sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

ORÇAMENTO SECRETO PODE NÃO SER APROVADO NO STF

 

Por
Deltan Dallagnol – Gazeta do Povo


| Foto: Joédson Alves/EFE

Ontem o STF começou a julgar a constitucionalidade do “orçamento secreto”, que foi questionado por PSOL, PV, PSB e Cidadania. A ministra Rosa Weber, primeira a votar, julgou a prática incompatível com a Constituição, entendendo que esse tipo de emenda deveria ser reservada apenas para corrigir erros e omissões, e não para criar novas despesas públicas.

Segundo a ministra, a falta de transparência sobre o proponente das emendas viola os princípios da transparência, impessoalidade, moralidade e publicidade. A prática retira ainda racionalidade na distribuição de recursos, prejudicando o equilíbrio entre União, estados e municípios. Por fim, privilegia eleitoralmente certos parlamentares que as recebem.

Três perspectivas são necessárias para compreender o orçamento secreto: de governabilidade, de fisiologismo mais corrupção e de ineficiência de políticas públicas. Primeiro, o orçamento secreto tem sido usado como um mecanismo de governabilidade, uma moeda de troca do presidente com o parlamento.

Em nosso presidencialismo de coalizão, o presidente precisa formar uma coalizão ou base de apoio no Congresso. Só assim alcança “governabilidade”, ou seja, a capacidade de aprovar leis no Congresso necessárias para o presidente executar seu plano de governo.

A prática retira ainda racionalidade na distribuição de recursos, prejudicando o equilíbrio entre União, estados e municípios. Por fim, privilegia eleitoralmente certos parlamentares que as recebem.

No mundo ideal, parlamentares apoiariam boas propostas para o Brasil e rejeitariam as que considerassem ruins. No Brasil real, o fisiologismo impera: muitos partidos e parlamentares estão dispostos a apoiar qualquer governo ou proposta desde que seus interesses sejam satisfeitos, instalando-se o “toma lá, dá cá”.

Uma das formas que esse fisiologismo assume é a concessão pelo presidente, em favor de parlamentares que o apoiam, de recursos que são destinados para a base eleitoral do parlamentar, que é a região em que teve votos. Essa destinação se dá por meio de emendas ao orçamento.

O orçamento estima as receitas e programa as despesas públicas dos anos seguintes. Após sua elaboração com a participação dos três Poderes e coordenada pelo Poder Executivo, ele é aprovado na forma de lei pelo Congresso Nacional.

Ao longo da análise e execução do orçamento, senadores e deputados federais podem propor modificações, as chamadas emendas parlamentares, alterando as estimativas de receita ou a destinação e o montante das despesas.

Até 2015, a possibilidade de um congressista fazer emendas para destinar recursos à sua base eleitoral dependia do assentimento do presidente da República. Naquele ano, as emendas parlamentares individuais, de cada deputado ou senador, tornaram-se impositivas, isto é, obrigatórias. Por não dependerem mais do presidente, este perdeu um mecanismo de governabilidade.

O presidente Bolsonaro iniciou seu governo com a promessa do fim do “toma lá, dá cá”, mas logo a realidade se impôs. Em 2019, sua taxa de sucesso legislativo foi de 31%, a menor desde a Constituição de 88. Isso significa um baixo sucesso na aprovação de suas propostas no Congresso.

No Brasil real, o fisiologismo impera: muitos partidos e parlamentares estão dispostos a apoiar qualquer governo ou proposta desde que seus interesses sejam satisfeitos, instalando-se o “toma lá, dá cá”

Para reverter esse problema de governabilidade, o governo abriu espaço para o Centrão, um grupo de partidos e parlamentares que trabalham com base no toma lá, dá cá, e assentiu que parlamentares direcionassem mais recursos do orçamento a suas bases por meio das emendas parlamentares do relator do orçamento no Congresso, as chamadas RP9, que não são impositivas ou obrigatórias.

Essas emendas de relator foram apelidadas de “orçamento secreto” porque podem esconder, e grande parte delas escondeu até recentemente, quem é o parlamentar beneficiado e qual o critério de sua distribuição pelo governo.

A segunda perspectiva é a do fisiologismo mais corrupção. As duas funções centrais dos parlamentares, teoricamente, são legislar e fiscalizar. Contudo, ao rodar por prefeituras do interior, o que mais se pede aos parlamentares é que levem recursos por emendas e despachem pedidos dos municípios em ministérios.

Quando um parlamentar leva recursos para um município ou despacha seus pedidos, favorece a gestão de um prefeito ou o mandato de um vereador, assim como a população daquela região. Em contrapartida, muitos se comprometem a trabalhar em favor da reeleição do congressista.

O impacto pode ser significativo, tanto para o governo local como para a reeleição. O senador Davi Alcolumbre, que teria direito a cerca de R$ 16 milhões em emendas individuais impositivas, conseguiu destinar R$ 277 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional, o que demoraria 34 anos no Senado para distribuir a partir de suas emendas individuais.

O valor corresponde ainda a 62 vezes o que poderia gastar como candidato ao Senado, limitado em R$ 4,4 milhões, o que gera desequilíbrio nas disputas eleitorais e dificulta a renovação política. Os principais partidos do Centrão contaram com R$ 6,2 bilhões em recursos de emendas de relator, o que supera os R$ 5,7 bilhões do fundo eleitoral.

Como resultado desse sistema de emendas, municípios disputam entre si a eleição de parlamentares que vão levar mais recursos para a região, preocupando-se em aumentar a sua fatia do bolo, em vez de focar em eleger parlamentares que aumentem o tamanho do bolo criando condições mais propícias para o desenvolvimento econômico.

Assim, o fisiologismo, que acontece também na base, tem um preço. Isso porque a obtenção de emendas de relator junto ao governo normalmente acontece por meio de um acordo político em que congressista se compromete a apoiar o governo ou propostas deste.

O governo consegue, como consequência, apoio para aprovar o aumento de despesas ou de tributos sem fazer cortes de cargos e privilégios ou aumentar a eficiência governamental por meio de reformas necessárias.

Passam, assim, medidas como a PEC da transição, o aumento de tributos e a mudança recente na lei das estatais que prejudica a governança corporativa e derruba barreiras criadas para impedir um novo Petrolão. Com o fisiologismo, poucos ganham e muitos perdem.

Outro problema é a corrupção. Num ambiente altamente corrompido, investigações já comprovaram que muitos parlamentares recebem de volta uma parte significativa do dinheiro que destinam via emendas parlamentares, sejam individuais ou de relator, o que é chamado de “a volta”. No caso do orçamento secreto, o desvio pode acontecer sem que se sabia qual parlamentar foi o beneficiado, o que favorece a farra com o dinheiro público.

A cidade de Santa Quitéria do Maranhão, com 25 mil habitantes, recebeu destinações e declarou ter feito em um ano mais de 3 mil exames de HIV, número superior ao de São Paulo, com 12 milhões de habitantes.

A cidade de Igarapé Grande, com 11 mil habitantes, também beneficiada com o Orçamento Secreto, inflou seus atendimentos do SUS de 123 mil para 761 mil de um ano para o outro. O número de consultas com especialistas por habitante foi de 34, número superior ao recorde mundial da Coreia do Sul, de 17 consultas por habitante.

O caso mais emblemático é o de Pedreiras, agora conhecida como a cidade dos banguelas, porque recebeu recursos do Orçamento Secreto e informou ter feito 540 mil extrações dentárias em 2021, o que dá uma média de 14 dentes extraídos de cada um de seus 39 mil habitantes.

Vários outros escândalos como esses deverão vir à tona nos próximos anos. Hoje, a CGU investiga suspeitas de desvios de verbas do Orçamento Secreto em 500 municípios.

A terceira perspectiva importante para compreender o orçamento secreto é a de ineficiência das políticas públicas. Serviços públicos como saúde, educação, saneamento e segurança precisam ser feitos com planejamento em cima de dados, de um bom diagnóstico de problemas e das melhores práticas e soluções.

Quem está em melhor posição para estudar e decidir quais são as prioridades e onde aplicar os recursos, por isso, é o gestor especializado do Poder Executivo Federal, Estadual ou Municipal, que reúne conhecimento e experiência, e não o parlamentar que tem o natural interesse de beneficiar suas bases eleitorais, sem transparência e sem a necessária avaliação de políticas e prioridades com base em evidências.

