula da frente ampla,
moderado. A agenda dele é rancorosa, velha, mofada. Ele é feito de
mentiras, trabalha pelas mentiras”. Um Lula diferente disso nunca
existiu de fato, e não era preciso ser um profeta para imaginar que ele
estaria mais raivoso e vingativo depois da prisão e do que foi
necessário para sua soltura e eleição.
O ataque insistente de Lula ao Banco Central independente tem sido o
fator de maior receio dos tucanos de mercado, mas aqui também não há
qualquer razão para surpresa, ao menos não para quem esteve atento nos
últimos anos. O editorial da Gazeta do Povo de hoje toca no assunto:
Com todo esse histórico, não é nada surpreendente a ofensiva petista
contra o Banco Central e sua autonomia, ofensiva esta que agora o
ministro Alexandre Padilha tenta minimizar. Só a ingenuidade pura
levaria alguém a acreditar que Lula daria ouvidos à ala mais responsável
da “frente ampla” de inocentes úteis que o ajudaram a se eleger, e cujo
apoio faz deles corresponsáveis, em maior ou menor grau, pelo desastre
que virá se a autonomia do Banco Central for revertida e voltarmos à
época do intervencionismo irresponsável, ou se a gastança desenfreada
for demais até mesmo para as armas à disposição de um BC autônomo.
O Brasil desliza rapidamente rumo ao abismo, e isso era totalmente
esperado para quem não perdeu o juízo, não deixou uma ojeriza
psicológica a Bolsonaro turvar a razão e, portanto, não fez o L. Os
tucanos, por sua vez, estão preocupados. Eles esperavam um Lula moderado
e responsável. Ninguém sabe exatamente o motivo…
Amazônia: verdades e narrativas sobre garimpo, desmatamento e os índios yanomami
Por Cristina Graeml
A Amazônia costuma figurar no noticiário como uma região em vias
de se tornar completamente devastada, onde exploração de madeira e
garimpo ilegal são feitos sem que o Estado fiscalize ou interfira. E
onde, nos últimos quatro anos, índios teriam ficado à míngua, vítimas do
descaso de um governante desumano, insensível e irresponsável.
Esta é a narrativa espalhada aos quatro ventos por aqueles pouco
afeitos à busca pela verdade e muito interessados em difamar o
presidente que acaba de deixar o posto para enaltecer o que chega, mais
uma vez, como salvador da pátria, apesar de tê-la saqueado num passado
bem recente e mostrado total desprezo pelo país e pelos brasileiros mais
humildes, que ele jura defender.
Nas últimas semanas tenho tentado trazer aqui um contraponto à
narrativa lulista de que Bolsonaro é um vilão a ser eternamente
combatido. E Lula, um semi-Deus, preocupadíssimo com o meio ambiente.
A mentira é facilmente desmontada com a lembrança da histórica briga
entre ele e Marina Silva, sua atual ministra do Meio Ambiente. Na época,
o rompimento foi inevitável, tamanhas as discordâncias acerca da forma
como Lula lidava com a questão da proteção à Amazônia e combate ao
desmatamento e ao garimpo ilegais em seus governos anteriores.
Amazônia, garimpo, desmatamento e índios Yanomami Mais do que um
contraponto, meu esforço é por abrir espaço para a verdade conhecida por
quem trabalha há décadas na Amazônia, conhece a realidade (antiga) do
garimpo e da exploração ilegal de madeira na região e, especialmente, os
eternos problemas enfrentados por índios como os das tribos Yanomami.
Caso não tenha visto, recomendo que assista, depois, à entrevista com
o enfermeiro especializado em saúde indígena, Khylvio Alves Valões, que
trabalhou com os Yanomami nos sete primeiros anos de existência da
Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde.
Foi publicada aqui na coluna há duas semanas.
Sugiro também assistir ao vídeo que publiquei na última sexta (27 de
janeiro) em que trago uma breve entrevista com um deputado indígena
venezuelano, também tratando da realidade não divulgada sobre o garimpo
ilegal na Amazônia venezuelana e a imigração de índios Yanomami da
Venezuela para o Brasil, fugindo da fome e da violência do exército do
ditador Nicolás Maduro.
Ex-diretor de Proteção Ambiental do Ibama A entrevista de hoje é
com o ex-diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Samuel Souza, que
integrou a equipe do Ministério do Meio Ambiente no governo Bolsonaro,
justamente pela longa experiência de trabalho na Amazônia, quando atuava
no Exército.
O ex-diretor do Ibama é coronel da reserva e traz informações sobre a
realidade do garimpo e as intensas operações de combate ao crime
organizado na Amazônia, feitas nos últimos anos e pouco divulgadas pela
imprensa em geral. Havia, é inegável, um esforço por esconder as boas
ações do governo Bolsonaro para se manter a narrativa da destruição
proposital praticada por um governante “genocida”.
Em novembro de 2021, quando Samuel Souza ainda era diretor do Ibama, o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou redução
histórica nos níveis de desmatamento da Amazônia. Dois meses antes, em
setembro, o Ibama embargou 59 pistas de pouso clandestinas que atendiam
ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
Nada disso teve repercussão na época e, obviamente, não é lembrado
hoje pelos veículos de imprensa que noticiam apenas a narrativa lulista
do suposto genocídio planejado para destruir os índios e a floresta.
Omitir fatos é tão criminoso quanto espalhar fake news com intenções de
beneficiar-se politicamente, difamando adversários.
Aos interessados na verdade e em ouvir todos os lados, eis mais uma
oportunidade. Assista à entrevista, clicando no play da imagem que
ilustra esta página.
