quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

O CLIENTE SEMPRE TEM RAZÃO? É VERDADE?

 

Medallia

Quantas vezes já ouvimos que “o cliente sempre tem razão”? Pode ser que nem sempre seja assim, mas a verdade é que os clientes são – ou deveriam ser – o foco principal de qualquer empresa que pretende vender um produto ou serviço.

Conhecer as melhores práticas de CX e fornecer um bom atendimento ao cliente é uma prioridade para o sucesso sustentável a longo prazo. A jornada do consumidor digital e sua experiência holística, desde uma conversa na mídia social até uma compra online, ocupam o centro do palco e o nosso trabalho é estar um passo à frente e atender às suas expectativas.

Segundo o relatório da Medallia, os clientes buscam uma experiência personalizada, rápida e inovadora. Este é um grande desafio para as organizações, mas felizmente as tecnologias aplicadas ao CX digital estão em constante crescimento.

Com isso em mente, vamos destacar as cinco previsões às quais devemos estar atentos para elevar o nível das nossas jornadas do consumidor e do cliente em 2023.

#1: Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML)

O volume de informações que as empresas recebem e armazenam é muito maior do que o que o ser humano pode processar. A Inteligência Artificial nos permite não apenas organizar esses dados, mas interpretá-los e tomar decisões eficientes com base neles.

Machine Learning pertence ao campo da IA. Por meio de um complexo sistema de algoritmos, é capaz de identificar padrões de comportamento e prever o que os clientes precisam, para oferecer o que estão buscando, na hora e no lugar certos.

AI e ML deixaram de ser o futuro para se tornar uma realidade do presente, e tê-los deixou de ser uma opção para se tornar uma necessidade.

#2: Chatbots e assistentes virtuais

70% dos clientes na América Latina esperam por uma resposta imediata, quando fazem perguntas ou registram uma reclamação, de acordo com o relatório “5 sinais da experiência do cliente que podem ajudar a definir o futuro de sua organização” da Medallia. Uma das estratégias para se tornar rápido e eficiente são os chatbots. Eles estão disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, e podem responder a perguntas genéricas instantaneamente.

Os assistentes virtuais vão ainda mais longe. Com base no Processamento de Linguagem Natural, eles imitam a linguagem humana, reconhecem diferentes idiomas e jargões, e são capazes de atender clientes e até vender produtos.

Ao utilizar chatbots ou assistentes virtuais, as empresas podem se livrar de tarefas repetitivas e simples, e focar o capital humano em questões mais complexas.

#3: Redes sociais e dispositivos móveis

A ascensão das redes sociais não é novidade, mas além disso elas também se tornaram um canal fundamental e consistente para se conectar com clientes e oferecer os serviços que eles procuram. Elas permitem que você se conecte com os consumidores, crie um vínculo mais próximo e receba um feedback permanente.

É importante lembrar que os usuários de redes sociais e potenciais clientes estão interagindo a maior parte do tempo pelo celular. Ter sites e canais de suporte responsivos e fáceis de usar em dispositivos móveis é essencial, para se manter competitivo.

#4: Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR)

Ainda não estamos no Metaverso, mas a Realidade Virtual há muito deixou de ser ficção científica e pode capacitar muito o CX digital, oferecendo uma experiência nova e envolvente, e diferenciando uma empresa da sua concorrência.

A Realidade Aumentada, por sua vez, é capaz de fazer a ponte entre os mundos físico e digital, levando os clientes a sentir emoções sobre produtos e serviços. Permite, por exemplo, ver como ficaria uma nova peça de mobiliário em um cômodo.

As melhores marcas do mundo já trabalham com essas tecnologias inovadoras, que serão uma forte tendência mundial em 2023.

#5: Tecnologia Blockchain

A ligação entre Blockchain e CX pode não ser óbvia à primeira vista. Mas os benefícios são múltiplos e convergem para um assunto de importância crescente no mundo do comércio eletrônico: a confiança.

A metodologia Blockchain torna a gestão de dados de uma empresa ainda mais confiável, proporciona transparência nas transações econômicas e é eficiente. Por ter um sistema operacional descentralizado, essa tecnologia elimina a necessidade de intermediários, o que se traduz em redução de custos e tempo, tanto para a empresa quanto para o consumidor.

Por onde começar?