Além disso, as emendas orçamentárias acabam fragmentando a aplicação de verbas para despesas menores como, por exemplo, comprar ambulâncias, viaturas policiais ou reformar praças, em detrimento de grandes projetos de infraestrutura que são necessários para alavancar o crescimento econômico do país e trarão frutos mais abrangentes em termos de emprego e renda.

Some-se que grande parte do orçamento federal tem como destino despesas obrigatórias, vinculadas, como pagamento de pessoal, previdência, saúde e educação. Essas despesas representam 93,7% do orçamento de 2023. Sobra pouco para investir. Em 2022, as emendas parlamentares somaram 24% das verbas discricionárias, inviabilizando programas como a Farmácia Popular.

Verbas de emendas, utilizadas em geral com baixa eficiência, poderiam ser remanejadas. As emendas parlamentares individuais, de bancadas e de comissões previstas para 2023 somam R$ 234 bilhões, valor superior ao da PEC da Transição. A parte das emendas individuais corresponde a R$ 11,7 bilhões. O orçamento secreto está previsto em R$ 19 bilhões.

Assim, é importante que o Supremo restrinja o orçamento secreto, na linha do voto da ministra Rosa Weber, mas isso não vai resolver todo o problema das emendas, que vai para além dos problemas do orçamento secreto.

Quando falamos de emendas de forma geral, o buraco é mais embaixo: é de fisiologismo, de corrupção, de ineficiência alocativa e de buscar mecanismos de governabilidade no Brasil.

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CENSURA E PROIBIÇÃO DE MANIFESTAÇOES É INACEITÁVEL

 


Alexandre de Moraes está cumprindo a ameaça sobre “muita gente para prender”

Por
Alexandre Garcia


O deputado estadual Capitão Assumção publicou uma foto nas redes sociais amordaçado na frente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo por ter sido alvo da operação da PF nesta quinta (15).| Foto: Reprodução/Twitter

Na quinta-feira um caminhão de mudanças foi visto no Palácio do Alvorada. Consta que o presidente Bolsonaro vai ficar morando em Brasília, exercendo um cargo no Partido Liberal. O senador Randolfe Rodrigues, que adora ir direto ao Supremo, passando por cima do Ministério Público, já falou em pedir o despejo do presidente. O que não vai acontecer, porque provavelmente Bolsonaro tomou a iniciativa de sair. Ele não vai dar esse gostinho à esquerda, talvez esteja pensando nisso também, até porque o que estamos vendo é algo que não tem limites.

PT quer ver Bolsonaro preso e enfraquecer oposição no Congresso
Há um pedido da coligação de Lula nas mãos do ministro Benedito Gonçalves, do TSE, aquele dos tapinhas, que disse que “missão dada é missão cumprida”. O objetivo é tentar prender o presidente, alegando que ele se excedeu, cometeu abuso, uso indevido dos meios de comunicação – isso porque ele só usa as redes sociais – e abuso de poder político, que é algo muito subjetivo. Mas tudo é possível a essa altura. Estão incluídos no mesmo pedido parlamentares que foram muito bem votados nessa última eleição: Bia Kicis, Carla Zambelli, Magno Malta, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, gente que faria uma oposição muito firme, e por isso o PT tentará anular os votos recebidos por eles.


Senhores e vassalos
O novo superpoder do Supremo: afastar prefeitos
O poder original
De repente o STF lembrou que a transparência é importante
Enquanto isso, o Supremo está lá examinando a transparência do tal “orçamento secreto”, que é a forma como apelidaram as emendas do relator. Engraçado que, enquanto se discutia a eleição e a apuração, ninguém falava de transparência. Mas agora, nessas discussões no Supremo, a transparência virou a coisa mais importante de todas aquelas listadas no artigo 37 da Constituição…

Para sufocar manifestações, STF continua interferindo em outros poderes

E não há como não registrar que Alexandre de Moraes está cumprindo os seus desejos. Rindo, ele disse numa palestra que ainda vai prender e multar muita gente. Pois fez isso na quinta-feira, com 81 mandados de busca e apreensão para a Polícia Federal cumprir, ligados a bloqueios de rodovias e outras manifestações. Houve o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas que estariam fornecendo sustentação para as manifestações – deve ser água mineral, comida, barraca. No Espírito Santo, Moraes proibiu dois deputados estaduais – Capitão Assumção e Carlos Von – de dar entrevistas e usar as redes sociais; eles vão ter de usar tornozeleira, ou seja, estão presos. E, se não cumprirem a ordem, vão ter as contas bloqueadas e serão multados. Além disso, foram presos também o presidente eleito da Câmara de Vereadores de Vitória, Armandinho Fontoura; um pastor, Fabiano Oliveira; um radialista, Max Pitangui; e um jornalista, Jackson Rangel Vieira. Tiraram os computadores e os celulares tanto do vereador quanto dos deputados estaduais.

Vamos ver o que dirão o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, deputado Erick Musso, e a Câmara Municipal de Vitória, diante dessa interferência sobre a imunidade parlamentar. Nem vou dizer que o artigo 2.º da Constituição será aplicado agora, porque ele já foi anulado há bastante tempo, desde que Alexandre Ramagem foi proibido de ser diretor da Polícia Federal e o presidente Bolsonaro não reagiu; isso foi em abril de 2020. E não há como não lembrar de dezembro de 2016, quando o Supremo fez o mesmo com Renan Calheiros, tirando-o da presidência do Senado, ele disse que de lá não sairia, e o Supremo teve de engolir Calheiros. Lembro disso para vermos como cresceu exponencialmente o avanço sobre outros poderes.

ESPECIAL
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PT NÃO ACEITA PALPITE DOS OUTROS PARTIDOS

 

Teremos Dilma 3

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Visita Dilma / Lula – 23-04-2018 – Impedida pela Justiça de visitar Lula na cadeia, a ex-presidente Dilma Rousseff reclamou da situação dizendo não haver justificativa para o petista estar isolado ou em regime especial de prisão. Lula cumpre pena em uma cela especial no último andar da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril. Estiveram presentes, acompanhando a ex-presidente Dilma, a senadora Gleisi Hoffmann e os senadores Roberto Requião e Lindberg Farias.


A ex-presidente Dilma Rousseff, em 2018.| Foto: Marcelo Andrade/ Arquivo/ Gazeta do Povo

Encontra-se em plena montagem, já na fase do acabamento, o governo Dilma-3. Quem acompanha o noticiário político acha que a partir de 1º. de janeiro haverá mais uma administração Lula e, pelo que se anunciou no único compromisso compreensível de sua campanha eleitoral, todos ganharão um “Brasil Feliz”. Mas o que se vai ter na prática, pelas decisões anunciadas no “governo de transição”, é mais uma Dilma – com os resultados que se pode esperar de uma coisa dessas. O Lula de 2003, que assumiu a presidência da República pela primeira vez, não existe mais. Sua abordagem prudente da economia, e o reconhecimento de que o governo tinha de respeitar os mecanismos básicos do processo de produção, sumiram. O que existe agora é um Lula obcecado em fazer do Brasil um experimento de “socialismo”:  como ocorreu com a “nova matriz econômica” de sua sucessora, quer impor aos brasileiros um país igual aos modelos desenhados nas cartilhas do PT. Mais que tudo, o novo presidente e o seu entorno não admitem que possa haver pensamentos e propósitos diferentes dos seus. É um contrato de desastre.

Dilma deixou um Brasil com a pior recessão da sua história econômica, desemprego maciço, inflação a caminho do descontrole, falência geral dos serviços públicos e índices recorde de miséria – além de um curso de pós-graduação em matéria de incompetência pura e simples. Lula, pelo que saiu até agora do “governo de transição”, vai repetir a dose. Escolheu para seu ministro da economia um subalterno pessoal que confessou, publicamente, que não entende nada do assunto – o que esperar de algo assim? Tudo o que ele fez até agora foi declarar guerra a todos e a cada um dos mecanismos que garantem a estabilidade econômica no Brasil de hoje. Lula não gosta de nenhum deles, e o novo ministro está lá para não gostar junto; não foi nomeado pela sua competência técnica, mas simplesmente é quem vai obedecer com mais empenho as ordens do presidente. Já se sabe muito bem que ordens são essas: entregar todos os recursos financeiros do país, dos 2 trilhões reais de arrecadação federal por ano aos 250 bilhões de lucro das empresas estatais em 2022, ao PT, aos amigos do PT e aos amigos dos amigos. Esse é único projeto econômico de Lula. É o seu único projeto político. É isso, o seu “socialismo” – e a razão objetiva do imenso esforço que foi feito nos últimos anos para que fosse declarado vencedor das eleições pelo TSE.

