segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

UM SÓCIO É BOM OU NÃO PARA O SEU NEGÓCIO ?

 

StartSe

Para chegar na conclusão de se um sócio é bom ou não para o seu negócio, é preciso saber primeiro o que ele é.

Afinal, ter ou não ter um sócio?

Independente do tamanho do seu negócio ou o tempo que sua empresa tem de mercado, essa é uma pergunta que cedo ou tarde vem à mente dos líderes, gestores e gestoras de qualquer companhia.

Mas para chegar na conclusão de se um sócio é bom ou não para o seu negócio, é preciso saber primeiro o que ele é.

O QUE É UM SÓCIO?

O significado de sócio é: aquele que compartilha (algo) ou faz com coisas em conjunto com (você); aliado, parceiro.

Você pode ter um ou um grupo de sócios. E são eles quem vão te ajudar a administrar e ditar os rumos da sua companhia. Compartilhando as responsabilidades, desafios e criando novas oportunidades para que o negócio prospere.

Geralmente, a decisão de ter um sócio acontece quando a empresa está crescendo e as tomadas de decisão, que antes eram centralizadas em apenas uma ou duas pessoas, precisam ser revistas e repassadas a mais pessoas.

Todas comprometidas com o negócio tanto quanto você.

Mas essa decisão não precisa ser apenas de empresas que estão crescendo. Um negócio já pode nascer com sócios e ter essa mentalidade desde o início.

É UMA BOA DECISÃO TER UM SÓCIO?

Imagine o seguinte cenário:

Qualquer empresa quando começa a crescer ou traça planos e metas para isso, a tendência é de que as principais lideranças fiquem cada vez mais longe dos demais colaboradores. E isso é natural.

A pessoa responsável pelo negócio não consegue mais estar tão próximo dos times quanto nos primeiros meses de vida da empresa.

Com isso, o processo de hierarquização acontece quase que naturalmente.

Um líder elenca uma pessoa de confiança para administrar o time e vai triangulando a gestão.

Só que mesmo assim, se apenas uma ou duas pessoas são responsáveis por 100% das decisões que acontecem na empresa, o processo de gestão e tomadas de ação começa a se tornar algo lento e burocrático.

O cenário mais comum são empresas com centenas ou milhares de funcionários, com várias decisões para serem tomadas praticamente ao mesmo tempo. E apenas um ser humano na ponta da pirâmide cuidando de tudo.

Em um cenário como o atual, onde decisões precisam ser tomadas rapidamente. Decidir entre os Planos A, B, C, D… uma decisão que precisa ser tomada hoje provavelmente só será aprovada daqui uma semana – ou mais.

TALENTO GANHA JOGO, MAS SÓ TIME GANHA CAMPEONATO

“Aprendi que, numa sociedade, ou quando você contrata pessoas, não se deve ter só gente parecida com você. O goleiro é tão importante quanto quem está na linha de frente. E aprendi a tratar bem os goleiros das minhas empresas.” – Jorge Paulo Lemann

No meio de tantas mudanças, de tantas concorrências e de tamanha velocidade de adaptação que temos hoje. É muito difícil esperar que só o CEO, Presidente ou Dono de um negócio consiga olhar para tudo isso ao mesmo tempo e tome as decisões sozinho.

Ter tempo de refletir sobre tudo isso, traçar um plano de ação e pô-lo em prática – antes do seu concorrente.

Por isso, mais do que nunca, é preciso que você tenha mais pessoas ao seu lado, com habilidades complementares às suas, para enxergar essas múltiplas possibilidades de futuro e terem poder para tomarem as ações necessárias.

Quando você tem do seu lado pessoas boas e com habilidades complementares, comprometidas e alinhadas com o mesmo senso de dono que você, as possibilidades de crescimento e reinvenção do seu negócio se torna exponencial.

COMO ESCOLHER UM BOM SÓCIO?

Aqui na StartSe nós temos um time de 60 colaboradores, dos quais 30 são nossos sócios. E o melhor meio de avaliar quando um ótimo profissional tem perfil de se tornar um ótimo sócio é o seguinte:

CULTURA ALINHADA À CULTURA DA EMPRESA

Essa pessoa compartilha dos mesmos objetivos que os da empresa? Ela vê na empresa um caminho para que seus próprios objetivos, tanto pessoais quanto profissionais, sejam alcançados?

É importante ter isso em mente porque um sócio é uma parceria de longo prazo. Você não quer alguém bom ao seu lado com “prazo de validade”.

Por isso características como: boa convivência, partilhar dos mesmos objetivos, ter habilidades complementares às suas, seja pró-ativo e não ter um perfil submisso e concordar com tudo o que você diz são coisas muito importantes.

GEREM BONS RESULTADOS

Tão importante quanto ter um sócio que complemente suas decisões, é ter um sócio que gere resultados para o seu negócio. Por isso, avaliar os resultados e entregas dele antes de torná-lo sócio são tão importantes.

Se um colaborador se compromete a entregar bons resultados como se a empresa fosse dele. As chances dele continuar gerando resultados como sócio serão bem altas.

TEMPO E CONSISTÊNCIA

Já que uma sociedade não é algo de curto prazo. Consistência nos resultados também não pode ser.

E avaliar isso é importante por 2 motivos:

Mostra que seu futuro sócio está alinhado com os objetivos da empresa e gera resultados mês a mês (eliminando o fator “sorte” da tomada de decisão); e

Para gerar resultados consistentes é preciso ter algum tempo de empresa, o que faz você ter alguém ao lado que entenda bem do negócio, conheça a dinâmica da companhia, os times e as pessoas que estão nesses times também.

Aqui tem algo importante para você saber: não pense que sócios são aqueles que vão “dividir” a empresa com você. O modelo de sociedade já se mostrou eficaz para multiplicar os resultados de qualquer negócio.

Como gostamos de dizer, o que você prefere: 100% de pouco ou 50% de muito?

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET

Moysés Peruhype Carlech

Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

    valeonbrasil@gmail.com

https://valedoacoonline.com.br/

domingo, 8 de janeiro de 2023

BRASÍLIA AMANHECE COM MANIFESTAÇÕES CONTRÁRIAS AO GOVERNO

 

História por Poder360 

A cidade de Brasília amanheceu neste domingo (8.jan.2023) sob tensão a respeito de qual o rumo que as manifestações de bolsonaristas radiciais irá tomar. No sábado (7.jan), cerca de 80 ônibus com manifestantes contrários ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça, Flávio Dinoautorizou o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios.

O maior objetivo dos manifestantes é ficar em frente ao Congresso cantando palavras de ordem contra o governo Lula, contra o STF, pedindo intervenção militar para uma troca da administração federal.

Em Brasília há um acampamento que já dura mais de 2 meses em frente ao QG do Exército. Ali, faixas pedindo intervenção federal e palavras de ordem contra Lula são constantes. O Poder360 registrou no sábado (7.jan) dezenas de pessoas desembarcando de ônibus interestaduais perfilados no Eixo Monumental, perto de um dos acessos ao QG, com barracas e grande quantidade de mantimentos.

Em um dos acessos, aos gritos de “agora é tudo ou nada”, integrantes do movimento incentivavam a entrada de carros particulares para engrossar o acampamento montado no local.

O problema se acentuou nas últimas 48 horas. Em São Paulo, no centro da cidade, bolsonaristas buzinando e gritando “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” ocuparam as ruas do centro de São Paulo no final da tarde de 6ª feira (6.jan.2023). Mais tarde, no começo da noite, também na 6ª feira, os manifestantes conseguiram bloquear por algum tempo a principal via de acesso ao aeroporto de Congonhas. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou no sábado (7.jan) a desobstrução da área ocupada por bolsonaristas em frente a batalhão do Exército, em Belo Horizonte (MG), e multou um dos líderes do movimento em R$ 100 mil.

Também no sábado (7.jan), chegaram informações para as autoridades nacionais de segurança de que bolsonaristas radicais tinham a intenção de bloquear refinarias em São Paulo e no Rio de Janeiro, com o objetivo de causar uma disrupção no abastecimento de combustíveis no país. Esses movimentos foram contidos. Mas na semana que vem medidas mais drásticas podem, eventualmente, ser tomadas para garantir a segurança de áreas consideradas vitais para funcionamento do país.

