quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

PT QUER VER BOLSONARO PRESO COM MOTIVO OU SEM MOTIVO

TSE

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O presidente Jair Bolsonaro.| Foto: Isac Nóbrega/PR

Poderá Bolsonaro ser preso? Teoricamente, esse é o desejo da coligação que elegeu Lula, que entrou com uma ação no TSE acusando Bolsonaro de uso indevido dos meios de comunicação social e abuso do poder político. O problema é que a ação caiu nas mãos do ministro Benedito Gonçalves. Aquele dos tapinhas no rosto, recebidos de Lula. Aquele que cochichou no ouvido de Alexandre de Moraes (e o microfone captou) “missão dada, missão cumprida”.

O pessoal está pedindo que sejam investigados não só Bolsonaro e seu vice Braga Netto, mas também deputados que são ferrenhos defensores de Bolsonaro, como Bia Kicis, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro; o senador Flávio Bolsonaro; e três recém-eleitos que tiveram muitos votos: Gustavo Gayer, Magno Malta e Nikolas Ferreira. Qual é o objetivo? Tentar “desreeleger”, como já se conseguiu “descondenar” lá atrás. Querem anular os votos – não os de Flávio Bolsonaro, porque ele continua com o mandato de oito anos – e considerar Bolsonaro um criminoso eleitoral por ter abusado dos meios de comunicação. Imaginem, ele não abusou porque nem teve meios de informação ou de comunicação de massa à disposição dele; abuso de poder político também não foi o caso, ele ficou na dele. Mas, como a ação está nas mãos de alguém que não tem amores por Bolsonaro, muito pelo contrário, há esse risco.

Ministério de Lula é o retorno ao passado 
O presidente eleito convidou Luiz Marinho para ser ministro do Trabalho. É a volta ao passado, pois ele já tinha sido ministro do Trabalho de Lula, e depois foi prefeito de São Bernardo do Campos. Ele começou a carreira como líder sindical, no tempo em que era operador de máquinas da Volkswagen. Lula convidou ainda Josué Gomes da Silva, que é o atual presidente da Fiesp – pelo menos até dia 21, porque já está marcada uma assembleia para destituí-lo, já que não gostaram da atuação dele – para o Ministério da Indústria e Comércio, outra pasta que vai ser recriada, assim como o Ministério da Mulher. Diz o noticiário que a cotada é Cida Gonçalves; não sei quem é, mas dizem que ela é especializada em “violência de gênero”, seja lá o que for isso.


Senhores e vassalos
Todos querem uma “boquinha” no governo Lula
Lula não aprendeu com os erros do passado e agora vai repeti-los
E o novo ministro de Relações Exteriores já disse que Lula vai à China logo no início do ano e que vai reativar a relação com a Venezuela do ditador Nicolás Maduro. Portanto, vai expulsar daqui a embaixadora do outro presidente da Venezuela. Já a China é a campeã mundial, segundo os Repórteres Sem Fronteiras, em prisões de jornalistas. São 110 jornalistas presos, e 18% dessas prisões são de mulheres.

Alexandre de Moraes segue fazendo ameaças

Falando em prisão, Alexandre de Moraes, num evento em Brasília, ameaçou que ainda há muita gente para prender e muita multa para aplicar. Eu fico pensando naqueles delegados que saem por aí pensando em prender todo mundo, ou o agente do Detran que pensa em multar todo mundo; é algo parecido que estamos ouvindo. E aí eu lembro do secretário-geral dos Repórteres Sem Fronteiras, Christophe Deloire, dizendo que regimes ditatoriais e autoritários estão enchendo as prisões com jornalistas. Prisão por crime de opinião; enquanto isso, nenhum baderneiro que queimou veículo em Brasília foi preso ainda, pelo menos até o momento em que fiz essa gravação.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/nao-basta-derrotar-bolsonaro-pt-quer-ve-lo-preso/
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RÚSSIA ENFRENTA A MAIOR ESCASSEZ DE MÃO DE OBRA

 

Mundo
Guerra na Ucrânia
Após convocação de reservistas e fuga em massa

Por
Fábio Galão – Gazeta do Povo

Moscow (Russian Federation), 12/12/2022.- Russian President Vladimir Putin takes part in the opening ceremony of new and reconstructed transport infrastructure facilities via videoconference in Moscow, Russia, 13 December 2022. (Abierto, Rusia, Moscú) EFE/EPA/MIKHAEL KLIMENTYEV / SPUTNIK / KREMLIN POOL / POOL


Mobilização de reservistas feita por Vladimir Putin deslocou 300 mil trabalhadores para o campo de batalha e fez outras centenas de milhares fugirem da Rússia| Foto: EFE/EPA/MIKHAEL KLIMENTYEV/SPUTNIK/KREMLIN

A Rússia alega que encontrou alternativas a mercados que lhe foram fechados com as sanções decorrentes da invasão à Ucrânia. O governo estima que o PIB russo deve sofrer uma contração de apenas 2,9% em 2022 (o Fundo Monetário Internacional projeta uma retração um pouco maior, de 3,4%), enquanto em março a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) havia estimado uma redução de 7,3% para este ano.

Entretanto, o Kremlin se preocupa com a situação do emprego: na semana passada, o ministro do Desenvolvimento Econômico, Maxim Reshetnikov, admitiu em entrevista a um canal de TV estatal a dificuldade para encontrar mão de obra no país.

“É claro que estamos muito preocupados com o mercado de trabalho, porque, de fato, está ocorrendo uma falta [de mão de obra] no momento e isso está provocando retração [na economia]”, explicou Reshetnikov.

Essa crise começou em setembro, quando o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a convocação de 300 mil reservistas para aumentar o esforço de guerra na Ucrânia. Além da falta dessa mão de obra, estima-se que outras centenas de milhares de trabalhadores fugiram do país para escapar do recrutamento.

Em novembro, especialistas do Instituto Gaidar de Política Econômica apontaram, em reportagem do jornal Kommersant, que a economia da Rússia está passando pela maior escassez de trabalhadores desde 1993.

