quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

NA VIDA NETWORKING E SOFT SKILLS SÃO MUITO IMPORTANTES

 

Glaucy Bocci – Consultoria global Korn Ferry

Ou realizar o sonho de mudar de carreira

Com o layoff batendo à porta, estar conectado às novidades de mercado, ativar o networking e desenvolver soft skills aumentam as chances de novas oportunidades

Em alguns momentos do ano, uma onda de demissão parece tomar conta das organizações, independente do setor. O mercado mostra que janeiro de 2023 foi o momento escolhido pelas empresas para o layoff. A reestruturação de equipes e departamentos é comum nas companhias, por estratégia ou por necessidade, mas muitas vezes pega o colaborador de surpresa, deixando-o sem uma opção imediata de ocupação.

Cortes de 10 mil, 11 mil e até 18 mil funcionários são alguns dos números dos desligamentos em massa divulgados por grandes players do mercado, motivados por retenção de custos e por incertezas de uma recessão global.

Mesmo em um momento de muitos cortes, o colaborador que ocupa a estação de trabalho pode reverter uma situação negativa e tomar dois possíveis caminhos: recolocar-se no mercado de trabalho ou buscar aquela nova área de atuação tão sonhada e que não era possível por falta de oportunidade, achar que não era o momento certo ou por receio de tentar algo diferente.

Para ambos os casos, uma das principais estratégias é o networking. Glaucy Bocci, Senior Client Partner da Ferry consultoria global Korn explica que não é problema algum pedir orientação sobre novos caminhos. “Seja para uma recolocação ou para conhecer uma nova área, conte para a sua rede de contatos qual momento você está vivendo. Isso pode ajudar a expandir os horizontes profissionais e ajudar a desenvolver uma nova carreira”, explica a executiva.

A consultoria Korn Ferry reuniu cinco dicas para orientar o colaborador que vive um momento de desligamento ou de mudança de carreira.

1. Faça uma (re)organização

Bocci orienta que o profissional realize um momento de reflexão para entender quais caminhos ele quer trilhar para a carreira. “Reunir competências, lembrar quais são suas habilidades, conhecimentos e experiências e colocá-los em uma lista ajudará a mapear possibilidades reais de mudança ou recolocação”.

2. Faça um mapeamento completo do mercado

Seja para trilhar uma nova carreira ou mudar de empresa, faça um mapeamento completo do mercado para entender quais são as áreas mais aquecidas no momento, quais estão com alta demanda de contratação e que mais se assemelham com o seu perfil profissional. “Setores como mercado financeiro, logística, vendas, recursos humanos e marketing devem seguir bem aquecidos em 2023, com cargos que vão desde analista até direção. Em tecnologia, apesar de um 2022 bem turbulento, a escassez de talentos vai movimentar a área” comenta Bocci.

3. Ative suas redes estratégicas

Glaucy recomenda utilizar da sua lista de competências para atualizar as redes de contatos profissionais. “Atualize o seu currículo e o LinkedIn. Mostre para todos quais são suas principais habilidades, que está atualizado no mercado e onde quer chegar. Uma rede de contatos que te vê, é uma trilha repleta de oportunidades”.

4. Se não estiver tão atualizado...

Qualificações técnicas e comportamentais atualizadas aumentam, e muito, a empregabilidade no mercado. “O profissional precisa compreender que é fundamental estar conectado às novidades do mercado. Portanto, busque aprimorar tecnologias, um novo idioma, fazer cursos online ou presenciais que estejam em linha com a sua nova proposta profissional. Assim ficará mais fácil de colocar os planos em prática”, orienta Glaucy.

5. Conecte-se às soft skills que estão em alta

Muitas habilidades são importantes, mas algumas estão sendo mais demandadas do que outras, conta Glaucy Bocci, da Korn Ferry. “Empatia, proatividade, resolução de conflitos, atenção aos detalhes e análise de temas complexos são expertises chave nas empresas hoje. Isso se aprende fora de cursos, portanto, converse com colegas que conviveram com você ou um líder direto que confie para obter feedbacks e melhorar no que for possível”, aconselha a executiva.

Sobre a Korn Ferry

A Korn Ferry é uma empresa global de consultoria organizacional que ajuda seus clientes a alinhar estratégia e talento, impulsionando, assim, um desempenho superior. Apoia diretamente as organizações desenhando as suas estruturas, funções e responsabilidades e as auxiliam a contratar as pessoas certas para colocar sua estratégia em ação. Além disso, as orientam em como recompensar, desenvolver e motivar os seus colaboradores.

