segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

EXCELÊNCIA É EXCEDER IR ALÉM

 

*Rodrigo Maruxo  – CEO da Maruxo Consultoria e Treinamento

Sabe quando alguém fez uma coisa pra você e imediatamente você pensou: “puxa, ela nem precisava me fazer isso!”. Aquela surpresa agradável, que faz um bem danado ao perceber o carinho de alguém com sua necessidade ou problema, em uma instância que a pessoa aparentemente sequer ganha pra isso, o que causa até uma estranheza… Sorria, você acabou de vivenciar a excelência!

A excelência é exceder, ir além, fazer um pouco mais que o básico que todo mundo entrega ou que é pago pra fazer. O resultado disso? Conexões emocionais poderosas geradas pela gratidão, segurança e relacionamento contínuo. Na última linha, vendas, recorrência, fidelização e muito amor envolvido.

Reuni aqui algumas dicas sobre a excelência para que possa aplicá-la, fazendo a diferença no seu mercado e na sua própria vida. Vamos lá:

•       Excelência é uma escolha pessoal. Você escolhe viver e praticar a excelência em sua vida ou negócio. Sair um pouco mais de si pelo próximo, produzir um pouco além não porque alguém está vendo, mas porque te faz bem. É, acima de tudo, uma atitude que transforma, eleva e gera bons negócios com felicidade e fidelidade. Excelência é um estilo de vida que faz com que sua consciência te aprove por não enterrar os seus talentos e possibilidades. E com a consciência em paz, você será feliz. Por que entregar menos daquilo que você pode fazer bem?

•       Excelência não é necessariamente mais caro. A diferença é que você vai focar em oportunidades que a maior parte das pessoas em empresa simplesmente não nota ou negligência. Atuar focado em excelência não custa mais. É apenas um foco diferente sobre as mesmas coisas. É direcionar os esforços de maneira mais proativa, mais significativa. É rentabilizar sua hora trabalhada com o máximo de qualidade.

•       Excelência mora nos detalhes. A maioria das pessoas não é treinada para perceber os detalhes das coisas. Procure exercitar o olhar sobre detalhes e as oportunidades de praticar atitudes de excelência e encantamento aparecerão aos montes, surpreendendo a todos em volta. Observe atentamente em volta e perceba as inúmeras oportunidades de surpreender e encantar que o seu negócio já tem condições hoje de gerar para seus consumidores.

•       Excelência está na empatia. Colocar-se no lugar do outro, entender o que o outro está sentindo. Todos temos em algum grau a capacidade de sermos empáticos. A diferença acontece quando eu quero praticar a excelência: sem um alto grau de empatia, não percebo as oportunidades de surpreender e encantar. Notar claramente a alegria, a frustração, todos os sentimentos que fazem o outro um ser humano como nós, é um prato cheio para a excelência acontecer.

•       Excelência permeia seus processos. Reveja sempre os processos diários de sua operação, perguntando-se: “posso fazer isso de um jeito melhor?”. Assim, revisite o seu jeito de agir e de reagir sobre os processos de atendimento, logística, relacionamento, compras, finanças, marketing… e procure em cada ponto pelas oportunidades de fazer algo diferente, menos oneroso e mais satisfatório para todos os envolvidos, surpreendendo sempre!

•       Excelência está no liderar. Construa junto ao seu time a cultura da excelência. Inspire pela visão de futuro e pelo seu exemplo, espalhe as boas histórias que acontecem dentro e fora de casa, pratique a excelência com o time (servir bem seu time para que ele também sirva bem seu cliente), criando um ciclo virtuoso de evolução e amor em fazer o que se faz cada vez mais e melhor.

Pratique. Inspire. Faça acontecer. Sua empresa agradece, seus clientes agradecem, sua vida ganhará muito em propósito e felicidade. Viva na excelência você também!

Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?

Guilherme Dias – Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG)

Eu vejo todos os dias o anunciante separando seus R$ 10.000,00 pra fazer uma campanha no rádio, R$ 3.000,00 para sair em uma revista local, pelo menos R$ 9.000,00 para fazer uns 3 pontos de mídia exterior, mas na hora de tirar o escorpião do bolso pra comprar mídia online, qualquer “milão” é “caro demais”.

Eu sinceramente não sei de onde veio este mito de que fazer anúncios na internet merece menos atenção financeira do que outros meios. A lógica deveria ser justamente a inversa.

Nenhum outro tipo de mídia retém tanta atenção do público comprador como na internet.

O Brasil é o terceiro país do mundo onde as pessoas mais ficam conectadas, passando mais de 10 horas por dia online (DEZ HORAS POR DIA!).

Ficamos atrás apenas de África do Sul e Filipinas.

Qual outra mídia prende a atenção das pessoas por DEZ HORAS?

Qual outra mídia pode colocar sua marca literalmente na mão do seu cliente ideal?

Qual outra mídia pode colocar sua marca na mão do seu cliente no EXATO momento que ele está propenso a fazer uma compra?

Qual outra mídia pode rastrear, seguir o seu cliente de acordo com os hábitos de consumo dele?

Qual outra mídia pode segmentar um anúncio de acordo com os interesses, medos, desejos, ações, intenções…

Qual outra mídia pode oferecer um contato com seu cliente ideal 24 horas por dia, 7 dias por semana?

Absolutamente nenhuma além da internet.

E agora, me conta…qual o motivo da internet receber menos investimento comparado à mídia tradicional?

Marketing Digital é barato, mas não é de graça.

Vamos fazer uma conta de padaria:

Quanto custa imprimir 1.000 flyers (folhetos) e distribuir no sinal?

Papel couchè brilho 90g 4×4 cores, em gráfica de internet (qualidade bem meia boca), com frete sai em torno de R$ 250,00.

Para a distribuição, você não vai encontrar quem faça por menos de R$ 70 a diária.

Você não tem a garantia de entrega. Já ví muito “panfleteiro” jogando metade do material no bueiro, ou entregando 2 de uma vez só em cada carro. Mas vamos tirar essa margem da conta.

Estamos falando de R$ 320 para 1 mil impactos.

Hoje estava otimizando uma campanha de Instagram, da minha conta pessoal, e o meu CPM (custo por mil impressões) estava girando em torno de R$ 5,51.

Ou seja cerca de 1,72% do valor de uma ação de rua com flyer.

Essa lógica pode ser aplicada a qualquer meio de comunicação tradicional, seja rádio, tv, outdoor, busdoor…

E a conta também deve ser levada em consideração além dos anúncios de Google, LinekedIN, Facebook, Instagram e TikTok.

Banners em portais e publieditoriais, este último ainda pouco explorado por pequenos e médios anunciantes, também apresentam números disparados na frente do marketing tradicional.

Então, quando você se perguntar se está tendo ou não resultados com mídia online, pense nessa continha.

Marketing digital, em comparação, é barato sim, mas será que você deveria deixar a menor faixa de verba do seu orçamento de marketing para o meio de vendas MAIS PODEROSO QUE EXISTE?

Deixo a reflexão.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

domingo, 18 de dezembro de 2022

GENTE PARA PRENDER DE ALEXANDRE DE MORAIS SÃO OS EMPRESÁRIOS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O ministro Alexandre de Moraes, do STF.| Foto: Carlos Moura/SCO/STF.

“Ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar.” Quem dera o Brasil pudesse ouvir uma frase dessas de alguma autoridade responsável por conduzir grandes operações de combate à corrupção. Ou, talvez, de algum secretário de Segurança Pública recém-nomeado por algum governador eleito, prometendo combater o crime com firmeza assim que for empossado em janeiro. Ou, ainda, de algum parlamentar que, conhecendo bem o enorme labirinto processual brasileiro, criado pelas leis aprovadas no Congresso Nacional, queira usar seu mandato para endurecer a lei contra a bandidagem, quem sabe lutando pela volta da prisão após condenação em segunda instância.

Afinal, o que não falta no Brasil é gente para prender e multa para aplicar. Somos o país dos 40 mil homicídios por ano, dos quais apenas uma pequena parcela é solucionada; dos assassinos identificados, só uma parte é capturada e levada a julgamento; dos réus, apenas parte é condenada; e, dos condenados, são raros os que cumprem integralmente sua pena. Se é assim nos crimes contra a vida, o que dizer de ladrões, assaltantes, estupradores ou traficantes? E quanto aos corruptos, também poucas vezes desmascarados, e dos quais é possível quase contar nos dedos os que estão atrás das grades?

Quando Moraes fala de “gente para prender”, ele se refere também a empresários que trocavam ideias pelo WhatsApp, parlamentares que manifestam seu desagrado com decisões do Supremo, ou formadores de opinião que lembram verdades inconvenientes sobre Lula

Mas não; quem afirmou que “ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar” foi o ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Falava em um seminário intitulado “STF em ação”, que teve painel cujo tema era “O guardião da Constituição e a harmonia entre os poderes”. Portanto, homicidas, ladrões, assaltantes, estupradores, traficantes e corruptos podem respirar aliviados. Eles seguirão se beneficiando de estruturas de investigação sucateadas; de audiências de custódia e todo tipo possível e imaginável de garantismo penal; de indultos, “saidinhas” e progressões de regime; do labirinto processual que, bem navegado, garante que um réu jamais veja o sol nascer quadrado; de decisões de tribunais superiores que revertem jurisprudência e anulam processos, mesmo passados vários anos, por tecnicalidades ou suspeições inventadas na hora, ou que libertam um traficante flagrado com quase 200 quilos de cocaína porque ele tinha “bons antecedentes”.