O excelentíssimo, ilustríssimo senhor guarda-da-esquina Astolfo
Bulhões de Carvalho Figueroa. (Imagem meramente ilustrativa).| Foto:
Pixabay
“O que me preocupa não são os generais, mas os guardas da esquina”.
Pedro Aleixo, ex-vice-presidente, sobre a concentração de poder advinda do AI-5.
O cidadão José da Silva se tornou réu na ação movida pelo
guarda-da-esquina, digo, senhor guarda-da-esquina Astolfo Bulhões de
Carvalho Figueroa, encarregado de patrulhar a rua onde mora o sujeito. O
senhor Bulhões alega que foi chamado de “você”, mesmo depois de
insistir para que o cidadão se referisse a ele como “senhor”. O crime é o
de injúria hierárquica.
O caso aconteceu na noite do dia 11 de janeiro, coincidentemente o
mesmo dia em que, para azar do cidadão, a injúria hierárquica se tornou
crime inafiançável e imprescritível. Em depoimento, o ilustríssimo
senhor guarda-da-esquina contou que fazia seu costumeiro trabalho de
andar para lá e para cá, aqui multando um carro estacionado
irregularmente, ali chamando a atenção de um cidadão (outro) que jogou
lixo na rua, quando foi interpelado por José, alcunha Zé.
“Você tem um isqueiro para me emprestar?”, teria perguntado
despudorada e desrespeitosamente o cidadão. O excelentíssimo senhor
guarda-da-esquina, que apesar do cabelo azul e dos aparentes 25 anos se
identifica como “senhor” (e ninguém tem nada a ver com isso!), ainda
tentou corrigir o cidadão ignorante. “Tentei explicar a ele a
importância de se usar os pronomes de tratamento corretos a fim de
termos bem estabelecida uma hierarquia social capaz de mostrar quem
manda e quem obedece. Isso é a democracia!”, explicou o eminentíssimo
senhor guarda-da-esquina, parafraseando Mussolini (acho).
Distraído, porém, o cidadão (provavelmente direitista, conservador e,
se duvidar, até olavista) insistiu no pronome de tratamento informal,
ofendendo o emérito senhor guarda-da-esquina com as palavras que só
reproduziremos aqui por dever jornalístico, e pelas quais desde já
pedimos desculpas: “Parece que vai chover. Você não acha?”.
Essas palavras duras, combinadas com o pronome de tratamento
inaceitável, levaram o venerável senhor guarda-da-esquina às lágrimas.
Ou melhor, a apenas uma lágrima, que escorreu furtivamente por seu
egrégio rosto. “Além de tudo, depois que reclamei o elemento foi
irônico, me perguntando se eu tinha ficado louco e usando novamente o
‘você’ com o qual, já disse, não me identifico”, contou o douto senhor
guarda-da-esquina.
Outro lado O cidadão-que-acha-que-liberdade-é-para-todos, José da
Silva, tentou se defender das acusações. “Não tenho culpa. Estava
escuro. E, no mais, ele tinha cara de ‘você’, andava como um ‘você’ e
falava como um ‘você’. Como eu poderia imaginar que ele era um
‘senhor’?”, se justificou. Vai que cola, né?
Recém-promulgada pelo alto comissariado da nossa pujante ditadura
democrática, a lei da injúria hierárquica prevê, em seu artigo 20-C,
prisão (é, cana mesmo!) para qualquer atitude ou tratamento dado às
autoridades e que cause constrangimento, humilhação, vergonha, medo ou
exposição indevida. A lágrima que escorreu pelo rosto do distintíssimo
senhor guarda-da-esquina foi colhida e servirá como prova.
A conversa ia bem e este repórter quase chegou a sentir pena do
cidadão. Afinal, ele parecia sincero ao descrever o grave incidente, o
crime bárbaro, como um lapso pronominal.
Perguntado, porém, se pretendia se retratar, pedir desculpas,
ajoelhar no milho, qualquer coisa, o cidadão partiu para ignorância,
atacando covardemente este repórter que não usa gravata-borboleta à toa.
“Por que eu me retrataria? O que fiz de errado? Se eu chamar você de
você, você também vai me processar?”, argumentou ele, provocando este
repórter que, por acaso, também se identifica como “senhor”. Ops, caiu
uma lágrima aqui.
Robson Evangelista – Consultor em Gestão Financeira Empresarial
Entenda o porquê é fundamental regular os gastos e os ganhos financeiros
Saber organizar os gastos, ganhos e compromissos financeiros é
essencial para um negócio ou objetivo pessoal poderem prosperar. A falta
de organização financeira, independente da classe social, compromete
diretamente todo o orçamento, gerando endividamento e afastando cada vez
mais as pessoas de suas aposentadorias e da realização dos seus sonhos.
É a partir desse planejamento que é possível controlar e organizar
ganhos e gastos, melhorando a saúde financeira para traçar objetivos e
montar planos de ação.
Para ter uma vida financeira saudável, é necessário ter planejamento e
organização. Não existe caminho mais simples ou milagroso. Somente
assim será possível identificar eventuais atitudes que estejam afetando
negativamente a saúde do dinheiro. A combinação entre planejamento e
organização financeira permite acompanhar, com clareza, o movimento de
suas receitas e despesas, ficando mais fácil saber para onde o dinheiro
está indo e realizar um importante exercício de autocrítica. “Dessa
maneira, dá para evitar dívidas e ficar mais próximo das suas metas
pessoais, bem como começar a investir o seu dinheiro e tomar decisões
melhores sobre suas finanças. Por exemplo, decidir se comprar aquele
carro tão sonhado é realmente possível”, destaca Robson Evangelista,
Consultor em Gestão Financeira Empresarial e criador do software Justo e
Calculado.
