terça-feira, 10 de janeiro de 2023

INVASÕES NÃO É PRETEXTO PARA BAGUNÇAR A ECONOMIA

 

Assegurar governabilidade de Lula não é desculpa para ampliar gastos públicos ou para manter desonerações extemporâneas e irresponsáveis. Não há espaço nem tempo para erros

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

Toda discussão sobre a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ficou em segundo plano depois do ataque à democracia promovido por golpistas que se recusam a aceitar a vitória do petista na disputa presidencial. No entanto, a despeito do rastro de destruição que as manifestações deixaram no último domingo, há um país a governar, o que amplia ainda mais a responsabilidade do governo federal nas decisões que terá de tomar a partir de agora.

Como mostrou o Estadão, a equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prepara medidas de ajuste fiscal com o objetivo de estabilizar a trajetória da dívida pública em 76% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos quatro anos e abrir caminho para reduzi-la depois desse período. Os cenários deixam claro o objetivo de impedir que a dívida bruta supere a marca de 80% do PIB até 2030. Trata-se de uma meta bastante desafiadora, diante de uma projeção de déficit primário de R$ 231 bilhões neste ano. Para enfrentar esse rombo, não há mágica. É preciso ampliar receitas e cortar despesas, uma ideia que tem muito apoio teórico, mas que encontra enormes obstáculos para a execução prática.

A primeira semana de governo não produziu boas expectativas. Para reduzir o buraco das contas públicas, a decisão óbvia a ser tomada era reonerar os combustíveis, tema que deu ao ministro da Fazenda sua primeira derrota pública. Trata-se de medida de caráter impopular, cujo impacto poderia ampliar a insatisfação com o novo governo, mas não há dúvida de que seria uma ação concreta na direção da reversão estrutural do déficit.

O dilema não está restrito, no entanto, aos combustíveis. Voltar a tributar setores que foram beneficiados sem justificativa técnica é algo mandatório, mas de difícil aplicação, tendo em vista a força de alguns setores econômicos e sua influência no mundo político.

Já apelar a receitas extraordinárias para diminuir o déficit tem efeito meramente paliativo e não funciona no médio e longo prazos. Para ficar em algumas das ações sugeridas pela equipe de Haddad para reverter o saldo negativo entre receitas e despesas, a utilização dos recursos do fundo PIS/Pasep não sacados, cujo saldo é estimado em R$ 23 bilhões, tem efeito muito limitado. Já esperar que o incentivo à redução da litigiosidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) renda R$ 53,77 bilhões é quase risível. A maioria dos grandes contribuintes derrotados em disputas tributárias apela ao Judiciário assim que a discussão na esfera administrativa se encerra, em batalhas que chegam a durar décadas.

É sintomático e muito preocupante, portanto, que a primeira reunião oficial de Haddad e sua equipe no Ministério tenha dado pouca ênfase às ações de redução dos gastos públicos. A revisão de contratos e programas, segundo o plano apresentado, renderia R$ 15 bilhões, enquanto a autorização para executar despesas menores que as autorizadas pelo Orçamento geraria R$ 25 bilhões.

O desequilíbrio das contas públicas é um problema de caráter bem mais amplo e duradouro, tem múltiplas causas e não será resolvido com ações pontuais. Do lado das receitas, uma reforma tributária ampla é urgente para simplificar o sistema, mas também é preciso discuti-la com realismo. Uma proposta neutra, sob o ponto de vista da arrecadação, deixou de ser uma meta factível para o tamanho do Estado brasileiro e suas muitas deficiências.

Sem descuidar da imprescindível redução dos gastos públicos – que não são reduzidos trocando o seu nome por “investimentos”, como quer Lula –, o lado das receitas é o que pode garantir os melhores resultados de reequilíbrio fiscal. Nesse sentido, um programa de avaliação e revisão de políticas públicas se mostra urgente e essencial.

Os atos golpistas de domingo reduziram o espaço e o tempo para erros na política e na economia. Assegurar a governabilidade do terceiro mandato de Lula não é desculpa para ampliar os gastos públicos ou para manter desonerações extemporâneas. A responsabilidade é ainda mais necessária.

 

Nossos Sites: https://valedoacoonline.com.br/ e https://valeonnoticias.com.br/

COMÉRCIO DIGITAL DOMINA O MERCADO

 

Como essa tendência pode contribuir para o sucesso do seu negócio

Rodrigo Schiavini – SmartHint

A modalidade promete ser um dos grandes destaques de 2023; mercado já tem ferramentas para adaptar empresas e marcas

Aos poucos, o comércio digital ganhou o coração e a confiança da população. A partir de então, outras modalidades foram surgindo e passaram a fazer parte da jornada de compras dos internautas. O Mobile Commerce, ou M-Commerce, é uma dessas tendências, que ganha projeção a cada dia. O termo em inglês se refere às vendas online realizadas por meio de dispositivos móveis, sejam eles tablets ou smartphones.

O mobile continua sendo o meio favorito de muitos compradores no Brasil, representando 53% das vendas do e-commerce nacional, de acordo com um estudo da Nielsen, instituto de medição, dados e análises de audiência. O crescimento dessa modalidade de compra vem sendo apontado como uma das grandes tendências para 2023 e chamando a atenção de grandes e-commerces.

Para Rodrigo Schiavini, diretor de Negócios da SmartHint – maior e mais utilizado sistema de busca inteligente e recomendação para e-commerce da América Latina, pertencente ao Grupo Magalu —, os lojistas devem estar atentos à personalização do site e à adaptação adequada para os dispositivos móveis, o que vai impactar diretamente na performance. “É importante ter um olhar cuidadoso para as métricas de carregamento das páginas. Uma má performance do site pode comprometer o resultado final e acarretar a uma experiência de compras ruim aos usuários, ou mesmo o abandono de carrinho”, conta.

Um relatório lançado pela consultoria App Annie apontou que, em 2021, os brasileiros passaram quase 6 horas por dia nos celulares. Considerando 8 horas de sono, eles ficaram conectados durante mais de um terço do tempo em que estiveram acordados. Esse reflexo vai ao encontro do cenário promissor das vendas realizadas pelos celulares.