Quem precisa ter medo são aqueles que andam cometendo “crimes de opinião”, “crimes de cogitação” ou “ataques à democracia”. E aqui é preciso fazer uma ressalva importante. Não negamos a possibilidade de agressões reais à democracia, nem que haja pessoas que efetivamente desejam e defendem uma ruptura institucional ou golpe de Estado, e até mesmo possam estar trabalhando para isso de uma forma ou de outra; nesses casos, a investigação e a punição se justificam. O problema não é este; o problema é a repressão injustificada a meras críticas feitas ao Supremo ou ao TSE, elevadas à categoria de “ataques” por quem delas discorda. Entre os presos e perseguidos com outros tipos de medidas cautelares está gente “perigosíssima” que diz privadamente o que pensa ou que se atreve a, horror dos horrores!, fazer alguma “manifestação crítica aos poderes constitucionais”.


E pouco importa se tal “manifestação crítica” é protegida pela lei, ou que a liberdade de expressão seja garantia constitucional; basta uma canetada de Moraes para que essas pessoas percam o direito ao juiz natural, ao devido processo legal, fiquem sujeitas a censura e a outras medidas completamente desproporcionais, mal consigam saber pelo que são investigadas ou do que são acusadas. Pois o histórico de Moraes mostra que, quando fala de “gente para prender” ou para multar, ele se refere também a brasileiros como os empresários que trocavam ideias em um grupo privado de WhatsApp, ou parlamentares que manifestam seu desagrado com decisões do Supremo, ou formadores de opinião que lembram algumas verdades inconvenientes sobre Lula. Assim, temos um recado bastante claro: o arbítrio não vai acabar. E para esses não haverá militantes do “desencarceramento”, nem o discurso de “o Brasil prende muito e prende mal”.

Ficou famosa a intervenção do então vice-presidente Pedro Aleixo, enquanto Costa e Silva e seu gabinete discutiam o AI-5: “O problema é o guarda da esquina”. Com isso, Aleixo dizia que sua preocupação maior eram aqueles agentes públicos anônimos que julgavam ter respaldo – da lei ou dos superiores – para poder cometer qualquer arbitrariedade. Que Aleixo tinha razão o sabemos pela longa tradição que vai dos “meganhas” da ditadura aos policiais que caçavam brasileiros em praias desertas durante a pandemia. Mas o que temos agora é ainda pior: autoridades que ocupam os principais cargos do Judiciário imbuídos da mentalidade de “guarda da esquina”, que julgam poder fazer o que bem entenderem, fazendo assim definhar a democracia que eles consideram estar defendendo.

Legalidade e moralidade
Presença de Moraes na festa de Lula é conduta que não seria aceita para juízes comuns
Por
Gazeta do Povo
Brasília


Alexandre de Moraes e Lula no dia da diplomação no TSE; depois, ministro foi a festa com samba em homenagem ao petista na casa do advogado Kakay.| Foto: Antonio Augusto/TSE

Não são apenas as decisões do ministro do STF e do TSE Alexandre de Moraes que têm alarmado expressiva parcela da comunidade jurídica, que aponta que ele vem violando a liberdade de expressão, a imunidade parlamentar e a separação de poderes. A conduta de Moraes fora dos autos também tem sido motivo de críticas. Na segunda-feira passada (12), após diplomar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro participou de uma comemoração do petista na casa do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay – famoso por defender nos tribunais superiores políticos acusados de corrupção e por ser um dos maiores combatentes da extinta Lava Jato.

A informação sobre a celebração foi revelada pelo portal UOL. Segundo a reportagem, havia cerca de 100 convidados para a confraternização pós-diplomação, que contou com um grupo musical que tocou samba. Participaram vários futuros ministros do novo governo, governadores e parlamentares aliados. Mas chamou a atenção a presença de Alexandre de Moraes e de outros dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.

Dias depois da confraternização, Moraes deu declarações públicas e tomou medidas contrárias a apoiadores de Bolsonaro. Na quarta (14), durante palestra num instituto privado de Brasília, Moraes disse, rindo, que “ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”. A declaração citava discurso anterior, de Toffoli, que citou as 964 detenções realizadas nos Estados Unidos de envolvidos na invasão ao Capitólio, em janeiro de 2021 – caso associado ao ex-presidente dos EUA Donald Trump, de quem Bolsonaro é aliado. Além disso, foi Toffoli que abriu o inquérito das fake news e deu a Moraes a relatoria do caso. Esse inquérito vem sendo usado, desde 2020, contra aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

“Eu fiquei feliz com a fala do ministro Toffoli, porque comparando os números, ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”, afirmou Moraes, sob aplausos e risadas da plateia, formada por políticos, advogados, servidores e ministros que circulam nas Cortes da capital.

No dia seguinte (15), a mando de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) fez uma megaoperação contra organizadores e financiadores de protestos em rodovias e quartéis contra a eleição de Lula e a atuação do TSE. Foram quatro prisões, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão em 103 locais em oito estados e do Distrito Federal e o bloqueio de contas bancárias e de 168 perfis em redes sociais.


Integrantes da comunidade jurídica criticam Moraes
O comportamento de Alexandre Moraes (ao participar da confraternização com Lula) e suas falas durante a semana são criticadas por integrantes da comunidade jurídica porque não seriam admitidas por parte de um juiz comum.

“Uma coisa é participar de uma solenidade pública e formal com candidatos vitoriosos numa eleição. Outra coisa é participar de festinha privada em casa de advogado para celebrar a vitória de um candidato e tendo o advogado e o candidato diversas causas pendentes de julgamento”, critica um procurador consultado pela Gazeta do Povo, que pediu para não ter o nome divulgado.

“Qualquer outro juiz que tomasse essas atitudes sofreria pena severa, com certeza. Talvez uma disponibilidade, ou aposentadoria compulsória. Porque realmente essas condutas mostram situação de parcialidade”, diz o desembargador aposentado e ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori.

Várias normas reprovam condutas de magistrados nesse sentido. A lei do impeachment diz que é crime de responsabilidade um ministro do STF “proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro de suas funções”. A Lei Orgânica da Magistratura (Loman) diz que juízes devem “manter conduta irrepreensível na vida pública e particular”. A Loman prevê ainda a possibilidade de punir com aposentadoria compulsória o magistrado que agir com “procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções”.

O Código de Ética da Magistratura, norma publicada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2008, detalha vários outros princípios que devem nortear a atuação de juízes. Com a finalidade de incrementar a confiança da sociedade na “autoridade moral” dos magistrados e “fortalecer a legitimidade do Poder Judiciário”, a norma também exige dos magistrados independência, imparcialidade, prudência, diligência, integridade profissional e pessoal.

Um dos deveres é “abster-se de emitir opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem”. Outro é “evitar comportamentos que impliquem a busca injustificada e desmesurada por reconhecimento social, mormente a autopromoção em publicação de qualquer natureza”. “É atentatório à dignidade do cargo qualquer ato ou comportamento do magistrado, no exercício profissional, que implique discriminação injusta ou arbitrária de qualquer pessoa ou instituição”, diz ainda o código.

Do ponto de vista disciplinar, no entanto, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza a conduta de todos os juízes do país, não alcança os ministros do STF. Foram os próprios ministros que decidiram, em 2005, que eles não se submeteriam ao CNJ, porque cabe ao STF julgar as decisões do órgão. “O Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o Supremo Tribunal Federal e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que aquele está sujeito”, diz a decisão.

Do ponto de vista disciplinar, caberia ao próprio plenário do STF atuar como órgão corregedor de cada um de seus ministros, a partir de representações de outras instituições, como os poderes Legislativo e Executivo, Ministério Público ou Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Isso porque, antes do CNJ, o próprio tribunal do magistrado pode atuar para fiscalizar sua conduta. No caso do STF, no entanto, nunca se viu abertura de um procedimento desse tipo.

O professor Adilson Dallari, doutor em Direito Administrativo pela PUC-SP e crítico das decisões de Moraes, diz não haver dúvida de que suas atitudes fora dos autos, em tese, levariam a punições. “Mas se a Constituição está escancaradamente sendo descumprida, quem vai se preocupar com infração disciplinar e ética”, diz, em relação a decisões do ministro em seus inquéritos.

Dallari observa que nem sequer críticas são feitas a Moraes pelos outros ministros ou advogados que costumam atuar no STF em razão do corporativismo interno e do clima de compadrio. Isso torna improvável que possam prosperar pedidos para afastar algum ministro por suspeição, quando ele não pode julgar por ser amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados, ou quando for interessado em julgamento em favor de uma parte.

“Brasília é uma coisa complicada. Nos eventos sociais, todo mundo se mistura. Essa festinha [que reuniu Lula e Moraes] é um exemplo. Kakay, que já foi de bermuda ao STF, fez essa comemoração porque sabe que nunca vai acontecer nada”, diz Dallari.

Dallari defende que, assim como em outros países, os tribunais superiores deveriam ficar localizados em outra cidade, não em Brasília. Ou seja, teriam de estar mais afastados do Congresso e do governo – o que evitaria que seus integrantes frequentem os mesmos ambientes e estabeleçam relações de proximidade. “Sou favorável a esse deslocamento. Pelo menos o Judiciário fica fora do centro do poder. Porque poderes são Executivo e Legislativo. Todo poder emana do povo, que o exerce através de seus representantes eleitos. O Judiciário é órgão e não poder, não é representante do povo”, afirma o professor.