Cada ano que se aproxima traz um novo capítulo para CX no mundo digital. É por isso que as empresas devem, ano após ano, ser flexíveis, resilientes e capazes de redesenhar seus processos, seja qual for o setor. Mas se você ainda não tem uma estratégia CX moderna, nunca é tarde para começar.

Segundo relatório de especialistas da Medallia, a primeira coisa que as empresas devem fazer é organizar as informações. Para o qual a Inteligência Artificial pode ser de grande ajuda. Dados como feedback do cliente ou insights internos da empresa devem ser concentrados em um espaço digital para trabalhar no CX.

Em segundo lugar, eles precisarão ter uma imagem exata de como é a experiência do cliente no momento. Depois que cada um é coletado e ordenado, os recursos de Machine Learning podem mapear um plano de ação.

Quando um sistema CX se torna robusto, as empresas passam de reativas para proativas. Elas se tornam capazes de prever quais serão as próximas tendências e expectativas dos seus clientes. Utilizam chatbots, redes sociais, realidade virtual e até tecnologias tão complexas e sofisticadas como o Blockchain, para oferecer uma experiência digital omnichannel.

Com essas tecnologias, as empresas líderes não apenas poderão atender às necessidades de seus clientes em 2023, mas também superá-las.

Sobre a Medallia

A Medallia é pioneira e líder de mercado em gestão de experiência. A premiada plataforma SaaS da Medallia, Medallia Experience Cloud, lidera o mercado em compreensão e gerenciamento da experiência para clientes, funcionários e cidadãos. A Medallia captura sinais de experiência criados em viagens pessoais diárias, chamadas e canais digitais, por meio de vídeo, mídia social e interações de IoT, e aplica tecnologia proprietária de IA para revelar insights personalizados e preditivos que podem impulsionar ações com resultados de negócios. Com a Medallia Experience Cloud, os clientes podem reduzir a rotatividade, transformar detratores em promotores e compradores, criar leads e conduzir decisões de negócios que afetam a receita, proporcionando ROI claro e poderoso. https://www.medallia.com/br/

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon tem crescido exponencialmente, até o momento, tivemos 130.000 visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

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Marciel de Oliveira | Account Executive Brazil

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terça-feira, 10 de janeiro de 2023

MULTIDÃO ENFURECIDA ATACOU OS TRÊS PODERES

 


Quais crimes podem ser imputados a invasores e autoridades por atos de vandalismo em Brasília

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.


Policiais fizeram barreira, mas não impediram invasão do STF no domingo (8)| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A invasão e depredação, neste domingo (8), de instalações do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) poderão levar os envolvidos a punições que somam 30 anos de prisão, o tempo máximo que uma pessoa pode ficar reclusa. Esse é o total das penas dos crimes apontados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão em que mandou prender em flagrante todos os manifestantes que participaram dos atos de vandalismo e que estavam acampados em quartéis do Exército.

Moraes disse que eles podem ser enquadrados em diversos tipos penais, divididos em cinco grupos: terrorismo, crimes contra a paz pública, contra as instituições democráticas, contra a liberdade pessoal e contra o patrimônio, conforme classificados pelo Código Penal.

Apesar disso, penalistas ouvidos pela reportagem entendem que não será simples responsabilizar os invasores e organizadores do ato, além dos policiais e autoridades que podem ter contribuído para os atos de vandalismo. Cada um pode ser enquadrado de forma distinta e é necessário que sua participação seja apurada de forma precisa para a devida punição.

O primeiro tipo de crime apontado por Moraes é o de terrorismo. Ele poderia estar configurado, no caso das invasões, pelos atos de usar meios, sobretudo explosivos, capazes de “causar danos ou promover destruição em massa”, ou pelo ato de sabotar “instalações públicas ou locais onde funcionem serviços públicos essenciais”, ou ainda pelo ato de “atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa”. A pena varia de 12 a 30 anos de prisão.

Especialistas consultados pela reportagem, no entanto, apontam um obstáculo: para sua punição, a lei condiciona o ato terrorista a motivações específicas, no caso “xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião”. Além disso, a lei diz que o terrorismo não fica caracterizado na conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas ou com objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais.