Vale lembrar que já existem no mercado ferramentas que podem auxiliar os lojistas na adaptação de sua presença online para dispositivos móveis. A SmartHint, por exemplo, possui um sistema de busca funcional que proporciona uma jornada de compra intuitiva, com ele a procura pelo produto ideal poderá ser realizada por comando de voz ou até por imagem.

“No momento da busca pelo produto ideal, os consumidores querem facilidade na navegação e assertividade na entrega. Se o site estiver adaptado ao dispositivo móvel, com agilidade e ferramentas de busca facilitadas, eles não precisarão buscar em nenhum outro lugar, nem acessar de outro dispositivo, e sairão satisfeitos”, finaliza Shiavini.

Sobre a SmartHint:

Fundada em 2017, a SmartHint é o maior e mais utilizado sistema de busca inteligente e recomendação para e-commerce da América Latina. Em 2020, a empresa foi adquirida pelo Grupo Magalu e tem como foco principal elevar a experiência de compra on-line. Combinando busca e recomendação proativa, com vitrines que agem como “vendedores virtuais” e pop ups de retenção, suas soluções ajudam a aumentar, em média, em 30% as vendas online das marcas. A SmartHint trabalha com mais de 25 segmentos e possui integração com mais de 35 plataformas de vendas pela internet. Suas ferramentas geraram R$620 milhões em vendas em 2020 e entre seus milhares de clientes estão empresas como Multilaser, Philco, Wine, Lego, Kabum, Kipling e Diesel.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

ATOS CONTRA LULA EM BRASÍLIA TEVE DESTRUIÇÃO

 


Cúpula dos Três Poderes articula reação conjunta após invasão em Brasília
Por
Gazeta do Povo
Brasília

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.


Manifestantes picharam estátua da Justiça em frente ao STF, depredaram plenário e salas usadas pelos ministros| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os atos ocorridos neste domingo (8) no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) uniram a cúpula dos Três Poderes e deverão, nos próximos dias, gerar uma dura reação jurídica, no âmbito criminal e civil, não apenas contra os manifestantes, contrários à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também a políticos, autoridades e líderes supostamente envolvidos com ações de vandalismo. A repressão deve partir principalmente do Executivo, que decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, e do Judiciário, que há mais tempo enfrenta manifestações de revolta.

Apesar de estar nos Estados Unidos desde o fim de dezembro e ter criticado a ação dos vândalos, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo mais próximo, estão na mira. Ao anunciar a intervenção na segurança pública do DF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o culpou pelos atos. “Esse genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais, que a gente está sabendo, lá de Miami de onde ele foi descansar”, afirmou o petista, num pronunciamento em Araraquara (SP), que visitou em razão de desastres causados pelas chuvas.

“Todo mundo sabe que tem vários discursos do ex-presidente da República estimulando isso. Ele estimulou a invasão na Suprema Corte, estimulou invasão, só não estimulou a invasão do Palácio porque ele estava lá dentro. Ele estimulou invasão nos Três Poderes sempre que ele pôde e isso também é da responsabilidade dele, isso é de responsabilidade dos partidos que sustentam ele e tudo isso vai ser apurado com muita força e com muita rapidez”, disse Lula.

O presidente chegou em Brasília à noite, onde visitou o Palácio do Planalto e depois o STF, para vistoriar os danos. Na Corte, foi recebido pela presidente, Rosa Weber, e pelos ministros Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli. Em nota, a ministra afirmou que “o STF atuará para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos” e que “o prédio histórico será reconstruído”. Rosa Weber se reunirá com Lula nesta segunda (9), no Palácio do Planalto, pela manhã. A noite, o presidente receberá governadores e deve pedir apoio das forças de segurança locais para desmobilizar atos contra seu mandato espalhados pelos estados.

Em linha com o chefe do Executivo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que, apesar de ainda não haver elementos para responsabilizar Bolsonaro na esfera jurídica, ele tem responsabilidade política. “Politicamente, é claro que na medida em que houve o que houve, uma transição conflituosa e que não houve reconhecimento do resultado eleitoral e pelo contrário, houve instigação e açulamento para acreditar em esoterismos, em teses exóticas, estranhas, agressivas, é claro que a responsabilidade política é inequívoca”, afirmou o ministro.

“Responsabilidade jurídica, aí obviamente cabe ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e não a mim apurar. E aí dependeria da investigação mostrar alguma coisa ainda que ainda não está evidente. Eu não vejo nesse momento qualquer elemento de responsabilização jurídica do ex-presidente da República. Poderá aparecer, sim, poderá. Mas nesse momento, não há. Responsabilidade política, sim. Todos aqueles que querem polarizar, instigar a prática de crimes, extremismos, etc. são politicamente responsáveis, por ação ou omissão”, completou, em entrevista à imprensa.

No âmbito do STF, Bolsonaro já é investigado no inquérito das “milícias digitais” pelo ministro Alexandre de Moraes, que tende agora a aprofundar as apurações para descobrir se estimulou, de alguma forma, os atos deste domingo. Pelas redes sociais, o magistrado avisou que os atos não ficarão impunes. “Os desprezíveis ataques terroristas à Democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos. O Judiciário não faltará ao Brasil!”, disse.

Ainda durante a tarde, a Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou no STF um pedido para que Moraes decrete a prisão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, exonerado neste domingo do cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal. O órgão ainda pediu reforço de segurança nas residências das autoridades federais e determinação para que as redes sociais identifiquem e removam conteúdos que estimulem as invasões, mas guarde esses dados para guardem esses dados para punir os responsáveis.

O recado de que os atos não ficarão impunes, sobretudo sobre quem estimulou ou se omitiu, também partiu dos chefes do Legislativo. Pelo Twitter, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que “os responsáveis que promoveram e acobertaram esse ataque à democracia brasileira e aos seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da lei”. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse repudiar “veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”.