Senado resiste a investigar ministros do STF

Se a fiscalização dos ministros do STF e de outras cortes superiores dificilmente vai surgir de dentro do Judiciário, a saída estaria no Senado – que tem esse papel institucional. Aos senadores, por exemplo, cabe a investigação de ministros do Supremo e a aprovação de um eventual impeachment deles – a punição mais dura que poderia ser aplicada a um ministro do STF. Mas o Senado sempre resistiu a abrir um processo do tipo.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/presenca-de-moraes-na-festa-de-lula-e-conduta-que-nao-seria-aceita-para-juizes-comuns/
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PUTIN DIZ QUE A GUERRA NA UCRÂNIA É UM CONFRONTO LONGO

 


Rússia cava trincheiras para uma guerra longa nos campos e na política

Por
Luis Kawaguti – Gazeta do Povo


Após a retomada de Kherson, em novembro, foram encontrados complexos de trincheiras abandonados pelos russos em retirada| Foto: Luis Kawaguti

Tropas do Kremlin ergueram em onze dias todo um complexo de trincheiras em Popasna, retaguarda russa de Bakhmut – a principal frente de batalha no leste da Ucrânia -, segundo uma análise de dados de satélite da empresa privada Planet Labs divulgados pelo jornal americano New York Times.

Essa parece ser uma tendência na guerra da Ucrânia. Moscou recrutou desde setembro 318 mil novos combatentes, mas apenas pouco mais de 70 mil já estão combatendo. Enquanto esse novo contingente é treinado e transportado para o campo de batalha, os russos têm adotado uma posição defensiva.

Eles já perderam cerca de metade do território conquistado na invasão de 24 de fevereiro, segundo analistas ocidentais. Tentam agora evitar que a contraofensiva ucraniana iniciada em setembro os expulse para além das fronteiras.

Em paralelo, o presidente russo, Vladimir Putin, parece ter admitido pela primeira vez que sua operação na Ucrânia não é uma blitzkrieg – guerra rápida, com ênfase nas manobras militares – , mas sim um conflito longo. A análise teria ocorrido, segundo agências de notícias, em uma reunião de Putin com o chamado conselho de direitos humanos da Rússia, há cerca de dez dias.

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksyi Resnikov, afirmou que no grande comboio russo que tentou tomar a capital Kyiv, no norte do país, entre fevereiro e março, os russos teriam levado fardas de gala. Seu objetivo era desfilar em poucos dias na avenida Khreshchatyk, a principal da cidade.

Isso não aconteceu. Kyiv foi transformada em uma grande fortaleza. Havia trincheiras em cada esquina, defesas antiaéreas, artilharia e até membros da população armados esperando os russos ombro a ombro com os soldados profissionais.

As tropas russas ocuparam mais de 150 pequenas cidades e vilarejos próximos a Kyiv. Lá, colunas de blindados russos, destinadas a executar a blitzkrieg do Kremlin, eram frequentemente surpreendidas por patrulhas ucranianas e da legião internacional. Os carros de combate eram destruídos com foguetes antitanque – como o consagrado Javelin – ou bombardeios de drones.

Em pouco mais de um mês de guerra, os russos começavam a se retirar dos arredores da capital e de toda uma faixa de terra na fronteira norte do país, que ia praticamente até a província (oblast) de Kharkiv, no nordeste.

Em julho, o presidente Volodymyr Zelensky anunciou uma contraofensiva e as forças ucranianas passaram a atacar no sul, em direção a Kherson – a única capital provincial que havia sido tomada pelos russos na invasão deste ano.

O Kremlin enviou ao menos 30 mil soldados para a região sul. Porém, o ataque principal ucraniano foi no nordeste, e a província de Kharkiv foi completamente liberada em uma ofensiva relâmpago em setembro.

Os russos haviam estabelecido seu quartel-general para todas as operações no leste do país, na cidade de Izyum. Ela foi praticamente cercada e os russos bateram em retirada no primeiro dia de outubro.

Estive em Izyum recentemente e vi equipes de técnicos ainda recolhendo munições deixadas pelos russos e investigando a presença de minas. A retirada russa foi desorganizada. Muito equipamento militar foi deixado para trás.

Mas o fato de ter sido uma retirada não significa que foi pacífica. Vi prédios de apartamentos literalmente partidos ao meio por bombardeios, indústrias despedaçadas que foram usadas como abrigo de tropas, pontes dinamitadas e vilarejos vizinhos completamente arrasados. Havia blindados incinerados por toda parte.

Moscou parece ter decidido que esse tipo de retirada não se repetiria na guerra da Ucrânia. Grandes complexos de trincheiras e fortificações foram então preparados para a defesa da capital de Kherson, no sul.

Crianças em Kherson, única capital regional que a Rússia havia conquistado na guerra este ano, mas que foi recuperada. Foto: Luis Kawaguti
Mas, da mesma forma que ocorrera em Kharkiv, os russos sofreram uma derrota avassaladora e tiveram que abandonar posições. Kherson foi reconquistada em 11 de novembro.

Quando estive lá, três dias após a libertação, vi vilas arrasadas, muitos campos minados em volta da cidade e complexos de trincheiras abandonados pelos russos.

Isso coloca em dúvida a efetividade dessas linhas de defesa. Se não há soldados para protegê-las, são apenas buracos no campo.

A Ucrânia tem hoje um efetivo de soldados praticamente três vezes maior que o dos russos no campo de batalha. Por isso a necessidade de Moscou acionar sua “mobilização parcial” em setembro.

Em paralelo, os ucranianos estão sendo muito bem armados pelo Ocidente, com lançadores de foguetes e mísseis que podem atingir o inimigo a uma distância cada vez maior.

Segundo a análise de imagens de satélite feita pelo New York Times, vastos complexos de trincheiras estão sendo preparados na parte da província de Kherson ainda controlada pela Rússia, a leste do rio Dnipro, que praticamente divide o país ao meio.

O objetivo aparente é que as tropas ucranianas não sejam capazes de avançar sobre a península da Crimeia, conquistada pela Rússia em 2014.

Em Donbas, no leste, as tropas russas tentam tomar a cidade de Bakhmut para ter acesso por rodovias às principais cidades do norte da província de Donetsk. O sul da província é controlado por Moscou desde 2014. Na retaguarda, fazem fortificações para onde podem recuar no caso de contra-ataque.

Os russos usam tratores militares criados na década de 1960 (BTM-3) para cavar em média 800 metros de trincheiras por hora. As imagens de satélite mostraram também abrigos para atiradores, fossos antitanque (valas cavadas no solo que dificultam a movimentação de carros de combate) e “dentes de dragão”, obstáculos de concreto também destinados a retardar o avanço dos tanques.

A lógica dessas defesas é fazer o inimigo levar mais tempo para se deslocar e assim ficar mais exposto a disparos.

Em resumo, o objetivo do Kremlin parece ser ganhar tempo no campo de batalha. Isso não só para levar mais soldados para a guerra.

No campo político, Moscou espera minar o apoio dos países da OTAN (aliança militar ocidental) à Ucrânia. A grande quantidade de armas, equipamentos militares e recursos financeiros que vêm sendo garantidos a Kyiv permitiram ao país virar o jogo no campo de batalha.

Mas a Rússia não foi derrotada. A esperança de Moscou é que a crise energética agravada pelas sanções ao gás russo faça com que governos europeus sejam pressionados a retirar o apoio aos ucranianos. Empresas privadas estão quebrando e cidadãos protestando contra os preços da energia. Assim, o Kremlin sinaliza com o gás barato caso os europeus abandonem a Ucrânia.

Por ora, não é isso que vem acontecendo. Nos últimos meses, governo após governo ocidental reiterou ou até aumentou o apoio a Kyiv. Sucessivos premiês e ministros da defesa de diversas nações foram à capital ucraniana para mostrar comprometimento. Nos dias em que cartas-bombas foram enviadas à embaixada da Ucrânia e órgãos do governo espanhol, a ministra da defesa de Madri, Margarita Robles, dizia em uma entrevista da qual participei em Odesa: “Isso não vai abalar nosso apoio à Ucrânia”.

Além disso, as sanções a Moscou estão aumentando ao invés de diminuir.

No campo da informação, o Kremlin tem direcionado sua propaganda para políticos conservadores dos Estados Unidos, com o objetivo de causar divisão no país. Putin tenta se associar artificialmente a bandeiras como defesa da família e combate aos movimentos LGBT. Tudo propaganda, pois o Kremlin está muito mais interessado em submeter os países vizinhos do que defender valores familiares.

Para prejudicar a economia ucraniana, a Rússia está há mais de dois meses bombardeando a infraestrutura elétrica. O porto de Odesa chegou a ser paralisado por falta de eletricidade. Constatei nesse período a dificuldade dos comerciantes e da indústria em manter suas atividades.

A população civil acaba sendo a mais prejudicada. Sem luz, muitos sistemas de aquecimento das casas não estão funcionando. O aquecimento na Ucrânia é central – usinas distribuem vapor para as casas – ou individual a gás. Mesmo os sistemas a gás precisam de eletricidade para funcionar.

O resultado é que milhões de ucranianos vão enfrentar o pior inverno de suas vidas. A Organização Mundial da Saúde já alertou para o risco de milhares morrerem de frio.

Depois de uma viagem pela região de Donbas, rumo para o oeste da Ucrânia. As cidades aqui já não estão cheias de barricadas como estavam no início da invasão. Os preços dos produtos e dos serviços parecem mais estabilizados. Mas os blecautes e os alarmes de ataque aéreo não deixam esquecer que se trata de um país em guerra.

