Assegurar governabilidade de Lula não é desculpa para ampliar gastos
públicos ou para manter desonerações extemporâneas e irresponsáveis.
Não há espaço nem tempo para erros
Por Notas & Informações – Jornal Estadão
Toda discussão sobre a política econômica do governo de Luiz Inácio
Lula da Silva ficou em segundo plano depois do ataque à democracia
promovido por golpistas que se recusam a aceitar a vitória do petista na
disputa presidencial. No entanto, a despeito do rastro de destruição
que as manifestações deixaram no último domingo, há um país a governar, o
que amplia ainda mais a responsabilidade do governo federal nas
decisões que terá de tomar a partir de agora.
Como mostrou o Estadão, a equipe do ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, prepara medidas de ajuste fiscal com o
objetivo de estabilizar a trajetória da dívida pública em 76% do Produto
Interno Bruto (PIB) nos próximos quatro anos e abrir caminho para
reduzi-la depois desse período. Os cenários deixam claro o objetivo de
impedir que a dívida bruta supere a marca de 80% do PIB até 2030.
Trata-se de uma meta bastante desafiadora, diante de uma projeção de
déficit primário de R$ 231 bilhões neste ano. Para enfrentar esse rombo,
não há mágica. É preciso ampliar receitas e cortar despesas, uma ideia
que tem muito apoio teórico, mas que encontra enormes obstáculos para a
execução prática.
A primeira semana de governo não produziu boas expectativas. Para
reduzir o buraco das contas públicas, a decisão óbvia a ser tomada era
reonerar os combustíveis, tema que deu ao ministro da Fazenda sua
primeira derrota pública. Trata-se de medida de caráter impopular, cujo
impacto poderia ampliar a insatisfação com o novo governo, mas não há
dúvida de que seria uma ação concreta na direção da reversão estrutural
do déficit.
O dilema não está restrito, no entanto, aos combustíveis. Voltar a
tributar setores que foram beneficiados sem justificativa técnica é algo
mandatório, mas de difícil aplicação, tendo em vista a força de alguns
setores econômicos e sua influência no mundo político.
Já apelar a receitas extraordinárias para diminuir o déficit tem
efeito meramente paliativo e não funciona no médio e longo prazos. Para
ficar em algumas das ações sugeridas pela equipe de Haddad para reverter
o saldo negativo entre receitas e despesas, a utilização dos recursos
do fundo PIS/Pasep não sacados, cujo saldo é estimado em R$ 23 bilhões,
tem efeito muito limitado. Já esperar que o incentivo à redução da
litigiosidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf)
renda R$ 53,77 bilhões é quase risível. A maioria dos grandes
contribuintes derrotados em disputas tributárias apela ao Judiciário
assim que a discussão na esfera administrativa se encerra, em batalhas
que chegam a durar décadas.
É sintomático e muito preocupante, portanto, que a primeira reunião
oficial de Haddad e sua equipe no Ministério tenha dado pouca ênfase às
ações de redução dos gastos públicos. A revisão de contratos e
programas, segundo o plano apresentado, renderia R$ 15 bilhões, enquanto
a autorização para executar despesas menores que as autorizadas pelo
Orçamento geraria R$ 25 bilhões.
O desequilíbrio das contas públicas é um problema de caráter bem mais
amplo e duradouro, tem múltiplas causas e não será resolvido com ações
pontuais. Do lado das receitas, uma reforma tributária ampla é urgente
para simplificar o sistema, mas também é preciso discuti-la com
realismo. Uma proposta neutra, sob o ponto de vista da arrecadação,
deixou de ser uma meta factível para o tamanho do Estado brasileiro e
suas muitas deficiências.
Sem descuidar da imprescindível redução dos gastos públicos – que não
são reduzidos trocando o seu nome por “investimentos”, como quer Lula
–, o lado das receitas é o que pode garantir os melhores resultados de
reequilíbrio fiscal. Nesse sentido, um programa de avaliação e revisão
de políticas públicas se mostra urgente e essencial.
Os atos golpistas de domingo reduziram o espaço e o tempo para erros
na política e na economia. Assegurar a governabilidade do terceiro
mandato de Lula não é desculpa para ampliar os gastos públicos ou para
manter desonerações extemporâneas. A responsabilidade é ainda mais
necessária.
Como essa tendência pode contribuir para o sucesso do seu negócio
Rodrigo Schiavini – SmartHint
A modalidade promete ser um dos grandes destaques de 2023; mercado já tem ferramentas para adaptar empresas e marcas
Aos poucos, o comércio digital ganhou o coração e a confiança da
população. A partir de então, outras modalidades foram surgindo e
passaram a fazer parte da jornada de compras dos internautas. O Mobile
Commerce, ou M-Commerce, é uma dessas tendências, que ganha projeção a
cada dia. O termo em inglês se refere às vendas online realizadas por
meio de dispositivos móveis, sejam eles tablets ou smartphones.
O mobile continua sendo o meio favorito de muitos compradores no
Brasil, representando 53% das vendas do e-commerce nacional, de acordo
com um estudo da Nielsen, instituto de medição, dados e análises de
audiência. O crescimento dessa modalidade de compra vem sendo apontado
como uma das grandes tendências para 2023 e chamando a atenção de
grandes e-commerces.
Para Rodrigo Schiavini, diretor de Negócios da SmartHint – maior e
mais utilizado sistema de busca inteligente e recomendação para
e-commerce da América Latina, pertencente ao Grupo Magalu —, os lojistas
devem estar atentos à personalização do site e à adaptação adequada
para os dispositivos móveis, o que vai impactar diretamente na
performance. “É importante ter um olhar cuidadoso para as métricas de
carregamento das páginas. Uma má performance do site pode comprometer o
resultado final e acarretar a uma experiência de compras ruim aos
usuários, ou mesmo o abandono de carrinho”, conta.
Um relatório lançado pela consultoria App Annie apontou que, em 2021,
os brasileiros passaram quase 6 horas por dia nos celulares.
Considerando 8 horas de sono, eles ficaram conectados durante mais de um
terço do tempo em que estiveram acordados. Esse reflexo vai ao encontro
do cenário promissor das vendas realizadas pelos celulares.
Vale lembrar que já existem no mercado ferramentas que podem auxiliar
os lojistas na adaptação de sua presença online para dispositivos
móveis. A SmartHint, por exemplo, possui um sistema de busca funcional
que proporciona uma jornada de compra intuitiva, com ele a procura pelo
produto ideal poderá ser realizada por comando de voz ou até por imagem.
