Ontem foi um domingo surpreendente. Hoje o Distrito Federal já está
sob intervenção federal de um interventor na segurança pública que está
subordinado diretamente ao presidente da República, que já está em
Brasília. O novo interventor é homem de confiança de Flavio Dino, do
mesmo partido a que pertencia Flavio Dino, o Partido Comunista do Brasil
(PCdoB). Trabalhou com ele no governo do Maranhão, foi presidente da
UNE, lá por 1997 e 1998. Foi ele quem trouxe Fidel Castro para o
Congresso da UNE. É Ricardo Garcia Cappelli. Esse é o interventor em
Brasília. Não sei se ele tem alguma experiência em segurança pública.
Consideraram Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça que voltou a
ser secretário de Segurança Pública do DF como responsável, só que ele
estava de férias, ele nem tinha reassumido ainda. Não tem nada a ver com
isso, mas precisavam culpar alguém, e a primeira coisa que fez o
governador Ibaneis fez para se dar bem com o governo federal foi
entregar numa bandeja a cabeça de Anderson Torres, que recém tinha
chegado de férias. Ia reassumir agora, depois de ter substituído Sergio
Moro no ministério da Justiça.
É bom lembrar também que Bolsonaro está lá em Orlando. O que
aconteceu foi que o pessoal perdeu a paciência. Estavam há mais de dois
meses esperando a tutela das Forças Armadas que não veio e aí resolveram
agir por conta própria. Em primeiro lugar, por causa dos desrespeitos
às liberdades fundamentais de opinião, pela omissão do presidente do
Senado Rodrigo Pacheco, pela falta de transparência nas apurações que
deixaram dúvidas no ar e por fim sobre o novo ministério que chocou
muita gente, esses 37, a maior parte com processos judiciais, alguns até
com condenações, como é o caso do ministro da Integração e
Desenvolvimento Regional, as ligações com milícia por parte da ministra
do Turismo, essas coisas. E aí o pessoal perdeu a paciência e num
domingo, surpreendentemente, entraram no Supremo, no Congresso e no
Palácio do Planalto.
Cavalarianos da PM chegaram a subir a rampa para tentar expulsar as
pessoas, mas tiveram que voltar porque não conseguiram passar. Enfim,
houve até pequenos confrontos com a polícia, muita gente estimulou
quebra-quebra, que aconteceu e que é muito lamentável.
O presidente Lula disse que foram vândalos, fascistas e stalinistas.
Aí ele levou um susto e disse “não, stalinistas não”, nazistas. Mas
enfim, os dois extremos se encontram, são iguais, é como uma ferradura
em que os dois extremos estão mais próximos entre si do que ambos em
relação ao centro. Essa é a verdade.
Agora a gente espera o que vai acontecer daqui para frente, por que
tem suas consequências. A Avenida 23 de Maio já estava sendo parada por
manifestações em São Paulo, por dois dias. Então, o maior estado, a
capital do país e o maior produtor do agro, o Mato Grosso, onde já está
havendo bloqueio em estradas. A gente fica pensando se isso é um
rastilho, o que mais vai acontecer, o que pode acontecer. Há um
movimento latente de caminhoneiros e a reação do presidente da República
não foi uma reação para pacificar, foi uma reação forte, contrária,
acusou Bolsonaro, acusou a PM do Distrito Federal, e colocou na
intervenção alguém do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ex-presidente
da UNE, ligado a Fidel Castro. Parece até provocação uma coisa dessas.
O presidente Bolsonaro está nos Estados Unidos. O PL deu uma nota
condenando as invasões e agora ninguém sabe o que pode acontecer e que
rumo as coisas podem tomar depois dessa tríplice invasão na sede dos
Três Poderes.
Jô, Pelé, Erasmo, Bento XVI: sobre os obituários que nunca escrevi
Por Paulo Polzonoff Jr.
AME4006.
SANTOS (BRASIL), 03/01/2023.- Fotografía tomada con un drone que
muestra el ataúd del exfutbolista Pelé, llegando en el cemetério
Memorial Necrópoles Ecumenico, en la ciudad de Santos, Sao Paulo
(Brasil). Centenares de aficionados del Santos siguen ruidosamente el
cortejo fúnebre de Pelé, que partió este martes del estadio Vila Belmiro
y recorre a paso lento las calles de la ciudad brasileña de Santos. El
cortejo recorre el paseo marítimo de Santos, hasta la casa de la madre
de Pelé, Celeste Arantes, que acaba de cumplir 100 años, y después
regresará por el mismo camino hasta el cementerio Memorial Necrópolis
Ecuménica, cercano al estadio. EFE/ Antonio Lacerda
Foto “geométrica” do cortejo fúnebre de Pelé.| Foto: EFE/ Antonio Lacerda
Semana
passada, lá fui eu vencer a chuva e meu receio de velórios para me
despedir do Professor. “Já tomou seu golinho de vinagre hoje?”,
perguntava ele ao pirralho insolente que fui um dia (as más línguas
dizem que continuo sendo). E depois saía rindo e latinizando errado:
“Vinus acris!”. Sujeito curioso, o Professor Aroldo. Excêntrico do tipo
que não se fabrica mais. Se tenho a oportunidade de hoje exercer aquilo
que estufo o peito para chamar de Vocação é muito por causa dele. Por
causa, não por culpa, hein?!
À saída da capela, contudo, sou interpelado por alguém. (Eu ia
escrever que “senti uma mão no meu ombro”, mas fiquei constrangido tanto
pelo cacófato incontornável quanto pelo clichê insuportável). Me viro
assustado, temendo me deparar com um jornalista da velha guarda querendo
falar sobre os bons tempos. Que nada! Quem me chama é o Pelé. Atrás
dele, uma multidão de fantasmas: Jô Soares, Erasmo Carlos, Gorbachev,
Godard, Nélida Piñon, Bento XVI,…
Se me espanto, não demonstro. Porque sei que numa crônica cabe tudo.
Ficamos, eu e os fantasmas, em silêncio por alguns segundos. Ao meu
redor, os funcionários da casa de velórios agem como se nada de
extraordinário estivesse acontecendo. Por um instante, temo que me vejam
falando sozinho e me tomem pelo louco que de fato sou. E, no mais, o
que é que a gente diz a um fantasma? Bom dia? Que chuva, hein? Quais são
seus planos para a Eternidade?
Opto por um “obrigado, Pelé”. E levo uma chapuletada. “Eu tô aqui
porque você não escreveu meu obituário, entende?”, diz ele, o Rei do
Futebol em pessoa. Ou melhor, em fantasma. Enrubesço por sob a barba que
precisa ser urgentemente aparada. “É que… É que…”, tento e fracasso em
encontrar uma resposta. “Também queria meu obituário, bicho”, diz o
Tremendão enquanto eu ainda procuro uma justificativa capaz de apaziguar
os ilustríssimos espíritos.
Vinagre Achei! “É que eu não sou bom com obituários”, explico. Lá
do fundo, Olavo de Carvalho levita um bocadinho por sobre a multidão
para confirmar. “Não é mesmo! Humpf”. Não sou. Para mim os falecidos, se
os admiro, sempre acabam parecendo santos e gênios. Se não os admiro,
bom, qual o sentido de escreve um obituário de quem não se admira?
“Nenhum!”, responde Jean-Luc Godard, saindo de fininho.
“Mas você não tinha nada para falar a meu respeito?”, perguntou Jô
Soares. Ter eu tenho. E, na época, até escrevi rapidamente que senti a
morte do gordo como se tivesse morrido um amigo. Afinal, não foram
poucas as noites em que adormeci nos braços dele. Por assim dizer. Mas
aí está outro problema dos obituários de hoje em dia: eles parecem dizer
mais sobre o obituarista do que sobre o obituariado. E há quem diga,
não sem um pinguinho de razão, que eu já uso “eu” demais em minhas
crônicas.
Por fim, tem uma razão política (?) para eu me abster de escrever
sobre as celebridades mortas. Quando meu amigo Geneton Moraes Neto
(“Présenti!”, grita ele com seu sotaque pernambucano) morreu, vi muita
gente reduzindo o homem admirável a seus posicionamentos políticos ou
aos erros que cometeu na vida. E expressando isso com a raiva impiedosa
que é a marca do nosso tempo. “Entende agora, Edson?”, pergunto ao Pelé.