Por volta de 19h, o Flávio Dino publicou uma portaria em que autorizou o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Segundo a portaria, a atuação da corporação se dará até a 2ª feira (9.jan). A Força Nacional terá cerca de 400 homens disponíveis neste fim de semana. Eis a íntegra (121 KB).

Esplanada já foi fechada neste fim de semana. Veja fotos da Esplanada dos Ministérios registradas pelo repórter fotográfico do Poder360 Sérgio Lima:

Brasília amanhece sob tensão entre bolsonaristas e Força Nacional© Fornecido por Poder360

Sérgio Lima/Poder360/8.jan.2023

Entrada da Esplanada dos Ministérios bloqueada no sábado (7.jan) à noite para impedir entrada de bolsonaristas radicais

Brasília amanhece sob tensão entre bolsonaristas e Força Nacional© Fornecido por Poder360

Sérgio Lima/Poder360/8.jan.2023

Entrada da Esplanada dos Ministérios bloqueada no sábado (7.jan) à noite para impedir entrada de bolsonaristas radicais

Brasília amanhece sob tensão entre bolsonaristas e Força Nacional© Fornecido por Poder360

Sérgio Lima/Poder360/ 07.jan.2023

A Esplanada dos Ministérios foi fechada “para garantia da segurança e atuação das forças de segurança” durante atos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), previstos para este domingo (8.jan.2023)

O governo Lula preferiu até agora ir reduzindo o limite de circulação desses manifestantes, na expectativa de que os acampamentos fossem se esvaindo naturalmente. Até agora, não foi o que aconteceu. Por isso a Força Nacional foi acionada. Na semana que vem, os Ministérios da Justiça e da Defesa devem avaliar a situação para desenhar a estratégia a ser seguida.

TRIO DA ECONOMIA VÃO TRABALHAR EM HARMONIA?

 

Possíveis presidenciáveis
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Alckmin, Tebet e Haddad comandam pastas no governo Lula e são vistos como presidenciáveis para 2026| Foto: Cadu Gomes/Vice-Presidência

O desenho da Esplanada dos Ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou lado a lado ao menos três ministros presidenciáveis para a disputa de 2026: Fernando Haddad (PT), na Fazenda, Simone Tebet (MDB), no Planejamento, e Geraldo Alckmin (PSB), no do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O trio irá comandar pastas que irão influenciar diretamente na gestão da economia e a avaliação de aliados do Planalto é de que Lula vai precisar administrar ambições políticas de cada um.

O caso mais emblemático se dá entre Haddad e Tebet. O petista é de perfil desenvolvimentista e a emedebista liberal. Dentro do PT, Haddad é visto como sucessor natural de Lula, pois o petista indicou durante a campanha que não pretende disputar uma reeleição. Por outro lado, Tebet chegou em terceiro lugar na corrida presidencial do ano passado e é vista pelo MDB como um nome que pode ganhar ainda mais projeção nos próximos anos.

Até o momento, líderes do PT e do MDB descartam qualquer tipo de atrito por conta da próxima disputa presidencial. A avaliação é de que qualquer movimento de forma precipitada poderia colocar em risco o governo Lula e de certa forma dar espaço para uma eventual volta da direita liderada por Jair Bolsonaro (PL).

Para tentar amenizar os possíveis atritos com Haddad, Tebet tem afirmado que as divergências irão servir para enriquecer a agenda econômica. Como forma de tentar demonstrar a harmonia entre ambos, o ministro da Fazenda esteve presente na cerimônia de posse de Tebet no Palácio do Planalto na quinta-feira (5).

“Eu disse: ‘presidente, nessa pauta [de economia], eu, Haddad, Alckmin, Esther [Dweck, ministra da Gestão], nós temos divergências econômicas’. Lula me ignorou, como se dissesse: ‘é isso que eu quero. Sou um presidente democrata. Quero diferentes para somar, pois assim que se constrói uma sociedade democrática'”, declarou Simone.

Para integrantes do governo, caberá a Lula arbitrar os possíveis conflitos entre a dupla de ministros presidenciáveis. Apesar da avaliação de que Haddad conta com prestígio por ser um quadro do PT, integrantes do governo destacam que Lula conta com grande admiração por Tebet.

Nova âncora fiscal vai impor o primeiro teste para harmonia de Haddad e Tebet 
A discussão sobre a nova âncora fiscal que será apresentada pelo governo Lula para substituir deve ser o primeiro teste sobre as divergências entre Haddad e Tebet. A proposta, que será discutida pelo Congresso Nacional, tem como objetivo substituir o teto de gastos.

A expectativa é de que Haddad faça a apresentação das propostas nos próximos dias, quando Lula tiver disponibilidade na agenda. O presidente realiza nesta sexta-feira (6) sua primeira reunião ministerial com o objetivo de frear declarações controvérsias de seus ministros. Lula pretende indicar que todos os anúncios e sugestões de políticas precisarão do aval do Planalto.

“O arcabouço fiscal que pretendemos encaminhar precisa ter a premissa de ser confiável e demonstrar tecnicamente a sustentabilidade das finanças públicas. Um arcabouço que abrace o financiamento do guarda-chuva de programas prioritários do governo, ao mesmo tempo que garanta a sustentabilidade da dívida pública. Não existe mágica nem malabarismos financeiros”, defendeu Haddad.

Aliados de Tebet defendem que ela e o ministro da Fazenda convergem, principalmente, no debate sobre a qualidade do gasto público. Ao tomar posse, a ministra do Planejamento defendeu que o governo vai colocar o “brasileiro” no orçamento, sem descuidar da responsabilidade fiscal.

“Comungo, ministro Haddad, com sua visão, de que há necessidade não só de cuidar dos gastos públicos com racionalidade, mas da aprovação urgente da reforma tributária”, destacou Tebet.

Questionado sobre as possíveis divergências dentro do governo, Haddad também amenizou as críticas. “Eu acredito que o diálogo é a maior ferramenta da política, e o melhor caminho para encontrar o denominador comum dos anseios da população brasileira e do mercado”, disse.

Alckmin rejeita integrar time de ministros presidenciáveis 
Na outra ponta, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumulou a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, tem rejeitado os questionamentos sobre integrar o time de ministros presidenciáveis do governo Lula. Em seus discursos, Alckmin tem reforçado que será “leal” ao presidente Lula e ao governo do petista.

“Saiba que o senhor terá de mim não apenas a lealdade de um ministro que se soma à de um vice, mas minha dedicação integral em prol de uma agenda que contribua para reverter os resultados inaceitáveis que nossa economia vem acumulando nos últimos anos”, disse Alckmin ao assumir o MDIC.

Antigo adversário de Lula, Alckmin é visto por integrantes do PT como um nome de prestígio do presidente. Petistas mais pragmático e que defenderam a aliança sinalizam, inclusive, que não causaria “estranheza” uma eventual indicação do nome do vice para a disputa presidencial de 2026. Para essa ala, Lula costuma bancar suas decisões, como ocorreu em 2010, quando indicou Dilma Rousseff para a disputa presidencial, mesmo sem o aval de parte do PT.

Na avaliação de André Cesar, cientista político da Hold Assessoria Legislativa, as visões distintas dentro da frente ampla que ajudou Lula se eleger já começam a vir à tona. Para ele, o petista vai precisar ser ainda mais centralizador nesse terceiro mandato para reduzir os conflitos entre seus ministros.

“A situação é clara. Em seu terceiro mandato presidencial, Lula será centralizador como nunca. Não haverá espaço para posicionamentos divergentes em sua equipe. Não existe a figura do ministro indemissível”, explica.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/haddad-tebet-e-alckmin-ate-onde-vai-a-harmonia-do-trio-economico-de-lula/
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APOIOS FALSOS A LULA

 

Artigo
Como passar vergonha em público
Por
Martim Vasques da Cunha, especial para a Gazeta do Povo

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, toma posse em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto.


Vestindo vermelho, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, toma posse em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto: subordinada a Fernando Haddad| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dizem que o diabo mora nos detalhes. Percebe-se isto quando observamos atentamente como o governo de transição do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva montou o seu ministério e como ele elaborou o seu discurso pelos próximos quatro anos.

Para entendermos isso melhor, vamos inicialmente abordar a equipe de ministros.