Após mais de dois meses de cobertura jornalística, pego um ônibus para a Polônia. O veículo está cheio de mulheres e crianças. Lyudmyla Hrybchuk é de Ternopol, uma cidade no interior da Ucrânia. Lá não há usina elétrica e os habitantes dependem da rede nacional, já gravemente afetada pelos bombardeios russos.

“Tivemos duas semanas que foram muito difíceis, só tinha luz duas ou três horas por dia”, disse. Ela trabalha em uma editora de livros escolares e decidiu deixar a Ucrânia neste inverno. Viajava para a casa da filha, em Portugal, quando a encontrei.

“No passado, antes da guerra, nós falávamos para as pessoas nos outros países sobre a ameaça que a Rússia representava, mas achavam que estávamos exagerando. Agora todo o mundo está vendo o que está acontecendo aqui. Estamos combatendo também essa propaganda de que Rússia e Ucrânia são uma coisa só. Nós somos muito diferentes, o mundo precisa saber”, disse.

Deixo a Ucrânia pela segunda vez com um pesar no coração, pelo futuro dessas pessoas.


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TEM PROTESTOS BEM SUCEDIDOS E OUTROS NÃO

Manifestações

Por
Leonardo Coutinho


Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em Brasília protestam contra o resultado da eleição| Foto: EFE/Joédson Alves

China, 1989. Milhares de estudantes, professores universitários e o que poderia se chamar elite intelectual que emergia com ideais liberais depois de uma década de abertura econômica iniciaram uma série de manifestações pedindo, além da abertura econômica, maior liberdade política e um governo mais democrático. Depois de quase três meses de movimento – que foi marcado por greves de fome e acampamentos em praça pública em pelo menos 400 cidades –, o regime simplesmente mandou passar tanques por cima da garotada. O número de mortos é uma incógnita e a quantidade de presos e desaparecidos é da casa dos milhares. O Partido Comunista Chinês, que enfrentava um dilema interno entre relaxar ou não relaxar a tirania, incluindo um pouquinho de liberdade no pacote de reformas, deu meia volta. Sob o comando do ultra-autoritário Jiang Zemin, que morreu no mês passado, a China acenava para o mundo, mostrando sua disposição de se “ocidentalizar” fazendo negócios, enquanto internamente marchava para um modelo de repressão que viria a superar o que alguns conhecem como perseguição política. O regime montou um extenso, complexo e eficiente sistema de controle social. Esse foi o maior resultado das manifestações na China.

Irã, 1999. Quase ninguém se lembra ou sequer se deu conta. Mas, por cinco dias, uma rebelião de estudantes iranianos paralisou a capital Teerã. Sob as ordens dos aiatolás, a Guarda Revolucionária baixou o sarrafo em todo mundo. Centenas de pessoas foram feridas, 1,5 mil foram presas. O número de mortos é um mistério. Foi um soluço que o regime teocrático que havia recém completado 20 anos sofreu. Os estudantes não aceitavam o endurecimento do regime, que mandou fechar um jornal depois que a publicação revelou uma rede oficial de perseguição a opositores. Como se isso fosse uma grande novidade em regimes totalitários como o do Irã. A brutalidade do regime contra os estudantes deflagrou uma onda de protestos nas principais cidades do país. O aiatolá Ali Khamenei colocou a culpa na CIA e dobrou a aposta repressiva. Além de abafar os protestos, mandou prender os líderes dos protestos. Acusados de serem “inimigos de Deus”, os líderes estudantis foram julgados em sessões espetáculo para servir de exemplo. O resultado: a resposta vem a seguir.

Irã, 2009. Candidato à reeleição, o então presidente Mahmoud Ahmadinejad ganhou a disputa em um processo repleto de suspeitas de fraude. Os três candidatos derrotados alegaram manipulação dos resultados. Dez anos depois de o Irã ter enfrentado a primeira onda de protestos de rua, com os estudantes massacrados em 1999, o país virou palco da maior onda de protestos de sua história. Pode-se dizer que com um lapso de dez anos, os protestos eram uma continuação dos eventos iniciados na Universidade de Teerã. Tudo parecia concorrer para a derrocada do regime. Milhares de pessoas ao redor do mundo mudaram as configurações de suas contas de Twitter e Facebook indicando como localização o Irã, como forma de confundir a censura e aumentar a adesão aos protestos. O Twitter suspendeu um update global de seu software para evitar que ocorresse algum tipo de bug que deixasse os manifestantes sem acesso à plataforma. Contribuição que levou muitos a pedir para o Twitter o Prêmio Nobel da Paz por seu papel na crise do Irã. Assim como dez anos antes, o regime não amoleceu. Mandou mais de 2,5 mil pessoas para a cadeia, oficialmente matou 15 e endureceu ainda mais a repressão contra a oposição.

Brasil, 2013. Manifestações conta o aumento no valor das tarifas de ônibus em São Paulo foram reprimidas com violência depois que hordas de black blocs promoveram quebradeiras pelo centro da capital paulista. A brutalidade foi o gatilho que fez com que os protestos se alastrassem pelo Brasil. E os centavos que estavam na origem do movimento se perderam em uma extensa pauta de reivindicações, que iam desde o fim da corrupção e melhoria da educação e saúde até contra a Copa do Mundo, que ocorreria no Brasil no ano seguinte, e a Olimpíada do Rio em 2016. Ao invés de estádios, o pessoal pedia hospital e escola. Ao melhor estilo “seu pedido é uma ordem”, apenas 15 dias depois da primeira passeata, a presidente Dilma Rousseff tirou da cartola o programa Mais Médicos. Ou seja, espertamente, Dilma e o PT aproveitaram-se dos protestos como justificativa para colocar em prática um plano que estava na gaveta desde o ano anterior de importar médicos cubanos em regime análogo à escravidão como pretexto para enviar bilhões de reais para Cuba. Grande conquista! O tempo passou, Dilma quebrou o Brasil para se reeleger no ano seguinte e o país era pilhado por um esquema de corrupção de proporções titânicas que os manifestantes de 2013 só viriam a conhecer anos depois com a Lava-Jato. O resultado: dez anos depois, o Brasil voltou à estaca zero.

Venezuela, 2017. Naquele ano, foram registradas 9.787 manifestações nas ruas do país. Uma média de 27 por dia. Sendo que quase 6 mil se concentraram entre os meses de maio e julho daquele ano. Cerca de 6 mil pessoas foram presas e seguem até hoje na cadeia. Mais de 15 mil foram feridas e 163 foram assassinadas pelas forças oficiais do regime ou pelas milícias bolivarianas que dão suporte ao regime. Nicolás Maduro parecia estar por um fio. Até um golpe militar chegou a ser tramado. Mas eis que o regime contra-atacou. Prendeu os golpistas e iniciou uma repressão brutal. Os protestos minguaram na mesma proporção que o país se tornou praticamente inabitável, na crise humanitária mais profunda do hemisfério. Maduro não só resistiu como foi capaz de se aproveitar dos protestos para varrer do mapa quem se apresentava como obstáculos ao regime e suas máfias.

Bolívia, 2019. Parecia que o povo tinha colocado o cocaleiro Evo Morales para correr. Depois da descoberta de uma fraude nas eleições daquele ano, milhares de bolivianos foram às ruas por dias para exigir novas eleições, a renúncia de Morales e a retomada da democracia. Execrado e com a imagem arranhada no mundo, o líder cocaleiro fez uma jogada de mestre. Empurrou a crise para uma situação limite. Renunciou de forma a parecer ter sido vítima de um golpe e fugiu do país. Manipulou com seus apoiadores na cadeia de sucessão do poder, de forma que cada um renunciasse até que o país caísse exatamente na mão da oposição. Se não fosse assim, a tese do golpe não colaria. Um ano depois, o grupo de Evo Morales voltou por cima, com a eleição de Luis Arce. Além de recuperar o poder e o prestígio, Morales conseguiu mandar para cadeia os opositores.

A lista recente de manifestações que tiveram como retorno o massacre da oposição inclui a Nicarágua e Cuba. Regimes que souberam tirar proveito da confusão para fazer uma limpeza desde dentro. Expurgando aliados críticos e aniquilando a oposição. Os protestos nos dois países serviram como pretexto para um aumento da perseguição política e endurecimento dos regimes.

Manifestações são superestimadas. Seus efeitos diretos, em geral, são mais nocivos que benéficos a curto prazo. Em ditaduras, eles são um excelente pretexto para os regimes se fortalecerem. Em democracias, são uma bela ajuda para os governantes se ajustarem para salvar suas cabeças, manter-se nos cargos ou implementar políticas. As mudanças quase nunca vêm das ruas. O quase merece destaque, pois para toda regra há exceções.

O que as manifestações parecem ter de efeito é promover a participação política. O envolvimento cidadão pode fomentar medidas e ações que possam ter influências em outros processos, como eleições (em democracias, apenas) onde candidatos ou movimentos que são associados às demandas e aspirações têm a chance de serem eleitos e de promover mudanças reais. Em democracias e (dessa vez) ditaduras, os protestos são um instrumento útil para quem realmente manda e pode mudar as coisas valendo-se da “desculpa” da vontade popular. Projetos de lei, mudanças constitucionais e até Constituições inteiras nascem assim.