No governo e no STF, o entendimento é que os atos se enquadram nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que consiste em tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais, e que tem pena de 4 a 8 anos de prisão; e de golpe de Estado, definido como o ato de tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído, com pena de até 12 anos de reclusão. Os dois tipos foram criados recentemente pelo Congresso num capítulo do Código Penal que substitui a extinta Lei de Segurança Nacional (LSN). Caberá, no entanto, às Polícias Federal e Civil do DF investigar organizadores para que então o Ministério Público Federal os denuncie na Justiça Federal.

Decano do STF, Gilmar Mendes reforçou o entendimento de que a punição deve chegar não só a quem participou, mas também a quem se omitiu. “Na data de hoje, foi levado a efeito um complexo plano criminoso de abolir, violentamente, o Estado Democrático de Direito. Alguns executaram, outros financiaram, mas não importa: todos precisam ser punidos. A maior responsabilidade, contudo, recairá sobre as autoridades omissas”, postou o ministro.

Pelo Twitter, Bolsonaro buscou se defender. “Repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”, postou o ex-presidente. Antes, criticou os atos de vandalismo. “Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra. Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade”, escreveu.

De forma mais direta, o alvo mais visado das investigações será o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que recentemente reassumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e neste domingo foi exonerado pelo governador Ibaneis Rocha. Caberia a ele coordenar a proteção da Praça dos Três Poderes, mas ele estava fora da capital, em viagem de férias aos Estados Unidos – foi para Orlando, mesma cidade onde está Bolsonaro.

A avaliação inicial por parte do Executivo e do Judiciário é que houve omissão, uma vez que já era de conhecimento público que apoiadores de Bolsonaro, indignados com a desmontagem de acampamentos em frente a quartéis do Exército, se encaminhavam para Brasília para protestar na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes. Dezenas de ônibus chegaram à capital federal no fim de semana e convocações para participar do ato foram espalhadas nas redes sociais e em aplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram.

Como a segurança da capital é de responsabilidade do governo distrital, ministros do governo e do STF entendem que, no mínimo, não houve empenho para barrar os manifestantes, e numa hipótese mais grave, falta de comando ou mesmo conivência, respaldada pelo fato de que vários policiais militares foram gravados guiando manifestantes, deixando de reprimir ou recuando diante das invasões e depredações.

Num vídeo publicado nas redes, Ibaneis Rocha pediu desculpas a Lula, à presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco – os dois últimos, chamados de “amigos” pelo governador. Depois, anunciou que mais de 400 pessoas já haviam sido presas.

“O que aconteceu hoje na nossa cidade foi simplesmente inaceitável. Nós vínhamos monitorando desde a tarde de ontem, juntamente com o ministro Flávio Dino, todos esses movimentos que estavam chegando ao Distrito Federal. Conversamos de ontem para hoje por várias vezes e não acreditávamos em momento nenhum que essas manifestações tomariam as proporções que tomaram”, disse. Acrescentou que a responsabilidade da PM será apurada. “O Distrito Federal está sob uma intervenção federal na área da segurança e nós confiamos na pessoa do ministro [Flávio] Dino, com seu indicado [Capelli] para que a gente consiga fazer todas as apurações e vamos colocar na cadeia todos esses bandidos”, disse.

Antes de ter a demissão anunciada, Anderson Torres, criticou condenou os atos e disse que havia determinado providências. “É inconcebível a desordem e inaceitável o desrespeito às instituições. Determinei que todo efetivo da PM e da Polícia Civil atue, firmemente, para que se restabeleça a ordem com a máxima urgência. Vandalismo e depredação serão combatidos com os rigores da lei. Criminosos não sairão impunes”, postou o agora ex-secretário.

Na intervenção decretada por Lula, restrita à segurança pública no DF e com prazo até o final de janeiro, as polícias militar e civil, além do corpo de bombeiros, ficarão sob comando do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli. No início da noite, ele comunicou que já estava “em campo, andando no asfalto, comandando pessoalmente as forças de segurança, cumprindo a missão que recebi do presidente da República”. “Ninguém ficará impune. O Estado Democrático de Direito não será emparedado por criminosos.”

A Polícia Federal, por sua vez, anunciou que instalou um gabinete de crise para coordenar as ações e identificar os autores dos ataques aos órgãos federais. Informou que grupos táticos da corporação foram mobilizados de vários estados do país para dar apoio às forças de segurança em Brasília.

Outra providência foi acionar equipes que já iniciaram perícias nos edifícios do Palácio do Planalto, Congresso e STF para identificação dos responsáveis pelas depredações, inclusive com sistemas de identificação facial. O Grupo de Bombas e Explosivos fará varredura e a segurança de Lula será reforçada, incluindo rotas e instalações. “Os crimes cometidos durante os atos estão sendo devidamente apurados”, informou a PF em nota.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/cupula-dos-tres-poderes-articula-reacao-conjunta-apos-invasao-em-brasilia/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

INVASÕES EM BRASÍLIA SÃO SEMELHANTES À INVASÃO DO CAPITÓLIO NOS EUA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

AME4954. BRASILIA (BRASIL), 08/01/2023.- Manifestantes contra los resultados electorales y el gobierno del recién posesionado presidente Lula da Silva invaden el Congreso Nacional, el Supremo Tribunal Federal y el Palacio del Planalto, sede de la Presidencia de la República, hoy, en Brasilia (Brasil). Seguidores del expresidente brasileño Jair Bolsonaro invadieron este domingo el Palacio de Planalto, sede del Ejecutivo, y la Corte Suprema, después de haber irrumpido antes en el Congreso Nacional en actos golpistas contra el presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Los ventanales de la sede del poder Judicial y del Congreso Nacional fueron rotos por los manifestantes, que ya ocupan los edificios de los tres poderes en el país.EFE/ Andre Borges


| Foto: EFE/Andre Borges

Inaceitável e absurdo, sob qualquer ângulo pelo qual se possa olhar, o caos promovido neste domingo na Praça dos Três Poderes por militantes contrários ao presidente Lula. Eles romperam bloqueios policiais e invadiram o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, depredando plenários e outras instalações. O ato de domingo representa a substituição da razão pela ignorância, do protesto pacífico pelo uso ilegítimo da força.