Mais que tudo, o novo presidente e o seu entorno não admitem que possa haver pensamentos e propósitos diferentes dos seus. É um contrato de desastre

Nada poderia comprovar de forma tão clara a privatização do Estado brasileiro em favor dos interesses representados pelo sistema Lula-PT do que a aprovação pela Câmara, na calada da noite e em cima das coxas, das mudanças na Lei das Estatais. Foi a primeira grande safadeza do governo Lula, ou desse Dilma-3 que se anuncia para o futuro próximo – um favorecimento alucinado aos novos senhores do Brasil. A Câmara, como se sabe, transformou-se num serviço de atendimento às ordens de Lula três minutos depois do TSE anunciar o resultado da eleição; desde lá, vem operando à toda para mostrar que vai ser tão obediente ao novo governo como é obediente ao STF. Seu feito mais notável neste curto espaço de tempo foi rasgar a Lei das Estatais, aprovada no governo Michel Temer e no clamor de moralização levantado pela Operação Lava Jato. A lei estabelece que uma pessoa só pode ser nomeada para cargos de diretoria em empresas estatais 3 anos depois de deixar o exercício de funções políticas; a Câmara, agora, reduziu esse prazo para 30 dias. Qual a razão lógica de uma mudança dessas? Qual o interesse público que ela poderia atender? O que a população ganha com isso? Não ganha absolutamente nada, é óbvio. A redução do prazo serviu unicamente para entregar o BNDES, um dos cofres mais recheados da República, ao dirigente petista Aloísio Mercadante – que compete com o ministro da Economia para ver quem obedece mais ao sistema Lula-PT. Não é só o BNDES, claro. Qualquer estatal, a partir de agora, pode ser entregue ao partido. É essa a democracia que acaba de ser salva pelo heroísmo dos altos tribunais de justiça deste país. Tem toda a cara da calamidade dilmista.


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ATOS CONSIDERADOS ANTIDEMOCRÁTICOS

 


Gregor Samsa acorda de sonhos intranquilos no país dos “atos antidemocráticos”

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num golpista.| Foto:

Dando uma de escritor modernoso e descolado nesta província de araucárias esturricadas, peguei meu Moleskine e minha tinteiro e fui para a praça escrever. Tinha uma ideia antiga que implorava para ganhar vida, embora não fosse das mais originais: uma versão de “A Metamorfose”, de Kafka, na qual Gregor Samsa acorda transformado num patriota-golpista-antidemocrático. O combo todo. A história começava mais ou menos assim:

Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num golpista. Estava deitado sobre uma bandeira do Brasil e, ao levantar um pouco a cabeça, viu-se nu e todo pintado de verde, amarelo, azul e branco. Até lá? Sim, até lá. Nas mãos, ele segurava cartazes com os dizeres “Brazil was stolen” e “SOS Forças Armadas”. O que aconteceu comigo? – pensou.

Foi então que de repente, não menos (nem mais) do que de repente, apareceu diante de mim a sombra intimidadora do guarda Aleixo O+. Era o que estava escrito no uniforme. Com um só golpe de cassetete, o guarda de traços raciais indiscerníveis e orientação sexual idem jogou longe meu Moleskine e minha tinteiro – que foram imediatamente reclamados pelos cracudos das proximidades. Antes que eu tivesse tempo de me perguntar o que um cracudo faria com um caderno metido a besta cheio de anotações, Aleixo O+ me deu voz de prisão: “Teje preso!”.

Aqui na crônica faz sentido, mas na vida real não precisei perguntar o motivo da truculência e da voz de prisão. Afinal, estava mais do que na cara que aquilo era uma consequência do puritanismo democrático do… “Fala! Quero ver se você é homem. Fala o nome dele se for macho”, intimou o guarda. Eu disse e ele pareceu ter ficado um tanto surpreso com minha inesperada demonstração de virilidade cívica.

Mais por sadismo do que por dever profissional, me explicou então o guarda Aleixo O+ enquanto fechava as algemas de plástico biodegradável que eu estava sendo preso por expressar ideias antidemocráticas em praça pública e em plena luz do dia. “Tem crianças ao redor, não está vendo?!”, perguntou ele, revoltado com minha impudícia patriota. Olhei em volta e, além dos cracudos, vi apenas dois anões e um pipoqueiro. Nenhuma criança.

“Posso explicar?”, perguntei. Ao que ele me respondeu que poder eu podia, mas não adiantaria nada. Expliquei mesmo assim, até porque senão a crônica terminaria aqui. “Seu guarda, eu estava escrevendo uma paródia de Kafka para expor os conflitos do personagem. Meu Gregor Samsa é um democrata até o tutano. Digo, talvez não seja tão democrata quanto o seu chefe, mas é um democrata. Só que, de repente, ele acorda querendo intervenção militar. Um golpe. Ou contragolpe. Simplesmente porque, para o personagem, se esgotaram as saídas verdadeiramente democráticas para a crise institucional que vivemos. Entendeu?”. Não tinha a menor esperança de que ele tivesse entendido patavina.

Mas, para a minha sorte (ou seria azar?), graças aos prounis da vida o guarda Aleixo O+ tinha cursado dois semestres de Letras Português-Alemão numa Uniesquina qualquer. E por isso se achava conhecedor dos paranauês literários todos. “Kafka, hein? Es ist nicht wie Machado de Assis, aber ich mag es irgendwie. Então quer dizer que você não é golpista?”, perguntou ele, afetando ser poliglota. Bastava eu ter dito que não e ele seguramente me liberaria, pedindo desculpas pelo Moleskine e pela tinteiro e trocando impressões sobre Goethe, Thomas Mann ou Günter Grass. Mas eu sou trouxa, nunca neguei. Quis conversar e.

“Sou um pouco golpista, sim”, respondi. “Mas só em pensamento. E não é sempre. Tem dia que sim. Tem dia que não. Aliás, era justamente sobre esse estranhamento que eu pretendia escrever usando a paródia de Kafka. No geral, sou um democrata. Não assim um democrata até debaixo d´água. Não vamos exagerar. Mas um democrata que vai votar e finge que acredita. Ainda assim, muitíssimo mais democrata do que o seu chefe. Mas ultimamente tenho sentido no rosto umas lufadas golpistas. Uma cosquinha no coturno imaginário, sabe? Um desejo bem pequenininho, desse tamanhinho assim, ó, de que apareça um herói disposto a por ordem na casa da mãe Joana. E não sei lidar com isso. Da mesma forma que o Gregor Samsa não sabia lidar com suas patas finas de artrópode”.

Ele ficou ali cofiando o cavanhaque imaginário. Na hora me lembrei do meu grande amigo Jones Rossi, que tem umas teorias lombrosianas sobre o caráter de quem usa cavanhaque. Mas não disse nada. Não sou nem louco! “Então você pretendia refletir sobre o golpismo, a democracia e o estado atual das coisas?!”, perguntou ele uma oitava acima do normal – daí o ponto de exclamação. Todo orgulhoso, abri um sorriso, fiz que sim e ainda estufei o peito para emendar: “E, com alguma sorte, pretendia fazer os leitores da Gazeta do Povo refletirem também”.

Para quê! Aleixo O+ ficou furioso. E, ostentando a carranca sádica de um agente da lei a serviço da polícia do pensamento, me jogou dentro do camburão. Que cheirava a churros fresquinhos – vai entender. Assim que o carro partiu, e um tanto quanto entorpecido pelo cheiro de fritura e doce de leite, me dei conta de que na verdade meu crime foi ter usado a obra errada para fazer paródia. É que sempre achei “O Processo” chato paca.