Eis então que os fantasmas célebres todos abrem espaço o morto da
vez. O Professor desce as escadas, cumprimenta alguns conhecidos, troca
meia dúzia de palavras com Bento XVI (espero que não em latim errado) e
vem em minha direção. “Já tomou seu golinho de vinagre hoje, Polzonoff?
Sobre o que você está escrevendo?”, pergunta ele, me confundindo com o
enfant terrible que um dia infelizmente fui. “Sobre o senhor, Professor
Aroldo. Sobre o senhor”, respondo, rindo como se este texto fosse uma
daquelas diatribes verbais da minha adolescência tardia. E não a
homenagem que na verdade é.
Entenda a decisão de Moraes que afastou Ibaneis, determinou centenas de prisões e proibiu protestos
Foto: WILTON JUNIOR – Jornal Estadão
Por Marcelo Godoy – Jornal Estadão
Ministro decreta prisão em flagrante de extremistas acampados em
frente dos quartéis e intimação de prefeitos, governadores e generais,
além da proibição de protestos até o dia 31
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), que determinou o afastamento cautelar do governador do
Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, tem 18 páginas e todos os
fundamentos usados para justificar os nove grupos de medidas.
Trata-se do mais duro despacho já proferido pelo ministro desde que
se tornou relator do inquérito dos atos antidemocráticos. Ele reúne
desde a determinação de centenas de prisões em flagrante, manda intimar
governadores, prefeitos e comandantes militares e determina até a
realização de diligências para identificar todos os extremistas que invadiram os prédios dos três Poderes, em Brasília. Relatório do Exército mostra que haveria cinco mil deles nos acampamentos de todo o País. Quem permanecer neles, poderá ser preso.
O mnistro Alexandre de Moraes durante sessão no STF, em Brasília
Afastamento
A primeira medida é o afastamento do governador. Ele tem como base no
artigo 319 do Código de Processo Penal. Moraes entendeu existirem
indícios veementes de omissão dolosa criminosa do governador. O
afastamento é uma medida cautelar diferente da prisão, que consiste na
suspensão do exercício da função pública pelo prazo inicial de 90 dias.
Ou seja, se estiverem presentes os motivos para manter Ibaneis afastado,
a medida pode ser prorrogada como alternativa à prisão do acusado para a
garantia da ordem pública.
Desocupação e prisões em flagrante
Moraes determinou no item 2 da decisão um prazo de 24 horas para que
todos os acampamentos de extremistas bolsonaristas em frente de quartéis
sejam desocupados e dissolvidos. Não só. Desta vez ele foi além: mandou
prender em flagrante todos os acampados pela prática dos crimes
previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive
preparatórios), da Lei nº 13.260 (Antiterror), e pelos artigos 288
(associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático
de Direito e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A, § 1º, III
(perseguição) e 286 (incitação ao crime). O total de presos pode passar
de mil.
Governadores, prefeitos e comandantes podem ser responsabilizados
No mesmo item 2 da decisão, o ministro mandou que a operação de
desocupação e prisão dos acusados seja feita pelos PMs dos Estados e do
DF, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário. Deve o
governador do Estado ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de
responsabilidade pessoal. As autoridades municipais deverão prestar todo
o apoio necessário para a retirada dos materiais existentes no local. O
comandante militar do QG deverá, igualmente, prestar todo o auxílio
necessário para o efetivo cumprimento da medida. Ambos deverão ser
intimados para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, deverá ser intimado
para, sob sua responsabilidade, determinar todo o apoio necessário às
Forças de Segurança.
Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão
Desocupação de vias
No terceiro item da decisão, Moraes mandou desocupar em 24 horas
todas as vias públicas e prédios públicos estaduais e federais em todo o
território nacional que estiverem ocupados por extremistas. Nos Estados
e DF, as operações deverão ser feitas pelas PMs, com apoio da Força
Nacional, Polícia Rodoviária Federal e PF se necessário. Os governadores
também devem ser intimados nesse caso para efetivarem a decisão, sob
pena de responsabilidade pessoal.
Apreensão de ônibus e bloqueio
No quarto item da decisão, Moraes mandou apreender e bloquear todos
os ônibus identificados pela Polícia Federal, que trouxeram os
terroristas para o Distrito Federal. Os proprietários deverão ser
identificados e ouvidos em 48 horas, apresentando a relação e
identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte,
inclusive apresentando contratos escritos, caso existam, meios de
pagamento e quaisquer outras informações pertinentes. Entre os ônibus a
serem apreendidos deverão estar os 87 que se encontram estacionados na
Granja do Torto e imediações.
Proibição de manifestações
No item quinto da decisão, Moraes proíbe até o dia 31 de janeiro o
ingresso de quaisquer ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito
Federal. A PRF e a PF deverão providenciar o bloqueio, a imediata
apreensão do ônibus e a oitiva de todos os passageiros, com base no
artigo 5º da Lei antiterrorismo, que pune os atos preparatórios.
Terroristas durante atos de dmonigo. Foto: Wilton Junior/Estadão
Identificação dos ônibus
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deverá enviar ao
STF o registro de todos os veículos, inclusive telemáticos, de veículos
que ingressaram no Distrito Federal entre os dias 5 e 8 de janeiro de
2023;
Busca de imagens
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No sétimo item, Moraes manda a PF obter todas as imagens das câmeras
do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial dos
terroristas que praticaram os atos do dia 8 de janeiro, em todos os
hotéis e hospedarias do Distrito Federal, a lista e identificação de
hóspedes que chegaram ao DF a partir da última quinta feira, bem como a
filmagem do saguão (lobby) para a devida identificação de eventuais
participantes dos atos terroristas.
Identificação pelos dados do TSE
Como oitava providência, Moraes manda que o tribunal Superior
Eleitoral (TSE), sob a coordenação do assessor da presidência, Eduardo
de Oliveira Tagliaferro, utilize a consulta e acesso aos dados de
identificação civil mantidos naquela Corte, bem como de outros dados
biográficos necessários à identificação e localização de pessoas
envolvidas nos atos terroristas do dia 8 de janeiro. Os dados deverão
manter o necessário sigilo.
Exclusões de contas de redes sociais
O nono e último item da decisão de Moraes manda a expedição de ofício
ao Facebook, ao Tik Tok e ao Twitter para que em duas horas elas façam o
bloqueio de 17 contas, perfis e canais de bolsonaristas acusados de
instigar os atos antidemocráticos, sob pena de multa diária de R$ 100
mil em caso de desobediência. Elas também deverão fornecer os dados
cadastrais das contas ao STF e preservar integralmente seus conteúdo.
Entre os atimngidos está o blogueiro bolsonarista Bernardo Kuster.
Para chegar na conclusão de se um sócio é bom ou não para o seu negócio, é preciso saber primeiro o que ele é.
Afinal, ter ou não ter um sócio?
Independente do tamanho do seu negócio ou o tempo que sua empresa tem
de mercado, essa é uma pergunta que cedo ou tarde vem à mente dos
líderes, gestores e gestoras de qualquer companhia.
Mas para chegar na conclusão de se um sócio é bom ou não para o seu negócio, é preciso saber primeiro o que ele é.
O QUE É UM SÓCIO?
O significado de sócio é: aquele que compartilha (algo) ou faz com coisas em conjunto com (você); aliado, parceiro.
Você pode ter um ou um grupo de sócios. E são eles quem vão te ajudar
a administrar e ditar os rumos da sua companhia. Compartilhando as
responsabilidades, desafios e criando novas oportunidades para que o
negócio prospere.
Geralmente, a decisão de ter um sócio acontece quando a empresa está
crescendo e as tomadas de decisão, que antes eram centralizadas em
apenas uma ou duas pessoas, precisam ser revistas e repassadas a mais
pessoas.
Todas comprometidas com o negócio tanto quanto você.
Mas essa decisão não precisa ser apenas de empresas que estão
crescendo. Um negócio já pode nascer com sócios e ter essa mentalidade
desde o início.
É UMA BOA DECISÃO TER UM SÓCIO?
Imagine o seguinte cenário:
Qualquer empresa quando começa a crescer ou traça planos e metas para
isso, a tendência é de que as principais lideranças fiquem cada vez
mais longe dos demais colaboradores. E isso é natural.
