sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

MELHORES CERVEJAS NACIONAIS

 

Cerveja Nacional
Conheça as cinco cervejas do Sul consideradas as melhores da América Latina em 2022
Por
Bom Gourmet

People are clinking beers together, they are partying and drinking beers together at a company party, drinking beer. Cheering with beer and And Drinking Beer.


| Foto: Bigstock

As cervejas produzidas no Sul do país tem ganhado destaque no mercado interno e também em competições internacinais. Prova disso foi o desempenho dos rótulos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul na última Copa Cervezas de América, no final de outubro. Foram 5 cervejas eleitas as melhores do continente.

Considerado o maior evento cervejeiro da América Latina, a Copa analisou 1.720 amostras de todo o continente Sulamericano. O Brasil conquistou 43 medalhas e a Saison Pitaya, da cervejaria paranaense Água do Monge, foi eleita a melhor da competição. Além dela, outros 4 rótulos do Sul do país foram considerados os melhores da América Latina em suas categorias. Confira as características de cada cerveja:

Saison Pitaya: Cervejaria Água do Monge de Guarapuava-PR

Com 5.2 de ABV e 20 IBU, a Saison Pitaya foi o grande destaque da edição de 2022 da Copa Cervezas de América, levando a medalha de ouro na sua categoria e sendo eleita a melhor cerveja da competição. Ela traz o resultado da soma de todas as características marcantes de uma Saison (como o amargor e a refrescância) com o toque frutado da Pitaya. Harmoniza com sashimi, queijo brie e panetone de frutas cristalizadas.

Königs Bock: Cervejaria Königs Bier, Jaraguá do Sul-SC
6.5% ABV 16 IBU. Encorpada e com amargor quase imperceptível, a Königs Bock ganhou o ouro na categoria European Dark Lager. No aroma, a presença marcante de malte e notas tostadas, de sabor equilibrado entre a doçura e o torrado, com eventuais traços de nozes e avelãs. Harmoniza com carne de porco, salsicha alemã, queijos e sobremesas de chocolate.

Neblina Flutuante: Ruradélica Ales, Porto Alegre-RS
6.7 ABV 60 IBU. O lúpulo neozelandês Rakau utilizado na Neblina Flutuante, outra medalhista de ouro na categoria New World Pale Ales da Copa Cervezas de América deste ano, traz amargor ponderado e muito sabor de frutas amarelas. Essa New Zealand IPA fica ainda melhor quando acompanhada por biscoito de polvilho, manga e carnes com gordura.

Rendeiras Witbier: Cervejaria Kairós, Florianópolis-SC

4.6% ABV 10 IBU. Com a medalha de ouro de melhor Witbier, a Rendeira é produzida com maltes de trigo e de cevada, não é filtrada e seu sabor traz o frescor cítrico da laranja, com um leve sabor picante do coentro. Uma deliciosa e refrescante combinação que casa perfeitamente com um dia quente e com pratos leves, saladas e frutos do mar.

Safira: Devaneio do Velhaco, Porto Alegre -RS

5% ABV 40 IBU. Considerada a melhor Pilsen da América Latina, tem uma base dourada, com aromas de pão fresco e leve floral, lembrando uma focaccia recém-saída do forno. No sabor, muito frescor herbal e floral, sem faltar um amargor assertivo. Casa muito bem com castanhas, saladas e queijos como o minas, o parmesão e o provolone.

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ALTA PERFORMANCE E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

 

Paulo Vieira é autor best-seller, empresário e Master Coach

Final de ano chegando e logo mais as pessoas já começam com as suas resoluções de ano novo em busca da realização de objetivos, seja começar a academia, mudar de emprego, fazer uma viagem, mas poucos sabem como dar o primeiro passo. Alguns até começam, mas não continuam, por essa recorrência, existe um dia para isso. De acordo com uma pesquisa conduzida pela plataforma Strava, as pessoas começam a desistir das resoluções de ano novo a partir de 19/01, data batizada de “Quitter´s Day”.

Para que os objetivos traçados sejam alcançados em 2023, Paulo Vieira um dos escritores mais vendidos do Brasil, referência em alta performance e inteligência emocional, apresenta dicas práticas para serem aplicadas no dia a dia para todos aqueles que querem tirar os sonhos do papel:

  1. Consciência: antes de começar a escrever os objetivos tenha consciência do seu estado atual. Em seu livro “O poder da autorresponsabilidade”, o autor explica, que cada um é responsável pelos resultados que obtém. Se sua vida está boa, mérito seu. Se ela tá ruim, mérito seu. Consequentemente, só você pode mudar a sua vida. Isso é a autorresponsabilidade.

Quando você assume a responsabilidade de seus resultados, não critica ninguém, não traz a culpa a outra pessoa, isso transforma a vida e potencializa os resultados.

  • Entenda a diferença entre sonhos e objetivos: o sonho é algo que está no campo das ideias. Seja aquela viagem, a casa dos sonhos etc. Já objetivos podemos dizer que são “sonhos com data para acontecer”.
  • Transforme os objetivos em metas neurologicamente corretas: o especialista explica que estabelecer metas é pensar no futuro e agir no presente. Para isso recomenda sete princípios para que as tornem realistas, atingíveis e motivantes. São elas:
  • Metas devem ser estabelecidas de forma positiva: diga o que você quer e não o que deseja evitar. Ex. Se quer emagrecer, estipule a meta do peso que quer chegar, ao invés de apenas falar que quer perder quilos.

Metas devem ser desafiantes e realistas: precisam ser atingíveis, mas não muito fáceis. Importante que ela seja desafiante e lembre-se que é possível mudar a meta sempre que necessário.

Metas devem estar sob o seu controle direto ou indireto. Você deve praticar a ação e não outra pessoa, assim quando planejar o que fazer deve sempre começar com a frase “Eu irei”.

Metas devem ser mensuráveis ao longo do tempo: é uma forma de medir o seu progresso, por isso o primeiro passo é estabelecer uma data definida ou um prazo para alcançar o que quer.

As metas exigem recursos. É sempre mais motivante saber que você tem recursos. Para atingir suas metas faça uma lista do que você tem e do que vai precisar.

Metas devem ser ecológicas. Isso significa avaliar se vale a pena, ou seja, verifique se essa meta é positiva para você e para pessoas ao seu redor.

Metas devem ter um plano de ação. É nessa fase em que o indivíduo divide as metas em ações para realizá-las e as acompanha ao longo do tempo. O plano de ação funciona como uma ferramenta lógica e cronológica dentro do contexto dos objetivos.

No caso de metas que o indivíduo considere difíceis demais, a dica é dividir as metas em etapas. Desta forma, ao término de cada fase ele consegue identificar que está cada vez mais próximo da realização. Outro ponto: mais importante do que alcançar o que se deseja é a trajetória ao longo do caminho, portanto, estabeleça metas que sejam sustentáveis para você e para os seus valores de vida. Desta forma, as chances de sucesso são ainda maiores.

Paulo Vieira é autor best-seller, empresário e Master Coach, com mais de 10.800 horas de sessões individuais de coaching, em mais de 20 anos de experiência. Também é presidente da Febracis, empresa que dobrou de tamanho por 10 anos consecutivos e conta com 40 franquias em 3 continentes, criador do Coaching Integral Sistêmico e do Método CIS, considerado o maior treinamento de inteligência emocional do mundo, que já treinou mais de 1,5 milhão de pessoas em 83 países. O autor também possui um canal de Coaching e Inteligência Emocional no YouTube com mais de 1.3 milhões de inscritos. 