“Para os crimes de terrorismo, vai haver polêmica, porque condicionam a prática a determinados motivos. Essa sequência limita a interpretação do artigo. Têm juristas que entendem que cabe, eu entendo que há dificuldade”, diz Yuri Carneiro Coelho, doutor e professor em Direito Penal.

Na decisão que mandou prender manifestantes, Moraes ressaltou que também pode responder por terrorismo quem realizou atos preparatórios para o crime.

Um segundo grupo de crimes apontados pelo ministro é constituído por crimes contra o Estado Democrático de Direito, inseridos no Código Penal em 2021 para substituir a extinta Lei de Segurança Nacional (LSN).

Foram apontados dois delitos nesse rol: o de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que consiste em “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”, com pena de 4 a 8 anos de prisão; e o crime de golpe de Estado, definido como ato de “tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”, com pena de 4 a 12 anos.

No primeiro crime, seriam enquadradas aquelas pessoas que foram aos atos com o intuito de fechar o STF, o Congresso ou a sede do Poder Executivo, pedindo, por exemplo, que as Forças Armadas assumam o poder no país. No segundo crime, estariam enquadrados invasores que queriam apenas a destituição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio da violência. Como os dois propósitos se confundem, os manifestantes poderiam ser punidos pelos dois delitos. A avaliação caberá ao Ministério Público Federal, a quem cabe denunciar os participantes na Justiça, com base nas investigações e depoimentos que serão tomados pela Polícia Federal.

Em outro grupo de crimes apontado por Moraes, estão aqueles contra a paz pública. Dentro desse rol, estão os delitos de incitação ao crime, com pena de até seis meses de detenção; e associação criminosa, com pena de até três anos de reclusão.

Um quarto grupo é constituído por crimes contra a liberdade pessoal. Neles estão a ameaça – “ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave” – com pena de até seis meses de detenção; e perseguição – “perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade” –, com pena que vai até 2 anos.

Por fim, o ministro apontou o crime contra o patrimônio, no delito de dano qualificado, que consiste em “destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia”, mas, no caso, pertencente ao patrimônio da União”, com pena de seis meses a 3 anos de prisão.

Dificuldades para responsabilização
Uma das primeiras dificuldades para responsabilizar os manifestantes é averiguar em que medida cada um participou dos atos de invasão e depredação. Essa avaliação deve levar em conta que aproximadamente 1.500 pessoas foram presas em flagrante (na Praça dos Três Poderes e no acampamento em frente ao Exército), e cada uma deverá ser ouvida numa audiência de custódia, ato no qual um juiz decidirá se ela deverá se manter encarcerada.

Para isso, após ouvir a pessoa detida e o Ministério Público, ele deverá constatar não apenas que há indícios suficientes da participação dela em algum crime, mas que também sua liberdade ainda representa risco. O magistrado deve avaliar se, caso seja solta, a pessoa pode cometer novos delitos, atrapalhar a investigação ou fugir. Se uma dessas condições for satisfeita, é decretada a prisão preventiva, que só acaba quando um desses riscos cessa.

Nesta segunda, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou a convocação de mais procuradores para participar dessas audiências. A Justiça Federal também teria de mobilizar mais juízes para presidir esses atos.

Outra dificuldade estará em apurar a responsabilidade de policiais e autoridades suspeitas de facilitar as invasões, não reprimindo a entrada nos edifícios e a depredação do patrimônio público. Aqui, o MPF também terá papel central, porque cabe ao órgão fiscalizar a atuação policial.

Para Matheus Falivene, doutor e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), eles também poderia responder por prevaricação, que consiste em “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, com pena três meses a um ano de detenção.

“Mas o Estado não pode exigir ato heroico do policial. Se estavam em número insuficiente e não estavam em condição de conter a invasão, não se pode exigir que coloquem a vida em risco. No caso, vai haver investigação para saber se houve erro do comandante, do secretário, do governador ou até do ministro da Justiça, por ter tido um efetivo tão pequeno”, diz.

No caso dessas autoridades, o próprio Moraes apontou que podem ser responsabilizadas por omissão dolosa. O Código Penal permite a punição do agente que “devia e podia agir para evitar o resultado”, seja daquele que “tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância”, ou que “assumiu a responsabilidade de impedir o resultado” ou ainda daquele que, “com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado”.