Segundo os analistas, até um terço das indústrias russas pode enfrentar uma escassez recorde de mão de obra, com o setor de indústrias leves apresentando o pior resultado, um déficit de 70% de trabalhadores.

Com essa dificuldade para contratar, o governo russo tem recorrido a medidas extraordinárias para aumentar a oferta de mão de obra. Recentemente, o Rússia Unida, partido de Putin, anunciou um projeto de lei para afrouxar as leis trabalhistas e permitir que adolescentes a partir de 14 anos de idade sejam contratados com mais facilidade.

A proposta estipula que jovens de 14 a 18 anos não precisariam mais do consentimento de um responsável ou de uma agência de serviço social para conseguir um emprego, e os empregadores não precisariam mais pagar pelos exames médicos de menores que desejem trabalhar para eles.

O presidente da Comissão de Política Juvenil da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), Artyom Metelev, afirmou que há estudos que apontam que “nove em cada dez adolescentes gostariam de começar a trabalhar antes dos 18 anos, mas não conseguem encontrar um emprego oficialmente”.

“Temos uma juventude ativa, a rapaziada quer crescer e se desenvolver, quer ter experiência de trabalho, mas não há mecanismos eficazes para isso agora”, justificou Metelev. “Eles têm que enfrentar inúmeros controles, burocracia e obter autorizações, simplesmente não é lucrativo para os empregadores.”

Fim das cotas para os uzbeques
Em novembro, para atrair mais mão de obra, o governo russo suspendeu cotas para trabalhadores do Uzbequistão. Limites criados no ano passado permitiam que apenas cerca de 11 mil trabalhadores daquele país fossem empregados regularmente na Rússia nos setores de construção (10 mil vagas) e agroindustrial (1.108 postos de trabalho) – estima-se que o número de trabalhadores uzbeques ilegais e/ou informais na Rússia seja bem maior.

Entretanto, o fim dessas cotas não é garantia de que o problema criado por Putin será resolvido, já que o próprio caso dos uzbeques ilustra outro desafio para a Rússia gerado pela guerra: a dificuldade de atrair e reter trabalhadores imigrantes.

Pouco antes da mobilização de reservistas, apenas 4,5 mil vagas das 10 mil então permitidas para trabalhadores da construção uzbeques estavam ocupadas, segundo números publicados pela Eurasianet.

De acordo com dados do Serviço Federal de Estatísticas do Estado Russo, nos primeiros oito meses de 2022, 47,6 mil uzbeques deixaram a Rússia, enquanto no mesmo período no ano passado 19,9 mil haviam saído.


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LULA É UM NARCISISTA

 

Será?

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, participa de reunião com as centrais sindicais.



Lula: um narcisista obcecado por seu papel histórico e sobretudo por sua imagem perante os grandes líderes mundiais| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Conversa vai, conversa vem, o assunto pegou aquela estrada árida que leva à política. Afloram à mesa inofensivas declarações de repulsa pelo ex-presidiaríssimo presidente eleito, seguidas por uma mistura de tristeza e medo. Copos sobem à boca, olhos baixam ao chão. A melancolia recobre as deliciosas frituras (e a carne-de-onça) como uma nuvem de moscas. Até que alguém resolve propor um olhar semiotimista sobre o futuro governo Lula.

Antes de continuar com a história, contudo, preciso desobedecer os juízes racialistas do TSE e esclarecer que a cena se desenrola num passado cada vez mais distante. Do tempo em que havia esperança no que, por falta de expressão melhor, vou chamar aqui de “lógica política”. Do tempo em que havia esperança na análise histórica (oi, Rafael!). Enfim, do tempo em que havia alguma esperança.

Ao redor da mesa, os olhinhos de todo mundo brilharam para ouvir o argumento. Que, em linhas gerais, apelava para a vaidade de Lula. “Ele não vai querer entrar para a história como o homem que transformou o Brasil numa Venezuela”, disse o semiotimista. Para depois emendar que “uma hora o Lula vai perceber que o povo votou nele, pessoa física, e não no PT, e vai dar um jeito de jogar os radicais para escanteio”. (Como o telão transmitisse o jogo entre Marrocos e Portugal, convinha a metáfora futebolística).

Parece plausível, não? Pelo que se viu de 2002 a 2010, de fato Lula é um narcisista obcecado por seu papel histórico e sobretudo por sua imagem perante os grandes líderes mundiais. É o tal de complexo de vira-latas que, com o tempo, normalizamos. Como se esse servilismo fosse sinônimo de humildade. Não é. Ah, mas não é mesmo. “Então devemos depositar nossas esperanças na vaidade do Lula?”, pergunto, antevendo a resposta positiva.

Mas isso foi antes. Antes de Lula babar fel em seu discurso de diplomação. Antes de o Congresso se dobrar à vontade do apedeuta e mudar a Lei das Estatais para acomodar Aloízio Mercadante, o Dilmo de calças, no BNDES. Antes da decisão de acabar com toda e qualquer privatização. Antes de sugerir uma reforma tributária capaz de reparar “injustiças centenárias” – o que quer que signifique mais essa ameaça.

À mesa, o argumento semiotimista cumpre seu papel. Os ânimos se acalmam. Voltamos a sorrir e a cantar e a agradecer e a celebrar a alegria que é estar vivo. Que é estar cercado por pessoas boas, que querem o nosso bem. Diante daquele espetáculo que só posso chamar de “divino”, e ao som de mais um brinde, até cogito o contra-argumento tímido de que o grande adversário histórico de Lula é Getúlio Vargas, ainda hoje chamado de Pai dos Pobres, apesar da brutalidade da ditadura varguista. Mas me calo.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/um-argumento-semiotimista-a-vaidade-de-lula-vai-nos-salvar/
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EMPRESAS BUSCAM A CULTURA DA INOVAÇÃO

 

Por: Fernando Silveira, Advogado e Fundador-CEO da Nutax Digital

A transformação da cultura corporativa em busca da adoção de tecnologia vem impactando cada vez mais as grandes corporações de várias formas.