“No momento da busca pelo produto ideal, os consumidores querem
facilidade na navegação e assertividade na entrega. Se o site estiver
adaptado ao dispositivo móvel, com agilidade e ferramentas de busca
facilitadas, eles não precisarão buscar em nenhum outro lugar, nem
acessar de outro dispositivo, e sairão satisfeitos”, finaliza Shiavini.
Sobre a SmartHint:
Fundada em 2017, a SmartHint é o maior e mais utilizado sistema de
busca inteligente e recomendação para e-commerce da América Latina. Em
2020, a empresa foi adquirida pelo Grupo Magalu e tem como foco
principal elevar a experiência de compra on-line. Combinando busca e
recomendação proativa, com vitrines que agem como “vendedores virtuais” e
pop ups de retenção, suas soluções ajudam a aumentar, em média, em 30%
as vendas online das marcas. A SmartHint trabalha com mais de 25
segmentos e possui integração com mais de 35 plataformas de vendas pela
internet. Suas ferramentas geraram R$620 milhões em vendas em 2020 e
entre seus milhares de clientes estão empresas como Multilaser, Philco,
Wine, Lego, Kabum, Kipling e Diesel.
O que é marketplace e por que investir nessa plataforma
ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech
Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer
compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele
funciona na compra e venda de produtos.
Afinal, o que é marketplace?
O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.
Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto
específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar
as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de
comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir
outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.
Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de
marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e
segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar
produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento
unificado.
Os principais marketplaces do Brasil
A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto
No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a
plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações
digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.
Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas,
Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C,
estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas
dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.
Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma
Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais
Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através
de sua divulgação online.
Como escolher o marketplace ideal para sua loja
Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja,
definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é
fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de
decidir onde incluir sua marca:
Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão
sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que
determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor
atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais
anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará
uma comissão maior.
Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.
Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial
identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.
Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.
Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que
já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para
competir com os ofertados por elas.
Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.
Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus
resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas
promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na
entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento
ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar
naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se
de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e
pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já
cadastradas.
Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.
Vantagens do marketplace
A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.
Para o consumidor
Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;
Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.
Para o lojista
Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;
Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de
vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário
pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na
abertura de uma loja física ou online.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Para o Marketplace
Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;
Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que
reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo
para fidelizar clientes.
Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e
proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal
procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos
ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que
realizamos.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
Cúpula dos Três Poderes articula reação conjunta após invasão em Brasília Por Gazeta do Povo Brasília
Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
Manifestantes picharam estátua da Justiça em frente ao STF,
depredaram plenário e salas usadas pelos ministros| Foto: Marcelo
Camargo/Agência Brasil
Os atos ocorridos neste domingo (8) no
Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF)
uniram a cúpula dos Três Poderes e deverão, nos próximos dias, gerar
uma dura reação jurídica, no âmbito criminal e civil, não apenas contra
os manifestantes, contrários à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, mas também a políticos, autoridades e líderes supostamente
envolvidos com ações de vandalismo. A repressão deve partir
principalmente do Executivo, que decretou intervenção federal na
segurança pública do Distrito Federal, e do Judiciário, que há mais
tempo enfrenta manifestações de revolta.
Apesar de estar nos Estados Unidos desde o fim de dezembro e ter
criticado a ação dos vândalos, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu
grupo mais próximo, estão na mira. Ao anunciar a intervenção na
segurança pública do DF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o culpou
pelos atos. “Esse genocida não só provocou isso, não só estimulou isso,
como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais, que a
gente está sabendo, lá de Miami de onde ele foi descansar”, afirmou o
petista, num pronunciamento em Araraquara (SP), que visitou em razão de
desastres causados pelas chuvas.
“Todo mundo sabe que tem vários discursos do ex-presidente da
República estimulando isso. Ele estimulou a invasão na Suprema Corte,
estimulou invasão, só não estimulou a invasão do Palácio porque ele
estava lá dentro. Ele estimulou invasão nos Três Poderes sempre que ele
pôde e isso também é da responsabilidade dele, isso é de
responsabilidade dos partidos que sustentam ele e tudo isso vai ser
apurado com muita força e com muita rapidez”, disse Lula.
O presidente chegou em Brasília à noite, onde visitou o Palácio do
Planalto e depois o STF, para vistoriar os danos. Na Corte, foi recebido
pela presidente, Rosa Weber, e pelos ministros Luís Roberto Barroso e
Dias Toffoli. Em nota, a ministra afirmou que “o STF atuará para que os
terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e
exemplarmente punidos” e que “o prédio histórico será reconstruído”.
Rosa Weber se reunirá com Lula nesta segunda (9), no Palácio do
Planalto, pela manhã. A noite, o presidente receberá governadores e deve
pedir apoio das forças de segurança locais para desmobilizar atos
contra seu mandato espalhados pelos estados.
Em linha com o chefe do Executivo, o ministro da Justiça, Flávio
Dino, disse que, apesar de ainda não haver elementos para
responsabilizar Bolsonaro na esfera jurídica, ele tem responsabilidade
política. “Politicamente, é claro que na medida em que houve o que
houve, uma transição conflituosa e que não houve reconhecimento do
resultado eleitoral e pelo contrário, houve instigação e açulamento para
acreditar em esoterismos, em teses exóticas, estranhas, agressivas, é
claro que a responsabilidade política é inequívoca”, afirmou o ministro.
“Responsabilidade jurídica, aí obviamente cabe ao Poder Judiciário,
ao Ministério Público e não a mim apurar. E aí dependeria da
investigação mostrar alguma coisa ainda que ainda não está evidente. Eu
não vejo nesse momento qualquer elemento de responsabilização jurídica
do ex-presidente da República. Poderá aparecer, sim, poderá. Mas nesse
momento, não há. Responsabilidade política, sim. Todos aqueles que
querem polarizar, instigar a prática de crimes, extremismos, etc. são
politicamente responsáveis, por ação ou omissão”, completou, em
entrevista à imprensa.
No âmbito do STF, Bolsonaro já é investigado no inquérito das
“milícias digitais” pelo ministro Alexandre de Moraes, que tende agora a
aprofundar as apurações para descobrir se estimulou, de alguma forma,
os atos deste domingo. Pelas redes sociais, o magistrado avisou que os
atos não ficarão impunes. “Os desprezíveis ataques terroristas à
Democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim
como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes
públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos. O
Judiciário não faltará ao Brasil!”, disse.