Segundo os relatos da imprensa, os manifestantes que até então estavam acampados diante do quartel-general do Exército, em Brasília, deixaram o local e se dirigiram à Esplanada dos Ministérios, que já tinha reforço policial devido à possibilidade de protestos contra a eleição e a posse de Lula. Reforçado por outros manifestantes que lotaram ônibus para vir de outras regiões do país, o grupo passou por todas as barreiras de segurança e iniciou as invasões pelo Congresso, dirigindo-se depois às sedes dos demais poderes. Os maiores estragos, até onde se sabe, ocorreram no prédio do STF, onde o plenário foi depredado e inundado graças à ativação do sistema contra incêndio. No começo da noite de domingo, policiais já haviam conseguido expulsar os vândalos do Supremo e do Planalto.

Razões para indignação com Lula, o Congresso e o Supremo existem, e são muitas. Mas a violência, a invasão, a depredação e o vandalismo não são – jamais foram – a resposta para tais situações

Neste dia triste em que o Brasil ganhou seu equivalente da invasão trumpista do Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, a Gazeta do Povo reforça uma convicção que já manifestou em diferentes ocasiões: nem mesmo as reivindicações consideradas mais nobres ou justas podem servir de pretexto para violência, vandalismo, interrupção do funcionamento das instituições e violações da liberdade alheia. Afirmamos e reafirmamos esta verdade na greve dos caminhoneiros de 2018, nos bloqueios de estradas feitos em 2021, e também quando a esquerda invadiu escolas e universidades e quis impedir o funcionamento normal das instituições ao tentar forçar a entrada em edifícios governamentais e invadir plenários legislativos. Este é um princípio que vale para todos, não importa de que lado do espectro político-ideológico estejam, nem o quanto sua indignação seja justa ou não.

Sim, a normalização da candidatura de Lula e sua vitória são episódios lamentáveis de uma história política repleta de bizarrices. Sim, o Supremo Tribunal Federal vem esticando a corda há quase quatro anos, com seus inquéritos ilegais e abusivos, bem como suas decisões que violam as liberdades democráticas. Sim, o Congresso dá sua contribuição a esse esgarçamento com sua omissão diante dos atos de ministros do Supremo, ou quando usa instâncias como a CPI da Covid para reforçar o ataque à liberdade de expressão. Razões para indignação existem, e são muitas. Mas não, a violência, a invasão, a depredação e o vandalismo não são – jamais foram – a resposta para tais situações. E nem falamos do erro estratégico grosseiro, por meio de um ato que não tem resultado prático algum (ou quem acredita que Alexandre de Moraes vá retificar seus abusos depois deste domingo?) e apenas serve para dar justificativas a quem queira criminalizar a direita como um todo; ainda que estivéssemos diante de uma jogada de mestre, ela continuaria a ser profundamente antidemocrática e criminosa.

VEJA TAMBÉM:
Convicções da Gazeta: Cultura democrática
Alexandre de Moraes e o “guarda da esquina” (editorial de 17 de dezembro de 2022)
A vitória de Lula e os próximos passos para o Brasil (editorial de 30 de outubro de 2022)


Não esperamos outra coisa a não ser uma investigação profunda e criteriosa – afinal, imagens da invasão não faltam, feitas inclusive pelos próprios vândalos – e a devida punição aos responsáveis, até por ser um caso evidente que justifica prisões em flagrante. Que se apure absolutamente tudo, não apenas a identidade dos invasores: é preciso verificar, por exemplo, se houve incitação, se a polícia do Distrito Federal fez tudo o que estava a seu alcance ou se foi omissa (e, neste caso, se houve instruções no sentido de facilitar a invasão), e mesmo a possibilidade do chamado false flag, que neste caso consistiria na eventual participação de esquerdistas, empenhados em radicalizar o ato para manchar mais ainda a reputação do bolsonarismo. Se queremos evitar que algo assim se repita, os atos deste domingo precisam ser esclarecidos e punidos em sua totalidade.

E, se é imprescindível que se recupere o quanto antes o império da lei e da ordem na capital da República, temos de endossar a decisão do presidente Lula, que decretou intervenção federal no Distrito Federal, limitada à área da segurança pública. Se a intervenção houvesse sido mais ampla, estaríamos certamente diante de um abuso; mas permitir que a União empenhe todos os meios legais para retomar o controle da Praça dos Três Poderes nada tem de descabido. No entanto, é preciso devolver o poder a quem de direito assim que a situação se normalizar, e o crime dos invasores deste domingo não pode servir de pretexto para uma escalada repressora que extrapole o estritamente necessário para a elucidação e a punição do “Capitólio brasileiro”.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/invasao-congresso-planalto-supremo-vandalismo/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

PROTESTOS EM BRASÍLIA E PROVIDÊNCIAS DE DIVERSOS ORGÃOS

 


Ex-presidente da UNE é o interventor federal da segurança no DF indicado por Lula
Gazeta do Povo


Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, é um dos principais aliados do ministro Flávio Dino| Foto: Reprodução/Twitter

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, como interventor da segurança pública do Distrito Federal. De acordo com o decreto, a intervenção segue até o dia 31 de janeiro de 2023.

Ricardo Cappelli é jornalista, especializado em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Também atuou como secretário nacional de Esporte Educacional e de Incentivo ao Esporte nos governos Lula e Dilma Rousseff.

“Estou em campo, andando no asfalto, comandando pessoalmente as forças de segurança, cumprindo a missão que recebi do presidente da República. Ninguém ficará impune. O Estado Democrático de Direito não será emparedado por criminosos”, escreveu Capelli nas redes sociais.

Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), ele foi secretário de Comunicação do Maranhão, onde se aproximou do ex-governador Flávio Dino (PSB), atual ministro da Justiça. No terceiro governo Lula, tornou-se o número dois da pasta da Justiça e é considerado braço direito de Dino.

No pronunciamento em que decretou a intervenção na área da segurança pública do DF, o presidente Lula disse que houve incompetência ou mesmo má-fé no combate aos atos de vandalismo, que resultaram na invasão e depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal neste domingo (8).

“Houve eu diria, incompetência, má vontade ou má-fé das pessoas que cuidam da segurança pública do DF. Não é a primeira vez. Vocês vão ver nas imagens que eles [policiais] estão guiando as pessoas na caminhada até a praça dos Três Poderes”, disse o presidente.