A pessoa responsável pelo negócio não consegue mais estar tão próximo dos times quanto nos primeiros meses de vida da empresa.
Com isso, o processo de hierarquização acontece quase que naturalmente.
Um líder elenca uma pessoa de confiança para administrar o time e vai triangulando a gestão.
Só que mesmo assim, se apenas uma ou duas pessoas são responsáveis
por 100% das decisões que acontecem na empresa, o processo de gestão e
tomadas de ação começa a se tornar algo lento e burocrático.
O cenário mais comum são empresas com centenas ou milhares de
funcionários, com várias decisões para serem tomadas praticamente ao
mesmo tempo. E apenas um ser humano na ponta da pirâmide cuidando de
tudo.
Em um cenário como o atual, onde decisões precisam ser tomadas
rapidamente. Decidir entre os Planos A, B, C, D… uma decisão que precisa
ser tomada hoje provavelmente só será aprovada daqui uma semana – ou
mais.
TALENTO GANHA JOGO, MAS SÓ TIME GANHA CAMPEONATO
“Aprendi que, numa sociedade, ou quando você contrata pessoas, não se
deve ter só gente parecida com você. O goleiro é tão importante quanto
quem está na linha de frente. E aprendi a tratar bem os goleiros das
minhas empresas.” – Jorge Paulo Lemann
No meio de tantas mudanças, de tantas concorrências e de tamanha
velocidade de adaptação que temos hoje. É muito difícil esperar que só o
CEO, Presidente ou Dono de um negócio consiga olhar para tudo isso ao
mesmo tempo e tome as decisões sozinho.
Ter tempo de refletir sobre tudo isso, traçar um plano de ação e pô-lo em prática – antes do seu concorrente.
Por isso, mais do que nunca, é preciso que você tenha mais pessoas ao
seu lado, com habilidades complementares às suas, para enxergar essas
múltiplas possibilidades de futuro e terem poder para tomarem as ações
necessárias.
Quando você tem do seu lado pessoas boas e com habilidades
complementares, comprometidas e alinhadas com o mesmo senso de dono que
você, as possibilidades de crescimento e reinvenção do seu negócio se
torna exponencial.
COMO ESCOLHER UM BOM SÓCIO?
Aqui na StartSe nós temos um time de 60 colaboradores, dos quais 30
são nossos sócios. E o melhor meio de avaliar quando um ótimo
profissional tem perfil de se tornar um ótimo sócio é o seguinte:
CULTURA ALINHADA À CULTURA DA EMPRESA
Essa pessoa compartilha dos mesmos objetivos que os da empresa? Ela
vê na empresa um caminho para que seus próprios objetivos, tanto
pessoais quanto profissionais, sejam alcançados?
É importante ter isso em mente porque um sócio é uma parceria de
longo prazo. Você não quer alguém bom ao seu lado com “prazo de
validade”.
Por isso características como: boa convivência, partilhar dos mesmos
objetivos, ter habilidades complementares às suas, seja pró-ativo e não
ter um perfil submisso e concordar com tudo o que você diz são coisas
muito importantes.
GEREM BONS RESULTADOS
Tão importante quanto ter um sócio que complemente suas decisões, é
ter um sócio que gere resultados para o seu negócio. Por isso, avaliar
os resultados e entregas dele antes de torná-lo sócio são tão
importantes.
Se um colaborador se compromete a entregar bons resultados como se a
empresa fosse dele. As chances dele continuar gerando resultados como
sócio serão bem altas.
TEMPO E CONSISTÊNCIA
Já que uma sociedade não é algo de curto prazo. Consistência nos resultados também não pode ser.
E avaliar isso é importante por 2 motivos:
Mostra que seu futuro sócio está alinhado com os objetivos da empresa
e gera resultados mês a mês (eliminando o fator “sorte” da tomada de
decisão); e
Para gerar resultados consistentes é preciso ter algum tempo de
empresa, o que faz você ter alguém ao lado que entenda bem do negócio,
conheça a dinâmica da companhia, os times e as pessoas que estão nesses
times também.
Aqui tem algo importante para você saber: não pense que sócios são
aqueles que vão “dividir” a empresa com você. O modelo de sociedade já
se mostrou eficaz para multiplicar os resultados de qualquer negócio.
Como gostamos de dizer, o que você prefere: 100% de pouco ou 50% de muito?
A importância do bom site da Valeon para o seu negócio
Moysés Peruhype Carlech
Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava
contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue
anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por
áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.
De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de
serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para
que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as
primeiras letras do alfabeto.
As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um
cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros
recursos, ele pesquisa por informações na internet.
O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada
pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24
horas por dia. Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente,
com identidade para ser reconhecida na internet.
Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público
através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os
motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros
devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o
público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de
marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o
produto ou a empresa procurada.
A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a
resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores
que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o
surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região
do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao
lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não
conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa
vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de
diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de
visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e
acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que
tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET
Moysés Peruhype Carlech
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do
mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados
satisfatórios para o seu negócio.
Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.
Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada
para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis
nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas
por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em
mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo
real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a
campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de
visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
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A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO
TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace
que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço,
agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta
diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa
e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores
como:
A cidade de Brasília amanheceu neste domingo (8.jan.2023) sob tensão a
respeito de qual o rumo que as manifestações de bolsonaristas radiciais
irá tomar. No sábado (7.jan), cerca de 80 ônibus com manifestantes
contrários ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios.
O maior objetivo dos manifestantes é ficar em frente ao Congresso
cantando palavras de ordem contra o governo Lula, contra o STF, pedindo
intervenção militar para uma troca da administração federal.
Em Brasília há um acampamento que já dura mais de 2 meses em frente
ao QG do Exército. Ali, faixas pedindo intervenção federal e palavras de
ordem contra Lula são constantes. O Poder360registrou no
sábado (7.jan) dezenas de pessoas desembarcando de ônibus
interestaduais perfilados no Eixo Monumental, perto de um dos acessos ao
QG, com barracas e grande quantidade de mantimentos.
Em um dos acessos, aos gritos de “agora é tudo ou nada”, integrantes do movimento incentivavam a entrada de carros particulares para engrossar o acampamento montado no local.
O problema se acentuou nas últimas 48 horas. Em São Paulo, no centro da cidade, bolsonaristas buzinando e gritando “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” ocuparam
as ruas do centro de São Paulo no final da tarde de 6ª feira
(6.jan.2023). Mais tarde, no começo da noite, também na 6ª feira, os
manifestantes conseguiram bloquear por algum tempo a principal via de
acesso ao aeroporto de Congonhas. O ministro do STF, Alexandre de
Moraes, ordenou no sábado (7.jan) a desobstrução da área ocupada por bolsonaristas em frente a batalhão do Exército, em Belo Horizonte (MG), e multou um dos líderes do movimento em R$ 100 mil.
Também no sábado (7.jan), chegaram informações para as autoridades
nacionais de segurança de que bolsonaristas radicais tinham a intenção
de bloquear refinarias em São Paulo e no Rio de Janeiro, com o objetivo
de causar uma disrupção no abastecimento de combustíveis no país. Esses
movimentos foram contidos. Mas na semana que vem medidas mais drásticas
podem, eventualmente, ser tomadas para garantir a segurança de áreas
consideradas vitais para funcionamento do país.
Por volta de 19h, o Flávio Dino publicou uma portaria em que
autorizou o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios, em
Brasília (DF). Segundo a portaria, a atuação da corporação se dará até a
2ª feira (9.jan). A Força Nacional terá cerca de 400 homens disponíveis
neste fim de semana. Eis a íntegra (121 KB).
A Esplanada já foi fechada neste fim de semana. Veja fotos da Esplanada dos Ministérios registradas pelo repórter fotográfico do Poder360Sérgio Lima:
A Esplanada dos Ministérios foi fechada “para garantia da segurança e
atuação das forças de segurança” durante atos de apoiadores do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), previstos para este domingo
(8.jan.2023)
O governo Lula preferiu até agora ir reduzindo o limite de circulação
desses manifestantes, na expectativa de que os acampamentos fossem se
esvaindo naturalmente. Até agora, não foi o que aconteceu. Por isso a
Força Nacional foi acionada. Na semana que vem, os Ministérios da
Justiça e da Defesa devem avaliar a situação para desenhar a estratégia a
ser seguida.