Uma dessas autoridades é Ibaneis Rocha (MDB). O ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento dele, por 90 dias, do cargo de governador do Distrito Federal, em razão dos atos de vandalismo. Na decisão, o ministro do STF apontou “conduta dolosamente omissiva” do mandatário.

Ibaneis comentou a decisão e disse: “Confio que ao curso da apuração de responsabilidades será devidamente esclarecido o papel de cada um dos agentes públicos, bem como a inteira disposição do Governo do Distrito Federal no sentido de evitar todo e qualquer ato que atentasse contra o patrimônio público de nossa Capital, jamais esperando que a situação atingisse o ponto a que, infelizmente, assistimos”, disse.

Além do governador afastado, o ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, também é investigado pelos atos que ocorreram em Brasília.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/crimes-podem-ser-imputados-a-invasores-e-autoridades-por-atos-de-vandalismo-em-brasilia/
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ATIVISMO JUDICIAL PROVOCOU O VANDALISMO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O governador do DF, Ibaneis Rocha, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto


O governador do DF, Ibaneis Rocha, foi afastado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na noite deste dia 8, encerramos nosso editorial sobre os lamentáveis atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes afirmando que “o crime dos invasores deste domingo não pode servir de pretexto para uma escalada repressora que extrapole o estritamente necessário para a elucidação e a punição do ‘Capitólio brasileiro’”. Infelizmente, não foram necessárias nem mesmo 12 horas para que essa escalada começasse com novas decisões que ofuscam os limites de cada poder. Se a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, a nosso ver correta, está dentro das competências do Poder Executivo, o mesmo não se pode dizer do afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB), decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal sem que tivesse sido solicitado nem pela Advocacia-Geral da União, nem pelo “procurador-geral da República de fato”, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Na decisão, Moraes afirma que houve “conduta dolosamente omissiva”, pois o governador teria dado “declarações públicas defendendo uma falsa ‘livre manifestação política em Brasília’ – mesmo sabedor por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados”. O ministro do STF ainda lembrou a Lei Orgânica do Distrito Federal, que em seu artigo 101 lista os crimes de responsabilidade que podem ser cometidos pelo governador, entre os quais estão atos que atentem contra “o livre exercício do Poder Executivo e do Poder Legislativo ou de outras autoridades constituídas” (inciso II) e “a segurança interna do País e do Distrito Federal” (inciso IV).

O afastamento de Ibaneis por Moraes desorganiza um processo que deveria ocorrer em respeito à lei e ao devido processo legal, atropelando etapas e novamente usurpando funções de outros poderes

No entanto, a mesma lei diz, em seu artigo 60, que “Compete, privativamente, à Câmara Legislativa do Distrito Federal: (…) XXIV – processar e julgar o governador nos crimes de responsabilidade” (destaque nosso). Ou seja, se Ibaneis cometeu crime de responsabilidade ligado ao vandalismo cometido pelos manifestantes do dia 8, isso é assunto para o Legislativo estadual do DF, não para o STF. A corte suprema, aliás, não tem competência sobre o governador nem mesmo no caso dos crimes comuns, já que, pelo artigo 103 da mesma Lei Orgânica do Distrito Federal, “admitida acusação contra o governador, por dois terços da Câmara Legislativa, será ele submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas infrações penais comuns, ou perante a própria Câmara Legislativa, nos crimes de responsabilidade”.

Ou seja, não bastou, neste caso, a Moraes agir como investigador (e um investigador particularmente genial, pois chegou a conclusões definitivas sobre a responsabilidade de Ibaneis em pouquíssimas horas), acusador e julgador, papéis aos quais ele já está acostumado após quase quatro anos de inquéritos abusivos. Agora, o ministro assumiu, sozinho, também o papel da totalidade dos deputados distritais, a quem caberia analisar um processo de impeachment de Ibaneis e suspendê-lo no caso de a denúncia ser aceita.