Mais de 8.000 colegas atendem clientes em mais de 50 países, através de cinco soluções essenciais:

• Estratégia organizacional

• Avaliação e sucessão

• Aquisição de talentos

• Desenvolvimento de lideranças

• Remuneração e benefícios

Presente nos Emirados Árabes, Europa, África, América do Norte, América Latina e Ásia, a Korn Ferry conta com mais de 100 escritórios ao redor do mundo, e desenvolve pesquisas exclusivas sobre liderança, comportamento empresarial, mercado de trabalho, recursos humanos e outros temas.

COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS

“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.

 

Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.

Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as empresas”.

É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem resultados nessa aliança.

Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso, mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro, nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas. É por isso, que normalmente, os parceiros   são empresas formadas por pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É como um casamento mesmo!

É importante também que os parceiros tenham know how e competências complementares, que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs Steve Wozniak. Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970. Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:

“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs) pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.

Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.

As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

POLÍTICAS DE BOLSONARO ANULADAS POR LULA

 

Aborto, armas, economia
Sete políticas de Bolsonaro revertidas por Lula no primeiro mês de governo

Por
Isabella Mayer de Moura – Gazeta do Povo


Lula e Bolsonaro durante debate na campanha eleitoral de 2022| Foto: EFE/ Sebastiao Moreira

Como já era esperado, em pouco mais de um mês de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reverteu diversas políticas públicas de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL): do acesso às armas de fogo a medidas ambientais e econômicas.

“O freio nas privatizações, a mudança no papel do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento] e outros bancos públicos, a virada na política externa vista na reaproximação com países como Venezuela e Cuba. Todas estas foram mudanças significativas que observamos ao longo deste primeiro mês de governo Lula. E muitas outras devem vir, já que algumas políticas prioritárias para o PT dependem de aprovação do Congresso, da agenda legislativa”, afirma Cristiano Noronha, analista político e vice-presidente da consultoria Arko Advice.

Relembre, a seguir, as principais mudanças do governo Lula “3.0”, em relação à gestão de Bolsonaro.

Armas de fogo
Uma das bandeiras de Bolsonaro, o acesso de civis a armas de fogo foi limitado por Lula logo no primeiro dia de governo, por tempo indeterminado. Em um decreto que revogou uma série de normas da gestão anterior acerca do tema, o presidente:

Suspendeu a concessão de certificados de registro para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) e de registros de novas armas de fogo por esta categoria;
Determinou que o Exército, responsável pelo controle de armamentos em posse de CACs, suspenda a criação de novos clubes de tiro no país;
Restringiu a quantidade de armas e munições que podem ser adquiridas por um civil;
Proibiu o transporte de armas com munição e a prática de tiro esportivo por menores de 18 anos e por quem não tem registro como CAC;
Condicionou a autorização de porte de arma à comprovação da necessidade (em vez de uma declaração).
Outra medida estabelecida, e posteriormente regulamentada por uma portaria do Ministério da Justiça, determinou um prazo de 60 dias para que todas as armas adquiridas por civis – via Exército, a partir de 2019 – sejam registradas no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal. O proprietário de armas que não proceder com o registro estará sujeito à apreensão do equipamento e poderá responder por posse e/ou porte ilegal. O documento também menciona que proprietários que desejarem se desfazer das armas poderão entregá-las nos postos de coleta da campanha do desarmamento que serão disponibilizados pelo governo.

A justificativa do governo Lula para estas ações é o combate à violência, mas críticos apontam que esta fundamentação é frágil, citando que os índices de homicídio no país caíram nos últimos anos (embora especialistas em segurança pública citem outros motivos mais relevantes para a queda no número de assassinatos no país desde 2018, como a redução de conflitos entre facções).

O Ministério da Justiça montou, em 3 de fevereiro, um grupo de trabalho para discutir uma nova política de armas de fogo para o país, composto por técnicos da pasta, integrantes do Ministério da Defesa, Polícia Federal, Conselho Nacional de Justiça e Advocacia-Geral da União. A equipe tem 60 dias, renovável por mais 60 dias, para apresentar suas conclusões.

Por outro lado, parlamentares da oposição, que defendem o direito à legítima defesa e a liberdade de aquisição de armas de fogo, estão propondo projetos de lei para flexibilizar a política de armas no Brasil e, assim, limitar o papel do Executivo sobre o tema.

Fim das privatizações
Cumprindo uma promessa de campanha, Lula suspendeu novas privatizações no país, uma das principais bandeiras do mandato de Bolsonaro na economia. No primeiro dia como presidente, o novo presidente determinou a revogação dos estudos de privatização de oito estatais, como a Petrobras, os Correios e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que haviam sido iniciados no governo anterior.

Lula ainda dá sinais de que tentará reverter a privatização da Eletrobras, o principal feito do governo anterior. Nesta terça-feira (7), ele chamou a venda da companhia de “errático” e afirmou a Advocacia-Geral da União (AGU) irá pedir a revisão dos termos e efeitos da desestatização.