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CHIP CEREBRAL SERÁ IMPLANTADO EM HUMANOS

 

Sabrina Bezerra

INOVAÇÃO

‘Chip cerebral’, de Elon Musk, deve ser testado em humanos em seis meses

Neuralink está desenvolvendo interfaces de chip cerebral. Entenda a tecnologia!

‘Chip cerebral’, de Elon Musk, deve ser testado em humanos em seis meses

Recentemente, Elon Musk disse que o “chip cerebral”, desenvolvido por sua empresa Neuralink, seria testado em humanos em seis meses. Polêmica, a tecnologia tem o objetivo de fazer com que pacientes com deficiência, por exemplo, se movam e se comuniquem. Entenda a história:

Imagine um microchip implantado no crânio capaz de conectar o cérebro dos seres humanos com as máquinas, como: celulares, computadores e tablets. Não é a descrição de um filme de ficção científica, e sim a aposta da Neuralink, startup de Elon Musk (saiba mais abaixo). Parece futurista demais? Talvez. Mas atraiu a atenção de investidores. A empresa recebeu o aporte Serie C de US$ 205 milhões liderado pelo Vy Capital, com participação do Google Ventures, DFJ Growth, Valor Equity Partners, Craft Ventures, Founders Fund, e Gigafund.

O objetivo? Colocar o chip no mercado e acelerar pesquisas e desenvolvimentos de novos produtos. “Quanto mais cedo o fizermos, mais rapidamente poderemos ajudar pessoas que precisam de ajuda e que poderiam se beneficiar com um implante da Neuralink”, diz a empresa em post no Twitter. No entanto, a startup não deixou claro a partir de quando o dispositivo estaria disponível.

Também participaram da rodada Robert Nelson (co-fundador da ARCH Venture Partners), Blake Byers (Byers Capital), Sam Altman (Chairman do YC Group e CEO da OpenAI), Fred Ehrsam (co-fundador da Paradigm e Coinbase) e Ken Howery (co-fundador do PayPal e Founders Fund).

O aporte acontece dois anos depois da empresa levantar US$ 51 milhões. Até agora, o investimento total na companhia foi de US$ 363 milhões, de acordo com o Crunchbase.

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O QUE FAZ A NEURALINK?

A Neuralink foi fundada em 2016 com a aposta de desenvolver, a princípio, dois itens: um microchip implantado no crânio em que será possível controlar dispositivos tecnológicos (celulares, computadores e tablets) apenas com a mente. O segundo, trata-se de um robô que faria a implementação do chip no cérebro da pessoa.

Você deve estar se questionando: para quê? E a Neuralink responde: para ajudar pessoas com cegueira, dificuldade de audição e paralisia motora. “A missão da empresa é desenvolver interfaces cérebro-máquina que tratem várias doenças relacionadas ao cérebro, com o objetivo final de criar uma interface de cérebro capaz de conectar mais intimamente a inteligência biológica e a artificial”, diz a startup em comunicado.

Por enquanto, a tecnologia não foi testada em seres humanos. No ano passado, uma demonstração do dispositivo foi feita com um porco chamado Gertrude.

POR QUE IMPORTA?

As ambições de Elon Musk são sempre disruptivas. E não seria diferente com a Neuralink. Isso porque, ele está olhando para um mercado — apesar de polêmico — pouco explorado, o das interfaces cérebro-computador. Vale destacar, no entanto, que a tecnologia não foi inventada pela startup. Ela existe desde 2006. O papel da companhia tem sido desenvolver inovações com fios mais finos e flexíveis cobertos por eletrodos capazes de captar a atividade cerebral.

Agora, com o aporte, a empresa deve correr para testar em humanos. Afinal, a Synchron, empresa de biologia, recebeu a aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência federal americana responsável pela saúde pública, para testar o seu implante cerebral em voluntários humanos. O que a coloca na frente da empresa de Musk, visto que ainda não fez esse feito.

As empresas e carreiras com maior destaque do mercado, estão olhando para novas tecnologias com prioridade. Afinal, cada tecnologia que você não domina, é uma vantagem competitiva importante que você perde. Se você quiser sair da teoria e ir para a prática e usar essas tecnologias emergentes a favor da sua carreira ou negócio… AQUI ESTÁ A FORMA MAIS RÁPIDA E EFICIENTE DE COMEÇAR.

Estudo SBVC mostra que 85% dos consumidores utilizam marketplaces como principal plataforma de compras online

SBVC – Toluma

·        80% utilizam os marketplaces como meio de pesquisa antes de comprar

·        90% dos shoppers afirmar verificar as avalições do vendedor terceirizado antes de comprar em um marketplace

Os consumidores brasileiros estão cada vez mais habituados às compras online e concentram sua jornada em marketplaces, buscando otimizar suas compras através da facilidade para encontrar preços mais baixos, conveniência e ampla escolha de produtos e serviços. Mas será que o mercado brasileiro está preparado para essa evolução do consumidor? A empresa que estiver atenta a esses detalhes será mais relevante na jornada de compra do consumidor omnichannel e terá mais oportunidades de relacionamento e vendas.

De acordo com o estudo especial “Marketplaces: Hábitos e tendências do consumidor brasileiro”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Toluna, fornecedora líder de insights do consumidor sob demanda, 85% dos consumidores utilizam os marketplaces como principal plataforma de compras online, e cerca de 80% dos consumidores afirmam utilizar outros marketplaces antes de comprar. O principal motivo para a compra em marketplaces é “encontrar preços mais baixos”, citado por 73% dos shoppers, seguido por “é mais fácil/ prático/ conveniente” (60%), e “ter uma escolha mais ampla” (55%).

“Os marketplaces são uma das principais forças do e-commerce no Brasil e no mundo. Sua presença é constante no dia a dia dos consumidores e, hoje, o varejista que quer ser relevante no e-Commerce precisa ter uma estratégia sólida nas diversas plataformas digitais”, comenta Eduardo Terra, presidente da SBVC.

E a competição pelo cliente nos marketplaces não se limita ao Brasil – é uma competição global. “A possibilidade de encontrar preços mais baixos é o principal driver de consumo, tanto para compras em plataformas dentro do Brasil, quanto em compras crossborder, que são vistas com naturalidade pelos clientes”, analisa Terra.

Outro aspecto relevante pelo estudo é o uso de diversos meios de pagamento nas plataformas digitais. Embora o cartão de crédito parcelado seja o meio preferencial de compra em marketplaces, vale destacar que 20% dos consumidores já pagaram via Pix nas plataformas. “A velocidade de adesão a esse meio de pagamento pelos consumidores mostra que o Pix caiu nas graças da população e substitui meios mais caros, como o boleto bancário. Assim, aumenta ainda mais a eficiência dos marketplaces e sua aceitação pelo consumidor”, comenta Terra.

O estudo também avaliou o potencial do metaverso como canal de relacionamento e vendas. Para 53% dos entrevistados, o metaverso certamente ou provavelmente será utilizado nas compras do e-commerce no futuro – apenas 13% dizem que não usariam. “Isso mostra que a adoção de mundos virtuais imersivos precisará estar contemplada na estratégia de negócios das empresas nos próximos anos. Vale ficar muito atento ao desenvolvimento dessa tecnologia, pois ela encontrará aceitação pelo consumidor”, afirma o presidente da SBVC.