No meio empresarial, Paulo é reconhecido como uma autoridade em temas como Coaching, Liderança, Negociação, Relações Humanas e Gestão eficaz de pessoas, tendo realizado consultoria em cerca de 500 empresas. 

Considerado nos últimos 4 anos o autor Best Seller que mais vende livros no Brasil, tendo mais de 10 milhões de exemplares vendidos (O livro Autorresponsabilidade é Top 3 em vendas no país), é também Master Coach, PhD em Business Administration e Mestre em Coaching pela Florida Christian University [FCU], além de ser considerado o pai da Inteligência Emocional no Brasil.

Vantagens Competitivas da Startup Valeon

pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise.

Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras.

Em vez de andar pelos comércios, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira.

Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

Contudo, para esses novos consumidores digitais ainda não é tão fácil comprar online. Por esse motivo, eles preferem comprar nos chamados Marketplaces de marcas conhecidas como a Valeon com as quais já possuem uma relação de confiança.

Inovação digital é a palavra de ordem para todos os segmentos. Nesse caso, não apenas para aumentar as possibilidades de comercialização, mas também para a segurança de todos — dos varejistas e dos consumidores. Não há dúvida de que esse é o caminho mais seguro no atual momento. Por isso, empresas e lojas, em geral, têm apostado nos marketplaces. Neste caso, um shopping center virtual que reúne as lojas físicas das empresas em uma única plataforma digital — ou seja, em um grande marketplace como o da Startup Valeon.

Vantagens competitivas que oferece a Startup Valeon para sua empresa:

1 – Reconhecimento do mercado

O mercado do Vale do Aço reconhece a Startup Valeon como uma empresa de alto valor, capaz de criar impactos perante o mercado como a dor que o nosso projeto/serviços resolve pelo poder de execução do nosso time de técnicos e pelo grande número de audiências de visitantes recebidas.

2 – Plataforma adequada e pronta para divulgar suas empresas

O nosso Marketplace online apresenta características similares ao desse shopping center. Na visão dos clientes consumidores, alguns atributos, como variedade de produtos e serviços, segurança e praticidade, são fatores decisivos na escolha da nossa plataforma para efetuar as compras nas lojas desse shopping center do vale do aço.

3 – Baixo investimento mensal

A nossa estrutura comercial da Startup Valeon comporta um baixo investimento para fazer a divulgação desse shopping e suas empresas com valores bem inferiores ao que é investido nas propagandas e divulgações offline.

4 – Atrativos que oferecemos aos visitantes do site e das abas do shopping

 Conforme mencionado, o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores tem como objetivos:

  • Fazer Publicidade e Propaganda de várias Categorias de Empresas e Serviços;
  • Fornecer Informações detalhadas do Shopping Vale do Aço;
  • Elaboração e formação de coletâneas de informações sobre o Turismo da nossa região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas das 27 cidades do Vale do Aço, destacando: Ipatinga, Cel. Fabriciano, Timóteo, Caratinga e Santana do Paraíso;
  • Ofertas dos Supermercados de Ipatinga;
  • Ofertas de Revendedores de Veículos Usados de Ipatinga;
  • Notícias da região e do mundo;
  • Play LIst Valeon com músicas de primeira qualidade e Emissoras de Rádio do Brasil e da região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas e dos seus produtos em cada cidade da região do Vale do Aço;
  • Fazemos métricas diárias e mensais de cada aba desse shopping vale do aço e destacamos:
  • Média diária de visitantes das abas do shopping: 400 e no pico 800
  • Média mensal de visitantes das abas do shopping: 5.000 a 6.000

Finalizando, por criarmos um projeto de divulgação e propaganda adequado à sua empresa, temos desenvolvido intensa pesquisa nos vários sites do mundo e do Brasil, procurando fazer o aperfeiçoamento do nosso site para adequá-lo ao seu melhor nível de estrutura e designer para agradar aos mais exigentes consumidores. Temos esforçado para mostrar aos srs. dirigentes das empresas que somos capazes de contribuir com a divulgação/propaganda de suas lojas em pé de igualdade com qualquer outro meio de divulgação online e mostramos o resultado do nosso trabalho até aqui e prometemos que ainda somos capazes de realizar muito mais.

                                                               Site: https://valedoacoonline.com.br/

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

GOVERNO LULA SOFRERÁ OPOSIÇÃO FERRENHA NO CONGRESSO

 

Saiba qual é a força delas

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

AME2358. BRASILIA (BRASIL), 22/12/2022.- El presidente electo de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pronuncia hoy un discurso durante una conferencia de prensa sobre el informe final de la transición y para anunciar a 16 ministros de su futuro Gobierno, en Brasilia (Brasil). Lula anunció este jueves a 16 de sus próximos ministros e incluyó entre ellos, como titular de Industria y Comercio, al futuro vicepresidente, Geraldo Alckmin. Lula asumirá la Presidencia el próximo 1 de enero y ha anunciado que elevará a 37 el número de ministerios, frente a los 23 que tenía el Gobierno del ultraderechista Jair Bolsonaro. EFE/André Borges


Lula enfrentará uma oposição mais ativa, organizada e virulenta em sua terceira passagem pela presidência da República.| Foto: André Borges/EFE

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deverá ter uma gestão tranquila a partir de 1º de janeiro. No Congresso Nacional e nas ruas, a promessa feita por parlamentares e coordenadores de movimentos de rua é de uma oposição implacável, programática, estratégica e organizada.

A presença de manifestantes descontentes com o resultado eleitoral e os atos em apoio ao atual presidente Jair Bolsonaro que ocorreram nos últimos anos ilustram o peso da oposição que Lula vai enfrentar. No Congresso, o cenário é de força dos opositores, que podem chegar a ser metade na Câmara, de 513 deputados, e também no Senado, composto por 81 senadores.

O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), calcula que a oposição larga com ao menos 35 senadores. A conta toma por base o número de votos estimados para a candidatura do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) à presidência da Casa, que oficializou sua candidatura recentemente.

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“Pelas nossas contas, em conversas com outros partidos e [senadores] avulsos, pois tem muito voto no varejo em todos os partidos, com exceção dos mais à esquerda, a gente já teria, hoje, cerca de 35 votos. Faltariam seis na nossa conta para vencer a eleição do Senado. E é um cenário de construção, então, largar assim já é uma boa expectativa”, diz. Ele é o nome mais cotado para assumir a liderança da oposição no Senado na próxima legislatura.

Portinho e as bancadas do PL e do governo no Senado estão confiantes de obter mais seis votos e atingir os 41 necessários para eleger Marinho, o que já colocaria quase metade da Casa na oposição a Lula. “Quem é Rodrigo Pacheco [presidente do Senado e candidato à reeleição] é Lula, quem é Lula é Pacheco. Vamos chegar às eleições com chances, ainda mais pelo desgaste que o senador vem tendo de fora para dentro, e as ruas reforçam nosso papel de oposição no Congresso e dão sustentação principalmente na corrida pela presidência do Senado, que vai ser fundamental”, analisa.

O cenário de contraposição não é muito diferente na Câmara. O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES), vice-líder do governo Bolsonaro, calcula uma bancada orgânica da oposição que pode chegar a 250 deputados. “Em temas ideológicos, podemos chegar a 300”, avalia.