Desde o final do segundo turno das eleições, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão nas ruas realizando uma série de manifestações contra o resultado das urnas. Inventaram até um tal “Lula não sobe a rampa”, sugerindo que evitarão a posse do presidente eleito. Qual o resultado prático desse tipo de movimento, que tem tudo para não chegar a lugar algum, a não ser o de oferecer todos os argumentos para que sejam atropelados pela narrativa da esquerda, que já tatuou na testa de cada um destes a marca de fascista? E se fizerem a besteira de fazer besteira?

Os resultados imediatos dos protestos atuais (esperados por quem está acampando nas portas dos quartéis) são nulos. Aqueles que poderiam um dia ser colhidos em longo prazo ficam cada vez mais distantes a cada dia em que eles insistem em marchar rumo ao abismo. O precipício, ao que parece, está próximo. A terceirização da insanidade para uma massa ressentida e desgovernada não tem como dar certo. Lá vem mais um tópico: Brasil, 2023…


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/leonardo-coutinho/uma-breve-historia-sobre-protestos-e-seus-resultados/
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É DIFÍCIL FISCALIZAR AS URNAS POIS NÃO DEIXAM VERIFICAR OS PROGRAMAS INSTALADOS

 

Artigo
Por
Jonas Rabinovitch


| Foto: Divulgação/TRE

Tive o privilégio de trabalhar como responsável pela área de inovação, governo digital e políticas públicas da Organização das Nações Unidas em Nova York por muitos anos. Nessa função fui convidado para visitar países tão diversos como Butão, Fiji, Iran, Laos, Malásia, Panamá, entre outros, para orientar suas políticas digitais, inclusive aspectos relacionados com a votação eletrônica.

Li o chamado Relatório das Forças Armadas, feito pela equipe de fiscalização do sistema eletrônico de votação, estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conforme exigido pela Constituição. Nunca vi um processo de verificação eleitoral tão absurdo. Segundo o próprio TSE, o programa e seus algoritmos contêm cerca de 17 milhões de linhas de programação. Mas o TSE só autorizou a entrada da equipe verificadora com papel e lápis na sala de computação. Como fiscalizar a segurança de um sistema tão complexo apenas com lápis e papel, sem uma simulação digital?

Sinceramente, tenho vergonha de dizer que venho do país dos manés. E somos pelo menos 58 milhões de manés sendo acusados de conspirar contra a democracia simplesmente por questionar as urnas eletrônicas.

Segundo o TSE, o sistema existente na sala de computação está conectado a outras “bibliotecas de software” desenvolvidas por terceiros em computadores externos, os quais tampouco puderam ser acessados pela equipe de verificação. O TSE usou cerca de 500 mil urnas no país com seis modelos diferentes conectados a um sistema centralizado, mas não permitiu testes digitais dinâmicos de todo o sistema e nem forneceu um diagrama sistêmico.

O TSE tampouco permitiu acesso ao controle de versões dos códigos-fonte utilizados, tendo autorizado apenas análises estáticas.  É impossível testar efetivamente a segurança de um sistema dinâmico apenas com ferramentas estáticas.  Por esse mesmo motivo, há várias décadas o computador já substituiu lápis e papel na realização de cálculos complexos. Simulações do sistema de votação foram feitas exclusivamente por técnicos do TSE, enquanto a equipe fiscalizadora só foi autorizada a acompanhar pelo monitor de vídeo em outra sala.

Todos os programas de computação sofrem alterações, aperfeiçoamentos e atualizações – por isso sempre há várias versões. Isso é normal.  Mas não é normal que uma equipe de fiscalização não tenha tido acesso ao histórico das várias versões do programa para saber quem mexeu nele, quando e como. O governo, o Ministério de Defesa e as Forças Armadas nem poderiam afirmar que houve fraude porque foram proibidos de ter acesso aos meios necessários para testar o sistema de votação como um sistema. É como se uma equipe de relojoeiros suíços fosse convidada para testar um novo relógio olhando apenas para os ponteiros. Foram proibidos de abrir o relógio, analisar suas engrenagens, entender seus mecanismos, realizar testes de resistência a água e pressão, enfim, a tarefa é impossível.

Resumindo: sistemas centralizados de votação digital usando máquinas de votar são ilegais em quase todos os países. Os riscos são maiores que os benefícios, por mais rápido que saiam os resultados. No mínimo é válido perguntar, a bem da democracia: quantos riscos são toleráveis em nome da rapidez do resultado? Por muito menos as eleições em Berlim foram recentemente anuladas e uma nova eleição foi agendada.


O mal terá vencido no Brasil? – uma análise da eleição presidencial
A nova direita no cenário político nacional após as eleições 2022
Por que o país do futuro continua preso ao passado?
A tirania da democracia: a maioria manda, seja diretamente ou por seus representantes eleitos

Quando conversei com o chefe de governo digital da Estônia ele não deixou dúvidas: “máquinas de votar não são confiáveis quando conectados a um sistema digital centralizado sem rigorosa simulação em tempo real de todos os elementos do sistema”. No Brasil, tentativas político-administrativas para revisão e esclarecimentos sobre o processo eleitoral foram sumariamente indeferidas.

A frase do ministro Barroso do Supremo Tribunal Federal ecoa nos ouvidos da nação: “Perdeu mané, não amola!”.  O psicólogo americano Jeffrey Huntsinger, da Univesidade de Chicago, demonstrou que a raiva serve como uma espécie de válvula de pressão, revelando o que as pessoas realmente sentem e pensam.  Segundo ele, a raiva pode revelar a verdadeira correspondência entre atitudes implícitas e explícitas em qualquer pessoa.

Sinceramente, tenho vergonha de dizer que venho do país dos manés. E somos pelo menos 58 milhões de manés sendo acusados de conspirar contra a democracia simplesmente por questionar as urnas eletrônicas: um assunto já perguntado, debatido, analisado, resolvido e abandonado pelos países mais desenvolvidos.

Jonas Rabinovitch é arquiteto urbanista com experiência em inovação, governo digital e gestão pública.
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DÍVIDA DA VENEZUELA É HERANÇA DO PT DE LULA

 

Calote

Por
Isabella Mayer de Moura – Gazeta do Povo


O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.| Foto: Kremlin/Fotos Públicas

A dívida da Venezuela com o Brasil já chegou à casa do bilhão. De acordo com o Ministério da Economia, em 29 de novembro de 2022, os atrasos do país vizinho nos pagamentos de seus débitos com o Brasil somavam US$ 1,225 bilhão, o equivalente a R$ 6,3 bilhões – já contabilizados os juros moratórios.

A dívida da Venezuela é herança de acordos fechados entre a ditadura venezuelana e empresas brasileiras, durante os governos do PT, para a contratação de serviços de engenharia do Brasil, além de empréstimos para a compra de aeronaves, carnes e lácteos. As parcelas de pagamento se encerrariam em 2024, se estivessem sendo pagas. E, se a Venezuela continuar descumprindo suas obrigações, o montante da dívida subirá em US$ 214,5 milhões até lá.

O ministério das Relações Exteriores envia periodicamente ofícios de cobrança à diplomacia venezuelana, informando o valor devido. Mas quem tem recebido as comunicações é a embaixadora María Teresa Belandria, representante do governo de Juan Guaidó, reconhecido desde 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) como presidente legítimo da Venezuela. Sem acesso a recursos financeiros do país, que é comandado de fato pelo ditador Nicolás Maduro, o governo interino não tem condições de quitar os débitos.

Segundo o Ministério da Economia, os valores da dívida da Venezuela são inscritos no Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR) da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), do qual o Banco Central do Brasil é signatário. Nesse esquema de negociação, o não pagamento implica inadimplência do banco central devedor (no caso, o da Venezuela) com os demais bancos centrais signatários do convênio (no caso, o do Brasil). A atualização dos valores, inclusive juros moratórios, é feita pelo Banco Central do Brasil.

O futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já anunciou que vai restabelecer relações diplomáticas com o governo de Maduro. Mas ainda não se sabe se o pagamento da dívida será retomado.


A origem da dívida da Venezuela com o Brasil
A dívida da Venezuela com o Brasil vem de empréstimos realizados pela ditadura chavista para compra de bens e serviços brasileiros. Por meio de Certificados de Garantia de Cobertura (CGC), o governo brasileiro garante o pagamento ao exportador e quem fica devendo ao Brasil é o país estrangeiro. Parte são dívidas de exportação de serviços via Banco Nacional de Desenvolvimento Sustentável (BNDES), outra parcela são dívidas de exportação de bens financiadas pelo BNDES e há ainda dívidas de exportação de bens por meio de outros bancos.

No caso do BNDES, desde 1998 o banco desembolsou US$ 2,22 bilhões para operações de apoio à exportações para a Venezuela, dos quais US$ 1,505 bilhão estavam relacionados a serviços de engenharia exportados pelas construtoras Odebrecht (US$ 876) e Andrade Gutierrez (US$ 631 milhões). Desse montante, a Venezuela deixou de pagar, até agora, US$ 684 milhões, e mais US$ 122 milhões são de prestações a vencer. Com esse dinheiro foram financiadas as seguintes obras:

Construção do Estaleiro Del Alba (Astialba) para a PDVSA, a petroleira estatal da Venezuela, pela construtora brasileira Andrade Gutierrez (valor desembolsado pelo BNDES: US$ 240 milhões);
Expansão do metrô de Caracas, pela construtora Odebrecht (valor desembolsado: US$ 383 milhões);
Expansão do metrô de Los Teques, pela Odebrecht (valor desembolsado: US$ 492,9 milhões);
Construção da Usina Siderúrgica Nacional, pela Andrade Gutierrez (valor desembolsado: US$ 390 milhões).
Poucas dessas obras foram concluídas. De acordo com o site investigativo venezuelano Armando Info, das construções realizadas pela Odebrecht com financiamento do BNDES na Venezuela, apenas as linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas (capital do país) foram entregues. Ex-executivos da empreiteira, como Marcelo Odebrecht e Euzenando de Azevedo, disseram, em delações premiadas à Justiça brasileira, que pagaram propinas a políticos venezuelanos para obter benefícios em obras públicas.