A expectativa da mídia, dos intelectuais e dos analistas de mercado era a de que Lula, este grande caudilho que superou até mesmo Getúlio Vargas (segundo seus ardorosos defensores), montaria um exército de notáveis, composto por indivíduos que simbolizariam uma “frente ampla” cuja bandeira principal seria a representação da democracia em sua forma mais pura.

A mídia supôs que os ativistas LGBTQ+, os transsexuais, os pretos e os indígenas seriam privilegiados; os intelectuais criaram a ilusão de que somente profissionais técnicos e com diploma — os tais dos “especialistas” — formariam o núcleo da nova elite que ocuparia a Esplanada; e os analistas de mercado caíram no conto da carochinha de que o governo petista abriria espaço para liberais e sociais-democratas darem os seus pitacos na condução da política econômica.

Nada disso aconteceu. O primeiro grupo ficou satisfeito com ministérios de segundo escalão, como o da Cultura (ocupado pela irrelevante Margareth Menezes) e o dos Direitos Humanos (liderado pelo jacobino de boutique Silvio Almeida); o segundo viu que toda a militância petista foi premiada pela sua fidelidade, ao apoiar Lula quando este ficou preso na Polícia Federal de Curitiba, e ganhou o Ministério da Secretaria de Comunicação Social (Paulo Pimenta) e o das Relações Institucionais (Alexandre Padilha); e o terceiro soube que as coisas sempre podem piorar ao serem informados de que promoveram, no posto de Ministro da Fazenda, aquele poste chamado Fernando Haddad (apelidado até mesmo entre seus amigos de “Fernando Vaidade”).

Mas isso já era esperado para quem conhecia os métodos do Partido dos Trabalhadores. Eles são calcados na psicologia das seitas apocalípticas, na qual os líderes formam a casta dos “eleitos” que guiarão os soldados rumo a um combate que trará um “novo mundo” para a sociedade brasileira. O problema mais grave é o que aconteceu com aqueles oportunistas que, como diz a voz do povo, “fizeram o L” para impedir a continuação do governo de Jair Bolsonaro.

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“Fazer o L”, no glossário das redes sociais tupiniquins, é uma tradução malfeita de “take the L”, ou “take the loss” — algo como “aguenta-a-bronca-com-a-confusão-que-você-aprontou”. É o que acontece quando alguém é reprovado em um exame fundamental ou perdeu de forma vergonhosa uma competição muito importante. No inglês, é dirigido ao “loser”, ao perdedor que precisa aprender com os seus equívocos. Já no Brasil, os petistas inverteram o significado para a primeira letra do nome de Lula, como uma espécie de meme o qual relacionava a figura do político como se ele fosse o único obstáculo contra o desastre iminente que seria a manutenção de Jair Bolsonaro no poder.

Entre quem “fez o L”, há os dois tipos de turmas que dominarão o debate público nos próximos dois anos: a “turma do cordão sanitário” e a “turma do duro acerto de contas”.

Ambas surgiram como consequência direta das medidas do governo bolsonarista durante a pandemia do coronavírus. A primeira turma é composta, em sua maioria, pelos jornalistas da grande mídia, os influenciadores de centro-direita, além dos liberais de viés progressista e os ex-bolsonaristas que simplesmente viraram a casaca porque perceberam que os próximos anos não seriam nada fáceis para eles depois do apoio eleitoral que deram em 2018 a uma administração de direita.

O que os unem é um sentimento difuso de culpa, por terem sido “antipetistas” em maior ou menor grau, apoiando a Lava-Jato de Sergio Moro em uma cruzada “anticorrupção”, ou então por terem defendido a retórica de Olavo de Carvalho e seus asseclas como uma forma de se opor à propaganda do PT. O xis da questão é que, ao fugirem desse remorso, também não assumem da responsabilidade por seus atos, fingindo como se nunca tivessem feito parte de um processo histórico que, no fim, culminou numa tragédia ideológica cujos efeitos ainda serão sentidos futuramente. Para esse grupo, a solução prática é apelar para um “cordão sanitário” das ideias, impedindo que elas sejam discutidas livremente, com o uso arbitrário da lei (sempre legitimado pelo STF), criminalizando tudo o que cheirar à “direita”, especialmente se for contra o progressismo técnico e ético (leia-se: o “fascismo de esquerda” dos identitários e o cientificismo daqueles que acreditam que o mundo deve ser administrado como uma gigantesca UTI).

A segunda turma são os militantes ressentidos do PT e que foram expelidos do poder quando Jair Bolsonaro foi eleito democraticamente há quatro anos. Eles são os “demônios” descritos no grande romance de mesmo título criado por Fiodor Dostoiévski e publicado em 1871. Composto por pessoas desequilibradas — e tão violentas quanto os bolsonaristas que desejavam um golpe militar —, este grupelho quer um “duro acerto de contas” contra qualquer inimigo que venha com reflexões ou discursos que não se enquadrem na sua visão de mundo revolucionária. Tudo o que querem é botar na cadeia seja Jair Bolsonaro, sua família e quem o apoiou no seu governo, seja qualquer um que for da direita e fez uma oposição consistente (e democrática) contra o PT.

Durante os últimos dois anos, essas duas turmas se uniram como irmãos siameses nas redes sociais. Caçaram os poucos resistentes da direita que não se venderam nem a um lado, nem ao outro, assassinando suas reputações e classificando-os como “reacionários” e “extremistas”; mostraram que, dentro da própria turma do cordão sanitário, quem não se rendeu ao “fascismo de esquerda” identitário foi cancelado publicamente até ser reduzido a cinzas; e insistiram no fato de que nenhuma ideia perturbadora à tal da “ordem democrática” deveria ser debatida, já que qualquer coisa que fosse contra o progressismo ou o cientificismo (algo completamente diferente da verdadeira ciência), seria imediatamente classificada como “terrorista”.

A guinada de Simone Tebet
Recentemente, a grande representante política que se tornou o ponto de contato entre as duas turmas foi a ex-senadora Simone Tebet (MDB). A princípio, ela parecia ser alguém equilibrada: fez um bom papel na CPI da Covid, criticando a omissão do governo federal a respeito da demora na compra de vacinas e no descaso de aplicar as medidas sanitárias adequadas no período agudo da pandemia; aparecia na mídia como uma voz racional que tentava unir uma economia de mercado com toques de liberalismo e um programa assistencialista que não deixava de lado a questão humana; e denunciou, lá em meados de 2015, o gigantesco esquema de corrupção que envolvia o PT e a Petrobrás, elaborado nos governos de Lula e Dilma Rousseff.

Porém, quando Tebet decidiu ser candidata à presidente da República no ano passado, ela começou a se envolver com o grupo “Livres”, uma turma de liberais progressistas. Rapidamente, a então senadora adotou o discurso identitário do “fascismo de esquerda”, anuindo com jargões a favor dos militantes trans, LGBTQ+, pretos e indígenas; depois, caiu na esparrela de favorecer a retórica ambientalista; e, como se não bastasse, apelou para o raciocínio falho do sentimentalismo tóxico que emocionou uma parte da sociedade já muito cansada com a polarização política, defendendo as medidas autoritárias praticadas pelo STF contra alguns influenciadores bolsonaristas.

A estratégia deu certo: Tebet ficou em terceiro lugar no primeiro turno do pleito de 2022, superando até mesmo o eterno estepe da esquerda radical que era Ciro Gomes. Isso lhe deu cacife para pressionar Lula a pedir um cargo no seu governo, se ele fosse o vencedor, já que seus votos formariam a maioria necessária para o que a mídia apelidava de “frente ampla democrática”. O PT engoliu o sapo, Lula aceitou a proposta e logo depois Simone Tebet “fez o L”.

O caso da ex-senadora é exemplar porque mostra o comportamento psicológico do establishment quando este foi confrontado pelo perigo que representava a reeleição de Jair Bolsonaro. A união das turmas do cordão sanitário e do duro acerto de contas mostra que elas não tinham outra alternativa porque o bolsonarismo colocava em risco nada mais, nada menos que a sua própria sobrevivência existencial.