Um dos mais cotados para assumir a liderança da oposição na Câmara, Evair destaca, ainda, que o PL possivelmente terá as principais comissões estratégicas. Caso isso ocorra, Lula poderia ter dificuldades para tramitar projetos de interesse do governo, bem como a base da esquerda.

Como as ruas podem engajar o Congresso e o que dizem parlamentares
As ruas prometem ser um importante indutor de oposição institucional e social a Lula. Mesmo de forma orgânica, sem a coordenação dos movimentos, milhares de pessoas ocuparam estradas, praças e até os quartéis militares em protestos contra o resultado eleitoral, diz o deputado estadual eleito Tomé Abduch (Republicanos-SP), fundador e coordenador do Nas Ruas.

O atual cenário sugere uma grande possibilidade de as ruas serem ocupadas por protestos ao longo dos próximos anos contra Lula e propostas defendidas pelo governo. “A partir do momento em que as lideranças tiverem pautas claras e definidas e ajudar a direcionar a população para os anseios dela, será muito difícil segurar a nação. Vão ter que respeitar a vontade da população e eles [governo eleito] que não pensem que farão o que querem com o país”, diz Abduch.

O empresário Paulo Generoso, criador e coadministrador da página da internet República de Curitiba, reforça a análise e sustenta que, hoje, ninguém consegue mobilizar tantas pessoas de forma tão rápida quanto os movimentos de rua. “Pode ter certeza que Lula vai ter, sim, uma oposição forte e ferrenha tanto por parte de nossa bancada no Congresso quanto do povo na rua. Continuaremos juntos, apoiando os nossos deputados e senadores, e lutando contra todas as pautas que não sejam do interesse do país e que não representem o nosso povo de direita conservador”, afirma.

O senador Carlos Portinho destaca que os governos do PT nunca governaram com a ameaça que a oposição das ruas oferecerá pelos próximos quatro anos. “Há uma mobilização muito orgânica, assim como aconteceu desde 2013 e que culminou com o impeachment da [ex-presidente] Dilma [Rousseff]. Não é uma mobilização capturada por políticos, é algo que nasce da própria população”, diz.

O deputado federal Sanderson (PL-RS), vice-líder do governo na Câmara, endossa que o atual cenário é diferente em relação ao primeiro mandato de Lula e avalia que as ruas estão muito mais capacitadas para não apenas reforçar a oposição política no Congresso, como também mantê-la permanentemente engajada.

“Aquele cenário de 2002, sem redes sociais, não existe mais. Hoje, com a população acompanhando tudo, em um minuto, qualquer tipo de fala e movimentação gera cobrança. Aquela movimentação de deputados indo para cá e lá, e vez ou outra votando com Lula, isso não acontece mais. Pois se um deputado da nossa base [da direita] votar ou incorporar um do governo do PT, ele não sai mais na rua, isso é uma realidade”, destaca Sanderson.

Que pautas poderiam gerar pressão contra Lula e levar as pessoas às ruas
Após quase 10 anos desde as manifestações das chamadas “Jornadas de Junho”, coordenadores de movimentos de rua destacam que, hoje, os movimentos de rua estão mais organizados e que isso pode ser um diferencial para a mobilização da oposição contra Lula.

“Temos gente, experiência e dinheiro para fazer qualquer manifestação no Brasil, sem dúvida nenhuma”, destaca Paulo Generoso. “As ruas estão preparadas para colocar milhares de pessoas a qualquer momento, sempre que for necessário, e colocamos muito rápido”, acrescenta.

Tomé Abduch concorda e entende que a direita criou maturidade e está organizada “como nunca esteve” antes. “A direita compreende com clareza que a força e o clamor popular tira um presidente do poder, inclusive como já foi feito há pouco tempo atrás com a ex-presidente Dilma [Rousseff], e acho que é o momento da classe política compreender isso. Eles vão ter que andar dentro de um caminho que agrade o clamor da população”, avalia.

A organização dos movimentos de rua pode ser fundamental para mobilizar a população contra pautas como a revogação da reforma trabalhista, a volta do imposto sindical, a legalização do aborto, avalia Generoso. “Não tenho dúvidas que todas essas pautas seriam fatores imediatos que incendiariam as ruas. A partir do momento que mexerem com nossos valores e princípios podem ter certeza que vamos incendiar as ruas”, comenta.

Possíveis escândalos de corrupção e até manifestações por impeachment de Lula seriam outras pautas com potencial para levar a população às ruas, avalia Abduch. “O mesmo vale para outras pautas como votações que vão acontecer no Senado, a qual a pressão popular se faz necessária. Com pautas de votação claras e definidas, fica muito mais claro para que os grupos que organizam as manifestações tenham a facilidade e a clareza para mobilizar a nação sem que possa haver uma inversão de valores como ocorre agora”, diz.

Outra pauta que poderia gerar mobilização nas ruas e no Congresso é a regulamentação da mídia, algo classificado como “impensável” por Carlos Portinho. “Revogação da reforma trabalhista ou uma reforma tributária com aumento de tributo para sanar o buraco fiscal gerado pela PEC seriam inaceitáveis. Naquilo que nos distingue, é lógico que seremos oposição, mas construtiva”, destaca.

O senador defende uma oposição com “conteúdo e lógica”. “Todos os projetos que sirvam para o bem do desenvolvimento do país e para investimentos sociais serão apoiados, desde que tenham responsabilidade fiscal”, destaca. Portinho atuou contra a PEC fura-teto para reduzir a margem fora do teto, por exemplo.

“A nossa convergência era o Auxílio Brasil, ninguém votou contra, tanto que votamos favoráveis às emendas que reduziam o rombo para R$ 100 bilhões com lógica fiscal, não sendo oposição por oposição. O valor que foi aprovado vai causar inflação e aumento de juros, e isso vai corroer justamente o valor de compra para 2023”, justifica.

Analista faz ressalvas sobre oposição e alerta sobre vácuo da direita
A BMJ Consultores Associados calcula que a oposição a Lula pode chegar a 233 deputados e 37 senadores. Coordenador de análise política e sustentabilidade da consultoria, o cientista político Lucas Fernandes entende, contudo, que os tamanhos das bancadas na Câmara e no Senado são um “teto”.

A depender de acordos firmados entre Lula e partidos de centro, o tamanho da oposição pode ser menor. “Na hora de distribuir para qual partido vai cada ministério e, a expectativa é que tenhamos uma base de oposição menor. É difícil imaginar o Lula tendo um crescimento da oposição muito maior do que a gente já tem aí”, diz.

O analista político ressalva, porém, que um novo escândalo de corrupção envolvendo o governo eleito poderia afetar o relacionamento com outros partidos do centro. “Tradicionalmente, temos período de lua de mel entre um novo presidente e o Congresso, então, a oposição deve diminuir um pouco”, reforça.

O coordenador de análise política da BMJ reconhece, no entanto, que o Congresso têm mais poder atualmente do que em 2002. O protagonismo do Parlamento pode, portanto, impor desafios ao governo eleito e fortalecer uma oposição a Lula. “Antes, havia uma capacidade maior do Executivo controlar o Orçamento. Agora, temos um Centrão com incentivos e instrumentos para se comportar como oposição, o custo de negociação é muito alto”, diz. “E isso faz com que a estratégia tenda a ser diferente”, complementa.

Fernandes admite que as possibilidades do Centrão se comportar como oposição podem ser alimentadas pelas ruas. “Lula não é o presidente super popular que a gente tinha no segundo mandato, então, isso vai ser um complicador e ele vai precisar ceder muito”, comenta. Para o analista, o governo eleito terá dificuldades em aprovar propostas de emenda à Constituição, como a PEC fura-teto e uma reforma tributária.