Aborto
Apesar de Lula ter declarado durante a campanha eleitoral que era contra o aborto (depois de ter falado que era a favor da prática como política de saúde), seu governo dá indicativos do contrário. Recentemente, o novo governo revogou, via Ministério da Saúde, uma portaria editada no governo Bolsonaro, a qual determinava que o médico deveria comunicar à autoridade policial os casos de aborto.

O documento estabelecia que os profissionais da saúde deveriam “preservar possíveis evidências materiais do crime de estupro a serem entregues imediatamente à autoridade policial”. A revogação torna mais fácil que o aborto seja praticado em casos não permitidos em lei, sob falsas alegações de estupro.

Outra medida pró-aborto é a retirada do Brasil do acordo internacional do Consenso de Genebra, assinado em 2020, em defesa da vida, da saúde das mulheres, do fortalecimento da família e da soberania de cada nação na política global. No entendimento da gestão petista, o acordo em Genebra continha “entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família” e poderia “comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria, incluindo os princípios do SUS”.

Mudanças nas políticas ambientais
Além da política de armas, a gestão do meio ambiente é a que mais tem sofrido mudanças em relação ao governo Bolsonaro. Ao menos quatro medidas já foram revistas:

Retomada do Fundo Amazônia: Lula reativou o fundo de cooperação entre Brasil, Alemanha e Noruega, criado em 2008, mas suspenso desde 2019. O dinheiro aportado por esses dois países é usado na promoção de projetos para combater o desmatamento, além de conservação e uso sustentável das florestas na região da Amazônia Legal. O repasse foi suspenso quando o governo Bolsonaro questionou a governança do fundo e decidiu extinguir o Conselho Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), depois que mudanças no modelo de gestão dos recursos, sugeridas pelo então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles não foram aprovadas por Alemanha e Noruega. Após a posse de Lula, noruegueses e alemães se comprometeram a voltar a liberar os recursos. 
Revogação do programa de mineração em pequena escala (Pró-mape): a iniciativa de Bolsonaro de promover o desenvolvimento de “mineração artesanal” também foi extinta pelo atual presidente, que viu no programa uma forma de incentivo ao garimpo ilegal, especialmente em áreas protegidas da Amazônia. 
Também nos primeiros dias de governo Lula, a Fundação Nacional dos Povo Indígenas (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revogaram uma instrução normativa de 2022 sobre manejo florestal que, segundo o novo governo, “facilitava a exploração de recursos madeireiros em terras indígenas”, inclusive por grupos que não fossem os povos nativos.
Na mesma toada, Lula acabou com o Conselho Nacional da Amazônia Legal, que era vinculado ao gabinete do ex-vice-presidente Hamilton Mourão. Em seu lugar, Lula retomou o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), criado em seu primeiro mandato como presidente, em 2004, e paralisado por Bolsonaro. Programas semelhantes de combate ao desmatamento em outros biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica, também devem ser criados neste terceiro mandato do petista.
Coaf na Fazenda
Depois de ter transitado pelos Ministérios da Justiça e da Economia e pelo Banco Central durante o governo Bolsonaro, a guarda do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) retornou ao Ministério da Fazenda nos primeiros dias do governo petista. A medida provisória que transferiu o órgão de inteligência para a pasta de Fernando Haddad (PT) retirou uma das principais atribuições do Coaf: a “prevenção e o combate à lavagem de dinheiro”, prevista na Lei 13.974/20.

O Coaf tem como uma de suas funções examinar operações financeiras suspeitas e teve um papel importante nas investigações de combate à corrupção da Operação Lava Jato. O deputado federal Deltan Dallganol (Podemos-PR) e o senador Sergio Moro (União-PR) propuseram emendas para a revogação da medida provisória de Lula para que o controle do Coaf volte ao Banco Central, com o objetivo de reduzir possíveis ingerências de ordem política sobre o órgão.

VEJA TAMBÉM:
Menos picanha: rever meta de inflação, como quer Lula, pode elevar os preços
Lula ou Bolsonaro: quem gastou mais com viagens no primeiro mês de governo
Ações no STF para barrar garimpo em áreas indígenas aguardam decisão há mais de um ano


Voto de qualidade no Carf
Também houve uma mudança nas regras do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal administrativo que julga recursos de contribuintes contra autuações da Receita Federal antes de os casos irem para a justiça. Uma medida provisória (MP) do governo Lula passou a permitir que, em casos de empate de votos nos julgamentos, os presidentes de turmas e câmaras no Carf possam desempatar as votações a favor da União.

Esse instrumento, conhecido como “voto de qualidade”, foi derrubado pelo Congresso em 2020, quando uma nova legislação definiu que votações empatadas deveriam terminar a favor do contribuinte, e não da União. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga se o voto de qualidade é um dispositivo constitucional válido, mas o julgamento está temporariamente suspenso por um pedido de vista. Haddad, por sua vez, justificou que o governo teve um prejuízo de R$ 60 bilhões por ano depois do fim do voto de qualidade.