Possíveis presidenciáveis Por Wesley Oliveira – Gazeta do Povo Brasília
Alckmin, Tebet e Haddad comandam pastas no governo Lula e são
vistos como presidenciáveis para 2026| Foto: Cadu Gomes/Vice-Presidência
O
desenho da Esplanada dos Ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) colocou lado a lado ao menos três ministros presidenciáveis
para a disputa de 2026: Fernando Haddad (PT), na Fazenda, Simone Tebet
(MDB), no Planejamento, e Geraldo Alckmin (PSB), no do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O trio irá comandar pastas que
irão influenciar diretamente na gestão da economia e a avaliação de
aliados do Planalto é de que Lula vai precisar administrar ambições
políticas de cada um.
O caso mais emblemático se dá entre Haddad e Tebet. O petista é de
perfil desenvolvimentista e a emedebista liberal. Dentro do PT, Haddad é
visto como sucessor natural de Lula, pois o petista indicou durante a
campanha que não pretende disputar uma reeleição. Por outro lado, Tebet
chegou em terceiro lugar na corrida presidencial do ano passado e é
vista pelo MDB como um nome que pode ganhar ainda mais projeção nos
próximos anos.
Até o momento, líderes do PT e do MDB descartam qualquer tipo de
atrito por conta da próxima disputa presidencial. A avaliação é de que
qualquer movimento de forma precipitada poderia colocar em risco o
governo Lula e de certa forma dar espaço para uma eventual volta da
direita liderada por Jair Bolsonaro (PL).
Para tentar amenizar os possíveis atritos com Haddad, Tebet tem
afirmado que as divergências irão servir para enriquecer a agenda
econômica. Como forma de tentar demonstrar a harmonia entre ambos, o
ministro da Fazenda esteve presente na cerimônia de posse de Tebet no
Palácio do Planalto na quinta-feira (5).
“Eu disse: ‘presidente, nessa pauta [de economia], eu, Haddad,
Alckmin, Esther [Dweck, ministra da Gestão], nós temos divergências
econômicas’. Lula me ignorou, como se dissesse: ‘é isso que eu quero.
Sou um presidente democrata. Quero diferentes para somar, pois assim que
se constrói uma sociedade democrática'”, declarou Simone.
Para integrantes do governo, caberá a Lula arbitrar os possíveis
conflitos entre a dupla de ministros presidenciáveis. Apesar da
avaliação de que Haddad conta com prestígio por ser um quadro do PT,
integrantes do governo destacam que Lula conta com grande admiração por
Tebet.
Nova âncora fiscal vai impor o primeiro teste para harmonia de Haddad e Tebet A
discussão sobre a nova âncora fiscal que será apresentada pelo governo
Lula para substituir deve ser o primeiro teste sobre as divergências
entre Haddad e Tebet. A proposta, que será discutida pelo Congresso
Nacional, tem como objetivo substituir o teto de gastos.
A expectativa é de que Haddad faça a apresentação das propostas nos
próximos dias, quando Lula tiver disponibilidade na agenda. O presidente
realiza nesta sexta-feira (6) sua primeira reunião ministerial com o
objetivo de frear declarações controvérsias de seus ministros. Lula
pretende indicar que todos os anúncios e sugestões de políticas
precisarão do aval do Planalto.
“O arcabouço fiscal que pretendemos encaminhar precisa ter a premissa
de ser confiável e demonstrar tecnicamente a sustentabilidade das
finanças públicas. Um arcabouço que abrace o financiamento do
guarda-chuva de programas prioritários do governo, ao mesmo tempo que
garanta a sustentabilidade da dívida pública. Não existe mágica nem
malabarismos financeiros”, defendeu Haddad.
Aliados de Tebet defendem que ela e o ministro da Fazenda convergem,
principalmente, no debate sobre a qualidade do gasto público. Ao tomar
posse, a ministra do Planejamento defendeu que o governo vai colocar o
“brasileiro” no orçamento, sem descuidar da responsabilidade fiscal.
“Comungo, ministro Haddad, com sua visão, de que há necessidade não
só de cuidar dos gastos públicos com racionalidade, mas da aprovação
urgente da reforma tributária”, destacou Tebet.
Questionado sobre as possíveis divergências dentro do governo, Haddad
também amenizou as críticas. “Eu acredito que o diálogo é a maior
ferramenta da política, e o melhor caminho para encontrar o denominador
comum dos anseios da população brasileira e do mercado”, disse.
Alckmin rejeita integrar time de ministros presidenciáveis Na
outra ponta, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumulou a função de
ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, tem
rejeitado os questionamentos sobre integrar o time de ministros
presidenciáveis do governo Lula. Em seus discursos, Alckmin tem
reforçado que será “leal” ao presidente Lula e ao governo do petista.
“Saiba que o senhor terá de mim não apenas a lealdade de um ministro
que se soma à de um vice, mas minha dedicação integral em prol de uma
agenda que contribua para reverter os resultados inaceitáveis que nossa
economia vem acumulando nos últimos anos”, disse Alckmin ao assumir o
MDIC.
Antigo adversário de Lula, Alckmin é visto por integrantes do PT como
um nome de prestígio do presidente. Petistas mais pragmático e que
defenderam a aliança sinalizam, inclusive, que não causaria “estranheza”
uma eventual indicação do nome do vice para a disputa presidencial de
2026. Para essa ala, Lula costuma bancar suas decisões, como ocorreu em
2010, quando indicou Dilma Rousseff para a disputa presidencial, mesmo
sem o aval de parte do PT.
Na avaliação de André Cesar, cientista político da Hold Assessoria
Legislativa, as visões distintas dentro da frente ampla que ajudou Lula
se eleger já começam a vir à tona. Para ele, o petista vai precisar ser
ainda mais centralizador nesse terceiro mandato para reduzir os
conflitos entre seus ministros.
“A situação é clara. Em seu terceiro mandato presidencial, Lula será
centralizador como nunca. Não haverá espaço para posicionamentos
divergentes em sua equipe. Não existe a figura do ministro
indemissível”, explica.
Artigo Como passar vergonha em público Por Martim Vasques da Cunha, especial para a Gazeta do Povo
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, toma posse em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto.
Vestindo vermelho, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone
Tebet, toma posse em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto:
subordinada a Fernando Haddad| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dizem
que o diabo mora nos detalhes. Percebe-se isto quando observamos
atentamente como o governo de transição do terceiro mandato de Luiz
Inácio Lula da Silva montou o seu ministério e como ele elaborou o seu
discurso pelos próximos quatro anos.
Para entendermos isso melhor, vamos inicialmente abordar a equipe de ministros.
A expectativa da mídia, dos intelectuais e dos analistas de mercado
era a de que Lula, este grande caudilho que superou até mesmo Getúlio
Vargas (segundo seus ardorosos defensores), montaria um exército de
notáveis, composto por indivíduos que simbolizariam uma “frente ampla”
cuja bandeira principal seria a representação da democracia em sua forma
mais pura.
A mídia supôs que os ativistas LGBTQ+, os transsexuais, os pretos e
os indígenas seriam privilegiados; os intelectuais criaram a ilusão de
que somente profissionais técnicos e com diploma — os tais dos
“especialistas” — formariam o núcleo da nova elite que ocuparia a
Esplanada; e os analistas de mercado caíram no conto da carochinha de
que o governo petista abriria espaço para liberais e sociais-democratas
darem os seus pitacos na condução da política econômica.
Nada disso aconteceu. O primeiro grupo ficou satisfeito com
ministérios de segundo escalão, como o da Cultura (ocupado pela
irrelevante Margareth Menezes) e o dos Direitos Humanos (liderado pelo
jacobino de boutique Silvio Almeida); o segundo viu que toda a
militância petista foi premiada pela sua fidelidade, ao apoiar Lula
quando este ficou preso na Polícia Federal de Curitiba, e ganhou o
Ministério da Secretaria de Comunicação Social (Paulo Pimenta) e o das
Relações Institucionais (Alexandre Padilha); e o terceiro soube que as
coisas sempre podem piorar ao serem informados de que promoveram, no
posto de Ministro da Fazenda, aquele poste chamado Fernando Haddad
(apelidado até mesmo entre seus amigos de “Fernando Vaidade”).
