sábado, 24 de dezembro de 2022

CONFEITARIA É UM NEGÓCIO

 

Bruna Rebelo – Formada em Gastronomia

Bruna Rebelo ensina sete passos para você faturar alto vendendo bolos

A profissional também dá dicas de como conseguir os primeiros clientes

Abrir um negócio não é fácil, e isso vale para qualquer pessoa. Porém, ler e conversar sobre, com pessoas que já abriram ou que têm experiência com isso ajuda muito. Muitas vezes, o negócio precisa dar errado para, no fim, dar certo. Por exemplo, a confeiteira Bruna Rebelo faliu três negócios antes de, finalmente, conseguir fazer sucesso com seu trabalho e encontrar a fórmula do sucesso. Ela precisou levar alguns “tombos” para aprender a empreender.

Bruna Rebelo é formada em Gastronomia desde 2009 e nesse mesmo ano assumiu o buffet de sua mãe, sendo esse o primeiro negócio que faliu. Porém, também foi lá que encontrou a receita para o que se tornaria um sucesso. Hoje em dia, sua maior especialidade é o “buttercream”, um famoso creme de manteiga, muito conhecido por ser usado na hora de fazer cobertura para bolos e cupcakes.

 “O primeiro passo é entender que isso é um negócio. Você até pode fazer como um hobbie, e está tudo bem, mas se não for, lembra que isso é o seu negócio. “, explica a confeiteira. Ainda de acordo com ela, a média de faturamento vai depender muito do tamanho da dedicação da pessoa, da divulgação, do capricho nas fotos. “Se irá ter organização para conseguir atender todos os clientes que chegar. Mas uma média possível de uma pessoa faturar é de R$1.500 a R$3.000, para quem está começando”, acrescenta.

Em todo ramo existem dificuldades, é claro, e Bruna lista a organização da empresa e o alinhamento dos processos como os maiores.”Você precisa ter uma produção muito organizada. É um grande desafio cuidar sozinha das compras, da produção, do financeiro, da divulgação, das redes sociais, do atendimento, etc, mas, sim, é possível, só é preciso se organizar”, completa. Pensando nisso, Bruna separou sete dicas para quem quer vender bolos e, também, como conseguir clientes.

Sete passos para vender bolos

1. Entenda que isso é um negócio

Você vendo que tem um negócio, você faz planejamento, cria estratégias, você não tem medo de cobrar, não tem medo de colocar seu preço, não tem medo de conversar com seu cliente. Quando você entende que isso é um negócio você cria processos e isso é muito importante, pois se não temos processos na nossa empresa, vamos à falência.

O verdadeiro empreendedor é aquele que ganha na compra, e não somente na venda. Então tenha planejamento na hora de fazer suas compras, pois se ficar indo ao mercado toda semana, isso vai fazer com que você gaste mais. Você também precisa ter um fluxo de caixa, pois não é gastar tudo que entra, jamais. Você precisa fazer o seu fluxo de caixa para ter seu financeiro muito bem organizado.

2. Não seja apaixonado pelos seus bolos, e sim pelos seus clientes

O cliente é o seu sustento, ele que vai manter o seu negócio em pé, então, lembre que você precisa tratar ele muito bem. Não é só investir em um monte de equipamentos e utensílios bons, antes você precisa investir no seu cliente, e o melhor equipamento é aquele que te dá mais lucro. Não reclame dos seus clientes. Lembre que ele é o seu negócio.

3. ACREDITAR!

Você só alcança aquilo que você acredita. Se você não acreditar que pode vender um bolo de 20 fatias à 200,00 isso nunca vai acontecer.

4. Comece pelo básico bem feito

O maior problema que eu vejo é começar do zero e querer já começar fazendo um bolo de 3 andares. Tenha calma, faça o básico bem feito. Comece do básico, e vai chegar o momento de você fazer aquele bolo dos seus sonhos.

5. Tenha disciplina

Você precisa saber a hora de ir dormir, pois terá que acordar cedo, não perca tempo com coisas que não vão dar resultado, não trabalhe de pijama, se arrume, coloque uma calça que seja confortável, uma camiseta, quem trabalha em casa, se não se arrumar, perde o dia.

6. Você não vende bolo

Vende propósito, vende lembranças, memórias, a confeitaria tem o poder de reunir as pessoas, não é só sobre dinheiro.

7. Quem reclama não traz cliente

A reclamação é muito forte, traz uma energia muito pesada para nossa vida e, consequentemente, para nosso negócio. A nossa cabeça manda na gente, pare de reclamar!

Como conseguir clientes

Outro grande receio das pessoas que começam um negócio é se vão ou não conseguir clientes. Afinal, eles são a prova do sucesso do seu negócio. Principalmente quando se consegue fidelizar um cliente, ou seja, fazer com que ele venha mais vezes até você e ao que você está vendendo.

1 – Grupo do Facebook: O Facebook está cheio de grupos e comunidades, e tem muita gente que ainda utiliza.

Você pode entrar em grupo da sua cidade, da sua vizinhança, grupo de empreendedores da cidade. Você pode inclusive criar um cupom de desconto para esses clientes, assim você saberá se vieram do facebook ou não, na hora de atendê-los.

2 – Status do WhatsApp: Poste todos os dias, o bolo da semana, o que tem no dia, mas não deixe de estar ali, para os clientes que estão no WhatsApp verem os seus status e comprarem de você.

3 – Frequência no Feed do Instagram: Não fique dias sem postar, mas também não pegue fotos de um bolo e poste tudo de uma vez. O feed do Instagram é a sua vitrine, então, você precisa preencher sua vitrine pro seu cliente lembrar de você.

Se você ainda não teve pedidos e precisa de fotos, você vai precisar produzir para postar, invista no seu negócio, pois o que vai te ajudar a vender são as fotos bonitas.

4 – Postar Stories: Você precisar ter frequência nos seus stories também, pois enquanto mais você postar, mais a sua bolinha ali no Instagram vai aparecer para o seu público, e se você postar vídeos legais, fotos chamativas, isso vai gerar desejo e ele irá acabar comprando de você.

5 – Influenciadores: Eles são capazes de influenciar muito nas suas vendas.

Lembrando que, se sua cidade é pequena, e tem uma pessoa com 5 mil seguidores que trabalha como influencer, ela poderá ajudar também a impulsionar suas vendas com a divulgação dela.

6 – Parcerias: é escolher alguém que tenha o produto similar ao seu, ou que tenha o mesmo público que o seu. Após escolher a pessoa/empresa que fará parceria, você se junta com ela, para desenvolver algo para atingir mais clientes.

7 – Vizinhos: aproveite para apresentar seus produtos para os vizinhos. Pode ser em grupos de whatsapp, do condomínio ou da região em que você mora.

8 – Botão promover: Essa é uma ação de tráfego pago. Que é quando você coloca dinheiro na ferramenta, no google, no facebook, e ele distribui seu conteúdo pago para mais pessoas. E o botão promover é uma forma mais simples de você fazer anúncios pagos para atingir clientes, e você pode escolher o público que irá atingir.

Mas se for usar o botão promover do Instagram, esteja ciente que sua casa precisa estar arrumada. E o que isso significa? Que você precisa estar com seu Instagram precisa estar organizado.

A biografia precisa estar clara, tendo um link para o cliente clicar e ir direto para o seu whatsApp fazer o pedido. Precisa ter frequência nos stories e no feed. Os destaques precisam estar organizados, contendo sua história, seu cardápio e os reposts dos seus clientes.

“Lembrando que não são todos os passos que irão funcionar para você”, completa Bruna. Mas são ótimos para dar um norte, o ideal é testar todos eles e ver quais se encaixam melhor no perfil e que trazem resultados.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

ORÇAMENTO DE 2023 AUMENTA O DÉFICIT DO GOVERNO EM 250 MILHÕES

 


Fim do teto, orçamento secreto, vantagens para Lula e até Bolsonaro: os impactos da PEC

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo


Aprovação da PEC na Câmara envolveu negociação da equipe de Lula com presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).| Foto: Joédson Alves/EFE
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O Congresso Nacional promulgou, na noite de quarta-feira (21), a proposta de emenda à Constituição (PEC) 32/2022, a PEC fura-teto, no limite do prazo necessário para ter efeito sobre o Orçamento de 2023, aprovado nesta quinta (22). Desde que foi apresentado pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o texto passou por um processo de desidratação em meio a negociações da base de apoio do futuro governo com parlamentares para a sua aprovação.

Entenda a seguir os principais pontos da tramitação, dos objetivos e das consequências da aprovação da PEC fura-teto, chamada de PEC da Transição pelo governo eleito.

O que é o teto de gastos
O teto de gastos foi instituído em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), por meio da Emenda Constitucional 95, como a principal âncora fiscal do país. A regra limita o crescimento das despesas do governo aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos apenas pela inflação – o que significa “congelar” o Orçamento, em termos reais.

O objetivo era controlar o crescimento da relação dívida/PIB, após três anos consecutivos – até então – de déficit primário. Originalmente, a validade da medida era de 20 anos, mas o texto previa uma revisão, por meio de lei complementar, na metade desse prazo, ou seja, em 2026.