Metodologia

O estudo entrevistou 1.000 consumidores em todo o país e teve como objetivo entender o perfil do shopper brasileiro que compra em sites de marketplaces. Abordando aspectos relacionados experiência de compra pela internet, e em sites de marketplaces, experiência de compra crossborder, e conhecimento e uso do metaverso. A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC:

A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC:

Sobre a SBVC  - Fundada em maio de 2014, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) é uma organização sem fins lucrativos aberta, multissetorial e com atuação complementar às demais entidades de classe do varejo. Sua missão é contribuir para o aumento da competitividade do varejo, por meio de conteúdos e estudos de mercado, promovendo networking entre executivos do varejo de todos os segmentos. A entidade tem como objetivo defender os interesses do segmento e promover ações sociais. A SBVC é sustentada por quatro pilares fundamentais: conteúdo, relacionamento, responsabilidade social e apoio técnico. Acesse: www.sbvc.com.br

Sobre a Toluna – A Toluna é líder em investigação de mercados, fornecendo insights do consumidor em tempo real de acordo com as exigências das empresas, suas marcas e mercados. Combinamos operação à escala global e experiência local com tecnologia inovadora e design de pesquisa premiado, ajudando as empresas a explorar no presente os desafios do futuro. O Grupo Toluna, que inclui Harris Interactive Europe e KuRunData, desenvolve um trabalho de excelência baseado em décadas de experiência em pesquisa de mercado, na nova plataforma Toluna Start e num painel de respondentes com mais de 36 milhões de consumidores ativos em 70 países. Para mais informações, visite o site www.tolunacorporate.com

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 182.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 3.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

MEDO DA CORRUPÇÃO DA ERA PT

 

Governança

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo

Brasília – O presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha, Antonio Imbassahy e Dyogo Oliveira participam da cerimônia comemorativa de um ano da Lei de Responsabilidade das Estatais (José Cruz/Agência Brasil)


O então presidente Michel Temer (MDB) ao lado dos então ministros Eliseu Padilha, Antonio Imbassahy e Dyogo Oliveira durante cerimônia de um ano da Lei das Estatais| Foto: José Cruz/Agência Brasil

A mudança promovida pela Câmara dos Deputados na Lei das Estatais, e que ainda precisa passar pelo Senado Federal, gerou uma série de críticas e uma forte reação negativa do mercado financeiro. Não apenas por ter sido feita de maneira sorrateira, em votação relâmpago e no fim da noite de terça-feira (13), mas por remontar um período de livre aparelhamento das empresas públicas por partidos políticos, que a lei tentou estancar.

A Lei das Estatais (13.303/2016), ou Lei de Responsabilidade das Estatais, foi aprovada e sancionada durante o governo interino de Michel Temer (MDB), enquanto Dilma Rousseff (PT) estava afastada da Presidência da República em razão do processo de impeachment que enfrentava. Parte de uma agenda moralizante, o texto foi proposto na esteira do escândalo bilionário de corrupção na Petrobras que veio à tona a partir das denúncias da Operação Lava Jato, a partir de 2014.

Segundo as investigações, o esquema envolvia contratos superfaturados fechados entre a Petrobras e empreiteiras por meio de diretorias da estatal loteadas por aliados do governo. Parte do dinheiro era então desviada para partidos, agentes políticos e funcionários da companhia, e para o pagamento de propina para empresas contratadas.

A lei veio para aperfeiçoar a gestão das estatais e blindá-las de interferências políticas que trouxessem prejuízos aos seus negócios. Para isso, o texto estabelece uma série de exigências para nomeação de diretores e conselheiros, um rígido programa de regras de conduta, normas para compras e licitações, e políticas de auditoria interna e transparência com a sociedade e investidores.

Lei aumentou rentabilidade das estatais, que tiveram lucro recorde em 2021
Gabriel Araújo Garcia, analista de equity research da Guide Investimentos, ressalta o impacto positivo que a Lei das Estatais teve nas finanças das empresas sob administração pública. “Desde que a lei foi aprovada em 2016, a rentabilidade sobre o patrimônio (RoE) da Petrobras e Banco do Brasil [BB] aumentaram sensivelmente”, escreveu em relatório para clientes divulgado nesta quarta-feira (14).

“No caso do BB, a rentabilidade atualmente é maior do que a dos bancos privados (Itaú e Bradesco, por exemplo), o que não acontecia antes da lei. No caso da Petrobras, a rentabilidade é sensivelmente maior. Em resumo, acabar com a Lei das Estatais deve ter impacto negativo sobre a rentabilidade dessas empresas e consequentemente sobre a cotação de suas ações na bolsa.”

Relatório divulgado em julho pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério da Economia, mostrou que em 2021 o lucro líquido das 47 empresas controladas diretamente pela União somou R$ 187,7 bilhões, o maior resultado desde 2008. O faturamento chegou próximo a R$ 1 trilhão – mais precisamente, R$ 999,8 bilhões.

Na apresentação dos resultados, a equipe econômica do governo atribuiu os números justamente à profissionalização das estatais. “Com a consolidação de um sistema robusto de governança corporativa, devemos dedicar nossa capacidade ao desenvolvimento de uma melhor governança pública sobre as empresas estatais federais”, destacou o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, Ricardo Faria.

“A Lei das Estatais fechou portas para o uso político das estatais, ao estabelecer impedimentos e requisitos para a nomeação em cargos de gestão e no conselho de administração”, disse recentemente o gerente de relações institucionais e governamentais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Danilo Gregório, à Gazeta do Povo.


Mercado vê risco de “Dilma 3” com Mercadante no BNDES e mudança na Lei das Estatais
O que fazer para impedir a captura de estatais por políticos
Governo quer Brasil como “ponte” entre países emergentes e desenvolvidos na OCDE
Mudança na Lei das Estatais pode comprometer entrada do Brasil na OCDE
Para além dos balanços financeiros das empresas, a Lei das Estatais contou pontos para a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que atua como uma espécie de “clube das boas práticas” e do qual fazem parte principalmente países desenvolvidos.

Em um relatório publicado no fim de 2020, a organização reconheceu que conselhos de estatais brasileiras se tornaram mais independentes de interferências político-partidárias em razão das restrições impostas pela legislação. “A proibição para indicação de políticos e outros indivíduos em conflito de interesses provou ser bem-sucedida na redução de algumas formas de apadrinhamento político usando cargos de conselheiros e executivos”, afirma o documento.

Os efeitos positivos nos sistemas de governança e integridade das empresas públicas e de economia mista gerados pela Lei das Estatais são mensuráveis. Em 2017, o Indicador de Governança das Empresas Estatais (IG-Sest), criado pela Sest para avaliar o cumprimento de normas e boas práticas aplicáveis a estatais federais, ficou no patamar médio de 4,02 (de 10). Em 2022, as companhias de controle direto obtiveram mediana de 9,06 no indicador, enquanto as de controle indireto, de 9,68.

Mudança na Lei das Estatais já foi defendida por Bolsonaro, Lira e PT
Em junho, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) também defendeu mudanças na Lei das Estatais. O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), chegou a anunciar uma medida provisória para tanto, embora o ato jamais tenha sido levado a cabo. À época, Bolsonaro tentava por todas as vias possíveis baixar os preços dos combustíveis, e a intervenção direta na política de preços da Petrobras era um dos caminhos no radar.


Políticos querem mudar lei que impede “loteamento” de estatais. Quais os riscos
O atual presidente da empresa, Caio Paes de Andrade, aliás, foi nomeado para o cargo apesar de não atender a todas as exigências da lei, como a experiência de no mínimo dez anos na área de atuação da estatal, ou de quatro anos em empresas de porte ou objeto social semelhante ao da companhia. Um de seus antecessores indicados por Bolsonaro, o general Joaquim Silva e Luna também teve a indicação questionada por descumprir o critério.

Na mesma época, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez coro a Bolsonaro e defendeu modificações na Lei das Estatais, que, segundo ele, “permitiriam maior sinergia entre estatais e o governo do momento”.

A opinião já era compartilhada pelo PT naquele momento. “Nós concordamos em mudar a Lei das Estatais. Se o deputado Lira quiser trazer a Lei das Estatais, nós concordamos. Porque é uma lei que criminaliza a política”, disse a presidente nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), na tribuna da Câmara no dia 22 de junho. “Estatal é subordinada ao governo, e a maioria das ações da Petrobras são do governo. Então o governo, eleito pelo povo, tendo uma linha política, tem de dar linha para as estatais.”

Na segunda-feira (12), em meio aos rumores, posteriormente confirmados, de que o ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff (PT), Aloízio Mercadante, seria indicado à presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a consultoria Eurasia Group levantou a possibilidade de que Lula poderia editar uma medida provisória em seus primeiros dias de mandato para alterar a lei.

Isso porque um de seus artigos veda a indicação para conselho de administração ou diretoria de empresa controlada pelo poder público de qualquer “pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”. Além de ter atuado na campanha de Lula à presidência, Mercadante é presidente da Fundação Perseu Abramo, órgão de assessoramento do PT.