Fernandes tira como paralelo o fato de que a Câmara aprovou em agosto de 2019 a reforma da Previdência e que Bolsonaro teve o apoio das ruas para isso, e entende que Lula não terá a mesma boa-vontade. “Ninguém vai para a rua defender reforma tributária, é muito complexo, não vai diminuir os impostos, só vai unificar e nacionalizar, e há setores que podem sair perdendo. É uma discussão complexa, não está pacificada como a da previdenciária e é uma reforma completamente diferente em um cenário de adversidade”, diz.

O analista alerta, porém, que existe um vácuo político deixado por Bolsonaro na direita conservadora e que isso pode ser um fator de complicação para a oposição no Congresso. “A gente vê o PL querendo cassar o mandato do Moro, já vemos vários problemas na oposição. Esse número de quase 50% da população que não aderiu à campanha do Lula pode ficar rachada e diminuir a capacidade de oposição atuante de levar muita gente à rua”, comenta.

Para Fernandes, só o antagonismo a Lula pode ser insuficiente para organizar todo o movimento opositor. “Vai ser preciso uma definição melhor de uma oposição mais carismática, Bolsonaro não ocupou ainda o vácuo. Já deu para abaixar a poeira e assimila o resultado, e existe um papel [de oposição] que precisa ser ocupado, pois não existe vácuo, ninguém vai esperar assimilar o resultado, isso é importante. Se não tivermos liderança única ou carismática, o Lula ganha com isso, pois terá uma oposição mais fraca na rua”, destaca.


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DITADURA DISFARÇADA DE DEMOCRACIA NA VENEZUELA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Nicolás Maduro, ditador da Venezuela.| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez


Diante de uma eleição presidencial claramente fraudulenta e ilegítima como a de 2018, em que Nicolás Maduro saiu-se “vencedor”, a Assembleia Nacional venezuelana acertou ao seguir o caminho previsto pela Constituição bolivariana, fazendo do então presidente do Legislativo, Juan Guaidó, o presidente interino do país, em um movimento rapidamente reconhecido por boa parte das democracias ocidentais e instituições importantes como a Organização dos Estados Americanos (OEA). A principal função do interino, no entanto, jamais teve como ser levada a cabo: a realização de novas eleições, como manda o artigo 233 da Constituição venezuelana, jamais ocorreu, até porque Maduro ainda é o governante de fato, embora não de direito.

Tendo bloqueado todas as chances de um desfecho que permita o retorno da democracia à Venezuela, o ditador está perto de conquistar uma “vitória pelo cansaço”: a Assembleia Nacional legítima – aquela eleita em 2015, não a “eleita” em outra farsa eleitoral em dezembro de 2020 – está prestes a extinguir a figura da presidência interina. A medida já foi aprovada em primeira votação e o segundo turno deve ocorrer nesta quinta-feira. “Os objetivos de liberalização [política e de direitos humanos] esperados não foram alcançados e o país exige novos caminhos que nos levem à democracia”, afirmaram representantes de partidos contrários ao bolivarianismo antes que a extinção do cargo de presidente interino fosse levada a votação.

Juan Guaidó não conseguiu se impor internamente e foi abandonado por antigos aliados externos

Por mais que tenha acertado ao se declarar presidente interino, Guaidó não conseguiu atrair para seu lado forças internas e externas que o ajudassem a prevalecer sobre Maduro e finalmente encerrar a ditadura bolivariana. A cúpula das Forças Armadas venezuelanas segue totalmente leal ao bolivariano, comprada com cargos importantes em estatais como a PDVSA, confirmando a famosa frase atribuída a John Rockefeller segundo a qual uma empresa de petróleo mal administrada ainda é o segundo melhor negócio do mundo (perdendo apenas para uma empresa de petróleo bem administrada). Esses militares podem até não estar completamente alinhados ideologicamente ao chavismo, mas não estão dispostos a abrir mão de petrodólares certos para bancar a volta da democracia ao país.

No front externo, Guaidó conseguiu de imediato o apoio de pesos-pesados como Estados Unidos, União Europeia, Canadá, o Grupo de Lima (que inclui o Brasil) e a OEA. No entanto, desde o início da disputa Maduro contou com aliados, seja de outras autocracias, como Turquia, Rússia e Irã, seja de camaradas ideológicos em países não ditatoriais governados pela esquerda, como no México. E este apoio vem crescendo nos últimos meses: na América Latina, governos neutros ou simpáticos a Guaidó deram lugar a aliados de Maduro no Chile, no Peru, na Argentina, na Colômbia e, agora, no Brasil. Na Europa, a desastrada decisão da UE de retirar o reconhecimento de Guaidó (sem, no entanto, reconhecer Maduro) após a Assembleia Nacional decidir pela prorrogação dos próprios mandados para evitar um vácuo de poder abriu caminho para que nações como Portugal e Espanha (governados pela esquerda) estabelecessem relações com representantes diplomáticos do ditador. Já os Estados Unidos seguiram apoiando Guaidó mesmo depois que Donald Trump foi substituído por Joe Biden.

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O Brasil prestes a abraçar ditadores mais uma vez (editorial de 21 de novembro de 2022)
A ditadura inviabiliza o referendo contra Maduro (editorial de 24 de janeiro de 2022)
Na Venezuela, um Legislativo falso e usurpador (editorial de 8 de janeiro de 2021)


Assim, um Guaidó que não conseguiu se impor internamente e que foi abandonado por antigos aliados externos deve desistir de sua reivindicação à presidência da república. É possível que este movimento das forças democráticas remova um obstáculo para que Maduro aceite a realização de eleições livres e limpas em 2024, de forma que a Venezuela volte a ter um governo legítimo? A resposta dependerá muito da pressão internacional sobre o ditador. Maduro entra e sai de rodadas de negociação quando bem entende, usando todo tipo de pretexto – o Vaticano chegou a supervisionar algumas conversas, mas o papa Francisco se cansou das artimanhas do bolivariano e, em carta endereçada ao “sr. Maduro” em 2019, negou um novo pedido de mediação alegando que, nas ocasiões anteriores, não houve “gestos concretos para implementar os acordos” da parte do ditador. Esta “vitória pelo cansaço” e o crescente número de países que reconhecem Maduro fortalecem a posição do socialista, e nessas condições é cada vez mais improvável que ele faça concessões. Pior para o povo venezuelano, condenado a viver sob uma ditadura que só promove fome, miséria e violência.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/nicolas-maduro-juan-guaido-presidente-interino/
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PT DETESTA AS FORÇAS ARMADAS

 

Venezuelização
Um réquiem para o Brasil?

Por
Flávio Gordon – Gazeta do Povo


Desfile de tropas do Exército no 7 de setembro.| Foto: Exército/divulgação

“[Os militares] pensam que são superiores… Eu não tenho conversa com os militares… Quando eu ganhar, eu vou conversar porque, aí, eu vou ser chefe deles e vou dizer o que eu penso e qual é o papel deles.” (Luiz Inácio Lula da Silva, entrevista coletiva em 16 de agosto de 2021)

Em 11 de fevereiro de 2014, uma terça-feira, houve no Rio de Janeiro uma sessão da assim chamada Comissão Nacional da Verdade, o tribunal revanchista montado pelo PT para humilhar e subjugar os últimos representantes vivos do regime militar brasileiro. Com a presença da então ministra dos Direitos Humanos, a comunista Maria do Rosário, a sessão contou com a participação de um coral cantando a Internacional Socialista. No trecho final do célebre hino revolucionário, os cantores ergueram os punhos cerrados, sendo acompanhados pelos militantes na plateia, que, comandados pelo maestro, também gritaram “Pátria livre!” e “Venceremos!”