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Qual o objetivo da PEC fura-teto
A equipe de Lula apresentou a PEC fura-teto com a justificativa de que a peça orçamentária enviada pelo atual governo ao Congresso era inviável para a execução de uma série de políticas públicas a partir de 2023.

A ideia, então, foi propor uma emenda à Constituição que retirasse do alcance da regra do teto de gastos uma série de despesas, a principal delas a execução do programa Bolsa Família (atual Auxílio Brasil), de modo a permitir a manutenção da parcela mínima de R$ 600 e o pagamento de um adicional de R$ 150 para crianças de até seis anos de famílias beneficiárias do programa.

Como era a proposta da equipe do futuro governo
A minuta do texto, divulgada pelo vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB), no dia 16 de novembro, previa excepcionalizar da âncora fiscal, de forma permanente, os recursos necessários para o Bolsa Família de R$ 600, estimados em R$ 175 bilhões.

Como o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 já reserva R$ 105,7 bilhões para o Auxílio Brasil, com parcela de R$ 405, o espaço fiscal adicional serviria para recompor verbas para outros programas sociais, como o Farmácia Popular e o Minha Casa Minha Vida.

Além disso, o texto liberava da regra um porcentual do excesso de arrecadação de 2022 para investimentos públicos em 2023 – a verba é limitada a 6,5% da receita extraordinária de 2021, ou aproximadamente R$ 23,9 bilhões –, totalizando R$ 198,9 bilhões em recursos adicionais para o Orçamento do próximo governo no ano que vem.

Doações para programas federais socioambientais e relativos a mudanças climáticas, além de despesas de instituições federais de ensino custeadas por receitas próprias, de doações ou de convênios celebrados com empresas ou outros entes da federação também ficariam excluídas da regra do teto.

A proposta previa excluir da regra fiscal ainda despesas custeadas com recursos de operações financeiras com organismos multilaterais dos quais o Brasil faz parte, desde que destinados a financiar ou garantir projetos de investimento em infraestrutura.

Como ficou o texto promulgado pelo Congresso
Antes mesmo de ser protocolada no Senado, a proposta foi criticada por opositores e pelo mercado financeiro, que a interpretaram como uma licença excessiva para gastos, que acabaria com os efeitos práticos da regra do teto e impulsionaria o crescimento da relação dívida/PIB.

Para conseguir as assinaturas de senadores necessárias para que a proposta começasse a tramitar, a base petista aceitou estabelecer um prazo de quatro anos para a excepcionalização do Bolsa Família do teto de gastos. O relator da proposta no Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), também fez uma mudança na forma como a âncora fiscal seria contornada: em vez de tirar o orçamento do programa social dos limites do teto, o senador ampliou artificialmente a “altura” do teto em R$ 175 bilhões.

Ainda no Senado, a vigência caiu de quatro para dois anos e, no plenário da Câmara, para um ano. Além disso, os R$ 175 bilhões de ampliação artificial do teto foram reduzidos para R$ 145 bilhões ao longo da tramitação.

As despesas que foram excluídas do teto (parte do excesso de arrecadação para investimentos públicos, doações a programas socioambientais e receitas próprias de instituições de ensino) são permanentes, sem prazo para acabar.

Em um ganho para o PT, um dispositivo acrescentado durante a discussão na Comissão de Constituição e Justiça do Senado permitirá que a União utilize recursos parados em contas do PIS/Pasep para realização de investimentos públicos. Em agosto, a Caixa informou haver R$ 24,6 bilhões em cotas dos programas.

Por outro lado, na Câmara, foi retirado do texto artigo que excluía do alcance do teto investimentos em infraestrutura executados com recursos de operações com organismos multilaterais. Opositores à proposta viam o dispositivo como uma “licença ilimitada” para gastos com empréstimos de instituições internacionais.

Como o espaço fiscal aberto pela PEC será utilizado
Relator-geral do Orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) detalhou, após a aprovação da PEC no Senado, como serão aplicados os R$ 145 bilhões abertos com a medida.

Para manter o Bolsa Família em R$ 600 e pagar o adicional de R$ 150 para crianças de até seis anos, serão destinados R$ 75 bilhões em complementação aos R$ 105 já previstos. Para o aumento do salário mínimo acima da inflação, serão utilizados R$ 6,8 bilhões.

Entre os ministérios, o que mais deve receber recursos a partir da promulgação da Emenda Constitucional 126 é o da Saúde (R$ 22,7 bilhões), seguido de Educação (R$ 11,2 bilhões), Desenvolvimento Regional (R$ 9,5 bilhões) e Ciência e Tecnologia (R$ 4,9 bilhões).

Além disso serão destinados R$ 5,7 bilhões para encargos financeiros da União, e R$ 3 bilhões devem ir para reserva de contingência. Outras pastas que serão contempladas incluem Turismo (R$ 3,7 bilhões), Economia (R$ 1,7 bilhão), Agricultura (R$ 934 milhões), Justiça (R$ 800 milhões), Meio Ambiente (R$ 536 milhões), Defesa (R$ 500 milhões), Trabalho e Previdência (R$ 400,6 milhões), Mulher (R$ 250 milhões) e Comunicações (R$ 126,4 milhões).

Outros R$ 35 milhões deve ir para dotações da Presidência da República, enquanto o Banco Central receberá R$ 10 milhões.

Os R$ 23,9 bilhões liberados do excesso de arrecadação de 2022, assim como os valores parados em contas do PIS/Pasep, devem ser destinados exclusivamente a investimentos públicos.

O que mais prevê a PEC
O texto também prorroga até o fim de 2024 a Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo federal o uso livre de 20% de todos os tributos federais vinculados a fundos ou despesas.

Outro trecho prevê a instituição de um novo regime fiscal por meio de lei complementar, a ser proposta pelo presidente da República até 31 de agosto de 2023. Esse regime vai substituir o teto de gastos.

Na fase de tramitação na Câmara, após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucional as emendas de relator ao Orçamento, foram incluídos na PEC dispositivos que redistribuem os R$ 19,4 bilhões que iriam para o chamado orçamento secreto.

Como a PEC abre caminho para o fim do teto de gastos
Ao permitir a criação de um novo arcabouço fiscal por meio de lei complementar, a emenda constitucional facilita o fim da atual regra do teto de gastos, uma vez que, para ser aprovado, um projeto de lei complementar precisa do voto favorável de 257 deputados e 41 senadores.

No caso de uma mudança por emenda constitucional, seria necessária a assinatura de 171 deputados ou 21 senadores para apresentação de proposta, além do apoio de 308 deputados e 49 senadores em dois turnos de votação nos plenários da Câmara e no Senado.

Logo após a aprovação da PEC na Câmara, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que pretende enviar o projeto ainda no primeiro semestre do ano que vem, para que o Congresso possa ter “pelo menos seis meses” para se debruçar sobre o tema.

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Como a PEC beneficia o governo Bolsonaro
Como a Emenda Constitucional 126 entra em vigor já a partir da data de publicação, ou seja, esta quinta-feira (22), a liberação do equivalente a 6,5% da receita extraordinária de 2021 para investimentos públicos, as receitas próprias instituições de ensino e as doações a programas socioambientais abrangem também o atual ano fiscal.

Assim, calcula-se que cerca de R$ 23 bilhões podem ficar fora do teto de gastos e disponíveis para serem utilizados ainda em 2022. A aplicação dos recursos pode aliviar o governo de Bolsonaro, que enfrenta dificuldades para fechar as contas ao fim do mandato e já anunciou uma série de contingenciamentos para não ultrapassar o limite de despesas.

O que mudou na PEC após o fim das emendas de relator
Após o STF declarar inconstitucionais as emendas de relator, um acordo entre a equipe de Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças partidárias incluiu na PEC uma redistribuição dos R$ 19,4 bilhões que iriam para o chamado orçamento secreto.

Um dos artigos estabelece a destinação de R$ 9,85 bilhões para “emendas para ações voltadas à execução de políticas públicas”, que caberão ao relator-geral do Orçamento de 2023, Marcelo Castro. Os R$ 9,55 bilhões restante serão distribuídos para emendas individuais de deputados e senadores, que têm natureza impositiva.

Cada deputado passou a ter R$ 32 milhões para indicação de emendas, enquanto os senadores passaram a ter R$ 59 milhões cada.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/fim-do-teto-orcamento-secreto-vantagens-para-lula-e-ate-bolsonaro-os-impactos-da-pec/
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NOVO GOVERNO QUER REVOGAR DECISÕES DE BOLSONARO

 

Governo de transição
Quais atos de Bolsonaro a equipe de Lula sugere revogar ou revisar

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo


Técnicos do governo de transição sugeriram ao presidente eleito Lula (PT) uma série de revogações de decretos do presidente Jair Bolsonaro| Foto: EFE/ Sebastiao Moreira

O gabinete de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou nesta quinta-feira (22), em seu relatório final, 60 sugestões de avaliação, revisão e revogação parcial ou total de decretos, portarias, resoluções e instruções normativas adotadas ao longo do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), sobre diversos assuntos, da regulamentação sobre armas de fogo a políticas ambientais e educacionais.