“Por Gales, Simone?”
Contudo, logo depois que Lula foi eleito, a aliança durou pouco – e Simone Tebet foi escanteada (junto com outra eterna arrependida, Marina Silva). Ela foi obrigada, até para sobreviver politicamente, a reclamar de peito aberto na mídia e dizer, nas entrelinhas, que Lula não estava cumprindo o combinado. Na última hora, o presidente eleito teve de ceder, mas ao seu modo bem Getúlio Vargas: deu a Tebet um cargo de consolação — o Ministério do Planejamento, que, olhem só, ficará subordinado indiretamente ao Ministério da Fazenda comandado por Fernando Vaidade (ops, perdão!: Haddad).

A insistência de Tebet ao procurar Lula por uma sinecura de prestígio lembra o que aconteceu com o personagem Richard Rich, interpretado por John Hurt no filme O homem que não vendeu a sua alma (1963), cuja história é sobre o martírio de Sir Thomas More nas mãos do rei inglês Henrique VIII. Antes de ser Lorde Chanceler no reinado de Edward VI, Rich teve de galgar postos públicos e, para isso, pisar na garganta de algumas pessoas que confiaram nele, entre elas More. Numa cena célebre do longa, durante o julgamento que condenou o famoso autor de Utopia (1516), Rich comete perjúrio e prejudica o seu antigo protetor, levando-o ao cadafalso, ganhando logo depois o título de Duque de Gales. Sem demonstrar um pingo de ódio, More (soberbamente representado por Paul Scofield) diz a Rich: “Richard, eu até entenderia se você se vendesse por um cargo de poder, ou algo parecido. Mas por Gales, Richard, por Gales!”.

Foi a mesma atitude praticada por Simone Tebet: o Ministério do Planejamento foi o seu título de Duquesa de Gales. E o mesmo acontecerá com quem faz parte tanto da turma do duro acerto de contas como a do cordão sanitário. Desesperados por voltarem a qualquer custo ao prestígio que perderam em 2018, seus integrantes sabem muito bem que eles não têm nenhuma autoridade moral para continuar em um governo que, no passado, teve um líder condenado por corrupção e só foi liberado por meio de uma artimanha jurídica.

Não à toa, reconhecendo entre eles que o terceiro reinado de Luiz Inácio Lula da Silva jamais se transformou na “frente ampla democrática” vendida pelos jornalistas e os intelectuais, logo se anteciparam e apelaram para o mesmo tipo de discurso feito por Joe Biden e o Partido Democrata americano em 2020: o de chamar qualquer tipo de oponente, em especial o defensor de Donald Trump, de “terrorista”.

Obviamente, os bolsonaristas fizeram de tudo para ajudar esta retórica, ao atacarem o centro de Brasília em meados de dezembro de 2022, tocando fogo em ônibus e carros, fazendo reféns em shoppings e tentando invadir a sede da Polícia Federal com paus e armas — além da prisão do militante George Washington Souza, que informou um elaborado esquema de subversão equivalente ao que os trompistas mais radicais praticaram com a invasão no Capitólio americano no dia 6 de janeiro de 2021.

Vingança em clima de normalidade
Mas é de se observar também que esses eventos foram muito convenientes para o novo governo petista. Afinal, o que mais motiva um determinado grupo do que saber que há sempre um inimigo à espreita, pronto para destruir os seus planos? Já era assim nos treze primeiros anos do mandato de Lula e Dilma, foi assim com o bolsonarismo durante o tal do “soluço fascista” — e não será diferente nos próximos meses com o retorno de um PT que manipulará o rancor que fundamenta as turmas do cordão sanitário e do duro acerto de contas.

Na prática, não apenas os bolsonaristas serão punidos, ora com perseguições explícitas feitas pelo STF, ora pelo “cone do silêncio” que colocará todas as ideias que não abracem o “fascismo de esquerda” na lata do lixo da história. Toda a direita — inclusive a que criticou o próprio bolsonarismo — sofrerá dessa sina, assim como vários integrantes do cordão sanitário que ainda não entenderam pela maioria da turma do duro acerto de contas.

O PT prepara um círculo vicioso e viciante de vingança atrás de vingança — com a diferença de que, graças aos luminares da grande mídia e da elite política, todos desesperados para manter alguma relevância, tudo parecerá ocorrer num clima de normalidade, criado, é claro, para que o fantasma do “terrorismo da extrema-direita” jamais volte na sociedade brasileira.

Enquanto isso, é provável que, por baixo dos panos, em conluio com o STF, Lula deixará Bolsonaro livre, leve e solto no seu exílio na Flórida, sem nenhuma punição pelos crimes que cometeu durante a pandemia, caçando alguns militantes de direita de segundo escalão para satisfazer a sede de sangue daqueles que “fizeram o L” alegremente.

Tudo isso foi explicitado à perfeição no último dia 1 de janeiro, quando Simone Tebet foi assinar o termo de posse para ser a ministra do Planejamento Social e, sem saber o que fazer com a bolsa que tinha em mãos, pediu para que o presidente do Senado, Rogério Pacheco, a segurasse com firmeza. O local estava repleto de petistas, alguns envolvidos no escândalo do Petrolão — e as testemunhas perceberam que esse gesto foi uma forma definitiva de como passar vergonha em público, uma variação da eterna hipocrisia que comanda o mundo. Minutos antes, no discurso que proferiu a todo o povo brasileiro já como o atual governante da República, Luiz Inácio Lula da Silva atacou o seu antecessor e ouviu o seguinte clamor de quem estava ali: “Sem anistia! Sem anistia!”. O recado era claro: a partir de agora, o diabo de fato mora nos detalhes.

Martim Vasques da Cunha é autor de Um Democrata do Direito (Metalivros, 2021).
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LIÇÕES QUE A GUERRA DA UCRÂNIA NOS DEIXA

 

Após dez meses

Por
Luis Kawaguti – Gazeta do Povo

Bakhmut (Ukraine), 04/01/2023.- Ukrainian forces drive a tank across a street in the city of Bakhmut, Donetsk area, Ukraine, 04 January 2023 (issued 05 January 2023). Heavy fighting is taking place in the region. Russian troops entered Ukraine on 24 February 2022 starting a conflict that has provoked destruction and a humanitarian crisis. (Rusia, Ucrania) EFE/EPA/GEORGE IVANCHENKO


Tanque ucraniano em Bakhmut, na região de Donetsk: cidade concentra alguns dos confrontos mais intensos da guerra atualmente| Foto: EFE/EPA/GEORGE IVANCHENKO

A guerra na Ucrânia não terminou – muito pelo contrário, continua sendo um confronto de alta intensidade, que já deixou mais de 40 mil civis mortos. Porém, completados dez meses de guerra, já é possível identificar ao menos cinco aspectos do maior conflito bélico do século 21 que não saíram exatamente como muitos analistas esperavam. Eles são a guerra cibernética, as sanções econômicas, as armas de alta tecnologia, os drones e a propaganda.

O conflito na Ucrânia acelerou uma corrida armamentista que vinha se delineando desde 2018 – quando aumentou a rivalidade entre Estados Unidos e China. Nações europeias voltaram a investir em grandes exércitos, com receio de que a promessa de proteção de Washington talvez não seja suficiente para garantir sua segurança. Temor semelhante tem levado o Japão e países do Indo-Pacífico a tomar rumo semelhante.

O novo governo no Brasil pode não ser capaz de alterar o atual cenário de escassez de investimentos na área militar. Mesmo assim, ao pensar a estratégia brasileira de defesa, devemos levar em conta as tendências reveladas pela guerra da Ucrânia.

Guerra cibernética
As ações no campo de batalha virtual vinham sendo tratadas nas últimas décadas por analistas como um dos fatores mais importantes das guerras do futuro. Hackers seriam capazes de destruir redes elétricas, desabilitar sistemas de comunicação militar, destruir sistemas logísticos e tornar armamentos cinéticos (não virtuais) inúteis.

Porém, essas teorias não haviam sido testadas em um conflito de larga escala. A maioria das previsões não se concretizou na guerra na Ucrânia. A batalha virtual teve um papel secundário no teatro de operações.

Sistemas eletrônicos fundamentais para o funcionamento da sociedade ucraniana – como redes de transporte ou de movimentação financeira – foram transferidos de centros de dados locais para “nuvens” cibernéticas espalhadas por toda a Europa. Quando os computadores ucranianos foram atacados, não havia mais dados lá para serem destruídos.