Uma nova política internacional
Outra mudança bastante perceptível, embora não se trate de um programa ou norma da gestão Bolsonaro, é o giro de 180 graus na política internacional do novo governo, especialmente em relação aos países sul-americanos. O expoente desta mudança é o reconhecimento do ditador Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, depois de quatro anos em que o opositor Juan Guaidó foi considerado líder oficial do país em solo brasileiro.

Lula também está reaproximando o Brasil de outros países vizinhos com os quais o governo Bolsonaro não tinha um bom relacionamento político, como a Argentina do presidente Alberto Fernández, para onde o novo presidente brasileiro fez sua primeira viagem internacional de seu terceiro mandato.

Também no cenário internacional, Lula deu indicativos de que não tem pressa para que o Brasil faça parte da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) – algo que era um dos principais objetivos do governo Bolsonaro na economia internacional.

“O Brasil tem interesse em participar da OCDE. Mas queremos saber qual será o papel do Brasil na OCDE. Não pode participar como se fosse um país menor, como se fosse um país observador”, disse Lula ao receber o chanceler alemão Olaf Scholz, em 30 de janeiro. “Estamos dispostos a discutir outra vez e saber quais são as condições da entrada do Brasil na OCDE.”

O chamado “clube dos ricos” recomenda, geralmente, o alinhamento aos ideais de livre mercado, limitação da atuação direta do Estado na atividade econômica e busca por mais eficiência nos gastos públicos, o que vai de encontro com propostas do PT para a economia do Brasil ou simplesmente não é do interesse do novo governo – como uma reforma administrativa, por exemplo.

O que ainda vem por aí
Reversões importantes em políticas públicas devem continuar ocorrendo nos próximos meses. Um exemplo é o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que deve voltar a ter um papel de fomento na economia e a financiar obras no exterior – apesar dos calotes que o Brasil levou de países como Cuba e Venezuela.

Em discurso nesta segunda-feira (6), Lula disse esperar que Aloizio Mercadante, que assumiu a presidência do BNDES, “faça este banco voltar a ser o banco indutor do desenvolvimento, do crescimento econômico deste país”.

O governo também deve retomar o “Mais Médicos”, em detrimento do “Médicos pelo Brasil’, instituído durante o governo Bolsonaro. A proposta do programa petista é levar assistência médica a locais com falta de profissionais no atendimento público da saúde básica, pagando uma bolsa aos médicos por um prazo que pode chegar a seis anos. O Mais Médicos no novo governo, porém, deve priorizar os profissionais formados no Brasil, ao contrário do que ocorreu durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando grande parte da mão de obra era importada de Cuba.

Outro programa que deve voltar em breve é o Minha Casa, Minha Vida, em detrimento do Casa Verde e Amarela, de Bolsonaro, que deve ser descontinuado. O objetivo da atual gestão é relançar o programa no dia 14 de fevereiro, com foco no subsídio para famílias com renda de até R$ 1,8 mil adquirirem imóveis de até R$ 150 mil (o novo teto ainda está sendo avaliado). Nesta faixa, 90% do valor do imóvel é bancado pelo governo.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/sete-politicas-de-bolsonaro-revertidas-por-lula-no-primeiro-mes-de-governo/
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SINDICALISTA LULA QUER A VOLTA DO IMPOSTO SINDICAL

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante encontro com dirigentes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante encontro com dirigentes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em carta ao Congresso Nacional na última quinta-feira, dia 2, Lula mostra que não perdeu suas raízes de sindicalista. No documento, entre vários temas, ele trata das organizações sindicais e já adianta que vai querer apoio do Legislativo para aprovar mudanças nas leis trabalhistas que restabeleçam o poder dos sindicatos – e isso vai incluir formas de garantir seu financiamento.

Em reunião realizada em janeiro com dirigentes de mais de 500 sindicatos, Lula já havia acenado ao seu velho público. Na época, o presidente anunciou a criação de dois grupos de trabalho interministeriais: um deles para estudar a negociação coletiva e o fortalecimento dos sindicatos; o outro, sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos. No mesmo evento, o ministro do trabalho, Luiz Marinho, prometeu revisar todos os itens da reforma trabalhista, sancionada por Michel Temer em 2017.

A grande queixa dos sindicatos está ligada à perda de seu poder econômico após o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical

Agora, ao Congresso, o governo de Lula voltou a tratar do assunto, dizendo que espera contar com o Legislativo “para a construção negociada de regras para um novo sistema sindical e de proteção ao trabalho”. A ideia é que as negociações coletivas voltem a prevalecer e criar formas de “financiamento solidário” da estrutura sindical. Segundo a carta ao Congresso, a reforma trabalhista foi usada para “flexibilizar a regulação laboral e enfraquecer as entidades sindicais”, levando à “perseguição a lideranças sindicais e a asfixia financeira de suas entidades, prevalecendo uma política antissindical”.