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O documento sugere 22 revogações, 37 revisões e uma “avaliação”, de que Lula edite um despacho orientando que o Ministério da Educação (MEC) avalie os resultados, o custo-benefício e a necessidade ou não da continuidade do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, mediante análise do decreto 10004/2019.

As sugestões da transição estão divididas em nove eixos que aconselham revogações ou revisões nas políticas de: armas; meio ambiente; desestatização; direitos sociais e econômicos; direitos de crianças, adolescentes e da juventude; cultura; e igualdade racial. Também há recomendações sobre o direito de participação social e sobre os atos do governo Bolsonaro que impuseram sigilo de 100 anos em documentos de acesso público.

O relatório defende como “necessidade” a revogação de normas que considera em “desconformidade” em áreas como a da educação. A transição considera que as recomendações sugerem o “tamanho dos desafios” do governo eleito em relação à “reconstrução do Estado brasileiro em áreas bastante sensíveis”.

Segundo o gabinete de transição, as propostas de providências podem ser efetivadas por meio de um conjunto de atos assinados por Lula nos primeiros dias após sua posse, por meio de decretos e despachos formulados por integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU), “em diálogo com as equipes técnicas” dos respectivos ministérios e secretarias competentes.


O “revogaço” das políticas sobre armas
A transição de Lula sugere, como uma das primeiras medidas a serem tomadas pelo governo eleito, uma “revisão rigorosa do conjunto de atos normativos” sobre a política de armas. É apontado que o governo Bolsonaro “desmontou” a política pública de controle de armas e, por isso, também recomenda uma nova regulamentação para a Lei 10.826/03, o Estatuto do Desarmamento.

Segundo os técnicos ouvidos pelo governo eleito, o “descontrole” da política de armas coloca em risco a segurança das famílias brasileiras e, portanto, deve ser revertido pelo Ministério da Justiça, “em diálogo com o Ministério da Defesa”.

Entre as medidas sugeridas está a revisão da Portaria Interministerial MJ/MD 1634/20, sob a alegação de que ela aumentou para 550 unidades o limite de compra de munição para quem é autorizado a comprar arma de fogo registrada. O dispositivo chegou a ser suspenso pela Justiça Federal de São Paulo em 2020.

Além disso, também é recomendada a revogação de oito decretos. Entre eles, destacam-se o 9845/19, que prevê aspectos como idade mínima de 25 anos, comprovação de idoneidade moral e inexistência de inquérito ou processo para a aquisição de arma de fogo, bem como a comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica e a apresentação de documentos de identificação.

Outros decretos que tiveram sua extinção sugerida são o 9846/19, que dispõe sobre o registro, o cadastro e a aquisição de armas e de munições por caçadores, colecionadores e atiradores (CACs), e o 9847/19, que exclui as declarações de efetiva necessidade e de existência de lugar seguro para guardar uma arma, e prevê sete dias para informar a compra de uma arma ao Exército ou à Polícia Federal.

Outros decretos com revogação sugerida são o 10030/19: que aprova o Regulamento de Produtos Controlados; o 10627/21, que exclui de uma série de itens da lista de Produtos Controlados pelo Exército (PCE) e permite a prática de tiro recreativo de natureza não esportiva, com arma do clube ou do instrutor; o 10628/21, que prevê o aumento do número máximo de armas de uso permitido para pessoas certificadas de quatro para seis unidades; o decreto 10629/2021, que prevê a possibilidade de substituir o laudo de capacidade técnica por um ‘atestado de habitualidade’ emitido por clubes ou entidades de tiro; e o 10630/21, que permite o porte de duas armas simultaneamente e sua validade nacional.

O que foi sugerido de modificações para as políticas ambientais
A transição sugere a revogação de oito dispositivos e a revisão de um que considera ser de “extrema gravidade” para as políticas ambientais. As propostas tomam por base decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que alertou para um “estado de coisas inconstitucional” ao analisar o que ficou conhecido como a votação de processos do chamado “Pacote Verde”.

Para controlar o desmatamento, são defendidas as revogações dos decretos 10.142/2019, 10.239/2019 e 10.845/2021, que, segundo a transição, abriram espaço para um “processo acelerado de desmatamento ilegal nos diversos biomas brasileiros, inclusive desmanchando o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM)”.

Como sugestão para acabar com o que considera “impunidade” em relação às multas ambientais, a transição defende a revogação integral do decreto 9.760/19 e parcial do decreto 10.086/22, que, segundo questionamento feito pelo STF, gera perda de mais de R$ 18 bilhões para os cofres públicos.

Outra proposta de revogação é sobre o decreto 10.966/22, que criou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala (Pró-Mape). Segundo a transição, a norma “liberou o garimpo ilegal na Amazônia”. Quando o decreto foi editado, em fevereiro deste ano, a Secretaria-Geral da Presidência da República disse que “a mineração artesanal e em pequena escala é fonte de riqueza e renda para uma população de centenas de milhares de pessoas”.

A retomada do Fundo Amazônia pelas revogações parciais dos decretos 10.223/20 e 10.144/19 é outro ponto defendido. De acordo com os técnicos do governo de transição, ambos inviabilizaram a governança do fundo, considerado como um instrumento de “extrema relevância” para o controle do desmatamento e o fomento a atividades produtivas sustentáveis no bioma. A supressão de trechos criticados garantiria o acesso a mais de R$ 3 bilhões parados.

Outro ponto defendido é a revisão do decreto 11.018/22, que possibilitaria a estruturação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O objetivo é “eliminar os retrocessos realizados na estrutura e no funcionamento do Conselho”.

Revisão das regras para aplicação do sigilo de 100 anos
A equipe de transição de Lula considerou “indevidos” os sigilos de 100 anos que foram impostos pelo governo atual sobre informações relativas ao presidente Jair Bolsonaro, como o cartão de vacinação dele e as reuniões que teve com pastores suspeitos de cobrar propina de prefeitos – posteriormente essa informação foi divulgada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Esses sigilos centenários foram impostos com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), que prevê essa medida em casos em que a publicidade dos dados viola a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de uma pessoa.

Por isso, os técnicos recomendaram um despacho de Lula para determinar que a Controladoria-Geral da União (CGU) reavalie as decisões tomadas em casos denunciados como de “imposição indevida”, com base no “princípio da autotutela da administração pública”.

Outro despacho sugerido para Lula é determinar que a Advocacia-Geral da União (AGU) elabore uma proposta de parecer vinculante que indique o “escopo de aplicação possível” da atual redação da LAI.

Revisão de grandes privatizações
O relatório sugere ainda 14 revisões de instrumentos e dispositivos sobre processos de desestatização que se encontram em “etapas preparatórias e ainda não concluídas”. Entre as empresas citadas no relatório estão a Petrobras, os Correios, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA) e a Companhia Nacional de Abastecimento.

Na área econômica e social, a transição defende acabar com obrigação de que agricultores rurais de famílias de baixa renda entreguem parte de sua produção para o governo mediante a revogação parcial do decreto 10.852/21, que regulamentou a contraprestação do “auxílio inclusão produtiva rural”. Os técnicos acusam o dispositivo de possibilitar que o governo “tome para si” 10% da produção de agricultores de baixa renda, em situação de vulnerabilidade.

A transição também defende recriar o Programa dos Catadores mediante a revogação parcial do decreto 10.473/20, que acabou com o Programa Pró-Catador, que reunia ações de apoio a trabalhadores de baixa renda que se dedicam a coletar materiais reutilizáveis e recicláveis e promovia a “inclusão social e econômica dessas pessoas e contribuindo para a sustentabilidade”.

Outro ponto defendido é proteger as famílias brasileiras contra o “superendividamento”. Para isso, o relatório sugere a revisão do decreto 11.150/22 para “apontar caminhos de reversão do processo de superendividamento vivido pelas famílias brasileiras de baixa renda”. A transição defende que a medida aumentará a segurança jurídica no tema, uma vez que sua constitucionalidade é discutida no STF.

Revogação das políticas para jovens aprendizes e da educação especial
Sob a argumentação de defender os direitos das crianças, dos adolescentes e da juventude, a transição propõe uma avaliação, uma revisão e duas revogações. Entre as sugestões de eliminação de medidas adotadas por Bolsonaro está a derrubada de regras consideradas pela transição como “ilegais” por “retirarem a proteção” do adolescente aprendiz. Os técnicos também propõem acabar com a política pública de educação especial que, segundo eles, “promove o isolamento social das crianças com deficiência”.

Para o adolescente aprendiz, é sugerida a revisão do decreto 11.061/22, que alterou a legislação que regulamenta o trabalho do menor aprendiz, a fim de incentivar a contratação de jovens. O governo de transição acredita que a norma “derrubou várias regras de proteção do adolescente”.