Ainda durante a tarde, a Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou no
STF um pedido para que Moraes decrete a prisão do ex-ministro da
Justiça Anderson Torres, exonerado neste domingo do cargo de secretário
de Segurança do Distrito Federal. O órgão ainda pediu reforço de
segurança nas residências das autoridades federais e determinação para
que as redes sociais identifiquem e removam conteúdos que estimulem as
invasões, mas guarde esses dados para guardem esses dados para punir os
responsáveis.
O recado de que os atos não ficarão impunes, sobretudo sobre quem
estimulou ou se omitiu, também partiu dos chefes do Legislativo. Pelo
Twitter, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que “os responsáveis
que promoveram e acobertaram esse ataque à democracia brasileira e aos
seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da
lei”. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse repudiar
“veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da
lei com urgência”.
No governo e no STF, o entendimento é que os atos se enquadram nos
crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que
consiste em tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o
Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos
poderes constitucionais, e que tem pena de 4 a 8 anos de prisão; e de
golpe de Estado, definido como o ato de tentar depor, por meio de
violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído, com pena
de até 12 anos de reclusão. Os dois tipos foram criados recentemente
pelo Congresso num capítulo do Código Penal que substitui a extinta Lei
de Segurança Nacional (LSN). Caberá, no entanto, às Polícias Federal e
Civil do DF investigar organizadores para que então o Ministério Público
Federal os denuncie na Justiça Federal.
Decano do STF, Gilmar Mendes reforçou o entendimento de que a punição
deve chegar não só a quem participou, mas também a quem se omitiu. “Na
data de hoje, foi levado a efeito um complexo plano criminoso de abolir,
violentamente, o Estado Democrático de Direito. Alguns executaram,
outros financiaram, mas não importa: todos precisam ser punidos. A maior
responsabilidade, contudo, recairá sobre as autoridades omissas”,
postou o ministro.
Pelo Twitter, Bolsonaro buscou se defender. “Repudio as acusações,
sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do
Brasil”, postou o ex-presidente. Antes, criticou os atos de vandalismo.
“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia.
Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no
dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017,
fogem à regra. Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro
linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a
transparência e a nossa sagrada liberdade”, escreveu.
De forma mais direta, o alvo mais visado das investigações será o
ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que recentemente reassumiu a
Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e neste domingo foi
exonerado pelo governador Ibaneis Rocha. Caberia a ele coordenar a
proteção da Praça dos Três Poderes, mas ele estava fora da capital, em
viagem de férias aos Estados Unidos – foi para Orlando, mesma cidade
onde está Bolsonaro.
A avaliação inicial por parte do Executivo e do Judiciário é que
houve omissão, uma vez que já era de conhecimento público que apoiadores
de Bolsonaro, indignados com a desmontagem de acampamentos em frente a
quartéis do Exército, se encaminhavam para Brasília para protestar na
Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes. Dezenas de ônibus
chegaram à capital federal no fim de semana e convocações para
participar do ato foram espalhadas nas redes sociais e em aplicativos de
mensagens como WhatsApp e Telegram.
Como a segurança da capital é de responsabilidade do governo
distrital, ministros do governo e do STF entendem que, no mínimo, não
houve empenho para barrar os manifestantes, e numa hipótese mais grave,
falta de comando ou mesmo conivência, respaldada pelo fato de que vários
policiais militares foram gravados guiando manifestantes, deixando de
reprimir ou recuando diante das invasões e depredações.
Num vídeo publicado nas redes, Ibaneis Rocha pediu desculpas a Lula, à
presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e aos presidentes
da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco – os dois últimos,
chamados de “amigos” pelo governador. Depois, anunciou que mais de 400
pessoas já haviam sido presas.
“O que aconteceu hoje na nossa cidade foi simplesmente inaceitável.
Nós vínhamos monitorando desde a tarde de ontem, juntamente com o
ministro Flávio Dino, todos esses movimentos que estavam chegando ao
Distrito Federal. Conversamos de ontem para hoje por várias vezes e não
acreditávamos em momento nenhum que essas manifestações tomariam as
proporções que tomaram”, disse. Acrescentou que a responsabilidade da PM
será apurada. “O Distrito Federal está sob uma intervenção federal na
área da segurança e nós confiamos na pessoa do ministro [Flávio] Dino,
com seu indicado [Capelli] para que a gente consiga fazer todas as
apurações e vamos colocar na cadeia todos esses bandidos”, disse.
Antes de ter a demissão anunciada, Anderson Torres, criticou condenou
os atos e disse que havia determinado providências. “É inconcebível a
desordem e inaceitável o desrespeito às instituições. Determinei que
todo efetivo da PM e da Polícia Civil atue, firmemente, para que se
restabeleça a ordem com a máxima urgência. Vandalismo e depredação serão
combatidos com os rigores da lei. Criminosos não sairão impunes”,
postou o agora ex-secretário.
Na intervenção decretada por Lula, restrita à segurança pública no DF
e com prazo até o final de janeiro, as polícias militar e civil, além
do corpo de bombeiros, ficarão sob comando do secretário-executivo do
Ministério da Justiça, Ricardo Capelli. No início da noite, ele
comunicou que já estava “em campo, andando no asfalto, comandando
pessoalmente as forças de segurança, cumprindo a missão que recebi do
presidente da República”. “Ninguém ficará impune. O Estado Democrático
de Direito não será emparedado por criminosos.”
A Polícia Federal, por sua vez, anunciou que instalou um gabinete de
crise para coordenar as ações e identificar os autores dos ataques aos
órgãos federais. Informou que grupos táticos da corporação foram
mobilizados de vários estados do país para dar apoio às forças de
segurança em Brasília.
Outra providência foi acionar equipes que já iniciaram perícias nos
edifícios do Palácio do Planalto, Congresso e STF para identificação dos
responsáveis pelas depredações, inclusive com sistemas de identificação
facial. O Grupo de Bombas e Explosivos fará varredura e a segurança de
Lula será reforçada, incluindo rotas e instalações. “Os crimes cometidos
durante os atos estão sendo devidamente apurados”, informou a PF em
nota.
AME4954.