Ainda de acordo com a avaliação do petista, os policiais do DF que foram coniventes com os atos de vandalismo serão punidos. “Esses policiais que participaram disso não poderão ficar impunes e não poderão participar da corporação porque não são de confiança da sociedade brasileira”, completou Lula.


Investigação

Polícia Federal prende funcionários dos Correios que roubavam encomendas internacionais .


PF instala gabinete de crise para coordenar ações sobre atos de vandalismo em Brasília
PorGazeta do Povo

A PF instalou um gabinete de crise para coordenar as ações e identificar os autores de atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília. | Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Ouça este conteúdo
A Polícia Federal instalou um gabinete de crise para coordenar as ações e identificar os autores de atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, neste domingo (8). Em nota, divulgada nas redes sociais, a corporação informou que “grupos táticos da PF foram mobilizados de vários estados do país para apoio às forças de segurança” no Distrito Federal.

“Equipes já iniciaram as ações de polícia judiciária, bem como perícias no Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal para identificação dos responsáveis pelos atos de vandalismo, inclusive com sistemas de identificação facial”, disse a PFl.


Ex-Presidente


Bolsonaro condena atos de vandalismo e repudia acusações de Lula
PorGazeta do Povo

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para se manifestar | Foto: Isac Nóbrega/PR
Ouça este conteúdo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais na noite deste domingo (8) para condenar os atos de vandalismo em prédios públicos do Distrito Federal. Apesar disso, ex-chefe do Executivo lembrou que integrantes da esquerda participaram de depredações em Brasília em 2013 e 2017.

“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, disse Bolsonaro.
Segurança Pública

08/01/2023 20:52
Vandalismo Em Brasília

AME4954. BRASILIA (BRASIL), 08/01/2023.- Policías enfrentan a seguidores del expresidente brasileño Jair Bolsonaro que invaden hoy, el Palacio de Planalto, sede del Ejecutivo, y la Corte Suprema, después de haber irrumpido antes en el Congreso Nacional en actos golpistas contra el presidente Luiz Inácio Lula da Silva, en Brasilia (Brasil). Decenas de agentes subieron la rampa que da acceso a la primera planta del palacio disparando gases lacrimógenos, mientras otro grupo de uniformados rodeaba el edificio. Seguidores del expresidente brasileño Jair Bolsonaro invadieron este domingo el Palacio de Planalto, sede del Ejecutivo, y la Corte Suprema, después de haber irrumpido antes en el Congreso Nacional en actos golpistas contra el presidente Luiz Inácio Lula da Silva. EFE/ Andre Borges


Polícia Civil do DF diz que 170 pessoas foram detidas após invasões
PorGazeta do Povo

Polícia Civil diz que 170 pessoas já foram detidos pelas invasões das sedes dos Três Poderes em Brasília. | Foto: EFE/Andre Borges.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PDCF) informou na noite deste domingo (8) que prendeu 170 pessoas após as invasões ao Congresso, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Já são 170 pessoas presas na operação de hoje. Os procedimentos policiais estão sendo finalizados pelas unidades do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da PCDF. Todos são suspeitos de participar dos atos criminosos praticados contra as sedes dos Poderes da República”, disse a corporação no Twitter.

A PCDF também informou no Twitter que equipes de papiloscopistas, peritos criminais e médicos legistas estão em prontidão para atender a situações de flagrante decorrentes da detenção dos suspeitos de cometer atos criminosos na Esplanada dos Ministérios.


Próximos Passos
Congresso vai se reunir nesta segunda para discutir intervenção federal no DF
PorGazeta do Povo

AME4954. BRASILIA (BRASIL), 08/01/2023.- Manifestantes contra los resultados electorales y el gobierno del recién posesionado presidente Lula da Silva invaden el Congreso Nacional, el Supremo Tribunal Federal y el Palacio del Planalto, sede de la Presidencia de la República, hoy, en Brasilia (Brasil). Seguidores del expresidente brasileño Jair Bolsonaro invadieron este domingo el Palacio de Planalto, sede del Ejecutivo, y la Corte Suprema, después de haber irrumpido antes en el Congreso Nacional en actos golpistas contra el presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Los ventanales de la sede del poder Judicial y del Congreso Nacional fueron rotos por los manifestantes, que ya ocupan los edificios de los tres poderes en el país.EFE/ Andre Borges

Manifestantes invadiram o Congresso, o Planalto e o Supremo neste domingo (8). | Foto: EFE/Andre Borges.

O presidente em exercício do Congresso Nacional, senador Veneziano Vital do Rêgo (PTB-PB), convocou uma reunião para esta segunda-feira (9), às 10h, para discutir os próximos passos do Parlamento após a invasão das sedes dos Três Poderes por radicais que pedem a anulação das últimas eleições presidenciais.

Na reunião, os parlamentares avaliarão se será necessário que o Congresso aprove o decreto de intervenção na segurança pública do Distrito Federal, assinado neste domingo (8) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2018, os parlamentares tiveram de aprovar a intervenção na segurança pública do estado do Rio de Janeiro.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/breves/congresso-vai-se-reunir-nesta-segunda-para-discutir-intervencao-federal-no-df/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

OPOSITORES A LULA FAZEM PROTESTOS VIOLENTOS EM BRASÍLIA

 

Política

Por
Diogo Schelp


Manifestantes destróem plenário do STF durante protestos violentos no domingo (8), em Brasília| Foto: Reprodução de vídeo/Twitter

O Brasil necessita de uma oposição política verdadeira ao governo Lula. Uma oposição que enfrente tentativas do presidente petista de aprovar medidas que prejudiquem a economia, que coloquem lenha no fogo da inflação, que revertam a modernização das leis trabalhistas e previdenciárias, que impeçam processos necessários de privatização, que atrapalhem o empreendedorismo e que restrinjam a liberdade de expressão.