No mesmo dia, o próprio Mercadante, que atualmente coordena os grupos técnicos da transição, disse desconhecer “qualquer iniciativa” sobre a possibilidade de mudanças na Lei das Estatais. Na mesma linha, o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, um dos coordenadores do núcleo de economia da equipe de transição, afirmou não ter havido discussões sobre a legislação, embora tenha também elogiado o nome de Mercadante para qualquer cargo no governo.

Aliados do presidente eleito disseram ainda que não haveria impedimento legal para que o ex-ministro assumisse o banco de fomento, uma vez que a Fundação Perseu Abramo seria entidade independente, com registro de CNPJ próprio, além de ele não ter sido candidato a cargo público há 12 anos.


Lira e Pacheco apresentam proposta para que STF não derrube o orçamento secreto
Haddad anuncia Bernard Appy como secretário e sinaliza prioridade para reforma tributária
PEC fura-teto será votada pela Câmara entre quinta e a próxima terça-feira, diz relator
Relatório com alteração na lei foi protocolada 18 minutos antes de votação
Na terça-feira (13), passado das 22 horas, o plenário da Câmara aprovou o projeto de lei 2.896/2022 com uma emenda que reduz de 36 meses para 30 dias o período de quarentena exigido para que um ocupante de cargo decisório em partido possa ser indicado à diretoria ou ao conselho de estatal. A mudança teve amplo apoio de parlamentares do chamado Centrão, incluindo o PL de Bolsonaro.

O projeto de lei, de autoria da deputada Celina Leão (PP-DF), dispunha originalmente sobre o limite para gastos com publicidade por empresas públicas e de economia mista. O texto, que acabou aprovado pelo placar de 314 a 66, previa o aumento de 0,5% para até 2% da receita bruta operacional o limite de despesas de estatais com patrocínio e propaganda.

A emenda que altera a Lei das Estatais foi apresentada pelo deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), e recebeu a assinatura dos líderes do PSB, Bira do Pindaré (MA); PDT, André Figueiredo (CE); PT, Reginaldo Lopes (MG); e PCdoB, Renildo Calheiros (PE). Considerada um “jabuti” por opositores, a sugestão foi apelidada de “emenda Mercadante” por Marcel van Hattem (Novo-RS).

O protocolo da emenda ocorreu às 19h23, quando a sessão plenária já estava em andamento, com a votação de outros projetos. Já o parecer final da relatora, deputada Margarete Coelho (PP-PI), que acatou a redução no período de quarentena, entrou no sistema da Câmara dos Deputados às 21h38, 18 minutos antes do início da discussão do projeto.

A manobra foi duramente criticada pelo líder do Novo, deputado Tiago Mitraud (MG), que destacou o trecho do texto e encaminhou voto por sua supressão, relembrando os escândalos de corrupção ocorridos nos governos petistas. Antes disso, ele já havia tentado retirar a proposta de pauta, mas acabou vencido pela maioria do plenário.

“Querem novamente assaltar os cofres das estatais, e fazem isso por meio de um golpe já na tramitação de um projeto que não trata de quarentena para assumir estatais, reduzindo de 36 meses para um mês a chamada quarentena”, disse. “Nem deveriam chamar de quarentena. Chamem de férias, porque o que dura 30 dias é férias, não é quarentena.”

Correligionário de Mitraud, o deputado Paulo Ganime (RJ) endossou o discurso. “Esperávamos que o golpe viesse através de uma medida provisória, mas, não, veio na cara de pau, através de um projeto que nada tem a ver com o tema, que tem, sim, a ver com a Lei das Estatais, uma lei que veio para combater a corrupção no auge dos esquemas de corrupção do PT no Brasil, veio para tentar estancar a sangria que havia nos cofres das estatais”, declarou.

“Agora estão subvertendo tudo. É um absurdo. E a população não está vendo isso porque esse artigo não estava previsto no PL. Era para se falar de patrocínio esportivo, mas estão mudando a quarentena do Mercadante”, acrescentou Ganime.

Além do Novo, apenas o PSDB orientou voto contra o projeto. O PL defendeu a aprovação do texto-base e, na sequência, a rejeição da emenda. Apesar disso, a mudança na Lei das Estatais foi mantida com 223 votos favoráveis e 123 contrários.

“Imaginando que, talvez, não tenhamos sucesso, convido o presidente Bolsonaro, se ainda lhe resta algum colhão, a vetar esse projeto, se for aprovado pelo Congresso”, disse Mitraud. “Saia da toca, Bolsonaro, e vete esse absurdo aqui. Faça pelo menos um último ato digno na sua presidência e impeça que o PT volte a colocar corruptos no comando das estatais brasileiras. Ao menos isso o Brasil espera de você”, concluiu.

A possibilidade de alteração na lei, que ainda precisa do aval do Senado, já gera reação do mercado desde a segunda-feira, quando ainda não passava de uma hipótese. O dólar subiu 1,3% na segunda, fechou o dia estável na terça e chegou a operar em alta de 1% na manhã desta quarta, embora depois tenha perdido o fôlego. O Ibovespa – principal termômetro da B3, a bolsa brasileira – caiu 2% na segunda e 1,7% na terça. Por volta das 15h desta quarta, perdia mais 1,3%. Ao fim do dia, o índice encerrou com alta de 0,2%.

“A decisão tomada ontem [terça-feira] pela Câmara foi um retrocesso”, avalia Sílvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria. “Há um claro afrouxamento das regras, ao permitir que pessoas com um passado político bem recente ocupem cargos em estatais”, diz.

O Instituto Não Aceito Corrupção lançou nota em que critica a decisão dos deputados. “Conclamamos ao Senado Federal a reversão dessa votação relâmpago, sorrateira, oportunista, casuísta e na contramão do interesse público, realizada na calada da noite de ontem [terça], através de um trâmite normal com maior discussão, ponderação, visando os interesses democráticos e constitucionais tão caros à nação brasileira”, diz trecho do texto.

Colaborou Vandré Kramer
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/como-mudanca-na-lei-das-estatais-reaviva-medo-da-corrupcao/
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PT JÁ COMEÇOU O A ATAQUE ÀS ESTATAIS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O coordenadores da transição, Aloizío Mercadante e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann durante coletiva do vice-presidente eleito e coordenador da Transição, Geraldo Alckmin


O coordenador da transição, Aloizio Mercadante, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“Vai acabar (sic) privatizações nesse país”, prometeu Lula em discurso no qual confirmou o nome de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Que Lula diga isso de forma tão aberta não chega a ser surpresa para ninguém, pois o petismo sempre teve um enorme apego às empresas estatais. Não apenas por convicções jurássicas a respeito do papel do Estado na economia, mas também por outros motivos mais inconfessáveis, que no entanto ficaram conhecidos do país inteiro quando a Lava Jato mostrou como o PT viu na pilhagem das estatais a forma ideal de reabrir a torneira que tinha sido fechada com o estouro do escândalo do mensalão.

E, se tudo isso não é segredo para ninguém, para que adiar o momento em que o PT voltaria a colocar sua mão gulosa sobre as estatais? Para não perder tempo valioso, a Câmara aprovou, na calada da noite e com tramitação relâmpago, um projeto de lei que altera o artigo 17 da Lei das Estatais, que, no parágrafo 2.º, II, veda a indicação, para a diretoria ou Conselho de Administração, “de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”. Os deputados reduziram a quarentena para meros 30 dias – o que, no fim, equivale a quarentena nenhuma. O primeiro beneficiário da mudança, caso passe pelo Senado, é o próprio Aloizio Mercadante, que participou da campanha de Lula e é coordenador técnico da equipe de transição.

O petismo sempre teve um enorme apego às empresas estatais. Não apenas por convicções jurássicas a respeito do papel do Estado na economia, mas também por outros motivos mais inconfessáveis

“A quarentena atual é demasiadamente extensa”, reclamou a relatora do projeto, deputada Margarete Coelho (PP-PI), acrescentando que ela “atinge inclusive dirigentes de pequenos partidos que são impedidos por três anos de assumir qualquer cargo em um município” – um exagero, já que a lei trata apenas de empresas públicas, e não de “qualquer cargo”. Mas todos sabem que não é com o pequeno líder partidário que exerce seu micropoder nos confins do Brasil que a relatora está preocupada; trata-se de permitir que os grandes caciques voltem a indicar livremente seus apadrinhados para cargos importantes nas gigantes em poder do Estado brasileiro, como o BNDES, a Petrobras, os Correios, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. E é por isso que o Centrão, ao qual Margarete Coelho pertence, deu seu apoio entusiasmado ao projeto, já que esses partidos foram vitais para que o petismo fizesse o petrolão funcionar.