Além disso, ações de hackers russos que levaram meses para ser preparadas causaram, no máximo, apagões de algumas horas em redes elétricas e de comunicações da Ucrânia. Sistemas de emergência foram colocados em operação rapidamente, tornando inúteis os esforços dos ratos de computadores do Kremlin.

Moscou passou então a usar mísseis nada virtuais para destruir o sistema elétrico e a infraestrutura ucraniana.

A lição que tiramos disso é que os ataques cibernéticos podem ser eficazes para causar transtornos a países em tempos de paz. Também servem para obter recursos financeiros, como no caso da Coreia do Norte, ou roubar tecnologia alheia, como já demonstrou a China. Porém, eles não se mostraram capazes de mudar a sorte de um exército no campo de batalha.

Sanções
Na geopolítica, as sanções econômicas são um meio termo entre declarações diplomáticas vazias e intervenções militares.

Os Estados Unidos e seus aliados da Europa levantaram centenas de sanções contra a Rússia, para diminuir a capacidade do presidente Vladimir Putin de financiar sua campanha militar. Contudo, a economia russa só retraiu 3,4% – um cenário muito diferente da queda de dois dígitos prevista por alguns analistas após a invasão de 24 de fevereiro de 2022.

A Rússia, de fato, está tendo muita dificuldade de importar itens de alta tecnologia. Mas sua economia foi “salva” principalmente pela venda de derivados de petróleo para países do sudeste asiático, especialmente China e Índia. Esses países também têm substituído a Europa no papel de fornecer produtos industrializados para a Rússia.

A guerra também acelerou um processo no qual diversos países começam a desenvolver mecanismos para se tornarem menos vulneráveis a sanções promovidas por Washington. Entre eles, estão trocas diretas de moeda entre países, sem intermédio do dólar, sistemas de mensagens bancárias alternativos ao Swift, como o CIPS chinês, e moedas digitais de bancos centrais, as chamadas CBDC.

Neste caso, a lição é que, apesar de serem um instrumento poderoso para enfraquecer rivais, as sanções parecem não ser mais capazes de evitar ou acabar com guerras – nem forçar potências a se submeterem à vontade de Washington e de seus aliados.

Armas de alta tecnologia
Uma das coisas que mais surpreenderam nesta guerra foi a coexistência no campo de batalha de armas de última geração com táticas e armamentos usados nas guerras mundiais do século 20. Ou seja, a Guerra da Ucrânia não é um conflito hipertecnológico, no qual os oponentes travam batalhas apenas apertando botões, longe disso.

Foi possível presenciar o uso daquela que talvez seja a arma mais avançada do planeta: o míssil hipersônico – capaz de inutilizar qualquer sistema de defesa antiaérea. Ele foi lançado pela Rússia, por exemplo, contra um depósito de munições de caças ucranianos na região de Lviv, em março.

Também é possível destacar a destruição de milhares de blindados, de ambos os lados, por lançadores de mísseis de uso individual, como o Javelin, cujo nome foi popularizado pela eficácia no campo de batalha. Houve ainda a utilização dos Himars, os lançadores de mísseis de alta mobilidade, doados por Washington, que permitiram aos ucranianos fazer frente à artilharia russa.

Mas, no mesmo conflito, dezenas de milhares de soldados estão usando táticas da Primeira Guerra Mundial, como a guerra de trincheiras, os campos minados e os confrontos com canhões de artilharia.

Trata-se de uma guerra de proporções tão massivas, que pouco lembra as imagens da chamada “guerra ao terror”, quando operadores de forças especiais do Ocidente combatiam guerrilheiros com recursos militares abundantes – usando comunicação avançada para solicitar evacuações por helicóptero de feridos ou para ordenar ataques aéreos contra posições inimigas.

Não, na Ucrânia há tantos combatentes lutando ao mesmo tempo que faltam médicos, ambulâncias, comunicações e até munição em alguns casos. Ao lado dos militares profissionais, há civis que nunca haviam colocado as mãos em armas e combatentes usando armamentos similares aos que eram utilizados na primeira metade do século passado.

A lição aqui é que a presença de armas avançadas no campo de batalha aumenta as chances dos exércitos que as possuem. Porém, não há uma arma ou tecnologia que, por si só, seja capaz de definir o resultado da guerra. Há muitos outros fatores em jogo, como logística, terreno, treinamento de efetivos, motivação dos combatentes, manobras militares etc.

Drones
Diferente da guerra cibernética, os veículos não tripulados estão fazendo a diferença na guerra na Ucrânia. Esse parece ser só o começo, pois os veículos não tripulados devem estar presentes cada vez mais nos conflitos do futuro.

Seu uso havia sido previsto de forma similar ao conceito de drone que foi usado nas “guerras contra o terror” do início deste século. Nelas, aviões não tripulados do tamanho de aviões de caça ficavam horas em voo para abater inimigos com foguetes. Sua vantagem era permanecer em operação por muitas horas, sem a necessidade de pousar para o piloto descansar.

Mas esses drones são muito mais lentos e menos armados que os aviões de caça tradicionais. Seu uso seria limitado em guerras convencionais, pois rapidamente se tornariam alvos fáceis para os caças tripulados do inimigo, segundo diziam os especialistas.

Mas não foi isso que ocorreu na prática. Um exemplo foi o dos drones turcos Bayraktar – aeronaves de controle remoto de grandes proporções, semelhantes aos drones usados na guerra ao terror. Eles foram comprados pelos ucranianos e usados para destruir grande quantidade de blindados russos no início da invasão.

Seu conceito de uso foi mudando ao longo do conflito. Ataques singulares dessa aeronave foram sendo substituídos por ataques em “enxame” – quando vários drones investem contra um mesmo alvo simultaneamente, com o objetivo de confundir as defesas antiaéreas. Acredita-se que foi com ataques de diversos drones e mísseis antinavio que a Ucrânia afundou em abril o cruzador Moscou, o navio capitânia dos russos no Mar Negro.

Mas o Kremlin retribuiu na mesma moeda: comprou drones iranianos Shared, que são menores que os Bayraktar e, ao invés de foguetes, levam explosivos e são detonados quando o aparelho se choca contra seu alvo, ao estilo kamikaze. Desde outubro, centenas desses drones estão sendo combinados a ataques de mísseis de cruzeiro para saturar as defesas aéreas ucranianas e destruir a infraestrutura elétrica do país.

A estratégia não fez a Ucrânia aceitar um acordo de paz, mas obrigou seus aliados do Ocidente a investir pesado no envio de defesas antiaéreas para o país.

A Ucrânia utiliza ainda drones navais, que são pequenas embarcações carregadas de explosivos que atuam de forma kamikaze, como os drones aéreos do Irã. Diversos desses barcos foram usados em novembro para atacar o porto russo de Sevastopol.

Em paralelo, drones aéreos comerciais – aqueles aparelhos um pouco maiores que uma bola de futebol que você pode encomendar até pela internet – passaram a ser usados como armas de guerra. Primeiro, eles eram usados como plataformas de observação: os combatentes os lançavam para observar inimigos quilômetros à frente.

Depois, esses pequenos drones eram usados para levar granadas de mão e lançá-las contra inimigos. Aos poucos, as granadas e seus sistemas rudimentares de lançamento passaram a ser substituídos por bombas não teleguiadas, mas de alta capacidade explosiva que começaram a gerar baixas significativas entre soldados e blindados.

Quando estive na Ucrânia em 2022, tive contato ainda com técnicos que estudavam agora uma próxima fase: programas de computador que controlam centenas de drones minúsculos ao mesmo tempo e os fazem atacar alvos com a técnica de “enxame”, sem a necessidade de pilotos humanos.

A lição neste caso é que dificilmente uma guerra convencional futura será travada sem o uso de drones. Podemos esperar, por exemplo, que até tanques remotamente controlados e sistemas completamente independentes de interação humana sejam vistos nos conflitos do amanhã.

Propaganda
Analistas já previam que a propaganda desempenharia um papel de grande importância nas guerras na era da informação. O que ninguém imaginava é que ela influenciasse até mesmo os seus criadores.

Foi isso que parece ter acontecido com a Rússia. Sem receber informações claras de seus órgãos militares e de inteligência, o presidente Vladimir Putin teria sido uma das “vítimas” da propaganda sobre o poderio militar russo e a eficácia das operações especiais de cooptação da população ucraniana.