Em 2015, os repasses do BNDES para as empreiteiras envolvidas em corrupção foram suspensos e o banco estabeleceu critérios adicionais para que fossem retomados.

Além disso, a dívida da Venezuela também abarca US$ 220 milhões em exportações de bens, de acordo com o BNDES. A Gazeta do Povo solicitou mais esclarecimentos sobre os contratos firmados, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

O Ministério da Economia, por sua vez, informou que quatro operações de exportação de bens à Venezuela tinham seguro do Convênio de Pagamento e Créditos Recíprocos da Aladi: uma para a exportação de aeronaves (valor do crédito coberto: US$ 386,3 milhões, em 2012); e três para a exportação de alimentos congelados (carne bovina, frango, pernil suíno) e lácteos (leite em pó e margarina). O valor de crédito coberto nessas três operações, feitas em 2015 e 2016, é de US$ 525 milhões.

O ministério informou que a exportação de aeronaves foi feita pela Embraer, tendo como compradora a Conviasa, companhia aérea estatal venezuelana. O financiamento, viabilizado pelo BNDES, foi acordado em 2012.

Já as exportações de carne e lácteos foram feitas pela JBS à Corporación Venezolana de Comercio Exterior (Corpovex). Os financiamentos foram liberados em 2015 e 2016, no governo de Nicolás Maduro, quando o país já estava em crise e tinha dificuldades para suprir a oferta de alimentos para a população. Nesses casos, as instituições financeiras envolvidas foram o Credit Suisse Brazil e o Banco da China, não o BNDES. Todas as operações foram incluídas no Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR-Aladi).

Já as prestações em atraso ao BNDES são cobertas pelo Seguro de Crédito à Exportação (SCE), um dos mecanismos de garantia e mitigação do risco de crédito em financiamentos a vendas externas de bens e serviços brasileiros. O SCE é lastreado pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE), um fundo contábil vinculado ao Ministério da Economia, constituído de recursos provenientes de alienação, dividendos e remuneração de capital de ações; reversão de saldos não aplicados; resultados de aplicações financeiras; comissões decorrentes da prestação da garantia; além de dotação específica no Orçamento da União.

O  BNDES informou que vem recebendo regularmente todas as indenizações do SCE (parcelas inadimplidas de principal e juros) e, apesar dos calotes, o valor já pago ao banco referente às obras executadas em outros países supera o total desembolsado em termos nominais. Ao todo, dos US$ 10,5 bilhões investidos em 15 países, foram recebidos US$ 12,82 bilhões, considerando juros e incluídas as indenizações do FGE. Ainda há US$ 946 milhões a vencer nos próximos anos.

Futuro ministro das Relações Exteriores diz que foi instruído por Lula a retomar relação com Venezuela de Maduro

Bolsonaro, Trump e Maduro vão pautar a relação entre Lula e Biden
Cuba e Moçambique também têm prestações em atraso
Além da Venezuela, Cuba e Moçambique também estão atrasando pagamentos ao Brasil.

O Ministério da Economia informou à Gazeta do Povo que, no fim de setembro, a dívida em atraso da ditadura cubana era de US$ 268,57 milhões e 188,21 milhões de euros. O saldo devedor ainda em aberto é de US$ 568,73 milhões e 23,45 milhões de euros, valores referentes a parcelas que vão vencer até 2038. Parte desses valores em atraso foi contratada para obras de ampliação e modernização do Porto Mariel, em 5 etapas, realizadas pela Companhia de Obras e Infraestrutura, subsidiária da Odebrecht.

A atualização mais recente sobre os atrasos de Moçambique é de outubro de 2021. Naquela época, o país africano devia ao Brasil US$ 136,28 milhões atrasados. Segundo o site do BNDES, o valor se refere a empréstimos concedidos ao país para a construção de um aeroporto e de uma barragem, pela Odebrecht e pela Andrade Gutierrez, respectivamente.

De acordo com o Ministério da Economia, Moçambique e Brasil já concluíram negociações para reestruturação da dívida. Contudo, o acordo bilateral ainda precisa ser aprovado pelo Senado antes de ser assinado pelo Brasil.

Quais são as medidas de cobrança das dívidas e as sanções
Os países que estão inadimplentes ficam impedidos de celebrar novos empréstimos com o Brasil, segundo a Resolução n.° 50/1993 do Senado Federal. O artigo 6.º da norma diz que a concessão de financiamento externo dependerá “de o tomador e o garantidor não estarem inadimplentes com a República Federativa do Brasil ou com qualquer de suas entidades controladas, de direito público ou privado, ressalvados os casos em que houver renegociação das dívidas diretamente pela União ou através de organismos internacionais”.

Além disso, o Ministério da Economia informou que os atrasos são comunicados aos foros multilaterais competentes, como o Clube de Paris. Isso, segundo a pasta, torna mais difícil para esses países devedores contratar programas de apoio das principais instituições financeiras multilaterais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Um exemplo desses impactos é a necessidade de prévia aprovação brasileira que qualquer devedor que possui atrasos com o Brasil deverá obter para que possa ter um programa de apoio financeiro aprovado pelo FMI”, cita o Ministério da Economia em resposta à Gazeta do Povo.

A Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (SE-Camex) envia periodicamente ofícios de cobrança aos países inadimplentes, por meio de notificação emitida pelo Ministério das Relações Exteriores. Além disso, as dívidas em atraso são informadas pelo Ministério da Economia a instituições multilaterais competentes e são efetuadas gestões junto ao Clube de Paris e às representações diplomáticas dos devedores no Brasil buscando a regularização dos créditos.


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ALEXANDRE DE MORAIS REEDITA O ATO-5 NOVAMENTE

 

Moraes comanda um inquérito perpétuo, sem limites e ilegal

Por J.R. Guzzo

Está em pleno funcionamento no Brasil um novo Ato Institucional no. 5, o instrumento de força usado pelo regime militar para impor ao Brasil uma ditadura que durou mais de dez anos – só que mais destrutivo, mais perverso e com propósitos piores que os do modelo original. O AI-5 de hoje é o inquérito perpétuo, sem limites e absolutamente ilegal que o ministro Alexandre de Moraes comanda contra “atos antidemocráticos”, usando como seu braço armado uma Polícia Federal que não cumpre mais a lei e obedece às cegas a todas as suas ordens. “Ato antidemocrático”, muito simplesmente, é tudo aquilo que o ministro diz que é antidemocrático, como eram os “atos subversivos” do regime dos generais. É o pé de cabra que ele inventou para dar a si próprio o direito de agir fora da lei. Por conta da necessidade de defender “a democracia”, aboliu a exigência elementar de que um cidadão só pode ser acusado por crimes que estejam previstos no Código Penal e no resto da legislação brasileira – e dentro de processo legal, perante a justiça. O resultado é que o inquérito está servindo, unicamente, para Moraes perseguir quem cai na lista de inimigos do seu projeto político.

Ministro Alexandre de Moraes durante solenidade de diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin como presidente e vice-presidente eleitos para o mandato de 2023-2026.
Ministro Alexandre de Moraes durante solenidade de diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin como presidente e vice-presidente eleitos para o mandato de 2023-2026. Foto: Wilton Junior/Estadão

“Ainda tem muita gente para prender”, ameaçou ele, com a certeza de quem faz o que quer. Nenhum oficial da ditadura disse uma coisa dessas, nunca – Moraes diz e dá risada. Em seu último surto, prendeu quatro cidadãos no Espírito Santo que não cometeram delito algum – um deles foi acusado de “demonizar” o STF, coisa que não tem existência legal nenhuma. Prendeu empresários. Prendeu um cacique indígena. Mandou colocar tornozeleira eletrônica. Aplica multa de R$ 23 milhões, ou de R$ 150 mil por hora. Congela contas bancárias. Bloqueia salários. Manda a Polícia Federal invadir residências e escritórios às 6 horas da manhã. Não obedece a lei que dá ao Ministério Público a exclusividade na acusação penal. Ignora os pedidos oficiais do MP para arquivar o seu inquérito; ou então fecha um e abre outro no mesmo dia. O Congresso, as Forças Armadas e os cardeais da “sociedade civil” aceitam tudo. É democracia, isso?

Está em pleno funcionamento no Brasil, e antes mesmo de começar o novo governo Lula, o maior esquema de corrupção que este país já viu – perto do que vem por aí, a ladroagem alucinada dos treze anos em que o PT esteve no poder vai parecer assunto para o juizado de pequenas causas. A primeira grande ordem de “avançar” é a infame mudança na Lei das Estatais – uma safadeza armada no submundo da Câmara, e apoiada em massa pelo PT, que permitirá a Lula enfiar até 600 serventes políticos na direção das empresas do governo. É daí para pior.