Mas isso já era esperado para quem conhecia os métodos do Partido dos
Trabalhadores. Eles são calcados na psicologia das seitas
apocalípticas, na qual os líderes formam a casta dos “eleitos” que
guiarão os soldados rumo a um combate que trará um “novo mundo” para a
sociedade brasileira. O problema mais grave é o que aconteceu com
aqueles oportunistas que, como diz a voz do povo, “fizeram o L” para
impedir a continuação do governo de Jair Bolsonaro.
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QUERO RECEBER “Fazer o L”, no glossário das redes sociais
tupiniquins, é uma tradução malfeita de “take the L”, ou “take the loss”
— algo como “aguenta-a-bronca-com-a-confusão-que-você-aprontou”. É o
que acontece quando alguém é reprovado em um exame fundamental ou perdeu
de forma vergonhosa uma competição muito importante. No inglês, é
dirigido ao “loser”, ao perdedor que precisa aprender com os seus
equívocos. Já no Brasil, os petistas inverteram o significado para a
primeira letra do nome de Lula, como uma espécie de meme o qual
relacionava a figura do político como se ele fosse o único obstáculo
contra o desastre iminente que seria a manutenção de Jair Bolsonaro no
poder.
Entre quem “fez o L”, há os dois tipos de turmas que dominarão o
debate público nos próximos dois anos: a “turma do cordão sanitário” e a
“turma do duro acerto de contas”.
Ambas surgiram como consequência direta das medidas do governo
bolsonarista durante a pandemia do coronavírus. A primeira turma é
composta, em sua maioria, pelos jornalistas da grande mídia, os
influenciadores de centro-direita, além dos liberais de viés
progressista e os ex-bolsonaristas que simplesmente viraram a casaca
porque perceberam que os próximos anos não seriam nada fáceis para eles
depois do apoio eleitoral que deram em 2018 a uma administração de
direita.
O que os unem é um sentimento difuso de culpa, por terem sido
“antipetistas” em maior ou menor grau, apoiando a Lava-Jato de Sergio
Moro em uma cruzada “anticorrupção”, ou então por terem defendido a
retórica de Olavo de Carvalho e seus asseclas como uma forma de se opor à
propaganda do PT. O xis da questão é que, ao fugirem desse remorso,
também não assumem da responsabilidade por seus atos, fingindo como se
nunca tivessem feito parte de um processo histórico que, no fim,
culminou numa tragédia ideológica cujos efeitos ainda serão sentidos
futuramente. Para esse grupo, a solução prática é apelar para um “cordão
sanitário” das ideias, impedindo que elas sejam discutidas livremente,
com o uso arbitrário da lei (sempre legitimado pelo STF), criminalizando
tudo o que cheirar à “direita”, especialmente se for contra o
progressismo técnico e ético (leia-se: o “fascismo de esquerda” dos
identitários e o cientificismo daqueles que acreditam que o mundo deve
ser administrado como uma gigantesca UTI).
A segunda turma são os militantes ressentidos do PT e que foram
expelidos do poder quando Jair Bolsonaro foi eleito democraticamente há
quatro anos. Eles são os “demônios” descritos no grande romance de mesmo
título criado por Fiodor Dostoiévski e publicado em 1871. Composto por
pessoas desequilibradas — e tão violentas quanto os bolsonaristas que
desejavam um golpe militar —, este grupelho quer um “duro acerto de
contas” contra qualquer inimigo que venha com reflexões ou discursos que
não se enquadrem na sua visão de mundo revolucionária. Tudo o que
querem é botar na cadeia seja Jair Bolsonaro, sua família e quem o
apoiou no seu governo, seja qualquer um que for da direita e fez uma
oposição consistente (e democrática) contra o PT.
Durante os últimos dois anos, essas duas turmas se uniram como irmãos
siameses nas redes sociais. Caçaram os poucos resistentes da direita
que não se venderam nem a um lado, nem ao outro, assassinando suas
reputações e classificando-os como “reacionários” e “extremistas”;
mostraram que, dentro da própria turma do cordão sanitário, quem não se
rendeu ao “fascismo de esquerda” identitário foi cancelado publicamente
até ser reduzido a cinzas; e insistiram no fato de que nenhuma ideia
perturbadora à tal da “ordem democrática” deveria ser debatida, já que
qualquer coisa que fosse contra o progressismo ou o cientificismo (algo
completamente diferente da verdadeira ciência), seria imediatamente
classificada como “terrorista”.
A guinada de Simone Tebet Recentemente, a grande representante
política que se tornou o ponto de contato entre as duas turmas foi a
ex-senadora Simone Tebet (MDB). A princípio, ela parecia ser alguém
equilibrada: fez um bom papel na CPI da Covid, criticando a omissão do
governo federal a respeito da demora na compra de vacinas e no descaso
de aplicar as medidas sanitárias adequadas no período agudo da pandemia;
aparecia na mídia como uma voz racional que tentava unir uma economia
de mercado com toques de liberalismo e um programa assistencialista que
não deixava de lado a questão humana; e denunciou, lá em meados de 2015,
o gigantesco esquema de corrupção que envolvia o PT e a Petrobrás,
elaborado nos governos de Lula e Dilma Rousseff.
Porém, quando Tebet decidiu ser candidata à presidente da República
no ano passado, ela começou a se envolver com o grupo “Livres”, uma
turma de liberais progressistas. Rapidamente, a então senadora adotou o
discurso identitário do “fascismo de esquerda”, anuindo com jargões a
favor dos militantes trans, LGBTQ+, pretos e indígenas; depois, caiu na
esparrela de favorecer a retórica ambientalista; e, como se não
bastasse, apelou para o raciocínio falho do sentimentalismo tóxico que
emocionou uma parte da sociedade já muito cansada com a polarização
política, defendendo as medidas autoritárias praticadas pelo STF contra
alguns influenciadores bolsonaristas.
A estratégia deu certo: Tebet ficou em terceiro lugar no primeiro
turno do pleito de 2022, superando até mesmo o eterno estepe da esquerda
radical que era Ciro Gomes. Isso lhe deu cacife para pressionar Lula a
pedir um cargo no seu governo, se ele fosse o vencedor, já que seus
votos formariam a maioria necessária para o que a mídia apelidava de
“frente ampla democrática”. O PT engoliu o sapo, Lula aceitou a proposta
e logo depois Simone Tebet “fez o L”.
O caso da ex-senadora é exemplar porque mostra o comportamento
psicológico do establishment quando este foi confrontado pelo perigo que
representava a reeleição de Jair Bolsonaro. A união das turmas do
cordão sanitário e do duro acerto de contas mostra que elas não tinham
outra alternativa porque o bolsonarismo colocava em risco nada mais,
nada menos que a sua própria sobrevivência existencial.
“Por Gales, Simone?” Contudo, logo depois que Lula foi eleito, a
aliança durou pouco – e Simone Tebet foi escanteada (junto com outra
eterna arrependida, Marina Silva). Ela foi obrigada, até para sobreviver
politicamente, a reclamar de peito aberto na mídia e dizer, nas
entrelinhas, que Lula não estava cumprindo o combinado. Na última hora, o
presidente eleito teve de ceder, mas ao seu modo bem Getúlio Vargas:
deu a Tebet um cargo de consolação — o Ministério do Planejamento, que,
olhem só, ficará subordinado indiretamente ao Ministério da Fazenda
comandado por Fernando Vaidade (ops, perdão!: Haddad).
A insistência de Tebet ao procurar Lula por uma sinecura de prestígio
lembra o que aconteceu com o personagem Richard Rich, interpretado por
John Hurt no filme O homem que não vendeu a sua alma (1963), cuja
história é sobre o martírio de Sir Thomas More nas mãos do rei inglês
Henrique VIII. Antes de ser Lorde Chanceler no reinado de Edward VI,
Rich teve de galgar postos públicos e, para isso, pisar na garganta de
algumas pessoas que confiaram nele, entre elas More. Numa cena célebre
do longa, durante o julgamento que condenou o famoso autor de Utopia
(1516), Rich comete perjúrio e prejudica o seu antigo protetor,
levando-o ao cadafalso, ganhando logo depois o título de Duque de Gales.