BRASILIA (BRASIL), 08/01/2023.- Manifestantes contra los resultados
electorales y el gobierno del recién posesionado presidente Lula da
Silva invaden el Congreso Nacional, el Supremo Tribunal Federal y el
Palacio del Planalto, sede de la Presidencia de la República, hoy, en
Brasilia (Brasil). Seguidores del expresidente brasileño Jair Bolsonaro
invadieron este domingo el Palacio de Planalto, sede del Ejecutivo, y la
Corte Suprema, después de haber irrumpido antes en el Congreso Nacional
en actos golpistas contra el presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Los
ventanales de la sede del poder Judicial y del Congreso Nacional fueron
rotos por los manifestantes, que ya ocupan los edificios de los tres
poderes en el país.EFE/ Andre Borges
| Foto: EFE/Andre Borges
Inaceitável e absurdo, sob
qualquer ângulo pelo qual se possa olhar, o caos promovido neste domingo
na Praça dos Três Poderes por militantes contrários ao presidente Lula.
Eles romperam bloqueios policiais e invadiram o Palácio do Planalto e
as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, depredando
plenários e outras instalações. O ato de domingo representa a
substituição da razão pela ignorância, do protesto pacífico pelo uso
ilegítimo da força.
Segundo os relatos da imprensa, os manifestantes que até então
estavam acampados diante do quartel-general do Exército, em Brasília,
deixaram o local e se dirigiram à Esplanada dos Ministérios, que já
tinha reforço policial devido à possibilidade de protestos contra a
eleição e a posse de Lula. Reforçado por outros manifestantes que
lotaram ônibus para vir de outras regiões do país, o grupo passou por
todas as barreiras de segurança e iniciou as invasões pelo Congresso,
dirigindo-se depois às sedes dos demais poderes. Os maiores estragos,
até onde se sabe, ocorreram no prédio do STF, onde o plenário foi
depredado e inundado graças à ativação do sistema contra incêndio. No
começo da noite de domingo, policiais já haviam conseguido expulsar os
vândalos do Supremo e do Planalto.
Razões para indignação com Lula, o Congresso e o Supremo existem, e
são muitas. Mas a violência, a invasão, a depredação e o vandalismo não
são – jamais foram – a resposta para tais situações
Neste dia triste em que o Brasil ganhou seu equivalente da invasão
trumpista do Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, a Gazeta do
Povo reforça uma convicção que já manifestou em diferentes ocasiões: nem
mesmo as reivindicações consideradas mais nobres ou justas podem servir
de pretexto para violência, vandalismo, interrupção do funcionamento
das instituições e violações da liberdade alheia. Afirmamos e
reafirmamos esta verdade na greve dos caminhoneiros de 2018, nos
bloqueios de estradas feitos em 2021, e também quando a esquerda invadiu
escolas e universidades e quis impedir o funcionamento normal das
instituições ao tentar forçar a entrada em edifícios governamentais e
invadir plenários legislativos. Este é um princípio que vale para todos,
não importa de que lado do espectro político-ideológico estejam, nem o
quanto sua indignação seja justa ou não.
Sim, a normalização da candidatura de Lula e sua vitória são
episódios lamentáveis de uma história política repleta de bizarrices.
Sim, o Supremo Tribunal Federal vem esticando a corda há quase quatro
anos, com seus inquéritos ilegais e abusivos, bem como suas decisões que
violam as liberdades democráticas. Sim, o Congresso dá sua contribuição
a esse esgarçamento com sua omissão diante dos atos de ministros do
Supremo, ou quando usa instâncias como a CPI da Covid para reforçar o
ataque à liberdade de expressão. Razões para indignação existem, e são
muitas. Mas não, a violência, a invasão, a depredação e o vandalismo não
são – jamais foram – a resposta para tais situações. E nem falamos do
erro estratégico grosseiro, por meio de um ato que não tem resultado
prático algum (ou quem acredita que Alexandre de Moraes vá retificar
seus abusos depois deste domingo?) e apenas serve para dar
justificativas a quem queira criminalizar a direita como um todo; ainda
que estivéssemos diante de uma jogada de mestre, ela continuaria a ser
profundamente antidemocrática e criminosa.
VEJA TAMBÉM: Convicções da Gazeta: Cultura democrática Alexandre de Moraes e o “guarda da esquina” (editorial de 17 de dezembro de 2022) A vitória de Lula e os próximos passos para o Brasil (editorial de 30 de outubro de 2022)
Não esperamos outra coisa a não ser uma investigação profunda e
criteriosa – afinal, imagens da invasão não faltam, feitas inclusive
pelos próprios vândalos – e a devida punição aos responsáveis, até por
ser um caso evidente que justifica prisões em flagrante. Que se apure
absolutamente tudo, não apenas a identidade dos invasores: é preciso
verificar, por exemplo, se houve incitação, se a polícia do Distrito
Federal fez tudo o que estava a seu alcance ou se foi omissa (e, neste
caso, se houve instruções no sentido de facilitar a invasão), e mesmo a
possibilidade do chamado false flag, que neste caso consistiria na
eventual participação de esquerdistas, empenhados em radicalizar o ato
para manchar mais ainda a reputação do bolsonarismo. Se queremos evitar
que algo assim se repita, os atos deste domingo precisam ser
esclarecidos e punidos em sua totalidade.
E, se é imprescindível que se recupere o quanto antes o império da
lei e da ordem na capital da República, temos de endossar a decisão do
presidente Lula, que decretou intervenção federal no Distrito Federal,
limitada à área da segurança pública. Se a intervenção houvesse sido
mais ampla, estaríamos certamente diante de um abuso; mas permitir que a
União empenhe todos os meios legais para retomar o controle da Praça
dos Três Poderes nada tem de descabido. No entanto, é preciso devolver o
poder a quem de direito assim que a situação se normalizar, e o crime
dos invasores deste domingo não pode servir de pretexto para uma
escalada repressora que extrapole o estritamente necessário para a
elucidação e a punição do “Capitólio brasileiro”.
Ex-presidente da UNE é o interventor federal da segurança no DF indicado por Lula Gazeta do Povo
Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, é
um dos principais aliados do ministro Flávio Dino| Foto:
Reprodução/Twitter
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
indicou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo
Cappelli, como interventor da segurança pública do Distrito Federal. De
acordo com o decreto, a intervenção segue até o dia 31 de janeiro de
2023.
Ricardo Cappelli é jornalista, especializado em administração pública
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Também atuou como secretário
nacional de Esporte Educacional e de Incentivo ao Esporte nos governos
Lula e Dilma Rousseff.