Ora, a grande queixa dos sindicatos está ligada à perda de seu poder econômico após o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Antes da reforma trabalhista, os trabalhadores precisavam ceder, todos os anos, o equivalente a de um dia de trabalho aos sindicatos. Só para se ter uma ideia, de janeiro a novembro de 2017, quando a reforma trabalhista passou a valer, os sindicatos receberam R$ 3,05 bilhões em contribuição sindical. Esse valor caiu vertiginosamente, chegando a R$ 65,5 milhões em 2021.

VEJA TAMBÉM:
O petismo e o controle estatal da economia (editorial de 6 de fevereiro de 2023)
O pacote fiscal do governo Lula e a fome por mais impostos (editorial de 23 de janeiro de 2023)
O asco de Lula com o setor produtivo (editorial de 21 de janeiro de 2023)


É importante lembrar que a reforma não extinguiu a contribuição sindical, apenas a tornou voluntária. Se antes os trabalhadores eram obrigados a financiar os sindicatos, por mais que não concordassem com suas posturas e nem utilizassem seus serviços, agora só contribui quem quer. A arrecadação dos sindicatos diminuiu apenas porque os trabalhadores perceberam que não valia a pena continuar financiando esse tipo de entidade.

Mas agora Lula e seus ministros pretendem ressuscitar a contribuição obrigatória, que certamente ganhará outro nome, mas manterá o mesmo objetivo de garantir a sobrevivência dos sindicatos e seus dirigentes. Politicamente, Lula surgiu do sindicalismo. Trata-se de um segmento que sempre esteve ao lado do petista, mobilizando-se a favor dele toda vez em que foi chamado, incluindo nos períodos eleitorais. Não é de se admirar que Lula, já no início do governo, tente beneficiar seus aliados, nem que para isso tenha de colocar o país no caminho do retrocesso.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-lula-sindicalista-esta-de-volta/
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GOVERNO QUER REGULAMENTAR APLICATIVOS E O UBER

 

Rio, São Paulo, Curitiba
A história das tentativas estatais de substituir aplicativos de sucesso

Por
Eli Vieira – Gazeta do Povo


Prefeitura do Rio teve seu “iFood” estatal suspenso pela justiça, já aplicativos de transportes tipo “Uber” de São Paulo e de Curitiba não tiveram sucesso.| Foto: Bigstock/Proxima Studio

Luiz Marinho, ministro do trabalho de Lula, declarou esta semana ao Valor Econômico que, caso o aplicativo de transportes Uber saia do Brasil em resposta a movimentações do governo para regulamentar o setor, pode “chamar os Correios, que é uma empresa de logística, e dizer para criar um aplicativo e substituir”. Ele também alegou que o aplicativo ameaçou sair da Espanha por esse motivo, mas a empresa, em nota à Gazeta do Povo, negou.

A sugestão feita pelo ministro de o Estado se intrometer no mercado de aplicativos, contudo, já foi tentada antes, de outras formas. Em março de 2022, a prefeitura de Eduardo Paes no Rio de Janeiro lançou o aplicativo Valeu, para tentar concorrer com o aplicativo de entrega de comida iFood. Ideia da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, o Valeu prometia “custo zero para os restaurantes em pedidos de até R$ 100” e o dobro da remuneração para os entregadores.

No próprio site, a prefeitura justificou a iniciativa dizendo que os restaurantes eram “sufocados pelas taxas de serviço que variam de 28% a 41% sobre os valores dos pedidos em outros aplicativos” como o iFood. Também prometeu que nas compras de menos de R$ 100 os entregadores receberiam um valor mínimo de R$ 7, “mais do que a média de R$ 5,5 praticada no mercado”. Nas compras mais caras, receberiam mais 2% do valor do pedido. O Valeu foi desenvolvido pela estatal Empresa Municipal de Informática do Rio (IPLANRIO). Ele até hoje não está disponível na loja de aplicativos do Google, suspenso por uma decisão judicial.

Vitória de vereador liberal
O vereador Pedro Duarte, do partido Novo, enfrentou a prefeitura na Justiça e ganhou. Em ação popular logo após o anúncio do Valeu, ele argumentou que o aplicativo não tinha “detalhamento dos custos e despesas com a criação e manutenção”. Além disso, a relação entre prefeitura e IPLANRIO não tinha mínima transparência quanto aos gastos, segundo ele, e não haveria demonstração de interesse público para a intervenção do poder público no mercado.