Robson complementa que o planejamento financeiro pessoal é
recomendável para todos, até mesmo para quem tem as contas no azul e é
organizado. “Quem está com as contas no vermelho, vai se planejar para
pagá-las. Quem está com as contas no azul, o planejamento pode colaborar
na organização financeira para investimentos”, diz.
Como se organizar financeiramente
Para começar, é preciso conhecer a realidade das finanças. Para isso,
é importante fazer um diagnóstico, uma autoanálise, que mostrará como
está a situação financeira atual. Com isso, é possível montar um
planejamento mais eficaz, de acordo com as metas que serão estabelecidas
dentro dessa realidade financeira levantada.
Depois é necessário definir despesas, receitas e objetivos para,
então, se planejar e alcançar as metas. Neste momento, é importante
anotar tudo o que se recebe e se gasta. “Além disso, é válido separar
as despesas entre fixas e variáveis. Fixas são aquelas que não vão
oscilar dentro do mês, como aluguel, por exemplo. Já as variáveis são as
que têm valores diferentes a cada mês, como gastos com água e luz, por
exemplo. É importante fazer essa diferenciação, pois ela pode ajudar na
forma de economizar dinheiro”, afirma o consultor financeiro.
Finalmente organize mentalmente o motivo pelo qual você se encontra
endividado. Organize e controle suas emoções, normalmente a compulsão
por consumo de comidas, roupas e etc, é algo que costuma nos acompanhar.
Procure entender e cuidar desses fatores para que suas finanças
“agradeçam” e comece a construir uma reserva de emergência, assim que
começar a ter controle de suas receitas e despesas.
FANS TOKENS DA VALEON
Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de
campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais
especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).
A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o
qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e
que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização
desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.
Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens
também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de
forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor,
ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital
para poder consumi-lo.
Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa
fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder
de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é
simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que
compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações
sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver
multiplataformas e muito mais.
Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas
as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais
variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de
quem trabalha com comportamento do consumidor.
Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os
comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor,
principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa
para atingir seus objetivos individuais e sociais.
Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um
estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do
contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de
atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca.
E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores
engajados fornecem referências e recomendações para produtos
específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas
estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos
produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da
monetização.
A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar
uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais,
que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem
realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial
Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de
como o nosso produto funciona.
As Fans Tokens são para aqueles que não querem
apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais
ativo na comunidade das redes sociais.
A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de
classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais,
abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de
receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.
Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na
possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece
a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando
ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o
direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do
Site.
Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00
Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço
para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso
dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá
ganhar.
1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.
Prêmio: 50 Fan Token Valeon
2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem
participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão
descontos.
Prêmio: 30% na mensalidade
3 – Sugestões de Internautas que queiram incluir ÁLBUNS DE MÚSICAS de até 150 MB NA COLEÇÃO DE MÚSICAS do Site Valeon.
Agenda internacional Tenta blindar aliados da América Latina Por Wesley Oliveira – Gazeta do Povo Brasília
Lula embarcou para os Estados Unidos nesta quinta-feira (9)| Foto: EFE/Andre Borges
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta
quinta-feira (9) nos Estados Unidos da América (EUA) com o objetivo de
focar sua agenda em encontros com a esquerda radical do país. Ele deve
se encontrar com o presidente Joe Biden e defender a criação de um
organismo chamado “Clube da Paz”, para tentar acabar com a guerra na
Ucrânia. Também deve tratar de pautas que podem beneficiar os governos
da Venezuela e de Cuba.
Além de uma reunião bilateral com o presidente democrata, Lula
pretende se encontrar com membros de centrais sindicais e com
parlamentares. Entre eles estão políticos que defendem leis pró-aborto
nos EUA e a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de solo
americano – por conta do episódio de vandalismo em Brasília.
Porém, integrantes do governo brasileiro disseram que Lula não vai
tratar do assunto da estadia de Bolsonaro em território americano.
VEJA TAMBÉM: Lula tenta cooptar todo o Centrão e busca até o PL para ampliar base no Congresso Poder de agenda e verbas bilionárias em jogo: como está a disputa pelas comissões do Congresso Lira diz que autonomia do Banco Central “não retroagirá” Senadores fizeram carta defendendo a extradição de Bolsonaro
A agenda do petista terá início na sexta-feira (10) com um
encontro com o senador do partido democrata Bernie Sanders. O
parlamentar é um dos signatários da carta apresentada ao Senado
americano pelo senador Bob Menendez, presidente da Comissão de Relações
Exteriores da Casa, que pede a extradição do ex-presidente Bolsonaro.
A carta, encampada por nove senadores, veio a público no começo deste
mês. Ela relaciona Bolsonaro aos atos de vandalismo contra os prédios
dos Três Poderes de 08 de janeiro, em Brasília.
“Antes das eleições gerais do Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro
repetidamente fez acusações falsas e infundadas questionando a
transparência e a integridade do processo eleitoral do país, atacou
publicamente a imparcialidade do Supremo Tribunal Federal (…) e
encorajou seus partidários a ampliar essas reivindicações infundadas”,
relataram os senadores americanos.