A Lei das Estatais foi uma das consequências da Lava Jato e parte da “herança bendita” deixada pelo governo Michel Temer ao desfazer ao menos parte da destruição causada pelo lulopetismo. Quando a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil escancarou o resultado do uso político das estatais, a nova legislação veio colocar ordem na casa e impor boas regras de governança para essas empresas, evitando que elas voltassem a ser presa de governos e partidos inescrupulosos. E bastou uma administração mais responsável para que várias delas revertessem uma trajetória de prejuízos e voltassem a dar lucro. Mas, como o dinheiro não estava mais parando em certos bolsos (independentemente de a estatal ser lucrativa ou deficitária), era preciso derrubar as regras, intenção que o Centrão e o PT já haviam manifestado em meados deste ano, quando Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, falava em alterar a lei por medida provisória; e Gleisi Hoffmann, presidente do PT, atacava abertamente as regras de nomeação de diretores.


No discurso, o petismo sempre tratou as estatais como “patrimônio do povo brasileiro”, usando essa retórica para denunciar privatizações ou reclamar quando empresas como a Petrobras adotavam práticas responsáveis de mercado em suas políticas. Mas, na verdade, as estatais, como diz o nome, pertencem ao Estado – esse mesmo Estado que o petismo confunde com o próprio partido quando está no poder. E, se no fim das contas a empresa é “do partido”, o partido pode fazer com ela o que bem entender, como o BNDES fez com sua desastrosa política de “campeões nacionais” ou com o incentivo camarada para que ditaduras latino-americanas e outros regimes de esquerda bancassem obras quase sempre realizadas por certas empreiteiras amigas. Acreditar que, voltando ao Planalto, o petismo faria algo diferente do que fez no passado com as estatais é passar atestado de ingenuidade.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/aloizio-mercadante-bndes-lei-das-estatais/
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PRESIDENTE DO STF VOTA PELA EXTINÇÃO DO ORÇAMENTO SECRETO

 

Julgamento no STF

Por
Renan Ramalho
Brasília


Rosa Weber disse que proposta do Congresso não foi aprovada e não prejudica julgamento do orçamento secreto| Foto: Divulgação/STF

A ministra Rosa Weber, relatora no Supremo Tribunal Federal (STF) das ações contra o orçamento secreto, rejeitou uma proposta do Congresso para dar mais transparência e proporcionalidade à liberação dessas verbas, e votou nesta quarta-feira (14) pela extinção desse mecanismo de alocação dos recursos por indicação de parlamentares.

Ela não só votou para derrubar as normas internas do Congresso que regulamentam o uso das chamadas emendas de relator por outros parlamentares – inclusive a indicação por “usuários externos”, que ocultam o deputado ou senador responsável – como também propôs que os ministérios do Executivo, que operam as despesas, deixem de aplicar as verbas conforme o interesse dos parlamentares, usando-as em programas e projetos das próprias pastas.

Quanto aos pagamentos já realizados, a ministra votou para que os órgãos informem, em até 90 dias, os serviços, obras e compras realizadas, identificando os parlamentares solicitadores e os municípios, estados ou órgãos públicos beneficiados.

Ao longo de quase três horas, a ministra sustentou a inconstitucionalidade das emendas de relator, seja por falta de transparência, que dificulta a fiscalização; seja pela falta de critérios técnicos, que prejudica a qualidade dos investimentos.


“As emendas do relator têm servido de expediente a propósitos patrimonialistas de acomodação de interesses de cunho personalístico, viabilizando aos congressistas a oportunidade de definir o destino da cota ou quinhão que lhe cabe na partilha informal do orçamento, sem o encargo de comprovar a pertinência da despesa reivindicada com as prioridades e metas federais e não sujeitas aos limites materiais a que se submetem as emendas individuais e de bancada”, afirmou Rosa Weber.

“Trata-se de verdadeiro regime de exceção ao orçamento da União, em burla à transparência e à distribuição isonômica dos recursos públicos, instituído informalmente e à margem da legalidade. As emendas sequer têm buscado justificar qualquer correlação com os objetivos e metas federais, estabelecem uma pauta secreta de projetos vinculados a interesses de parlamentares incógnitos e desvinculada das diretrizes de política fiscal e respectivas metas”, acrescentou em seguida, na parte final de seu voto.

O julgamento das ações começou na semana passada com sustentações orais das partes: partidos contrários de um lado, e de outro, Câmara, Senado, Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR), que defenderam a continuidade das emendas de relator. Trata-se de uma rubrica no Orçamento da União que, desde 2020, passou a receber montantes bilionários. Embora estejam inscritas em nome do relator da proposta, as verbas são controladas pela cúpula do Legislativo, e distribuídas de forma pouco clara e por critérios políticos informais, a deputados e senadores que votam conforme os interesses do governo e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Usado para aprovar várias propostas do presidente Jair Bolsonaro (PL), o orçamento secreto foi criticado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral. Após sua vitória nas urnas, ele recuou nas críticas, enquanto negocia com o Centrão, maior interessado e beneficiário das emendas de relator, alguma alternativa para manter o poder desse grupo sobre os recursos federais. Em contrapartida, o novo governo busca aprovar no Legislativo autorização para despesas de R$ 145 bilhões fora do teto de gastos, para cumprir promessas eleitorais de Lula.

No início da sessão desta quarta (14), Rosa Weber comunicou o recebimento de uma proposta de Pacheco, presidente do Congresso, para dar mais transparência às emendas de relator, de modo que todos os repasses para estados e municípios tivessem a assinatura do parlamentar responsável. O projeto de resolução também prevê que metade dos recursos sejam aplicados em saúde ou assistência social. Por último, define critérios de proporcionalidade na divisão dos recursos, que teriam percentuais fixos para os presidentes da Câmara e do Senado, a comissão de orçamento, e partidos políticos, de acordo com o tamanho das bancadas.

O ofício de Pacheco ao STF foi uma tentativa do Congresso de suspender o julgamento, para manter as emendas de relator. Rosa Weber, no entanto, disse que se tratava apenas de uma proposta, ainda não aprovada, que não retiraria o objeto do julgamento, de normas ainda em vigor que não garantem total transparência e critérios técnicos para distribuição das emendas.

Destacou que a tentativa de mudar o modelo apenas confirmaria a inadequação das regras atuais, que já haviam sido confrontadas pelo STF no ano passado, quando ela suspendeu pagamentos com emendas de relator – só retomadas depois que o Congresso pediu a retomada para não prejudicar obras e serviços em andamento.

O voto de Rosa Weber, relatora de quatro ações, apresentadas por PSB, Cidadania, PSOL e PV, foi o primeiro do julgamento. Os outros 10 ministros devem votar nesta quinta-feira (14). A decisão depende de maioria de seis votos. O Congresso pressiona a Corte para manter as emendas de relator, ainda que sob novas regras para dar mais transparência e divisão previsível dos recursos.


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No voto com mais de 90 páginas e lido em resumo ao longo de quase três horas, Rosa Weber fez duras críticas ao uso das emendas parlamentares para investimentos públicos, especialmente por meio de mecanismos pouco transparentes. Lembrou, inicialmente, de escândalos de corrupção, ocorridos entre os anos 1990 e 2000, envolvendo a reserva de recursos orçamentários por parte de deputados e senadores: o caso PC Farias, a Máfia dos Sanguessugas e esquemas de corrupção revelados na CPI do Orçamento.

“A falta de critérios claros favoreceu a captura do orçamento por grupos de interesses privados, cuja atuação criminosa teve apoio dos próprios membros da comissão mista de deputados e senadores”, disse a ministra, em referência a casos anteriores.