Repetidamente, Duarte ganhou a queda de braço judicial. Em 27 de junho de 2022, a juíza Luciana Losada Albuquerque decidiu que a empresa estatal estava “agindo prejudicialmente à livre concorrência” e criticou Eduardo Paes por tentar fazer tudo por decreto, em vez de editar uma lei formal. No dia 16 do mês seguinte, em decisão negando recurso da prefeitura, o desembargador Milton Fernandes de Souza acrescentou que não era concreta a alegação de “risco de dano grave imediato” causado pela suspensão do aplicativo. Finalmente, em acórdão de outubro de 2022, os desembargadores da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça mais uma vez negaram recurso da prefeitura, elogiando como “lúcido” o parecer do Ministério Público afirmando que o executivo municipal era contraditório ao alegar que o Valeu seria somente um intermediário entre usuários e restaurantes, não sendo meio de pagamento, enquanto prometia incremento de renda.

Sobre a ideia do ministro do trabalho, Pedro Duarte declarou à Gazeta do Povo que “esse plano é uma piada. Não cabe ao Estado sufocar o privado e depois inventar de fazer o papel dele. Vai gastar uma fortuna e mesmo assim não vai conseguir. Essas empresas investem muito para ter tecnologia de ponta, atendimento, estudo do algoritmo, é muito complexo. Não vejo chances de uma estatal disso dar certo, zero”.

Outras iniciativas estatais

Em abril de 2018, a prefeitura de São Paulo lançou o aplicativo SP Táxi, na tentativa de concorrer com o Uber, 99, inDrive e outros do ramo. A loja Google Play relata 100 mil downloads, mas o aplicativo não pode ser instalado em celulares de modelos recentes. A última atualização data de 12 de maio de 2021. No computador, a página do aplicativo na loja diz que “este app não está disponível para nenhum de seus dispositivos”. A reportagem tentou instalá-lo em um modelo Samsung A52, mas o link diz “algo deu errado”. Ele não aparece na busca direta na loja.

Uma matéria do G1 de janeiro de 2020 informa que a prefeitura de São Paulo buscava através de edital uma empresa privada que gerisse o SP Táxi.

Em novembro de 2019, Curitiba também lançou seu próprio aplicativo, o URBS Táxi, com promessa de 40% de desconto no taxímetro. Ele está com nota 2,1 em 5 na loja Google Play. O comentário mais recente de usuário é de fevereiro de 2020, uma reclamação que o aplicativo “não avisa se consegue chamar o táxi, pedi e achei que não tinha conseguido”. Ele deu nota 1. A última atualização do programa é de dezembro daquele ano.

Outra tentativa é o aplicativo Bibi Mobilidade, com apoio da Prefeitura de Araraquara, mas administrado por uma cooperativa de motoristas de aplicativo, a Coomappa.  Em seu site, o aplicativo diz que sua primeira versão, na realidade, é privada e data de 2019. Ele foi anunciado pela prefeitura há um ano e promete 95% da tarifa para os motoristas. O Bibi vende franquias para outros municípios, é instalável em aplicativos Android e tem nota 4,1 em 5 na Google Play.

Já existem queixas. No site Reclame Aqui, uma queixa originada em Fernandópolis, também no interior de São Paulo, está sem resolução há seis meses: “Comprei uma franquia da Bibi Mob para um município com mais de 600 mil habitantes”, diz o reclamante (Fernandópolis, contudo, tem população estimada segundo o IBGE em 2020 de 69 mil), “a empresa não possui estrutura para lidar com o que diz oferecer”. Outra reclamação, de Rio Branco no Acre, diz que o treinamento é inadequado. Segundo os relatos, a franquia custa cerca de R$ 7 mil. A empresa respondeu a ambos, mas eles marcaram seu problema como não resolvido.

Kauane Vallone, secretária da Coomappa em Araraquara, disse à reportagem que “o Bibi não funciona mais” na cidade e que a cooperativa rompeu contrato com a prefeitura. “Foi a mesma coisa que nada. Só usaram a gente para subir a escadinha”, disse Vallone. “Não existe mais parceria com a prefeitura, e nem o apoio”.

A Gazeta do Povo entrou em contato com as prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro, além do aplicativo Bibi Mob. A reportagem será atualizada caso se manifestem.


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GOVERNO BOLSONARO DEIXOU UM SUPERÁVIT PRIMÁRIO NO SEU ÚLTIMO ANO DE GOVERNO

Legado de Guedes: primeiro superávit em 9 anos. Haddad e Tebet conseguirão manter as contas no azul?