Essa oposição vai se dar principalmente no Poder Legislativo, mas também será essencial a atuação da imprensa e de governadores de direita como Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e Romeu Zema, em Minas Gerais. Mas, para existir de fato e ter credibilidade, essa oposição a Lula precisa começar a se posicionar de maneira contundente contra as intenções golpistas, contra a balbúrdia, contra a sabotagem, contra as ameaças terroristas e contra os protestos violentos que estão se elevando em nome da direita no país.

Se a direita responsável, que realmente quer o bem do país, se calar diante de atos de vandalismo como os ocorreram neste domingo (8) em Brasília, afundará qualquer chance de fazer uma oposição forte e efetiva contra Lula.

Passamos os últimos dois meses, desde o fim do segundo turno das eleições, escutando de falsos defensores da democracia que os manifestantes que bloquearam estradas e acamparam diante de quartéis eram absolutamente pacíficos, incapazes de cometer atos de violência ou de vandalismo em nome de sua causa (a de impedir a posse de Lula).

Mesmo quando esses mesmos manifestantes saíram em uma noite de fúria pelas ruas da capital, no dia da diplomação de Lula no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), queimando carros e ônibus e destruindo patrimônio público, os falsos paladinos da liberdade seguiram teimando em sua tese. Inventaram até a esfarrapada desculpa de que existiriam infiltrados entre os manifestantes. Uma afirmação que alguns tentaram sustentar até mesmo quando um militante bolsonarista tentou explodir um caminhão-tanque, na véspera do Natal, com o intuito de espalhar o caos e obrigar as Forças Armadas a uma “intervenção federal”.

É impossível continuar sustentando essa narrativa de pacifismo. Neste domingo, depois da chegada de dezenas de ônibus com militantes bolsonaristas a Brasília, os manifestantes invadiram e depredaram, em plena luz do dia e diante das câmeras, prédios públicos e símbolos nacionais como o STF (Supremo Tribunal Federal), o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.

Nos protestos violentos, quebraram vidraças, cadeiras, forro de teto, portas, equipamentos de filmagem e outros objetos que precisarão ser repostos com dinheiro público, ou seja, com os impostos de quem trabalha.

Esses protestos violentos terão o efeito inverso ao esperado pelos extremistas: em vez de fortalecer a direita, vão enfraquecê-la; em vez de incitar os militares a tirar Lula da presidência, vão dar motivos para o novo governo decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (como aliás já está sendo cogitado, pois credita-se a incapacidade da polícia em evitar o vandalismo ao corpo mole do governo do Distrito Federal, cujo secretário de Segurança é o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres*); e em vez de deslegitimar Lula como presidente, vão dar mais popularidade a ele (pois darão razão às acusações de golpismo que eram feitas ao grupo político de Bolsonaro e a seus apoiadores durante a campanha).

Ou seja, os protestos violentos, com destruição de patrimônio público acompanhada de cânticos golpistas, são um tiro no pé. Vão acabar fortalecendo Lula e dificultando o trabalho da necessária oposição política a ele.

Os representantes da direita responsável precisam, o quanto antes, levantar suas vozes contra esse desatino. Pelo seu próprio bem e do Brasil.

Em tempo: alguns jornalistas e veículos de comunicação estão chamando os protestos violentos em Brasília de terrorismo. Trata-se de um erro. Na Lei Antiterrorismo, a definição desse tipo de crime não inclui a motivação política. Curiosamente, quando os prédios do Congresso e do Itamaraty foram invadidos e depredados nos protestos de 2013, os manifestantes de então não foram chamados de terroristas. O que mudou?

*Após o envio da coluna, o secretário de Segurança do DF foi exonerado.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/diogo-schelp/para-existir-oposicao-a-lula-precisa-repudiar-protestos-violentos/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

INTERVENTOR NOMEADO PARA O DF É LIGADO AO PCdoB E A CUBA

 

Após as invasões

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


| Foto:

Ontem foi um domingo surpreendente. Hoje o Distrito Federal já está sob intervenção federal de um interventor na segurança pública que está subordinado diretamente ao presidente da República, que já está em Brasília. O novo interventor é homem de confiança de Flavio Dino, do mesmo partido a que pertencia Flavio Dino, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Trabalhou com ele no governo do Maranhão, foi presidente da UNE, lá por 1997 e 1998. Foi ele quem trouxe Fidel Castro para o Congresso da UNE. É Ricardo Garcia Cappelli. Esse é o interventor em Brasília. Não sei se ele tem alguma experiência em segurança pública.

Consideraram Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça que voltou a ser secretário de Segurança Pública do DF como responsável, só que ele estava de férias, ele nem tinha reassumido ainda. Não tem nada a ver com isso, mas precisavam culpar alguém, e a primeira coisa que fez o governador Ibaneis fez para se dar bem com o governo federal foi entregar numa bandeja a cabeça de Anderson Torres, que recém tinha chegado de férias. Ia reassumir agora, depois de ter substituído Sergio Moro no ministério da Justiça.

É bom lembrar também que Bolsonaro está lá em Orlando. O que aconteceu foi que o pessoal perdeu a paciência. Estavam há mais de dois meses esperando a tutela das Forças Armadas que não veio e aí resolveram agir por conta própria. Em primeiro lugar, por causa dos desrespeitos às liberdades fundamentais de opinião, pela omissão do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, pela falta de transparência nas apurações que deixaram dúvidas no ar e por fim sobre o novo ministério que chocou muita gente, esses 37, a maior parte com processos judiciais, alguns até com condenações, como é o caso do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, as ligações com milícia por parte da ministra do Turismo, essas coisas. E aí o pessoal perdeu a paciência e num domingo, surpreendentemente, entraram no Supremo, no Congresso e no Palácio do Planalto.

Cavalarianos da PM chegaram a subir a rampa para tentar expulsar as pessoas, mas tiveram que voltar porque não conseguiram passar. Enfim, houve até pequenos confrontos com a polícia, muita gente estimulou quebra-quebra, que aconteceu e que é muito lamentável.

O presidente Lula disse que foram vândalos, fascistas e stalinistas. Aí ele levou um susto e disse “não, stalinistas não”, nazistas. Mas enfim, os dois extremos se encontram, são iguais, é como uma ferradura em que os dois extremos estão mais próximos entre si do que ambos em relação ao centro. Essa é a verdade.