Algumas das empresas possuem programas bem estruturados de inovação aberta (open innovation), outras participam de programas chamados de  business hacking ou possuem parceria com institutos de pesquisa ou universidades em busca de métodos, sistemas e materiais que impulsionam seus resultados e as aproxima dos múltiplos de crescimento da era digital.

Todas essas iniciativas e programas podem ser transformadores, como mostram alguns casos, mas  demandam investimento em dinheiro e tempo dos executivos de uma organização. Por isso é importante que essas empresas estejam preparadas para essa jornada

Apesar disso, quando olhamos para o ambiente com o qual uma startup é recebida para trabalhar em uma grande corporação, percebemos que além da iniciativa dos programas de inovação aberta, o sucesso de soluções inovadoras depende de alguns elementos adicionais que podem ser decisivos na hora de testar a solução de uma startup para um grande problema.

Os principais desafios são relacionados a qualidade dos dados, à definição dos resultados desejados e limitações impostas por temas como segurança da informação ou pessoas com conhecimento e tempo para se dedicarem a iniciativas de inovação.

A complexidade da legislação tributária brasileira torna o dia a dia tributário de uma empresa uma tarefa já muito desafiadora por si só, o pode resultar em pouco espaço para inovação se não forem tomados os cuidados devidos.

Alguns desafios são imprevisíveis e fazem parte do processo de inovação. Outros, porém, podem ser superados e administrados.

Com base na minha experiência, relacionei alguns dos principais riscos e inimigos da inovação com tributos. São eles:

1) Dificuldade de obtenção dos dados corretos: obter os dados corretos pode ser um grande desafio em dois aspectos: (i) saber quais dados são relevantes para uma determinada análise e (ii) conseguir acesso a esses dados;

2) Dificuldade para estruturar os dados: no mundo tributário, essas atividades de estruturação (limpeza, tratamento e categorização) dos dados também exigem um profundo conhecimento técnico tributário e da disposição dos dados fiscais em suas fontes (ERPs, notas fiscais, etc);

3 ) Limitações de Segurança: apesar de sua importância, os protocolos de segurança podem representar um desafio importante à inovação, quando não administrados, pelo controle excessivo ou pela falta de controle;

4) Limitações para explorar: a inovação corporativa, nasce muitas vezes de usuários inquietos que testam novas tecnologias para resolver velhos problemas no negócio. Estimular isso, é parte do sucesso;

5) Definição dos benefícios esperados: definir qual problema atacar é fundamental na busca de um bom ROI. Iniciativas com ROI, alto justificam mais investimento; 

6) Conhecimento do domínio: um time multidisciplinar, com conhecimento de tributos e do negócio é fundamental para se chegar lá;

7) Limitações Regulatórias: a inovação com tributos esbarra muitas vezes em um interface não disponível ou na exigência de um documento em papel, por exemplo. Apesar disso, há muitas oportunidades a partir de dados disponíveis, a exemplos das notas fiscais eletrônicas;

8) Priorização de iniciativas: busque o maior ROI, e adote o modelo ágil. Dessa forma é possível mitigar riscos e corrigir a rota rapidamente;

9)Adoção do modelo ágil: o modelo de geração de valor rápida para o cliente em ciclos curtos de entrega tem sido fundamental nas empresas mais inovadoras do nosso tempo. Ele pode ajudar muito na gestão de impostos também.  

Conhecendo e sabendo endereçar esses riscos e desafios, as empresas ficarão certamente mais próximas de possuir processos eficientes e digitais de administração dos impostos, o que provavelmente deve se refletir em diferenciais competitivos perante seus concorrentes.

FANS TOKENS DA VALEON

Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).

A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor, ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver multiplataformas e muito mais.

Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de quem trabalha com comportamento do consumidor.

Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor, principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa para atingir seus objetivos individuais e sociais.

Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca. E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores engajados fornecem referências e recomendações para produtos específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da monetização.

A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais, que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de como o nosso produto funciona.

As Fans Tokens são para aqueles que não querem apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais ativo na comunidade das redes sociais.

A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais, abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.

Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do Site.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

BANCADA EVANGÉLICA NO CONGRESSO VAI FAZER OPOSIÇÃO AO NOVO GOVERNO

 

A partir de 2023
Para enfrentar pautas progressistas no Congresso
Por
Gabriel Sestrem – Gazeta do Povo


Culto da bancada evangélica realizado em agosto, na Câmara dos Deputados, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL)| Foto: Divulgação FPE

A Frente Parlamentar Evangélica (FPE), uma das principais bancadas temáticas do Congresso Nacional, ganhará força a partir do ano que vem. Um grande número de candidatos a deputados federais e senadores que se declaram evangélicos se saíram vitoriosos nas eleições deste ano.

Segundo estimativa atualizada da presidência da bancada, até agora foram contabilizados 132 deputados e 14 senadores que deverão fazer parte da FPE na próxima legislatura, de 2023 a 2026. Os números representam um recorde histórico em relação ao número de parlamentares integrantes da bancada.

Na comparação com a composição atual (112 deputados e 11 senadores), o aumento é de quase 19%. Na nova formação, pouco mais de 25% da Câmara será integrante da bancada; no Senado, esse número corresponde a 17%.

Nem todos os parlamentares evangélicos pertencem à bancada. Além da filiação religiosa, a maioria dos membros compartilha valores e visões de mundo alinhados ao conservadorismo. É comum, por exemplo, a oposição da frente evangélica a pautas relacionadas à ideologia de gênero e à legalização do aborto e das drogas.

Na prática, o reforço significa maiores dificuldades para o avanço de pautas chamadas “progressistas” numa legislatura que coincidirá com o novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na presidência da República.


Bancada evangélica se manterá vigilante durante governo Lula
À Gazeta do Povo, o presidente da FPE, deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que os integrantes da frente parlamentar permanecerão atentos aos passos do novo governo federal sob a gestão de Lula e que, com a bancada fortalecida com mais membros, reagirão para frear eventual guinada à esquerda no Congresso.