Sem demonstrar um pingo de ódio, More (soberbamente representado por
Paul Scofield) diz a Rich: “Richard, eu até entenderia se você se
vendesse por um cargo de poder, ou algo parecido. Mas por Gales,
Richard, por Gales!”.
Foi a mesma atitude praticada por Simone Tebet: o Ministério do
Planejamento foi o seu título de Duquesa de Gales. E o mesmo acontecerá
com quem faz parte tanto da turma do duro acerto de contas como a do
cordão sanitário. Desesperados por voltarem a qualquer custo ao
prestígio que perderam em 2018, seus integrantes sabem muito bem que
eles não têm nenhuma autoridade moral para continuar em um governo que,
no passado, teve um líder condenado por corrupção e só foi liberado por
meio de uma artimanha jurídica.
Não à toa, reconhecendo entre eles que o terceiro reinado de Luiz
Inácio Lula da Silva jamais se transformou na “frente ampla democrática”
vendida pelos jornalistas e os intelectuais, logo se anteciparam e
apelaram para o mesmo tipo de discurso feito por Joe Biden e o Partido
Democrata americano em 2020: o de chamar qualquer tipo de oponente, em
especial o defensor de Donald Trump, de “terrorista”.
Obviamente, os bolsonaristas fizeram de tudo para ajudar esta
retórica, ao atacarem o centro de Brasília em meados de dezembro de
2022, tocando fogo em ônibus e carros, fazendo reféns em shoppings e
tentando invadir a sede da Polícia Federal com paus e armas — além da
prisão do militante George Washington Souza, que informou um elaborado
esquema de subversão equivalente ao que os trompistas mais radicais
praticaram com a invasão no Capitólio americano no dia 6 de janeiro de
2021.
Vingança em clima de normalidade Mas é de se observar também que
esses eventos foram muito convenientes para o novo governo petista.
Afinal, o que mais motiva um determinado grupo do que saber que há
sempre um inimigo à espreita, pronto para destruir os seus planos? Já
era assim nos treze primeiros anos do mandato de Lula e Dilma, foi assim
com o bolsonarismo durante o tal do “soluço fascista” — e não será
diferente nos próximos meses com o retorno de um PT que manipulará o
rancor que fundamenta as turmas do cordão sanitário e do duro acerto de
contas.
Na prática, não apenas os bolsonaristas serão punidos, ora com
perseguições explícitas feitas pelo STF, ora pelo “cone do silêncio” que
colocará todas as ideias que não abracem o “fascismo de esquerda” na
lata do lixo da história. Toda a direita — inclusive a que criticou o
próprio bolsonarismo — sofrerá dessa sina, assim como vários integrantes
do cordão sanitário que ainda não entenderam pela maioria da turma do
duro acerto de contas.
O PT prepara um círculo vicioso e viciante de vingança atrás de
vingança — com a diferença de que, graças aos luminares da grande mídia e
da elite política, todos desesperados para manter alguma relevância,
tudo parecerá ocorrer num clima de normalidade, criado, é claro, para
que o fantasma do “terrorismo da extrema-direita” jamais volte na
sociedade brasileira.
Enquanto isso, é provável que, por baixo dos panos, em conluio com o
STF, Lula deixará Bolsonaro livre, leve e solto no seu exílio na
Flórida, sem nenhuma punição pelos crimes que cometeu durante a
pandemia, caçando alguns militantes de direita de segundo escalão para
satisfazer a sede de sangue daqueles que “fizeram o L” alegremente.
Tudo isso foi explicitado à perfeição no último dia 1 de janeiro,
quando Simone Tebet foi assinar o termo de posse para ser a ministra do
Planejamento Social e, sem saber o que fazer com a bolsa que tinha em
mãos, pediu para que o presidente do Senado, Rogério Pacheco, a
segurasse com firmeza. O local estava repleto de petistas, alguns
envolvidos no escândalo do Petrolão — e as testemunhas perceberam que
esse gesto foi uma forma definitiva de como passar vergonha em público,
uma variação da eterna hipocrisia que comanda o mundo. Minutos antes, no
discurso que proferiu a todo o povo brasileiro já como o atual
governante da República, Luiz Inácio Lula da Silva atacou o seu
antecessor e ouviu o seguinte clamor de quem estava ali: “Sem anistia!
Sem anistia!”. O recado era claro: a partir de agora, o diabo de fato
mora nos detalhes.
Bakhmut
(Ukraine), 04/01/2023.- Ukrainian forces drive a tank across a street
in the city of Bakhmut, Donetsk area, Ukraine, 04 January 2023 (issued
05 January 2023). Heavy fighting is taking place in the region. Russian
troops entered Ukraine on 24 February 2022 starting a conflict that has
provoked destruction and a humanitarian crisis. (Rusia, Ucrania)
EFE/EPA/GEORGE IVANCHENKO
Tanque ucraniano em Bakhmut, na região de Donetsk: cidade
concentra alguns dos confrontos mais intensos da guerra atualmente|
Foto: EFE/EPA/GEORGE IVANCHENKO
A guerra na Ucrânia não terminou –
muito pelo contrário, continua sendo um confronto de alta intensidade,
que já deixou mais de 40 mil civis mortos. Porém, completados dez meses
de guerra, já é possível identificar ao menos cinco aspectos do maior
conflito bélico do século 21 que não saíram exatamente como muitos
analistas esperavam. Eles são a guerra cibernética, as sanções
econômicas, as armas de alta tecnologia, os drones e a propaganda.
O conflito na Ucrânia acelerou uma corrida armamentista que vinha se
delineando desde 2018 – quando aumentou a rivalidade entre Estados
Unidos e China. Nações europeias voltaram a investir em grandes
exércitos, com receio de que a promessa de proteção de Washington talvez
não seja suficiente para garantir sua segurança. Temor semelhante tem
levado o Japão e países do Indo-Pacífico a tomar rumo semelhante.
O novo governo no Brasil pode não ser capaz de alterar o atual
cenário de escassez de investimentos na área militar. Mesmo assim, ao
pensar a estratégia brasileira de defesa, devemos levar em conta as
tendências reveladas pela guerra da Ucrânia.
Guerra cibernética As ações no campo de batalha virtual vinham
sendo tratadas nas últimas décadas por analistas como um dos fatores
mais importantes das guerras do futuro. Hackers seriam capazes de
destruir redes elétricas, desabilitar sistemas de comunicação militar,
destruir sistemas logísticos e tornar armamentos cinéticos (não
virtuais) inúteis.
Porém, essas teorias não haviam sido testadas em um conflito de larga
escala. A maioria das previsões não se concretizou na guerra na
Ucrânia. A batalha virtual teve um papel secundário no teatro de
operações.
Sistemas eletrônicos fundamentais para o funcionamento da sociedade
ucraniana – como redes de transporte ou de movimentação financeira –
foram transferidos de centros de dados locais para “nuvens” cibernéticas
espalhadas por toda a Europa. Quando os computadores ucranianos foram
atacados, não havia mais dados lá para serem destruídos.
Além disso, ações de hackers russos que levaram meses para ser
preparadas causaram, no máximo, apagões de algumas horas em redes
elétricas e de comunicações da Ucrânia. Sistemas de emergência foram
colocados em operação rapidamente, tornando inúteis os esforços dos
ratos de computadores do Kremlin.
Moscou passou então a usar mísseis nada virtuais para destruir o sistema elétrico e a infraestrutura ucraniana.
A lição que tiramos disso é que os ataques cibernéticos podem ser
eficazes para causar transtornos a países em tempos de paz. Também
servem para obter recursos financeiros, como no caso da Coreia do Norte,
ou roubar tecnologia alheia, como já demonstrou a China. Porém, eles
não se mostraram capazes de mudar a sorte de um exército no campo de
batalha.
Sanções Na geopolítica, as sanções econômicas são um meio termo entre declarações diplomáticas vazias e intervenções militares.
Os Estados Unidos e seus aliados da Europa levantaram centenas de
sanções contra a Rússia, para diminuir a capacidade do presidente
Vladimir Putin de financiar sua campanha militar. Contudo, a economia
russa só retraiu 3,4% – um cenário muito diferente da queda de dois
dígitos prevista por alguns analistas após a invasão de 24 de fevereiro
de 2022.