Para a integração das crianças com deficiência, é sugerida a revogação do decreto 10.502/20, que ampara o direito das famílias no processo de decisão sobre a alternativa mais adequada para o atendimento educacional: se na escola regular ou especial. O decreto é contestado no STF e foi classificado pelo governo de transição como “preconceituoso”, sob a justificativa de excluir as crianças com deficiência do convívio com as demais crianças nos ambientes escolares.

Outro ponto defendido é a recriação do Plano Nacional voltado à Juventude do Campo, mediante a revogação do decreto 10.473/20, que acabou com um programa que “reunia ações de efetivação de direitos e inclusão produtiva para jovens nos territórios rurais”.

A avaliação do custo-benefício do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares é a outra medida defendida. Os técnicos sugerem que o Presidente da República edite despacho orientando o Ministro da Educação a avaliar os resultados da política pública prevista no decreto 10004/19, que criou o programa. Eles pedem que sejam avaliados critérios técnicos relativos ao custo-benefício, para definição sobre a dotação orçamentária respectiva e sobre sua continuidade.

Quais as revogações para cultura, igualdade racial e participação social
Para a cultura, a transição sugere adequar as normas de fomento indireto à realidade da economia no setor mediante a revogação do decreto 10.755/21, que regula o fomento a ações culturais via mecanismo de incentivo fiscal em âmbito federal. Também são sugeridas revisões sobre cinco instruções normativas e portarias.

Para a igualdade racial, foi sugerida a revisão de uma portaria da Fundação Cultural Palmares que excluiu 27 personalidades negras do rol de homenageados, como Gilberto Gil, Benedita da Silva, Marina Silva, Elza Soares e Conceição Evaristo.

Para o direito de retomada da participação social, é sugerida a revogação do decreto 9759/19 que reduziu o número de conselhos do Poder Executivo federal. Na época, o ato foi visto como uma “despetização” do governo federal, já que Bolsonaro considerava que esses conselhos tinham sido aparelhados pelo PT. Críticos, porém, já apontavam para um risco à democracia participativa, que foi o argumento usado pelo governo transição para pedir a Lula a revogação da norma.

Segundo os técnicos da transição, houve “redução da participação social em todo o governo”. A revogação seria necessária para “democratizar os espaços de poder e aumentar o controle social da gestão de recursos públicos”.

Também foi sugerida a revisão de uma portaria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para derrubar “entraves” para que movimentos populares tenham acesso ao instituto.

Segundo os técnicos, a portaria INCRA 460/2019 previa regras “deliberadamente burocratizadas” para o acesso ao prédio do Incra. “Os efeitos produzidos pela Portaria são de impedimento de acesso por uma parte significativa dos movimentos populares que não cumprem as exigências indevidas estabelecidas, criando uma barreira para o seu direito constitucional de participação social”, diz o relatório.


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GOVERNOS PETISTAS PASSADOS FINANCIARAM CUBA E VENEZUELA

 

Chegavam ao BNDES aprovados por Lula e Dilma

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo

São Paulo SP 22 11 2019- O ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do 7º Congresso do PT na casa de Portugal no bairro da Liberdade em São Paulo. Fotos Ricardo Stuckert


Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff na festa de 40 anos do PT, em São Paulo| Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas

Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras de empresas brasileiras no exterior chegavam ao banco já aprovados pelo governo federal, que escolhia os países a serem atendidos e as condições do contrato. Dos US$ 10,5 bilhões desembolsados, 98% foram destinados às cinco maiores empreiteiras do país – todas elas investigadas pela Lava Jato. Houve inadimplência de US$ 1 bilhão e outros US$ 573 milhões estão por vencer.

Relatórios do BNDES informam como esses financiamentos funcionam no Brasil. Eles são determinados pela administração direta do governo federal, que estabelece as operações, os países de destino, as condições contratuais como valor, prazo, taxa de juros e seguros, e os mitigadores de risco do país que sedia a obra. Já com essas aprovações, o processo chega ao BNDES em sua parte final, onde é enquadrado e analisado. Ao todo, foram realizadas 148 operações.

O BNDES explica também o motivo da concentração das operações com grandes empreiteiras. Só a Odebrecht recebeu 76% do total; a Andrade Gutierrez, mais 14%. Havia ainda a Queiroz Galvão, a Camargo Correa e a OAS. “Quando os pedidos de financiamento chegavam ao BNDES, os contratos comerciais já estavam estabelecidos. Esses pedidos só eram analisados pelo Banco após a aprovação do Governo. Na época das operações, não havia nenhuma restrição legal à contratação com essas empresas”, registra o BNDES.

A alteração da Lei das Estatais pela Câmara dos Deputados, às pressas, na noite do dia 13 deste mês, abriu caminho para o ex-ministro Aloizio Mercadante assumir o comando do BNDES e despertou o receio de novas intervenções do governo federal no banco estatal.

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“Empreiteiras envolvidas com corrupção”
As cinco empreiteiras foram investigadas pela Lava Jato no escândalo do “Petrolão”, sobre superfaturamento de obras na Petrobrás, pagamento de propinas e financiamento eleitoral de políticos pelo caixa 2. Essas empreiteiras também fizeram repasses à empresa Lils Palestras e ao Instituto Lula. Esses repasses foram investigados e considerados legais pela Justiça.

O BNDES afirma que suspendeu desembolsos a “empreiteiras envolvidas com corrupção” e, acrescenta que, em 2016, em acordo com o Ministério Público Federal, passou a exigir das empresas brasileiras exportadoras de serviços de engenharia a assinatura de um Termo de Compliance, com rígidas regras de governança, como condição para liberação de recursos. “Após essa medida, o BNDES reteve US$ 11 bilhões que estavam previstos para serem desembolsados, referentes a 47 operações ativas. Esses procedimentos servirão de base para a análise de futuras operações”, afirma o banco estatal.

Levantamento feito pelo BNDES aponta 32 projetos que tiveram desembolsos suspensos em 2015, num total US$ 7 bilhões. A maior parte – US$ 3,15 bilhões – é da Venezuela. Foram cancelados desembolsos de US$ 419 milhões para o metrô de Caracas e US$ 862 milhões para o metrô de Los Taques, obras contratadas pela Odebrecht; US$ 638 milhões para a construção do estaleiro Astialba, obra da Andrade Gutierrez; e US$ 358 milhões para o projeto de Saneamento PDSI Tuy, projeto da Camargo Corrêa.

Os desembolsos cancelados para Angola somaram US$ 808 milhões, sendo US$ 500 milhões para o aproveitamento hidrelétrico da Laúca, projeto tocado pela Odebrecht. A República Dominicana teve desembolsos cancelados num total de US$ 1,5 bilhão, com US$ 656 milhões para a construção da Termoelétrica Punta Galina, com duas unidades de geração a carvão mineral.

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Fora do governo, Lula auxiliava empresas

O relatório final da CPI do BNDES, aprovado em 2013, registrou os encontros e viagens do ex-presidente Lula pela África e América Latina em companhia de executivos da Odebrecht. “Cabe ressaltar que, muito embora não fosse integrante do governo havia mais de dois anos, Lula permaneceu como interlocutor preferencial de empresas brasileiras na África, bem como de autoridades daquele continente interessadas em estreitar os laços comerciais com o Brasil, ainda que para isso fosse necessário ‘flexibilizar exigências’ do BNDES para empréstimos, conforme trecho de comunicação diplomática classificada como ‘reservada’”, diz o relatório da comissão parlamentar.

Em maio de 2014, Lula esteve em Angola com uma comitiva de dez integrantes. No dia 6 de maio, a comitiva deslocou-se para a província de Malanje, onde visitou a Usina Biocom, empreendimento da Construtora Odebrecht Angola com a Sonangol. “Durante toda sua visita ao Malanje, o ex-presidente Lula esteve acompanhado do dr. Emílio Odebrecht e de funcionários brasileiros da Empresa Odebrecht Angola”, diz o relatório.

No dia seguinte, Lula teria se encontrado por cerca de uma hora com o presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos. Em depoimento perante o Ministério Público Federal, o ex-presidente afirmou que jamais conversou com o presidente angolano sobre qualquer financiamento do BNDES. “Não obstante, conforme nota de expediente emitida pela embaixada do Brasil naquele país, dentre outros assuntos, Lula conversou expressamente com José Eduardo dos Santos a respeito do financiamento do banco para a construção da hidrelétrica de Laúca”, registra o relatório da CPI. A funcionária da baixada que elaborou a nota afirmou ter estado em todas as reuniões, acompanhando o ex-presidente brasileiro.

Segundo apurou a comissão de inquérito, ao longo dos últimos cinco anos, a empreiteira Odebrecht pagou a Lula por meio de sua empresa, a Lils Palestras Eventos e Publicidade, R$ 4 milhões por palestras no Brasil e nos países onde a empresa conquistou obras a partir de financiamentos do mesmo BNDES.