“Nós precisamos aguardar que o governo assuma para ver se eles voltarão com o mesmo preconceito e a mesma perseguição às pautas conservadoras de outros governos da esquerda, ou se irão agir de uma forma mais branda. Precisamos ter calma, e a cada tentativa de bote do futuro governo nós teremos uma reação com a bancada mais fortalecida do que em outras legislaturas”, declara Cavalcante.

O deputado diz esperar que Lula deixe de lado a articulação para o avanço de pautas consideradas sensíveis para a bancada. “Eu não quero pré-julgar o novo governo. Quero aguardar. O DNA deles nós já conhecemos, mas vamos ver a intensidade do que vem pela frente. E quem dita a intensidade da batalha é o governo. Se o governo deixar de lado um pouco as afrontas aos valores cristãos, acho que a gente se mantém na trincheira aguardando qualquer ataque a qualquer momento”, prossegue o presidente da frente parlamentar.

Lista com os nomes dos integrantes será divulgada após a diplomação
A lista de nomes de parlamentares levantada pela presidência da bancada será divulgada somente após a diplomação dos candidatos eleitos, que deve ocorrer até o dia 19 de dezembro. Segundo Cavalcante, vários deputados e senadores eleitos que são evangélicos pediram que a lista fosse tornada pública somente depois de estarem diplomados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Isso porque parte dos parlamentares teme represálias por parte da Justiça Eleitoral por apoiarem pautas conservadoras, e a diplomação é justamente o ato pelo qual o órgão eleitoral atesta que o candidato foi efetivamente eleito e está apto a tomar posse no cargo.

“Estamos vivendo tempos sombrios no Brasil com relação ao Judiciário, em especial ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Muitos parlamentares nossos estão tendo problemas com prestação de contas por serem conservadores, de direita. Vamos esperar passar a diplomação e depois divulgaremos a lista”, diz Sóstenes Cavalcante.


O que esperar da relação do novo Congresso, mais conservador, com os outros poderes
Domínio no Congresso é só a ponta do crescente iceberg da direita no Brasil
Campeões de votos farão parte da bancada evangélica
Vários nomes bastante conhecidos por eleitores de todo o país figuram entre os novos parlamentares evangélicos que preencherão as cadeiras das duas casas legislativas federais. Nikolas Ferreira (PL-MG), que foi o deputado federal mais votado do Brasil nestas eleições com quase 1,5 milhão de votos, é um deles.

Há também parlamentares campeões de votos em seus estados que integrarão a FPE. Um deles é André Fernandes (PL-CE): filho de pastor e atual deputado estadual no Ceará, o parlamentar recebeu quase 230 mil votos do eleitorado cearense na disputa para a Câmara, sendo o candidato mais votado do estado.

Outro que integrará a bancada evangélica a partir de 2023, Fábio Garcia (União-MT), ficou próximo de bater os 100 mil votos no Mato Grosso ao concorrer à Câmara dos Deputados e também foi o candidato que recebeu mais votos em seu estado.

O ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato e ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), também evangélico, foi o deputado federal mais votado no Paraná. Ele recebeu 345 mil votos.

Fechando a lista, o deputado federal André Ferreira (PL-CE) foi reeleito neste ano com o maior número de votos de Pernambuco. Foram 273 mil votos, 100 mil a mais em comparação com sua primeira eleição quatro anos atrás.

Como exemplos de outros nomes de peso eleitos que comporão a bancada evangélica na próxima legislatura estão o pastor Magno Malta (PL-ES), que volta ao Senado após ficar quatro anos sem mandato, e a ex-ministra de Jair Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos-DF), que também é pastora e ocupará uma das cadeiras do Senado.

Entre os atuais parlamentares de esquerda que permanecerão a partir de 2023 estão as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Rejane Dias (PT-PI), e a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). Marina Silva (Rede-SP), eleita para a Câmara neste ano, deve fazer parte da bancada a partir do próximo ano.

Ao menos um deputado federal eleito evangélico disse publicamente que não integrará a bancada: o pastor Henrique Vieira, do PSOL, que mantém posicionamento contrário ao que a grande maioria dos integrantes da FPE defende.


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INDÍGENA XAVANTE NÃO PODERIA SER PRESO

 

Estatuto do Índio
O que diz a legislação
Por
Tiago Cordeio, especial para a Gazeta do Povo


Indígenas protestam na Esplanada dos Ministérios com o Congresso ao fundo: índios não são inimputáveis como o senso comum prega e podem ser responsabilizados por crimes.| Foto: Lula Marques/PT na Câmara

O indígena José Acácio Serere Xavante teve a prisão temporária decretada na última segunda-feira (12), depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu um pedido da Procuradoria-Geral da Pública (PGR). A prisão do indígena desencadeou atos de vandalismo e uma tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, por supostos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) – representantes da direita atribuem a violência a infiltrados de esquerda vestidos de verde e amarelo para tentar criminalizar os movimentos em frente aos quartéis.

Acusado dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Serere Xavante é um dos manifestantes que protestam contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como o processo contra o índio é sigiloso, não se sabe se existem provas concretas contra ele.

“Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando da sua posição de cacique para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito e de ministros do STF”, informou o Supremo, em nota. “A prisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”. A ordem de prisão foi cumprida pela Polícia Federal na noite de segunda.

Mas indígenas podem ser presos? Segundo a legislação, a resposta é sim. O Estatuto do Índio, de 1973, afirma no artigo 56 que “no caso de condenação de índio por infração penal, a pena deverá ser atenuada e na sua aplicação o Juiz atenderá também ao grau de integração do silvícola”. E acrescenta: “As penas de reclusão e de detenção serão cumpridas, se possível, em regime especial de semiliberdade, no local de funcionamento do órgão federal de assistência aos índios mais próximos da habitação do condenado”.

A lei também autoriza, no artigo seguinte, que as próprias tribos estabeleçam punições a seus integrantes, “desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte”.