Por
Paulo Uebel – Gazeta do Povo


Tebet, Haddad e Lula.| Foto: Washington Costa/MF

O fim de janeiro trouxe uma ótima notícia para os brasileiros, especialmente para os que sabem que pagam impostos e não acreditam em almoço grátis: pela primeira vez, o governo central (contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central)  registrou superávit primário em 9 anos, de R$ 54,1 bilhões. O resultado é de 2022 — referente ao trabalho do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo do presidente Jair Bolsonaro —, e foi divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional no dia 27 de janeiro deste ano. O superávit primário significa que as receitas do governo federal superaram as despesas, sem levar em conta o pagamento de juros da dívida pública.

Um caso curioso acontece ao se pesquisar o assunto no Google: uma matéria do G1, intitulada de “Após 8 anos no vermelho, contas do governo têm superávit de R$ 54,1 bilhões em 2022, diz Tesouro”, carrega uma imagem de Fernando Haddad, o novo ministro da Fazenda, para estampá-la em seu link. Porém, Haddad não teve nenhuma contribuição com essa conquista para as contas públicas, como a própria matéria deixa claro. No entanto, a discrepância entre o texto e a imagem incitam uma pergunta: o novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e os seus ministros Haddad e Simone Tebet (ministra do Planejamento e Orçamento), conseguirão continuar com o avanço na saúde das contas públicas? Será que, durante o mandato, eles conseguirão manter as contas no azul?

Esperamos que haja deputados e senadores no Congresso para fiscalizar as contas do governo petista e dar voz aos pagadores de impostos, que não aguentam mais ser explorados.

Independente de como os próximos 4 anos serão, vale a pena lembrar que este superávit primário, após 8 anos seguidos de déficit, foi uma promessa do ex-ministro Paulo Guedes. Guedes não conseguiu zerar o déficit como ele gostaria, no primeiro ano do governo Bolsonaro. E, depois, as contas públicas foram afogadas nos gastos com a pandemia da Covid-19. “Em 2020, a redução das despesas não foi possível por conta da pandemia, quando o governo destinou R$ 539,4 bilhões para conter os danos. No entanto, as despesas obrigatórias acumuladas ao longo daquele ano se mantiveram estáveis, explicou à época o então Ministério da Economia”, diz a Gazeta do Povo.

Mas, ainda assim, a promessa de Guedes se cumpriu no final, encerrando seus 4 anos de trabalho à frente da Economia com uma medalha de ouro. Outros governos não conseguiram tal feito mesmo sem enfrentar uma pandemia dessa magnitude no caminho. O caminho da prosperidade foi executado, mesmo que parcialmente, e gerou resultados positivos em muitas frentes. O superávit do governo é mais uma demonstração inequívoca.

Ao que tudo indica, o pagador de impostos não pode dormir tranquilo. A melhora das contas públicas não deve continuar.

“A retomada começou em 2021, quando o governo encerrou o ano com déficit de R$ 35 bilhões. O resultado surpreendeu, já que as previsões iniciais eram de um déficit de R$ 331 bilhões para aquele ano. O melhor índice era explicado pelo volume de arrecadação registrado ao longo do ano e o compromisso de focalização das despesas de enfrentamento da Covid-19, além do esforço de contenção de despesas dos últimos anos, com o advento do teto dos gastos, segundo o Tesouro.”, detalhou a Gazeta do Povo.

Embora Guedes tenha trabalhado 4 anos mirando o superávit primário, nem ele esperava que o valor ultrapassasse os R$ 50 bilhões. O Ministério da Economia de Guedes estimava um superávit primário de R$ 34,1 bilhões, mas o valor alcançado foi 58% maior.

Além disso, “em valores corrigidos pela inflação, o saldo positivo do último ano somou R$ 57,9 bilhões”, esclarece o G1. É o melhor resultado desde o ano de 2013. Em 2018, após Bolsonaro ser eleito, a previsão da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado era que o déficit do governo central seria zerado apenas em 2023 —  sem considerar a pandemia que ninguém sabia que viria —, caso houvesse uma grande redução de despesas. Em todos os cenários fiscais, a gestão de Paulo Guedes realmente superou as expectativas e mostrou ao Brasil que é possível o governo ter superávit, mesmo com todos os desafios.

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O superávit de 2022 foi alcançado graças ao fim dos aumentos acima da inflação, ao controle criterioso da reposição de servidores aposentados, ao avanço exponencial da transformação digital do governo, ao parcelamento de precatórios de grande valor, à repriorização orçamentária de programas do governo e também à arrecadação recorde, incrementada pelas receitas de royalties de petróleo (que se valorizaram com a guerra que a Rússia executa contra a Ucrânia).

Porém, ao que tudo indica, o pagador de impostos não pode dormir tranquilo. A melhora das contas públicas não deve continuar. O orçamento sancionado pelo presidente Lula em 2023 prevê um rombo de estratosféricos R$ 231,5 bilhões. É melhor o pagador de impostos preparar o bolso. Para tentar cobrir esse buraco no orçamento, certamente, a solução de Fernando Haddad não será cortar gastos, mas aumentar impostos. Ao que tudo indica, a reforma tributária irá gerar aumento de impostos.