Além de Sanders e de Menendez, a carta conta com o apoio dos
senadores Tim Kaine, Dick Durbin, Ben Cardin, Chris Murphy, Jeanne
Shaheen, Jeff Merkley e Chris Van Hollen. Os congressistas pressionam o
presidente Joe Biden a revisar e responder prontamente a quaisquer
pedidos de ajuda relacionados com as investigações sobre o episódio de
vandalismo, incluindo eventuais pedidos de extradição de Bolsonaro.
Petista encontrará deputada americana que defende o aborto Após o
encontro com Sanders, Lula ainda pretende se reunir com deputados de
esquerda dos EUA, entre eles Alexandria Ocasio-Cortez. A parlamentar,
que integra a ala mais radical do partido democrata, foi detida no ano
passado ao participar de um protesto a favor do aborto em frente à
Suprema Corte dos Estados Unidos.
“AOC”, como é conhecida, também defendeu a extradição de Bolsonaro
dos EUA após os atos de vandalismo em Brasília. “Os Estados Unidos devem
deixar de dar guarida a Bolsonaro”, disse a deputada em uma rede
social.
Apesar dessas agendas, integrantes do Palácio do Planalto negam que a
visita de Lula aos EUA seja para tratar de um pedido de extradição do
ex-presidente brasileiro. Antes do embarque do petista, o Itamaraty se
limitou a dizer que a situação de Bolsonaro no país é uma questão
migratória e que qualquer decisão cabe somente ao governo americano.
Recentemente, Bolsonaro solicitou um visto de turista para permanecer
mais tempo nos Estados Unidos. Assim, ele entrou no país no dia 30 de
dezembro com passaporte diplomático, mas o visto tinha validade de
apenas 30 dias depois que ele deixasse a Presidência.
Ainda durante sua passagem pelos EUA, Lula também reservou um espaço
na sua agenda para um encontro com representantes da Federação Americana
do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO). A
entidade reúne centrais sindicais dos Estados Unidos e do Canadá e
mantém proximidade com Lula há anos. Em 2018, quando o petista estava
preso por condenações da Lava Jato, o grupo chegou a divulgar um
manifesto para defender a liberdade dele.
Lula idealiza “Clube da paz” após culpar presidente da Ucrânia pela guerra Ainda
em Washington D.C., Lula vai à Casa Branca para sua primeira reunião
bilateral com o presidente Joe Biden. Além de acordos comerciais entre o
Brasil e os EUA, a expectativa é que Lula defenda pautas que podem
beneficiar Cuba e Venezuela, regimes autocratas de esquerda aliados do
petista.
Na busca por um protagonismo internacional neste terceiro mandato
como presidente, Lula deve propor a Biden a criação de um de “Clube da
Paz”, um órgão multilateral idealizado para intermediar o fim da guerra
na Ucrânia.
Porém, segundo analistas internacionais, o petista dificilmente seria
aceito como um interlocutor do governo ucraniano. Isso porque Lula foi
incluído em uma lista do governo da Kiev como propagandista da Rússia.
O relatório do Centro de Contenção de Desinformação do governo da
Ucrânia, divulgado em julho do ano passado, traz uma fala de Lula que
desagradou a Ucrânia. O brasileiro disse que o presidente “[Volodymyr]
Zelensky é tão culpado pela guerra quanto [Vladimir] Putin”, presidente
da Rússia. A declaração de Lula foi dada em uma entrevista para a
revista Time antes de sua eleição.
Mas, foi Moscou que, sem ter sofrido qualquer tipo de agressão
militar ucraniana, invadiu o território vizinho com 200 mil combatentes
no ano passado. A guerra já resultou até agora em mais de 200 mil baixas
militares, 9 mil civis mortos e provocou um êxodo de mais de 7 milhões
de refugiados.
Propostas de petista podem beneficiar Cuba e Venezuela Além de uma
eventual intermediação contra a guerra na Ucrânia, o “Clube da Paz”
poderia atuar, inclusive, para buscar uma alternativa para a questão
política na Venezuela. Ainda durante a transição, aliados de Lula
defendiam que o petista poderia ter um papel determinante na construção
da nova relação entre o governo norte-americano e o ditador venezuelano
Nicolás Maduro.
Em outra frente, existe a expectativa de que Lula defenda uma
aproximação dos EUA com a ditadura de Cuba. O petista pretende defender
inclusive uma flexibilização dos embargos dos norte-americanos contra a
ilha.
O movimento faz parte de uma estratégia iniciada por Lula ainda em
janeiro. Ele defendeu a adoção de um “carinho” com Cuba durante sua
participação na Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e
Caribenhos (Celac), na Argentina.
“Os cubanos não querem copiar o modelo do Brasil, não querem copiar o
modelo americano, querem fazer o modelo deles. E quem tem a ver com
isso? O Brasil e os países da Celac têm que tratar Venezuela e Cuba com
muito carinho”, defendeu o petista na ocasião.
Biden e Lula devem debater violência política
Após o encontro na Casa Branca é esperado que Lula e Biden façam uma
declaração pública com foco na defesa da democracia. Os episódios de
vandalismo em Brasília e a invasão do Capitólio dos EUA, em 2021, serão
destacados por ambos.
“Os dois países estão experimentando desafios semelhantes, uma
preocupação comum com o tema da radicalização, violência política, com o
tema do uso das redes [sociais] para a difusão de desinformação e
discurso de ódio”, disse o embaixador Michel Arslanian, secretário de
América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores.
“Então, com as duas principais democracias do mundo se reunindo em
seu mais alto nível, será uma oportunidade ímpar para que enviem uma
mensagem de forte apoio a processos políticos, sem recursos a
extremismos, à violência e com o uso adequado das redes sociais”,
afirmou.