O estatuto dialoga com a Constituição de 1988, como explica Alessandro Chiarottino, professor de Direito Constitucional. “A Constituição coloca os indígenas não mais na situação de serem tutelados e declara que o índio é capaz de adquirir direitos na vida civil. Por isso, para o nosso Direito Penal, em princípio, o indígena não é inimputável, ainda que o juiz deva prestar atenção a seu grau de aculturação”.

No caso de Xavante, analisa Chiarottino, “o fato de que ele estava longe da tribo, circulando por ambiente urbano com desenvoltura, indica que ele estava ciente de seus atos e deve responder por eles”.

42% dos indígenas vivem em ambiente urbano
De acordo com dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 42,3% dos indígenas viviam em ambientes urbanos, o equivalente a quase 380 mil pessoas. Estes respondem ao Código Penal caso cometam crimes.

Os demais podem estar isolados, com contatos apenas esporádicos com a sociedade, ou estar em vias de integração, um estado que o Estatuto do Índio descreve da seguinte forma: “Quando, em contato intermitente ou permanente com grupos estranhos, conservem menor ou maior parte das condições de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência comuns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando cada vez mais para o próprio sustento”.


Autoridades prometem punir vândalos de Brasília, mas nenhuma prisão foi feita até agora
Preso, cacique Serere Xavante grava vídeo da PF e pede fim dos confrontos entre manifestantes e policiais
Lula acusa Bolsonaro de incentivar “ativistas fascistas” a contestar resultado das eleições
É nessas situações que a pena pode ser atenuada, de acordo com a interpretação do juiz responsável pelo caso – que, se sentir necessidade, pode solicitar o apoio de sociólogos, antropólogos ou psicólogos. “O magistrado pode até mesmo decidir por não aplicar uma pena, caso considere que aquele cidadão não tinha como conhecer o caráter ilícito do fato que cometeu”, avalia o professor Chiarottino.

Outra opção é condenar o acusado, mas solicitar que ele seja mantido em regime especial de semi-liberdade, na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) mais próxima de onde o condenado vive.

Caso um indígena já tenha sido condenado por sua tribo, o Estado não pode mais puni-lo, segundo um entendimento do Tribunal de Justiça de Roraima, que em 2016 solicitou apoio da Advocacia-Geral da União para o caso de um homicídio praticado por um indígena contra outro de uma tribo vizinha, na reserva Raposa Serra da Lua.

Neste caso específico, o homicida foi condenado por seus pares a se ausentar de sua comunidade por cinco anos, além de construir uma casa para a esposa da vítima. “Essa decisão é coerente com o teor da legislação brasileira”, opinou Chiarottino.

Serere Xavante foi preso em 2008 por tráfico de drogas
A prisão do indígena José Acácio Serere Xavante é temporária por dez dias. Ele passou por uma audiência de custódia nesta terça-feira e foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.

O indígena tem nos seus antecedentes uma condenação por tráfico de drogas. Ele foi preso por policiais civis, em 2007, portando cocaína e sentenciado a quatro anos e oitos meses de prisão em regime fechado pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso.

Em abril de 2009, a defesa de Serere Xavante recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que decidiu tirá-lo do regime fechado com base no Estatuto do Índio.


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CÂMARA DOS DEPUTADOS ALTERA A LEI DAS ESTATAIS PARA BENEFICIAR ALOISIO MERCADANTE NO BNDES

 

Congresso
Em votação relâmpago
Por
Gazeta do Povo


Em votação relâmpago, deputados aprovaram a redução de 36 meses para apenas 30 dias período de quarentena para que pessoas indicadas possam assumir cargos em empresas públicas.| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira (13) um projeto que altera trecho da chamada Lei das Estatais, reduzindo de 36 meses para apenas 30 dias o período de quarentena para que pessoas indicadas para a presidência ou direção de empresas públicas possam assumir os cargos. A proposta, que também estende a redução da quarentena às agências reguladoras, teve uma tramitação acelerada na Câmara. Em votação rápida, a alteração foi aprovada por 314 votos a 66. O texto segue agora para o Senado.

O texto aprovado pela Câmara também aumenta de 0,5% para até 2% da receita bruta operacional o limite de despesas com publicidade e patrocínio por empresa pública e sociedade de economia mista em cada exercício. Originalmente a proposta apresentada em plenário tratava apenas sobre esses limite de gastos. O ponto que altera a Lei das Estatais foi incluído na última hora pela deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), relatora do projeto.

Na prática, a decisão abre caminho para que o ex-ministro Aloizio Mercadante, indicado horas antes por Lula para assumir o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), possa ocupar o cargo.

Antes, a norma alterada pela Câmara impedia que pessoas que tivessem ocupado estrutura decisória de partidos políticos ou participado de campanhas eleitorais pudessem tomar posse em cargo de diretoria ou de conselho de administração de empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Mercadante é coordenador técnico do governo de transição e participou ativamente da campanha presidencial petista.


Em sua justificativa para a mudança, a relatora da proposta afirmou que a quarentena atual é muito extensa e prejudica dirigentes de pequenos partidos. “A quarentena atual é demasiadamente extensa. Atinge inclusive dirigentes de pequenos partidos que são impedidos por três anos de assumir qualquer cargo em um município”, argumentou Coelho em declarações reproduzidas pela Agência Câmara.

Durante a votação, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) ironizou a mudança e classificou a proposta de “Emenda Mercadante”, afirmando que a iniciativa se tratava de um “deboche na cara do brasileiro”. “O que esperar de um político corrupto? Mais corrupção e desrespeito às leis e nesses quesitos Lula não decepciona! Nem assumiu e já desrespeita a Lei das Estatais ao indicar Mercadante para presidir o BNDES. É o jeito petista de governar: à margem do que é correto, legal e moral”, publicou o parlamentar em suas redes sociais.

Em junho a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que a Lei das Estatais deve ser revista para permitir a indicação de políticos para cargos de diretoria e conselhos de administração. Ela afirmou que a lei teria criminalizado a política.