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Maior parte nos governos Lula e Dilma
O programa de financiamento à exportação de serviços de engenharia foi criado em 1998. Do valor desembolsado, 88% ocorreram no período entre 2007 e 2015, nos governos Lula e Dilma. Dos US$ 10,5 bilhões, 89% foram concentrados em apenas seis países: Angola (US$ 3,2 bilhões), Argentina (US$ 2 bilhões), Venezuela (US$ 1,5 bilhão), República Dominicana (US$ 1,2 bilhão), Equador (US$ 0,7 bilhão) e Cuba (US$ 0,65 bilhão). Ficaram inadimplentes a Venezuela (US$ 681 milhões), Cuba (US$ 226 milhões) e Moçambique (US$ 122 milhões).

Impressiona o número de projetos aprovados para Angola – 40. Entre eles, a construção da Avenida N’Gola/Killuange, a construção da via expressa Luanda/Kifangongo, o Polo Industrial Viana, o Aeroporto Internacional de Catumbela, a Auto-Estrada Periférica de Luanda, a Construção da Quarta Avenida, a Construção Loteamento Zango, o Abastecimento de Águas de Luanda, a Estrada Golfe/Viana, a Estrada da Samba, a Hidroelétrica de Cambambe, a Implantação do Aproveitamento Elétrico de Laúca, a Linha de Transmissão UÍGE, o Polo Agroindustrial de Capanda, o Projeto Águas de Benguela, a Usina Hidrelétrica Capanda e a Quinta Avenida.

Os recursos são destinados ao exportador brasileiro de bens ou serviços.  O devedor é  a empresa ou país estrangeiro que compra o bem ou serviço. Em caso de inadimplência do devedor, a estrutura de garantias é acionada e o BNDES é ressarcido como, por exemplo, pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE). Os Pagamentos recebidos somaram US$ 12,8 bilhões, incluindo os ressarcimentos financiados pelo FGE. O saldo devedor a vencer chega a US$ 946 milhões.

A assessoria de imprensa de Lula afirmou ao blog que “esse assunto é extensamente debatido, com muitas distorções para exploração política. Como diz o próprio documento apontado, os empréstimos geram empregos e exportações no Brasil. Foram desembolsados cerca de US$ 10,5 bilhões, no período entre 1998 e 2017, para empreendimentos em 15 países, sendo que US$ 12,8 bilhões retornaram em pagamentos do valor principal da dívida e juros, até setembro de 2022. Ou seja, tais operações deram lucro ao BNDES. Todos os empréstimos foram analisados pelos setores técnicos do banco. Sobre valores atrasados, eles serão cobrados e os mecanismos de garantia acionados”.


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A IMPORTÂNCIA DA PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo.

Durante a campanha eleitoral de 2014, a então candidata à reeleição Dilma Rousseff tornou célebre a expressão “todos soltos”, em uma referência a envolvidos em escândalos de corrupção da era tucana. A expressão já podia ser aplicada também aos mensaleiros petistas, depois dos indultos de Natal assinados pela própria Dilma em 2014 e 2015, e agora volta a se tornar realidade: o último político denunciado e condenado na Lava Jato que ainda permanecia atrás das grades, em regime fechado, está em casa.

Na sexta-feira, dia 16, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal revogou a última ordem de prisão preventiva que ainda vigorava contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, transformando-a em prisão domiciliar. O voto decisivo foi de Gilmar Mendes, que formou a maioria com André Mendonça e Ricardo Lewandowski; foram vencidos Kassio Nunes Marques e Edson Fachin. Cabral estava na cadeia desde 2016, e tem acumuladas 23 condenações que somam 430 anos de prisão, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude em licitação, formação de quadrilha e organização criminosa. E, apesar dessa lista tão extensa, há uma série de fatores que impedirão que Cabral pague como deve essa dívida com a sociedade.

Qualquer brasileiro com um senso básico de justiça percebe que há algo de muito errado quando um político com lista tão extensa de condenações, algumas delas já com a análise da culpabilidade finalizada, não está na cadeia pagando por seus crimes.

De início, é preciso ressaltar que a grande maioria das ações que resultaram em condenações do ex-governador fluminense ainda não foi julgada pela segunda instância, o que por si só já indica que a Justiça tem sido morosa mesmo em casos de enorme repercussão pública. Mas Cabral já tem contra si ao menos algumas condenações por colegiados: em maio de 2018, o TRF4 confirmou uma pena de 14 anos e 2 meses de prisão imposta pelo então juiz Sergio Moro em um caso de propina envolvendo um contrato entre a Petrobras e a empreiteira Andrade Gutierrez; e, em dezembro de 2018, o TRF2 aumentou para 45 anos e 9 meses a pena de Cabral na denúncia oriunda da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio.

Na maioria esmagadora das nações democráticas do mundo, isso bastaria para que Cabral já tivesse como certas algumas décadas na cadeia; afinal, a análise da culpabilidade estava encerrada, com a sentença de primeira instância devidamente analisada e confirmada pelo TRF, em respeito ao duplo grau de jurisdição, ao devido processo legal e à ampla defesa. Mas não no Brasil, onde o Supremo ressuscitou, em 2019, a jabuticaba jurídica da “prisão em quarta instância”, garantindo que qualquer réu com bons advogados, que conheçam todos os meandros do labirinto processual brasileiro, demore décadas para enfim começar a cumprir sua pena – isso se um dia vier o trânsito em julgado e o condenado efetivamente for para a cadeia.

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É exatamente este o caso de Sérgio Cabral, pois nenhuma das dezenas de ações nas quais ele é réu ou já teve condenações transitou em julgado. O ex-governador apenas seguia preso porque havia contra ele um mandado de prisão preventiva, e aqui começam os potenciais problemas desse tipo de situação. O artigo 312 do Código de Processo Penal prevê este instrumento “como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado”, ou seja, há condições específicas que precisam ser preenchidas para alguém ser mantido preso desta forma. O primeiro perigo é o do abuso: a prisão preventiva não pode funcionar como forma de “compensar” a ausência da prisão em segunda instância – e o dizemos como princípio, sem formar juízo de valor sobre o caso específico de Cabral. O segundo risco é o de deixar o destino do condenado submetido a questões de interpretação: basta que algum magistrado considere que as condições para a manutenção da prisão preventiva não estão postas, ou que um dia existiram, mas não existem mais, para que ela seja revogada – foi o que fez a Segunda Turma do STF.

Qualquer brasileiro com um senso básico de justiça percebe que há algo de muito errado quando um político com lista tão extensa de condenações, algumas delas já com a análise da culpabilidade finalizada, não está na cadeia pagando por seus crimes. Mas isso só ocorre graças a uma série de equívocos que passa por um STF incapaz de reconhecer que o início do cumprimento da pena após condenação por colegiado não viola nenhuma garantia constitucional, e também por um Congresso que não se move para alterar a lei e colocar a prisão em segunda instância na lei e na Constituição de forma cristalina, que não permita interpretações dúbias em benefício dos bandidos. O fim da temporada de Sérgio Cabral na cadeia é mais um lembrete de que a sociedade precisa voltar a pressionar seus representantes no Legislativo, para que façam deste tema uma prioridade em 2023. Não se trata de “linha-dura”, nem de “punitivismo”, mas de mero bom senso e do fim da impunidade.


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O CONGRESSO NÃO MANDA MAIS NADA

 

Deputados e senadores não servem para mais nada

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, durante a cerimônia de diplomação na sede do TSE.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

O Congresso Nacional não existe mais – ocorreu, ali, o que os médicos chamam de “morte clínica”, quando o organismo ainda está biologicamente vivo, mas não tem mais circulação sanguínea, respiração e batimentos cardíacos capazes de sustentar a vida de um ser animado. Câmara e Senado continuam de portas abertas, pagam os salários de todos os seus dependentes (são os parlamentares mais caros do mundo) e até aprovam aumentos para eles próprios e os seus senhores do Poder Judiciário, mas já não respondem mais a estímulos internos ou externos de qualquer natureza.

Não servem rigorosamente para mais nada, do ponto de vista do interesse público. Suas decisões não contam para coisa alguma – tanto faz, na verdade, se decidem ou não, porque quem faz as leis é o Supremo Tribunal Federal. É dali que saem, na vida real, as ordens a serem obedecidas pela sociedade brasileira.

A morte do Congresso vem se fazendo por etapas, com a participação ativa dos presidentes da Câmara e do Senado – os mais destrutivos da história parlamentar do Brasil, em sua obediência cega ao STF.

Deputados e senadores, eleitos pela população, só podem fazer o que o STF permite, não têm mais liberdade de se manifestar fora do Plenário (talvez nem dentro, pelo jeito que vão as coisas) e podem ser presos até por nove meses, sem o mais remoto fundamento legal, se um ministro assim quiser. Não reagem a mais nada que o STF decida. Estão vivendo na base de aparelhos – no caso, do dinheiro público, de seus negócios privados e da submissão completa à “corte suprema” e a um segundo patrão, o futuro governo Lula.