Em janeiro, Joe Biden foi uma das primeiras lideranças mundiais a se
manifestar após os ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Na
ocasião, o presidente dos Estados Unidos telefonou para Lula e se
colocou à disposição do governo brasileiro. “As instituições
democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo
brasileiro não deve ser abalada”, escreveu o líder norte-americano em
seu perfil no Twitter.
Palácio do Planalto vetou encontro de Lula com empresários nos EUA O
Palácio do Planalto priorizou encontros com lideranças da esquerda
radical nos EUA. Por causa disso, acabou ventando uma agenda de Lula com
empresários durante sua passagem pelo país. A costura vinha sendo feita
pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex), Jorge Viana.
Com isso, os acordos comerciais do Brasil com os Estados Unidos podem
ficar restritos ao encontro de Lula com Biden na Casa Branca.
O governo brasileiro tenta ser beneficiar da recente política
americana de fomentar o desenvolvimento da cadeia produtiva de
semicondutores. O governo Biden aprovou no ano passado a Lei de Chips e
Ciência. Ela determina investimentos da ordem de US$ 52 bilhões (R$ 274
bilhões) na produção de chips de computador.
Eles são necessários para a produção de itens de alta tecnologia em
praticamente todos os setores da economia. Nesse cenário é possível
destacar a produção de carros, aviões, armamentos avançados e prospecção
de petróleo.
Brasil tem interesse na produção de semicondutores A expectativa
Planalto é de que parte desses investimentos ocorra no Brasil. Isso
porque já que existe a previsão nos EUA de que parte das novas fábricas
sejam montadas no exterior.
Porém, não está claro quais partes da cadeia produtiva poderiam ser
instaladas no Brasil. A produção de matérias primas para semicondutores
envolve a extração de minérios conhecidos como “terras raras”. Sua
produção é extremamente poluente.
O Brasil possui terras raras em seu território, mas a China é hoje a
maior produtora do planeta. A explicação é que Pequim é um dos únicos
governos que se dispõe a arcar com esse tipo de dano ambiental em larga
escala.
“O encontro visa um ‘resettling’ na relação, que estava em
banho-maria desde a eleição do presidente Biden”, explicou Arslanian.
Ele usou um termo em inglês que significa reacomodação das relações
diplomáticas.
O governo Lula espera ainda uma adesão dos Estados Unidos como
contribuinte do Fundo Amazônia. Os recursos internacionais, fornecidos
pela Alemanha e pela Noruega, são aplicados na conservação e uso
sustentável da região.
Integram a comitiva de Lula os ministros Fernando Haddad (Fazenda),
Marina Silva (Meio Ambiente,) Anielle Franco (Igualdade Racial), além do
chanceler Mauro Vieira. O grupo retorna ao Brasil no sábado (11).
Sede do Banco Central, em Brasília: autonomia da autoridade
monetária vem sendo duramente criticada pelo presidente Lula.| Foto:
Rodrigo Oliveira/Caixa Econômica Federal.
Terceirizar a culpa é uma regra não escrita dos governos de Lula,
adotada quase que desde o primeiro dia de seu primeiro governo, 20 anos
atrás, quando o petista passou a falar de uma suposta “herança maldita”
deixada por Fernando Henrique Cardoso – justamente o responsável por
liderar a equipe que derrotou a hiperinflação em 1994 e que, na
Presidência, deixou como um de seus legados o tripé macroeconômico. Pois
agora, quando as estimativas indicam que o Brasil terá um crescimento
pífio em 2023, e com perspectivas de manutenção da inflação nos atuais
patamares nada confortáveis, Lula já escolheu um culpado de antemão: o
Banco Central – ou, mais especificamente, a autonomia da instituição.
“Não existe nenhuma razão para a taxa de juros chegar a 13,75%”,
afirmou Lula no dia 2 em entrevista ao canal de televisão RedeTV. Na
mesma ocasião, ainda disse: “Quero saber do que serviu a independência
[do BC]. Eu vou esperar esse cidadão [Roberto Campos Neto, presidente do
BC] terminar o mandato dele pra gente fazer uma avaliação do que
significou o Banco Central independente”. E a metralhadora giratória não
parou desde então. “É só ver a carta [ata] do Copom pra gente saber que
é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram pra
sociedade brasileira”, disse no dia 6, durante a posse de Aloizio
Mercadante no BNDES. E, na segunda-feira, dia 7, Lula voltou à carga em
café da manhã com representantes da imprensa dita “independente” (melhor
seria descrever a maior parte dos presentes como “chapa-branca”), ao
dizer que Campos Neto “deve explicações não a mim. Ele deve explicações
ao Congresso Nacional, a quem o indicou”.
Um Banco Central autônomo está fora do controle do petismo e de seus
economistas gastadores, e por isso o PT jamais apoiou a autonomia do BC
A autonomia do Banco Central foi conseguida a muito custo durante o
governo de Jair Bolsonaro, e finalmente libertou a autoridade monetária
das interferências políticas do governo de plantão. A cúpula da
instituição continua a ser escolhida pelo presidente da República e
aprovada pelo Senado, mas tem seu mandato blindado por quatro anos, que
não coincidem com os mandatos dos políticos eleitos; durante este
período, presidente e diretores do BC só saem do cargo se pedirem
demissão ou forem condenados criminalmente; o presidente da República
pode até querer se livrar de Campos Neto ou de algum diretor do BC antes
do fim de seus mandatos, mas para isso terá de justificar sua decisão e
submetê-la ao Senado. Sem a espada de Dâmocles dos humores palacianos
sobre suas cabeças, os chefes do BC podem fazer o que considerarem
necessário em sua missão de controlar a inflação, sem perder de vista os
objetivos secundários de fomentar o pleno emprego e o crescimento
econômico. Foi assim, usando critérios técnicos e não políticos, que o
Copom trouxe a Selic ao patamar mais baixo da série história – 2% ao
ano, entre agosto de 2020 e março de 2021 –, e foi assim que ele voltou a
elevar os juros quando percebeu a pressão inflacionária, chegando aos
atuais 13,75%.