A Lei das Estatais (13.303/2016) foi aprovada há seis anos, em meio às revelações da Operação Lava Jato, e buscava melhorar a governança e blindar essas empresas contra indicações e interferências político-partidárias. Entre outras coisas, a legislação impõe uma série de requisitos – de experiência no setor, por exemplo – para que alguém possa assumir o comando de uma estatal. E impede que pessoas com atuação política recente possam assumir essas empresas.


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DÍVIDA E GASTOS PÚBLICOS SÓ AUMENTANDO

 

Editorial
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Dinheiro / Real – 25-05-2017 – O Real é a moeda corrente oficial da República Federativa do Brasi e é conhecida pelo R$l. A cédula de um real deixou de ser produzida, entretanto continua em circulação alguns exemplares. As demais cédulas de real continuaram sendo produzidas normalmente pela Casa da Moeda. Entre elas, as notas de: 2,5,10,20,50 e 100. Na foto, detalhes de uma nota de 100 reais.


Segundo FMI, dívida brasileira deve ficar acima dos 90% do PIB entre 2024 e 2027.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A dívida pública – especialmente em termos relativos, como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) – voltou a ocupar os noticiários recentemente, seja porque o ciclo de aperto monetário realizado recentemente pelo Banco Central encareceu a dívida, seja porque ela vem sendo especulada como um possível indicador para o substituto do teto de gastos, que será definitivamente enterrado caso a PEC fura-teto prospere na Câmara dos Deputados. Já se falou em adotar metas de endividamento, e técnicos do Tesouro Naiconal elaboraram uma proposta de âncora fiscal ainda baseada no teto de gastos, mas na qual a dívida como porcentagem do PIB e sua trajetória (ascendente ou descendente) seriam critérios para se permitir uma expansão dos gastos acima da inflação de um ano para outro. Mas este é assunto complexo e carregado de detalhes, cuja demonstração e análise exige deixar claro do que se está falando.

O primeiro aspecto a pontuar é que a expressão “dívida pública” é incompleta e insuficiente. Existe o setor público federal (administração direta, autarquias do governo federal, fundações e empresas estatais federais) e existe o setor público municipal e estadual (os estados, os municípios, sua administração direita, autarquias, fundações e empresas estatais locais). Assim, de início é necessário distinguir os conceitos de “Dívida Pública Federal” (DPF), que é apenas do setor público federal, e “Dívida Pública Consolidada” (DPC), que abrange os municípios, estados e a União, ou seja, o setor público do país inteiro.

Em ambos os casos (DPF ou DPC), é necessário definir também se falamos somente da dívida interna, em moeda nacional, ou da dívida pública total, nela incluída a dívida externa, em moeda estrangeira. A dívida pública total e consolidada é a soma das dívidas dos municípios, dos estados e da União, dentro do Brasil (dívida pública interna) e fora do Brasil (dívida pública externa). Ainda se pode acrescentar a distinção entre “dívida bruta” e “dívida líquida”, pois o setor público pode fazer uma dívida para emprestar os recursos às empresas produtivas, levando o governo a ter créditos a receber. Como exemplo, o governo federal em várias oportunidades colocou dinheiro no BNDES para que este o emprestasse ao setor privado, de forma que o BNDES tenha ficado devendo ao Tesouro Nacional, valores esses deduzidos da dívida pública federal bruta para se obter a dívida pública federal líquida.

Critérios do Banco Central para medir dívida pública como porcentual do PIB desconsideram títulos em posse do Tesouro, enquanto cálculo do FMI leva esses títulos em consideração e resultam em um porcentual maior

Esses aspectos são de complexidade técnica, mas necessários para que as análises e as discussões sobre a situação das finanças públicas e a política econômica se façam com lógica e domínio do problema em discussão. Tem sido comum a divulgação de manchetes econômicas e matérias tratando da DPF, cujo total atingiu R$ 5,78 trilhões em outubro de 2022, para um PIB estimado de R$ 9,6 trilhões neste ano, representando, portanto, 60,2% do PIB. Essa é a dívida bruta do governo federal; logo, não leva em conta as dívidas dos estados e municípios. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, a dívida pública total deve terminar o ano em 76,2% do PIB.

E quais são as razões que levam o governo a fazer dívidas? A explicação é simples: após o governo pagar as despesas de pessoal, o custeio dos serviços públicos, os gastos da máquina estatal e os investimentos, o que sobra é chamado de “superávit primário” (se o saldo for positivo) ou “déficit primário” (se o saldo for negativo). Esse saldo primário tem esse nome por ser apurado antes de deduzir os juros do ano sobre a dívida pública já feita. Após contabilizar-se os juros, chega-se ao “saldo nominal”, que será um superávit nominal ou déficit nominal.

O superávit primário, quando há, é destinado a pagar os juros da dívida pública e o principal das dívidas vencidas no ano. Se, em vez de superávit, houver déficit, além de não pagar a dívida vincenda no ano nem os juros anuais, o governo tem de tomar novos empréstimos para fechar seu caixa, ou seja, aumentar sua dívida. Esses novos empréstimos devem ser iguais à soma dos juros do ano sobre a dívida anterior mais o déficit primário do próprio ano, como condição para o fechamento das contas do governo.


A maior parte da dívida pública é a chamada “dívida mobiliária”, por ser representada por títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, os quais são entregues ao Banco Central (BC), que credita o dinheiro na conta do Tesouro. O BC vende esses títulos ao público segundo seus critérios e necessidades na gestão do estoque de moeda em circulação. Quem compra os títulos da dívida pública (os emprestadores de dinheiro ao governo) são as pessoas (que podem comprar títulos do Tesouro Direto), as instituições financeiras, os fundos de investimentos, fundos de previdência, seguradoras, investidores estrangeiros etc.