A Rússia, de fato, está tendo muita dificuldade de importar itens de
alta tecnologia. Mas sua economia foi “salva” principalmente pela venda
de derivados de petróleo para países do sudeste asiático, especialmente
China e Índia. Esses países também têm substituído a Europa no papel de
fornecer produtos industrializados para a Rússia.
A guerra também acelerou um processo no qual diversos países começam a
desenvolver mecanismos para se tornarem menos vulneráveis a sanções
promovidas por Washington. Entre eles, estão trocas diretas de moeda
entre países, sem intermédio do dólar, sistemas de mensagens bancárias
alternativos ao Swift, como o CIPS chinês, e moedas digitais de bancos
centrais, as chamadas CBDC.
Neste caso, a lição é que, apesar de serem um instrumento poderoso
para enfraquecer rivais, as sanções parecem não ser mais capazes de
evitar ou acabar com guerras – nem forçar potências a se submeterem à
vontade de Washington e de seus aliados.
Armas de alta tecnologia Uma das coisas que mais surpreenderam
nesta guerra foi a coexistência no campo de batalha de armas de última
geração com táticas e armamentos usados nas guerras mundiais do século
20. Ou seja, a Guerra da Ucrânia não é um conflito hipertecnológico, no
qual os oponentes travam batalhas apenas apertando botões, longe disso.
Foi possível presenciar o uso daquela que talvez seja a arma mais
avançada do planeta: o míssil hipersônico – capaz de inutilizar qualquer
sistema de defesa antiaérea. Ele foi lançado pela Rússia, por exemplo,
contra um depósito de munições de caças ucranianos na região de Lviv, em
março.
Também é possível destacar a destruição de milhares de blindados, de
ambos os lados, por lançadores de mísseis de uso individual, como o
Javelin, cujo nome foi popularizado pela eficácia no campo de batalha.
Houve ainda a utilização dos Himars, os lançadores de mísseis de alta
mobilidade, doados por Washington, que permitiram aos ucranianos fazer
frente à artilharia russa.
Mas, no mesmo conflito, dezenas de milhares de soldados estão usando
táticas da Primeira Guerra Mundial, como a guerra de trincheiras, os
campos minados e os confrontos com canhões de artilharia.
Trata-se de uma guerra de proporções tão massivas, que pouco lembra
as imagens da chamada “guerra ao terror”, quando operadores de forças
especiais do Ocidente combatiam guerrilheiros com recursos militares
abundantes – usando comunicação avançada para solicitar evacuações por
helicóptero de feridos ou para ordenar ataques aéreos contra posições
inimigas.
Não, na Ucrânia há tantos combatentes lutando ao mesmo tempo que
faltam médicos, ambulâncias, comunicações e até munição em alguns casos.
Ao lado dos militares profissionais, há civis que nunca haviam colocado
as mãos em armas e combatentes usando armamentos similares aos que eram
utilizados na primeira metade do século passado.
A lição aqui é que a presença de armas avançadas no campo de batalha
aumenta as chances dos exércitos que as possuem. Porém, não há uma arma
ou tecnologia que, por si só, seja capaz de definir o resultado da
guerra. Há muitos outros fatores em jogo, como logística, terreno,
treinamento de efetivos, motivação dos combatentes, manobras militares
etc.
Drones Diferente da guerra cibernética, os veículos não tripulados
estão fazendo a diferença na guerra na Ucrânia. Esse parece ser só o
começo, pois os veículos não tripulados devem estar presentes cada vez
mais nos conflitos do futuro.
Seu uso havia sido previsto de forma similar ao conceito de drone que
foi usado nas “guerras contra o terror” do início deste século. Nelas,
aviões não tripulados do tamanho de aviões de caça ficavam horas em voo
para abater inimigos com foguetes. Sua vantagem era permanecer em
operação por muitas horas, sem a necessidade de pousar para o piloto
descansar.
Mas esses drones são muito mais lentos e menos armados que os aviões
de caça tradicionais. Seu uso seria limitado em guerras convencionais,
pois rapidamente se tornariam alvos fáceis para os caças tripulados do
inimigo, segundo diziam os especialistas.
Mas não foi isso que ocorreu na prática. Um exemplo foi o dos drones
turcos Bayraktar – aeronaves de controle remoto de grandes proporções,
semelhantes aos drones usados na guerra ao terror. Eles foram comprados
pelos ucranianos e usados para destruir grande quantidade de blindados
russos no início da invasão.
Seu conceito de uso foi mudando ao longo do conflito. Ataques
singulares dessa aeronave foram sendo substituídos por ataques em
“enxame” – quando vários drones investem contra um mesmo alvo
simultaneamente, com o objetivo de confundir as defesas antiaéreas.
Acredita-se que foi com ataques de diversos drones e mísseis antinavio
que a Ucrânia afundou em abril o cruzador Moscou, o navio capitânia dos
russos no Mar Negro.
Mas o Kremlin retribuiu na mesma moeda: comprou drones iranianos
Shared, que são menores que os Bayraktar e, ao invés de foguetes, levam
explosivos e são detonados quando o aparelho se choca contra seu alvo,
ao estilo kamikaze. Desde outubro, centenas desses drones estão sendo
combinados a ataques de mísseis de cruzeiro para saturar as defesas
aéreas ucranianas e destruir a infraestrutura elétrica do país.
A estratégia não fez a Ucrânia aceitar um acordo de paz, mas obrigou
seus aliados do Ocidente a investir pesado no envio de defesas
antiaéreas para o país.
A Ucrânia utiliza ainda drones navais, que são pequenas embarcações
carregadas de explosivos que atuam de forma kamikaze, como os drones
aéreos do Irã. Diversos desses barcos foram usados em novembro para
atacar o porto russo de Sevastopol.
Em paralelo, drones aéreos comerciais – aqueles aparelhos um pouco
maiores que uma bola de futebol que você pode encomendar até pela
internet – passaram a ser usados como armas de guerra. Primeiro, eles
eram usados como plataformas de observação: os combatentes os lançavam
para observar inimigos quilômetros à frente.
Depois, esses pequenos drones eram usados para levar granadas de mão e
lançá-las contra inimigos. Aos poucos, as granadas e seus sistemas
rudimentares de lançamento passaram a ser substituídos por bombas não
teleguiadas, mas de alta capacidade explosiva que começaram a gerar
baixas significativas entre soldados e blindados.
Quando estive na Ucrânia em 2022, tive contato ainda com técnicos que
estudavam agora uma próxima fase: programas de computador que controlam
centenas de drones minúsculos ao mesmo tempo e os fazem atacar alvos
com a técnica de “enxame”, sem a necessidade de pilotos humanos.
A lição neste caso é que dificilmente uma guerra convencional futura
será travada sem o uso de drones. Podemos esperar, por exemplo, que até
tanques remotamente controlados e sistemas completamente independentes
de interação humana sejam vistos nos conflitos do amanhã.
Propaganda Analistas já previam que a propaganda desempenharia um
papel de grande importância nas guerras na era da informação. O que
ninguém imaginava é que ela influenciasse até mesmo os seus criadores.
Foi isso que parece ter acontecido com a Rússia. Sem receber
informações claras de seus órgãos militares e de inteligência, o
presidente Vladimir Putin teria sido uma das “vítimas” da propaganda
sobre o poderio militar russo e a eficácia das operações especiais de
cooptação da população ucraniana.
Ou seja, segundo documentos militares apreendidos no campo de
batalha, as forças russas imaginavam que enfrentariam pouca resistência
na Ucrânia e marchariam sobre Kyiv horas depois do início da invasão em
24 de fevereiro.
O erro de avaliação pode ter sido causado por diversos fatores: medo
de assessores da reação de Putin a prognósticos negativos, corrupção
generalizada nos órgãos de inteligência, desvio de recursos que seriam
usados para modernizar as forças armadas e criar movimentos rebeldes
dentro da Ucrânia, entre outros.
Nesse aspecto, podemos concluir que as campanhas de informação e a
propaganda desempenham um papel muito importante no conflito. Mas elas
também não são capazes de definir por si só o rumo da guerra.