Coisa de dois anos antes, em 29 de março de 2012, oficiais da reserva, muitos deles octogenários, haviam sido acuados, ofendidos e agredidos com cusparadas na saída do Clube Militar do Rio de Janeiro por militantes de um movimento chamado Levante Popular da Juventude. Os agredidos participavam de um evento em celebração ao 31 de março de 1964, no qual fizeram muitas críticas à instituição da Comissão da Verdade. Por uma estranha coincidência, o petista Tarso Genro, ex-ministro da Justiça de Lula e então governador do Rio Grande do Sul, passava pelo local no instante da confusão e, ao ser perguntado sobre o ocorrido, chancelou as agressões dizendo que o evento dos militares fora uma “provocação”. Na época, o jornalista Reinaldo Azevedo – que ainda não tinha, como hoje, aderido tão sabujamente ao petralhismo midiático – informou que Genro era um velho amigo do tal “Levante”.

O projeto de poder lulopetista exige oficiais predispostos a agir como força auxiliar da ditadura e reprimir toda oposição, aos moldes do que Hugo Chávez e Nicolás Maduro fizeram com as forças armadas na Venezuela

Desde que o partido chegou à chefia do Executivo pela primeira vez, em 2003, a vingança tem sido a grande pulsão lulopetista para com as Forças Armadas brasileiras, as quais, na visão dos ex-guerrilheiros dos anos 1960, devem ser inteiramente enquadradas – e transformadas em polícia política, como na Venezuela – ou sucateadas. Essa disposição ficou muito clara, por exemplo, por ocasião do impeachment de Dilma Rousseff, que motivou o partido a uma autocrítica de suas estratégias de manutenção do poder. Assim, para quem não lembra, o partido lançou em maio de 2016 um documento intitulado “Resolução sobre Conjuntura”, onde fazia o diagnóstico de sua derrota política e um prognóstico para a retomada do poder, sem o cometimento dos mesmos erros.

“O avanço do movimento golpista, no entanto, somente poderá ser corretamente entendido se avaliarmos, de forma autocrítica, os erros cometidos por nosso partido e nossos governos” – dizia o documento, apontando como um erro principal a estratégia de composição “pluriclassista”, que teria levado o partido a abdicar demais, em favor de acordos e alianças, de sua agenda socialista e revolucionária. “Logo ao assumirmos, relegamos tarefas fundamentais como a reforma política, a reforma tributária progressiva e a democratização dos meios de comunicação” – dizia ainda o documento, enfatizando a necessidade de “democratizar” (leia-se, aparelhar integralmente) o Estado e remover “os entulhos autoritários herdados da transição conservadora pós-ditadura”. O objetivo era declarado em termos abertamente gramscianos: construir uma “hegemonia dos trabalhadores no Estado e na sociedade”, devendo para isso concentrar “todos os fatores na construção de uma força política, social e cultural capaz de dirigir e transformar o país”.

Para a construção dessa hegemonia sobre o Estado e a sociedade, o partido admite ter errado em não aparelhar o bastante as forças de segurança, notadamente a Polícia Federal, o Ministério Público e as Forças Armadas. “Fomos igualmente descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal; modificar os currículos das academias militares; promover oficiais com compromisso democrático e nacionalista”. Por “oficiais com compromisso democrático e nacionalista”, leia-se, obviamente, oficiais comprometidos com o projeto de poder lulopetista, predispostos a agir como força auxiliar da ditadura e reprimir toda oposição, aos moldes do que Hugo Chávez e Nicolás Maduro fizeram com as forças armadas na Venezuela.

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Desde a derrota política de 2016, o partido tem se dedicado a promover essa corrupção institucional em seu favor. Tendo conseguido, via aliança estratégica com um STF ideologicamente afim, aparelhar satisfatoriamente boa parte da Polícia Federal – que passou reiteradamente a cumprir ordens inconstitucionais e aberrantes, servindo de instrumento de perseguição política contra apoiadores de Jair Bolsonaro –, o lulopetismo seguiu avançando em sua missão de desmoralizar e subjugar as Forças Armadas. Em dezembro de 2021, por exemplo, o PT realizou o seu Encontro Nacional de Direitos Humanos, ao fim do qual emitiu uma resolução que, na ausência deste, substituiu o plano de governo omitido do público durante o pleito de 2022 (ver, a respeito, a minha coluna de 19 de outubro). Alvo de muitas críticas assim que repercutida, a resolução foi apagada do site do partido, embora ainda possa ser encontrada na internet.

O documento era bastante explícito em apontar os obstáculos ao exercício daquilo que o partido chama de “democracia e dos direitos humanos no Brasil”. Dentre esses obstáculos, destacam-se as Forças Armadas e as polícias militares, ambas encaradas como um inimigo a ser vencido (ou aliciado). “No que se refere às Forças Armadas, sabemos bem que o governo Bolsonaro defende forças armadas que sejam tutoras do poder civil, antagonistas da democracia e dos Direitos Humanos e subordinadas ao Comando Sul dos Estados Unidos”, lia-se na resolução, que não economizava ataques à honra da instituição.

O documento prosseguia nos seguintes termos: “A atual cúpula das forças armadas é cúmplice desta conduta do governo Bolsonaro. Não há como separar as FFAA da catástrofe que é o governo Bolsonaro. Transformaram-se em peça fundamental desde o apoio ao golpe contra a presidente Dilma, à prisão do Lula e construção da candidatura do atual governante. Mais do que participar do governo, avalizam e conduzem as diretrizes políticas e orientações governamentais, aceitam o programa neoliberal de ajuste fiscal, que envolve a eliminação de direitos e privatizações, a supremacia do capital financeiro e submissão à hegemonia americana. As FFAA são uma força importante de governo Bolsonaro, ocupando cargos, exercendo funções chaves e definindo orientações. Os compromissos são mais profundos do que aparentam, os vínculos nasceram na campanha, na montagem do atual governo e na viabilização de suas políticas”. Para resolver o problema, o texto defendia mudanças estruturais na instituição, muitas das quais a serem realizadas via convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para a elaboração de uma nova Constituição.

A população do país, por ora, ainda vê as Forças Armadas como a mais crível e respeitada das instituições nacionais. Resta saber se essa credibilidade e esse respeito seguirão intactos

Depois de “eleito” (ou, antes, proclamado pelos companheiros do TSE), o descondenado e seus companheiros intensificaram a campanha de desprestígio contra os militares. Em artigo publicado no site da Fundação Perseu Abramo, aparelho teórico lulopetista, dois intelectuais orgânicos do partido sugerem, por exemplo, alterar o artigo 142 da Constituição e limitar o poder das Forças Armadas à defesa externa. A equipe de transição promete também retirar do Exército a responsabilidade pela concessão de registro e pela autorização para aquisição de armas para os caçadores, atiradores e colecionadores (CACs), transferindo-a para a Polícia Federal, instituição já em estado muito mais avançado de aparelhamento. Desconfiado dos militares, ademais, o descondenado optou por contar com segurança da PF. Essa e outras medidas levaram um militante de redação lulopetista a falar abertamente em “disparos” de Lula contra as Forças Armadas.