A morte do Congresso vem se fazendo por etapas, com a participação ativa dos presidentes da Câmara e do Senado – os mais destrutivos da história parlamentar do Brasil, em sua obediência cega ao STF e, agora, ao novo governo. Sua última obra, que veio junto com o escândalo do aumento na remuneração, foi aprovar a licença para Lula gastar 145 bilhões de reais acima do que a lei permite – um assalto explícito ao Tesouro Nacional e, pior que isso, uma perfeita palhaçada.

Não fez nenhuma diferença a sua aprovação – o Supremo já tinha decidido que o teto de gastos ia ser jogado no lixo e o Congresso mais uma vez, disse “sim senhor”. Não fazia e continuará a não fazer nenhuma diferença o que deputados e senadores queiram ou não queiram, ou a vontade dos eleitores que os colocaram em seus cargos; quem vai mandar no Brasil, cada vez mais, é o consórcio STF-Lula, e todo o imenso sistema de interesses que lhe dá apoio.

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Lula diz, e os políticos concordam, que não conseguiria “ajudar os pobres” sem essa montanha de dinheiro arrancada do bolso do pagador de impostos – ele nem assumiu o governo, não examinou por cinco minutos nenhum número das contas públicas, mas já quis, antes de qualquer outra coisa, 145 bilhões de reais a mais para gastar. Os “pobres”, obviamente, não têm nada a ver com isso. Mas se tivesse o mínimo interesse em ajudar de fato os “pobres”, por que Lula não pensou em se opor ao aumento para o Legislativo e o Judiciário – nem ele, nem o seu partido e nem ninguém?

Por que não se cogita, em nenhum momento, de usar os lucros das empresas estatais (foram 250 bilhões de reais, em 2022) para reduzir a miséria? Por que a recusa absoluta de redistribuir renda através da redução em um centavo das despesas do Estado, hoje na casa dos 2 trilhões por ano? É claro que há parlamentares que não concordam com a destruição do Congresso, nem com a sua anulação diante da vontade do STF e de Lula. Mas estão em clara minoria – e sob ameaça.

Os deputados e senadores não têm mais nenhum medo da opinião pública – só têm medo dos ministros do Supremo e das punições que podem receber deles, inclusive por seus problemas com o Código Penal. Todos desfrutam do “foro privilegiado”; é o STF que decide se são processados ou se ficam fora da cadeia. Têm, hoje, o grande privilégio de obedecer às ordens da ditadura do Judiciário. Enquanto ficarem de joelhos, continuarão com a sua vida de vegetal. Se criarem algum problema, vão ser castigados pelo STF e pelo sistema Lula. Já fizeram a sua escolha.


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PRESOS PODEM SAIR DA PRISÃO NO NATAL

 

Crime
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Superlotação carcerária – 29-02-2016 – Superlotação nas delegacias do Paraná. Na foto, presos na Delegacia de Furtos e Roubos no bairro Jardim Botânico.


Imagem ilustrativa.| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo / Arquivo

Um alerta para todo mundo: “saídão” de Natal dos presídios, dos condenados. Só em São Paulo são 38 mil presos. Cuidado, sempre tem um percentual de gente que não volta e gente que assalta. Aqui em Brasília tivemos um caso deplorável de um desses matar um casal, que inclusive estava com um bebê no carro, e a criança ficou órfã por causa de uma saidinha dessas.

Batedores da nossa carteira
Também tem outra coisa: a Assembleia Legislativa de São Paulo se autoconcedeu aumento. Então é outra coisa também com perigo de bater a nossa carteira, aliás, isso não é perigo, é direto porque vai sai dos impostos dos paulistas, dos impostos de todos nós.

Também tem esse aumento que o Congresso acaba de dar para todo mundo, quase 30 mil funcionários da Câmara, do Senado, do Supremo. Todo mundo vai ter aumento, uma beleza. Claro que os contribuintes também terão aumento: de imposto, de juro ou de inflação. E assim vai indo o nosso país.

Petrobrás não vai para a Dilma, mas vai para o PT
Queria falar de novidade: a Petrobras vai para o PT, vai ser entregue para o PT. Esse era o grande medo do mercado e por isso que as ações caíram. Eles fizeram aquela história do bode, bota o bode na sala e depois tira o bode. Eles primeiro deixaram um balão de ensaio, dizendo que a Dilma podia ser a presidente da Petrobras. Aí, agora, anunciaram o senador Jean Paul Prates e todo mundo ficou feliz.

E ele é competente nessa área, ele entende de petróleo, gás, energia eólica. Já trabalha com isso há muitos anos, fundou uma empresa de consultoria na área, antes foi da assessoria jurídica da Braspetro, a Petrobras internacional. Foi um excelente secretário de energia no Rio Grande do Norte, para onde ele se transferiu do Rio, em 2005, e foi eleito senador por lá.

Silvio Almeida para Direitos Humanos
Também acho que foi uma boa escolha o professor Silvio Almeida para Direitos Humanos, ele é do ramo. A escolha estranha do Geraldo Alckmin, o vice-presidente da República, que vai ser ministro da Indústria e Comércio é o caso de “já que não tem tu, vai tu mesmo”. Convidaram dois, o Josué Alencar, filho do José Alencar e o presidente do grupo Ultra. Josué não quis por causa da Coteminas, ele é presidente e dono, e o outro também não aceitou por causa do grupo Ultra, então vai o Geraldo Alckmin mesmo. A ministra da Igualdade Racial só se tornou ministra porque é a irmã da Marielle Franco.

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Desses ministros, até agora tem nove que já eram de governo Lula ou de Dilma, simplesmente estão voltando. Lula disse que não ia trazer ninguém do passado, mas está trazendo gente do passado. A presidente do Partido Comunista do Brasil, por exemplo, vai ser ministra também, a Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia no lugar do astronauta, que, aliás, foi eleito senador lá por São Paulo. E também um vice-presidente do PT, que foi tesoureiro do PT, Marcio Macedo, que será secretário-geral da Presidência da República.

Bessias do “tchau, querida” está de volta
E o advogado-geral da União, que tem status de ministro, vai ser o Jorge Messias, que você já conhece, só que por outro nome, o Bessias. Porque ficou entendido na gravação do telefonema da Dilma para o Lula, aquele telefonema do “tchau, querida”, em que o Bessias iria levar a nomeação do Lula para ministro da Casa Civil, alguma coisa assim, para se livrar da prisão naquela época. Ficou famoso o Bessias. E está aí a Tebet esperando ministério porque foi pro Wellington Dias o que ela queria. A Marina também está esperando. O agro está esperando o ministro da Agricultura que não sai.

A herança perversa de Bolsonaro

E fizeram um relatório de quarenta e seis páginas do governo de transição, sobre a “herança perversa” que o Bolsonaro fez, o desmonte do Estado, ou seja, dizendo que ele não deu estatal para partido político nem ministério e fez privatizações. Olha só a herança perversa. Vamos ter esse ano um PIB maior que o da China, do Reino Unido e que a Alemanha. Crescimento do PIB e uma inflação menor que a dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Alemanha. Faz parte da herança perversa.


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OS PARASITAS DO GOVERNO SEMPRE VENCEM

 


Por
Rodrigo Constantino – Gazeta do Povo


O estado não produz riquezas. Ele existe para cumprir certas funções básicas que, acredita-se, a iniciativa privada não teria condições de oferecer com base no mecanismo do lucro. Segurança, defesa nacional, justiça, alguma infraestrutura e algo em saúde e educação seriam os serviços essenciais aceitos até por liberais.

Claro que estamos muito distantes dessa realidade. No Brasil, o estado é um Leviatã hipertrofiado que cuida de tudo, custa muito caro, fornece serviços precários e acaba como palco de muita corrupção, especialmente quando a esquerda está no poder. O gigantismo do nosso estado é um convite para privilégios indevidos, e parece não haver crise para o setor público, mesmo quando a iniciativa privada, quem paga a conta, sofre com cenários adversos.

Paulo Guedes, o primeiro ministro liberal da era moderna, tentou promover uma reforma administrativa gradual, e defendeu o congelamento dos salários no setor público durante a pandemia que assolava o setor privado. Mas de saída, não há mais o que Guedes possa fazer para conter a sanha perdulária dos chacais e hienas, dos monstros do pântano. Estão todos de olho na divisão do butim a ser promovida pelo ladrão que voltará à cena do crime.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (21) projeto de lei que aumenta o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em 18%,  parcelados ao longo de três anos. A matéria será enviada ao Senado. O subsídio dos ministros do Supremo é usado também como teto para o pagamento de remunerações no serviço público federal.

De acordo com o substitutivo do deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE), a remuneração atual, de R$ 39.293,32, passará para R$ 41.650,92 a partir de 1º de abril de 2023; para R$ 44.008,52 a partir de 1º de fevereiro de 2024: e para R$ 46.366,19 a partir de 1º de fevereiro de 2025.

A estimativa feita pela Corte para o impacto orçamentário em 2023 é de R$ 910.317,00 em relação aos ministros e de R$ 255,38 milhões em relação aos demais membros do Poder Judiciário da União, pois o subsídio é referência para outros ministros de tribunais superiores, juízes federais e magistrados.