VEJA TAMBÉM:
A insensatez dá ao Brasil um Capitólio para chamar de seu (editorial de 8 de janeiro de 2023)
Convicções da Gazeta do Povo: Cultura democrática
Um país de suspeitos até prova em contrário (editorial de 6 de janeiro de 2023)


A decisão, no entanto, não chama a atenção apenas pela interferência no Legislativo do Distrito Federal, mas também por sua seletividade, pois a culpa foi imputada apenas às autoridades distritais, ainda que a Força Nacional de Segurança Pública estivesse autorizada a agir pela Portaria 272/2023 do Ministério da Justiça e Segurança Pública, assinada no dia 7 pelo ministro Flávio Dino. Ora, se Ibaneis tinha informações de inteligência afirmando que haveria uma tentativa de invasão do Planalto, do Congresso e do Supremo, é de se supor que também o governo federal as tivesse. Se a Força Nacional não estava presente em número suficiente, ou se não agiu com a firmeza necessária para impedir a invasão das sedes dos três poderes, não seria também o caso de apontar a responsabilidade daqueles a quem a Força Nacional responde?

A intervenção federal decretada no domingo já era suficiente para que houvesse os meios de restituir a ordem no centro do poder federal e para que pudesse haver a “investigação profunda e criteriosa” e “a devida punição aos responsáveis” que também pedimos neste espaço na noite de domingo. O afastamento de Ibaneis por Moraes, no entanto, desorganiza um processo que deveria ocorrer em respeito à lei e ao devido processo legal, atropelando etapas e novamente usurpando funções de outros poderes. Por mais que não se possa descartar de imediato alguma responsabilidade do governador, ela deveria ser cuidadosamente apurada por aqueles a quem a lei reserva essa competência de forma privativa, e não desta forma precipitada.


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GUERRA NA UCRÂNIA

 

Guerra na Ucrânia

Por
Mariana Braga – Gazeta do Povo


Participação de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, durante conferência da Otan em novembro de 2022.| Foto: EFE

Estados Unidos, Alemanha e França anunciaram na semana passada que enviarão à Ucrânia equipamentos inéditos, que ainda não tinham sido cedidos desde a invasão russa. A movimentação indica que o conflito, que em fevereiro completará um ano, pode estar prestes a sofrer uma escalada.

Pela primeira vez desde fevereiro de 2022, os EUA garantiram o envio de veículos de combate de infantaria Bradley. A Alemanha, por sua vez, enviará 40 veículos blindados Marder, de fabricação própria. Juntos, através da OTAN, a aliança militar ocidental, os dois países também cederão sistemas antiaéreos Patriot. Dois dias antes do anúncio de EUA e Alemanha, o presidente da França, Emmanuel Macron, já havia confirmado ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que o seu país enviará veículos de combate leves para a Ucrânia.

“A importância dos Patriot é dada pela significativa melhora na defesa antiaérea. Os blindados, por sua vez, são essenciais para as operações ofensivas”, apontou Paulo Roberto Gomes da Silva Filho, coronel da Cavalaria da Reserva do Exército e mestre em estudos de defesa e estratégia pela Universidade Nacional de Defesa de Pequim.

“A decisão de países da OTAN de enviar à Ucrânia equipamentos significa uma mudança de patamar no apoio à Ucrânia. Será um importante apoio caso os ucranianos realmente desencadeiem uma ofensiva no fim do inverno, início da primavera no sul e no leste do país”, destacou Filho.

O especialista previu que, nos próximos meses, veremos a Ucrânia tentando expulsar os russos de seu território ao mesmo tempo em que os invasores deverão tentar conquistar completamente as quatro províncias anexadas no segundo semestre de 2022.

Apoio do Ocidente 
A Casa Branca relatou uma conversa telefônica entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, para “compartilhar opiniões sobre a guerra de agressão contínua da Rússia contra a Ucrânia”. De acordo com a nota, Biden e Scholz expressaram a sua determinação em “continuar a fornecer o necessário apoio financeiro, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia durante o tempo que for necessário”.

“Os veículos blindados podem transportar infantaria mecanizada para a batalha em apoio de operações ofensivas e defensivas”, detalhou Pat Ryder, porta-voz do Pentágono.

Nos últimos meses, o chanceler alemão, relutante em entregar armas ofensivas à Ucrânia, defendeu a necessidade de não tomar decisões sozinho, mas de coordenar as ações com outros aliados da OTAN.

Apesar dos avanços na oferta do Ocidente, entretanto, Filho lembrou que “os carros de combate principais, os chamados tanques, itens de difícil reposição, como os Leopard alemães e os Abrams americanos, mesmo tendo sido solicitados pelos ucranianos, ainda não foram fornecidos”.