LULA COLOCA UM POLÍTICO NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

 

Camilo deve assumir o MEC

Izolda perde força

Entristece ver a política tirar o lugar de uma mulher competente, como Izolda Cela

Por Renata Cafardo

A semana começou com uma mulher favorita ao cargo de ministra da Educação, algo inédito no Brasil, e terminou com seu antigo chefe quase dono do posto. Entristece ver a política, mais que o machismo neste caso, tirar o lugar de uma mulher competente. Mas Lula não vai ficar livre das corretas cobranças sobre gênero se anunciar mesmo Camilo Santana (PT) em vez de Izolda Cela no Ministério da Educação (MEC).

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou Camilo para comandar o MEC na segunda-feira, 12, durante reunião em Brasília.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou Camilo para comandar o MEC na segunda-feira, 12, durante reunião em Brasília. Foto: JF Diorio/Estadão

Até agora, há só uma ministra, Margareth Menezes, da Cultura. Esperava-se mais anúncios semana passada, mas só com machos no páreo ia ser difícil fazer uma foto representativa. Tem ainda Arthur Lira embolando as decisões do ministério. Quem sabe Lula encontra outras mulheres para anunciar com o ex-governador e causar melhor impressão.

Mesmo sem uma história ligada à educação, Camilo foi duas vezes governador do Estado referência na área e continuou uma política educacional de sucesso, iniciada há 20 anos. Política essa que foi criada por Izolda, quando era secretária municipal de Sobral. Em seguida, na Educação do Estado, com Cid Gomes (PDT), ela ampliou a ideia para um sistema exemplar de ajuda aos municípios, que fez o ensino no Ceará todo crescer junto. O Brasil viu o Estado tomar o primeiro lugar dos rankings de avaliações, deixando ricos do Sul e Sudeste correndo atrás. Não sem o descontentamento de uma parte da academia, que enxerga um modelo voltado para resultados em provas e não para formação crítica.

Com a aliança entre PT e PDT, Camilo tornou Izolda sua vice ao se candidatar a governador em 2014. Foi depois reeleito e este ano a deixou como governadora para tentar o Senado. Novamente vitorioso, não deve assumir porque prefere os voos mais altos do MEC.

A educação é um dos serviços públicos mais próximos do cidadão, quase toda família tem uma criança de 4 a 17 anos na escola, ou menores na creche, maiores na universidade. O ministério é um dos grandes orçamentos do governo. Uma gestão de sucesso traz visibilidade para um PT que precisa de quadros para 2026.

Mas o desafio é enorme em um País que já aviltava suas crianças e ficou anos sob Bolsonaro e pandemia. Tem o Enem para ser repensado, programas destruídos, universidades ávidas por recursos. É compreensível que o petista Camilo seja preferido, é o jogo político, Izolda está sem partido depois de uma vida no PDT. Mas o novo ministro precisa ser rápido em reconstruir o MEC, com o ano letivo batendo à porta. A decisão de Lula já passou da hora; o escolhido precisa esquecer a política e se voltar logo para a educação.

VOCÊ MERECE ESTAR ONDE ESTÁ NA VIDA?

 

Ayodeji Awosika – Medium Daily Digest

Work and life balance written on chalkboard

Encare a verdade

Em algum nível, você sente que merece estar onde está na vida, mesmo que não goste da sua vida.

Se você está sendo pago “menos do que vale”, é porque não está recebendo menos do que vale. Se você concorda com um determinado salário, você literalmente aceita esse salário como o que você vale .

Você não trabalharia por US$ 3 por hora porque está abaixo de você, mas você não acha que o salário que está sendo pago agora está abaixo de você, caso contrário, você teria dito não.

Se você mantém pessoas em sua vida que não o tratam bem, você as mantém lá porque você tem baixa autoestima. Afinal, se sua auto-estima fosse alta, você não permitiria que as pessoas o tratassem dessa maneira.

Falando na palavra permitir…

É importante entender que a vida não está acontecendo com você. Você está escolhendo viver sua vida de uma certa maneira.

E essas decisões são um reflexo da maneira como você se vê. Sim, seu ambiente e educação podem influenciar e influenciam a maneira como você se vê, mas isso não torna o ponto anterior falso.

Suas circunstâncias são um espelho de sua identidade.

Para mudar suas circunstâncias, você tem que mudar a maneira como você se vê. É esse cenário de galinha e ovo, no entanto.

Você precisa adotar novos comportamentos com base nessa nova versão de você, mas não tem evidências de que seja capaz de mudar com base em seu passado, então, como você faz isso?

Antes de lhe dar a resposta, vou lhe dar esta verdade brutalmente honesta.

É difícil.

Você fará quase qualquer coisa para manter o status quo. É apenas a maneira como você está conectado. Se você mudar, terá que passar por um processo anormal. Não vai se sentir bem no começo. Você vai ficar com medo. Partes disso serão brutais, até humilhantes, mas é a única.

Passo 1 – Abandone essa crença, ela está te segurando

Pare de dizer a si mesmo que você quer mudar.

Você não.

No fundo, você quer continuar o mesmo porque, mesmo que não goste da sua vida, já está acostumado. Você pode tolerar isso. E a razão pela qual você não mudou é que, claramente, a alternativa parece pior para você.

Você prefere estar fora de forma do que em forma.

Você prefere trabalhar em um emprego que odeia do que ser livre.

Você prefere estar quebrado do que ter dinheiro.

Por que você iria querer permanecer o mesmo, mesmo se você não gosta de sua vida?

Simples, as apostas são baixas.

De uma maneira estranha, é mais fácil morrer uma morte de mil cortes em vez de apenas ter seu rosto arrancado quando você se expõe de uma só vez.

Viver seu dia-a-dia com medo da rejeição é melhor do que ter que enfrentar o punhado de momentos extremamente embaraçosos que acontecerão quando você se expor.

Se você está falido, pode não ter dinheiro, mas também não tem muito a perder. Se você ficar rico, não puder mantê-lo, não puder lidar com a responsabilidade e estragar tudo, será muito pior do que nunca ter feito o dinheiro.

Se você pensar na maneira como a maioria de nós vive, parece insano. Preferimos passar o tempo em nossas vidas e viver bem abaixo do nosso potencial, mesmo sabendo que devemos fazer melhor a cada dia, e então simplesmente morremos.

Mantras de auto-ajuda sobre a brevidade da vida simplesmente não funcionam ou ressoam o suficiente para você se comportar como se sua vida fosse curta. Não, em vez disso, você deixará o sucesso para amanhã todos os dias, se comportando como se fosse viver para sempre, até que um dia você pare de viver.

Eu não vou te dar uma conversa animada sobre como tudo vai ficar bem ou como tudo vai dar certo no final. Ambas as afirmações são falsas. Quanto mais cedo você perceber isso e começar a ser real consigo mesmo, melhor.

O primeiro passo da mudança é entender o quanto você não quer mudar. Se você aceitar isso, então você pode ter uma chance de mudar.

Passo 2 – Comporte-se como a pessoa que você quer se tornar

Esta é a coisa do ovo e da galinha novamente.

Esta é a parte em que lhe dizem para fingir até conseguir.

Você não precisa fingir nada, no entanto.

Você está apenas mudando seus comportamentos. Parece falso porque você não está acostumado a se comportar dessa maneira, mas tudo o que você faz é tentar uma abordagem diferente, é isso.

A única cura para se sentir inautêntico é se comportar de maneira diferente, mesmo que pareça estranho. A única maneira de parar de ter medo da coisa é fazer a coisa. Você tenta mapear esse cenário em sua cabeça, onde você pode obter o que deseja sem dor.

Não vai acontecer.

Essa é a parte mais assustadora de tudo. Você tem medo de ser grande e ousado, com o peito estufado, apenas para ainda falhar e ser rejeitado.

Quando você faz meia-boca, pode contar a si mesmo uma história sobre como não conseguiu o que queria porque não tentou. Mas se você realmente tentar e ainda falhar, para onde ir a partir daí?

Vou guardar as boas notícias para o final.

Enquanto isso, veja como é o seu processo para mudar sua vida:

Decida que tipo de pessoa você quer se tornar

Em todas as situações de sua vida, pergunte a si mesmo o que esse tipo de pessoa faria naquela situação, e então faça

Repita o processo até que você seja essa nova pessoa

Isso vai… demorar… um pouco…

Felizmente, você pode melhorar em qualquer coisa com repetição suficiente. A única maneira de melhorar é atacar implacavelmente. Você tem que ir diretamente à fonte de suas inseguranças, onde mora aquela dor profunda, e correr direto para ela até que ela pare de doer.

É um processo que poucos alcançam, mas se você conseguir, estará livre.

Como é ser um novo você

Neste ponto da minha vida, é impossível para mim me comportar como meu antigo eu perdedor.

Eu não poderia sentar em casa e assistir Netflix por 7 horas por dia, mesmo que eu quisesse. Eu mal consigo assistir mais de uma hora de TV a menos que eu esteja doente.

De jeito nenhum eu conseguiria beber e fumar maconha sete dias por semana como costumava fazer. Esses comportamentos não são mais um reflexo de quem eu sou.

Continuo trabalhando duro no meu negócio porque a ideia de voltar ao que fazia alguns anos atrás me deixa fisicamente doente.

Você eleva seus padrões, os atende, e então é difícil voltar à sua antiga vida.

Atividades que costumavam ser difíceis agora serão uma segunda natureza e fáceis de fazer.

Seu nível básico de motivação será maior.

Toda a sua percepção de si mesmo será alterada.

Nesse ponto, o jogo é manter ou subir de nível. Você pode repetir esse processo quantas vezes quiser.