Agora a gente espera o que vai acontecer daqui para frente, por que tem suas consequências. A Avenida 23 de Maio já estava sendo parada por manifestações em São Paulo, por dois dias. Então, o maior estado, a capital do país e o maior produtor do agro, o Mato Grosso, onde já está havendo bloqueio em estradas. A gente fica pensando se isso é um rastilho, o que mais vai acontecer, o que pode acontecer. Há um movimento latente de caminhoneiros e a reação do presidente da República não foi uma reação para pacificar, foi uma reação forte, contrária, acusou Bolsonaro, acusou a PM do Distrito Federal, e colocou na intervenção alguém do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ex-presidente da UNE, ligado a Fidel Castro. Parece até provocação uma coisa dessas.

O presidente Bolsonaro está nos Estados Unidos. O PL deu uma nota condenando as invasões e agora ninguém sabe o que pode acontecer e que rumo as coisas podem tomar depois dessa tríplice invasão na sede dos Três Poderes.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/apos-as-invasoes-lula-poe-de-interventor-do-df-alguem-do-pcdob-ligado-a-fidel-castro/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

OBITUÁRIOS IMPORTANTES

 

Jô, Pelé, Erasmo, Bento XVI: sobre os obituários que nunca escrevi

Por
Paulo Polzonoff Jr.

AME4006. SANTOS (BRASIL), 03/01/2023.- Fotografía tomada con un drone que muestra el ataúd del exfutbolista Pelé, llegando en el cemetério Memorial Necrópoles Ecumenico, en la ciudad de Santos, Sao Paulo (Brasil). Centenares de aficionados del Santos siguen ruidosamente el cortejo fúnebre de Pelé, que partió este martes del estadio Vila Belmiro y recorre a paso lento las calles de la ciudad brasileña de Santos. El cortejo recorre el paseo marítimo de Santos, hasta la casa de la madre de Pelé, Celeste Arantes, que acaba de cumplir 100 años, y después regresará por el mismo camino hasta el cementerio Memorial Necrópolis Ecuménica, cercano al estadio. EFE/ Antonio Lacerda


Foto “geométrica” do cortejo fúnebre de Pelé.| Foto: EFE/ Antonio Lacerda

Semana passada, lá fui eu vencer a chuva e meu receio de velórios para me despedir do Professor. “Já tomou seu golinho de vinagre hoje?”, perguntava ele ao pirralho insolente que fui um dia (as más línguas dizem que continuo sendo). E depois saía rindo e latinizando errado: “Vinus acris!”. Sujeito curioso, o Professor Aroldo. Excêntrico do tipo que não se fabrica mais. Se tenho a oportunidade de hoje exercer aquilo que estufo o peito para chamar de Vocação é muito por causa dele. Por causa, não por culpa, hein?!

À saída da capela, contudo, sou interpelado por alguém. (Eu ia escrever que “senti uma mão no meu ombro”, mas fiquei constrangido tanto pelo cacófato incontornável quanto pelo clichê insuportável). Me viro assustado, temendo me deparar com um jornalista da velha guarda querendo falar sobre os bons tempos. Que nada! Quem me chama é o Pelé. Atrás dele, uma multidão de fantasmas: Jô Soares, Erasmo Carlos, Gorbachev, Godard, Nélida Piñon, Bento XVI,…

Se me espanto, não demonstro. Porque sei que numa crônica cabe tudo. Ficamos, eu e os fantasmas, em silêncio por alguns segundos. Ao meu redor, os funcionários da casa de velórios agem como se nada de extraordinário estivesse acontecendo. Por um instante, temo que me vejam falando sozinho e me tomem pelo louco que de fato sou. E, no mais, o que é que a gente diz a um fantasma? Bom dia? Que chuva, hein? Quais são seus planos para a Eternidade?

Opto por um “obrigado, Pelé”. E levo uma chapuletada. “Eu tô aqui porque você não escreveu meu obituário, entende?”, diz ele, o Rei do Futebol em pessoa. Ou melhor, em fantasma. Enrubesço por sob a barba que precisa ser urgentemente aparada. “É que… É que…”, tento e fracasso em encontrar uma resposta. “Também queria meu obituário, bicho”, diz o Tremendão enquanto eu ainda procuro uma justificativa capaz de apaziguar os ilustríssimos espíritos.

Vinagre
Achei! “É que eu não sou bom com obituários”, explico. Lá do fundo, Olavo de Carvalho levita um bocadinho por sobre a multidão para confirmar. “Não é mesmo! Humpf”. Não sou. Para mim os falecidos, se os admiro, sempre acabam parecendo santos e gênios. Se não os admiro, bom, qual o sentido de escreve um obituário de quem não se admira? “Nenhum!”, responde Jean-Luc Godard, saindo de fininho.

“Mas você não tinha nada para falar a meu respeito?”, perguntou Jô Soares. Ter eu tenho. E, na época, até escrevi rapidamente que senti a morte do gordo como se tivesse morrido um amigo. Afinal, não foram poucas as noites em que adormeci nos braços dele. Por assim dizer. Mas aí está outro problema dos obituários de hoje em dia: eles parecem dizer mais sobre o obituarista do que sobre o obituariado. E há quem diga, não sem um pinguinho de razão, que eu já uso “eu” demais em minhas crônicas.

Por fim, tem uma razão política (?) para eu me abster de escrever sobre as celebridades mortas. Quando meu amigo Geneton Moraes Neto (“Présenti!”, grita ele com seu sotaque pernambucano) morreu, vi muita gente reduzindo o homem admirável a seus posicionamentos políticos ou aos erros que cometeu na vida. E expressando isso com a raiva impiedosa que é a marca do nosso tempo. “Entende agora, Edson?”, pergunto ao Pelé.