O Congresso promulgou nesta quarta-feira (21) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2022, chamada de PEC fura-teto, após aprovação no Senado e na Câmara. A emenda libera para o próximo governo R$ 168,9 bilhões a serem gastos acima do que permitiria originalmente o teto constitucional de despesas e dá mais um passo para o fim da regra do teto de gastos ao prever a instituição de um novo regime fiscal.

Em ato de promulgação da PEC fura-teto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a necessidade da emenda sob a justificativa de proteger a sociedade, “em especial a população economicamente menos favorecida”. “Nos momentos de maiores dificuldades, a população espera que o estado seja capaz de lhes garantir o mínimo de bem-estar garantido na Constituição”, declarou.

Até parece que tal medida é fruto do altruísmo de Pacheco! Aliás, fazer “caridade” com o esforço alheio é moleza. Mas, na prática, os mais pobres acabam sendo justamente os maiores prejudicados pela gastança irresponsável do estado, que precisa pagar a conta por meio de mais impostos, endividamento ou inflação, um imposto disfarçado. Alexandre Garcia comentou:

Uma má notícia para o contribuinte, para os pagadores de impostos – que somos todos nós. Você pode achar que não paga imposto de renda, mas quando você vai na esquina comprar óleo de soja, macarrão, feijão e arroz, você está pagando imposto sim. Talvez você tenha de pagar mais imposto e o produto vai ficar mais caro pra suprir toda essa despesa que agora está nos esperando.

Aprovaram esse teto de gastos furado. São 200 bilhões a mais de gastos. Agora, todo esse dinheiro não vai cair do céu. Tem de sair de algum lugar. Se emitir moeda, vão tirar o dinheiro do nosso bolso direto pela inflação; se emitirem papeis, terão de pagar mais juros, e nós vamos pagar mais juros também quando comprarmos qualquer coisa no crediário, que vai ficar mais caro. Vamos comprar menos, e o varejo vai vender menos, menos imposto será recolhido e entraremos no círculo vicioso que causou a recessão no governo Dilma.

Essa volta ao passado que a gente começa a antever o mercado já percebe, assim como os investidores, os industriais. Eu vejo pesquisas entre as indústrias, mostrando que o pessoal já está com um pé atrás, reduzindo a confiança. O agro está parando de investir e, enquanto isso, os deputados e senadores aprovaram aumento geral para esses cidadãos de primeira classe, esse pessoal que fica pendurado na folha de pagamento pública, sendo sustentado pelos que estão trabalhando com aposentadoria bem menor, com menos férias, menos regalias. Esse pessoal da primeira classe vai ter aumento de 18%. São quase 30 mil funcionários da câmara e do senado, 513 deputados, 81 senadores, os ministros do Supremo, o futuro presidente da Republica, todo mundo recebendo aumento.

Vale notar que o governo Bolsonaro deixa a casa arrumada e com recorde de arrecadação, sem ter aumentado impostos para tanto (o presidente aprendeu com Guedes sobre a Curva de Laffer, mencionada por ele numa entrevista).

A arrecadação das receitas federais atingiu R$ 172,038 bilhões em novembro, representando aumento real – corrigido pelo IPCA – de 3,25% em comparação ao mesmo mês de 2021. Esse é o melhor resultado para o período desde 2013. Já no acumulado do ano, entre janeiro e novembro de 2022, a arrecadação alcançou R$ 2,008 trilhões, um acréscimo real de 8,80% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse foi o melhor desempenho arrecadatório desde 1995, início da série histórica. Os dados foram divulgados na quarta-feira (21) pela Receita Federal.

Agora imaginem essa grana toda nas mãos de larápios socialistas! É a garantia da farra do setor público e seus companheiros. O deputado Marcel van Hattem desabafou: “Lula, PT e Centrão fizeram barba, cabelo e bigode hoje na Câmara: furo no teto, fim do teto, aumentos salariais pra todo mundo, emendas inflacionadas para deputados e senadores e 23 bi de bônus fora do teto também neste ano. Lutamos muito, mas perdemos todas. Pobre Brasil!”

Pobre Brasil mesmo, que nunca perde uma oportunidade de perder oportunidades de ouro. Os parasitas venceram. Caberá aos hospedeiros que restarem trabalhar em dobro para pagar a fatura, para sustentar os malandros. O único problema é que o socialismo dura somente até quando a riqueza produzida pelos outros durar. Na Argentina a miséria já é crescente, e na Venezuela já é a realidade da imensa maioria, à exceção da cúpula socialista no poder.


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PESSOAS RESILIENTES SÃO CAPAZES DE SUPORTAR NÍVEIS PROFUNDOS DE DOR

 


Nick Wignall – Medium Dayle Digest

Nós todos experimentam emoções dolorosas: Da ansiedade e tristeza à vergonha e ressentimento, o sofrimento emocional é universal e inevitável.

E, no entanto, como reagimos ao sofrimento emocional varia drasticamente de pessoa para pessoa.

Para muitas pessoas, a dor emocional desencadeia uma cascata de pensamentos negativos, comportamentos autodestrutivos e emoções cada vez mais dolorosas. Enquanto outros parecem se recuperar quase imediatamente da dor emocional.

A diferença é esta:

Pessoas resilientes emocionais são capazes de experimentar níveis profundos de dor emocional sem serem consumidos por ela.

E embora a capacidade de se recuperar de experiências difíceis possa parecer um superpoder, não é tão misterioso quanto parece.

Acontece que pessoas emocionalmente resilientes tendem a evitar certos hábitos que prolongam e intensificam o sofrimento emocional. Se você aprender a abandonar esses maus hábitos, descobrirá que é muito mais resiliente emocionalmente do que imaginava.

1. Vivendo em Negação

Pessoas emocionalmente resilientes aceitam a realidade como ela é, em vez de fingir que é o que eles querem que seja.

É da natureza humana querer evitar a dor – incluindo a dor emocional. Quem não preferiria sentir-se feliz em vez de triste? Confiante em vez de ansioso? Contente em vez de culpado e envergonhado?

E em nosso desejo de evitar a dor emocional, todos nós desenvolvemos mecanismos de defesa – estratégias sutis destinadas a evitar a dor de humores e emoções difíceis. Um dos mecanismos de defesa mais poderosos que usamos é a negação.

Aqui está como funciona…

Suponha que você perceba que seu cônjuge está ficando um pouco mais distante e distante em seu relacionamento nos últimos meses. Você também observa que eles estão gastando uma quantidade surpreendente de tempo no escritório, trabalhando longas horas em um projeto com aquele novo (e muito atraente) colega de trabalho. Passa pela sua cabeça o pensamento de que seu cônjuge pode estar tendo um caso ou se aproximando perigosamente dele.

Mas assim que o pensamento entra em sua mente, você experimenta uma onda de ansiedade e pavor e diz a si mesmo: “Oh, isso é bobagem… Não há nada acontecendo”. E você continua com a vida, percebendo cada vez mais a distância, mas dizendo a si mesmo “está tudo bem”.

Isso é negação.

Como a dor potencial de descobrir que seu cônjuge está de fato traindo você é tão grande, você nega que seja uma possibilidade e continua com a vida fingindo que está tudo bem sem abordar o assunto.

A negação faz você se sentir melhor a curto prazo, mas o fragiliza a longo prazo.

A realidade sempre alcança você eventualmente. Mas se você passou todo o seu tempo fingindo que as coisas estão bem, também tem evitado tomar medidas corretivas para se preparar para algo realmente difícil. Isso o torna frágil e fraco – o oposto de resiliente.

As pessoas emocionalmente resilientes estão dispostas a enfrentar a realidade rapidamente e suportar algumas dores de curto prazo porque sabem que isso leva a melhores resultados a longo prazo:

Falar sobre sua dor é difícil, mas é muito mais saudável do que engarrafá-la e usar álcool para lidar com ela.

Confrontar seus medos e ansiedades de frente o torna mais confiante e seguro de si mesmo a longo prazo.

Reconhecer seus erros rapidamente, em vez de ficar na defensiva e culpar os outros, torna a vida muito mais fácil a longo prazo.

Pessoas emocionalmente resilientes entendem que lidar com a realidade de frente é difícil, mas fortalecedor. É assim que aprendemos, crescemos e nos tornamos emocionalmente fortes.

A realidade sempre vence no final. Melhor estar do lado vencedor desde o início.

“A vida não é um problema a ser resolvido, mas uma realidade a ser vivida.”

– Soren Kierkegaard

2. Viver sem propósito

É muito mais fácil evitar se perder se você tiver um mapa.

Considere o preocupado crônico: sempre que você tem um momento de silêncio, sua mente sempre parece vagar em direção a preocupações e medos, levando você a ficar preso em ciclos viciosos de ansiedade e estresse.

Você sabe que não deve continuar se preocupando, mas é difícil desviar sua atenção de suas preocupações. É como se os negativos em sua vida tivessem essa intensa gravidade mental que continua puxando sua mente para eles. E mesmo que você consiga se concentrar em outra coisa por um momento, as preocupações e os negativos puxam sua atenção de volta.