“Estou em campo, andando no asfalto, comandando pessoalmente as
forças de segurança, cumprindo a missão que recebi do presidente da
República. Ninguém ficará impune. O Estado Democrático de Direito não
será emparedado por criminosos”, escreveu Capelli nas redes sociais.
Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), ele foi
secretário de Comunicação do Maranhão, onde se aproximou do
ex-governador Flávio Dino (PSB), atual ministro da Justiça. No terceiro
governo Lula, tornou-se o número dois da pasta da Justiça e é
considerado braço direito de Dino.
No pronunciamento em que decretou a intervenção na área da segurança
pública do DF, o presidente Lula disse que houve incompetência ou mesmo
má-fé no combate aos atos de vandalismo, que resultaram na invasão e
depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo
Tribunal Federal neste domingo (8).
“Houve eu diria, incompetência, má vontade ou má-fé das pessoas que
cuidam da segurança pública do DF. Não é a primeira vez. Vocês vão ver
nas imagens que eles [policiais] estão guiando as pessoas na caminhada
até a praça dos Três Poderes”, disse o presidente.
Ainda de acordo com a avaliação do petista, os policiais do DF que
foram coniventes com os atos de vandalismo serão punidos. “Esses
policiais que participaram disso não poderão ficar impunes e não poderão
participar da corporação porque não são de confiança da sociedade
brasileira”, completou Lula.
Investigação
Polícia Federal prende funcionários dos Correios que roubavam encomendas internacionais .
PF instala gabinete de crise para coordenar ações sobre atos de vandalismo em Brasília PorGazeta do Povo
A PF instalou um gabinete de crise para coordenar as ações e
identificar os autores de atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes,
em Brasília. | Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo Ouça este conteúdo A
Polícia Federal instalou um gabinete de crise para coordenar as ações e
identificar os autores de atos de vandalismo nas sedes dos Três
Poderes, em Brasília, neste domingo (8). Em nota, divulgada nas redes
sociais, a corporação informou que “grupos táticos da PF foram
mobilizados de vários estados do país para apoio às forças de segurança”
no Distrito Federal.
“Equipes já iniciaram as ações de polícia judiciária, bem como
perícias no Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal
Federal para identificação dos responsáveis pelos atos de vandalismo,
inclusive com sistemas de identificação facial”, disse a PFl.
Ex-Presidente
Bolsonaro condena atos de vandalismo e repudia acusações de Lula PorGazeta do Povo
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para se manifestar | Foto: Isac Nóbrega/PR Ouça este conteúdo O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na noite deste
domingo (8) para condenar os atos de vandalismo em prédios públicos do
Distrito Federal. Apesar disso, ex-chefe do Executivo lembrou que
integrantes da esquerda participaram de depredações em Brasília em 2013 e
2017.
“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia.
Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no
dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017,
fogem à regra”, disse Bolsonaro. Segurança Pública
08/01/2023 20:52 Vandalismo Em Brasília
AME4954.
BRASILIA (BRASIL), 08/01/2023.- Policías enfrentan a seguidores del
expresidente brasileño Jair Bolsonaro que invaden hoy, el Palacio de
Planalto, sede del Ejecutivo, y la Corte Suprema, después de haber
irrumpido antes en el Congreso Nacional en actos golpistas contra el
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, en Brasilia (Brasil). Decenas de
agentes subieron la rampa que da acceso a la primera planta del palacio
disparando gases lacrimógenos, mientras otro grupo de uniformados
rodeaba el edificio. Seguidores del expresidente brasileño Jair
Bolsonaro invadieron este domingo el Palacio de Planalto, sede del
Ejecutivo, y la Corte Suprema, después de haber irrumpido antes en el
Congreso Nacional en actos golpistas contra el presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. EFE/ Andre Borges
Polícia Civil do DF diz que 170 pessoas foram detidas após invasões PorGazeta do Povo
Polícia Civil diz que 170 pessoas já foram detidos pelas invasões das
sedes dos Três Poderes em Brasília. | Foto: EFE/Andre Borges.
A
Polícia Civil do Distrito Federal (PDCF) informou na noite deste domingo
(8) que prendeu 170 pessoas após as invasões ao Congresso, ao Palácio
do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Já são 170 pessoas
presas na operação de hoje. Os procedimentos policiais estão sendo
finalizados pelas unidades do Departamento de Polícia Especializada
(DPE) da PCDF. Todos são suspeitos de participar dos atos criminosos
praticados contra as sedes dos Poderes da República”, disse a corporação
no Twitter.
A PCDF também informou no Twitter que equipes de papiloscopistas,
peritos criminais e médicos legistas estão em prontidão para atender a
situações de flagrante decorrentes da detenção dos suspeitos de cometer
atos criminosos na Esplanada dos Ministérios.
Próximos Passos Congresso vai se reunir nesta segunda para discutir intervenção federal no DF PorGazeta do Povo
AME4954.
BRASILIA (BRASIL), 08/01/2023.- Manifestantes contra los resultados
electorales y el gobierno del recién posesionado presidente Lula da
Silva invaden el Congreso Nacional, el Supremo Tribunal Federal y el
Palacio del Planalto, sede de la Presidencia de la República, hoy, en
Brasilia (Brasil). Seguidores del expresidente brasileño Jair Bolsonaro
invadieron este domingo el Palacio de Planalto, sede del Ejecutivo, y la
Corte Suprema, después de haber irrumpido antes en el Congreso Nacional
en actos golpistas contra el presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Los
ventanales de la sede del poder Judicial y del Congreso Nacional fueron
rotos por los manifestantes, que ya ocupan los edificios de los tres
poderes en el país.EFE/ Andre Borges
Manifestantes invadiram o Congresso, o Planalto e o Supremo neste domingo (8). | Foto: EFE/Andre Borges.
O
presidente em exercício do Congresso Nacional, senador Veneziano Vital
do Rêgo (PTB-PB), convocou uma reunião para esta segunda-feira (9), às
10h, para discutir os próximos passos do Parlamento após a invasão das
sedes dos Três Poderes por radicais que pedem a anulação das últimas
eleições presidenciais.
Na reunião, os parlamentares avaliarão se será necessário que o
Congresso aprove o decreto de intervenção na segurança pública do
Distrito Federal, assinado neste domingo (8) pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). Em 2018, os parlamentares tiveram de aprovar a
intervenção na segurança pública do estado do Rio de Janeiro.