O projeto lulopetista de venezuelização das Forças Armadas é, portanto, muito claro. Obviamente, os militares brasileiros tendem a rechaçar essa possibilidade, afirmando reiteradamente a sua vigilância e fidelidade à pátria e ao povo que juraram defender. Em outros tempos, jamais essa vigilância e essa fidelidade foram postas em dúvida pela maioria da população do país, que, por ora, ainda vê as Forças Armadas como a mais crível e respeitada das instituições nacionais. Resta saber se, com a inauguração oficial da ditadura socialista no país, que deverá pôr imediatamente em prática os planos declarados de repressão contra os opositores nas ruas, nas redações e nas redes sociais, essa credibilidade e esse respeito seguirão intactos. Tendo em vista a relativa indiferença com que, mesmo em face das ameaças recorrentes dos tirânicos “vitoriosos”, alguns comandantes têm reagido ao clamor angustiado dos manifestantes em frente aos QGs, a sociedade já não parece assim tão confiante. E hoje, ao ouvir a bela canção Fibra de Herói, que sempre lhe infundiu um sentimento de esperança e proteção, teme pela primeira vez estar diante do mais triste réquiem para o Brasil…

“Se a Pátria querida
For envolvida pelo inimigo
Na paz ou na guerra
Defende a terra contra o perigo
Com ânimo forte, se for preciso
Enfrenta a morte
Afronta se lava com fibra de herói
De gente brava
Bandeira do Brasil
Ninguém te manchará
Teu povo varonil
Isso não consentirá
Bandeira idolatrada
Altiva a tremular
Onde a liberdade é mais uma estrela a brilhar”


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GOVERNADORES TÊM ENXURRADAS DE DEMANDAS PARA LULA

 

depois da posse
Por
Jorge de Sousa, especial para a Gazeta do Povo


Presidente eleito Lula prometeu ainda na campanha que receberia todos os governadores para decidir as obras e projetos prioritários de cada estado| Foto: Sidat Suna/EFE

Os 27 governadores que tomam posse no próximo domingo (1º) pretendem procurar o futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já nas primeiras semanas de mandato para apresentar demandas de seus estados. E isso deve ocorrer mesmo com aqueles que não apoiaram o petista na campanha presidencial.

A expectativa é que sejam recebidos de braços abertos. Lula disse durante a campanha que um dos seus primeiros atos como presidente eleito seria reunir todos os governadores em Brasília para saber quais são as obras e projetos prioritárias de cada estado.

Grande parte dos pedidos tende a ocorrer porque os estados perderam receitas com a redução do ICMS dos combustíveis e da energia elétrica, realizada neste ano pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles precisam, portanto, de dinheiro ou de apoio do governo federal para tocar projetos de seu interesse.

Outras demandas envolvem medidas que Lula pretende levar adiante e que interrompem programas e projetos que são de interesse dos governadores eleitos, como privatizações ou mudanças em modelos de concessão.

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Feitas (Republicanos), por exemplo, pretende insistir com Lula para manter o leilão de concessão à iniciativa privada do Porto de Santos, que é federal. O futuro ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, disse que as instalações portuárias de Santos não serão mais privatizadas.

Já o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que assim como Tarcísio apoiou Bolsonaro na eleição, vem defendendo como uma das principais pautas de diálogo com o novo governo a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). “O RRF vai permitir que Minas possa ter uma solução para a crise fiscal, avançando ainda mais na melhoria dos serviços prestados aos mineiros”, disse Zema.

“A conclusão da repactuação do acordo de reparação de Mariana, nos moldes do acordo de Brumadinho, também é urgente, porque os atingidos já estão esperando há sete anos para ter uma reparação efetiva”, acrescentou o governador mineiro, em referência aos desastres ambientais provocados pelo rompimento de barragens de mineração.

Zema ainda diz que irá pleitear recursos federais para a ampliação do metrô de Belo Horizonte e a concessão à iniciativa privada da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Segundo o governador, é uma “rodovias mais perigosas do país”.

Outro apoiador de Bolsonaro nas eleições foi o governador reeleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Uma das principais pautas que ele pretende levar a a Lula é a manutenção das concessões de rodovias no estado em modelo similar ao articulado com o Ministério da Infraestrutura no governo Bolsonaro. “Estamos abertos para buscar a melhor solução. Se o governo federal, o novo governo que vai assumir a partir de janeiro, tiver a mesma disposição, estamos abertos para poder achar uma solução que seja um preço justo ao paranaense, mas, acima de tudo, que tenha obras para a população”, disse Ratinho, que não concorda que se faça apenas um pedágio de manutenção.

Já o governador reeleito do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), defendeu em entrevista à revista Veja que irá “agir de forma pragmática” em prol de temas de interesse do estado como a Zona Franca de Manaus, as questões ambientais e a política de fronteiras com a Colômbia, Venezuela e Peru.

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O que querem os que ficaram neutros na eleição
Os governadores tucanos Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Raquel Lyra (Pernambuco) declararam neutralidade na corrida presidencial, mas também vão apresentar demandas a Lula no início de janeiro. Leite declarou em entrevista ao jornal Valor Econômico que a compensação do ICMS aos estados precisa ser rediscutida com Lula. “O que a gente observou durante a gestão de Bolsonaro foi uma tentativa constante de terceirizar responsabilidades, de empurrar a conta para os estados. Nossa expectativa é que o novo governo possa ir em outra direção, de diálogo para construir soluções”.

Já Raquel Lyra deseja tratar de pautas regionais como a obtenção de recursos federais para investimentos no metrô de Recife, a ferrovia Transnordestina e a melhoria na estrutura para distribuição de água em regiões como o Agreste pernambucano.

Governadores aliados já sabem o que vão pedir

Dentre os governadores que estiveram na base de apoio a Lula, Helder Barbalho (MDB), do Prá, ganhou papel de destaque pela presença ao lado do presidente eleito na COP 27 (27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas) e por integrar a equipe de transição na área de desenvolvimento regional.

Barbalho aponta que o Pará e os demais estados com áreas da Floresta Amazônica precisam trabalhar junto do governo federal pelo desenvolvimento sustentável na região. “Mas que isso passe por uma construção em que se tenha o tripé da fiscalização, do monitoramento e do controle; do pilar da regulamentação fundiária e ambiental; e o pilar econômico; que perpassa pela monetização da floresta em pé, perpassa pela reafirmação das vocações dos estados devam ser atrelados à sustentabilidade”, disse.

Os governadores petistas Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Elmano de Freitas (Ceará) devem levar pautas regionais de infraestrutura para a apreciação e destinação de recursos do governo federal. Na Bahia, são apontadas como prioritárias a ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul, o estaleiro de Maragogipe, a ponte Salvador-Itaparica, o Canal do Sertão e a duplicação de rodovias federais que cortam o estado. Já no Ceará as maiores demandas devem ser a Estrada do Algodão, o Açude Lontras, a conclusão do Cinturão das Águas e o desenvolvimento de projetos voltados para o setor de energia solar.