Os ditadores venezuelanos Nicolás Maduro e Hugo Chávez em evento em Manaus com Lula, em 2007| Foto: EFE/Raimundo Valentim
Um
dos primeiros atos da política externa do governo Lula (talvez o
primeiro) foi realizado antes mesmo de sua posse. Para atender o desejo
de convidar o ditador Nicolás Maduro para a cerimônia que marcou o
início do terceiro mandato de Lula, os petistas convenceram o Itamaraty e
o Ministério da Justiça a revogar uma portaria de 2019, que proibia o
ditador venezuelano e seus colaboradores mais próximos de entrar no
Brasil. Naquele ano, os então ministros da Justiça, Sergio Moro, e das
Relações Exteriores, Ernesto Araújo, baixaram a norma seguindo os
exemplos de Argentina, Chile, Colômbia e Panamá.
A decisão de barrar Maduro e seu bando se baseou em resoluções da
Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas (ONU) e em declarações do Grupo de Lima, que
foi criado em 2017 com a missão de tentar encontrar uma solução para a
crise política, institucional, econômica e humanitária da Venezuela.
Para os petistas, se tratava de reverter uma decisão de Jair
Bolsonaro que havia se tornado um inconveniente para a vinda de um dos
convidados principais. Maduro não apareceu, mas enviou o presidente da
Assembleia Nacional, o deputado Jorge Rodriguez, para representar o
regime. Rodriguez, por sinal, foi sancionado pelo Tesouro dos Estados em
2018 e era um dos nomes da lista dos membros do regime proibidos de
entrar no Brasil.
Maduro herdou o regime fundado por Hugo Chávez e não se constrangeu
em mostrar como a Venezuela se transformou em uma ditadura. A tragédia
venezuelana se tornou tão explícita, que nem quem se esforçava para
fazer vista grossa para os abusos do chavismo conseguiu continuar a
fazê-lo. Mesmo com informes cheios de contorcionismos, a ex-presidente
do Chile e chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet,
reconheceu, por mais de uma vez, que o regime liderado por Maduro
violava os direitos humanos.
Mas e daí? Maduro ignorou o mundo e, com o suporte da China, Rússia,
Turquia e Irã, manteve-se de pé. Prestes a completar dez anos no poder, o
ditador soube aguardar pela normalização de seus atos. Ajudado pela
crise energética derivada da invasão russa na Ucrânia, que deu músculos
ao lobby petroleiro nos Estados Unidos, Maduro tem deixado a condição de
pária para se tornar um parceiro repugnante, mas (supostamente)
necessário.
A crescente reabilitação de Maduro não significa a anistia de seus
crimes ou muito menos a sua absolvição. A lista de violações de Maduro é
robusta e está sob investigação na Corte Penal Internacional, o
Tribunal de Haia. Diga-se de passagem, é onde são julgados ditadores que
cometeram crimes contra humanidade e genocidas.
Mas, para a nova fase da diplomacia brasileira, Maduro voltou a ser um bom companheiro. Um parceiro (supostamente) essencial.
Lula foi eleito prometendo salvar a democracia. Foi e ainda é
festejado por isso. Mas a maleabilidade com que Lula, lulistas e
assemelhados atribuem ao que chamam de democracia é desconcertante. A
tolerância, o suporte e a admiração ao chavismo e seu herdeiro são
exemplos da incoerência. Quando criticados, eles recorrem ao fato de que
na Venezuela são realizadas eleições. Aliás, talvez nenhum lugar na
América Latina ou no mundo todo tenha realizado mais eleições e
consultas populares que a Venezuela chavista.
Eleições são superdimensionadas no seu papel como fenômeno
democrático. Cuba e Coreia do Norte realizam eleições. E daí? Pensar que
democracia se resume a votações é, possivelmente, o equívoco central
que é aproveitado por quem quer distorcer o conceito de democracia ou
até mesmo desacreditá-la.
Votar é um ato que faz parte da democracia, mas não a resume.
Garantias fundamentais como a liberdade de expressão, equilíbrio entre
os poderes constituídos, sistemas legais justos e céleres, respeito aos
bens públicos e absoluta observância da Constituição são alguns – apenas
alguns – dos elementos que ajudam a medir a saúde de uma democracia. Se
eles não vão bem, a democracia vai mal.
Ditadores como Vladimir Putin e Xi Jinping sabem muito bem como usar o
endeusamento das eleições no Ocidente contra os próprios ocidentais. Em
2016, ao espalhar que havia interferido na eleição dos Estados Unidos, a
Rússia – que inegavelmente atuou, mas certamente não na escala e com os
resultados que eles fizeram o mundo acreditar – minou a confiança no
sistema eleitoral americano. Em 2021, a China se aproveitou da esparrela
da campanha de Donald Trump e seus apoiadores sobre fraudes que se
mostraram impossíveis de serem comprovadas para vender a tese de que o
modelo de democracias que conhecemos não serve e que a “democracia”
deles deve ser considerada como opção ou pelo menos aceita como algo
normal.
A Venezuela de Hugo Chávez e de Nicolás Maduro não se transformou no
que se transformou da noite para o dia. O chavismo não é um acidente, um
milagre ou um assalto sobre a pobre população venezuelana. O regime foi
construído. Chávez foi eleito em 1998 em uma eleição limpa. Certamente
com problemas, mas de acordo com as regras e sem a roubalheira que
depois marcaria cada uma das outras disputas eleitorais que viriam nos
anos seguintes. O povo o escolheu para resolver a crise e dar respostas
sociais que eram ignoradas pelos seus antecessores. Ele já havia se
mostrado um golpista ao tentar agarrar o poder à marra, em um golpe
frustrado, seis anos antes. Mas mesmo assim, os venezuelanos deram a ele
as chaves do Palácio de Miraflores.
Chávez comprou quem podia. Perseguiu quem não conseguiu comprar.
Prendeu. Espancou. Matou. Mas nada disso aconteceu de repente. Muitos
ainda insistem em acreditar que golpes são atos instantâneos. Chávez
tentou esse modelo antigo e deu errado. Então ele transformou o seu
golpismo em um ato diário. A democracia na Venezuela foi morrendo dia
após dia. Ano após ano. Ato após ato.
Quando morreu, em março de 2013, Chávez legou a Maduro um país
dividido. A crise econômica já ameaçava a estabilidade e as instituições
já não existiam para nada além de validar as ações do regime. Maduro
veio para sedimentar o estrago, aumentando a intensidade e alcance da
tragédia. Coube a ele a cara do ditador. Mas a ditadura que ele herdou
estava há tempos em gestação.
A América Latina está repleta de exemplos de autocracias que nasceram
disfarçadas de democracia. Nicarágua e Bolívia estão entre aquelas que
merecem menção. Voltando à Venezuela, vale lembrar que Chávez lutou
contra o fascismo. Pelo menos é o que ele dizia. Prometeu igualdade e
justiça social. Teve a mão pesada ao fazer valer o que ele vendia ser
justiça, mas nada mais era que justiçamento. Amordaçou os críticos.
Fechou TVs, jornais e sites. Quebrou o país. Ejetou do território pela
perseguição, fome, violência e toda ordem de tragédia mais de 7 milhões
de venezuelanos.
Tudo isso já havia acontecido e era devidamente conhecido, mas, mesmo
assim, o PT de Lula se manteve fiel. Em uma nota, atualmente possível
de ler apenas em um arquivo digital, o PT manifestou sua felicidade pela
vitória do regime em eleições regionais. A nota diz, entre outras
barbaridades, que “essa vitória adquire ainda mais importância histórica
por ter se dado em meio a uma torpe tentativa de cerco e aniquilamento
do país liderada pelo governo estadunidense, império que busca derrotar
os povos e nações que lutam por justiça social, inclusão social e
autodeterminação”.
Nos últimos anos, uma das perguntas que mais ouvi sobre o tema foi
sobre a possibilidade ou não de o Brasil virar uma Venezuela. Eu sempre
disse que não. Nunca faltou vontade, mas sempre faltaram as condições.
Lula voltou e seremos colocados perante um novo teste de resiliência. A
questão agora é saber se os freios que existiram no passado serão
capazes de serem acionados. O Brasil já está ladeira abaixo. A questão é
saber se conseguirá fazer a curva ou se vai despencar no abismo.