Movimentação russa
Ao mesmo tempo em que o Ocidente se organiza para aumentar a defesa da Ucrânia, a Rússia não parece perto de dar trégua. O país comandado por Vladimir Putin foi até mesmo considerado o maior risco mundial para 2023, segundo a Eurasia, uma das maiores consultorias de risco do mundo.

O grupo avaliou que Putin tem pouco a perder com uma nova escalada contra o Ocidente e a Ucrânia, inflingindo ainda mais sofrimento ao povo ucraniano. “Uma Rússia humilhada deixará de ser um jogador global para se tornar o estado desonesto mais perigoso do mundo, representando uma séria ameaça à segurança da Europa, dos Estados Unidos e além”, descreveu o relatório.

Em 30 de dezembro, Putin declarou que a ofensiva no país vizinho continuará em 2023 e que contará com uma aproximação da China. “No contexto de pressões e provocações sem precedentes do Ocidente, estamos defendendo nossas posições e princípios”, afirmou Putin, antes de anunciar que deseja “reforçar a cooperação entre as forças armadas da Rússia e da China”. Segundo ele, “a coordenação entre Moscou e Pequim no cenário internacional (…) serve à criação de uma ordem mundial justa baseada no direito internacional”.


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JUIZ FAZ DECLARAÇÃO DE GUERRA

 

Vandalismo em Brasília

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

AME5008. BRASILIA (BRASIL), 09/01/2023.- Fotografía que muestra los destrozos en el Palacio de Planalto luego de que manifestantes bolsonaristas se tomaran en la víspera la Plaza de los Tres Poderes para invadir los edificios gubernamentales, en Brasilia (Brasil). Bolsonaristas radicales que no reconocen la victoria en las urnas de Lula el pasado 30 de octubre irrumpieron ayer en el Congreso Nacional, así como en la Corte Suprema y en el Palacio de Planalto, la sede del Ejecutivo. Hasta el momento, hay 300 detenidos por los actos del domingo, que fueron ampliamente condenados por todas las instituciones de Brasil y por la comunicad internacional. EFE/ André Coelho


Estragos no Palácio do Planalto depois que manifestantes tomaram a Praça dos Três Poderes e invadiram os prédios do governo, em Brasília.| Foto: EFE/André Coelho

Vejam como terminaram quase 70 dias de manifestações, de uma vigília que pedia a intervenção das Forças Armadas. Alexandre de Moraes enquadrou todo mundo nos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição, incitação ao crime e dano ao patrimônio público.

O fato é que está na lei. Mas Alexandre de Moraes chamou todos de terroristas e criminosos antes de julgar. É muito estranho isso, que o próprio juiz já qualifique assim as pessoas. A própria imprensa usa “o suspeito”: o sujeito matou alguém diante de todos, confessou, mas continua sendo chamado de “suspeito”; ninguém chama de assassino porque pode ser processado pela pessoa se ela for absolvida depois.

Moraes, no seu despacho, declarou guerra. Ele estava falando de pacificação nacional depois da posse de Lula, mas agora diz que “a democracia brasileira não irá mais suportar a ignóbil política de apaziguamento”. Ele compara a situação atual com Neville Chamberlain, que queria paz e cedeu a Hitler, e por fim Hitler invadiu a Polônia. Moraes citou Churchill, dizendo que “um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado”. Então, se depender de Alexandre de Moraes, como ele demonstrou no discurso de posse na presidência do TSE, é guerra.

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Exército frustra tentativa de acabar com acampamento
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O silêncio de quem jurou defender a Constituição brasileira


Eu não sei se Lula comentou com os governadores com os quais ele conversou na noite de segunda-feira se é preciso apaziguar ou partir para a guerra. O fato é que o Brasil está dividido em duas metades. É altamente preocupante exacerbar os ânimos que já estão quentes, a ponto de manifestantes que passaram quase 70 dias em paz, com tudo limpinho diante do quartel, de repente terem aquela explosão dentro das sedes dos poderes, dos palácios que foram dilapidados. Destruição, sujeira, quebra-quebra, foi terrível. Foi parecido com que a esquerda fez em 2006, quando o Movimento de Libertação dos Sem-Terra entrou na Câmara dos Deputados, levando pedaços de concreto para quebrar os computadores e virando carros.