Ao falar do atual orçamento secreto, destacou que já foram reveladas suspeitas de mau uso dos recursos. Deu como exemplos a aquisição de tratores com sobrepreço de até 259%, compra de kits de robótica para escolas de Alagoas sem salas de aula e água encanada, e também o caso de uma cidade do Maranhão que, para justificar o recebimento dos recursos, declarou ter extraído 14 dentes de cada um de seus habitantes.

Antes, enfatizou que, além da baixa transparência, que dificulta a fiscalização, as emendas de relator servem a gastos de cunho eleitoral local que prejudicam políticas de âmbito nacional, tudo em nome de obtenção de apoio político no Congresso pelo governo.

“As emendas do relator foram consignadas no orçamento da União em favor de um grupo restrito e incógnito de parlamentares, encobertos pelo véu da rubrica RP-9. Apenas o relator figura no plano formal como ordenador das despesas, enquanto os verdadeiros autores das indicações preservam o anonimato. Não apenas a identidade dos efetivos solicitadores, mas também o próprio destino desses recursos acha-se recoberto por um manto de névoas. Isso porque não há efetiva programação orçamentária. As dotações consignam elevadas quantias vinculadas a finalidades genéricas vagas e ambíguas”, disse.

Registrou que em 2022, R$ 44 bilhões reservados no orçamento para investimentos de livre destinação, R$ 21 bilhões foram destinados para emendas parlamentares. Citou depois estudo do economista Marcos Mendes segundo o qual o Brasil é o país que mais permite intervenção de congressistas nas despesas públicas, dando poder de manejar 24% da despesa discricionária.

“Esse processo sistemático de transferência, conhecido como captura do orçamento, representa prejuízo grave à efetividade das políticas públicas nacionais, considerado o elevado coeficiente de arbitrariedade e alto grau de personalismo com que são empregados esses recursos pelos congressistas. Como resultado, tem-se a pulverização dos investimentos públicos, a precarização do planejamento estratégico dos gastos e a perda progressiva de eficiência econômica, tudo em detrimento do interesse público”, afirmou, em outro trecho.


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ALIADOS E OPOSICIONISTAS DE LULA NO CONGRESSO

 

Partidos políticos
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília

O presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva, acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin e de coordenadores da transição, fala com a imprensa após reunião com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes


Presidente eleito Lula da Silva terá o apoio de nove partidos no Congresso Nacional| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente da República eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciará seu terceiro mandato tendo o apoio oficial de nove partidos no Congresso Nacional. Outras duas legendas anunciaram que estarão na oposição. Os demais partidos com representação na Câmara ou no Senado se portarão como “independentes” ou ainda não definiram sua postura em relação ao novo governo, que se inicia no próximo dia 1º.

A relação das agremiações que apoiam Lula, farão oposição ou anunciaram independência foge do óbvio. O Psol, que terá 12 deputados federais e foi um dos primeiros partidos a aderir à candidatura de Lula durante o processo eleitoral, poderá adotar a independência, segundo a atual líder do partido na Câmara, Sâmia Bomfim (SP), disse em entrevista à Folha de S. Paulo. Já o Republicanos, que integrou a coligação de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição e se apresenta como partido conservador, anunciou que ficará em cima do muro diante do governo Lula.

A nova correlação de forças no Congresso ainda está em curso. Como o presidente eleito não concluiu sua equipe de ministros, é possível que agremiações que não definiram sua conduta optem pelo apoio ou pela independência, caso sejam ou não contempladas com cargos no primeiro escalão.

A equipe que trabalha na transição Bolsonaro-Lula tem membros de 16 partidos. Destes, sete não fizeram parte da coligação de Lula durante o primeiro turno das eleições presidenciais. Em alguns casos, o membro do partido que está na transição atua de forma individual, sem que sua participação represente um posicionamento do partido.

É o exemplo da deputada federal Daniela do Waguinho (RJ), nomeada para a coordenação das mulheres da transição. Ela é filiada ao União Brasil, que não confirmou apoio a Lula.

Quem está na base aliada de Lula
Lula deverá ter, tanto no Senado quanto na Câmara, o apoio dos partidos que compuseram sua coligação, à exceção do Psol: PCdoB, PV, Solidariedade, Rede, PSB, Agir, Avante e Pros. Somados, estes partidos terão 127 deputados federais e 12 senadores.

A bancada apoiará a reeleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara. O parlamentar tem conseguido construir uma ampla frente de sustentação à sua candidatura a um novo mandato. A adesão do PT ao bloco de Lira foi um dos fatores que distanciou o Psol do conglomerado petista.

Apesar das divergências, porém, membros do partido continuam próximos de Lula e dois deputados federais eleitos são cotados para ministérios do novo governo: Guilherme Boulos (SP), nas Cidades, e Sônia Guajajara (SP), na pasta dos Povos Originários, que será criada.

Até o momento, Lula já contemplou os dois maiores partidos da coligação – PT e PSB – com cargos em seu primeiro escalão. Os petistas Fernando Haddad e Rui Costa foram confirmados para, respectivamente, a Fazenda e a Casa Civil. E o Ministério da Justiça foi destinado a Flávio Dino, filiado ao PSB, ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado.

Oposição confirmada
O PL, partido de Bolsonaro, teve sua posição de confronto ao novo governo anunciada pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, ainda em novembro. Na ocasião, Valdemar declarou que Bolsonaro atuará como “presidente de honra” do PL e que é, desde já, pré-candidato da sigla ao Palácio do Planalto em 2026.

Apesar das falas de Valdemar, o histórico do PL lança uma sombra de indefinição sobre a conduta do partido. O PL é um tradicional componente do Centrão do Congresso e apoiou governos antagônicos nos últimos anos, participando do primeiro escalão de gestões como as de Dilma Rousseff (PT), por exemplo. Na eleição atual, o partido conquistou as maiores bancadas de Câmara e Senado embalado por uma mistura de apoiadores de Bolsonaro e de “filiados raiz”, que integravam o PL desde os tempos do apoio a gestões petistas.

O partido Novo também divulgou que será oposição a Lula. A legenda não formalizou apoio a Bolsonaro no segundo turno da corrida presidencial, mas rejeitou o voto do petista – o que acabou levando à saída de seu fundador e presidenciável em 2018, João Amoêdo.


Quem ainda está indeciso

O PSDB deve também seguir a linha de independência em relação ao governo Lula. O presidente do partido, Bruno Araújo, descartou a possibilidade de a legenda compor o governo, mas disse que o partido tem compromisso com a “estabilidade” do país.

Araújo, porém, não permanecerá no comando do PSDB – ele será substituído no ano que vem por Eduardo Leite, governador eleito do Rio Grande do Sul, que, embora tenha apoiado Bolsonaro em 2018, contestou o ainda presidente e venceu a eleição em outubro com o apoio de forças da esquerda. O PSDB forma uma federação com o Cidadania, que no segundo turno apoiou Lula.

Já partidos de peso do Congresso como PSD, União Brasil e MDB ainda não definiram seu posicionamento diante da nova gestão. O PSD participa da transição com o deputado federal Marcelo Ramos (AM) e o senador Omar Aziz (AM), além de ter outros nomes abertamente simpáticos a Lula, como o senador Otto Alencar (BA). O presidente da sigla, o ex-ministro Gilberto Kassab, indicou que uma aproximação entre o partido e Lula é algo viável. Na mão oposta, o partido é a agremiação do governador do Paraná, Ratinho Junior, e de outras lideranças que se opõem ao PT.

O presidente do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), disse ao G1 que o partido esperará novas movimentações para decidir a conduta. Já o União Brasil entrou também em estado de indefinição após seu presidente, o deputado federal Luciano Bivar (PE), afirmar que o partido não será oposição ao PT “de jeito nenhum”.

Mesmo o PP, que também participou da coligação de Bolsonaro, não indicou o caminho que tomará. Tal qual o PL, o partido é um histórico protagonista do Centrão e oscila seu apoio ao longo dos anos. Um dos caciques do PP, o senador e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, já afirmou que ele, pessoalmente, fará oposição. Nogueira é presidente nacional licenciado da sigla.

Já o PDT, que lançou Ciro Gomes na disputa presidencial, também não confirmou se apoiará Lula. O partido tem muitos integrantes defensores do petista, mas a relação entre Ciro e o presidente eleito é um empecilho para uma aproximação definitiva.


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