Eis então que os fantasmas célebres todos abrem espaço o morto da vez. O Professor desce as escadas, cumprimenta alguns conhecidos, troca meia dúzia de palavras com Bento XVI (espero que não em latim errado) e vem em minha direção. “Já tomou seu golinho de vinagre hoje, Polzonoff? Sobre o que você está escrevendo?”, pergunta ele, me confundindo com o enfant terrible que um dia infelizmente fui. “Sobre o senhor, Professor Aroldo. Sobre o senhor”, respondo, rindo como se este texto fosse uma daquelas diatribes verbais da minha adolescência tardia. E não a homenagem que na verdade é.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/jo-pele-erasmo-bento-xvi-sobre-os-obituarios-que-nunca-escrevi/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

MINISTRO ALEXANDRE DE MORAIS TOMA PROVIDÊNCIAS CONTRA OS MANIFESTANTES

 

Entenda a decisão de Moraes que afastou Ibaneis, determinou centenas de prisões e proibiu protestos

Foto: WILTON JUNIOR – Jornal Estadão

Por Marcelo Godoy – Jornal Estadão

Ministro decreta prisão em flagrante de extremistas acampados em frente dos quartéis e intimação de prefeitos, governadores e generais, além da proibição de protestos até o dia 31

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o afastamento cautelar do governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, tem 18 páginas e todos os fundamentos usados para justificar os nove grupos de medidas.

Trata-se do mais duro despacho já proferido pelo ministro desde que se tornou relator do inquérito dos atos antidemocráticos. Ele reúne desde a determinação de centenas de prisões em flagrante, manda intimar governadores, prefeitos e comandantes militares e determina até a realização de diligências para identificar todos os extremistas que invadiram os prédios dos três Poderes, em Brasília. Relatório do Exército mostra que haveria cinco mil deles nos acampamentos de todo o País. Quem permanecer neles, poderá ser preso.

O mnistro Alexandre de Moraes durante sessão no STF, em Brasília
O mnistro Alexandre de Moraes durante sessão no STF, em Brasília 

Afastamento

A primeira medida é o afastamento do governador. Ele tem como base no artigo 319 do Código de Processo Penal. Moraes entendeu existirem indícios veementes de omissão dolosa criminosa do governador. O afastamento é uma medida cautelar diferente da prisão, que consiste na suspensão do exercício da função pública pelo prazo inicial de 90 dias. Ou seja, se estiverem presentes os motivos para manter Ibaneis afastado, a medida pode ser prorrogada como alternativa à prisão do acusado para a garantia da ordem pública.

Desocupação e prisões em flagrante

Moraes determinou no item 2 da decisão um prazo de 24 horas para que todos os acampamentos de extremistas bolsonaristas em frente de quartéis sejam desocupados e dissolvidos. Não só. Desta vez ele foi além: mandou prender em flagrante todos os acampados pela prática dos crimes previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive preparatórios), da Lei nº 13.260 (Antiterror), e pelos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A, § 1º, III (perseguição) e 286 (incitação ao crime). O total de presos pode passar de mil.

Governadores, prefeitos e comandantes podem ser responsabilizados

No mesmo item 2 da decisão, o ministro mandou que a operação de desocupação e prisão dos acusados seja feita pelos PMs dos Estados e do DF, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário. Deve o governador do Estado ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal. As autoridades municipais deverão prestar todo o apoio necessário para a retirada dos materiais existentes no local. O comandante militar do QG deverá, igualmente, prestar todo o auxílio necessário para o efetivo cumprimento da medida. Ambos deverão ser intimados para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, deverá ser intimado para, sob sua responsabilidade, determinar todo o apoio necessário às Forças de Segurança.

Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão
Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão 

Desocupação de vias

No terceiro item da decisão, Moraes mandou desocupar em 24 horas todas as vias públicas e prédios públicos estaduais e federais em todo o território nacional que estiverem ocupados por extremistas. Nos Estados e DF, as operações deverão ser feitas pelas PMs, com apoio da Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e PF se necessário. Os governadores também devem ser intimados nesse caso para efetivarem a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.

Apreensão de ônibus e bloqueio

No quarto item da decisão, Moraes mandou apreender e bloquear todos os ônibus identificados pela Polícia Federal, que trouxeram os terroristas para o Distrito Federal. Os proprietários deverão ser identificados e ouvidos em 48 horas, apresentando a relação e identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte, inclusive apresentando contratos escritos, caso existam, meios de pagamento e quaisquer outras informações pertinentes. Entre os ônibus a serem apreendidos deverão estar os 87 que se encontram estacionados na Granja do Torto e imediações.

Proibição de manifestações

No item quinto da decisão, Moraes proíbe até o dia 31 de janeiro o ingresso de quaisquer ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito Federal. A PRF e a PF deverão providenciar o bloqueio, a imediata apreensão do ônibus e a oitiva de todos os passageiros, com base no artigo 5º da Lei antiterrorismo, que pune os atos preparatórios.

Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão
Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão 

Identificação dos ônibus

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deverá enviar ao STF o registro de todos os veículos, inclusive telemáticos, de veículos que ingressaram no Distrito Federal entre os dias 5 e 8 de janeiro de 2023;

Busca de imagens

Continua após a publicidade

No sétimo item, Moraes manda a PF obter todas as imagens das câmeras do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial dos terroristas que praticaram os atos do dia 8 de janeiro, em todos os hotéis e hospedarias do Distrito Federal, a lista e identificação de hóspedes que chegaram ao DF a partir da última quinta feira, bem como a filmagem do saguão (lobby) para a devida identificação de eventuais participantes dos atos terroristas.

Identificação pelos dados do TSE

Como oitava providência, Moraes manda que o tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a coordenação do assessor da presidência, Eduardo de Oliveira Tagliaferro, utilize a consulta e acesso aos dados de identificação civil mantidos naquela Corte, bem como de outros dados biográficos necessários à identificação e localização de pessoas envolvidas nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Os dados deverão manter o necessário sigilo.

Exclusões de contas de redes sociais

O nono e último item da decisão de Moraes manda a expedição de ofício ao Facebook, ao Tik Tok e ao Twitter para que em duas horas elas façam o bloqueio de 17 contas, perfis e canais de bolsonaristas acusados de instigar os atos antidemocráticos, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de desobediência. Elas também deverão fornecer os dados cadastrais das contas ao STF e preservar integralmente seus conteúdo. Entre os atimngidos está o blogueiro bolsonarista Bernardo Kuster.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...