Ou seja, segundo documentos militares apreendidos no campo de batalha, as forças russas imaginavam que enfrentariam pouca resistência na Ucrânia e marchariam sobre Kyiv horas depois do início da invasão em 24 de fevereiro.

O erro de avaliação pode ter sido causado por diversos fatores: medo de assessores da reação de Putin a prognósticos negativos, corrupção generalizada nos órgãos de inteligência, desvio de recursos que seriam usados para modernizar as forças armadas e criar movimentos rebeldes dentro da Ucrânia, entre outros.

Nesse aspecto, podemos concluir que as campanhas de informação e a propaganda desempenham um papel muito importante no conflito. Mas elas também não são capazes de definir por si só o rumo da guerra.


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LULA E MADURO COM COM O VIES AUTORITÁRIO

 

Terceiro mandato

Por
Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo


Os ditadores venezuelanos Nicolás Maduro e Hugo Chávez em evento em Manaus com Lula, em 2007| Foto: EFE/Raimundo Valentim

Um dos primeiros atos da política externa do governo Lula (talvez o primeiro) foi realizado antes mesmo de sua posse. Para atender o desejo de convidar o ditador Nicolás Maduro para a cerimônia que marcou o início do terceiro mandato de Lula, os petistas convenceram o Itamaraty e o Ministério da Justiça a revogar uma portaria de 2019, que proibia o ditador venezuelano e seus colaboradores mais próximos de entrar no Brasil. Naquele ano, os então ministros da Justiça, Sergio Moro, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, baixaram a norma seguindo os exemplos de Argentina, Chile, Colômbia e Panamá.

A decisão de barrar Maduro e seu bando se baseou em resoluções da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) e em declarações do Grupo de Lima, que foi criado em 2017 com a missão de tentar encontrar uma solução para a crise política, institucional, econômica e humanitária da Venezuela.

Para os petistas, se tratava de reverter uma decisão de Jair Bolsonaro que havia se tornado um inconveniente para a vinda de um dos convidados principais. Maduro não apareceu, mas enviou o presidente da Assembleia Nacional, o deputado Jorge Rodriguez, para representar o regime. Rodriguez, por sinal, foi sancionado pelo Tesouro dos Estados em 2018 e era um dos nomes da lista dos membros do regime proibidos de entrar no Brasil.

Maduro herdou o regime fundado por Hugo Chávez e não se constrangeu em mostrar como a Venezuela se transformou em uma ditadura. A tragédia venezuelana se tornou tão explícita, que nem quem se esforçava para fazer vista grossa para os abusos do chavismo conseguiu continuar a fazê-lo. Mesmo com informes cheios de contorcionismos, a ex-presidente do Chile e chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, reconheceu, por mais de uma vez, que o regime liderado por Maduro violava os direitos humanos.

Mas e daí? Maduro ignorou o mundo e, com o suporte da China, Rússia, Turquia e Irã, manteve-se de pé. Prestes a completar dez anos no poder, o ditador soube aguardar pela normalização de seus atos. Ajudado pela crise energética derivada da invasão russa na Ucrânia, que deu músculos ao lobby petroleiro nos Estados Unidos, Maduro tem deixado a condição de pária para se tornar um parceiro repugnante, mas (supostamente) necessário.

A crescente reabilitação de Maduro não significa a anistia de seus crimes ou muito menos a sua absolvição. A lista de violações de Maduro é robusta e está sob investigação na Corte Penal Internacional, o Tribunal de Haia. Diga-se de passagem, é onde são julgados ditadores que cometeram crimes contra humanidade e genocidas.

Mas, para a nova fase da diplomacia brasileira, Maduro voltou a ser um bom companheiro. Um parceiro (supostamente) essencial.

Lula foi eleito prometendo salvar a democracia. Foi e ainda é festejado por isso. Mas a maleabilidade com que Lula, lulistas e assemelhados atribuem ao que chamam de democracia é desconcertante. A tolerância, o suporte e a admiração ao chavismo e seu herdeiro são exemplos da incoerência. Quando criticados, eles recorrem ao fato de que na Venezuela são realizadas eleições. Aliás, talvez nenhum lugar na América Latina ou no mundo todo tenha realizado mais eleições e consultas populares que a Venezuela chavista.

Eleições são superdimensionadas no seu papel como fenômeno democrático. Cuba e Coreia do Norte realizam eleições. E daí? Pensar que democracia se resume a votações é, possivelmente, o equívoco central que é aproveitado por quem quer distorcer o conceito de democracia ou até mesmo desacreditá-la.

Votar é um ato que faz parte da democracia, mas não a resume. Garantias fundamentais como a liberdade de expressão, equilíbrio entre os poderes constituídos, sistemas legais justos e céleres, respeito aos bens públicos e absoluta observância da Constituição são alguns – apenas alguns – dos elementos que ajudam a medir a saúde de uma democracia. Se eles não vão bem, a democracia vai mal.

Ditadores como Vladimir Putin e Xi Jinping sabem muito bem como usar o endeusamento das eleições no Ocidente contra os próprios ocidentais. Em 2016, ao espalhar que havia interferido na eleição dos Estados Unidos, a Rússia – que inegavelmente atuou, mas certamente não na escala e com os resultados que eles fizeram o mundo acreditar – minou a confiança no sistema eleitoral americano. Em 2021, a China se aproveitou da esparrela da campanha de Donald Trump e seus apoiadores sobre fraudes que se mostraram impossíveis de serem comprovadas para vender a tese de que o modelo de democracias que conhecemos não serve e que a “democracia” deles deve ser considerada como opção ou pelo menos aceita como algo normal.

A Venezuela de Hugo Chávez e de Nicolás Maduro não se transformou no que se transformou da noite para o dia. O chavismo não é um acidente, um milagre ou um assalto sobre a pobre população venezuelana. O regime foi construído. Chávez foi eleito em 1998 em uma eleição limpa. Certamente com problemas, mas de acordo com as regras e sem a roubalheira que depois marcaria cada uma das outras disputas eleitorais que viriam nos anos seguintes. O povo o escolheu para resolver a crise e dar respostas sociais que eram ignoradas pelos seus antecessores. Ele já havia se mostrado um golpista ao tentar agarrar o poder à marra, em um golpe frustrado, seis anos antes. Mas mesmo assim, os venezuelanos deram a ele as chaves do Palácio de Miraflores.

Chávez comprou quem podia. Perseguiu quem não conseguiu comprar. Prendeu. Espancou. Matou. Mas nada disso aconteceu de repente. Muitos ainda insistem em acreditar que golpes são atos instantâneos. Chávez tentou esse modelo antigo e deu errado. Então ele transformou o seu golpismo em um ato diário. A democracia na Venezuela foi morrendo dia após dia. Ano após ano. Ato após ato.

Quando morreu, em março de 2013, Chávez legou a Maduro um país dividido. A crise econômica já ameaçava a estabilidade e as instituições já não existiam para nada além de validar as ações do regime. Maduro veio para sedimentar o estrago, aumentando a intensidade e alcance da tragédia. Coube a ele a cara do ditador. Mas a ditadura que ele herdou estava há tempos em gestação.

A América Latina está repleta de exemplos de autocracias que nasceram disfarçadas de democracia. Nicarágua e Bolívia estão entre aquelas que merecem menção. Voltando à Venezuela, vale lembrar que Chávez lutou contra o fascismo. Pelo menos é o que ele dizia. Prometeu igualdade e justiça social. Teve a mão pesada ao fazer valer o que ele vendia ser justiça, mas nada mais era que justiçamento. Amordaçou os críticos. Fechou TVs, jornais e sites. Quebrou o país. Ejetou do território pela perseguição, fome, violência e toda ordem de tragédia mais de 7 milhões de venezuelanos.

Tudo isso já havia acontecido e era devidamente conhecido, mas, mesmo assim, o PT de Lula se manteve fiel. Em uma nota, atualmente possível de ler apenas em um arquivo digital, o PT manifestou sua felicidade pela vitória do regime em eleições regionais. A nota diz, entre outras barbaridades, que “essa vitória adquire ainda mais importância histórica por ter se dado em meio a uma torpe tentativa de cerco e aniquilamento do país liderada pelo governo estadunidense, império que busca derrotar os povos e nações que lutam por justiça social, inclusão social e autodeterminação”.