No entanto, o BC pode reter em seu poder títulos do Tesouro Nacional segundo julgue ser interessante para a administração da política monetária e do meio circulante. Assim, uma parte da dívida pública é representada por títulos públicos que não foram vendidos aos agentes de mercado. E aqui surge uma divergência estatística importante, pois o Brasil costuma calcular sua dívida sem incluir tais títulos que foram emitidos, mas permaneceram em poder do BC. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) faz seu cálculo considerando tais títulos e, segundo o Monitor Fiscal divulgado pela entidade em outubro, a dívida pública brasileira deve terminar 2022 em 88,2% do PIB, subir para 88,9% no próximo ano e ficar acima de 90% pelos quatro anos seguintes, ao menos. Ressalte-se que tal conta foi feita antes do resultado da eleição presidencial e da tramitação da PEC fura-teto. É uma porcentagem alta para uma nação emergente e perigosamente próxima daquela de países desenvolvidos, que, apesar de muito endividados, são capazes de rolar sua dívida a custo baixo, o que o Brasil não consegue fazer.

Como se não bastasse o uso de um critério que faz a dívida brasileira parecer menor do que realmente é, ainda é preciso lembrar que, quando o BC adquire títulos públicos e não os vende ao mercado, os valores que foram creditados na conta do Tesouro Nacional referentes a tais títulos significam expansão monetária, ou seja, fabricação de dinheiro circulante, ato que tem seus limites em face do risco de produzir inflação. A única expansão da base monetária em circulação que não provoca risco à inflação é aquela correspondente ao crescimento do PIB, pois o produto real nacional é o lastro essencial para o dinheiro que circula.

Quando o BC adquire títulos públicos e não os vende ao mercado, os valores que foram creditados na conta do Tesouro Nacional referentes a tais títulos significam expansão monetária, a popular “impressão de moeda”

Assim sendo, é importante destacar que, embora o BC possa legalmente e operacionalmente comprar títulos do Tesouro Nacional e não os vender ao mercado, essa opção é limitada e não pode ser usada sem considerar o crescimento do PIB, pela razão simples e já citada de que isso é mecanismo de expansão monetária ou, na linguagem popular, impressão de dinheiro e aumento da moeda em circulação. O conceito de “impressão de dinheiro” não é físico, à medida que a moeda em circulação é a soma de moeda manual mais moeda escritural. O estoque de moeda manual em circulação é mínimo e caminha para sua quase extinção, dados os meios eletrônicos e a futura moeda digital que o BC está para lançar no Brasil.

O entendimento técnico desse complexo emaranhado monetário desmonta qualquer ideia amadora de que o governo pode emitir títulos públicos e obter dinheiro vendendo-os ao BC sem que este tenha de vender esses títulos aos agentes econômicos privados. Como administrador do meio circulante, dos meios de pagamentos, da moeda emitida e do controle da inflação, o BC tem a responsabilidade de manter sob rígido controle todo esse mecanismo, e nisso está a principal razão pela qual países civilizados estabelecem autonomia do BC em relação ao governo; do contrário, o BC perde condições para cumprir sua função de responsável pela estabilidade da moeda e, portanto, pelo controle da inflação. Governos populistas e políticos irresponsáveis não gostam de bancos centrais fortes e independentes, e por isso retiram deles o poder de, como gastadores contumazes, estourar as contas públicas, criar inflação e promover recessões. Que isso sirva de alerta à população brasileira para rejeitar de pronto os discursos que pregam retirar o pouco de autonomia que ao Banco Central do Brasil foi dado por legislação aprovada no Congresso Nacional.


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ESTÁ DIFÍCIL PARA LULA ARRANJAR CARGOS PARA TODOS OS SEUS APOIADORES

 

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Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Vista aérea da Esplanada dos Ministérios. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado


Vista aérea da Esplanada dos Ministérios, em Brasilia| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad

O presidente eleito está tendo problemas para indicar ministros. Isso acontece porque há uma reclamação – ambição, desejo de poder – dos partidos que o apoiaram. E o PT está se sentindo prejudicado ante o avanço dos outros partidos. O presidente Lula não pode perder apoio, não é? No Congresso que foi eleito, a Câmara eleita no início de outubro, no primeiro turno, e também no Senado, tem muita gente nova que vai ser oposição à Lula, então ele tem que contar com os partidos que o apoiaram, tem que atender a todos. Isso está complicado. Eles admitem que é uma dor de cabeça.

A outra dor de cabeça é a PEC da gastança, que achavam que ia ser votada hoje, mas hoje só saiu o relator, e aí fica para semana que vem, que são os últimos dias antes do recesso parlamentar. Também está complicado.

Randolfe
Queria mencionar, mais uma vez – eu não sei como é que essas coisas acontecem, já que está totalmente fora do devido processo legal – o senador Randolfe Rodrigues passa por cima do Ministério Público. Está lá nos artigos 127 e 129 da Constituição, é o Ministério Público quem oferece denúncia, mas o senador vai direto oferecer denúncia para o ministro Alexandre de Moraes. Agora denunciou Michele Bolsonaro, porque ela levou quentinha para os manifestantes que estavam diante do Palácio Alvorada e ele está dizendo que isso é financiar atos anti-antidemocráticos. Imaginem só.

Não, não cabe sequer um comentário.

Agora o que é estranho, mas muito estranho mesmo, e que escandalizou muita gente, inclusive entre órgãos que apoiaram e fizeram campanha para Lula, é o que comentaristas disseram sobre o que aconteceu no dia da diplomação. Todos saíram para festejar numa roda de samba, na maior confraternização, na casa do advogado do PT, o Kakay. Lá estavam além de Lula, o presidente da Justiça Eleitoral, que presidiu a eleição, mais Gilmar Mendes, mais Lewandowski, que é ministro também do TSE.

Se a gente contar isso para um alemão, para um americano, vão dizer que é impossível que um juiz do Supremo vá confraternizar com um advogado de um partido político que deve ter causas no Supremo ou vai ter. Mas enfim, com tudo que a gente já viu de declaração de ministro do Supremo, isso não surpreende mais. Agora se eu conversasse, numa sessão espírita com o George Orwell, ele diria que previu tudo isso no final do seu livro Revolução dos Bichos.