Manifestantes destróem plenário do STF durante protestos
violentos no domingo (8), em Brasília| Foto: Reprodução de vídeo/Twitter
O
Brasil necessita de uma oposição política verdadeira ao governo Lula.
Uma oposição que enfrente tentativas do presidente petista de aprovar
medidas que prejudiquem a economia, que coloquem lenha no fogo da
inflação, que revertam a modernização das leis trabalhistas e
previdenciárias, que impeçam processos necessários de privatização, que
atrapalhem o empreendedorismo e que restrinjam a liberdade de expressão.
Essa oposição vai se dar principalmente no Poder Legislativo, mas
também será essencial a atuação da imprensa e de governadores de direita
como Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e Romeu Zema, em Minas Gerais.
Mas, para existir de fato e ter credibilidade, essa oposição a Lula
precisa começar a se posicionar de maneira contundente contra as
intenções golpistas, contra a balbúrdia, contra a sabotagem, contra as
ameaças terroristas e contra os protestos violentos que estão se
elevando em nome da direita no país.
Se a direita responsável, que realmente quer o bem do país, se calar
diante de atos de vandalismo como os ocorreram neste domingo (8) em
Brasília, afundará qualquer chance de fazer uma oposição forte e efetiva
contra Lula.
Passamos os últimos dois meses, desde o fim do segundo turno das
eleições, escutando de falsos defensores da democracia que os
manifestantes que bloquearam estradas e acamparam diante de quartéis
eram absolutamente pacíficos, incapazes de cometer atos de violência ou
de vandalismo em nome de sua causa (a de impedir a posse de Lula).
Mesmo quando esses mesmos manifestantes saíram em uma noite de fúria
pelas ruas da capital, no dia da diplomação de Lula no TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), queimando carros e ônibus e destruindo patrimônio
público, os falsos paladinos da liberdade seguiram teimando em sua tese.
Inventaram até a esfarrapada desculpa de que existiriam infiltrados
entre os manifestantes. Uma afirmação que alguns tentaram sustentar até
mesmo quando um militante bolsonarista tentou explodir um
caminhão-tanque, na véspera do Natal, com o intuito de espalhar o caos e
obrigar as Forças Armadas a uma “intervenção federal”.
É impossível continuar sustentando essa narrativa de pacifismo. Neste
domingo, depois da chegada de dezenas de ônibus com militantes
bolsonaristas a Brasília, os manifestantes invadiram e depredaram, em
plena luz do dia e diante das câmeras, prédios públicos e símbolos
nacionais como o STF (Supremo Tribunal Federal), o Congresso Nacional e o
Palácio do Planalto.
Nos protestos violentos, quebraram vidraças, cadeiras, forro de teto,
portas, equipamentos de filmagem e outros objetos que precisarão ser
repostos com dinheiro público, ou seja, com os impostos de quem
trabalha.
Esses protestos violentos terão o efeito inverso ao esperado pelos
extremistas: em vez de fortalecer a direita, vão enfraquecê-la; em vez
de incitar os militares a tirar Lula da presidência, vão dar motivos
para o novo governo decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (como aliás
já está sendo cogitado, pois credita-se a incapacidade da polícia em
evitar o vandalismo ao corpo mole do governo do Distrito Federal, cujo
secretário de Segurança é o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro,
Anderson Torres*); e em vez de deslegitimar Lula como presidente, vão
dar mais popularidade a ele (pois darão razão às acusações de golpismo
que eram feitas ao grupo político de Bolsonaro e a seus apoiadores
durante a campanha).
Ou seja, os protestos violentos, com destruição de patrimônio público
acompanhada de cânticos golpistas, são um tiro no pé. Vão acabar
fortalecendo Lula e dificultando o trabalho da necessária oposição
política a ele.
Os representantes da direita responsável precisam, o quanto antes,
levantar suas vozes contra esse desatino. Pelo seu próprio bem e do
Brasil.
Em tempo: alguns jornalistas e veículos de comunicação estão chamando
os protestos violentos em Brasília de terrorismo. Trata-se de um erro.
Na Lei Antiterrorismo, a definição desse tipo de crime não inclui a
motivação política. Curiosamente, quando os prédios do Congresso e do
Itamaraty foram invadidos e depredados nos protestos de 2013, os
manifestantes de então não foram chamados de terroristas. O que mudou?
*Após o envio da coluna, o secretário de Segurança do DF foi exonerado.
Ontem foi um domingo surpreendente. Hoje o Distrito Federal já está
sob intervenção federal de um interventor na segurança pública que está
subordinado diretamente ao presidente da República, que já está em
Brasília. O novo interventor é homem de confiança de Flavio Dino, do
mesmo partido a que pertencia Flavio Dino, o Partido Comunista do Brasil
(PCdoB). Trabalhou com ele no governo do Maranhão, foi presidente da
UNE, lá por 1997 e 1998. Foi ele quem trouxe Fidel Castro para o
Congresso da UNE. É Ricardo Garcia Cappelli. Esse é o interventor em
Brasília. Não sei se ele tem alguma experiência em segurança pública.
Consideraram Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça que voltou a
ser secretário de Segurança Pública do DF como responsável, só que ele
estava de férias, ele nem tinha reassumido ainda. Não tem nada a ver com
isso, mas precisavam culpar alguém, e a primeira coisa que fez o
governador Ibaneis fez para se dar bem com o governo federal foi
entregar numa bandeja a cabeça de Anderson Torres, que recém tinha
chegado de férias. Ia reassumir agora, depois de ter substituído Sergio
Moro no ministério da Justiça.
É bom lembrar também que Bolsonaro está lá em Orlando. O que
aconteceu foi que o pessoal perdeu a paciência. Estavam há mais de dois
meses esperando a tutela das Forças Armadas que não veio e aí resolveram
agir por conta própria. Em primeiro lugar, por causa dos desrespeitos
às liberdades fundamentais de opinião, pela omissão do presidente do
Senado Rodrigo Pacheco, pela falta de transparência nas apurações que
deixaram dúvidas no ar e por fim sobre o novo ministério que chocou
muita gente, esses 37, a maior parte com processos judiciais, alguns até
com condenações, como é o caso do ministro da Integração e
Desenvolvimento Regional, as ligações com milícia por parte da ministra
do Turismo, essas coisas. E aí o pessoal perdeu a paciência e num
domingo, surpreendentemente, entraram no Supremo, no Congresso e no
Palácio do Planalto.