O novo ministro quer aumentar a arrecadação, com o objetivo de que o rombo diminua para cerca de R$ 100 bilhões ao longo do ano, segundo informações apuradas pelo G1. O novo governo indica que seguirá na contramão das estratégias que resultaram nos avanços dos últimos anos. Esperamos que haja deputados e senadores no Congresso para fiscalizar as contas do governo petista e dar voz aos pagadores de impostos, que não aguentam mais ser explorados sem a proporcional contrapartida do governo em serviços públicos de qualidade. Os brasileiros merecem que seu governo mantenha as contas no azul, sem nenhuma contabilidade criativa, ou sem novos aumentos de impostos. Veremos.


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LULA FAZ ATAQUES AO BANCO CENTRAL

 


Lula não perde uma chance de mostrar que não entende nada de economia

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Enquanto a atual primeira-dama passou a segunda noite no Palácio do Alvorada, para onde ela e Lula se mudaram na noite de segunda-feira, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou uma mensagem negando candidatura. Eu não sei a que grupo foi dirigida, se foi à oposição ao ex-presidente Bolsonaro ou se foi à oposição atual, porque ela diz o seguinte: “oposição, fiquem tranquilos, eu não tenho nenhuma intenção de vir candidata a nenhum cargo eletivo”. Digo que não ficou claro qual é a oposição a que ela se refere porque, se ela estiver falando da oposição atual, está se dirigindo aos seus correligionários, apoiadores do seu marido, que podem estar pensando que, se ela for candidata, vai tirar votos deles, e aí começaria a haver problemas dentro do próprio lado.

Sei que isso é complicado porque já passei por situações parecidas. Trabalhei aqui em Brasília para duas emissoras de tevê que tinham sede no Rio, então volta e meia eu tinha de deixar bem claro que não queria ir para o Rio, que não era concorrente de ninguém que estava no Rio, que podiam continuar me tratando normalmente, que eu não tiraria o lugar de ninguém. Talvez Michelle esteja dizendo isso para os seus próprios companheiros, apoiadores de seu marido. Acho até que seja o mais provável; vejo que ela escreveu com alguma emoção, na forma como redigiu a mensagem.

Ataques a empresários e à independência do BC mostram ignorância de Lula

Estão pedindo para que os ministros de Lula o convençam a fechar mais a boca. Parece que eu já vi esse filme no governo anterior, porque gente me ligava dizendo que Bolsonaro tinha de calar a boca, estava falando demais… O atual presidente, no primeiro mês, já deixou todo mundo preocupado. É briga de um lado e de outro a cada vez que ele fala. Ainda ontem, insistiu em bater no Banco Central por causa dos juros; o BC é independente, e talvez ele queira acabar com a independência do BC ou fazer com que a atual diretoria desista, renuncie por não aguentar mais a cada vez que ele fala. Ontem ele deu entrevista para 41 órgãos da nova mídia e falou de novo sobre os juros de 13,75%. Mas se o Copom alterar isso vai ser uma calamidade, solta a inflação e desvaloriza o dinheiro que está no nosso bolso. Vamos chegar ao fim do mês e o dinheiro vai valer menos, o salário vai ficar menor.

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Foi uma bênção termos o Banco Central independente. E isso só ocorreu no governo passado; a proposta existia havia 30 anos e nenhum presidente quis abrir mão de poder influenciar a taxa de juros. O principal objetivo do Banco Central é ser o guardião da moeda; se ninguém guardar o valor da moeda e vier a gastança desenfreada, os R$ 100 que estão no seu bolso no dia 1.º estarão valendo R$ 80 no fim do mês, você vai comprar só o equivalente a R$ 80. Esse é o problema da Argentina. E imagine só, querem fazer uma moeda única com a Argentina, que está com 100% de desvalorização anual do peso enquanto nós, aqui, temos inflação menor que a dos Estados Unidos e da Alemanha, com crescimento maior que o da China pela primeira vez em 42 anos.

E não é só isso; toda hora Lula fala mal dos empresários, dos ricos. O empresário rico constrói empresas que dão emprego, que pagam salários, que pagam impostos, e que são os que movimentam a economia de um país, todo mundo junto. Outro dia o presidente disse que os empreendedores não trabalham, que quem trabalha para eles são os empregados, e os empresários é que ganham. Lula já se esqueceu do que é formação de capital? O sujeito, para começar, precisa ter trabalhado antes. Não existe almoço grátis, mas parece que o presidente voltou diferente do que era no seu primeiro mandato, quando a taxa Selic era o dobro da atual, de 26,5% no seu primeiro ano.


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