Fogo em Brasília
Eu queria também registrar uma coisa muito estranha. Depois da prisão do índio, teve essa queima de carros, de veículos, de ônibus, e que foi atribuída imediatamente à bolsonaristas. Só que tocaram fogo até na pickup de um bolsonarista, que estava com a bandeira nacional estampada no para-brisa traseiro.

Eu nunca vi bolsonarista usando balaclava, aquele capuz preto, nem usando a tiradeira em manifestação ou usando coquetel molotov, batendo em alguém que estava entusiasmado, pensando que era a reação contra Moraes, e acabou levando um safanão porque estava filmando a cara das pessoas. Tudo muito estranho, e que precisa ser esclarecido. Inclusive, para satisfazer a curiosidade de quem não é ingênuo – o jornalismo não pode ser ingênuo – não se pode aceitar uma versão sem contestar, sem receber em dúvida, em ceticismo. Caso contrário, a gente está tomando partido.


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CARTA ENIGMÁTICA DE BOLSONARO

 

Jingle Bells
Fim do mistério

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Bolsonaro escreve.| Foto: Reprodução/ Twitter

Querido Papai Noel,

Se não for abusar de sua generosidade natalina, antes de qualquer coisa gostaria muito de pedir ao senhor que tanto os meus apoiadores quanto os meus detratores em sua equipe de duendes-leitores avançassem pelas linhas que se seguem com algum bom humor. Não precisa ser muito. Um pouquinho só já basta e ajuda.

Porque a coisa está feia, Papai Noel. Tão feia que eu pretendia escrever que está preta, mas pensei duas vezes. E desisti. Imagine as manchetes dos jornais no dia seguinte! “Presidente usa termo racista em carta para Papai Noel”. Está rindo? Pois não duvide. É bem capaz de arrastarem até o seu bom nome para a lama. E aí a manchete seria outra e, de certa forma, a mesma que tenho lido nos últimos quatro anos: “TSE [ou STF] autoriza mandado de busca e apreensão contra Papai Noel bolsonarista”.

Aliás, ainda não sei como não proibiram o senhor de voar com seu trenó desregulamentado pelos céus do Brasil. Ainda não sei como não substituíram a sua figura idosa, redonda e de barba hirsuta (não é palavrão, juro!) pela figura magra e isenta de cabelos de um ministro do STF. Não vou ficar surpreso se, num futuro próximo, as crianças o trocarem pelo Papai Alexandre ou pelo Papai Justiça. Ou melhor, pelo Tutor Não-Binarie Democracia. Ainda não sei como…

O que eu sei é que o senhor deve estar aí consultando seus arquivos para saber se fui um bom ou mau menino durante o ano. Poupá-lo-ei (o Temer me ajudou nessa) deste trabalho dizendo que, modéstia à parte, fui mesmo um bom menino. Mas, dependendo da fonte que o senhor consultar, é bem provável que me considere a própria reencarnação do tinhoso. E aí babau presente.

Fui um bom menino, por mais que a Vera Magalhães discorde. Basta ver os índices econômicos. Aproveite e dê uma olhadinha na taxa de homicídios. Além disso, ajudei a eleger a maior bancada teoricamente conservadora de todos os tempos. Até para a Rússia eu fui negociar fertilizantes para o agronegócio. Fiz as pazes com o Moro… E, se o senhor fizer uma comparação com os anos anteriores, também vai perceber que controlei minha língua. Ou pelo menos tentei controlá-la. Já é um começo.

Estabelecida a premissa de que, apesar da opinião contrária da Miriam Leitão et caterva, fui um bom menino em 2022, vamos aos pedidos. Eu queria uns quatro milhões de votos a mais, mas acho que está muito tarde para isso, né? Eu queria um presidente do Senado que não fosse tão covarde, mas acho que está muito tarde para isso, né? Ah, eu queria tanta coisa! Mas sempre tem essa questão do “é tarde demais”. Por isso, depois de muito pensar e dialogar com o astronauta Marcos Pontes, cheguei à conclusão de que o que eu queria mesmo era.

Intertítulo de suspense
O que eu queria era um máquina do tempo. Sei que é um brinquedo caro. Sei que vai até contra as leis da física. Mas, Papai Noel, eu queria tanto. Tanto, tanto, tanto. Por favor, Papaizinho Noel, me dá uma. Não precisa ser num DeLorean, como naquele filme lá com o Einstein. Pode ser um jipinho verde-oliva mesmo. Combina comigo. Se bem que uma máquina do tempo num tanque Urutu ficaria daora, hein? Para falar a verdade, pode ser até um fusquinha do tempo. Na atual conjuntura, não me importo.

Talvez o senhor esteja se perguntando o que farei com uma máquina do tempo. Pode ficar tranquilo. Não estou planejando cometer nenhum desatino histórico. Não vou matar Hitler nem nada do tipo. Na verdade eu só queria dar um pulinho até 2020, quando começou a pandemia. Queria sussurrar no meu próprio ouvido uns conselhos. Não fale “gripezinha”, por mais que… Bom, não fale gripezinha e ponto final. Não dê cloroquina para a ema. Não diga que não é coveiro.

Aí, se sobrasse um tiquinho de combustível no capacitor de fluxo, eu iria até 2021 e, sei lá, dava um jeito de impedir que o Lula se tornasse elegível.

Esse é o meu humilde pedido. É difícil, mas tenho certeza de que um Papai Noel como o senhor, todo garboso e patriota, não se deixa abater por esse tipo de dificuldade. No mais, ao me dar uma máquina do tempo o senhor estaria dando um presente a no mínimo 58 milhões de brasileiros que, tenho certeza, também foram bons meninos e meninas ao longo do ano.

Desde já agradeço, talquei?

PS: Se por algum motivo não rolar a máquina do tempo, me contento com um balde cheio de soldadinhos de chumbo (de plástico), igual àquele do “Toy Story”. Eu disse “balde cheio”? Que nada! Um cabo e um soldado bastam.


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TRUMP ACABA COM A CENSURA NOS ESTADOS UNIDOS

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