E o que não faltam são explicações para a recente alta dos juros.
Mas, ao contrário do que diz Lula, a responsabilidade não é de Campos
Neto. A inflação é fenômeno global (a brasileira, aliás, ainda está
abaixo da registrada em economias sólidas do Ocidente rico) e tem causas
externas, que colocam o Brasil no banco do carona. Mas há outros
fatores internos que têm colaborado para o enfraquecimento da moeda,
especialmente a pressão pelo aumento do gasto público – não as centenas
de bilhões de reais necessários durante a pandemia, mas as recentes
gambiarras fiscais como a PEC dos Precatórios, a PEC dos Benefícios e a
PEC fura-teto, todas elas apoiadas pelos poderes Executivo (o anterior e
o atual) e Legislativo. Quem deve explicações são os que pediram e os
que aprovaram a gastança e as medidas que desmoralizaram a âncora fiscal
brasileira, fortalecendo a inflação, minando a confiança do investidor
no país e levando o Banco Central a agir com a única ferramenta à
disposição, a política monetária.
Lula, claro, não quer saber de nada disso – pois isso significaria
admitir que ele é protagonista no processo que está resultando na atual
Selic. O que ele quer é jogar a culpa no Banco Central até conseguir um
Tombini para chamar de seu. Alexandre Tombini foi o presidente do BC nos
dois mandatos de Dilma Rousseff e, pressionado pela petista, iniciou um
ciclo de redução artificial e insustentável da Selic em agosto de 2011,
quando os juros eram de 12,50% ao ano; 14 meses depois, eram de 7,25%,
mas não permaneceram nesse patamar por muito tempo, voltando a subir e
sendo represados novamente em 2014, na casa dos 11%, para ajudar a
campanha de reeleição de Dilma. O intervencionismo resultaria em
inflação de dois dígitos em 2015 e a pior recessão da história do país
em 2015-16.
VEJA TAMBÉM: Marcel van Hattem: BC independente protege o governo Lula de si mesmo Guzzo: Um BC lotado de militantes obedientes é a nova obsessão de Lula Polzonoff: Projeto de destruição da economia passa pelo enfraquecimento do BC
Como afirmamos dias atrás, trata-se de controle. Um BC autônomo está
fora do controle do petismo e de seus economistas gastadores. Por isso o
PT jamais apoiou a autonomia do Banco Central, a ponto de uma peça
publicitária da campanha de 2014 ter associado a autonomia (sugerida
pela então candidata do PSB, Marina Silva) ao sumiço de comida na mesa
do brasileiro. Esta ânsia por retomar o cabresto sobre o Banco Central
leva Lula a afirmar disparates como “ele [Campos Neto] quer chegar à
inflação padrão europeu? Não. Nós temos de chegar à inflação padrão
Brasil”, ignorando que a inflação é uma das piores mazelas econômicas
que podem acometer uma nação, corroendo o poder de compra de todos os
brasileiros, mas especialmente do cidadão mais pobre, aquele que não tem
como se proteger da desvalorização da moeda.
Com todo esse histórico, não é nada surpreendente a ofensiva petista
contra o Banco Central e sua autonomia, ofensiva esta que agora o
ministro Alexandre Padilha tenta minimizar. Só a ingenuidade pura
levaria alguém a acreditar que Lula daria ouvidos à ala mais responsável
da “frente ampla” de inocentes úteis que o ajudaram a se eleger, e cujo
apoio faz deles corresponsáveis, em maior ou menor grau, pelo desastre
que virá se a autonomia do Banco Central for revertida e voltarmos à
época do intervencionismo irresponsável, ou se a gastança desenfreada
for demais até mesmo para as armas à disposição de um BC autônomo.
Lula e jornalistas da imprensa dita “independente e alternativa”
(mas que está mais para chapa-branca) em café da manhã, em 7 de
fevereiro de 2023.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
Lula
aprendeu com a mãe que a mentira é poderosa. Andou pelo mundo mentindo e
recebendo aplausos. Agora, voltou com tudo, escoltado por uma imprensa
que também entrou nessa de inventar histórias, de criar narrativas,
desprezando os fatos, o mundo real. Há um comportamento sistemático de
jornalistas, já faz algum tempo, parecido com o de Lula, “a alma mais
honesta do mundo”. Deixaram de ser observadores, curiosos, desconfiados,
perderam o senso crítico, desistiram de perguntar, de questionar, de
duvidar. As maiores mentiras já não são rebatidas, podem ser apenas
ignoradas, ou confusamente atenuadas, editadas de forma militante,
recriadas, lançadas como a mais pura verdade aos leitores de manchetes.
Lula e grande parte da imprensa podem chamar quem quiserem de
terroristas. Não importa se a lei estabelece que terrorismo é a prática
de atos de destruição, por uma ou mais pessoas, motivada por xenofobia,
ou qualquer forma de discriminação, de preconceito… Não há referência a
questões políticas, ideológicas, mas Lula e seus jornalistas estão
autorizados por eles próprios a escolher como classificar os outros.