No total, 1,2 mil presos foram conduzidos em ônibus para o imenso auditório da Academia Nacional da Polícia Federal. Para mim, que estava no Cone Sul naquele 11 de setembro de 1973, a foto me lembrou muito o Estádio Nacional de Santiago, no Chile, onde Augusto Pinochet pôs os prisioneiros políticos depois de ter derrubado o presidente Salvador Allende. E Moraes determinou também a desocupação do acampamento na frente do QG; houve uma negociação pra não haver coerção, para o Exército não se desgastar ainda mais tirando o pessoal à força, com uma saída voluntária, mas muitos ainda foram presos. Os ônibus recém-chegados foram todos cadastrados e estão sendo investigados para saber se alguém financiou a viagem, mas até onde eu sei todo mundo pagou a passagem para vir. Ainda estão bloqueando redes sociais de muita gente, e Moraes quer ter certeza absoluta de que todos serão responsabilizados civil, política e criminalmente.

Bolsonaro é internado nos Estados Unidos

Enquanto isso, o ex-presidente Bolsonaro, provavelmente depois dos acontecimentos de domingo, quando ele postou condenando a depredação que aconteceu, acabou internado num hospital com dores abdominais em consequência da facada do Adélio Bispo. E eu não vi nenhum noticiário de jornal chamar Adélio Bispo, que foi do PSol, de “terrorista”. Só uma criança recém-nascida ainda acredita que ele fez isso sozinho. Choveu advogado, o nome dele estava autorizado a entrar pelo gabinete de um deputado, para ele ter uma álibi naquele mesmo 6 de setembro… Certamente a saúde do ex-presidente, que já estava agravada pela tristeza e depressão depois da eleição, acabou levando-o ao hospital. Michele ficou preocupada e chamou socorro. Não tenho as últimas notícias sobre o estado de saúde dele.

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INVASÕES EM BRASÍLIA

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


Manifestantes destróem plenário do STF durante protestos violentos no domingo (8), em Brasília.| Foto: Reprodução de vídeo/Twitter

A invasão e a depredação do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto são um desastre com perda total. Os invasores e depredadores protestavam, com esses extremos, contra o estado de exceção em que vive o Brasil, por imposição das ações ilegais do STF, e contra um governo que julgam abusivo, corrupto e ilegítimo. Não têm razão, nem desculpas e nem atenuantes, para nada do que fizeram. Qualquer direito que um protesto político possa ter desaparece quando esse protesto viola a lei; qualquer razão desaparece quando vem acompanhada de violência. Em Brasília, neste domingo dia 8 de janeiro, a oposição militante ao consórcio Lula-STF, colocou a si própria na ilegalidade.

É um péssimo sinal do que pode vir aí pela frente. O STF transformou o Brasil, ao longo dos últimos anos, numa ditadura do judiciário. Foi essa ditadura que eliminou as leis do país para levar Lula à presidência da República e para impor um estado policial na sociedade brasileira – com a abolição do processo legal, dos direitos individuais e das liberdades públicas. O novo governo mostra todos os dias a sua obsessão pelo revanchismo contra adversários, por medidas de repressão contra os que discordam por meios legítimos e pela aposta radical num Brasil dividido entre “nós” e “eles” – “nós” é Lula, “eles” é tudo o que não é. Declarou e trata como inimigos, simplesmente, os 58 milhões de brasileiros adultos que votaram no seu adversário nas últimas eleições. Tudo isso só fica muito pior, naturalmente, quando à ilegalidade dos atos do STF e do governo vêm se somar os atos de opositores que usam como instrumento de ação a prática de violência, vandalismo e outros gestos criminosos.

Não têm razão, nem desculpas e nem atenuantes, para nada do que fizeram

O presidente da República, na contramão do que sempre dizem a mídia e outros devotos sobre a sua “habilidade política”, capacidade de “negociar” e inclinação à tolerância, não demonstrou a menor intenção de pacificar os ânimos, ou reduzir as tensões do momento. Ao contrário: em seu discurso de reação às violências de Brasília só jogou mais combustível na fogueira. Decretou a intervenção no Distrito Federal – seguida, aí já por decisão do ministro Alexandre de Moraes, numa exótica deposição por três meses do governador. Prometeu repressão. Fez ameaças. Lançou acusações – até contra “bandidos” do “agro”. Não mostrou o menor interesse em buscar algum tipo de conciliação nesta hora que exige, acima de tudo, compreensão do que está acontecendo. Lula, pelo que disse até agora, não está interessado em punir crimes dentro do indispensável processo legal, como é o seu dever e o seu direito – está interessado em vingança. O STF quer a mesma coisa. É o contrário de uma receita de paz.