Cavalarianos da PM chegaram a subir a rampa para tentar expulsar as
pessoas, mas tiveram que voltar porque não conseguiram passar. Enfim,
houve até pequenos confrontos com a polícia, muita gente estimulou
quebra-quebra, que aconteceu e que é muito lamentável.
O presidente Lula disse que foram vândalos, fascistas e stalinistas.
Aí ele levou um susto e disse “não, stalinistas não”, nazistas. Mas
enfim, os dois extremos se encontram, são iguais, é como uma ferradura
em que os dois extremos estão mais próximos entre si do que ambos em
relação ao centro. Essa é a verdade.
Agora a gente espera o que vai acontecer daqui para frente, por que
tem suas consequências. A Avenida 23 de Maio já estava sendo parada por
manifestações em São Paulo, por dois dias. Então, o maior estado, a
capital do país e o maior produtor do agro, o Mato Grosso, onde já está
havendo bloqueio em estradas. A gente fica pensando se isso é um
rastilho, o que mais vai acontecer, o que pode acontecer. Há um
movimento latente de caminhoneiros e a reação do presidente da República
não foi uma reação para pacificar, foi uma reação forte, contrária,
acusou Bolsonaro, acusou a PM do Distrito Federal, e colocou na
intervenção alguém do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ex-presidente
da UNE, ligado a Fidel Castro. Parece até provocação uma coisa dessas.
O presidente Bolsonaro está nos Estados Unidos. O PL deu uma nota
condenando as invasões e agora ninguém sabe o que pode acontecer e que
rumo as coisas podem tomar depois dessa tríplice invasão na sede dos
Três Poderes.
Jô, Pelé, Erasmo, Bento XVI: sobre os obituários que nunca escrevi
Por Paulo Polzonoff Jr.
AME4006.
SANTOS (BRASIL), 03/01/2023.- Fotografía tomada con un drone que
muestra el ataúd del exfutbolista Pelé, llegando en el cemetério
Memorial Necrópoles Ecumenico, en la ciudad de Santos, Sao Paulo
(Brasil). Centenares de aficionados del Santos siguen ruidosamente el
cortejo fúnebre de Pelé, que partió este martes del estadio Vila Belmiro
y recorre a paso lento las calles de la ciudad brasileña de Santos. El
cortejo recorre el paseo marítimo de Santos, hasta la casa de la madre
de Pelé, Celeste Arantes, que acaba de cumplir 100 años, y después
regresará por el mismo camino hasta el cementerio Memorial Necrópolis
Ecuménica, cercano al estadio. EFE/ Antonio Lacerda
Foto “geométrica” do cortejo fúnebre de Pelé.| Foto: EFE/ Antonio Lacerda
Semana
passada, lá fui eu vencer a chuva e meu receio de velórios para me
despedir do Professor. “Já tomou seu golinho de vinagre hoje?”,
perguntava ele ao pirralho insolente que fui um dia (as más línguas
dizem que continuo sendo). E depois saía rindo e latinizando errado:
“Vinus acris!”. Sujeito curioso, o Professor Aroldo. Excêntrico do tipo
que não se fabrica mais. Se tenho a oportunidade de hoje exercer aquilo
que estufo o peito para chamar de Vocação é muito por causa dele. Por
causa, não por culpa, hein?!
À saída da capela, contudo, sou interpelado por alguém. (Eu ia
escrever que “senti uma mão no meu ombro”, mas fiquei constrangido tanto
pelo cacófato incontornável quanto pelo clichê insuportável). Me viro
assustado, temendo me deparar com um jornalista da velha guarda querendo
falar sobre os bons tempos. Que nada! Quem me chama é o Pelé. Atrás
dele, uma multidão de fantasmas: Jô Soares, Erasmo Carlos, Gorbachev,
Godard, Nélida Piñon, Bento XVI,…
Se me espanto, não demonstro. Porque sei que numa crônica cabe tudo.
Ficamos, eu e os fantasmas, em silêncio por alguns segundos. Ao meu
redor, os funcionários da casa de velórios agem como se nada de
extraordinário estivesse acontecendo. Por um instante, temo que me vejam
falando sozinho e me tomem pelo louco que de fato sou. E, no mais, o
que é que a gente diz a um fantasma? Bom dia? Que chuva, hein? Quais são
seus planos para a Eternidade?
Opto por um “obrigado, Pelé”. E levo uma chapuletada. “Eu tô aqui
porque você não escreveu meu obituário, entende?”, diz ele, o Rei do
Futebol em pessoa. Ou melhor, em fantasma. Enrubesço por sob a barba que
precisa ser urgentemente aparada. “É que… É que…”, tento e fracasso em
encontrar uma resposta. “Também queria meu obituário, bicho”, diz o
Tremendão enquanto eu ainda procuro uma justificativa capaz de apaziguar
os ilustríssimos espíritos.
Vinagre Achei! “É que eu não sou bom com obituários”, explico. Lá
do fundo, Olavo de Carvalho levita um bocadinho por sobre a multidão
para confirmar. “Não é mesmo! Humpf”. Não sou. Para mim os falecidos, se
os admiro, sempre acabam parecendo santos e gênios. Se não os admiro,
bom, qual o sentido de escreve um obituário de quem não se admira?
“Nenhum!”, responde Jean-Luc Godard, saindo de fininho.
“Mas você não tinha nada para falar a meu respeito?”, perguntou Jô
Soares. Ter eu tenho. E, na época, até escrevi rapidamente que senti a
morte do gordo como se tivesse morrido um amigo. Afinal, não foram
poucas as noites em que adormeci nos braços dele. Por assim dizer. Mas
aí está outro problema dos obituários de hoje em dia: eles parecem dizer
mais sobre o obituarista do que sobre o obituariado. E há quem diga,
não sem um pinguinho de razão, que eu já uso “eu” demais em minhas
crônicas.
Por fim, tem uma razão política (?) para eu me abster de escrever
sobre as celebridades mortas. Quando meu amigo Geneton Moraes Neto
(“Présenti!”, grita ele com seu sotaque pernambucano) morreu, vi muita
gente reduzindo o homem admirável a seus posicionamentos políticos ou
aos erros que cometeu na vida. E expressando isso com a raiva impiedosa
que é a marca do nosso tempo. “Entende agora, Edson?”, pergunto ao Pelé.
Eis então que os fantasmas célebres todos abrem espaço o morto da
vez. O Professor desce as escadas, cumprimenta alguns conhecidos, troca
meia dúzia de palavras com Bento XVI (espero que não em latim errado) e
vem em minha direção. “Já tomou seu golinho de vinagre hoje, Polzonoff?