Podem tratar como democratas aqueles que pensam como eles e como
terroristas, golpistas, extremistas, nazistas, fascistas e genocidas
todos os que pensam de forma diferente. Resolveram dividir a humanidade a
partir de critérios insanos, absurdos, risíveis até. Esqueceram que a
separação deveria se dar entre os que têm caráter e os que não têm,
entre honestos e desonestos, entre a verdade e a mentira.
Não existe o Lula pacificador, “paz e amor”, o Lula da frente ampla,
moderado. A agenda dele é rancorosa, velha, mofada. Ele é feito de
mentiras, trabalha pelas mentiras
É um achincalhe, um escárnio, um escracho, quase tudo com o aval da
imprensa. São bobagens em série, delírios… A Argentina vai muito bem
economicamente? Claro. Uma inflação de quase 100% ao ano só existe mesmo
na cabeça dos desatentos, de quem é dado a alucinações, invencionices.
Se Alberto Fernández disse, está dito. Ele não veio dos índios, ele não
veio da selva, ele veio da Europa, é um ser superior, mas quer uma moeda
única com o Brasil e o dinheiro do BNDES… Lula já anunciou que vai
derramar recursos do banco em ditaduras de companheiros. O calote contra
o Brasil, mesmo tendo começado em 2018, é culpa do Bolsonaro. Sumiram
as infectas agências de checagem, não há mais manchetes sobre mentiras
presidenciais. Agora, há coisas assim: “Lula acertou sobre BNDES, apesar
de ter errado”; “Teve calote, mas BNDES financiar obras em outros
países é, sim, bom negócio”.
O impeachment de Dilma Rousseff foi golpe. Michel Temer é golpista.
Ele reage com elegância, com argumentos, mas não une seu partido contra
as mentiras. Então, um golpe de verdade é chefiado por Lula e apoiado
por jornalistas amigos, alinhados ao governo, mas que se tratam como
“independentes”. É assim: independentemente da bobagem que Lula
engendrar, a turma o apoia. Acabar com a autonomia do Banco Central, com
o sistema de metas de inflação, derrubar a taxa de juros por vontade
“política”… Falam em exonerar o presidente do BC com a maior
tranquilidade. São jornalistas parciais, partidários, passionais, que
ignoram todos os lados da história. E eles sabem, sim, que os países com
bancos centrais independentes têm taxas de inflação menores, mais
estabilidade, mais crescimento, mais desenvolvimento.
VEJA TAMBÉM: Como era bom o Brasil As piadas sem graça da economia Quebra-quebra das leis
Quem será capaz de dizer a verdade, que uma rede de censura não
pode ser chamada de “pacotão da democracia”? Quem vai apontar o artigo
220 da Constituição e dizer que um Departamento de Promoção da Liberdade
de Expressão é uma piada? Quem vai deixar claro que a democracia não
pode ser defendida com agressões à democracia? Certamente, não serão
jornalistas que estranham incêndios no Chile na estação de mais calor,
secura e vento, que se surpreendem com terremotos na Turquia, com o frio
intenso no inverno canadense e o calor avassalador no verão carioca…
Não há quase nada que faça sentido nos discursos toscos desses donos da
verdade, de Lula e sua turma na imprensa. Não, eles não são seres
especiais, superiores, não estão acima dos fatos, acima do bem e do mal.
Eles não são infalíveis, não são capazes de educar as pessoas, de
melhorar o país, mas sabem mentir como ninguém.
Lula está nisso há muito tempo, desde menino. Volta e meia, finge de
forma canastrona uma “metamorfose”, mas é o mesmo líder sindical
agressivo, malandro, que só se interessa por ele próprio e por sua turma
restrita. Implodiram suas condenações, mas não implodiram sua essência,
e ela é horripilante. Não existe o Lula pacificador, “paz e amor”, o
Lula da frente ampla, moderado. Quem acreditou no Lula conciliador,
apegado ao mundo real, esperava o quê? Que ele defendesse a
redemocratização da Venezuela, de Cuba, da Nicarágua? A agenda dele é
rancorosa, velha, mofada. Ele é feito de mentiras, trabalha pelas
mentiras… E o que dói mais, no fim das contas, é a cumplicidade de uma
imprensa que abandonou o que determina a sua existência: o respeito à
verdade.
Decreto presidencial Fúria do governo contra armas paralisou indústria de blindagem de carros
Por Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Decreto de Lula
tinha como alvo os CACs, mas também acabou inviabilizando atividade de
blindagem de automóveis.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Os da minha idade vão lembrar que o presidente Jânio Quadros – que
foi meu primeiro voto na vida – proibiu biquíni nas praias e rinha de
galo. Por que lembro disso? Porque o atual presidente está impedindo a
blindagem de automóveis. Em vários estados do Nordeste, as empresas de
blindagem já estão paradas há mais de três semanas. É que saiu um
decreto, já no dia 1.º de janeiro, revogando um outro decreto do governo
anterior, e com isso deixou na mão a blindagem dos carros, que precisa
ser autorizada pelo Exército, mas agora não há mais essa autorização,
isso em um país inseguro como o nosso.
Para quem quiser pesquisar no doutor Google, falo do Decreto 11.366,
que revogou o Decreto 10.030. É um decreto contra os CACs, que são 670
mil brasileiros, incluindo caçadores – a caça só é permitida para
controlar a população de javalis, e isso é controlado pelo Ibama –;
colecionadores de armas, que são muitos; e atiradores, que fazem parte
de 2 mil clubes de tiro e entre os quais há até atletas olímpicos, pois o
tiro é modalidade olímpica que, aliás, deu o primeiro ouro para o
Brasil, em 1920, em Antuérpia (Bélgica). Todos eles movimentam uma
indústria que gera 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos, segundo
dados do Ministério da Defesa. São cerca de US$ 4 bilhões, ou 4,46% do
PIB. Pagam imposto de 71,6%, e pagam antecipadamente.