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DITADURA DA TOGA

 

Covardes

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Covarde é aquele que troca o certo pelo que lhe convém.| Foto: Reprodução/ Twitter

Ufa. Ontem (9), consegui resistir à tentação de escrever sobre a invasão do Congresso, do Palácio do Planalto e de um barraco brutalista do Niemeyer, que, diz a lenda, um dia já abrigou grandes juízes. O quebra-quebra, carinhosamente chamado de “Putz de Brasília” por um amigo que apostou comigo que vocês não entenderiam o trocadilho, serve agora de pretexto para todo tipo de perseguição. Os covardes que nos cercam estão assanhadinhos por causa disso.

Sei disso porque ontem aproveitei meu silêncio para refletir sobre as sábias palavras do padre Antônio Luciano, da Igreja da Ordem. Durante a homilia, ele falou da importância do silêncio, do excesso de ruído em que vivemos e sobre a contemplação. Uma palavra tão linda que eu gosto de ficar só olhando para ela, em silêncio, repetindo baixinho “contemplação, contemplação, contemplação”.

As palavras do padre atingiram em cheio essa alminha pecadora aqui. Tanto que a primeira coisa que fiz ao saber da baderna cívica que estava ocorrendo em Brasília foi [ganha um algodão-doce quem acertar!] contemplar. O que, suponho, me torne automaticamente um fascista para os covardes que nos cercam. Aqueles que estavam assanhadinhos no primeiro parágrafo e que, se chegaram até aqui, devem estar mais assanhados ainda.

Covardes que nos cercam

E, só porque estou lendo “The World: A Family History”, de Simon Sebag Montefiore (recomendo!), me senti um poeta latino observando as invasões bárbaras e tendo de reconhecer que havia nos visigodos, ostrogodos, jutos e vândalos mais dignidade do que nas cortes romanas corrompidas por vícios de toda sorte. De qualquer forma, contemplei as cenas todas que me chegavam, aqui e ali pensando nos covardes que, naquele mesmo instante, babavam diante de mais essa oportunidade que agora terão de impor sua vontade, por meio de uma Ditadura da Covardia.

(Ainda que toda ditadura seja uma Ditadura da Covardia, do homem inseguro que precisa subjugar o outro a fim de se passar por corajoso, esta que já se anunciou e que agora desfila toda calva e garbosa por entre as manchetes dos pasquins esquerdistas é especialmente covarde, porque se esconde atrás das mesóclises, dos latinórios e de todas as mesuras cafonas dos tribunais para fazer valer sua moral podre e torta).

Me refiro aqui aos covardes distantes, que conhecemos de má fama e cujos nomes estão por aí, enfeitando as matérias da imprensa militante – também ela covarde. Mas também estou falando dos covardes próximos, aqueles cujos nomes conhecemos e com os quais já brindamos na mesa do bar; aqueles que nos deram parabéns nos últimos muitos aniversários; aqueles sempre dispostos a curtir nossas postagens nas redes sociais. Aqueles que não assumem, mas no íntimo sabem que são. Covardes todos que, em silêncio ou, pior, discreta e sorrateiramente, neste exato momento estão por aí (e por aqui) inventando justificativas para apoiar uma ditadura.

Quando dei por mim, já não contemplava as hordas bárbaras. Tinha olhos apenas para eles, os covardes que evidentemente não se verão nestas e em tantas outras linhas já escritas sobre eles. Os covardes emaciados pela soberba, que andam arrastando os pés, que cumprimentam com a mão mole, que se escondem sob a falsa diplomacia própria da covardia.

“Covarde é aquele que troca o certo pelo que lhe convém”, pensei e agora escrevi. E foi bom que tenha pensado e escrito isso, porque eu precisava mesmo de uma frase de efeito para encerrar a crônica antes de pedir licença e sair para vestir o ridículo e patético traje de um «heroísmo» (tão ridículo que exigiu aspas francesas) que não combina nada comigo, um escritorzinho de província que preferia falar de poesia a ter de escrever coisas como “Abaixo a ditadura!”.


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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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