Sobre o que você está escrevendo?”, pergunta ele, me confundindo com o
enfant terrible que um dia infelizmente fui. “Sobre o senhor, Professor
Aroldo. Sobre o senhor”, respondo, rindo como se este texto fosse uma
daquelas diatribes verbais da minha adolescência tardia. E não a
homenagem que na verdade é.
Entenda a decisão de Moraes que afastou Ibaneis, determinou centenas de prisões e proibiu protestos
Foto: WILTON JUNIOR – Jornal Estadão
Por Marcelo Godoy – Jornal Estadão
Ministro decreta prisão em flagrante de extremistas acampados em
frente dos quartéis e intimação de prefeitos, governadores e generais,
além da proibição de protestos até o dia 31
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), que determinou o afastamento cautelar do governador do
Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, tem 18 páginas e todos os
fundamentos usados para justificar os nove grupos de medidas.
Trata-se do mais duro despacho já proferido pelo ministro desde que
se tornou relator do inquérito dos atos antidemocráticos. Ele reúne
desde a determinação de centenas de prisões em flagrante, manda intimar
governadores, prefeitos e comandantes militares e determina até a
realização de diligências para identificar todos os extremistas que invadiram os prédios dos três Poderes, em Brasília. Relatório do Exército mostra que haveria cinco mil deles nos acampamentos de todo o País. Quem permanecer neles, poderá ser preso.
O mnistro Alexandre de Moraes durante sessão no STF, em Brasília
Afastamento
A primeira medida é o afastamento do governador. Ele tem como base no
artigo 319 do Código de Processo Penal. Moraes entendeu existirem
indícios veementes de omissão dolosa criminosa do governador. O
afastamento é uma medida cautelar diferente da prisão, que consiste na
suspensão do exercício da função pública pelo prazo inicial de 90 dias.
Ou seja, se estiverem presentes os motivos para manter Ibaneis afastado,
a medida pode ser prorrogada como alternativa à prisão do acusado para a
garantia da ordem pública.
Desocupação e prisões em flagrante
Moraes determinou no item 2 da decisão um prazo de 24 horas para que
todos os acampamentos de extremistas bolsonaristas em frente de quartéis
sejam desocupados e dissolvidos. Não só. Desta vez ele foi além: mandou
prender em flagrante todos os acampados pela prática dos crimes
previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive
preparatórios), da Lei nº 13.260 (Antiterror), e pelos artigos 288
(associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático
de Direito e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A, § 1º, III
(perseguição) e 286 (incitação ao crime). O total de presos pode passar
de mil.
Governadores, prefeitos e comandantes podem ser responsabilizados
No mesmo item 2 da decisão, o ministro mandou que a operação de
desocupação e prisão dos acusados seja feita pelos PMs dos Estados e do
DF, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário. Deve o
governador do Estado ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de
responsabilidade pessoal. As autoridades municipais deverão prestar todo
o apoio necessário para a retirada dos materiais existentes no local. O
comandante militar do QG deverá, igualmente, prestar todo o auxílio
necessário para o efetivo cumprimento da medida. Ambos deverão ser
intimados para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, deverá ser intimado
para, sob sua responsabilidade, determinar todo o apoio necessário às
Forças de Segurança.
Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão
Desocupação de vias
No terceiro item da decisão, Moraes mandou desocupar em 24 horas
todas as vias públicas e prédios públicos estaduais e federais em todo o
território nacional que estiverem ocupados por extremistas. Nos Estados
e DF, as operações deverão ser feitas pelas PMs, com apoio da Força
Nacional, Polícia Rodoviária Federal e PF se necessário. Os governadores
também devem ser intimados nesse caso para efetivarem a decisão, sob
pena de responsabilidade pessoal.
Apreensão de ônibus e bloqueio
No quarto item da decisão, Moraes mandou apreender e bloquear todos
os ônibus identificados pela Polícia Federal, que trouxeram os
terroristas para o Distrito Federal. Os proprietários deverão ser
identificados e ouvidos em 48 horas, apresentando a relação e
identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte,
inclusive apresentando contratos escritos, caso existam, meios de
pagamento e quaisquer outras informações pertinentes. Entre os ônibus a
serem apreendidos deverão estar os 87 que se encontram estacionados na
Granja do Torto e imediações.
Proibição de manifestações
No item quinto da decisão, Moraes proíbe até o dia 31 de janeiro o
ingresso de quaisquer ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito
Federal. A PRF e a PF deverão providenciar o bloqueio, a imediata
apreensão do ônibus e a oitiva de todos os passageiros, com base no
artigo 5º da Lei antiterrorismo, que pune os atos preparatórios.
Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão
Identificação dos ônibus
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deverá enviar ao
STF o registro de todos os veículos, inclusive telemáticos, de veículos
que ingressaram no Distrito Federal entre os dias 5 e 8 de janeiro de
2023;
Busca de imagens
Continua após a publicidade
No sétimo item, Moraes manda a PF obter todas as imagens das câmeras
do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial dos
terroristas que praticaram os atos do dia 8 de janeiro, em todos os
hotéis e hospedarias do Distrito Federal, a lista e identificação de
hóspedes que chegaram ao DF a partir da última quinta feira, bem como a
filmagem do saguão (lobby) para a devida identificação de eventuais
participantes dos atos terroristas.
Identificação pelos dados do TSE
Como oitava providência, Moraes manda que o tribunal Superior
Eleitoral (TSE), sob a coordenação do assessor da presidência, Eduardo
de Oliveira Tagliaferro, utilize a consulta e acesso aos dados de
identificação civil mantidos naquela Corte, bem como de outros dados
biográficos necessários à identificação e localização de pessoas
envolvidas nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Os dados deverão
manter o necessário sigilo.
Exclusões de contas de redes sociais
O nono e último item da decisão de Moraes manda a expedição de ofício
ao Facebook, ao Tik Tok e ao Twitter para que em duas horas elas façam o
bloqueio de 17 contas, perfis e canais de bolsonaristas acusados de
instigar os atos antidemocráticos, sob pena de multa diária de R$ 100
mil em caso de desobediência. Elas também deverão fornecer os dados
cadastrais das contas ao STF e preservar integralmente seus conteúdo.
Entre os atimngidos está o blogueiro bolsonarista Bernardo Kuster.