E é mentira que essas armas, licenciadas pelo Exército, caiam na mão
de bandidos. De 48.658 apreensões feitas em um ano, segundo a Secretaria
de Segurança do Rio de Janeiro, só 83 armas tinham registro legal, ou
0,17%. Outra mentira é a de que as armas aumentam o número de mortes.
Pelo contrário: os homicídios caíram de 57 mil por ano para 30 mil. É
preciso registrar isso.
VEJA TAMBÉM: Será que Alexandre de Moraes conhece a Lei Antiterrorismo? Prisões pós-8 de janeiro já bateram o recorde do regime militar Sérgio Cabral quase solto e viagem a NY: retratos da Justiça brasileira Cabral, condenado a 415 anos, está solto, enquanto em Brasília tem gente presa sem nem saber o motivo
Como também é preciso registar que um sujeito, sem usar arma em
seus crimes, foi condenado a 415 anos de prisão por corrupção em 35
ações. Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, foi solto pelo
Tribunal Regional Federal do Rio por 4 a 3. Ele vai passear pelas ruas
do Rio apenas com tornozeleira, só não pode sair do país. Já estava em
prisão domiciliar desde dezembro. Uma maravilha, não? Enquanto isso, a
cozinheira do acampamento na frente do QG do Exército está presa. Nem
pôs os pés na Esplanada dos Ministérios, mas foi levada naqueles ônibus,
naquela coisa de Hitler que faz lembrar os tempos dos judeus na
Alemanha. Cabe ao acusador o ônus da prova, mostrar que todas aquelas
pessoas agiram com vandalismo, destruindo patrimônio público no
Congresso, no Supremo e no Palácio do Planalto; precisam mostrar as
provas para prender tanta gente. E aí comparamos uma coisa com outra:
Sérgio Cabral solto apesar de ter sido condenado a 415 anos, e pessoas
que nem sabem por que estão nos presídios da Papuda (masculino) e da
Colmeia (feminino), aqui em Brasília.
A volta dos caminhões-pipa no Nordeste
E falei de empresas de blindagem de carros no Nordeste, pois o
Congresso está investigando um outro problema por lá, que está
beneficiando empresas de caminhão-pipa. De repente parou a água do Rio
São Francisco, que estava circulando pelo Nordeste, e os caminhões-pipa
voltaram. Agora, os deputados, que voltaram das férias, querem
investigar para saber o que está acontecendo, e nisso fazem muito bem.
Sempre se pode contar com Lula e
com o PT para tentarem aplicar todas as soluções erradas e, no fim,
escolherem a pior. Passaram três meses envolvidos até o talo num
“governo de transição” em Brasília; segundo se orgulhou o presidente,
foi a primeira vez que um novo governo “começou a governar” antes de
tomar posse. Nada menos que 900 pessoas participaram deste esforço.
Muitos, é claro, fizeram apenas simulação de atividade – nada como um
negócio desses para o sujeito passar três meses da vida ganhando sem
trabalhar. Mas outros, infelizmente, se lançaram ao esforço de ter
ideias. É daí que saíram, junto com ideias velhas e igualmente ruins, os
primeiros movimentos do novo governo Lula. É um fiasco. Em mais de um
mês de atuação, toda a sabedoria concentrada nos cérebros dos gigantes
da transição (havia até uma cozinheira, para tratar dos problemas da
“fome”) não foi capaz de apresentar uma única proposta coerente para
encarar qualquer dos problemas reais que o Brasil tem neste momento. Em
compensação, fez isso aí que se está vendo: um programa de oposição
feroz ao governo Bolsonaro, que, como se sabe, não existe mais.
Em mais de um mês de atuação, toda a sabedoria concentrada nos
cérebros dos gigantes da transição não foi capaz de apresentar uma única
proposta coerente para encarar qualquer dos problemas reais que o
Brasil tem neste momento
Lula, até agora, só anunciou o que quer destruir – a autonomia do
Banco Central, a reforma trabalhista, a blindagem de carros
particulares, e por aí afora. Acabou com o serviço de apoio prestado
pelo Itamaraty ao agronegócio. Acabou com o programa de alfabetização do
governo federal. Até quando vai continuar? Daqui a pouco não vai haver
mais nada para ser demolido; ao contrário, haverá a necessidade de
manter os índices de inflação, desemprego e crescimento que recebeu do
governo anterior. Não há, nem nas propostas do “governo de transição”,
nem do governo que já começou, a mais remota ideia de como lidar com
isso tudo – a não ser gritaria demagógica e ignorante para acabar com a
independência do Banco Central, que “não cuida dos pobres” e mantém os
juros a 13,75% ao ano, para dar lucro “aos banqueiros”. Quer também
construir um gasoduto na Argentina, censurar as redes sociais, acabar
com as manifestações de rua e prender quem é acusado de “atos
antidemocráticos”. Quantos empregos qualquer dessas coisas gera na
economia real? Quantos pontos diminui da inflação, ou acrescenta ao
crescimento?
Como não sabe o que fazer, Lula constrói inimigos. No momento está
em guerra contra a “direita”, os bancos”, os “ricos”. É sempre assim –
todas as vezes em que se vê diante de uma dificuldade, Lula fica radical
e começa a falar bravo. Esta vez não deve ser diferente.