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TUDO QUE O BOLSONARO FALOU VAI SERVIR PARA A SUA INCRIMINAÇÃO

 

Covid

Por
Alexandre Garcia -Gazeta do Povo


O presidente da República, Jair Bolsonaro.| Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro está sendo indiciado pela Polícia Federal por incitação ao crime e provocar alarme. É que ele falou da vacina e da máscara. Provocar alarme é contravenção penal, e incitação ao crime dá de três a seis meses de prisão. Então, era previsível que tentariam arrumar alguma coisa contra Bolsonaro. Enquanto isso, não sei por que não enquadraram todos os que mostravam cova aberta esperando mortos, caixões comprados para botar gente dentro, pondo pânico para ficarmos trancados em casa, não ir trabalhar, para prejudicar o governo e o país. Já quanto aquilo que Bolsonaro diz, vocês devem estar vendo, nas redes sociais, a confirmação pela ciência. Vejam, por exemplo, o que está acontecendo na Flórida, onde a Suprema Corte está examinando as políticas sobre vacinas, máscaras e suas consequências.

Quem é que tem “discurso de ódio”?
Essa mesma falta de critério vale para o tal “discurso de ódio”. Vocês devem ter visto o humorista que, em um programa de televisão, desejou a morte de Luciano Hang. Aí, em Vitória da Conquista (BA), na manhã de quarta-feira, um incêndio enorme destruiu a terceira maior loja da Havan. Sei lá o que pode ter sido.

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Enquanto isso, a história de “discurso de ódio” cai por terra quando se vê Bolsonaro em atitude amistosa com o novo governo. Para facilitar a vida do futuro presidente, já exonerou os três chefes militares do seu governo e nomeou os três do futuro governo. O novo comandante do Exército já vai tomar posse nesta sexta-feira: é o general Júlio Cesar de Arruda, um cuiabano que já foi comandante militar do Leste, comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), das Operações Especiais em Goiânia, e era chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército. O novo comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, já tem posse confirmada para a próxima segunda-feira. Na Marinha o escolhido não foi o mais antigo, e sim o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen. Vemos aí a boa vontade do governo, ao contrário do que vinham falando.

Segurança reforçada para a posse de Lula
Há muita preocupação depois da prisão de George Washington de Souza, que teria uma bomba no caminhão e estava com o apartamento cheio de armas e munição. Ele disse ter frequentado o acampamento dos manifestantes lá na frente do QG do Exército, e agora querem tirar o acampamento. A segurança para a posse de Lula será muito maior do que se imaginava: mil agentes da Polícia Federal e todo o contingente da PM de Brasília. Alexandre de Moraes cancelou porte e transporte de armas em todo o Distrito Federal até segunda-feira. Talvez até alterem a programação popular das festividades da posse.

PT segue disposto a colocar as mãos em tudo que puder
O presidente Lula continua correndo atrás de ministros para atrair votos de partidos que não estavam no leque de apoio à candidatura dele. Diferentemente do governo Bolsonaro, que foi atrás de técnicos, de revelações e de talentos, sem ficar devendo para legenda política nem entregar ministério ou estatal para partido. Agora, por exemplo, a Petrobras está de volta nas mãos do PT.


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COM APROVAÇÃO DA PEC FURA TETO GOVERNO LULA CONSUMIU SUA GORDURA

 

Lula aposta num governo do PT, que se inicia sob severas limitações

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Por William Waack

Não é uma frente ampla o que Lula montou para governar. É um governo do PT que já começa limitado por duas severas restrições, ambas de amplo alcance.

A primeira é de natureza fiscal e tem como causa principal o horizonte político muito restrito do próprio Lula. Ele se esforçou por conseguir uma licença para gastar – seu único foco inicial – e a obteve a custo altíssimo: o Centrão enfiou na PEC de fim de ano enorme pressão pela subida de gastos públicos.

As ações de Lula até aqui sugerem que ele superestima suas próprias habilidades e a 'fortuna' (na definição de Maquiavel).
As ações de Lula até aqui sugerem que ele superestima suas próprias habilidades e a ‘fortuna’ (na definição de Maquiavel). Foto: Carl de Souza/AFP

O preço disso, nas contas de Marcos Lisboa e Marcos Mendes, é consumir de saída a “gordura” (que nunca existiu) para investir e antecipar o dilema entre juros altos ou carga tributária mais elevada. Suspeita-se que teremos os dois.

A segunda limitação está na clara intenção de Lula de enfiar goela abaixo do mundo político um “ferrolho” composto pela velha-guarda petista. As figuras simbólicas de Geraldo Alckmin, Simone Tebet e Marina Silva não dispõem das forças necessárias (bancada, máquina partidária, peso político individual) para se contrapor, caso pretendam, ao núcleo duro petista.

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É bastante evidente que Lula ofereceu a grupos políticos diversos a oportunidade de participação num governo cujo número de ministérios já sugere grande dispersão de esforços (e enorme dificuldade de coordenação), mas até aqui não parece tê-los incluído na formulação das grandes diretrizes. Se é que se pode falar disso no momento.

Hábil na arte da acomodação tática, Lula não dá sinais por enquanto de entender uma frente ampla como agenda abrangente que garanta num horizonte expandido condições de governabilidade melhores do que compromissos de cargos e influências no atual amplo ajuntamento de grupos políticos. A presença no desenho ministerial de posições antagônicas sugere que tudo convergirá para o arbítrio “ad hoc” do líder – ou paralisia decisória.

Exemplo disso é o relatório da assembleia de transição. Ela produziu diagnósticos de situações específicas acompanhadas de sugestões setoriais comparáveis a uma “shopping list”, mas longe de comporem um plano consistente de ação ordenado segundo uma “visão” (compartilhada ou não por uma frente ampla de correntes políticas).

As ações de Lula até aqui sugerem que ele superestima suas próprias habilidades e a “fortuna” (na definição de Maquiavel). É comum agentes políticos acreditarem que alcançaram algo apenas por si próprios, ignorando circunstâncias que pouco controlam.

É onde Lula parece estar no momento. Não parece reconhecer a correlação de forças diferente daquela de 20 anos atrás. Nem a natureza e amplitude da oposição social que enfrenta.

METÁFORA SOBRE COBRANÇA DE IMPOSTOS DE TEXTOS

 

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Se o Brasil cobrasse impsto sobre meus txtos

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


| Foto:

A fim de escrevr este texto, fui dar uma olhda nas notícias sobre a refrma tribtária de Paulo Guedes. Meu Dus, como vocês agentam isso? É alíqota por todos os lados. Um ocean de alíqotas, cada qual com sua justificativa imoral tentand se passar por virtuosa, por expresão de um sentmento altruísta – renda mínma, emprego plen, lagostas para o STF, chuv de hambúrgueres, sei lá.

E olha qe eu dveria ser até grato pela sanha tribtária brasleira. Afinal, filho e irmão de renmados contadores qe sou, durante um bom tempo tive casa, comid e roupa lavada indiretamente bancadas pelo mitológic contribuinte qe, coitado, não satisfeito em entregar parte do seu sforço ao governo parasitário, ainda precisa pagar um profissional para calcular qanto deve ao sr. Erário da Silva.

Aliás, numa época de vacas macérrimas tentei trablhar com contbilidade. Só não digo qe foram os dias mais infelizes da minha vida prque não sou dado a eses exageros retóricos. Eu passav os dias diante do comptador, digitando o frut da riqeza de médicos, dentistas e advogados, só para vê-lo subtraído a cada campo do formlário. Ao fim do dia, me sentia esgtado e sujo. Afinal, e apesar do trabalho honestíssimo, eu sentia qe havia contribuído um poquinho para a deteroração do mundo ao meu redor.