Pessoas emocionalmente resilientes também têm preocupações e medos. A diferença é que eles também têm aspectos positivos fortes e atraentes em suas vidas que “superam” os negativos.

Por exemplo:

É muito mais fácil parar de se preocupar se você tiver um hobby emocionante para pensar e se perder.

É muito mais fácil evitar a ruminação sobre os erros do passado se você tiver um objetivo motivador para o qual está trabalhando.

É muito mais fácil deixar de lado as frustrações e ressentimentos se você tiver oportunidades novas e empolgantes pelas quais esperar.

O propósito é a arma secreta das pessoas emocionalmente resilientes.

Quando você tem várias coisas em sua vida que são significativas, agradáveis ​​e verdadeiramente emocionantes para você, fica muito mais fácil evitar ser desviado por padrões negativos de pensamento e comportamento.

Mas as pessoas emocionalmente resilientes não têm apenas sorte de ter um forte senso de propósito…

Eles cultivam ativamente um propósito em suas vidas:

Eles procuram novos desafios porque o desafio leva à emoção, realização e orgulho.

Eles se apegam a novos interesses e hobbies porque sabem que as coisas boas sempre têm duas ou três camadas de profundidade.

Praticam a curiosidade, interessando-se e abrindo-se a novas ideias e pessoas.

Pessoas emocionalmente resilientes têm um forte senso de propósito em suas vidas. Mas perceba que o ‘propósito’ não precisa ser algo grandioso e magnífico. Pode ser tão simples quanto um hobby semanal ou um compromisso com um pequeno ato de serviço.

Para ser mais resiliente emocionalmente, cultive pequenos pedaços de propósito em sua vida, em vez de esperar que eles caiam em seu colo.

“Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como.”

– Friedrich Nietzche

3. Resistindo à Mudança

Pessoas resilientes veem a mudança como uma oportunidade, não uma ameaça.

Para muitas pessoas, a mudança significa perigos. Ou pelo menos desconforto. E assim, eles seguem suas vidas consciente e inconscientemente tentando manter as coisas firmes e estáveis, tudo na tentativa de minimizar o desconforto emocional que acompanha as mudanças na vida.

O problema é….

A mudança é inevitável, quer você goste ou não.

As pessoas que você ama morrem ou vão embora.

Empregos e carreiras vêm e vão.

As amizades evoluem e mudam.

Os planos são interrompidos ou arruinados.

A vida é mudança.

E se você não for muito bom em lidar com mudanças, será uma jornada acidentada:

As pessoas que lutam contra a mudança costumam ficar cronicamente ressentidas e desapontadas porque a vida nunca parece correr de acordo com seus planos.

As pessoas que têm medo da mudança e tentam evitá-la, ficam cronicamente ansiosas e oprimidas.

As pessoas que não suportam mudanças interpessoais, muitas vezes acabam sozinhas e isoladas porque não se permitem ter intimidade por medo de se machucar.

Pessoas emocionalmente resilientes abraçam a mudança, vendo-a como uma oportunidade de crescimento e entusiasmo.

Isso não significa que sejam Polianas que fingem que tudo está bem e sempre dá certo. Eles reconhecem que a mudança é difícil e assustadora. Mas, além disso, eles trabalham para ver como oportunidade e benefício podem coexistir com dificuldades e lutas:

Perder o emprego pode ser uma oportunidade de explorar uma nova carreira que melhor se adapte aos seus interesses e talentos.

Ter o manuscrito do seu livro rejeitado pode ser uma oportunidade de encontrar uma editora que seja mais adequada para você e seu livro.

Mudar-se para uma nova cidade pode ser uma oportunidade para descobrir novos interesses e paixões.

Olha, eu entendo que isso provavelmente soa banal ou clichê. Mas aqui está uma coisa:

Procurar oportunidades diante da adversidade não é um slogan barato ou um mantra vazio – é uma habilidade psicológica vital.

E se você quiser se tornar mais resiliente emocionalmente, precisa praticar.

Você não pode parar as ondas, mas pode aprender a surfar.

— Jon Kabat-Zinn

4. Tentando controlar as emoções

Você não pode controlar suas emoções mais do que pode controlar o clima.

O conceito de regulação emocional é, na verdade, um equívoco – ou pelo menos é enganoso.

Quando as pessoas são instruídas a trabalhar na regulação de suas emoções, elas assumem que podem regular suas emoções diretamente, como frear a ansiedade ou a raiva.

Mas não é assim que as emoções funcionam. Você não pode influenciar diretamente nenhuma emoção:

Você não pode aumentar seu dial de felicidade.

Você não pode frear sua ansiedade.

Você não pode apertar o botão de motivação.

Podemos influenciar nossas emoções, mas apenas indiretamente por meio de como pensamos e nos comportamos:

Se você disser a si mesmo que é um perdedor, sua tristeza provavelmente aumentará.

Se você se lembrar de que cometer erros é normal e que agora sabe como realmente resolver o problema, provavelmente se sentirá um pouco encorajado.

Se você escrever o primeiro parágrafo dessa redação apesar da total falta de motivação, provavelmente se sentirá um pouco mais motivado para escrever o segundo parágrafo.

Se você quer se sentir diferente, precisa pensar e agir de maneira diferente.

Mas a porta de entrada para mudar seu pensamento e comportamento é a atenção:

Para parar de pensar em si mesmo como um perdedor, você precisa voltar sua atenção para as memórias de quando você teve sucesso.

Para se lembrar de que os erros são normais e se sentir encorajado, você deve desviar sua atenção do erro e focar no que pode aprender com ele.

Para escrever o primeiro parágrafo, apesar de se sentir desmotivado, você deve desviar sua atenção de todas as distrações nas quais prefere se perder e mantê-la focada no teclado.

Pessoas emocionalmente resilientes sabem que tentar controlar suas emoções diretamente é uma tarefa tola. Além de ser uma perda de tempo e energia, pode realmente sair pela culatra:

Quando você trata emoções difíceis como problemas a serem resolvidos, você treina seu cérebro para ter medo de sua própria emoção.

Em vez disso, as pessoas emocionalmente resilientes têm o dom de ignorar temporariamente como se sentem e assumir o controle do que escolhem focar.

Se você deseja se tornar mais resiliente emocionalmente, deve se tornar um administrador melhor de sua atenção.

“Prestar atenção, este é o nosso trabalho sem fim e adequado.”

– Maria Oliver

5. Tentando escapar de sentimentos dolorosos

Se você constantemente tenta se livrar de emoções dolorosas, está treinando seu cérebro para ter medo delas.

A marca registrada das pessoas emocionalmente frágeis é que elas têm pavor de suas próprias emoções:

Eles ficam ansiosos por estarem tristes.

Eles ficam com raiva por se sentirem ansiosos.

Eles se sentem culpados sempre que sentem raiva.

E porque eles têm tanto medo de sentir qualquer emoção dolorosa, eles planejam suas vidas evitando emoções dolorosas:

Eles evitam situações sociais que possam deixá-los constrangidos.

Eles evitam assumir novos desafios no trabalho por medo do fracasso.

Eles evitam ter conversas difíceis com o cônjuge por medo de que alguém fique com raiva e chateado.

E embora toda essa evitação de emoções dolorosas ‘funcione’ no curto prazo, é devastadora no longo prazo.

Toda vez que você tenta se livrar de uma emoção dolorosa, está ensinando ao seu cérebro que as emoções dolorosas são perigosas.

Isso leva a uma espécie de hipervigilância constante a qualquer coisa ou pessoa que possa desencadear uma emoção dolorosa. E o estresse de viver assim o tempo todo é brutal.

Mas, além disso, quando você encontra uma emoção dolorosa, sua intensidade aumenta porque você adiciona uma segunda camada de medo sobre qualquer outra emoção difícil que você experimentou.

Já é difícil se sentir mal e sem se sentir mal por se sentir mal.

As pessoas emocionalmente resilientes têm o hábito de serem curiosas sobre emoções difíceis, em vez de tentar evitá-las.

Eles abordam sentimentos dolorosos em vez de fugir deles.

Eles fazem perguntas sobre como estão se sentindo, em vez de exigir de suas emoções.

Eles validam suas emoções como compreensíveis, embora dolorosas.

Cultive uma atitude de curiosidade em relação às suas emoções e elas se tornarão muito mais controláveis ​​do que você poderia acreditar. E você se tornará muito mais resiliente do que jamais imaginou.

“Ser curioso sobre o que não é da conta de alguém enquanto ainda ignora a si mesmo é um absurdo.”

— Platão

Tudo o que você precisa saber

Pessoas emocionalmente resilientes são capazes de experimentar emoções dolorosas sem se perder nelas. E o segredo deles é que cultivam hábitos que promovem um relacionamento saudável com emoções difíceis.

Se você gostaria de se tornar mais resiliente emocionalmente, construa estes hábitos:

Aceite a realidade como ela é.

Cultive propósito em sua vida.

Adapte-se voluntariamente à mudança.

Controle sua atenção, não suas emoções.

Seja curioso sobre suas emoções.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297