Sugiro que evite a complacência. Continue a se elevar e avance com velocidade para não se dar tempo de desacelerar, olhar para trás, sabotagem ou qualquer coisa. Apenas olhe para frente trabalhando na missão até que seu tempo restante nesta terra para cumpri-la expire.

O objetivo do jogo é jogar o jogo.

Vendas pela internet com o site Valeon

Você empresário que já escolheu e ou vai escolher anunciar os seus produtos e promoções na Startup ValeOn através do nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace aqui da região do Vale do Aço em Minas Gerais, estará reconhecendo e constatando que se trata do melhor veículo de propaganda e divulgação desenvolvido com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas daqui da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e conseguimos desenvolver soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também: notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do turismo da região.

Insistimos que os internautas acessem ao nosso site (https://valedoacoonline.com.br/) para que as mensagens nele vinculadas alcancem um maior número de visitantes para compartilharem algum conteúdo que achar conveniente e interessante para os seus familiares e amigos.

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nas lojas passa pelo digital.

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Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

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sábado, 17 de dezembro de 2022

MUITOS CANDIDATOS E POUCAS VAGAS NOS CARGOS DO PT

 


Apetite do PT, Centrão, orçamento secreto: o que tem travado a composição do governo Lula
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília

Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva,conversa com os presidentes da Câmara, Arthur Lira e do Senado, Rodrigo Pacheco, durante cerimônia de diplomação no TSE


Presidente eleito Lula tem negociado com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para aprovar a PEC fura-teto.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Depois de anunciar a primeira leva de ministros de sua cota pessoal, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viu a composição do futuro governo ser travada por disputas de espaço entre integrantes do PT, Centrão e pelo julgamento do orçamento secreto. Lula chegou a indicar que já tinha definido cerca de 80% dos seus mais de 30 ministérios. No entanto, se viu obrigado a rediscutir os nomes diante das negociações partidárias difíceis.

Havia a expectativa de que novos nomes fossem anunciados logo após a diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o presidente eleito travou as nomeações para buscar a melhor acomodação dos aliados. Os principais entraves, segundo interlocutores de Lula, têm sido a votação da PEC fura-teto na Câmara dos Deputados e o julgamento da legalidade do orçamento secreto no Supremo Tribunal Federal (STF).

À espera do desfecho do julgamento, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), travou a votação da PEC e ampliou a pressão sobre Lula por mais espaço na composição do governo. Nos bastidores, líderes partidários sinalizam que Lira estaria negociando a indicação de um nome para o Ministério da Saúde em troca do apoio de pouco mais de 150 votos para aprovação da PEC na Casa. A informação foi divulgada pelo site UOL, e confirmada pela Gazeta do Povo.


A aprovação da PEC que fura o teto de gastos para garantir o pagamento de R$ 600 para o Bolsa Família a partir do ano que vem é tida como prioridade para o governo de transição. Lula esteve reunido com Lira em um encontro fora da agenda, na última terça-feira (13), data em que o petista pretendia anunciar parte da sua composição de governo. Após o encontro, Lira convocou os líderes de partidos para combinar a pauta de votações da Câmara.

De acordo com líderes do Congresso, os 150 votos prometidos por Lira seriam de parlamentares de um bloco composto por legendas como PP, União Brasil, PSDB, Cidadania e outros partidos menores do Centrão. Com isso, a indicação de Nísia Trindade Lima, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), para o Ministério da Saúde pode ser descartada.

Para a pasta, que detém um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios, um dos nomes ventilados seria o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), um dos principais aliados de Lira no Congresso Nacional. O deputado baiano é relator da PEC na Câmara. Líderes do PT, no entanto, resistem ao nome de Nascimento, tido como um adversário político do PT na Bahia e crítico de Lula no estado.

O que Lula estaria disposto a negociar com Lira e o Centrão 
Além da resistência ao nome de Elmar Nascimento, líderes do PT indicam que o governo não está disposto a entregar o Ministério da Saúde para o Centrão. A avaliação é de que a pasta é considerada estratégica para a composição de governo de Lula.

Nas negociações, uma das propostas seria Lula entregar para o bloco parlamentar o Ministério da Integração Nacional. A pasta será recriada após o desmembramento do atual Ministério do Desenvolvimento Regional. Neste caso, o ministério teria sobre seu guarda-chuva a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), órgão que atualmente já é controlado por um aliado de Lira.

A avaliação de parlamentares do PT é de que Lira ampliou a pressão por espaço diante da possibilidade de o STF tornar o pagamento do orçamento secreto inconstitucional. O julgamento teve início nesta semana com o voto da relatora, ministra Rosa Weber, contra a legalidade do mecanismo. Caso a Corte forme maioria contra o orçamento secreto, integrantes do PT avaliam que Lira perderia influência sobre os deputados do seu bloco.

Apesar disso, avaliam que o presidente da Câmara irá pautar a votação da PEC que fura o teto de gastos na próxima semana. Nos cálculos, os aliados de Lula afirmam que uma eventual derrota do texto seria cobrada pelo futuro governo no momento em que Lira for disputar a recondução para a presidência da Câmara, em fevereiro do ano que vem.

Pressão do PT trava indicação de Tebet para ministério
Além do Centrão, o PT também pressiona Lula para que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) não seja indicada para o Ministério do Desenvolvimento Social. A pasta é responsável pelo Bolsa Família, uma das marcas dos governos petistas. Na avaliação do grupo, o cargo poderia ampliar a projeção política de Tebet para 2026.

Tida como trunfo da campanha de Lula no segundo turno, Tebet tem se mantido afastada das negociações e evitado questionamentos sobre sua participação no novo governo. Apesar disso, o presidente eleito mantém sinalizações de que a emedebista terá prestígio em seu governo.

Nesta semana, durante o encerramento dos trabalhos do governo de transição, Lula acenou para Tebet em seu discurso. “Quero agradecer às pessoas que votaram em mim no primeiro turno, às pessoas que votaram no segundo. Quero agradecer nossa companheira Simone Tebet, que teve papel importante na campanha”, disse.

Além do aceno de Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) se reuniu com integrantes do MDB em um jantar, nesta quarta-feira (14), e sinalizou que a senadora terá espaço na Esplanada dos Ministérios. Nos bastidores, líderes emedebistas defendem que Tebet não feche as portas para outros ministérios, mas ela tem indicado que não aceitaria uma pasta “decorativa” na composição do governo Lula.


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“Essa [definição de ministérios] é uma questão que vai ter que perguntar para o presidente do partido. Estou aqui como senadora e como convidada do grupo de coordenação na área do desenvolvimento social”, desconversou a senadora.

Além do ministério de Tebet, o MDB tem pleiteado ao menos outras duas pastas no governo Lula. Uma para a bancada do Senado, onde o senador Renan Calheiros (AL), pleiteia a indicação do seu filho, o senador eleito Renan Filho (AL). O outro seria indicação da bancada da Câmara. Lula, no entanto, tem dito que o partido não poderia ter três pastas diante do tamanho de sua bancada no Congresso Nacional a partir do ano que vem, que será de 42 deputados e dez senadores.

Apetite do PT tem provocado críticas de aliados de outros partidos
Além das resistências em entregar o Desenvolvimento Social para Tebet, o PT também tem pressionado para assumir o Ministério da Educação. Lula chegou a trabalhar pela indicação da governadora do Ceará, Izolda Cela, para o cargo. Contudo, o nome do senador eleito Camilo Santana (PT-CE) passou a ser defendido pelos quadros do PT – o presidente eleito já teria, inclusive, feito o convite. 

Izolda era vice-governadora do Ceará e assumiu o governo do estado em julho, depois que Camilo Santana deixou o cargo para disputar uma cadeira no Senado.

Ex-filiada ao PDT, Izolda saiu do partido após brigas com o grupo do ex-presidenciável pedetista Ciro Gomes. Para integrantes do PT, a pasta da Educação precisa ser comandada por um quadro de confiança dos petistas.

O “apetite” – expressão usada por líderes partidários – do PT em assumir cargos na Esplanada dos Ministérios tem gerado críticas em partidos que apoiaram Lula na disputa eleitoral. Na avaliação desses integrantes, a vitória do petista só foi possível diante da chamada frente ampla de apoios. Até o momento, a sigla de Lula já foi contemplada com Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e existe a expectativa de que o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) assuma as Relações Institucionais.

O PSB de Geraldo Alckmin cobiça ao menos três pastas. A sigla já foi contemplada com Flávio Dino, indicado para a Justiça e Segurança Pública. Existe ainda uma demanda para que Márcio França assuma o Ministério das Cidades e uma terceira pasta estaria em negociação para o deputado em fim de mandato Marcelo Freixo (RJ).

Outro partido que também busca ser contemplado é o Solidariedade, onde a deputada Marília Arraes (PE) passou a ser cotada para comandar o Ministério do Turismo por Lula. A cúpula do partido, no entanto, pleiteia o Ministério da Previdência e defende que o indicado seja o também deputado Paulinho da Força.

Para amenizar as críticas, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirma que quem integrar a base do governo deve ser contemplado com espaços. Mas também disse que o PT “tem tamanho”.

“Claro que o PT tem a compreensão de que os aliados têm que participar do processo, mas obviamente nós sabemos também o tamanho que nós somos, o tamanho que é o PT e a importância que teve nesse processo. É o maior partido da coligação e é o partido do presidente”, disse Hoffmann.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/disputas-de-poder-travam-composicao-do-governo-lula-ministerios/
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