Nos últimos anos, uma das perguntas que mais ouvi sobre o tema foi sobre a possibilidade ou não de o Brasil virar uma Venezuela. Eu sempre disse que não. Nunca faltou vontade, mas sempre faltaram as condições. Lula voltou e seremos colocados perante um novo teste de resiliência. A questão agora é saber se os freios que existiram no passado serão capazes de serem acionados. O Brasil já está ladeira abaixo. A questão é saber se conseguirá fazer a curva ou se vai despencar no abismo.

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LULA QUER EDUCAÇÃO INCLUSIVA

 

Decreto revogado
Por que isso é um erro
Por
Gabriele Bonat – Gazeta do Povo

A disabled student in a wheelchair in primary school.


Há 124.072 escolas públicas e privadas com matrículas da educação especial| Foto: bigstock

Com a revogação do decreto de Jair Bolsonaro que instituiu uma nova Política Nacional de Educação Especial (PNEE), o governo Lula volta à antiga medida do PT, implantada em 2008, de inclusão obrigatória de crianças com necessidades especiais – autistas, surdos, superdotados, etc. –, em salas de aula regulares. A decisão, na contramão de pesquisas científicas sobre o tema, pode ter o efeito inverso e ser uma forma de exclusão em alguns casos, alertam especialistas e pais de crianças especiais.

A PNEE de Bolsonaro, instituída em setembro de 2020, continuou a dar preferência a matrículas em escolas regulares – não houve nenhuma proibição à inclusão -, mas oferecia flexibilidade e alternativas para alunos que não estavam aprendendo nas salas de aula comuns por necessitar de atendimento especial. “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020. Antes de ser implantada, porém, a medida foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) poucos meses depois, por um pedido do Partido Socialista Brasileiro (PSB). E, agora, revogada definitivamente por Lula no seu primeiro dia de governo.

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“Boa vontade” não é suficiente para ajudar crianças com necessidades especiais 

As intenções apresentadas pelo PT para tratar todas as crianças da mesma forma são positivas: eliminar preconceitos, fomentar a convivência com outras crianças, evitar que sejam privadas de conteúdos de aprendizagem. O problema é que a mera “boa vontade” de colocar todos na mesma sala de aula, sem ajuda personalizada e especializada, não é suficiente para atingir essas metas, podendo até prejudicar as crianças em muitos casos. Sem contar que a política de 2008 levou muitas escolas especiais, que realmente faziam a diferença na vida dessas crianças, ao abandono dos poderes públicos pela falta de recursos e políticas de fomento.

A primeira consequência da política de 2008 do PT foi a queda de matrículas nas escolas especiais e a transferência de alunos em salas de aulas comuns – sem recursos especiais e com professores despreparados para lidar com alunos com necessidades especiais (um autista, um surdo, etc.) em turmas de 20, 30 alunos ou mais. De 2010 para 2020 houve um aumento de 138% no número de matrículas de alunos com deficiência em classes comuns, de 484 mil para 1,15 milhão, segundo dados do Anuário Brasileiro de Educação Básica 2021. Já em escolas especializadas ou classes especiais, houve uma redução de 218 mil para 156 mil matrículas, de 2010 para 2020.

Não houve acompanhamento ou pesquisas pra analisar os resultados de aprendizagem e de inclusão dessa política pública. Relatos de famílias, professores e especialistas (leia abaixo) somados a questionamentos de pesquisas internacionais sobre o tema apontam que algo não vai bem.

Um artigo publicado em 2018, por exemplo, “Has inclusion gone too far? Weighing its effects on students with disabilities, their peers, and teachers”, de Alisson Gilmour, professora na Temple University, na Filadélfia, com base em pesquisas científicas realizadas em salas de aula nos Estados Unidos, é um dos levantamentos científicos que questionam a inclusão universal obrigatória.

O estudo apresentou como consequências dessa política o atraso do progresso na aprendizagem e a desmotivação dos alunos com deficiência, por não conseguirem acompanhar as aulas e não terem um acompanhamento personalizado. Ao mesmo tempo, os alunos regulares, que estudam em classes inclusivas, tiveram o seu desempenho afetado, apresentando baixo resultado acadêmico e comportamental. Além disso, o artigo apontou que os professores de salas inclusivas passam mais tempo no gerenciamento da sala de aula e menos tempo na instrução e ensino.

No Brasil, a maior parte dos docentes também não está preparada para atender a demanda desses alunos com necessidades especiais. Dados do Anuário Brasileiro de Educação Básica 2021 mostraram que apenas 5,8% dos professores da educação básica fizeram algum curso destinado à formação continuada para atuar na educação especial.

Lucelmo Lacerda, doutor em Educação pela PUC-SP, pós-doutor em Psicologia pela UFSCar e pai de um menino de 12 anos com autismo severo, explica que, no cenário internacional, a inclusão de crianças com deficiência foi implementada com alguns efeitos positivos. Entretanto, a educação inclusiva funciona quando há adequações necessárias, além do apoio de escolas especializadas para os alunos que não se encaixam nesse modelo, como a proposta de 2020 permitia. Lacerda frisou que no Brasil não há valorização da educação especializada e nem planos individualizados, ou seja, um projeto de desenvolvimento para a criança com deficiência.

“As escolas comuns não estão preparadas para pessoas com deficiência ou sem deficiência. O Brasil não tem implementado soluções”, diz ele, que fez um estudo comparativo da proposta do PT de 2008 e de Bolsonaro, de 2020. Lacerda afirmou que é preciso observar cada caso para concluir a melhor forma de escolarização, seja em uma escola comum ou especial, para que o estudante com necessidades especiais realmente tenha crescimento cognitivo e afetivo.

“Inclusão não é a matrícula em uma escola comum. A inclusão é um sistema e depende de uma série de processos que envolve escolas especiais e salas especiais”, destacou. Entretanto, segundo ele, no Brasil não há esse estudo individual para cada deficiente e isso dificulta a verdadeira inclusão.

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Um outro lado da inclusão em sala: aluno desmotivado e professor desamparado
Política Nacional de Educação Especial: entre a fé e as evidências
Nova política do MEC para alunos com deficiência: por que a inclusão total não se sustenta
Inclusão total tende a reduzir investimento em escolas especiais, fundamentais para muitas crianças 
A política de inclusão total é mais barata para o governo: o documento do PT de 2008 chegava a prever punições a qualquer tentativa de adaptação das escolas para atender melhor alunos com necessidades especiais por considerá-las “excludentes”. Ao mesmo tempo, não há nenhuma política de fomento às escolas especializadas para alunos que delas precisam – sem falar da perseguição que elas sofrem pela esquerda ao serem acusadas de promover “segregação dos estudantes”, quando, pelo contrário, são as que conseguem, em muitos casos, ensinar a ler e escrever e preparar crianças com necessidades especiais para o mercado de trabalho.

“As escolas especiais continuam existindo, mas existe um limbo jurídico. Não há orientação, regulamentação e não existe nenhum documento sobre escolas especiais. Então, continuam do mesmo jeito que estavam [antes da decisão do STF de suspender a PNEE de 2020], sem financiamento e supervisão. E esse é o cenário ideal para abusos e reduz a oferta de serviço público para os deficientes”, criticou o doutor em Educação, Lucelmo Lacerda.

O presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Brasil, José Turozi, defende que, como estava prevista na PNEE de Bolsonaro, cabe aos pais decidir a melhor solução educacional para o filho deficiente. Mas afirma que a política de inclusão de Lula também é positiva, desde que não provoque um desmonte nas escolas especiais. “Se não houverem pessoas com deficiência frequentando o ensino regular, a escola comum nunca será inclusiva, pois não será provocada para ser”, disse. Dessa forma, a inclusão é um processo e “que está sendo construído ao longo do tempo e com a participação ativa de diversos entes sociais”.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), ainda que o Programa de Educação Especial não tenha sido implantado pela decisão do STF, alguns investimentos foram realizados na área educacional especializada. Segundo a Semesp/MEC, através do Programa Dinheiro Direto na Escola – Sala de Recursos Multifuncionais e Bilíngues de Surdos foram investidos em torno de R$ 500 milhões, nos últimos quatro anos, alcançando 20 mil escolas e 630 mil estudantes.