Qando falo essas cosas e, na mesa do bar, me levanto de punho em riste para bradar à plteia entediada qe impostos me causam náusea, geralmnte sou repreenddo por pessoas de esprito muito mais elevado do qe o meu, qe justificam o assalto institucionalizdo como uma espécie de “bom-samaritanismo obrigatório”. Diante do qe geralmente reajo engolindo em seco o Rothbard na pont da língua. Acreditar qe meu dinero vai ser usado para o “bem” é uma mistura de fé e parafilia incompreensíveis para mim.

Imposto Sobre Texto Contra Imposto (ISTECI)
E se você chegou até aqui confuso, estranhando a falta de algumas letras, calma. O revisor ainda não está louco. É que este texto passou por uma pesada tributação de 32,5%* – o equivalente à carga tributária brasileira. Para passar a impressão de estar fazendo o bem, os criadores do Imposto Sobre Texto Contra Imposto (ISTECI, para os íntimos), cuja fartura e bonança são pagas com… impostos, inventaram uma série de alíquotas menores, com nomes inspirados por uma espécie de poética burocrática.

Para começo de conversa, 2,3% foram destinados ao Fundo de Amparo aos Sem-Letra (Funasel). Diz a lenda que as letras são usadas para ajudar disléxicos e palindromistas. O Programa de Ajuda às Pessoas que Não Sabem Usar Crase (Prapensucrase) consome 5,1% das letras arrecadadas. Uma parcela maior, de 7,32%, vai para a Contribuição dos Contribuintes que Contribuem para a Contribuição Geral (C4G). Uma parcela maior ainda, de 12,4%, ajuda a compor o bilionário Sistema Nacional de Alfabetizassão (SNA). Dos 5,18% restantes (se é que fiz a conta certa), uma parte mínima, 0,18%, corresponde à recém-aprovada e controversa Contribuição Provisória Porque Sim (CPPS). Os 5% restantes eu até sonegaria, mas a Taxa Sobre Desejo de Sonegar (TSDS) não deixa.

Desde que me entendo por gente, o governo garante que as letras de mim cobradas servirão para, um dia, ajudar a Intelectualidade Oficial a compor Os Versos Mais Lindos da Língua Portuguesa. Pelo menos é o que está escrito na Constituição – cláusula até pétrea, veja só! Mas até aqui todas as letras arrecadadas nessas décadas de ISTCT conseguiram nos dar apenas o aviso “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”.

Mas isso tudo vai mudar, dizem, com a nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Muitos Floreios). Afinal, o que é uma letrinha a menos para quem paga e uma letrinha a mais para quem recebe, não é? O importante é contribuir para o famoso “bem comum”. E garantir aos alfabetamente desprovidos o direito a uma sopa diária de letrinhas.


  • Se você percebeu, tive que dar uma sonegadinha – para o bem da compreensão do texto e também porque, bom, ninguém é de ferro.
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CONSUMO ENTRE O FÍSICO E O DIGITAL

 

Impulsiona vendas no varejo e cria experiência diferenciada de consumo

Gustavo Pisani, diretor de varejo no Grupo FCamara

60% dos brasileiros passaram a consumir de forma híbrida – transitando entre o físico e o digital. Especialista alerta que não basta oferecer diferentes canais, eles precisam ser integrados e oferecer atendimento personalizado

Pesquisa divulgada pela Criteo revela que 72% dos consumidores procuram as lojas físicas para ver ou experimentar produtos antes de comprá-los pela internet. Por outro lado, levantamento do Instituto Locomotiva indica que 70% dos consumidores já compraram em lojas físicas e receberam os itens adquiridos em casa. Transitar entre canais físicos e digitais já é uma tendência consolidada entre os consumidores – segundo dados da All iN e Social Miner, em parceria com a Opinion Box, 60% dos brasileiros passaram a consumir de forma híbrida após a pandemia.

É nesse cenário que a omnicanalidade – integração entre canais físicos e digitais de atendimento e venda, proporciona uma experiência única, facilitada e funcional para o consumidor, fornecendo conveniência em termos de variedade e amplitude de opções de consumo de modo personalizado. Esse fator se tornou quase uma obrigação para quem quer se manter competitivo no mercado. No mesmo estudo do Instituto Locomotiva, 88% dos entrevistados afirmaram que lojas físicas e virtuais precisam ser cada vez mais integradas.

“O princípio da omnicanalidade é reduzir ou até mesmo eliminar os esforços do cliente no ato da compra, ou seja, facilitar a experiência de consumo, por meio da personalização do atendimento e da disponibilidade de diferentes canais que funcionem de maneira integrada, o que traz praticidade, satisfação e fidelização. O cliente fica, cada vez mais, no centro das atenções e esse é um diferencial indispensável para quem quer se sobressair diante dos concorrentes, já que estamos diante de consumidores mais exigentes e imediatistas, que buscam atendimento singular”, pontua Gustavo Pisani, diretor de varejo no Grupo FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa a transformação dos negócios.

De acordo com um relatório elaborado pela EMIS, o volume de vendas no varejo brasileiro deve crescer 3,8% ainda neste ano, o que torna ainda mais urgente a adaptação dos varejistas às novas tendências. “No ano passado, em uma pesquisa, observei que 6% das empresas nos EUA eram omnichannel, enquanto no Brasil apenas 3% eram. Há um vasto espaço para ser trabalhado e o caminho é sempre pensar na melhor experiência do cliente, que passa pela transformação digital do varejo e pela omnicanalidade, fatores determinantes nos processos de fidelização”, aponta Pisani.

Dados orientam estratégia de personalização e fidelização

Para incorporar a omnicanalidade nos negócios, é preciso muito estudo sobre o público alvo e também sobre a concorrência, identificar os hábitos e preferências do consumidor e os diferenciais que podem ser agregados aos serviços no varejo. Inteligência de dados é parte importante desse processo. “Contar com auxílio de empresas especializadas em tecnologia para o varejo pode facilitar a implementação dessas mudanças e torná-las mais assertivas, desde a coleta de dados, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, até as etapas de pesquisa de mercado e a implementação da omnicanalidade em si. É importante ter a clareza de que não basta disponibilizar vários canais de atendimento e venda, eles precisam ser integrados e de modo que seja possível oferecer uma experiência personalizada, conforme as preferências de cada consumidor. Nesse sentido, é importante realizar simulações, experimentos e identificar quais os melhores canais de interação com cada cliente e o que funciona melhor com cada um deles, como notificações, catálogos personalizados, geolocalização em app, entre outros recursos de interação. E para ter toda essa visibilidade de informações, é necessário a implementação de uma estrutura que centralize a consulta de todos os dados, como por exemplo na adoção de um Data Lake, na qual as análises possam ser feitas de forma agregada e com maior agilidade”, complementa Pisani.

O executivo conclui reforçando que melhorar a experiência do cliente por meio da omnicanalidade traz resultados que extrapolam a satisfação do cliente de forma isolada, abrangendo também o fortalecimento da reputação da marca, o que atrai ainda mais consumidores e fideliza aqueles já conquistados. “A Startup Valeon é uma consultoria de TI especializada em varejo e não temos dúvidas em afirmar que experiências de consumo diferenciadas alavancam resultados. Temos estruturas de negócio especializadas em atender todas as necessidades dos clientes dentro da jornada Omnichannel, desde a consultoria estratégica para identificação de gaps na jornada quanto na recomendação de soluções para garantir a integração dos dados para a maximização dos resultados. Como somos agnósticos de tecnologia, e com toda nossa expertise em Varejo, conseguimos propor diferentes soluções de tecnologia que se adaptarão às necessidades singulares do seu negócio dentro do Phygital, que une o físico e o digital”.

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