O programa Dinheiro Direto na Escola – Acessibilidade foram investidos mais de R$ 100 milhões, beneficiando mais de 4 milhões de estudantes e 8 mil escolas. A formação continuada de professores na rede básica de ensino foi outro foco do governo. Somente em 2022, foram ofertados 31 cursos voltados para educação especial desenvolvidos por 18 instituições, com 16 mil vagas oferecidas.

O repasse de recursos para as escolas especiais foi feito pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. As instituições receberam investimentos de programas, como Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e Programa Nacional da Alimentação Escolar. Outros projetos, como Programa Sala de Recursos Multifuncionais e Bilíngues de Surdos e o PDDE Escola Acessível também auxiliam as instituições de ensino a adquirirem equipamentos, tecnologia assistiva e materiais pedagógicos.

“A inclusão nunca é como deveria ser”, diz mãe   
Atualmente, o atendimento a crianças com necessidades especiais é reduzido e precário em muitos lugares. Thami Nascimento, mãe de duas meninas com deficiência auditiva, relatou a experiência das filhas com escolas especiais e regulares. A filha mais velha, Geovana, já estudou em escola especial e regular. Atualmente, está em uma escola estadual somente para surdos. A mãe contou que no colégio regular não havia uma estrutura e preparação dos profissionais. “Era uma má vontade da direção da escola e a professora fazia bullying com ela”.

Thami contou que a escola não estava auxiliando no desenvolvimento da filha e, por isso, optou por colocá-la em uma escola somente para surdos. Mas a mãe criticou o fato de somente ter uma opção de escola para surdos de ensino fundamental e médio para colocarem as meninas na cidade que reside.

“A solução não é tirar escolas especiais, mas criar mais. Se consegue separar os tipos de deficiência, fazer uma triagem e colocar as crianças com desenvolvimento parecido, isso pode ajudar”, afirmou. “Eu sou muito a favor de escola especial. Há casos que a criança vai para escola regular e consegue acompanhar. Mas a escola especial oferece o que a gente não pode fazer no particular. Nas escolas especiais, há o ensino de sinais e o trabalho com oralização”, complementou.

Thami ainda comentou que a inclusão na escola regular “não é como dizem na teoria”, em que há um atendimento para todos, socialização e diversidade. “A inclusão nunca é como deveria ser. Nunca é da forma que precisa ser. Uma inclusão se torna uma exclusão. Você coloca a criança na escola regular achando que será incluída, mas ela acaba sendo excluída e fica no canto de sala”, apontou a mãe de duas meninas surdas.

Outra mãe, Nadia do Prado, relata que sempre colocou o filho Pedro, que tem síndrome de Stuve Wiedemann (afeta os membros do corpo com encurtamento e deformidades), em escola regular. Ela conta que em todos os colégios que o filho estudou não havia preparação para atender as necessidades dele. A principal carência, segundo ela, é a estrutura. Em todas as escolas havia muitas escadas e a criança precisa de rampas, pois anda com cadeira de rodas. Além disso, a mãe afirmou que os professores não estão preparados para esses estudantes especiais.

Embora o filho tenha tutor designado para auxiliá-lo no colégio em que estuda, esse profissional raramente está disponível, contou Nadia. “Sempre colocam o tutor para fazer outro trabalho”. Com isso, ela se dispôs a ir ao colégio todos os dias para ajudar. “Eu vou ao colégio todos os dias, levo na sala, arrumo a mesa, tiro ele da cadeira de rodas, depois vou no intervalo dar o lanche, pois não tem ninguém para ajudar”, explicou.

Segundo Nadia, é preferível ficar com ele, pois já chegaram a estragar a cadeira de rodas do filho e deixá-lo excluído no intervalo. “Ele teve somente uma professora de educação física que pensou em incluir ele na aula”, relatou. Ela disse que, recentemente, teve um passeio em que as professoras avisaram que o Pedro não poderia ir, pois no ônibus não teria como colocar uma cadeira de rodas e que não havia quem pudesse cuidar dele.

“Não tem nenhuma inclusão. Os professores não sabem o que fazer. Por isso, eu me empenho em participar na escola para ajudar ele nas atividades, porque meu filho gosta de estudar”, afirmou a mãe.


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MANIFESTAÇÕES CONTRA O GOVERNO EM BRASÍLIA

 

Mais de 100 ônibus chegam a Brasília

Foto: Andreza Matais

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Por Andreza Matais e Daniel Weterman

Acampamento na frente do QG do Exército que tinha 200 pessoas já tem 3,9 mil; segurança na capital foi reforçada

BRASÍLIA – Relatórios de inteligência em poder do governo indicam que 100 ônibus com 3.900 pessoas chegaram em Brasília com disposição de retomar protestos de rua contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Convocados pelas redes sociais, os extremistas falam em um ato na capital federal neste domingo. Para evitar depredações como as que ocorreram no dia 12 de dezembro, a segurança em Brasília foi reforçada e o governo passou a falar em endurecer o tratamento contra quem adotar discurso golpista.

Desde a posse de Lula, o acampamento dos extremistas no QG do Exército vinha sofrendo esvaziamento. Na última semana, apenas 200 pessoas permaneciam por ali. Com a chegada das caravanas de ônibus, em viagens organizadas por grupos de Whatsapp, o contingente voltou a preocupar o governo.

Autoridades do Executivo relataram ao Estadão que a movimentação dos extremistas vem sendo monitorada. Até o momento, os que estavam acampados na frente do Quartel General do Exército vinham recebendo tratamento respeitoso, sem que fosse forçada uma saída do local.

A partir de informações de que os extremistas decidiram retomar atos em Brasília e seguem com discurso de enfrentar o governo eleito, até com pregação de atos para impedir distribuição de combustível e ir para “o tudo ou nada”, a cúpula do governo Lula mobilizou o aparato de segurança federal: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional foram acionadas para proteger a Esplanada. Também houve uma articulação com o governo do Distrito Federal para reforçar a proteção.

Segundo um integrante do governo, apesar de ainda acampados na porta de quartéis, os extremistas não têm apoio dos militares. Mas o relato que tem sido levado ao presidente Lula é de que ainda há dúvidas entre parte dos oficiais sobre o resultado da eleição. Nas palavras de um auxiliar do presidente, os militares estão “pacificados, mas não totalmente convencidos”. Assim, o cenário descrito é de situação pacífica, porém “delicada”.

Com esse diagnóstico em mãos, ministros do governo decidiram neste fim de semana deixar claro que a atual gestão não poupará esforços para reprimir atos extremistas e espera contar com apoio das forças de segurança para isso. Neste sábado, o ministro da Justiça, Flávio Dino, passou o dia em conversas telefônicas com seu colega da Defesa, José Múcio. Dino também conversou com diretores da PF e da PRF. O próprio Dino acabou relatando que teve as conversas em rede social: “Sobre uma suposta “guerra” que impatriotas dizem querer fazer em Brasília, já transmiti as orientações cabíveis à PF e PRF. E conversei com o governador Ibaneis e o ministro Múcio”, escreveu.

Estadão apurou que Dino e Múcio pretendem inspecionar pessoalmente a situação da Esplanada neste fim de semana. O acesso de veículos à Praça dos Três Poderes foi fechado.

“Pauta unificada”

Pelas redes sociais, os grupos que organizam os atos em Brasília alegam que não pretendem depredar nada, mas falam em intervenção militar e enfrentamento ao governo. Uma “pauta unificada” foi distribuída em grupos para explicar o que os extremistas querem.

“O que deve ser nosso Movimento daqui pra frente? Desobediência Civil; Qual o nosso objetivo imediato? Limpeza dos 3 Poderes; Quais os nossos objetivos finais? Impedir a implantação do Comunismo ou Socialismo no Brasil e erradicar a Corrupção; Qual a nossa exigência? Intervenção imediata das Forças Armadas; Quais as nossas ações? Ocupar a Praça e as Edificações dos Três Poderes, bloquear todas as refinarias, paralisar o transporte rodoviário, paralisar as atividades industriais, comerciais e agropecuárias, e suspender todos os pagamentos de impostos”, diz o texto.

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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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